Poesias

sexta-feira, 24 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 92

CAPÍTULO 92

Na cidade de Goiás, tiveram o privilégio de conhecer o Goiás Velho. 
No calçamento de suas ruas, todas desiguais em tamanho e nivelamento, estão denunciados os passos lentos e pesados de muitas patas de boi. 
Hoje, porém, ao invés de bois, são os cavalos que estalam suas ferraduras nas pedras. 
Foi nessa histórica cidade, que conheceram a Casa de Cora Coralina. 
Neste casarão, na beira da ponte foi onde viveu a poetisa ingênua e a doceira de mão cheia Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a famosa Cora Coralina (1889-1985). 
Na construção colonial de 1682 – uma das primeiras casas da cidade – está tudo o que ela deixou: móveis, livros, rascunhos literários, documentos e cartas de remetentes ilustres como Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. 
Até suas roupas floridas continuam no cabide do quarto. 
Na cozinha, os tachos de cobre onde Cora fazia doces cristalizados – seu ganha pão durante muito tempo. 
Escritora desde os catorze anos, estudou até o terceiro ano primário, aprendeu a fazer contas aos setenta anos e publicou seu primeiro livro aos setenta e cinco. 
No quintal da casa está a bica de água mineral, fonte que a inspirou assim: 

“Biquinha és banho e refrigério, 
Copo de água cristalina e azul 
Para a sede de quem fez 
A longa caminhada 
Às vertentes do passado 
E volta vazia às origens 
Da sua própria vida.” 

Em seguida os turistas visitaram a Igreja Nossa Senhora da Abadia. 
Construída pelos escravos e para os escravos em 1790. 
O altar é todo talhado em madeira, pintado de azul e ouro, de autoria desconhecida como a pintura no teto, que representa Nossa Senhora no céu com os anjos. 
Ademais, a imagem da padroeira de Veiga Valle decora o altar. 
Ao visitarem a Catedral de Sant’Ana, os turistas descobriram que esta fora a quarta igreja construída no mesmo lugar. 
Em 1727, era apenas uma capela e ruiu. 
Em 1743, erguida uma igreja barroca no lugar, também ruiu. 
Novamente, em 1949, foi construída uma igreja barroca em seu lugar. 
Mais uma vez, a edificação construída ruiu. 
Depois, novamente erguida uma edificação, desde 1958, elevada a condição de catedral, continua firme como tribuna pastoral de Dom Tomás Balduíno desde 1967. 
Na Igreja de São Francisco de Paula, ao avistarem sua fachada branquinha, emoldurada por portas e janelas azuis, os turistas trataram logo de entrar. 
Ao adentrarem a construção, foram logo observando seus detalhes arquitetônicos, como o centro do altar onde está a imagem de Bom Jesus dos Passos, trazida de Salvador em 1745 e usada na procissão da semana santa. 
Contudo a surpresa maior estava no teto. 
Os turistas ao lançarem os olhos para o teto da igreja, puderam ver passagens da vida de São Francisco. 
Ademais, do pátio da igreja a vista da cidade é lindíssima. 
Por conta dessa visão puderam vislumbrar toda a magnitude da cidade. 
Contudo, como ainda tinham muito o que ver, trataram logo de visitar a Igreja do Rosário. 
Esta edificação, construída pelos dominicanos em 1959, é um templo de pedra, que apresenta uma torre solitária e arcos góticos. 
Em suas paredes laterais, está pintada pelo Frei Nazareno Canfalone, a Via Crucis. 
Além disso, esta igreja, ocupa o espaço da antiga Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, demolida em 1920. 
Quando os turistas foram visitar a Igreja de Santa Bárbara, e ao perceberem que a mesma estava fechada, trataram de subir seus oitenta e sete degraus e contemplaram a cidade do alto. 
No Museu das Bandeiras, os turistas passearam pelo enorme casarão de pé direito duplo sustentado por seculares vigas de madeira, construído em 1761. 
O andar térreo era cadeia, o de cima, Câmara Municipal. A prisão úmida, lembra uma enxovia e funcionou até 1950. 
As duas celas coletivas têm paredes de um metro de espessura e grades grossas. 
No piso superior estão documentos, fotos, louças e objetos domésticos da época do império. 
Tudo explicado em painéis históricos. 
Na praça, próxima do museu, há uma fonte com chafariz de cauda, de 1778. 
No Palácio Conde dos Arcos, os turistas conheceram o casarão de trinta e seis cômodos, que foi sede do governo de 1748 à 1935. 
Ali, móveis, louças e objetos dos noventa e oito governadores que passaram por lá, entre os quais, Felicíssimo Espírito Santo, bisavô de Fernando Henrique Cardoso. 
Depois, os viajantes conheceram o Quartel. 
Foi este local, que durante a Guerra do Paraguai, serviu de hospital militar. 
Hoje o pátio interno serve de palco para festas populares. 
Depois, os turistas aproveitaram para andar de charrete pela cidade, bem como por seus arredores. 
Mais tarde, aproveitaram também, para descer de bóia, o Rio Bagagem. 
No dia seguinte, acompanhados de um guia, visitaram a Serra Dourada. 
Pela estrada para Aruanã, os turistas chegaram até a serra. 
Porém, passando pela estrada, os turistas avistaram um túnel de dois metros de altura, cavado por escravos no morro da Bandeirinha, o qual dá acesso a vários salões, e acredita-se que sai do outro lado do morro, onde se encontra uma outra estrada. 
De acordo com o guia, documentos de 1839 contam que dois alemães entraram no túnel e nunca mais voltaram. 
Um padre, indignado com o descaso do governo, também resolveu ir atrás deles e também sumiu. 
Por isso mesmo, os turistas acharam por bem, entrarem acompanhados do guia. 
Isso por que, ninguém conhece os mistérios do lugar. 
Após, na serra que contorna a cidade, e que esconde rios, cachoeiras e ribeirões que deságuam no Rio Vermelho, foram passear. 
Neste lugar, a vegetação de cerrado convida a caminhadas entre flores silvestres, ipês-amarelos e esculturas naturais, escavadas pela ação do tempo nas rochas. 
Por fim, o pôr-do-sol dá nome à serra. 
Assim, voltaram a Goiás. 
Foi então, que de volta a cidade, aproveitaram para participar da Semana Santa. 
Na quarta feira, tem a procissão do fogaréu, que simboliza a busca e a prisão de Jesus. 
Nessa procissão, os fiéis saem com tochas na mão ao som de tambores e de músicas barrocas chamadas ‘moletes dos passos’, compostas em 1855. 
Na Igreja do Rosário ocorre a ceia do Senhor. 
Depois, na Igreja de São Francisco, encenação da crucificação de Cristo. 
A seguir, os turistas aproveitaram para comprar algumas pinturas, produzidas por Goiandira Ayres de Couto, as quais são feitas a partir de 551 tons diferentes de grãos de areia coloridos da Serra Dourada.
As pinturas são de casarões e paisagens de Goiás dessa artista, que já expôs em mais de trinta países do mundo. 
Passeando pelas ruas da cidade, conheceram ainda o Mercado Municipal e um museu improvisado, com peças artesanais. 
Com isso, depois de tantos passeios turistas despediram-se da região, e novamente partiram.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 91

CAPÍTULO 91 

Em Caldas Novas, os turistas também, aproveitando os encantos do lugar, foram conhecer a Lagoa Quente de Pirapitinga.
Esta pequena lagoa de águas quentes fica situada a seis quilômetros da cidade.
Porém, apesar de ser uma lagoa, não é permitido banhar-se no local, por causa das algas de sua superfície.
Ademais, as águas, do poço da lagoa, na temperatura de 51º C (graus Celsius), não são nem um pouco convidativas para um mergulho.
Após, visitaram o Templo da Ecologia e das Artes.
Lá puderam conhecer um pouco mais sobre a história da cidade, sobre a Serra de Caldas e entender o por quê das águas quentes da região, em fotos, textos e palestras.
Com isso, resolveram conhecer o afamado Rio Quente.
Ao chegarem no local, perceberam que a água nasce pelando na Pousada do Rio Quente.
Mesmo assim, Fábio e Agemiro resolveram colocar os pés em sua nascente e sentiram como água brota quentinha da terra, e segue mornamente mais adiante.
Depois de quatorze quilômetros, a água esfria de vez.
Os demais, ao constatarem que não havia problema em se banharem em suas águas, resolveram aproveitar a oportunidade.
Lúcio, encostando-se numa pedra que aflora em seu leito parecia estar em um banheiro cercado pela vegetação natural.
Com isso, empolgados com o ambiente, decidiram fazer um passeio a cavalo pelo Parque Estadual da Serra de Caldas, uma chapada de 135 quilômetros que está a mil e quarenta metros de altitude.
Com disso, aprenderam uma curiosidade sobre os antigos habitantes do brasil, os bandeirantes.
Segundo alguns moradores, os bandeirantes, acompanhados de cachorros, sempre íam caçar na região.
Porém, em várias oportunidades, seus cães, desacostumados com a natureza do lugar, ao se aproximarem das águas quando íam caçar veados, queimavam o rabo nelas, por causa de sua temperatura.
Os cinco rapazes, ao ouvirem a história, caíram na gargalhada.
Em Pirenópolis, cidade pertencente ao estado, os turistas puderam se deslumbrar com os festejos do Divino Espírito Santo.
Antes porém, os turistas visitaram a cidade.
Ao visitarem a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, deslumbraram-se com a construção de taipa de 1732.
Nela, duas grandes torres abrem o caminho da imponente nave com teto pintado por Inácio Pereira Leal.
A arquitetura e o entalhe dos cinco altares são de autores desconhecidos.
Um arco, com dois anjos esculpidos, separam a nave do altar-mor.
As imagens da sala lateral, que protegem os devotos, estão protegidas por grades, para evitar a ação de larápios, vândalos e congêneres. 
Ao conhecerem a Igreja Nossa Senhora do Carmo, os rapazes viram a beleza da igreja colonial, que apresenta três altares.
Os dois laterais bebem na fonte barroco-rococó e o altar-mor foi tão reformado, que perdeu as formas originais.
Foi erguida em 1903 por um rico minerador.
Dizem que as filhas dele se gabavam de pisar em pepitas de ouro e terminaram a vida na sarjeta.
Nesta igreja está o Museu de Arte Sacra, com peças que pertenciam à antiga igreja do Rosário dos Pretos, demolida na década de quarenta.
Na Igreja de Nossa Senhora do Bonfim, em estilo colonial de 1754, erguida no ponto mais alto da cidade, a imagem do Cristo crucificado, em tamanho natural, encaixada num nicho atrás de uma porta pintada com os mesmos motivos e dimensões, é deslumbrante.
A imagem foi trazida de Salvador pelos escravos em 1755.
O Teatro de Pirenópolis, os turistas descobriam que fora construído em 1899, com donativos da população, e inaugurado em 1901.
Era aqui que se encenavam as peças portuguesas, tão longas que havia uma espécie de berçário no piso superior – e o xixi das crianças caía sobre a cabeça dos espectadores.
Registra-se também, uma passagem tragicômica, quando a morte do ator Eugênio Costa Campos, foi calorosamente aplaudida.
O público supunha que o pobre ator estava representando seu papel.
Mas não, estava morto mesmo.
Depois, passeando pela cidade, os turistas foram visitar o Museu das Cavalhadas.
Nesta casa, Dona Maria Eunice, velha moradora de Pirenópolis, montou o museu na sala de sua casa.
São roupas e adereços usados na Cavalhada, assunto que Dona Maria conhece demais, e não se cansa de falar nele.
As aulas são informais e gratuitas.
No Museu da Família Pompeu, os turistas puderam ver o mobiliário e objetos de famílias tradicionais da cidade.
O prédio, do século XVIII, tem vocação pioneira: abrigou a primeira Tipografia do estado, a primeira Biblioteca Pública, a primeira banda de música.
Aliás, é aqui que acontecem os ensaios da Banda Phoenix, que toca na festa do Divino desde 1892.
Mais tarde, os cinco companheiros de viagem, foram passear pela Serra dos Pireneus.
Por trilhas ecológicas, avistaram vinte e seis cachoeiras enfeitadas de orquídeas.
Finalmente, ao chegarem no pico dos Montes Pireneus, a mil trezentos e oitenta e cinco metros de altitude, os cinco viajantes puderam se deslumbrar com a vista do vale e da cidade.
Como era época de lua cheia, os moradores também subiram o pico, e lá acamparam.
Depois, rezaram, realizaram batizados e pagaram promessas.
Trata-se da afamada Romaria da Santíssima Trindade, igualmente chamada de Festa da Lua.
Após, Lúcio, Flávio, Fábio, Agemiro e Felipe, voltaram para a cidade e finalmente foram assistir a Festa do Divino.
A festa, realizada quarenta dias após a páscoa, é a mais tradicional do gênero no país.
São doze dias de comes e bebes na Casa do Imperador – sorteado na cidade desde o século XVIII entre os moradores candidatos.
À original festa de origem portuguesa, foram incorporadas manifestações da cultura indígena e negra, e hoje o Divino é marcado por cortejos profanos e religiosos – são novenas, procissões, missas, reisados, congadas e danças carajás.
Os três dias de Cavalhada, são o auge da folia. Isso por que, cada dia representa uma passagem da luta de conversão dos mouros ao cristianismo – a batalha, o batismo, a confraternização.
Os figurinos são produzidos pelas costureiras que capricham nas roupas de veludo e cetim.
A festa honra o nome: é divina.
Assim, os turistas passaram longos dias aproveitando uma das festas mais espetaculares que já tinham visto.
Depois, inebriados com a beleza da cidade, foram ávidos conhecer os ateliês: de móveis do designer Maurício Azeredo; de esculturas de Flora Karan; e de artes plásticas de Ita Pereira.
Mais tarde, quando foram visitar os ateliês dos bijuteristas, os cinco turistas puderam ver delicadas peças feitas em prata, algumas inclusive, incrustadas de pedras preciosas.
Tudo isso em razão da fama nacional de Pirenópolis, considerada o maior centro de arte com prata do Brasil.
Além disso, visitando outros ateliês, viram artesanato feito em barro, palha, e até mesmo em tecidos.
Mais tarde, seguiram para Anápolis.
Pelas janelas da aeronave, puderam admiram o centro da cidade, com sua ampla praça e sua igreja.
Ao circularem pela cidade, descobriram que além de ser uma linda cidade, Anápolis é também um importante centro industrial.
Não bastasse isso, o edifício da reitoria da Universidade Federal de Goiás, era bastante imponente.
Em seguida, a bordo do monomotor, durante o passeio aéreo pela região, os turistas puderam avistar o Rio Araguaia.
Das alturas, também avistaram a Ilha do Bananal, e os bancos de areia formados durante o período da estiagem.
Nesse ponto, o rio, formando dois braços, cria a referida ilha.
Nesta ilha vivem índios da Tribo Carajá.
Estes índios costumam dançar o ritual aruanã.
Nisso, os cinco viajantes, também puderam ver os pescadores em seu trabalho no Araguaia.
Cuidadosos, lançam suas redes e calmamente esperam pelo resultado do trabalho.
Caudaloso, o Rio Araguaia, possuí uma largura média de mil e seiscentos metros.
Por fim, depois desse passeio, os turistas aproveitaram para conhecer Goiás.
Antiga capital do estado, os turistas caminharam por suas ruas históricas e conheceram os principais marcos da cidade.
Na Rua da Abadia, de paralelepípedos, os turistas puderam se dar conta da antigüidade da região.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 90

CAPÍTULO 90 

Com isso, os cinco rapazes despediram-se da região, e prosseguiram o passeio rumo a região do Pantanal.
Assim, aproveitaram para passearem de chalana – o barco da região.
Prevenidos que eram, aproveitaram para fazer o passeio logo cedo.
Com isso, antes mesmo do sol nascer, já estavam prontos para o passeio.
O próprio barqueiro aos vê-los esperando no ponto combinado, se surpreendeu.
Isso por que, os turistas haviam chegado ao ponto combinado, antes dele.
Porém, a despeito da espera, os cincos rapazes foram recompensados com um belíssimo passeio.
Logo que o sol nasceu, as aves se aproximaram do rio e uma gama enorme de animais, ficaram a espreitar por detrás das árvores.
Encantados, se admiraram ao ver uma espécie de foca brincando entre os aguapés.
O barqueiro então, percebendo a admiração dos turistas, comentou:
-- É uma ariranha. Tem uma pele macia e marrom. É muito cobiçada pelos caçadores que a utilizam para fazer tapetes e casacos.
E assim o passeio prosseguiu.
No final da tarde, os espetáculos dos ninhais – a revoada dos pássaros de volta aos ninhos – , surpreendeu e encantou a todos.
Neste evento, as garças, os colhereiros e as araras aterrissam em bandos e escolhem uma árvore para passar a noite.
E assim, os cantos, os pios, alaridos e zumbidos vão silenciando conforme caí a noite.
E assim encerrou-se o passeio.
Deslumbrante passeio.
No dia seguinte, animados, passearam de cavalo, acompanhados de um guia, pela região.
Durante o passeio, o guia comentou sobre a região, e também sobre as características do animal.
Para ele, o cavalo pantaneiro é paciente e bom de trote.
Mistura antiga dos andaluzes espanhóis, proporciona agradáveis cavalgadas por entre as baías e salinas – lagoas de água doce e salobra, as quais eram viveiros naturais das aves.
Enquanto falava, ao ver uma carandá – espécie de palmeira que guarda ninhos – pediu para que os turistas prestassem atenção na árvore.
Ao se aproximarem de uma cambará, o guia fez a mesma coisa.
A cambará, é uma árvore grandiosa e com flores amarelas, que mais parecem candelabros. Deslumbrante, de longe já chama a atenção.
Mais tarde, depois de encerrado o passeio a cavalo, e aproveitando um dia de sol, os turistas acompanharam o trabalho dos peões com o gado.
Durante o trabalho, os peões laçam baguás, bois bravos e enfrentam touros.
Por fim, aproveitaram também, para fazer um passeio de jipe.
Com a ajuda do veículo, os turistas conseguiram vencer trilhas que seriam impossíveis de serem percorridas com outro meio de transporte.
Dessa forma, visitaram fazendas e avistaram inúmeras áreas verdes.
Durante o percurso, tiveram o prazer de ouvir a afinadíssima orquestra de bem-te-vis, sábias-do-brejo, colhereiros de plumagem salmão, bicos-de-prata, araras-azuis, e outras centenas de pássaros.
Nesta sinfonia, a saracura macho canta: “Manhã eu vou”.
E a fêmea responde: “Não vem hoje”.
Já a Aracuã fêmea implora: “Quero casar”.
E o macho ameaça: “Para matar”.
A araponga verde, emite um som que mais parece uma bigorna.
O saci, de pescoço fino, topete, cauda longa e larga, produz um canto assim: “Sem fim, sem fim ...”  O tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, possuí um metro de altura e oito quilos.
Considerada o urubu do lugar, come todos os restos de animais.
Com suas penas azuis, sua cabeça negra e seu pescoço vermelho, impressiona.
Grandiosa, não é a toa que se tornou o símbolo da região.
Os turistas, em meio a natureza, ficaram deslumbrados.
Porém, conforme os dias passaram foi se aproximando o momento de prosseguirem em sua longa viagem.
Os viajantes também precisavam conhecer, o estado de Goiás.
Assim, na hora da partida, aproveitaram para se despedirem dos simpáticos anfitriões.
Sim por que durante as semanas em que passearam e admiraram a linda paisagem do Pantanal, os cinco rapazes foram muito bem recebidos em todos os lugares que passaram.
Fazendeiros e donos de pousadas, sempre os trataram muito bem.
Tão bem que certamente, além da belíssima paisagem da região, os cinco turistas, guardariam na memória a lembranças de todas as pessoas que os receberam bem, nas regiões por onde passaram.
Porém, chegada a hora de partir, os turistas subiram na aeronave e partiram em direção ao estado de Goiás.
Da aeronave, antes mesmo de pousarem, os viajantes puderam se encantar com as paisagens aéreas da cidade de Goiânia.
Ao verem o Rio Araguaia, nas proximidades da Ilha do Bananal, os turistas puderam se deslumbrar com a visão de enormes bancos de areia formados durante o período da estiagem.
Ao chegarem à cidade de Goiânia, verificaram que, com inúmeros prédios, a cidade foi planejada para ser a sede administrativa e política do estado.
E foi com essa imagem que os turistas, interessados em conhecer a cidade mais de perto, pousaram em suas proximidades.
Assim que pisaram em terra firme, foram procurar uma pousada para se hospedarem.
Em seguida, passaram a circular pelas ruas do lugar.
E assim, caminhando puderam constatar o que já haviam visto das alturas.
Que apesar dos inúmeros prédios que circundam a cidade, a região possuí inúmeras áreas verdes.
Dessa forma, caminhando e percebendo inúmeras áreas verdes na região, conheceram a Praça Cívica, lugar de onde irradiam as principais avenidas da cidade.
No Palácio das Esmeraldas – sede do governo estadual - , os turistas puderam conhecer um pouco mais sobre a história da cidade.
Além disso, conheceram o Chafariz da Boa Morte.
Ao visitarem o Monumento às Nações Indígenas, conheceram a grande obra do artista Siron Franco, solicitada pelos indígenas durante a Eco 92.
Constituída por quinhentas colunas colunas de concreto, todas com dois metros e vinte centímetros, contém objetos e inscrições indígenas, da pedra lascada até hoje.
Ademais, a vista aérea desta imponente escultura de seis mil metros quadrados, revela o mapa do Brasil, e de acordo com a hora do dia, a sombra desenha uma nova figura.
Impressionados com a visão do monumento, os cinco rapazes, mais do que depressa, foram visitar o Monumento à Paz Mundial.
Neste lugar, terra dos quatros cantos do mundo, está misturada numa ampulheta de sete metros de altura, estilizada em concreto e vidro, com capacidade para quarenta toneladas.
Nesse monumento, mais de cinqüenta países já estão representados.
Do Japão por exemplo, veio um punhado de areia com grãos em formato de estrela.
Além disso, todo ano, quatro outros países enviam sua terra.
Desta forma, a cerimônia de adesão acontece no dia mundial do meio ambiente.
Nesse dia, as crianças vestem roupas típicas dos países, e depositam a terra no monumento.
Também é uma magnífica obra de Siron Franco.
Ao conhecerem o Monumento às Três Raças, da escultora de Neusa Morais, em bronze e granito, que representa três operários – um negro, um branco e um índio –, simbolizando a miscigenação dos trabalhadores que construíram a cidade, os turistas ficaram encantados.
Depois, foram conhecer o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás.
A exposição permanente ‘Expressão da Vida’ é uma aula sobre as pesquisas da universidade.
Nesta exposição, o turista pode escolher três circuitos: Cultura Indígena Atual, Arqueologia e Tecelagem Artesanal de Goiás.
Nesses circuitos, índios do Tocantis e do Xingu, dão aulas sobre a própria cultura e participam da organização da mostra.
Entre as duzentas e dezessete peças expostas, estão cerâmicas, cestas, esculturas, canoas, arte plumária e fragmentos de fotos sobre arqueologia.
No dia seguinte, os cinco turistas foram conhecer o Museu Pedro Ludovico. Lá, as memórias do fundador da cidade, estão guardadas na casa salmão de estilo art-decô, onde viveu.
Entre elas estão fotos, porcelanas, cristais, pratarias e documentos que detalham a história de Goiás e de Goiânia.
No Bosque dos Buritis, os cinco rapazes, conheceram um patrimônio paisagístico no centro da cidade, com cento e quarenta e um mil metros quadrados, de coqueiros, buritis e árvores nativas de grande porte.
Aos domingos, ‘Domingo é Dia de Bosque’, é o programa musical que rola no parque.
Neste bosque, é inevitável o convite para o cooper matinal.
No local há ainda, lanchonetes, sanitários e o Museu de Arte de Goiânia.
O museu, composto de obras de quinhentos e sessenta e sete artistas brasileiros, é um convite a arte.
Neste acervo estão obras de Tomie Othake, Carlos Scliar, Siron Franco, Guido Viaro e Humberto Espíndola.
Com isso, Fábio, Lúcio, Agemiro, Flávio e Felipe, passaram todo o dia no parque.
Também, com tantas atrações num só lugar, dedicar um dia exclusivamente ao Bosque dos Buritis, era indispensável.
Porém, no dia seguinte, aproveitaram para visitar vários lugares.
Assim, visitaram o Bosque Mutirama.
O lugar, com um viveiro de plantas de noventa e oito mil metros quadrados, criado por biólogos, encanta os passantes.
Além disso, o parque de diversões, em meio a angicos, perobas, flamboyants e quaresmeiras, é um colírio para os olhos, não só das crianças, como dos adultos também.
Depois, visitaram o Jardim Botânico Chico Mendes.
Os cem hectares do jardim, abrigam um lago e uma reserva biológica com árvores frutíferas, plantas usadas em tinturaria, orquídeas e bromélias.
Ademais, a trilha sonora do lugar, é o som das aves do cerrado.
Circulando pelas ruas da cidade, os cinco viajantes puderam ver, pintados na fachada de oito prédios, oito pinturas de tucanos, boiadas do cerrado e desenhos abstratos, numa espécie de mini-galeria a céu aberto.
O projeto era dessas pinturas chegarem até os coletivos, porém com a crise, somente algumas linhas mantém suas obras e cores ambulantes.
Os turistas, encantados com as belezas do lugar, resolveram visitar também, a Feira da Lua, realizada sábado a noite na cidade.
Lá havia de tudo, desde quitutes caseiros a incensos.
No dia seguinte, visitaram outra feira, onde visitaram barracas de artesanato, comida natural e roupas.
A seguir, conheceram a Feira Hippie, onde, entre as seis mil barracas, havia uma imensa variedade de brincos, pulseiras, roupas e brinquedos.
Á tarde visitaram a Feira do Sol, onde há artesanato de couro, madeira e pedras.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 89

CAPÍTULO 89 

Com isso, ao final de alguns dias, mais uma vez se despediram dos moradores do lugar e novamente partiram.
Acomodados na aeronave, puderam avistar o Pantanal, suas aves e suas lagoas salgadas.
O lugar, um paraíso terrestre, convidava a todos para que se repousasse seus olhos nele.
Extasiados com a natureza do lugar, quando finalmente desceram em Campo Grande – Capital do Estado de Mato Grosso do Sul –, os viajantes puderam se dar conta de que muito mais do que abrigo de uma das florestas mais exuberantes do mundo, a região possuí belas cidades com bastante infra-estrutura.
Contudo, muito além disso, a cidade é acolhedora.
Isso por que, avenidas arborizadas são cortadas por ruazinhas calmas, que formam um verdadeiro tabuleiro de xadrez.
Além disso, a cidade é plana e cheia de verdejantes paisagens.
A população mestiça, é uma mistura de perfis índios, bolivianos, paraguaios e mestiços.
Em razão disso a cidade carrega um leve sotaque castelhano.
Ao se deparem com estas características, Agemiro, Felipe, Fábio, Flávio e Lúcio, se deram conta do quanto o Brasil é diverso e plural.
Animados com essa diversidade cultural, os cinco companheiros de viagem, passaram a percorrer as principais ruas da cidade.
Assim, passearam pelo Solar dos Baís, também conhecida como Pensão Pimentel.
Considerado um marco histórico da cidade, foi o primeiro sobrado da Avenida Noroeste, pioneiro no uso de alvenaria, foi originalmente coberto de telhas de ardósia vindas da Itália.
Além disso, o dono conseguiu que a estrada de ferro passasse ao lado da construção.
Porém, ironicamente, acabou sendo atropelado pelo trem.
O edifício com dois pavimentos, tem fachadas em estilo neoclássico e amplas bandeiras de ferro sobre as portas.
Funcionou como pensão durante os anos de 1938 até 1979.
Tombado e recuperado, tornou-se centro de Informações Turísticas e Culturais.
No Museu de Arte Contemporânea, os turistas se deslumbraram com um acervo de obras de artistas locais e de outros artistas brasileiros – doadas por Pietro Maria Bardi, que embelezam o lugar.
Há ainda, quarenta quadros do início do século da coleção da família Baís, proprietária do Solar dos Baís.
Em suas caminhadas, os cinco rapazes acabaram chegando até o Parque dos Três Poderes.
Lá, bem no meio do parque, está o Palácio do Governo e os órgãos esportivos do estado.
O parque tem reserva ecológica, lago, quadras esportivas e centro de convenções.
Andando pelo lugar, vê-se muitos moradores que aproveitavam o parque como área de lazer.
Desta forma, os turistas, aproveitando para descansar, aproveitaram para se sentar um pouco, e tirar algumas fotos do parque.
Depois, foram até o Museu de Ofiologia – Serpentário, onde uma exposição de serpentes muito comuns no Pantanal, impressionou os turistas.
No Espaço Eme-Ene Cultural, os rapazes puderam apreciar modas de viola, folclore andino, guarânias, acompanhados de comidas típicas, bem como de bebidas.
Para Lúcio, Flávio, Agemiro, Fábio e Felipe, apreciar aquela apresentação foi muito interessante.
Principalmente para Lúcio e Felipe, que durante os momentos de descanso, aproveitavam para fazer anotações sobre o passeio que estava fazendo.
No dia seguinte, interessados em conhecer um pouco mais sobre a região, visitaram o Museu Dom Bosco.
Considerado o museu possuidor do mais rico acervo de história natural e cultural indígena do estado, tem em seus ambientes, centenas de objetos das tribos Bororo, Xavante, Carajá, Moro e de índios do Rio Uaupés, colecionadas pelos padres salesianos.
O museu abriga também, fósseis de conchas da Austrália, Flórida e Itália – com sete ou oito milhões de anos –, pontas de lanças da Idade da Pedra Lascada, urnas funerárias pré-colombianas – encontradas no Pantanal –, uma coleção de conchas moluscos, mais de oito mil borboletas, dois mil e oitocentos animais empalhados, além de bonecas de palha confeccionadas por crianças indígenas e carimbos de madeira com motivos figurativos.
Com isso, depois de conhecerem a cidade, aproveitaram para visitar Bonito.
Contudo, sabendo que boa parte dos lugares que iriam visitar eram propriedades particulares, tiveram o cuidado de antes, agendar a viagem, e assim, não serem surpreendidos com eventos desagradáveis.
Prontos para a viagem, arrumaram mais uma vez as malas e de monomotor, rumaram para a bela região de bonito.
Ao pousarem em uma das inúmeras fazendas da região, os turistas puderam se deslumbrar com um cenário estonteante.
Cavernas que de tão bem esculpidas, pareciam catedrais góticas, com esculturas naturais, moldadas pacientemente por milhares de anos pela natureza.
No interior dessas cavernas, gelados riachos, brilham como pedras preciosas, refletindo os raios de sol.
Nesta região existe uma profusão de cascatas, rios, peixes coloridos, e uma vasta vegetação.
Na Gruta do Lago Azul – na Fazenda Anhumas –, como o próprio nome leva a acreditar, um inacreditável azul turquesa convidava os cinco turistas a um delicioso passeio por seu interior.
Ao visitarem a gruta, o guia lhes explicou que o lugar foi descoberto pelos índios Terena em 1924.
Entre as sete e meia e nove e meia da manhã, um raio de sol penetra através da entrada da caverna, tingindo a água de um azul intenso, e o vapor que sobe, banhado pela luz, reflete um arco-íris no ar.
No alto da gruta estão as estalactites, que, refletidas na superfície do lago, duplicam a imagem, como se as mesmas também existissem no fundo do lago.
Mas para se chegar ao lado, é necessário empenho.
E assim os turistas, ansiosos por conhecerem em detalhes o lugar, desceram duzentos e noventa e quatro degraus, a partir da entrada da gruta.
Contudo, para desapontamento dos cinco rapazes, é proibido tocar na água, para que seja preservado seu rico ecossistema.
No entanto, ainda assim, para eles, valeu a pena.
Além disso, puderam descobrir, através de informações com o guia, que em 1992, mergulhadores brasileiros e franceses descobriram fósseis de animais pré-históricos, como um bicho preguiça gigante, e uma espécie de camarão de sete milímetros só encontrada nesta gruta.
Ademais, ainda tinham muito mais coisas para verem.
Na Baía Bonita, conheceram um aquário distante sete quilômetros da cidade.
A nascente do Rio Formoso forma uma lagoa de águas transparentes.
Lembra um aquário decorado com plantas exóticas.
Além disso, com máscara e snorkel, é possível mergulhar e se ver cercado de cardumes de peixes, como o dourado e curimbas azulados, de até trinta centímetros.
E assim, diante da beleza convidativa do lugar, os turistas, após a visita ao aquário, aproveitaram para também, mergulharem nas águas do rio.
No dia seguinte, visitaram a Fazenda São Geraldo e conheceram o Rio Sucuri.
Ao chegarem, se dirigiram logo para a nascente do rio e deixaram-se levar pelas corredeiras.
Além disso, ao redor do rio, uma bela mata virgem, completava a paisagem.
Na Fazenda Cachoeira, ao percorrerem o Rio Formoso em botes infláveis, puderam extravasar toda a adrenalina em um passeio por suas corredeiras.
Porém, qual não foi a surpresa dos rapazes, ao se darem conta, depois de algum tempo, que as águas se tornaram calmas, e os mesmos se depararam com florestas virgens, tucanos, araras, veados, e até uma onça.
Como estava quente, não havia sucuris escondidas.
E mais, à beira do rio, está o Balneário Municipal, com chalés, área de camping e piscinas naturais.
Ao se depararem com o magnífico lugar, os turistas fizeram questão de ficar ao menos por algumas horas, por lá.
Não podiam mesmo perder a oportunidade de apreciar a natureza do lugar.
Tudo ali era lindo.
Porém, depois de passadas algumas horas, retornaram ao percurso original.
Assim, mais tarde puderam visitar o Rio dos Peixes, na Fazenda Água Viva.
Ao chegarem na Fazenda, para finalmente ficarem próximos ao rio, tiveram que caminhar por uma trilha que levava a cachoeiras, piscinas naturais – onde a correnteza faz massagem nas costas – e cavernas submersas.
Durante o trajeto, também puderam ver e se deslumbrar com uma cascata de três metros e com um poço – de onde se pode saltar até um lago cristalino, nome de cardumes de peixes.
Foi isso que fizeram os turistas, ao chegarem neste lugar.
Desta forma, passaram longas horas se divertindo.
Após, na Fazenda Baía das Garças, percorrendo, com a ajuda de um guia, uma trilha no meio da floresta, na descida de um rio, avistaram cachoeiras encantadoras.
E caminhando, acabaram encontrando a Cachoeira do Aquidabã, com cento e vinte metros, e muito bonita vista de cima.
De lá pode se ver o Pantanal do Nabileque, a Serra da Bodoquena, e a reserva indígena dos Cadivéus.
Lá também conheceram o Rio Aquidabã.
Já na Fazenda do Mimoso, avistaram águas azuis.
Este lugar é um ponto de mergulho.
Ali, um lago cristalino se estende por trezentos metros, penetrando em galerias formadas por paredes esculpidas pelas águas, decoradas com estalagmites.
Em total obscuridade, a caverna pode ser vista através da luz da lanterna dos mergulhadores, que focaliza a belíssima Gruta do Mimoso.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 88

CAPÍTULO 88

Como esta que o nativos começaram a relatar.
Chama-se ‘Como Nasceram as Estrelas’.
No planalto oriental do Estado do Mato Grosso vive uma tribo de índios.
Os Orarimogodogue, mais conhecidos por Bororo.
Têm o hábito de se reunirem todas as noites.
Em voz alta, contam os fatos do dia, as aventuras e as lendas.
É uma das mais vivas maneiras de perpetuarem a tradição oral da tribo.
As histórias não começam com o “era uma vez”.
O narrador inicia a lenda dizendo “eu digo a vós, meus filhos, a vós, meus netos, e vós escutais a minha palavra...”
O milho é um dos principais alimentos dos Bororo.
Um dia as mulheres foram à roça colher milho, mas encontraram umas poucas espigas.
Ficaram muito tristes, pois não podiam alegrar os maridos que saíram para caçar.
Lembraram-se então de levar uns meninos que estavam brincando para ajudá-las.
Assim, colheram muito milho e, lá mesmo na roça, socaram e fizeram bolos para os homens caçadores.
Enquanto pilavam o milho, um menino saiu com uma taquara cheia de grãos de milho e os deu para sua avó que estava na maloca.
-- Prepare bolo para eu comer com meus amigos. – pediu o menino.
Mas a velhinha não sabia que eles tinham pego aquele milho sem ordem das suas mães.
Fez o bolo e eles comeram.
Foi um trabalhão para a velhinha.
Nisso, um papagaio que estava olhando tudo, sabia da tramóia dos meninos.
Assim, os meninos, ao perceberem que foram descobertos, cortaram-lhe a língua.
Depois, bem alimentados pelo bolo de milho, pensaram em subir para o céu.
Foram à mata, pegaram um beija-flor, amarraram em seu bico um cipó, e ordenaram-lhe que voasse o mais alto possível e prendesse a ponta no céu.
O Beija-flor fez como lhe haviam pedido.
Assim, enquanto ele voava, emendaram várias cordas de cipó até perder de vista.
Os meninos foram subindo, subindo, um a um, pelo cipó céu acima...
Quando as mulheres voltaram da roça perguntaram pelos meninos.
A velhinha, de tão cansada, dormia pesadamente.
Perguntaram para o papagaio, e ele nada respondeu porque tinham lhe cortado a língua.
As mulheres começaram a procurar os meninos e nada.
Uma viu um cipó, olhou melhor e concluiu - eles subiram ao céu por aqui.
Com isso, todas começaram a gritar para que os meninos voltassem.
Mas o beija-flor cada vez levava mais alto a ponta do cipó.
E eles não quiseram voltar, mesmo suas mães implorando, chorando.
Desobedeceram.
Como castigo de sua desobediência e ingratidão, foram obrigados, todas as noites, a olhar para a terra para ver se suas mães ainda estão chorando.
E os olhos dos meninos se tornaram as estrelas...71

71 Alceu Maynard Araújo. Brasil, histórias, costumes e lendas – São Paulo: Editora Três Ltda., s/data.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 87

CAPÍTULO 87

Antes porém, pararam em Icoaraci, próximo a Belém, e compraram algumas cerâmicas em estilo indígena. 
Na Rua Soledade, puderam ver o grande número de oleiros que havia na região. 
Como eram vendidos a preços baixos, os turistas puderam comprar uma boa quantidade de produtos. 
Depois, sequiosos de conhecer novas regiões, adentraram a aeronave, e começaram a se preparar para conhecer a região de Mato Grosso. 
Mas não sem antes conhecerem a região do Amapá. 
Das alturas puderam avistar o fenômeno da pororoca, que nada mais é que o encontro das águas do Rio Amazonas com o Atlântico. 
Segundo informações contidas num guia de viagem que leram, o Rio Amazonas despeja 200 mil metros cúbicos de água por segundo no Oceano. 
E se insurgindo contra o invasor, produz ondas de até três metros, que cobrem o rio e o empurram de volta para o continente. 
Os pássaros assustados fogem em revoada, e a quilômetros ecoam as trovoadas do estrondo. 
Todos os dias. 
Os turistas, ao se depararem com o espetáculo, ficaram encantados. 
Tão encantados, que quando o piloto se ofereceu para diminuir um pouco mais a altura para que pudessem ver com mais proximidade os pássaros que voavam na direção, todos concordaram. 
E assim o piloto fez. 
Da janela, os turistas puderam avistar o movimento das aves migratórias. 
Coloridas e exuberantes, enchiam a natureza de cores. 
Flamingos, tucanos, entre outras espécies. 
Era deslumbrante. 
Depois, passaram a percorrer a região Matogrossense. 
Durante o percurso, avistaram grandes propriedades rurais, bem como pequenos vilarejos. 
Em Cáceres, avistaram um trecho do Rio Paraguai. 
Nesse ponto, viviam populações ribeirinhas que sobreviviam da pesca. 
Porém, conforme o monomotor se aproximava da cidade, os turistas puderam perceber, que apesar de pouco povoada, a cidade possuía uma boa infra-estrutura, bem como era cercada de verde por todos os lados. 
Da aeronave também avistaram a Rodovia Transpantaneira, algumas tribos indígenas no Rio Xingu e a Chapada dos Guimarães. 
Com isso, conforme a aeronave passava pela região, os turistas decidiram fazer um pouso na região de Cuiabá. 
Isso por que, estavam sequiosos por conhecer as peculiaridades da região. 
Assim, quando começaram a circular pela cidade, qual não foi a surpresa dos viajantes, ao constatarem o quão a cidade era grande e bonita. 
Com bastante infra-estrutura, não ficava nada a dever ás cidades de outros estados. 
Desta forma, passeando pela cidade, avistaram belas construções, bem como monumentos da cidade. 
Fábio, Felipe, Agemiro, Lúcio e Flávio conheceram o Colégio Estadual de Cuiabá, a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho – situada no alto de uma colina, a igrejinha de 1720 tem suas linhas inspiradas na arquitetura gótica da Catedral Notre Dame de Paris. 
Aliás, neste passeio pela cidade os cinco rapazes visitaram muitas igrejas, como Catedral do Senhor Bom Jesus – com sua fachada contemporânea e seus vitrais azuis e verdes. 
No altar da edificação, um enorme mosaico de Cristo, montado por crianças. 
Na Igreja do Rosário e na Capela de São Benedito, os turistas se deslumbraram com uma construção edificada por escravos, em estilo barroco. 
Situada bem ao lado da prainha – ponto de origem da cidade. 
A igreja tem um altar-mor pintado a ouro, em estilo rococó. 
Já na Capela de São Benedito, como era época dos festejos em homenagem ao padroeiro dos cozinheiros, os cinco rapazes aproveitaram para se esbaldar com as danças típicas da Espanha, bem como para participar da missa. 
São Benedito, considerado um dos santos mais milagrosos na região, é homenageado com comida farta e variada oferecida em várias barracas, no pátio da capela. 
Com isso, depois de se fartarem na festa religiosa, os cinco turistas foram conhecer o Museu de Pedras Ramis Bucair. 
Neste museu estão expostos inúmeros fósseis encontrados na Chapada dos Guimarães, como um fêmur de Tiranossauro de 120 milhões de anos e machados de pedra, da era pré-histórica. 
No Palácio da Instrução – construído em 1913 –, puderam ver o acervo de quatro museus: o de História Natural – com seus animais empalhados –, o de Antropologia – com urnas funerárias de indígenas –, o Histórico – com documentos e fotos do Marechal Cândido Rondon, um desbravador da região – e o de Arte Sacra – com santos e altares. 
Em suas andanças, também conheceram o Casarão do Tesouro, que guardava todo o ouro do governo, no período colonial. 
Com isso, como faz muito calor na região, os cinco turistas tiveram que parar um pouco suas andanças para tomarem um refresco. 
Depois de devidamente hidratados, os turistas visitaram o Centro Geodésico da América do Sul, no qual um obelisco de mármore marca o ponto central da América do Sul. 
Neste monumento, algumas pessoas mais místicas, tocam nele para receber bons fluídos. 
Ademais, depois dos passeios que fizeram, os turistas aproveitaram para descansar um pouco. 
Foi aí, que convivendo com os moradores do lugar, passaram a conhecer algumas de suas lendas.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 86

CAPÍTULO 86

Felipe, ao ouvir a narrativa, ficou deslumbrado.
A região do Pará era além de exótica, uma região rica em tradições culturais.
Por isso mesmo, interessado em ouvir novas lendas, continuou ali em meio aos nativos do lugar, que lhe contavam todas as lendas que conheciam.
Nisso, foi contada a história da Criação do Mundo.
Dentre as lendas carajás está a da criação do mundo.
Nesta região, todos são unânimes em afirmar que se originou do Furo das Pedras.
Um local debaixo d’água, perto do Rio Macaúba.
Seus parentes, os javaés e os xambivás, teriam a mesma origem.
Afirma-se que os animais se transformam em homens e vice-versa.
Acredita-se que os astros são povoados por seres humanos, que descem à terra.
Os índios carajás são originários de um mundo subterrâneo, onde a luz do sol penetra enquanto aqui é noite.
Aí nesse furo, viviam os antepassados dos carajás, dos javaés, dos xambivás.
Eram muito felizes e morriam de velhice só mesmo depois de terem cansado de viver.
Um dia saíram de lá, e passaram a percorrer a terra.
Entretanto, um deles, por ser muito robusto, não conseguiu passar seu corpo pelo furo da pedra.
Lá ficou entalado.
Os que estavam na terra, ao regressar, trouxeram-lhe frutos, comidas e galhos secos de árvore.
Ele observou e disse:
“Não quero ir para este lugar, lá as coisas morrem cedo.
Vejam os galhos secos das árvores.
Voltem para nosso lugar onde viveremos para sempre.”
Mas ele voltou sozinho para o fundo do buraco e os carajás ficaram na terra.
E tudo aqui era escuro...
Alimentavam-se com raízes e frutos do mato que precisavam ir catar.
Aí um menino chegou, viu uma menina.
Achou-a bonita e com ela se casou...
Depois, mandou que ela fosse ao mato buscar frutos.
E estava tudo escuro.
Aproximou-se a mãe, que desejou ajudar, mas como estava escuro para colher frutos, machucou a mão nos espinhos.
Nada podiam fazer porque estava escuro, somente quando aparecesse um raio de sol para clarear.
Então, a mãe mandou o menino buscar raízes.
No escuro, o menino pegou mandioca brava e comeu.
E começou a passar mal, deitado de costas.
Um urubu, vindo com o seu passo desengonçado, disse para os outros:
“Ele não está morto, ainda se move.”
Chegaram mais urubus, e o menino continuava de costas, com os olhos piscando...
Os urubus foram se aproximando para beliscar o menino.
Mas o caracará, mais cuidadoso, ficou voando em redor, observando.
Chegou mais perto do menino e gritou para os urubus:
“Cuidado, ele está vivo!”
Os urubus em coro responderam:
“Ele está morto!”
E a discussão começou:
“Ele está morto! Ele está vivo!”
Então o caracará foi buscar o urubu-rei, que confirmou que o menino estava vivo.
Então o caracará foi buscar o avô do urubu-rei, de bico vermelho e o cabelo ralo, que chegou e disse:
“Ele está morto!”
E pousou sobre a barriga do menino.
Então ouviu-se um estalo...
O menino pegou o urubu-rei com as mãos.
Ele se debateu, esperneou, quis fugir, mas estava seguro.
Então o menino disse ao urubu-rei:
“Quero enfeites!”
E o urubu-rei respondeu:
“Vou trazer!”
Trouxe as estrelas do céu.
O menino não gostou porque continuava escuro:
“Quero outro enfeite!”
O urubu trouxe a lua.
E o menino respondeu:
“Também não serve, ainda está escuro!”
Então o urubu-rei trouxe o sol.
E o menino ficou contente porque tudo ficou claro.
Era o dia.
A mãe então, se aproximou do urubu-rei, que passou a ensinar-lhe a utilidade de todas as coisas.
Então o menino soltou o urubu-rei.
Nisso a mãe lembrou-se de perguntar qual era o segredo da eterna juventude.
 O urubu respondeu, mas infelizmente ele estava tão alto que todos ouviram a resposta, as árvores, os peixes, os animais, menos a mãe e o menino.
É por isso que envelhecemos e morremos.
Com isso, Felipe, notando que precisava partir, despediu-se do povo da terra, assim como seus amigos, e prosseguiram viagem.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.