Poesias

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 4 – REGIÃO SUDESTE - CAPÍTULO 1

Não muito distante dali, em outras cercanias, os cinco colegas, Agemiro, Fábio, Flávio, Felipe e Lúcio, fizeram uma nova parada. 
Neste lugar, conheceram outras lendas e costumes relativos a cultura do Brasil. 
Assim, diante de tantas descobertas, Felipe, que era o mais interessado em lendas e folclore, passou então a escrever sobre estas. 
Interessado que estava nisso, passou a anotar o que de mais interessante acontecia na viagem, em seu diário. 
Mitólogo de profissão, aproveitou o longo passeio que estava fazendo, para unir o útil ao agradável. Enquanto se divertia, para aproveitava para escrever sobre a cultura da região que estava visitando. 
Em seu diário, escreveu sobre as lendas que ouvira durante os passeios que fizera. 
Comentou sobre a impressão que teve das pessoas e aproveitou também, para visitar museus e bibliotecas das cidades por onde passava. 
Dedicado, nem parecia estar de férias. 
Depois de muito tempo viajando, sentia que precisava retornar ao trabalho. 
Contudo, não podia negar que adquirira uma notável bagagem cultural, durante a viagem. 
Conhecer ‘in loco’, tudo aquilo que muitos brasileiros nem sequer imaginam existir em seu país, é um privilégio para poucos. 
Isso estimulou Felipe, que passou a anotar em seu diário, os acontecimentos da viagem que estava fascinando a todos. 
Misterioso, não contou para os agora amigos, qual era o seu intento, ao anotar minuciosamente as lendas e costumes dos lugares que visitou. 
Quando interrogado a respeito disso, dizia simplesmente: 
-- Mero interesse profissional. 
E assim, impedia que a curiosidade dos amigos fosse mais longe. 
Enquanto escrevia, aproveitava para se lembrar dos detalhes da viagem. 
Dentre eles, das lendas que passaram a conhecer.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.


COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 21

 Ao passearem pela região de Contestado, os turistas descobriram que, em 1912, gente caminhava sem rumo pela região, depois de serem expulsas de suas terras: os fazendeiros registravam em cartório tudo que era gleba, e, em seguida, mostravam aos posseiros a verdade do documento lavrado – com aval da fé e da ganância. 
Quando os sem-terra já eram muitos, ameaçadores, o governo despachou treze expedições militares para dizimar a horda – na mais sangrenta guerra do estado, a do Contestado, que matou vinte e cinco mil pessoas, um terço da população de Santa Catarina na época. 
Hoje, duas cidadezinhas se destacam na região, pela excelente qualidade de vida e pelos hábitos europeus. 
Treze Tílias, austríaca, são os Alpes Verde-amarelos que honram o apelido e a tradição. 
E Fraibugo, alemã, vive das maçãs que colhe de seus vastos pomares. 
Depois em Lages, os turistas se depararam com uma fazenda centenária, antiga pousada de tropeiros, atrás das montanhas. 
Lá o camargo matinal é um café moído com açúcar queimado, e um esguicho de leite tirado na hora para espumar. 
O cavalo selado indica que a manhã é reservada a cavalgadas, com paradas às margens dos rios, para pesca ou mergulho. 
Quando a fome aperta, o ar do casarão da fazenda está impregnado do aroma do feijão tropeiro e da paçoca de pinhão que serão servidos no almoço. 
À tarde, os turistas foram aprender a domar potros, mas a inevitável sesta vespertina é ante-véspera da noitada – posto que entre elas aprecia-se um bolinho de chuva da vovó, que é pra primeira cachaça no bolicho (taberninha) não arranhar. 
Quando a lua chega e ar esfria, é hora de churrasquear no fogo de chão, sapear o pinhão (assá-lo na brasa), ouvir moda de viola e histórias do folclore serrano, e prosear tomando vinho quente e chimarrão. 
A região perdeu parte de seus bosques de araucária, mas ainda possui fauna e flora riquíssimas, especialmente se vêem aves raras e animais silvestres desgarrados cruzando o caminho. 
À estrada do Rio do Rastro vai rodeando montanhas escarpadas de pedras, quase sempre cobertas de vegetação (ou de neve), e vai subindo, subindo, formando despenhadeiros de onde mal se vê o precipício. 
Há mil trezentos e sessenta metros está São Joaquim. 
Conhecida pela neve produzida pelas temperaturas mais baixas do país, nas temporadas de inverno, promove festas todo o fim-de-semana – são rodeios, churrasco, vinho, chimarrão, danças e músicas típicas, com todos vestidos a caráter. 
O artesanato inclui blusas, luvas, gorros, mantas e lã de carneiro. 
Segunda produtora de maçãs no estado, depois de Fraiburgo, São Joaquim, sedia a Festa Nacional da Maçã, nos anos pares. 
No Centro da Maçã, lojinha do seu Eliézer – que todos conhecem –, mel, e derivados como geléias e pães, quinze tipos de maçãs, e o afrodisíaco vinagre de maçã, são vendidos no local. 
Em Curitiba, os turistas foram conhecer o Largo da Ordem. 
No setor histórico, conserva um antigo bebedouro que servia à cidade e matava a sede dos tropeiros que seguiam rumo ao sul. 
Em volta, lampiões e velhos casarões coloniais dos séculos XVIII e XIX provam que Curitiba respeita sua história e não tem preconceito contra pichações artísticas: as paredes das casas preservadas trazem poemas de Paulo Leminski, que traduziu a cidade em sua forma mais perfeita. 
Feira de artesanato e shows animam os domingos. 
Na Igreja da Ordem, os turistas descobriram que esta, é a mais antiga da cidade. construída em 1737, tem altar em talha dourada. 
Ao lado, o Museu de Arte Sacra, que reúne imagens preciosas de santos como a da padroeira Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba, do século XVIII. 
Na Casa Romário Martins, os turistas se depararam com o último exemplar da arquitetura colonial portuguesa do século XVIII. 
Foi armazém de secos e molhados e desde 1973 abriga o Armazém da Memória. 
Além disso, uma exposição de fotos conta a imigração de italianos e menonitas, grupo étnico-religioso integrado pelos alemães-russos que chegou ao Brasil em 1930. Na Fundação Cultural de Curitiba, os turistas se depararam com a construção de 1877, que é o antigo Palacete Wolf e já foi sede da Câmara e da Prefeitura, quartel, loja e moradia. 
Em 1975 transformou-se em fundação cultural e abriga exposição de fotografia, cerâmica, artes plásticas. 
No Relógio das Flores, os turistas se depararam com um relógio de seis metros de diâmetro, formado por flores de muitos matizes, plantadas de acordo com a estação. 
Nas Ruínas de São Francisco, os turistas observaram a construção, ou que sobrou dela, iniciada em 1809. 
Deve-se atentar também, quanto ao fato de que a obra da capela não terminou. 
Ao lado, barzinhos e cafés com lampiões ficam lotados à noite. 
E um palco com arquibancadas ao ar livre acolhe ‘happenings’ e grupos teatrais populares de Curitibas. Ao passarem pela Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no marco zero, os turistas observaram a construção, em estilo gótico, dedicada à padroeira da cidade. 
Substituiu uma igreja de taipa demolida em 1876. 
Na Rua das Flores, os turistas caminharam no primeiro calçadão brasileiro, de 1972, com canteiros de flores bem-cuidados e todos os serviços que alguém espera numa área central – com bares, lanchonetes, antigas confeitarias em prédios centenários e um serviço de creche que funciona num bondinho, para as mamães que querem fazer as compras sossegadas. 
Ao passarem pela Boca Maldita, os turistas ao passearem no famoso calçadão, se depararam com uma bocarra simbolizando o espírito do lugar. 
É palco de manifestações políticas, de declamação de poesias e ponto de encontro de discussão dos boatos políticos, do dia-a-dia ao futebol. 
Mais tarde, os turistas, passeando na Rua Vinte e Quatro Horas, descobriram que a primeira rua do tipo no Brasil, é um território livre para notívagos de oito à oitenta anos. 
Com teto de vidro e estrutura de arcos de ferro, tem de tudo um pouco: bares, sorveterias, restaurantes, doçarias, lojas de presentes, farmácia e minimercado. 
O agito aumenta logo que anoitece: a rua vira um ‘footing’ moderninho, com mesas coalhadas de gente bebendo chope ou vinho quente, nas noites mais frias. 
Na Torre Mercês, os turistas se depararam com a torre da companhia de Telecomunicações de Curitiba (Telepar) e que virou um concorrido mirante. 
Do ponto mais alto da cidade (cento e dez metros), o pôr-do-sol é de cair o queixo. 
Na Pedreira Paulo Leminski, os turistas puderam apreciar um amplo gramado à beira do lago, com capacidade para trinta mil pessoas, que tem como pano de fundo uma pedreira desativada. 
Palco ao ar livre dos eventos mais descolados da cidade, acolheu show dos tenores Pavarotti, Domingo e Carreras, no aniversário de trezentos anos de Curitiba, em 1993. 
Ao passearem pela Ópera de Arame, os turistas observaram o teatro com mil e oitocentos lugares na platéia, e seiscentos nos camarotes construídos em ferro tubular e de cobertura transparente. 
A estrutura lembra a Ópera de Paris. 
Tem casa de chá e a Pedra da Fama, em que placas de metal assinalam seus visitantes ilustres, como Paul McCartney e Chico Buarque. 
Mais tarde, foram conhecer a Universidade Livre do Meio Ambiente. 
Lá a ecologia é o tema central desta universidade encravada num bosque de mata nativa, com trinta e sete mil metros quadrados. 
À beira do lago, uma construção rústica usa como pilares, antigos postes de madeira e oferece cursos rápidos de formação ambiental. 
Depois, no Bairro Santa Felicidade, os turistas foram passear no local fundado por imigrantes italianos, que preserva casas típicas do início da colonização, no século passado. 
Ao longo da Avenida Manoel Ribas, são mais de vinte restaurantes com o melhor rodízio, acompanhado de massas e polenta. 
Até as churrascarias servem o rodízio acompanhado de massas e polenta. 
Aproveitando, os turistas compraram um vinho, o Durigan, numa réplica de adega européia. 
Lá também, há ofertas, de licores, queijos e salames. 
No Bosque João Paulo II, os turistas descobriram que os imigrantes poloneses são o público habitual. Criado após a visita do Papa a Curitiba, em 1980, o bosque é Memorial da Imigração Polonesa do Paraná. 
Tem cinqüenta mil metros quadrados, e é composto por sete casas de troncos de madeira, em estilo polonês, onde se pode comprar artesanato típico. 
Após, os turistas foram comprar velas, porta-canetas, almofadas, marcadores de livro, pratos com desenhos ucranianos, lindas caixas de madeira para instrumentos de sopro e os ‘pêssanka’ – ovos de Páscoa pintados à mão. 
Em Paranaguá, os turistas foram ver a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. 
Primeira igreja do Paraná, foi construída entre 1575 à 1578. 
Na Igreja de São Benedito, os turistas se depararam com uma construção em estilo colonial, erigida por escravos no século XVIII. 
No Teatro da Ordem, os turistas observaram a construção em estilo barroco, a antiga igreja do século XVIII que virou teatro depois de um incêndio. 
No Palácio de Nacar, os turistas admiraram a construção em estilo neoclássico, que possuí ruínas de uma antiga senzala. 
No Mercado Municipal do Café, os turistas observaram a estrutura de ferro fundido trabalhado, em detalhes art-noveau. 
Lá, lojinhas de artesanato e bares especializados em frutos do mar. 
Na Fonte Velha, os turistas se depararam com a construção do século XVII que abasteceu a cidade até 1914. 
No Museu do Instituto Histórico e Geográfico, os turistas observaram jornais, moedas, porcelanas, armas e mobiliário dos séculos XVII e XVIII. 
Na Rua General Carneiro, na antiga Rua da Praia, sobrados coloniais testemunham a colonização portuguesa. 
Na Ilha do Mel, os turistas se utilizaram do acesso de barco a partir do Pontal do Sul. 
Na área de preservação ambiental, com quatro vilarejos e apenas trilhas para percorrer a pé ou bicicleta, os turistas aproveitaram para fazer um passeio. 
Depois, caminharam por praias tranqüilas e pousadas rústicas. 
Entre as construções históricas, estão a fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, de 1767, e o Farol das Conchas, todo em ferro fundido, de 1872. 
Além disso, as piscinas naturais e as lendas cercam a Gruta das Encantadas, perto da Praia de Fora: os pescadores dizem que é a casa das sereias. 
Na Ilha da Cotinga, os turistas aproveitaram para fazer um passeio de barco. 
Além disso, o lugar que conta com as lendas de navios piratas naufragados e tesouros escondidos, oferece trilhas na mata. 
Mais de trezentos degraus de pedra levam à antiga capela construída em 1677 em homenagem a Nossa Senhora das Mercês, de onde se vê o mar e toda a Paranaguá. 
Na Ilha dos Valadares, os turistas resolveram fazer um passeio a pé. 
Mais tarde, foram conhecer um pouco melhor o modo de vida dos pescadores, que cultivam tradições no artesanato – cestas e cerâmica –, na culinária – o barreado – e na mais tradicional dança típica do estado, o fandango. 
Na Praia Pontal do Sul, os turistas apreciaram suas águas tranqüilas e boas para banho. 
Na Praia de Leste, os rapazes se esbaldaram com seu mar agitado, ótimo para surfe e bodyborad. 
A seguir, os turistas assistiram a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, onde apreciaram a procissão marítima, a queima de fogos, comidas típicas e bailes. 
Já durante a Festa da Tainha, os turistas acompanharam regatas, shows e pratos à base de tainha. Depois, os turistas foram conhecer o litoral. 
Lá, os mares navegados testemunharam muitas vidas, muitas culturas. 
Dos guarás, dos mico-leões, dos papagaios-de-cara-roxa, dos índios que a quase tudo deram nome. Esses mares deram passagem aos brancos, aos piratas, aos corsários, aos portugueses e espanhóis. 
Cada grupo à sua maneira deixou suas digitais nesta costa. 
Os guarás carmezins, que freqüentavam aos bandos o litoral paranaense, provam que eram abundantes nos balneários de Guaratuba – muitos guarás – e Guaraqueçaba – o pouso dos guarás. 
Antonina é eloqüente na presença colonial. 
Os turistas, curiosos, perguntaram a um pescador se havia uma ilha que escondia tesouros, e ele indicou uma. 
Como já era de se esperar, ele mandou-os à Superagui. 
Estava correto. 
O ouro pode não ser encontrado, mas sua fortuna está lá na forma de um dos maiores viveiros de peixes do mundo. 
Em Vila Velha, do lado oposto às verdes colinas que se perdem no horizonte, gigantescas rochas formam paredões e desenham uma paisagem árida e silenciosa, num cenário de terra vermelha e vegetação rasteira. 
Os índios chegaram, olharam, batizaram de Itacueretaba – cidade extinta de pedras – e trataram de se mandar para paragens mais animadas. 
Até hoje, os únicos habitantes destes vastos campos são lobos-guarás, jaguatiricas, perdizes e tamanduás-bandeiras. 
A atração do Parque Estadual de Vila Velha são vinte e dois enormes blocos areníticos esculpidos pela chuva, pelo vento e movimentos da terra, ao longo de trezentos e cinqüenta milhões de anos. 
Neles, o tempo imitou a arte nas figuras de um camelo, um leão, uma bota, um rinoceronte, a proa de um navio, a cabeça de um índio, uma taça, cogumelos. 
Para conhecer as formações rochosas caminha-se duas horas por uma trilha que vai ziguezagueando as esculturas ou se embarca no ‘bondinho’ – duas carretas abertas puxadas por um trator –, que segue circulando as rochas até uma curiosa gruta onde a erosão destruiu parte do teto. 
No local, lanchonetes, churrasqueiras e sanitários. 
A três quilômetros das formações de arenito, estão as Furnas – três enormes crateras circulares, erodidas por rios subterrâneos ao longo de milhares de anos. 
Com cem metros de profundidade e água até a metade, proporcionam uma deslumbrante viagem ao interior da Terra. 
Um elevador panorâmico desce por uma delas até cinqüenta e quatro metros, onde há uma plataforma sobre o lago. 
As águas que brotam das paredes da fenda formam pequenos arcoíris, em meio a revoadas de andorinhas. 
Outros três quilômetros adiante, mais um capricho da natureza, a Lagoa Dourada. 
Rodeada por mata exuberante, ela se cobre de ouro ao entardecer, quando o sol reflete sua cor no fundo do leito de mica. 
Fora do parque, lendas de tesouros escondidos no Rio São Jorge, que brinca de descer escadas, formando cachoeiras. 
Já o Rio Quebra-Perna se esborracha de trinta metros de altura e desaba numa fenda geológica, verdadeiro anfiteatro subterrâneo, chamado de Buraco do Padre. 
A seguir, em Foz do Iguaçu, os turistas descobriram que a vocação deste magnífico sítio, é brilhar. 
Há cento e oitenta milhões de anos, dizem os especialistas, não havia uma gota d’água por aqui, e todo o espaço ocupado hoje pelas maiores cataratas do planeta em volume de água era um tremendo deserto, de fazer corar de vergonha o Saara – pelo tamanho e pela aridez. 
Foi quando se operou uma revolução para lá de milenar, das placas tectônicas, que transformou a grandiosidade que havia, em seu exato oposto: muita água e vegetação. 
Foi cavalgando por estas florestas, em 1916, que Santos Dumont, maravilhado com o turbilhão de águas que se lançavam do alto da fronteira do Brasil e da Argentina, rebelou-se com o fato de tudo isso pertencer a um certo Jesus do Val – um só homem dono de tanto iguaçu (água grande, para os índios). Iniciou então, uma campanha pela criação de um parque. 
As cataratas então, foram logo declaradas de utilidade pública, mas viraram parque nacional somente em 1939, ganhando cento e oitenta mil hectares de matas preservadas e virando um dos maiores parques do país. 
As cataratas alimentam um frágil ecossistema onde vivem animais selvagens, alguns ameaçados de extinção, como onça-pintada, furão, mão-pelada, jacaré-do-papo-amarelo, veado campeiro. 
Nas Matas Atlântica e de Araucárias, há trezentas e cinqüenta espécies de aves. 
Algumas bem raras, como a enorme jacutinga, o gavião harpia e o estridente papagaio-de-peito-roxo. Competindo com o espetáculo de milhares de gotas que ricocheteiam das cataratas em queda, nuvens de borboletas em revoada, também chamadas de panapanás. 
São mais de mil espécies colorindo a bruma branca que abraça Iguaçu. 
Megaestrelas como sempre, as águas do Rio Iguaçu ostentam a coroa de gerar energia para a maior hidrelétrica do Brasil, em capacidade, Itaipu. 
O lado de lá da fronteira é reservado a outro tipo de inundação. 
Os sacoleiros fazem a farra dos importados de procedência duvidosa nas lojas e shoppings da Argentina e do Paraguai. 
A roleta também gira fácil nos cassinos. 
É só atravessar a ponte para pisar em outro país, sem passaporte. 
Nas compras ou no jogo, boa sorte. 
Os turistas precisavam.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 20

Ao rumarem para Santa Catarina, a bordo de uma aeronave, os turistas, ao chegar em Florianópolis – também conhecida como Floripa –, onde se deslumbraram com a cidade. 
Todavia, decidiram primeiro descansar, para no dia seguinte, fazerem um passeio pela cidade. 
Dessa forma, no dia seguinte, foram visitar o Mercado Público. 
Este prédio, em estilo colonial açoriano, data de 1898. 
Tem cento e quarenta boxes que comercializam peixes, carnes, alimentos, artesanato, roupas e calçados.
Alguns são bares que se tornaram ponto de encontro de amigos para bate-papos ao cair da tarde. 
Aos sábados, o pátio central vira uma quadra improvisada de pagodeiros. 
A roda de samba vai se formando e, quanto maior o número de garrafas vazias na mesa, maior a animação – cujo termômetro está no número de casais que começam a rebolar um esquindô-esquindô.
A apoteose é às três da tarde, quando o mercado fecha as portas, deixando para trás um quê de quarta-feira de Cinzas. 
No Prédio da Alfândega, os turistas descobriram que o mesmo foi construído em 1875. 
De arquitetura neoclássica, é ponto de arte em Floripa. 
Duas entidades, a Casa da Alfândega e a Associação Catarinense de Artistas Plásticos (ACAP), garantem exposições de artesanato e mostras no local. 
Passeando na Praça Quinze de Novembro, os turistas se deparam com o centro de referência da cidade.
No meio, há uma centenária figueira branca, replantada aqui em 1891, já com uns vinte anos de vida. Não estranhe se jovens apaixonadas e balzaquianas desimpedidas, derem três voltas em torno dela: trata-se de uma ‘infalível’ simpatia para arrancar dos homens ‘compromissos sérios’. 
A praça é também ponto de encontro de aposentados para um joguinho de dominó, e abriga uma feirinha hippie permanente. 
Depois os turistas foram conhecer a Catedral Metropolitana. 
Esta construção, mistura arquitetura de vários estilos. 
Mas à noite, fica linda, ao ser toda iluminada. 
Mais tarde no Palácio Cruz e Souza, os viajantes descobriram que o nome deste palácio rosado, é tributo ao maior poeta catarinense. 
O interior, revestido de mármore de Carrara, exibe na nave central belas cantoneiras de gesso pintadas de ouro, e móveis dos séculos XVIII e XIX. 
Na sala de música, uma encantadora caixa musical, de um metro de altura, e vinte e cinco discos de metal. 
Encantados com o instrumentos, os turistas colocaram cada um uma moeda, e giraram a manivela para que ela tocasse. 
Depois, os turistas descobriram que era por meio daquele instrumento, que se produzia os sons que faziam as damas da corte bailarem no Império. 
A edificação, construída em 1760 e 1790, foi residência e local de trabalho dos presidentes da Província e, depois, dos governadores, até 1954. 
Abriga o Museu Santa Catarina – onde estão guardados documentos e objetos pessoais dos governadores que trabalharam aqui. 
No Museu Victor Meirelles, os turistas descobriram que, a casa branca onde nasceu o pintor é uma das mais antigas edificações preservadas, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico. Meirelles é o autor do famoso quadro sobre a primeira missa rezada no Brasil. 
Entre as obras do acervo ‘Batalha dos Guararapes’, ‘Felipe Camarão’, ‘Guerreiro Holandês Caído’ e ‘Casamento da Princesa Isabel’. 
Na Ponte Hercílio Luz, os turistas descobriram que ela já foi o cartão-postal da cidade e a única ligação entre o continente e a ilha. 
É um das maiores pontes pênseis do mundo, com oitocentos e dezenove metros de extensão e duas torres de setenta e cinco metros. 
Foi construída sob o comando de engenheiros e técnicos americanos entre 1922 e 1926. 
Hoje, com sérios problemas na estrutura, está fechada ao trânsito e até mesmo a pedestres. 
Ao passearem pela Lagoa da Conceição, os turistas se depararam com um lugar badaladíssimo, com clima poético, mágico. 
São vinte quilômetros quadrados de água, rodeada de 30 construções coloniais. 
Um mar de dunas se oferece para o sand-board (surfe na areia), com pranchas próprias ou alugadas. 
Na Avenida das Rendeiras, mulheres tecem e vendem rendas de bilro. 
Esta região, é um lugar com vida própria e noite agitada. 
Por isso os turistas resolveram escolher um programa descontraído, e até mesmo, um pouco barulhento.
Para jantar, escolheram um restaurante a beira da lagoa. 
Depois, foram até os lugares mais elevados e viram as dunas, a lagoa, o mar e o cobertor verde da Serra do Mar. 
Atentos, avistaram barcos de aluguel. 
No dia seguinte, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, junto ao morro da Lagoa da Conceição, os turistas observaram uma construção de duzentos e quarenta anos e que é exemplo da arquitetura colonial portuguesa. 
Recebia visitas de Dom Pedro II e presentes, como uma custódia de prata e dois sinos. 
Depois, os rapazes foram passear numa das inúmeras escunas presentes no litoral em volta da ilha. Atrações: colônia de pescadores, baía dos golfinhos, Lagoa da Conceição, fortes e ilhotas selvagens. Foi numa das escunas no trapiche da Praia de Canasveiras, sob a Ponte Hercílio Luz, que os turistas partiram para o passeio. 
No dia seguinte, os turistas foram conhecer as praias da ilha. 
Ilha que é cercada de orquídeas por todos os lados. 
E de dunas, de lagoas, de mata atlântica, e de praias – exatas sessenta banham sua costa. 
E que costa! 
Ao sul é agreste e alterna balneários com colônias de pescadores, agitação e paz. 
Lá ao norte, onde é larga, surge em ondas tranqüilas na Ingleses e quentes na Jurerê. 
A leste, agita-se com tanta moçada e, uma excitação incontida, oferece-se aos tubos na Joaquina, a velha amante dos jovens surfistas. 
Adiante, extenuada, convida a todos para avançar por onde é ainda mais cristalina, mais mansa, por onde escorre suave como se afagasse as areias claras de Galheta. 
Aí, ela, deserta, permite que você tire a roupa. 
E a sinta nu. 
Ao norte, o mar de Santa Catarina, forma pequenas baías de águas esmeraldas, protegidas por colinas. Ao sul, a costa se espreguiça pela areia formando praias imensas, dunas gigantescas e lagoas. 
Cada praia reserva sempre uma surpresa. 
Em fevereiro, os pescadores enfeitam seus barcos na procissão, na Barra Velha. 
Em outubro, é hora da Marejada, festa ao som do fado. 
Mas são as atrações permanentes as que mais atraem. 
O duelo de guerreiros da Idade Média em Penha, as histórias de piratas em Porto Belo e a areia que estala sob os pés em Bombinhas. 
Em Laguna, os turistas visitaram a Igreja Santo Antônio dos Anjos. 
Em estilo toscano de 1696, tem cinco altares esculpidos em madeira e revestidos de ouro. 
Além disso, conta com uma tela de Vitor Meirelles, de 1856, intitulada ‘Imaculada Conceição’. 
No Museu Anita Garibaldi, os turistas observaram no andar inferior, um bandolim francês e cítara austríaca do século XIX. 
No superior, em que se proclamou a República Juliana, em 1839, a mesa onde foi assinada a ata da criação da sede dos rebeldes. 
Depois, na Casa de Anita Garibaldi, os turistas conheceram a construção de 1711, que guarda objetos da revolucionária lagunense, como uma tesoura e uma máquina de costura alemã do século XVIII, onde foi feito o seu vestido de noiva, além de medalhas e o mastro do Seival, navio usado na fuga dos federalistas. 
Contudo, cabe ressaltar que a construção data de época bem anterior, ao nascimento da heroína gaúcha. Na Casa Pinto D’Ulysséa, os turistas se depararam com uma réplica de uma quinta lusa, construída e decorada com azulejos coloniais portugueses em 1867. 
Na Fonte da Carioca, os turistas se fartaram bebendo água potável de uma nascente puríssima nesta fonte construída em 1863 pelos escravos. 
Em Itapirubá, os turistas se depararam com uma praia extensa, com dunas e vegetação rasteira. 
Tem boas ondas para surfe. 
Em Di, os turistas se esbaldaram com a enseada rasa com recifes. 
Boa para surfe e pesca. 
A Pedra do Frade é uma escultura produzida pelo vento: seus nove metros de altura imitam a figura de um religioso. 
Em Iró, Costões de pedra avermelhada avançam para o mar. 
Os turistas, aproveitando o ensejo, fizeram a tão afamada pesca submarina. 
No Farol de Santa Marta, está a vinte e nove metros de altura, o maior da América do Sul e terceiro mundo, erguido pelos franceses em 1891. 
Daqui se avista um rosário de praias. 
Fica no cabo de Santa Marta: dezessete quilômetros de terra e mais dez minutos de balsa. 
Ao passearem na Lagoa do Imaruí, os turistas se deslumbraram com suas praias. 
Ademais, aproveitando os barcos, fizeram muitos passeios. 
Mas a lagoa ficou conhecida mesmo pela famosa pesca noturna do camarão, feita com redes cônicas acopladas a luzes de tambores de gás, os ‘liquinhos’, que fazem a lagoa parecer uma metrópole iluminada. 
O camarão é atraído pela luz. 
Em Joinveille os turistas tiveram contato com a arquitetura germância em seu Mercado Municipal. Além disso, apreciaram a vista do pórtico com moinho de vento, na entrada de cidade, bem como a Estação Ferroviária, o Cine Palácio, Lojas Salfer, e do outro lado as Lojas Koerich. 
Passeando na Rua das Palmeiras ou Alameda Brustlein, os turistas se deslumbraram com um calçadão com jardins e majestosas palmeiras imperiais, plantadas em 1873 por Frederico Brustlein – que dá nome à alameda – em homenagem ao príncipe Françoi Ferdinand. 
Foi construída para servir de acesso ao palácio onde moraria o casal real. 
Catedral Diocesana, os turistas observaram duas enormes conchas, com nave circular. 
Os vitrais coloridos contam os sacramentos, a história da humanidade e a evolução do mundo, por meio de desenhos e símbolos. 
No Museu Arqueológico do Sambaqui, os turistas foram ver a exposição com objetos dos índios da região. 
São peças antiqüissímas, algumas com até quatro mil e oitocentos anos, encontradas em sambaquis da região – pontas de flecha, lanças, bastão de osso, esculturas de pedra em forma de animais e urnas funerárias. 
No Museu de Arte de Joinvelle, os turistas admiraram a casa de 1864, em estilo colonial alemão, como as antigas residências de Hamburgo na Alemanha. 
Destaques para o óleo de Juarez Machado ‘Atelier em Montmartre’, a xilogravura de Rubens Grilo ‘A Praça’ e uma gravura em água tinta, de Tarsila do Amaral. 
No Museu Nacional de Imigração e Colonização, os turistas admiraram o palácio construído em 1870 para hospedar a princesa Francisca Carolina, e o príncipe consorte, e acabou sendo ocupada apenas pelo administrador. 
Os móveis expostos são da época, feitos de carvalho europeu. 
Da época da colônia, um harmônio de 1864, doado pelo príncipe de Joinville para a catedral, e uma ‘bigodeira’, xícara com aparador de bigodes. 
No Mirante, os turistas puderam ter uma grandiosa vista da cidade do alto de uma torre que se atinge por escada em caracol, a treze metros de altura sobre o Morro Boa Vista. 
Daqui, a duzentos e quarenta metros de altitude, vê-se a baía da Babitonga, que significa morcego na língua dos Carijós – exatamente a forma da região –, tendo ao fundo a Ilha de São Francisco do Sul. 
No Parque Zoobotânico, no Morro da Boa Vista, estão os animais da Serra do Mar, resgatados para preservação pelo Ibama, como macacos e jacarés. 
Além disso, os turistas puderam conhecer as plantas da região, como orquídeas e olhos-de-boneca. Dessarte, é um recanto agradável para passar o domingo. 
Na Estrada Bonita, os turistas se depararam com um bolsão rural, onde os colonos abrem suas casas aos turistas e mostram como criam animais, cultivam a terra e produzem melado, cachaça, leite, pães e doces. 
São casas típicas de madeira, ou de tijolos e madeira, com jardins bem tratados. 
Na casa de Dona Traudi, os turistas saborearam verdadeiros ‘petit-fours’ feitos em forno de lenha, como os de coco amanteigado, nata, fubá, chocolate e amendoim. 
Ao longo da estrada, lagos-tanques do tipo pesque e pague, rio de pedras e cachoeiras geladas. 
Mais tarde, os turistas foram experimentar os pratos típicos do restaurante Recanto Tia Marta, à beira do rio. 
No dia seguinte, os turistas foram conhecer o Parque Ecológico Morro do Finder. 
Trata-se de trecho exuberante de Mata Atlântica, com nascentes, lagos e grutas. 
Por trilhas abertas no bosque, se pode fazer gostosos passeios de bicicleta, bem como apreciar a linda vista da Baía da Babitonga. 
Mais tarde, os turistas foram navegar pela Baía da Babitonga. 
Refazendo o caminho dos descobridores, e passando por ilhas paradisíacas: a do Mel é morada de aves marinhas e de pescadores; a Ilha Redonda é pontilhada de minúsculas praias; a Ilha Grande tem praias de areias brancas e exibe algumas canoas coloridas. 
Na Ilha das Flores, os jardins das casas contrastam com a vegetação nativa. 
O passeio, que muito encantou os turistas, durou cinco horas. 
Porém, não bastasse o lindo passeio que faz, o Barco Príncipe de Joinville ancora para almoço em uma das praias e segue até São Francisco do Sul. 
Depois, na Sociedade Lírica Kneipe, os turistas apreciaram as músicas e danças folclóricas alemãs. 
A seguir, jantaram e se regalaram com os pratos típicos. 
Na Festa das Flores, na Expoville, arma-se um cenário de casinhas no estilo enxaimel, com belos jardins. 
Um encantamento! 
Destaque para a orquídea, flor que simboliza Santa Catarina. 
Paralelamente, há o concurso dos mais bonitos jardins da cidade. 
Concorrem as casas, o comércio, a indústria e a rede hoteleira. 
Após, os turistas foram comprar chocolate caseiro na fábrica de Joinvilândia. 
E malhas na Expoville. 
A seguir, compraram artesanato na feira do calçadão. 
Em Blumenau, os turistas foram ver a Rua das Palmeiras, também chamada de alameda Duque de Caxias, e que é a primeira rua planejada da cidade. 
As palmeiras-imperiais vieram do Rio de Janeiro, trazidas pelo fundador da cidade, Herman Otto Blumenau. 
No Museu Família Colonial, os turistas observaram a casa de 1868, onde morou Herman Blumenau. Mantém alguns móveis da família e, graças a contribuições de herdeiros, retrata o estilo de vida dos antigos colonizadores. 
Objetos históricos como a máquina de escrever alemã de 1875, forno a lenha, geladeira de madeira, entre outros. 
No Teatro Carlos Gomes, os turistas conheceram o prédio, construído em 1939, com capacidade para mil e quinhentas pessoas, que abriga a Orquestra da Câmara de Blumenau, considerada a melhor do país, e as escolas de balé e de música. 
Possuí palco giratório. 
No Prédio da Prefeitura, os turistas conheceram a construção em estilo alemão estilizado, inaugurado em 1982. 
Uma relíquia é atração turística nos jardins da prefeitura: a Macuca, primeira locomotiva utilizada na ferrovia no Vale do Itajaí, em 1907. 
Na Ponte Metálica da Estrada de Ferro, construída em 1929, com material alemão, os turistas se deparam com a construção magnífica perto da prefeitura. 
Esta, servia para escoar alimentos e produtos industrializados de Blumenau para o Porto de Itajaí. Inteiramente restaurada, é patrimônio histórico da cidade e está aberta ao tráfego de veículos. 
Corta o Rio Itajaí-Açu e fica toda iluminada à noite. 
No Castelinho, a mais bonita construção germânica da cidade é sede da loja Moellmann, que vende cristais, porcelanas, malhas, artigos de mesa e banho. 
Encantou os turistas. 
Na Casa Husadel, os turistas se encantaram com construção em estilo suíço do início do século, com varandas e detalhes de madeira. 
No Morro do Aipim, os turistas apreciaram uma vista deslumbrante da cidade e seu rio, especialmente à noite. 
No alto do morro, restaurante do estilo enxaimel, com mesinhas na varanda, de onde pode se ver o cenário privilegiado. 
Mais tarde, no Recanto Silvestre, os turistas admiraram um gramado amplo, com quiosques e churrasqueiras, além de restaurante. 
As águas claras do Ribeirão Garcia formam duas piscinas. 
Área para camping, quadra de vôlei. 
Um deslumbre! 
Parque Ecológico Artex, os turistas foram passear em cinqüenta e dois quilômetros de Mata Atlântica. Suas trilhas devem ser percorridas com o auxílio de guias locais, cuidado que os cinco rapazes tiveram. No Parque Ecológico Spitzkopf, os turistas se encantaram e apreciaram mais um pouco de Mata Atlântica virgem, com área particular de cinco quilômetros quadrados. 
Cascatas, piscinas naturais, nascentes, lagos e um minizôo, foram a alegria dos turistas. 
Mais tarde, pode-se pernoitar no parque, em chalés e área de camping. 
Na Vila de Itoupava, a vinte e cinco quilômetros, os turistas puderam apreciar a região. 
Cercada de morros e cortada pelo Riacho Itoupava, esta autêntica vila alemã conserva as marcas da colonização do início do século nos velhos casarões de estilo germânico, com floreiras, gramados e jardins. 
Após, os rapazes foram comprar malhas, toalhas, roupas de cama, mesa e banho nas lojas do centro, ou nas próprias lojas de fábricas da Hering, Sul Fabril, Artex, Teka. 
Depois, os turistas foram conhecer algumas lojas que vendem malha por quilo. 
Também compraram cristais e porcelanas no centro. 
Nas lojas de fábrica, pode-se comprar cristais de primeira, segunda e terceira linha. 
Mas o fato é que os turistas preferiram comprar as de melhor qualidade. 
Após, foram conhecer a festa da cerveja mais famosa do Brasil, a Oktoberfest. 
Esta é uma reedição da cervejada de Munique, na Alemanha. 
Durante dezessete dias em outubro, quase um milhão de pessoas consomem mais de quinhentos mil litros de chope – pouco perto dos sete milhões de litros que quase dez milhões de alemães bebem no mesmo período. 
Da programação diária constam bancas típicas, grupos folclóricos e, naturalmente, farta distribuição de chope pelas ruas da cidade. 
A rede hoteleira – que tem trinta e um hotéis e quatro mil leitos – é insuficiente para acomodar tanto bebum. 
Mas a oferta é ampliada com casas, apartamentos e quartos mobiliados. 
Durante a festa, os turistas se esbaldaram. 
No dia seguinte, os turistas foram conhecer Pomerode. 
Lá as crianças são clarinhas, os mais velhos usam um chapeuzinho verde com um tufo de pena espetado na camurça e a arquitetura revela, afinal, que há alguma coisa de diferente neste pedaço do Brasil. 
Não adianta, em Pomerode, bom dia é ‘Guten Morgen’, água é ‘Wasser’ e cerveja é ‘Bier’. 
A tradição vem de pai para filho desde 1861, quando uma leva de imigrantes da antiga Pomerânia, hoje território alemão, chegou ao Vale do Itajaí, trazendo na bagagem trinta séculos de história. 
A língua continua sendo a herança maior, e isso explica por que noventa por cento dos vinte mil habitantes da cidade conversem em alemão. 
As crianças só aprendem português na escola. 
Na zona rural, na região de Testo Alto, a fala é ainda mais enrolada no dialeto plat, da Pomerânia. 
Mas há muitas outras pegadas dessa cultura. 
São dezesseis os clubes de caça e tiro da cidade. 
Nos fins-de-semana, charretes floridas partem da Rua Hermann Weege, num autêntico passeio germânico pela cidade. 
Durante a Festa Pomerana, em janeiro, existe até um curioso concurso de cortadores de lenha. 
Sempre se ouvirá um acordeom incentivando uma valsa ou uma polca. 
À mesa, o chucrute, o marreco assado, o repolho roxo, a salsicha e o chope. 
Nas lojas de artesanato, ovos pintados à mão, porcelanas e o casal de bonequinhos Fritz e Frida, que todo mundo carrega no chapéu como lembrança. 
Ao deixar Pomerode, os turistas arriscaram um ‘auf Wiedersehen’. 
Todos sorriram com simpatia diante do adeus em alemão. 

Harmônio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um harmônio (português brasileiro) ou harmónio (português europeu) é um instrumento musical de teclas, cujo funcionamento é muito similar ao de um órgão, mas sem os tubos que caracterizam este último. Apesar de feito para uso doméstico, tornou-se um instrumento musical de uso típico em igrejas, por seu tamanho e preço. O som do harmônio é parecido com o do acordeão.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 19

Em Canela, os turistas foram conhecer o Museu do Castelinho. 
Castelo em estilo enxaimel, de 1913, é a primeira construção da cidade – herança alemã. 
Possuí objetos do início do século da família Franzem e uma casa de chá onde é servida a apfelstrudel, num bosque de pinheiros. 
Depois, os turistas visitaram a Catedral de Pedra. 
A edificação, construída com pedra basáltica, em estilo gótico inglês, tem torre de sessenta e cinco metros e carrilhão de doze sinos. 
No Mundo a Vapor, os turistas passearam por um parque com vegetação nativa, e miniaturas a vapor contam a história da Revolução Industrial. 
Há miniaturas de unidades de produção – siderúrgica, olaria e pedreira com estação de britagem. 
Um trenzinho faz passeios com turistas. 
É um programão para os guris. 
Artesanato e lanchonetes em casinhas européias, encantam a todos. 
No Parque das Sequóias, os turistas caminharam em meio a árvores frondosas, cultivadas pelo obstinado Curt Mentz. 
Além de sequóias, metassequóias e ginkgo biloba, a espécie mais antiga da Terra, tem veados, lebres, gralhas azuis. 
No Parque do Caracol, os turistas se divertiram a mil. 
Lá a, Cascata do Caracol, de cento e trinta e um metros, é formada pelo Rio Caracol, cujo leito tem curvas que imitam o bichinho. 
Fica num vale exuberante: cobertura vegetal nas encostas e mata de araucária no alto. 
Passeios orientados por guias. 
Aproveitando o passeio, desceram exatos seiscentos e noventa degraus e foram à base da cascata. 
No parque, brinquedos, quadras esportivas, churrasqueiras, artesanato e restaurante. 
No Vale da Ferradura, os turistas avistaram o desfiladeiro de quatrocentos metros, por onde corre o Rio Santa Cruz. 
Admiram ainda, uma exuberante mata nativa e uma cascata formada pelo Rio Caçador. 
Bela vista do mirante! 
No dia seguinte, os turistas foram passear no Parque do Pinheiro Grosso. 
Em meio à mata nativa, uma araucária de setecentos anos, velhinha, tem quarenta e dois metros de altura e é bem roliça: possuí dois metros e setenta e cinco centímetros de diâmetro. 
Já no Parque Bromberg, os turistas se deslumbraram com trezentos hectares de mata, quase toda nativa e preservada. 
Possuí dois mirantes: vista da Cascata do Caracol, do Vale do Rio Santa Cruz e do Morro do Gato Preto. 
Nos Morros Pelado, Queimado e Dedão, deles se tem espetacular vista do Vale do Quilombo. 
Em Nova Petrópolis, os turistas conheceram uma réplica de aldeia alemã no Vale dos Sinos, caminho para Gramado e Canela. 
Na Rua Quinze, ofertas de malhas, roupas de couro e artigos de pele. 
Mais tarde, foram assistir ao Rodeio Crioulo. 
Em janeiro, a farra é cavalgar animais xucros, fazê-los corcovear sem cair, disputar o tiro de laço ao bezerro, sapatear um fandango e jogar um futebol – pelada disputada com um boi dentro do campo.
A seguir, foram acompanhar o Festival de Bonecos, onde puderam apreciar espetáculos de marionetes, fantoches e teatro de sombras, com participação de russos, espanhóis, chineses, alemães. 
Em Bento Gonçalves, os turistas, logo que chegaram a cidade, foram ver o Pipa-Pórtico, um portal de entrada à altura da capital da uva e do vinho: uma pipa gigante com dezessete metros e trinta e cinco centímetros. 
No Museu do Imigrante, os turistas ao passearem pelo casarão tombado, se depararam com sala de vídeo, documentos e objetos dos imigrante italianos. 
Já na Igreja de São Bento, os turistas conheceram um monumento a Deus e ao vinho: em forma de pipa e altar feito com barris. 
Na Capela das Neves, os turistas puderam admirar a edificação construída por imigrantes durante a seca de 1907. 
Detalhe: com a falta d’água, a argamassa levou vinho. 
Ao conhecerem a Ferradura, os turistas viram o Rio das Antas contornar um morro e marcar a paisagem com uma enorme ferradura. 
Na Ponte do Rio das Almas, os turistas descobriram que esta é uma das maiores do mundo com arcos paralelos, com cento e oitenta e seis metros de vão. 
Oferece uma bela vista da Ferradura. 
Na Colônia de São Pedro, entre plátanos e araucárias, a vila de casas de pedra construída pelos italianos em 1889, com destilaria – réplica de um castelo de Vêneto – e ferraria movida por rodas d’água. 
Venda de geléias caseiras, travesseiros de pluma de ganso e artesanato local. 
Depois, os rapazes foram passear de Maria Fumaça. 
Partindo da Estação Ferroviária, ao som de bandinha, os turistas se deliciaram com o passeio, além de beberem vinho. 
Durante o passeio o trem percorre vinte e três quilômetros de montanhas e vales, com parada em Garibaldi, onde se simula um assalto. 
Passado o susto, dá-lhe champanha e música italiana até Carlos Barbosa. Por fim, assistiram a Festa Nacional do Vinho. 
A homenagem ao deus Baco acontece nos anos ímpares, em julho, com muita música e comida.
 Contudo, como ninguém é de ferro, todo ano tem o Festival do Vinho. 
Em Caxias do Sul, os turistas foram conhecer a Igreja de São Pelegrino. 
Esta construção, em estilo gótico, com pinturas de Aldo Locatelli, tem suas portas de bronze em alto-relevo e contam a epopéia da colonização italiana. 
Destaque para a réplica da escultura ‘Pietà’, de Michelangelo, doada pelo Papa Paulo VI nos festejos do centenário da imigração italiana. 
No Museu Casa de Pedra, os turistas conheceram uma construção camponesa típica do século passado, feita com pedras irregulares e decorada com móveis e objetos trazidos pelos primeiros imigrantes. 
No Museu Municipal, os turistas viram filmes, fotos, documentos e objetos pessoais e obras de arte da colonização italiana. 
Ao passearem pelas principais ruas da cidade, os turistas avistaram o Monumento ao Imigrante. 
Com estátuas de pedra e bronze com quatro metros e meio de altura, retrata um casal de imigrantes com uma criança no colo. 
No local, o Museu da Uva e do Vinho exibe utensílios centenários para fazer vinho, ainda usados nas pequenas cantinas – máquina de moer uva, balaio de colheita e engarrafador de vinho. 
Na Réplica da Cidade, os turistas se encantaram com a maquete em tamanho natural de como era Caxias do Sul em 1885, dez anos depois de sua fundação. 
A pitoresca vila tinha dezoito casas de madeira, igreja e até coreto da praça. 
No CTG Rincão da Lealdade, os turistas conheceram o Museu de Cultura Gaúcha, com objetos e instrumentos de trabalho dos primeiros habitantes, além de pratos típicos e shows de música e dança.
Mais tarde, os turistas assistiram, a Festa Nacional da Uva, realizada no segundo maior centro de exposições da América Latina. 
A mostra é feita desde de 1931 – com artesanato, produtos e vinhos da Serra Gaúcha. 
Depois, os cinco rapazes novamente partiram. 
Agora em direção as Missões. 
As ruínas das Missões guardam trezentos anos de memória, das povoações criadas pelos jesuítas espanhóis para catequizar os índios. 
São relíquias da utopia que visava construir uma comunidade cristã coletivista, onde ninguém era dono de nada, e Deus, o senhor de tudo. 
Mas entre os índios e o verbo havia a verba: bandeiras paulistas escravizaram milhares de índios. 
E a fé da Companhia de Jesus, diante desses brancos selvagens, pediu falência em 1641, quando os religiosos sentiram que os bandeirantes não estavam para brincadeira, e que era Deus no céu e ouro na terra. 
Contudo, o mundo gira e a Igreja roda. 
Tanto que, em 1680, os jesuítas voltaram, encontraram os velhos amigos índios e fundaram os Sete Povos das Missões: São Borja, São Nicolau, São Luís Gonzaga, São Miguel, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo. 
Nos povoados a disciplina era militar. 
Os índios recebiam educação esmerada, tornando-se agricultores, escultores, músicos. 
Mas o sonho não resistiu ao toma-lá-dá-cá entre Portugal e Espanha, quando, sem consultar os índios e os jesuítas, as duas coroas assinaram um acordo, passando as terras das Missões para os lusos. 
Os guaranis se revoltaram até o massacre. 
E o fim vive em ruínas. 
São Ângelo registra sonhos de diversas épocas. 
A Catedral Metropolitana está no mesmo local da igreja missioneira de 1707, com traços renascentistas e barrocos, estátuas do austríaco Valentin von Adamovich e afrescos de Tadeu Martins. 
O Monumento ao Índio Guarani homenageia o herói Sepé Tiaraju, que defendeu o território contra os espanhóis. 
E a plataforma da Estação Ferroviária entrou para a história em 1924, quando Luís Carlos Prestes partiu daqui com sua tropa para o movimento conhecido como Coluna Prestes. 
As ruínas jesuíticas de São Miguel, tombadas pelo Patrimônio da Humanidade, são o mais impressionante monumento deixado pelas Missões – colunas, arcos e capitéis erguidos com pedras empilhadas, sem argamassa. 
A igreja renascentista exibe blocos de mais de mil quilos e paredes com espessura de até três metros.
Restos de construção revelam prédios que abrigaram a prisão, um refeitório com adega, salas de aula, oficinas de carpintaria, o hospital e a casa de recolhimento, abrigo de órfãos e mulheres desamparadas.
E no Museu das Missões, projetado por Lúcio Costa, mais de cem estátuas da arte missioneira, em estilo barroco e com traços indígenas. 
À noite, as ruínas de São Miguel ganham vida com o espetáculo de som e luz, que conta a história de Sete Povos nas vozes dos artistas como Lima Duarte e Fernanda Montenegro. 
O Santuário de Caaró, onde se veneram os jesuítas mortos pelos índios, é palco de romarias em novembro. 
E São Borja, a mais antiga povoação das Missões, ganhou fama no século passado como terra natal e jazigo dos presidentes João Goulart e Getúlio Vargas. 
Nos Pampas, os turistas descobriram que o apego ao prado e o cavaleiro, construíram a identidade do povo gaúcho. 
Isso por que, o gaúcho surgiu nas coxilhas, na relva macia das planícies arredondadas por colinas suaves, filho mestiço de índios, portugueses e espanhóis. 
Sentinela do campo, tornou-se pelejador por necessidade, para defender sua posse – e afinal, é a fronteira do Brasil. 
Tornado gaúcho por menosprezo, transformou o apelido em tradição, numa auto-elogio que ele cultiva e venera. 
Ser gaúcho é ter raízes nas estâncias, no fogo de chão que faz da terra a mesa de seu churrasco, no chimarrão que sorve silencioso, no pilchado autêntico do vestuário. 
Ser gaúcho é orgulhar-se das bombachas – as calças folgadas presas ao tornozelo –, das botas, das esporas, do poncho, do lenço atado ao pescoço, do chapéu de abas redondas. 
É guiar o gado, laçar o novilho, galopar o cavalo, enfrentar o rodeio e cair no fandango. 
Esse gaúcho verdadeiro, talhado nas disputas territoriais, moldado pelas trocas culturais, habita as terras da fronteira. 
Enfim, Santana do Livramento está a uma avenida de Rivera, sua irmã siamesa uruguaia sempre lotada de brasileiros por causa dos frees-shops e do Cassino de Estado. 
Uruguaiana a uma ponte da argentina Paso de Los Libres e suas ofertas de couro e lã. 
Em Rosário do Sul, o gaúcho se desnuda no verão nas praias do Rio Santa Maria, e se apresenta típico nas portas do casario português, de pé direito baixo, tomando chimarrão na calçada. 
Os sítios históricos, os muros da fortaleza de pedra, vestígios das trincheiras, os abrigos subterrâneos de armas e os museus de São Gabriel, Dom Pedrito e Caçapava do Sul revelam as lutas em que se meteram no passado. 
Alegrete, terra de Mário Quintana e Oswaldo Aranha, é reduto do fandango, os bailes campestres de danças sapateadas ao som de músicas regionais puxadas pela viola. 
Bagé também é festeira, especialmente durante a Semana Crioula, em março, quando recebe uruguaios, argentinos e paraguaios para os concursos de laço, fandango e tertúlias – reuniões típicas nas casas locais. 
Só fica tristonha no dia 24 de maio, dia de Nossa Senhora Auxiliadora: aí, as mulheres mantêm a tradição de acender velas nas janelas desde a Guerra do Paraguai. 
Por que, se um gaúcho não foge à luta, sua companheira jamais esquece o homem que tombou na batalha.  

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 18

Mais tarde, passeando pelo sul do Brasil, depois de se despedirem da festa e das narrativas, os turistas foram conhecer Porto Alegre. 
Lá, ao passar por suas principais ruas, visitaram a Catedral Metropolitana. 
Essa construção é de 1929, mas o arquiteto italiano Giovane Batista Giovenale bebeu na fonte renascentista. 
As torres lembram as igrejas das missões jesuíticas do estado. 
A cúpula de mármore branco (de setenta e quatro metros de altura) é uma das maiores do mundo. 
Sobre o pórtico, três painéis de mosaicos feitos nas oficinas do Vaticano. 
No Teatro São Pedro, os turistas se depararam com o marco cultural da cidade, com mais de cento e trinta anos. 
Em estilo barroco português, tem decoração de veludo, com detalhes em ouro. 
Considerado o teatro de melhor acústica na América do Sul, polariza a vida cultural, artística e social, desde a época em que Porto Alegre era província, e passagem obrigatória de quem seguia para Buenos Aires de trem ou vapor. 
Na Usina do Gasômetro, uma bela chaminé de cento e sete metros, é por onde deverá subir um elevador até o mirante. 
Em 1928 era usina termoelétrica. 
Hoje é um dos pontos culturais mais importantes da cidade, com quatro andares onde se realizam espetáculos, feiras, shows. 
Nesse local, tem ainda bar e enoteca. 
Na Rua da Praia (dos Andrades), os turistas se depararam com doze quarteirões no centro. 
Daqui se vê a Praça da Alfândega e suas estátuas de bronze, o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, os belíssimos vitrais do Banco Meridional, a esquina Democrática, palco de manifestações políticas e culturais, o Shopping Rua da Praia. 
No Museu de Arte do Rio Grande do Sul, os turistas puderam ver duas mil peças, entre cerâmicas, esculturas, tapeçarias e pinturas, num prédio neo-renascentista alemão do arquiteto Adolf Gundlasch. 
Aproveitando o ensejo, os turistas viram as pinturas: ‘O Menino e o Papagaio’, de Portinari, ‘Composição’, de Di Cavalcanti, e obras de Iberê Camargo, como ‘Figura e Intenção’, ‘Paisagem’ e ‘Carretéis de Fundo Azul’, entre outras. 
Já o Museu Júlio de Castilhos, o casarão do século XIX da família Castilhos, guarda peças, armas, roupas, utensílios e documentos que auxiliam a entender a intrincada história gaúcha. 
Foi ali que os turistas se deslumbraram com o rico acervo do casarão que incluía também, aspectos da cultura indígena, das Missões, da Revolução Farroupilha, da Guerra do Paraguai, das correntes migratórias, e dos primeiros anos da República Rio-Grandense. 
No pátio, canhões da Revolução Farroupilha. 
Já no Banco Museu do Banco Meridional, num prédio neoclássico de 1927, estão cédulas brasileiras de 1771 até os dias de hoje. 
Este local, engorda seu acervo, graças às sucessivas políticas econômicas oficiais. 
Trata-se na real, de um monumento à inflação. 
Ao passearem pelo Palácio Piratini, os turistas se deslumbraram com um projeto neoclássico à la Luís XV do arquiteto francês Maurice Cras. 
Na ala residencial, móveis barrocos comprados em Paris, na inauguração da Torre Eiffel, em 1889. 
As pedras, o calcário, e parte do cimento também vieram ‘de France’. 
Mural com dezoito painéis de genovês Aldo Locatelli – um deles conta a ‘Lenda do Negrinho do Pastoreio’. 
Ao visitarem o Palácio dos Açorianos (Prédio da Prefeitura), os turistas logo que avistaram a construção de 1901, projeto do arquiteto italiano Carrara Colfosco, perceberam, em sua fachada, os símbolos do trabalho e da agricultura - de bronze, e leões de mármore, junto às escadas laterais. 
Um estátua da deusa grega Ceres, exprime a fartura. 
Há ainda, uma réplica da Estátua da Liberdade, um símbolo da história e da democracia, e uma figura representando as ciências, além da Estátua da Justiça e da República. 
Na Casa Torelly, os turistas conheceram uma outra construção em estilo neoclássico, de 1888, tombada pelo patrimônio histórico, por ser modelo de residência urbana em Porto Alegre. 
Detalhes neo-renascentistas, sancas e baixos relevos centrais em estilo neo-clássico. 
Motivos florais nos capitéis e arcos e nas bandeiras, reinterpretam o estilo renascentista. 
No Chalé da Praça 15, os turistas se depararam com uma construção pré-fabricada em estilo normando, de 1855, trazida da Feira Internacional de Buenos Aires em 1915. 
Restaurado, mantém lustres e ladrilhos originais. 
É um lugar agradável para um almoço ou um drinque. 
Mais tarde, no Cais do Porto, os turistas passearam em meio a sólidos armazéns de arquitetura portuguesa. 
Com um pórtico de entrada com estrutura de ferro emoldurado por vitrais, foi encomendado em Paris em 1919. 
Nos muros que fecham o cais, artistas plásticos pintaram murais coloridos. 
Na Praça da Alfândega, há vários documentos, entre eles a Carta-Testamento de Vargas. 
Neste local, também tem uma feirinha de artesanato local. 
Ao passarem pelo Monumento ao Laçador, os turistas se encantaram com a estátua de bronze de um gaúcho típico, esculpida por Antonio Caringi e inaugurada em 1954. 
Virou o mais perfeito símbolo da cidade. 
No Monumento a Júlio de Castilhos, os turistas descobriram que se trata de uma homenagem do escultor Décio Vilares, ao ex-governador do Rio Grande. 
Lembra a passagem do principal líder dos republicanos e simpatizante do positivismo. 
Ao passarem pelo Monumento aos Açorianos, os turistas se depararam com a homenagem aos colonizadores portugueses. 
Neste monumento, figuras humanas formam o desenho de uma caravela. 
No Calçadão de Ipanema, os turistas conheceram um lugar tranqüilo, muito embora assemelhado com o calçadão carioca. 
Aqui tem ciclovia, churrasqueiras, mesas, bancos, aparelhos de ginástica, quadras de vôlei, chuveiros. 
No Parque Farroupilha, também conhecido como Parque Redenção, os turistas se deparam com trinta e sete hectares de verde, árvores centenárias e espécies nativas da região. 
Na primavera florescem os ipês-roxos. 
Com isso, aproveitando o clima bucólico, os turistas resolveram fazer um passeio. 
Foi assim que viram os aparelhos de ginástica, a pista de atletismo, a feira de artesanato, mercado de antigüidades. N
os fins-de-semana, há shows no parque, os quais os turistas trataram de assistir.
No parque, tem ainda, o Mercado Público do Bom Fim, com bares freqüentados pela moçada. 
No dia seguinte, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, os turistas aproveitaram para fazer uma longa caminhada. 
Esse parque, junto ao Rio Guaíba, tem trezentos mil metros quadrados de área verde. 
Na Estância da Harmonia, sentiram o clima da tradição gaúcha – com churrasco e chimarrão. 
Avistaram também a pista de aeromodelismo, as quadras de vôlei e futebol. 
Aproveitando então a ocasião, os turistas, depois de fazerem um longo passeio a pé, alugaram cavalos, e cavalgaram um pouco. 
No Parque Moinhos de Vento, os turistas se depararam com pistas de patinação e trekking, quadras poliesportivas, e réplica de um moinho de vento. 
Ponto da moçada, coalhado de barzinhos, cinemas, lanchonetes e cafés. 
Mais uma vez, os turistas se esbaldaram com o passeio. 
No Centro de Tradição Gaúcha (CTG-35), os turistas puderam ter um maior contato com as tradições gaúchas.
Esses CTG’s, existem em todo o país, e só no Rio Grande do Sul são quase dois mil. 
Lá os gaúchos honram a terra, o homem, o nome. 
Nas mesas, sempre haverá um bom churrasco, um bom vinho, um bom chimarrão. 
No palco, geralmente aos pares, os grupos sapateiam transformando a bota num instrumento de percussão. 
Os homens floreiam o passo, saltitam, rodopiam, se ajoelham nos fandangos, nos balaios, nas chulas e chimarritas, que lembram o vira, a dança portuguesa. 
Mais tarde, os viajantes aproveitaram para passear pelo Rio Guaíba. 
De lá, observando a cidade ao longe, mais parece uma pequena Manhattan. 
Além disso, aproveitando as duas possibilidades de passeio, os turistas, utilizando-se do Barco Noiva do Caí, que sai da Usina do Gasômetro, saíram em excursão pelas águas do rio.
Havia ainda um outro barco que poderia ser alugado, o Cisne Branco – que sai do portão central do porto, mas eles preferiram esta embarcação.
Durante a Semana Farroupilha, os turistas assistiram a festa mais tradicional do Porto Alegre, e a que mais lembra a aludida revolução. 
Nesta festa, danças, músicas típicas, debates e parada cívica, são realizados em 20 de setembro, feriado municipal. 
Depois, os turistas foram fazer compras no Mercado Municipal. 
Nesse prédio neoclássico de 1869, vende-se peixes, frutas, verduras e artigos típicos gaúchos, mangos (chicotes) e erva de chimarrão. 
A seguir, foram até ‘Banca 40’ tomar sorvete com nata e comer uma bomba – os quais, são receitas intocadas há meio século. 
Após, foram a Casa de Cultura Mário Quintana, ex-Hotel Majestic, é uma construção neoclássica de 1923, do arquiteto alemão Theo Wiedersphan. 
São dois prédios cor-de-rosa, interligados por passarelas suspensas sobre uma via pública. 
Foi ponto de encontro de intelectuais, políticos e artistas, como os presidentes Vargas e Goulart, o escritor Érico Veríssimo, os cantores João Gilberto e Dalva de Oliveira. 
Foi casa do poeta Mário Quintana, de 1968 á 1980, até o último dia de vida do Majestic como hotel. 
Restaurado em 1990, o espaço é um dos maiores centros culturais da América Latina, com dezessete salas de cinema, galeria de arte, etc. 
No Café Concerto, os turistas ouviram jazz, durante o cair da tarde. 
No terraço, lá da cúpula, vê-se o Guaíba, as ilhas, o cais e aprecia-se um esplêndido pôr-do-sol.
Depois os turistas foram conhecer os Aparados da Serra. 
Abrupto, de repente da montanha faz-se o abismo e os campos de cima da serra, mansos e ondulados, ora verdes, ora dourados, desaparecem sob os pés.
E o que era firme, seguro, esvai-se em ribanceiras de até um quilômetro de profundidade, por onde escorrem impávidas as cachoeiras, que aqui se contam às dezenas. 
As montanhas se separam umas das outras por quase duzentos e cinqüenta quilômetros, em paredões extraordinariamente verticais. 
Em busca do sol, a vegetação se espicha pelas escarpas, dando vida às pedras. 
Nos vales inacessíveis sobrevivem jaguatiricas, lebres, veados e, ainda mais raro, araucárias do tempo do descobrimento. 
No dia seguinte, os turistas foram conhecer a Lagoa dos Patos. 
Pela margem oeste, os turistas foram cantando, vendo marrecos sorridentes, acompanhando o vôo sinuoso dos biguás, e pescando nas águas claras do lago. 
Depois, refestelaram-se nas areias brancas das Praias da Barra do Ribeiro. 
Em Tapes, os turistas se depararam com um outro balneário sossegado. 
Esta praia, com pequenas faixas de areia, é formado por mini-praias na orla da lagoa. 
Por aqui não há hotéis, e uma barraca vira peça indispensável, quando o corpo dá sinais de que está pescando de sono. 
Mais tarde, em São Lourenço do Sul, os turistas se deparam com uma praia mais agitada. 
Ali, campeonatos de jet-ski e de vela animam o pedaço. 
Colonizada por alemães, ela entorna o chope em outubro e vive apinhada na temporada. 
As praias da lagoa – Ondinas, Nereidas e Barrinha –, enfeitadas de palmeiras e figueiras, são privilegiados camarotes, para ver o melhor espetáculo da lagoa, o pôr-do-sol. 
Delas partem barcos de aluguel, para passeios ou para pesca de camarão, tainha, linguado e corvina. 
Adiante, surge Pelotas, segunda cidade mais importante do estado. 
Vizinha do Balneário do Laranjal, é a maior praia à beira da Lagoa dos Patos. 
Pelotas conserva construções art-noveau do século XIX, e estruturas em ferro trabalhado – herança dos ingleses do início deste século. 
Aqui, a vida noturna é agitada, com infra-estrutura de metrópole. 
A seguir, procurando conhecer melhor a região, os turistas se aventuraram pela trilha bruta. 
Nesta trilha, o desafio é vencer a restinga de trezentos quilômetros que separa a lagoa do mar, de Palmares do Sul à São José do Norte. 
Há dois caminhos: à beira-mar, na trilha ‘engole-automóveis’, ou pela estrada de terra ‘a estrada do inferno’. 
Porém, antes de partir, foram advertidos de que se pegassem a trilha pela praia, deveriam rezar para São Cristóvão – o padroeiro dos motoristas. 
Por que se o carro enguiçar e a maré encher ou bater a ressaca no oceano, é tchau e benção: as águas engolem tudo – e as carcaças que estão semi-enterradas na areia provam isso. 
Já pelo continente – a escolha feita pelos viajantes – a opção é ficar de olho no céu. 
Se chover, você atola no barro, se ficar muito seco, encalha nas areias. 
E não adianta chamar pelos santos. 
Isso por que, a estrada é quase sempre deserta. 
Por esta razão, os turistas, precavidos que eram, levaram ferramentas e apetrechos para tirar o carro do atoleiro, além de comida para forrar o estômago. 
Como recompensa, depois de inúmeros imprevistos na viagem, os turistas se deslumbraram com a revoada dos pássaros do maior refúgio de aves migratórias do Sul do Brasil. 
Só na Lagoa do Peixe, há cento e vinte espécies diferentes – flamingos, gansos marinhos e cisnes-do-pescoço preto. 
Entre o balneário de Quintão e o Farol de Mostardas, mastros e cascos de barcos naufragados no ‘cemitério de navios’ – vestígios das violentas tempestades de inverno que atingem esta parte da costa. 
Barbaridade tchê! 
Mais tarde, o litoral gaúcho, de Torre ao Chuí, é uma extensão de praias nuas, quase sem vegetação. 
Não fossem às dunas e as lagoas que separam a serra do mar, tudo seria irremediavelmente triste. 
Mas não. 
Este litoral imita um farol: no verão ele se acende, ilumina a costa, e em muitos balneários da costa se torna um minúsculo maiô – pequeno demais para cobrir a pele de tantos veranistas, à procura de um lugar ao sol. 
No inverno porém, ele se apaga, entregue às forças terríveis do vento minuano, que sopra forte e espanta os banhistas mais empedernidos. 
Aí todo o litoral parece um poncho – grande demais para pingüins, focas e leões-marinhos, que vez ou outra se exibem na praia. 
A seguir, em Gramado os turistas foram visitar a Igreja Matriz de São Pedro. 
Construída com blocos de basalto na década de trinta, seus vitrais contam a vida do apóstolo Pedro e de Jesus Cristo. 
Tem uma torre de quarenta e seis metros de altura. 
Um encanto! 
No Museu Professor Hugo Daros, os turistas se depararam com peças agrícolas e de uso doméstico dos colonos – ferros de passar, máquinas de costura, roupas, peças sacras, e até coleção de borboletas de Gramado. 
No Centro Cultural, os rapazes conheceram o museu de arte com quadros de artistas locais, e um cineteatro, onde passam o filmes do Festival de Cinema, com ingressos baratíssimos, um dia depois de vistos pelo público vip. 
No dia seguinte, foram visitar o Lago Negro. 
Trata-se de um lago artificial circundado por bosques. 
Na época de Natal, um grande concerto encerra as festas natalinas às margens do lago. 
Na Cascata dos Narcisos, os turistas avistaram um ambiente arborizado. 
Porém ao se aproximar do lugar, se depararam com águas poluídas. 
No Minimundo, os turistas voltaram a infância, e se divertiram com as réplicas de castelos europeus, estação ferroviária, pontes, moinho de vento. 
Já no Parque Knorr, os turistas se depararam com uma reserva natural de setenta mil metros quadrados, com pinheiros, trilhas e jardins floridos. 
As enormes pedras servem de mirante. 
No Vale do Quilombo, os turistas se deslumbraram com o mirante que oferece uma bela vista da região, num vale com altas escarpas ao lado da serra. 
No caminho, pela Linha Vinte e Oito, construções italianas e alemãs. 
As casas dos colonos, a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, sua Fonte dos Amores e a Capelinha de São Valentim, são parte do lugar. 
Na Linha Bonita, os turistas viram casas de madeira dos imigrantes italianos do início do século. 
Aqui, um secular moinho com roda d’água, e o Museu Fiorezzi, com objetos agrícolas dos colonos, oferecem um agradável passeio pela região. 
Depois, degustaram vinhos e queijos da região. 
Passeando de trem, pela cidade, os turistas, se deslumbraram com o passeio. 
Depois, os turistas foram assistir a Festa da Colônia. 
Nos anos pares, em fevereiro ou março, os colonos expõe a produção do campo. 
Depois, vem as danças e músicas típicas alemãs e italianas. 
Mais tarde, os turistas acompanharam o Festival Nacional de Cinema, no Palácio dos Festivais. 
É nesse cenário que se exibem os filmes, e a mostra cinematográfica da América Latina é o maior tititi da cidade. 
Depois, na Chocofest, os turistas se deslumbraram com arte de chocolate estampada num mundo encantado de casas de bruxas, árvores, bonecos e enfeites. 
No final da mostra, na Páscoa, as crianças devoram tudo. 
Mais tarde, os famosos chocolates caseiros e artigos de inverno, nas lojas da cidade, foram alvo das compras dos turistas. 
Depois, os mesmos foram ver os artigos de palha, madeira, tapetes e tecidos no Lago Negro. 
Gramado é mesmo deslumbrante!

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 17

A seguir, os turistas, fascinados com a cultura da região, ouviram do contador de história, detalhes sobre as tradições gaúchas. 
Sul Pastoril
Os bailes pastoris se realizam depois da Missa do Galo, compreendem as pastoras, (ou pastorinhas), o terno e o rancho. 
São grupos caracteristicamente vestidos que desfilam pelas ruas e visitam casas, onde cantam e dançam em homenagem ao nascimento do Menino Jesus, durante as Festas Jesuínas. 
Estas comemorações propagaram-se por todo o Brasil, especialmente no Nordeste. 
Instrumentos musicais: ganzá, cavaquinho, violão, flauta, viola, trombone, etc. 
Pastoras ou Pastorinhas
São blocos compostos de mulheres, e às vezes também de homens. 
Formam dois ranchos ou cordões, que recebem o nome conforme a cor das vestimentas - no Nordeste cordão azul e cordão encarnado. 
São rivais e desfilam pelas ruas, até se encontrarem em determinado local, onde ambos cantam e dançam, fazendo exibições em disputa da primazia. 
O julgamento é feito pelo povo, e a vitória cabe ao que for mais aplaudido. 
As pastoras levam pandeiros enfeitados de fitas, que tocam em acompanhamento, marcando o ritmo e o compasso. 
Conduzem, também, lanternas de papel acesas. 
Outras vezes, usam chapéus floridos, trazendo cestinhas com frutas e flores, que simbolizam oferendas ao Menino Jesus. 
As personagens são anjos, borboletas, a mestra, a contra-mestra, a diana e o velho. 
Marcham pelas ruas e param em certos pontos onde cantam e dançam. 
Na Bahia são chamadas terno ou rancho
Terno: O terno é composto de pastores e pastoras, uniformizados de branco, ou de qualquer outra cor. 
Apresentam-se de maneira mais aprimorada, e vestem-se com mais elegância do que o pessoal do rancho. 
Os músicos vão na frente. 
Os participantes formam pares. 
Os homens conduzem pandeiros e uma flecha com uma lanterna acesa na ponta. 
As mulheres levam castanholas. 
Tocam quadrilhas, valsas e polcas, e dançam até o raiar do dia. 
Rancho: Tem como característica principal o gosto pelas vestimentas vistosas e variadas. 
E esta variedade, precisamente, que empresta ao rancho o seu sabor especial, seu fausto, seu esplendor, realçado pela estonteante mistura de cores dos trajes profusamente adornados de lantejoulas e pedrarias. 
Distingue-se das pastoras e do terno sobretudo por apresentar baliza e porta-estandarte. 
Exige também um mestre-sala e uma ou duas figuras que dão o nome ao estandarte. 
Antigamente, eram o burrinho e o boi do presépio; com o tempo surgiram outras figuras de bichos, sereias, astros e plantas. 
A dança do rancho consiste numa luta entre o animal – símbolo totêmico do rancho – e o seu guia, que será caçador no caso da onça; pescador quando o símbolo for peixe. 
Trata-se, pois de uma pantomima totêmica, o que demonstra a influência indígena. 
A dança terminada, o rancho some na escuridão da noite, à luz rubra dos archotes fumegantes.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 3 – REGIÃO SUL CAPÍTULO 16

Quanto ao João-de-barro, contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. 
Melhor dizendo: apaixonaram-se. 
Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. 
O pai dela perguntou: 
-- Que provas podes dar de sua força, para pretender a mão da moça mais formosa da tribo? 
-- As provas do meu amor! - respondeu o jovem. 
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido. 
Então disse: 
-- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum, e morreu no quarto dia. 
-- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei. 
Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. 
O velho ordenou que se desse início à prova. 
Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando, para que ele não saísse, nem fosse alimentado. 
A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. 
O tempo foi passando. 
Certa manhã, a filha pediu ao pai: 
-- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer. 
O velho respondeu: 
-- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece. 
E esperou até a última hora do novo dia. 
Então ordenou: 
-- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé. 
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. 
Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. 
Sua pele estava limpa, e cheirava a perfume de amêndoa. 
Todos se espantaram. 
E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro, enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro! 
E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. 
E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta, onde desapareceu para sempre.
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
 A prova do grande amor que uniu esses dois jovens, está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. 
E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.