Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 74

CAPÍTULO 74 

Rumando para o Piauí, os turistas descobriram que, nascida em um povoado de pescadores na embocadura dos Rios Parnaíba e Poti, bem no meio da Chapada do Corisco, Teresina só virou capital em 1852, ocupando o lugar de Oeiras.
Deixou de ser Vila do Poti e passou a homenagear a esposa de Dom Pedro II, a imperatriz Tereza Cristina.
Já em 1870 a cidade aderia à campanha da abolição, criando uma sociedade emancipadora e dando alforria a dez escravas.
Seu orçamento tinha até verba especial para a libertação dos escravos.
Concebida no meio do século passado para o novo abrigo do governo provincial, nasceu simétrica por conta do mestre de obras que a desenhou como um tabuleiro de xadrez encravado na junção dos Rios Parnaíba e Poti.
Justo o lugar onde habita o Cabeça-de-Cuia, cidadão de olhos esbugalhados que há mais de duzentos anos, padece praga de mãe: só sairá do fundo das águas quando desvirginar sete Marias.
Pode-se tentar conhecê-lo, pois não é difícil se encontrar em Teresina quem afirme tê-lo visto, em noites de lua cheia, pulando por cima das águas e gemendo a aflição de nunca ter tido sequer uma única Maria.
A tentativa deve ser feita ao abrigo das mangueiras, como os turistas fizeram.
São essas mangueiras que colorem de verde a cidade.
Ademais, a vigília se transforma na oportunidade ideal para momentos gastronômicos inesquecíveis, à base de moqueca de peixe – piratininga, surubim, mandupé, piau – pescado lá mesmo (e também servido assado, na telha ou no forno a lenha) e do capote ao molho pardo.
As opções de sobremesa, são: doces de limão e de buriti, sorvetes de bacuri, caju, cirigüela, manga, umbu, maracujá e buriti.
Mais tarde os turistas foram ver a Igreja de São Benedito.
Trata-se de uma construção imponente de 1886, com belas portas de madeira entalhada.
Foi tombada pelo patrimônio histórico.
A seguir, foram visitar a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes.
Lá descobriram que a igreja data de 1961, bem mais nova que a anterior, com chão de paralelepípedos e janelas azuis.
A visita vale pelas esculturas dos mestres Dedizinho e Expedito, os principais santeiros do Piauí.
No Museu do Piauí, os turistas se deslumbraram com um casarão neoclássico, que já foi Palácio da Justiça e sede de governo.
Seu acervo tem de tudo um pouco: obras de arte, com destaque para a réplica de uma escultura de Renoir, peças encontradas nas escavações das Sete Cidades, antigos objetos indígenas e instrumentos de tortura de escravos.
No Theatro Quatro de Setembro, os turistas se depararam com um casarão em estilo neoclássico, com detalhes greco-romanos.
Inaugurado em 1893, funcionou muito tempo como teatro e cinema.
Na década de trinta, fazia sucesso as sessões noturnas de cinema falado.
Porém, precisa de cuidados urgentes: cheira a mofo e tem cadeiras rasgadas.
Já no Palácio de Karnak, os turistas visitaram o antigo Palácio do Governo, bem como seu jardim, assinado pelo paisagista Burle Marx.
Quanto a arquitetura, esta é em estilo grego.
Este prédio é usado para grandes recepções e reuniões mensais do governador com seu secretariado.
Ao passarem na Casa do Cantador, os turistas se hospedaram no lugar, juntamente com violeiros de todo o Norte e Nordeste.
Ademais, a casa possuí um acervo impressionante: gravações dos festivais, publicações especializadas, letras de músicas e repentes.
Após, foram conhecer as Praias Fluviais. Nesta região, os Rios Parnaíba e Poti banham a cidade e, na época da seca - chamada de ‘Bró’, pois vai de setembro a dezembro –, formam as coroas, os bancos de areia em suas margens ou ilhas, que são muito procuradas pelos banhistas nos fins-de-semana.
As mais freqüentadas são as do Rio Parnaíba, com bares e lanchonetes temporárias.
Não sem é claro, o acompanhamento de um belo pôr-do-sol.
Essas praias começam a aparecer em julho e somem em dezembro, com as chuvas.
No Parque da Cidade, situada à margem esquerda do Rio Poti, os turistas puderam se divertir a valer, em mais de cem mil metros quadrados de área verde, com trilhas para caminhada e quadras de esporte.
A seguir, no Parque Poticabana, os turistas, para agüentarem o calorão da cidade, foram nadar em piscinas com toboáguas – na margem direita do Rio Poti.
Logo após, foram assistir aos Festejos de São Pedro.
A festa, termina com procissão fluvial pelo Rio Parnaíba no dia do santo – que é dia 29 de junho.
Mas a festa mesmo começa quinze dias antes no Parque Poticabana, com o encontro nacional de folguedos, que reúne mais de setenta grupos folclóricos de todo o Brasil.
Há casamento caipira, quadrilhas, bumba-meu-boi, marujada e maracatu.
Shows de forró, comidas típicas, exposição de artesanato.
Tudo isso, atraí mais de duzentas mil pessoas.
Após, foram assistir ao Festival dos Violeiros e Cantadores do Nordeste.
Durante o festival, mais de cinqüenta duplas de violeiros e cantadores se revezam durante duas noites, num encontro que ocorre há mais de trinta e três anos.
Vale o improviso: a dupla recebe o mote e manda ver.
Mais tarde os viajantes foram ouvir a ‘Lenda do Cabeça de Cuia’, muito contada nas ruas da cidade. Porém, fica mais saborosa quando narrada pelas pessoas que juram tê-lo visto – e há muitas.
Símbolo da cidade, o Cabeça-de-Cuia pode ser encontrado nas lojas de artesanato da cidade, na forma de chaveiros e bonecos.
Depois, foram comprar artesanato regional em cerâmica, couro, madeira, fibras, palhas, cajuína, licores caseiros e doces no Mercado Central, e no Centro de Artesanato Mestre Dezinho.
Mais tarde, foram até a Feira de Artes, onde apreciaram exposições e shows folclóricos.
E ainda visitaram os ateliês dos santeiros Mestre Dezinho e do Mestre Expedito.
Após, foram conhecer o famoso Delta do Parnaíba.
Ele que percorre quase mil e quinhentos quilômetros, separa o Maranhão do Piauí e se despede como um artista, antes de tocar no piano.
Com os dedos da mão espalmada, os cinco canais do Rio Parnaíba formam setenta ilhas, lagoas, labirintos de igarapés e refúgios ecológicos, e criam o único delta em mar aberto das Américas.
A obra é espetacular, e como ela, só há dois exemplos parecidos no mundo: o Delta do Rio Mekong, na Ásia, e o do Nilo, na África.
Seus dedos formam as Barras de Tutóia, Carrapato (ou Melanceira), Caju, Canárias e Igaraçu.
A foz triangular, imitando a forma da letra grega delta, se espalha por oitenta quilômetros de litoral.
Entre os mangues surgem ilhotas, umas cobertas de mata, outras forradas de dunas de quarenta metros de 86 altura, paisagem que se completa com vilas de pescadores, praias desertas, florestas, igrejinhas, lavadeiras e catadores de caranguejo-uçá.
Povoado de bandos de garças e tucanos, jacarés-dopapo-amarelo, macacos-prego, cavalos selvagens, raposas e veados, o delta pode ser descoberto através de suas águas.
É só consultar os bolsos e escolher a embarcação no Porto das Barcas, em Parnaíba.
Foi desta forma que os turistas optaram por um passeio em um iate, com ar-condicionado e serviços de bordo.
E foi assim passeando, que os viajantes descobriram que a ilha mais bonita é a de Santa Isabel, a maior do delta, com oito quilômetros de extensão.
Tem lagoas, dunas e uma ponta de pedra que invade o mar e levanta cortinas imensas de água.
Na maré baixa, a água salgada fica represada nas rochas, seca com o sol e deixa uma camada de sal branquinho.
Por isso é chamada de Praia da Pedra do Sal.
O ponto de partida para o delta é Parnaíba, segunda maior cidade do Piauí.
Seu porto fluvial já garantiu muitas riquezas no passado, como atestam os antigos armazéns que abrigam o Centro Cultural Porto das Barcas – um museu do mar com lojas de artesanato, bares e restaurantes.
Outro atrativo é a Lagoa do Portinho, cercada de dunas, onde se praticam esportes náuticos.
Na vizinha Luis Correia descubra as Praias de Atalaia, Coqueiro e Barra Grande.
Mais tarde, os turistas foram conhecer o Parque Nacional das Sete Cidades, a cento e oitenta quilômetros ao norte de Teresina e o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato.
Depois, os viajantes rumaram para o Maranhão.
Oui, oui, o Maranhão foi Terra de França no reinado de Luís XIII, em 1612.
Com uma esquadra de três navios e cinqüenta marujos, o comandante Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, chegou, viu, gostou e se apossou: não havia nenhum indício da presença lusa neste pedaço do Brasil, apenas um punhado de índios nas vinte e sete aldeias de Upoã-Açu – a Ilha Grande – rebatizada de Saint-Louis, a França Equinocial.
Portugal então, sentindo que ia perder a jogada, despachou para cá um gajo valente chamado, Jerônimo de Albuquerque.
Este, chefiando uma tropa, três anos depois, colocou a francesada para correr.
Portugal julgou então, que bastava nomear um governador colonial para afastar os invasores.
Julgou mal, por que em 1641, os holandeses tomaram São Luís, prenderam o governador Bento Maciel Parente e só foram expulsos em 1645 por Muniz Barreiros.
Somente a partir daí o Maranhão passou a ser colonizado de verdade, e São Luís, ganhou status de quarta cidade mais importante do país.
Depois da Independência, o Maranhão se insurgiu duas vezes contra os privilégios mantidos pelos portugueses e as injustiças sociais – na Setembrada (1831) e na Balaiada (1841).
Com a abolição da escravatura, a economia do estado declinou e teve início a luta política das oligarquias locais.
Terra das palmeiras de Gonçalves Dias, das casas-de-pensão de Aluísio de Azevedo, do teatro de Arthur de Azevedo, do poema sujo de Ferreira Gullar, das tardes de Josué Montello e até dos marimbondos de fogo de José Sarney, o Maranhão cobre-se de dunas nos Lençóis, adormece nas vielas de Alcântara, faz-se misterioso nas inscrições rupestres de Carolina, e brilha nos azulejos dos casarões de São Luís.
Por esta razão, os turistas, quando chegaram a tão hospitaleira cidade, trataram logo de visitar o Centro Histórico.
As ruas estreitas de paralelepípedos, tem becos, escadarias de pedra, iluminação de lampiões e casarões coloniais com fachadas azulejadas.
Os que exibem azulejos de treze centímetros por treze centímetros, a cada quatro deles, formam um desenho de construções portuguesas.
Os que tem azulejos de onze centímetros por onze centímetros, formam, a cada peça, um desenho francês.
Algumas dessas construções, forma restauradas e transformadas em lojas e restaurantes.
À noite, ao passearem pelo lugar, os turistas perceberam muitos bares com mesas ao livre, que oferecem música ao vivo.
No dia seguinte, nas Galerias Subterrâneas, os turistas, ao passearem pelo lugar, descobriram que as mesmas foram descobertas ao acaso, durante as obras de restauração de ruas e de casarões coloniais.
Nos novecentos metros que já foram desobstruídos, constatou-se que o que sustenta a estrutura, são os arcos e as paredes laterais que foram construídas com argamassa e azeite de mamona.
O teto é arqueado em forma de abóboda e revestido de lajotas de cerâmica vitrificada.
A descoberta das galerias gerou polêmica.
Isso por que, muita gente diz que elas ligam a Igreja de São Luís ao Palácio dos Leões.
Outros porém, garantem que este lugar, servia de refúgio contra os invasores.
Fala-se até que é reduto da serpente adormecida que fará São Luís desaparecer do mapa assim que despertar.
Uma coisa é certa: as galerias são escuras e malcheirosas.
Mais tarde, os turistas foram passear pela Avenida Litorânea, que em seus onze quilômetros, acompanham o sinuoso contorno da costa da ilha – da Praia de São Marcos à Calhau.
Lá, tem área para ciclistas e pedestres, repleta de bares, restaurantes, choperias e danceterias.
Na Catedral da Sé, os viajantes conheceram uma igreja construída pelos jesuítas em 1690, e que virou matriz no dia 17 de janeiro de 1762.
A fachada é neoclássica graças à reforma de 1922.
O altarmor é exemplo da arte portuguesa no século XVII.
A seguir, na Igreja de Santana, os turistas se depararam com uma construção de 1790 que, apesar de predominantemente neoclássica, apresenta motivos barrocos e painéis de azulejos ornamentais.
Após, os cinco rapazes foram conhecer a Igreja do Carmo.
Esta edificação, de 1627 está intrinsecamente ligada à história de Maranhão.
Serviu de fortaleza para os portugueses na luta contra os holandeses.
Mais tarde, administrado por capuchinos, o Convento do Carmo já foi sede do Liceu Maranhense, da Biblioteca Pública e da Polícia Provincial.
Na Igreja do Desterro, os turistas descobriram que esta foi o primeiro templo do Maranhão.
Foi demolida na ocupação holandesa e reconstruída pelos moradores do bairro no século XVII.
Seu frontão tem linhas bizantinas.
No Museu de Artes Visuais, os turistas se encantaram com a coleção de azulejos da época colonial, a maioria do Porto e de Lisboa, bem como, com as pinturas de artistas plásticos maranhenses e fotos de São Luís no início do século passado.
Já na Fundação da Memória Republicana, os viajantes descobriram por que, o imortal presidente da Academia Brasileira de Letras, Josué Montello, conterrâneo de Sarney, recomenda um passeio ao Memorial, localizado no antigo Convento de Mercês.
É que o acervo foi todo doado pelo ex-presidente.
São quarenta mil livros, quinhentos mil documentos – sendo oitenta mil manuscritos –, quadros, esculturas e artesanato de diversos países e museu sacro com duas mil e quinhentas peças.
Na Casa da Cultura Josué Montello, os turistas visitaram uma biblioteca com vinte mil volumes e preciosidades publicadas no século XIX – entre elas, as obras completas de João Francisco Lisboa sobre o Maranhão colonial.
Após, no Museu do Físico Parque Estadual do Bacanga, os viajantes se depararam com ruínas da primeira fábrica de pólvora e do primeiro curtume industrial do Maranhão, ambos construídos em estilo medieval.
O sítio está ocupado por dez favelas e muitas peças da fábrica e do curtume têm sido afanadas.
O governo do estado diz que transformará a área em parque ambiental, mas diz isso há bastante tempo.
Depois, foram conhecer o Sítio do Tamancão, às margens do Rio Bacanga.
No século XIX era uma área de beneficiamento de arroz.
Restam da época da casa-grande (sede da unidade), decorada com azulejos portugueses e um trapiche, por onde a mercadoria era embarcada.
Há indícios de que a indústria utilizava a força da maré como geradora de energia.
No Forte de São Marcos, na Praia de São Marcos, os turistas descobriram que este já fora um forte, mas está fraquinho, fraquinho.
Vale ver as ruínas por causa de seu valor histórico – a edificação é do fim do século XVIII – e pela localização oferece privilegiada paisagem da Ilha de São Luís.
Na Pirâmide de Beckman, os turistas se depararam com uma peça simples, de 1910, em forma de pirâmide com base quadrangular, que homenageia Manuel Beckman, revolucionário que foi enforcado em de novembro de 1615, por liderar comerciantes, militares e religiosos contra a Estanco, o monopólio de comércio do Maranhão e Grão-Pará.
Já no Teatro Arthur Azevedo, os turistas se deslumbraram com o estilo clássico da construção.
Fundado em 1817, foi minuciosamente restaurado em 1993.
A reforma preservou o estilo da construção, incorporando conforto e novo padrão tecnológico de iluminação e acústica.
Possuí capacidade para setecentas e cinqüentas e duas pessoas.
Na Praia do Calhau, os viajantes conheceram a mais movimentada da cidade.
Com mar calmo, algumas dunas, e areia fina.
Depois, foram conhecer a Praia do Caolho.
De mar calmo, é protegida por pequenos morros e dunas.
Já a Praia Olho D’Água, possuí dunas, coqueirais e um farol de orientação aos navegantes.
A Praia de Araçagy, possuí ondas altas, e são boas para surfe e bodyboarding.
Em suas areias finas e claras, os pescadores preparam casquinhas-de-siri e caranguejo sob barracos de palha.
Na Praia São Marcos, também conhecida como Praia da Marcela, é a mais jovem e animada, também freqüentada por surfistas.
Possuí em sua orla, barracas que vendem camarões, peixes fritos e caranguejo.
Na Praia Raposa, os turistas conheceram a região que abriga uma colônia de pescadores e de rendeiras que vivem no local há mais de cinqüenta anos.
Aqui, a maré pode recuar até dois quilômetros.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 73

CAPÍTULO 73 

Ao visitarem a região praiana do estado, os turistas se deslumbraram com os exuberantes cenários que se abriram diante de seus olhos.
Neste cenário de encantamento e beleza, a jangada parte e começa a deslizar para ver do mar a beleza dos quinhentos e setenta e seis quilômetros do litoral cearense, do Rio Grande do Norte ao Piauí.
Vai deixando a barrinha do Timbau, em Icapuí, com suas areias brancas, alguns coqueiros e barracas à beira-mar.
Alcança Manibu, uma praia calma com dunas e coqueiros, e logo está em Peixe Gordo, de dunas magras e vegetação rasteira.
Seu núcleo de pescadores vai ficando para trás, à medida que se avança para a primitiva Tremembés.
Neste local escandalosamente verde por causa dos coqueirais, as atividades são bem definidas: os homens pescam, especialmente lagostas, as mulheres rendem, quase todas ao bilro.
Olê mulher rendeira, que o mar às vezes fica danado de bravo na Quitéria e na Requenguela – e todo o cuidado é pouco.
A vegetação rasteira da Quitéria é bem diferente da Requenguela, que tem mangues, areias escuras e salinas.
Em Mutamba, a seguir, as areias são escuras e há outro povoadinho, desses que o mapa mal registra – ao qual, por terra, só se chega por uma trilha.
E olha a base da Serra dos Cajuais, na Praia de Barreiras, desfiando um rosário de coqueiros.
Vez por outra uma carnaúba para enfeitar de vez esta enseada onde jovens se aprumam nas pranchas ,como bêbados equilibristas.
Em seguida a Peroba, que só se alcança pela Praia, tem dois quilômetros de areia escura seguindo até Redondas, com suas falésias, pedras coloridas, dunas coqueirais e cactos – afinal, se está no Ceará.
Aí, é só fazer uma meia-lua e continuar costeando até a Praia da Ponta Grossa, onde mergulhadores experientes fuçam o submerso.
Ao longe, no vilarejo, artesãos desenham a paisagem local dentro de garrafinhas, enchendo-as com areia colorida: o sol iluminando coqueiros e palmeiras plantadas nas dunas diante do verde-azul do mar.
O Retiro Grande e o Retirinho, indicam que já está em outro município, Aracati.
Retiro Grande fica na base de uma duna vermelha.
Aqui, a maré forma braços de mar ao pé das dunas e faz florescer densa vegetação de mangue.
O Retirinho, na foz de um riacho, tem águas paradas, mas não poluídas.
E lá vem outro povoadinho, na Fontainha, onde é possível almoçar nos casebres rústicos e conseguir uma pousada.
A próxima passagem é selvagem.
É a Praia da Lagoa do Mato, isolada entre falésias, ao pé do costão da duna por onde passa o sangradouro desta e – ufa! – um ancoradouro de jangadas no núcleo dos pescadores.
Seguindo, é a vez de Quixaba apresentar-se sobre uma falésia branca, cujas depressões das nascentes proporcionam um belo banho.
Depois, a cento e cinqüenta e quatro quilômetros de Fortaleza, se apresenta, em meio a denso coqueiral, Marjolândia, a praia mais habitada de Aracati.
A próxima é ela, a cantada, a famosa Canoa Quebrada e suas ‘edificações’ de palha, suas ruas de terra tomada por burricos, e assaltada por burrões travestidos de pichadores.
Oh, Tupã: nem a falésia apaixonada pela noite, onde a natureza esculpiu uma lua e uma estrela, escapou das mãos dos animais.
Mas não se quebre, canoa, que Fortim se avizinha, junto à foz do rio Jaguaribe, que enche no inverno para a pesca de camarão e seca no verão, oferecendo praias e ilhas fluviais.
Como estamos no mar, superamos as Praias da Barra e do Canto, às margens do rio até o Pontal do Maceió, onde o Rio Jaguaribe desaparece no oceano.
Adiante, corais enfeitam a orla, e o mar tanto bate, que até fura paredões de rocha, formando verdadeiras cavernas.
E as ondas fortes seguem até a Praia de Parajuru, onde carro só chega até um quilômetro dela.
O mar só fica calminho de novo na Sucatinga, onde um anel de dunas amarelas forma a lagoa de mesmo nome.
As barraquinhas que surgem são de campistas que não resistem a Uruau, onde o mar é esverdeado que dói.
Caranguejo e cerveja é a dupla servida nas Fontes, que honra o nome com suas bicas de água cristalina.
Bugues e ultraleves cruzam às dunas e o ar do Morro Branco, uma praia extensa, cheia de cavernas e nascentes de água doce que jorram de suas falésias.
Adiante, lá vem a Barra Velha, servida por uma balsa, na foz do Rio Choró, e a Barra Nova, onde o povo caiçara vive em um mar de recifes. 
A Praia de Águas Belas, tem uma harmoniosa combinação de cores: verde do mangue, azul do céu e branco das areias. 
Tanto aqui como a seguir, em Caponga, vêem-se casas de veranistas na periferia dos vilarejos, um ou outro hotel ou pousada e alguns bares e barracas nas praias. 
A pele clara dos banhistas, avermelhada pelo sol, denuncia a presença de estrangeiros de primeira viagem, sorvendo água de coco no canudinho. 
Quanto a Praia do Barro Preto, esta já faz parte do município de Aquiraz. 
Fica ao longo da restinga, entre o mar e o Córrego do Batoque, região rica em artesanato de rendas de bilro e labirintos. 
Fortaleza se aproxima. 
Estará Iracema no cais do porto esperando seu amor? 
Terá o guerreiro branco visto a enseada do Iguape, suas dunas cobertas de densa vegetação que escondem bicas de água doce? 
Ou terá desaparecido na Presídio, onde em 1654 os portugueses aprisionaram os invasores holandeses no mesmo cenário enfeitado de coqueiros, cajueiros e goiabeiras? 
A Prainha está a vinte quilômetros da estátua da Virgem. 
Vive lotada. 
Tem hotéis, restaurantes, pousadas. 
Surfe e bodyboarding navegam em suas ondas fortes. 
É hora de botar a jangada debaixo do braço e reaparecer lá adiante, a caminho do Piauí. 
Pronto: lá vamos nós avançando para a Praia de Cumbuco e seu imenso coqueiral. 
Foi aqui que os turistas aproveitaram para andar de jegue, de bugue e, depois, cair nas águas doces das Lagoas de Banana e Parnamirim, escondidas nas dunas. 
Depois, toca a jangada para não amolar os pescadores, nem atrapalhar o surfe da molecada nas ondas fortes da Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e chegar logo a Taíba, de ondas fracas e banhos suaves.
Sua larga faixa de areia é pista de corrida de bugues, e ouvem-se gritos – nunca sussurros – de turistas encantados. 
Que vão ficando para trás, por que o vento é forte, a correnteza é boa e Paracuru já se denuncia nos currais de peixes armados à moda indígena. 
E na animação das areias, das regatas, das lanchas e – cuidado! – dos jte-skis, que espirram água nos jangadeiros e somem nas próprias trilhas. 
Sai pra lá! 
Mas é no balanço do mar também que se vai à Lagoinha, em Paraipaba, com seus dois morros que formam uma meia-lua e um morrão no meio, do Cascudo, que, dizem, esconde tesouros piratas. 
Tesouro mesmo, quase inédito, é a Praia de Flexeiras, em Trairi, onde fica a oficina de jangadas do Chico Pires. 
Êta lugarzinho pacato, na paisagem centenária dos coqueiros, no primitivismo do vilarejo. 
Aqui e na vizinha Imboaca, as dunas são como as nuvens do céu. 
Ao sabor do vento formam rostos, bichos – o que a imaginação alcançar. 
No farol é Mundaú, isolada do mundo boa parte do ano por causa das dunas móveis, verdadeiras barreiras terrestres. 
Vistas assim do mar, Marinheiros, Inferno e Moitas parecem a mesma, na sucessão de dunas, coqueiros e casas de taipa. 
Torrões e Almofala, não: os núcleos dos pescadores são maiores, e além de coqueiros, há caju à vontade. 
As praias são mais enfezadas – e as dunas também. 
A coitada da Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Almofala, viveu anos soterrada até que o vento desfizesse a heresia e empurrasse as areias para outro lugar, descobrindo-a novamente. 
Mas vamos turbinar a jangada que a ansiedade é a mãe da pressa. 
Por que Jericoacoara, que significa refúgio das tartarugas, é a preferida dos holandeses, italianos, franceses e americanos? 
E eis a resposta: o mar é morno e verde. 
A vegetação é de caatinga, com cactos e coqueiros à beira-mar. 
As dunas gigantescas, de até trinta metros, emolduram a praia com lagos doces e salgados. 
O vento forte, é o artesão das pedras. 
Por sobre tudo, bandos de gaviões, gaivotas e anus brancos. 
Um paraíso. 
Depois, encerrada a incursão pelas praias, os turistas foram conhecer Ubajara. 
Pequeno parque nacional, reserva grandes surpresas naturais. 
Encravado em uma encosta de serra de Ibiapaba, o caminho é complicado: são quatro quilômetros de caminhada numa trilha íngreme na mata fechada, entre cânions, precipícios e cascatas. 
As mais bonitas são a do Rio das Minas e a Bica do Cafundó, com duzentos metros de queda. 
Se mesmo diante do clima ameno e da beleza do relevo todo recortado da serra que se descortina no horizonte, for demasiado, o teleférico transporta a todos num rápido passeio de três minutos. 
Os viajantes então, optaram pelo passeio de teleférico. 
Dessarte, ao explorar a região, com seus mil e cem metros de caminhos sinuosos do interior da gruta, passaram antes pela entrada principal e repararam na Pedra do Sino. 
Porém, não é mais possível ouvir o sino dobrando. 
A farra está proibida há mais de dois anos e o local interditado. 
Por isso mesmo, depois de conhecerem a tal pedra, respiraram fundo e começaram a palmilhar cada uma das nove salas da rocha abobada da gruta, iluminadas por luz artificial. 
A da Pedra do Sino fica na entrada. 
O teto da sala do Cavalo, tem a forma do animal. 
A da Rosa, uma flor vermelha desenha em alto relevo no teto. 
Já a sala dos Retratos mostra figuras de uma moça e de Dom Pedro I. 
Por todos os cantos, impressionantes formações de estalactites e estalagmites, resultado de um paciente trabalho da natureza feito com calcário, água e muito tempo – cada centímetro de respingo cristalizado leva três anos para se formar. 
Depois de escarafunchar a antiga moradia ‘do senhor da canoa’ (diz a lenda que o primeiro morador da gruta foi um velho cacique indígena, dono de uma canoa – ubajara, em tupi). 
A seguir, os turistas foram a Cachoeira do Boi Morto, a treze quilômetros de Ubajara. 
Suas águas caem com estrondo por quatro patamares de pedra, e vão se estreitando até formar um córrego, envolvido por densa vegetação. 
E mais, os turistas foram até a Bica do Ipu, que esbanja beleza. 
Situada no município de Ipu, suas águas desabam de noventa metros de altura e se transformam num verdadeiro véu de noiva antes de tocar o chão. 
Seus encantos são tão irresistíveis que até Iracema, a virgem dos lábios de mel – personagem de José de Alencar – costumava se banhar aqui. 
Pelo menos é o que diz a lenda. 
Mais tarde, em Juazeiro do Norte, os turistas foram conhecer a Estátua do Padre Cícero, na Serra do Horto. 
Esculpida pelo artista nordestino Armando Lacerda em 1969, é a terceira maior obra de concreto do mundo (a primeira é a estátua da Liberdade, em Nova York, e a segunda, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro). 
Com vinte e sete metros de altura, foi erguida no local em que o ‘padim’ costumava rezar seus retiros espirituais. 
No Museu do Padre Cícero, a última casa do religioso, foi transformada em museu pelos salesianos. 
Lá tem uma exposição permanente de objetos pessoais do sacerdote, como oratórios, imagens sacras, batinas, chapéus, óculos, louças, livros e quadros. 
A cama do reverendo está protegida por uma cerca, por que os fiéis não hesitavam em deitar-se nela em busca de bençãos.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 72

CAPÍTULO 72 

Em Natal, no Cajueiro de Pirangi, os turistas descobriram uma árvore que dá tanto caju, que parece festa.
De novembro a janeiro, sua safra chega a oitenta mil frutos, que podem ser colhidos ali no mesmo pé, e devorados até matar a vontade.
Já na Praia do Pirangi do Norte, junto à estrada, fica a árvore gigante anunciada como o maior cajueiro do mundo.
Com mais de cem anos, ocupa uma área de oito mil e quatrocentos metros quadrados, com sua enorme copa.
É sombra para ninguém botar defeito.
A explicação para seu crescimento horizontal espantoso, é uma só: anomalia genética.
Depois, os turistas foram ver a Fortaleza dos Reis Magos.
Em forma de estrela, construída com cal e óleo de baleia em 1598, antes da fundação da cidade pelos portugueses.
A inauguração aconteceu no dia 6 de janeiro, Dia de Reis – daí o nome.
Durante séculos foi uma das mais importantes fortificações de todo o litoral norte do Brasil, graças à sua posição estratégica - no encontro das águas do Atlântico e do Rio Potengi – e a resistente construção – as paredes, de pedra tem catorze metros de largura, à prova de canhões.
No Museu – acanhado –, peças da época da ocupação holandesa: canhões e um marco de pedra.
No Museu Câmara Cascudo, encontra-se um acervo de antropologia e peças da cultura popular do estado.
Reúne fósseis de animais, esqueletos de mamíferos, conchas do litoral potiguar, um engenho primitivo de cana-de-açúcar, vários tipos de renda e uma mini-usina de xilita, minério de tungstênio explorado no estado, usado na indústria bélica e na fabricação de lâmpada.
No Memorial Câmara Cascudo, há uma biblioteca com quinze mil volumes e documentos do historiador e maior folclorista do país, com cento e sessenta livros publicados sobre a cultura popular, costumes, superstições e personagens brasileiros.
Na Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação, os turistas se depararam com a antiga catedral, erguida em 1694 no mesmo lugar onde existia uma capelinha de barro, destruída pelos holandeses. Arqueólogos descobriram recentemente pinturas originais do século dezessete encobertas por dezoito camadas de tinta.
São pinturas com ouro que apresentam elementos de inspiração chinesa.
A imagem da padroeira, encontrada em 1753 boiando num caixote do Rio Potengi, foi levada para a nova catedral.
Já a Igreja de Santo Antônio, foi construída em 1766, e tem estilo barroco, altar de madeira entalhada, museu de arte sacra e convento.
Já abrigou o quartel policial da cidade e um colégio.
A torre é revestida de azulejos e tem um belo galo metálico bem no alto.
Ao passearem na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, descobriram que a edificação foi construída por volta de 1714 pelos escravos devotos de Nossa Senhora do Rosário.
Possuí localização privilegiada.
Fica num platô de onde se avista todo o estuário do Rio Potengi.
Mais tarde, os turistas foram a Praia do Forte.
Enseada de ondas calmas, com piscinas naturais formadas por arrecifes a poucos metros do centro.
É ali que a rapaziada da cidade vem nadar e praticar windsurf.
Sua maior atração é o forte estrelado dos Reis Magos.
Continua como Praia do Meio e no trecho final vira Praia dos Artistas, também conhecida como ‘Baixo Natal’.
A orla é tomada por bares e restaurantes onde a juventude natalense faz seus agitos noturnos.
Na Praia da Mãe Luísa, estreita e pequena, com pedras escuras e recifes, os turistas aproveitaram para tomar um banho de sol.
Esta praia, situada no início da Via Costeira, possuí ao fundo, no morro, o Farol da Mãe Luísa.
Já na Praia Barreira D’Água, os turistas avistaram grande quantidade de hotéis em seus arredores.
Com uma faixa larga de areia fofa, em frente ao Parque das Dunas, tem um mil e duzentos hectares tomados por morros de areia e por uma das maiores reservas urbanas de mata atlântica.
Todavia, o parque está fechado ao público, mas se estuda a criação de trilhas para turismo ecológico.
Na Praia da Ponta Negra, os turistas descobriram outro ponto de encontro da moçada potiguar.
Isso por que aqui, tem muita balada, e praia para todos os gostos.
A parte sul, uma pequena baía protegida por arrecifes, é indicada para banhos e mergulhos.
As ondas fortes, indicadas para os turistas, estão do lado norte, no trecho do mar aberto.
Dessarte, os adeptos das caminhadas e escaladas também tem o Morro do Careca, uma duna branquinha de cento e vinte metros de altura, com alguns oásis.
Já na Pedra do Rosário, na Avenida do Contorno, Ribeira, os viajantes avistaram, sobre o Rio Potengi, um mirante para apreciar o pôr-do-sol mais bonito da cidade.
No dia seguinte, passearam na Barreira do Inferno.
Primeira base de lançamento de foguetes brasileiros, construída em 1964.
Desempenhou importante papel no desenvolvimento de tecnologia espacial e no lançamento de foguetes metereológicos.
Pertinho daqui, fica a Praia do Cotovelo, com uma linda vista das falésias e da base.
Depois, os cinco rapazes foram comprar artesanato de fibra de carnaúba e sisal, rendas, madeira e bordados, no Centro de Turismo.
Já no Centro Municipal de Artesanato – Praia dos Artistas –, os rapazes também aproveitaram para comprar peças de artesanato.
A seguir, foram assistir a Festa de Nossa Senhora da Apresentação.
É nesta festa que a padroeira da cidade é festejada com missas e procissões pelas ruas arborizadas com sapotizeiros de Natal.
Na Festa de São João, os turistas puderam observar que, durante o mês de junho, a cidade vira um animado arraial.
É aqui, que um disputado festival de quadrilhas ocorre em bairros como Cidade da Esperança, Lagoa Seca, Conjunto Pirangi e Potilândia.
No dia seguinte os turistas foram conhecer as serras de alvas dunas, que marcam os horizontes das praias potiguares e se sucedem entre lagoas cristalinas, falésias vermelhas, vilas primitivas de pescadores, salinas, oásis de coqueiros e reservas de mata atlântica.
As encostas, feitas de areia, para que se possa escalar, são verdadeiros convites para deslizar em rústicos trenós de madeira, antes mesmo de mergulhar nas águas mornas –doces ou salgadas.
Foi por esta razão que os viajantes se deslumbraram com o litoral do estado.
Na Praia da Pipa, os turistas se depararam com a mais badalada do lugar.
Com muitas pousadas e restaurantes, é também freqüentada por golfinhos e tartarugas.
Além disso, a praia é longa, com grandes trechos de falésias avermelhadas de até cinqüenta metros de altura, e uma reserva de mata atlântica no Santuário Ecológico de Pipa (Chácara do Madeiro).
A reserva tem várias trilhas e mirantes de onde se vêem os golfinhos.
A Trilha do Jacu, por exemplo, leva ao ponto mais alto, com vista da praia e da floresta.
No litoral norte, os turistas puderam percorrer inúmeras praias, bem como conhecer Mossoró, quente e salgada.
Considerado o maior centro urbano do interior do estado, Mossoró, tem uma particularidade: de algumas torneiras sai água mineral a uma temperatura de até 52º Celsius por causa de um poço térmico de um quilômetro de profundidade.
A cidade de tão bela, se esparrama em dunas de sal.
E vive delas desde o século XVII, quando as salinas foram descobertas pelos holandeses e logo transformadas em monopólio da coroa portuguesa.
Bem depois, a paisagem de Mossoró ganhou campos de exploração de petróleo e verdes plantações de frutas tropicais.
Que tal saborear um suculento melão-mossoró?
Ou um melão-espaguete?
Apesar de provinciana, a cidade se antecipou a história.
Em 30 de setembro de 1883 aboliu a escravatura, cinco anos antes da Lei Áurea, e foi aqui que a mulher exerceu o direito de voto pela primeira vez no país.
Os viajantes, aproveitando a estada, visitaram o Museu Histórico Municipal, onde viram rifles e fotos de Lampião e dos jagunços Jararaca e Colchete, que andaram aterrorizando o pedaço.
Depois, foram conhecer as Salinas de Francisco Menescal e Guanabara (Sosal), pela Estrada Areia Branca, e descobriram como o sal se torna um produto de consumo doméstico.
A seguir, rumaram para o Ceará.
Neste lugar, segundo a história, durante anos o estado não existiu.
Seu donatário, o fidalgo luso Antônio Cardoso de Barros era preguiçoso e, como se verá, azarado.
Baixo, de barbinha preta cerrada, este gordinho vivia ora na Bahia, ora bajulando Dom João III na corte, em Lisboa.
Só de tomar posse do distante Ceará, dava-lhe um baita tédio.
Ainda mais sabendo que Tupis e Tapuias eram arredios e não gostavam de caras-pálidas.
Quis o destino que o mandrião pegasse carona para Portugal no barco do bispo Fernandes Sardinha.
A tragédia é conhecida: a nau naufragou nas Alagoas, e os dois foram comidos pelos Caetés.
Em 1607, os Padres Pinto e Figueira vieram catequizar o Ceará, e também se deram mal.
O Padre Pinto foi morto a golpes de tacape.
Figueira, que escapou, naufragou na Ilha de Marajó, e foi assado pelos bugres.
Só em 1611 a história teve final feliz – e romântico.
O capitão Martim Afonso Soares Moreno montou um posto avançado na luta contra os franceses que estavam no Maranhão, e virou amigo íntimo do cacique Jacaúna, a ponto de andar nu, pintar o corpo com jenipapo, e usar arco e flecha: os amores do guerreiro branco vivem na obra ‘Iracema’, de José de Alencar.
Um dos primeiros gritos de alforria do Ceará, aconteceu em 1817.
José Martiniano de Alencar, pai do escritor, declarou a República de Crato, derrubou o pelourinho da vila e exigiu independência.
Perdeu e foi castigado pela coroa portuguesa: caminhou cem léguas acorrentado à mãe e aos irmãos – de Crato a Fortaleza.
Mas o grande nome do Ceará é um mito: Cícero Romão Batista, o Padim Ciço.
Vigário de Juazeiro do Norte, misto de religioso e político, mesclou misticismo e fanatismo.
É adorado até hoje.
Anualmente milhares de romeiros reverenciam o religioso e seus poderes milagrosos.
Por que acreditam que lá em cima ele cumpre religiosamente suas últimas palavras, quais sejam:
‘No céu, pedirei a Deus por todos vocês.’
E foi assim, mergulhados em história, que os turistas foram conhecer os principais pontos turísticos da cidade de Fortaleza.
Visitaram a Catedral.
Gótica e imensa, tem torres com setenta e cinco metros de altura.
Projetada pelo arquiteto francês George Maunier e inspirada na Catedral de Colônia, Alemanha, tem capacidade para cinco mil pessoas e começou a ser erguida em 1938.
Foi inaugurada em 1978 por Dom Aloísio Lorscheider.
Na Igreja do Rosário, os turistas descobriram o mais antigo ponto de Fortaleza.
Em 1730, era somente uma capela de palha e taipa.
Em 1755 foi refeita com pedra e cal.
Foi a matriz da cidade de 1821 à 1854.
Depois, ao passarem pela Igreja do Pequeno Grande, os cinco rapazes se deslumbraram com uma construção gótica do século dezenove.
Possuí telhado em pedra ardósia.
Além disso, exibe vitrais franceses e estruturas metálicas belgas.
Por fim, uma pequena imagem de Jesus num pedestal dá nome ao templo.
No Teatro José de Alencar, está o monumento da cidade.
Sua estrutura metálica foi importada da Escócia.
Belos desenhos enfeitam frisas, camarotes e escadarias.
O ambiente interno é art-noveau.
Na Casa José de Alencar, os turistas visitaram a lugar onde nasceu o romancista.
Lá estão mantidas as ruínas de um antigo engenho, primeiro do Ceará a receber energia a vapor.
Lá também está o Museu Arthur Ramos, que possuí acervo de peças indígenas e de instrumentos da época da escravidão.
Curiosidade.
Neste lugar, uma gamaleira se casou com um cajueiro, se entrelaçaram e constituíram uma árvore só. Mais tarde os turistas se depararam com o Cristo Redentor.
Trata-se de uma coluna de trinta e cinco metros de altura.
No topo, a estátua de Cristo em estilo coríntio.
No Forte Schoonenborck, os viajantes descobriram que foi este lugar que deu origem a cidade.
Construído em 1649 por Mathias Beck, durante a ocupação holandesa, o forte foi retomado pelos portugueses em 1654, quando o rebatizaram, com o nome de Nossa Senhora de Assunção.
Depois, no Farol do Mucuripe, os turistas se admiraram com uma edificação em estilo barroco, erguido pelos escravos em 1846, homenageando a Princesa Isabel.
Restaurado em 1994, abriga o Museu do Farol – com reprodução de desenhos, fotografias, ilustrações e trechos de romances que registram o período colonial e as presenças holandesa e portuguesa.
Mais tarde, ao verem a Estátua de Iracema, na Praia do Mucuripe, os turistas descobriram que ela é composta de três elementos – o guerreiro, uma criança e Iracema.
Esta escultura foi feita pra homenagear à célebre personagem de Alencar e fica no local onde ‘a virgem dos lábios de mel e madeixas mais negras do que a asa da graúna’, esperava que seu amor regressasse: no cais do porto.
Quanto ao Monumento do Vaqueiro, o nome sintetiza a obra.
Já o Minimuseu Firmeza, é um lugar onde peças de arte popular e erudita, como pinturas, gravuras, desenhos, catálogos e peças artesanais se misturam.
Aqui estão trabalhos de Aldemir Martins e Antônio Bandeira.
Quando os turistas foram conhecer o Museu de Arte e Cultura Popular, ficaram encantados com as peças religiosas, recreativas e utilitárias do cotidiano do homem cearense.
Foi ali, que entre inúmeras peças, os turistas conheceram uma jangada primitiva e um tear.
A seguir, no Museu das Artes Plásticas, os turistas se deslumbraram com mais arte sacra e também, com xilogravura popular.
Neste museu também estão obras de Aldemir Martins, Antônio Bandeira e Raimundo Cela.
No Museu do Ceará, os amigos Fábio, Felipe, Flávio, Agemiro e Lúcio, conheceram peças históricas e mil trezentas e cinqüenta e três peças antropológicas sobre o processo de ocupação do estado – dos fósseis aos conquistadores.
Já no Museu do Maracatu, os turistas conheceram peças de vestuário, objetos de senzala e instrumentos musicais ligados à história do maracatu.
No dia seguinte os turistas foram a Praia da Barra do Ceará.
Lá, apreciaram o encontro das águas do mar com as águas do Rio Ceará.
Depois, realizaram a travessia da Barra, por meio de canoas.
Ao longe, chegaram a ver algumas barcaças.
Mais tarde, foram passear no antigo Forte de Nossa Senhora do Amparo, uma típica construção do século dezessete.
A seguir, foram passear pela Praia de Iracema.
Ao chegar lá, descobriram que é a preferida de intelectuais e poetas que dali, contemplam um magnífico pôr-do-sol.
Ali, o calçadão que margeia a praia foi reformado e virou ponto obrigatório para um giro noturno.
Dias depois, os turistas passearam pela Praia do Meirelles, que arborizada, com largos calçadões, feira artesanal e quadra de esportes, é um convite a recreação.
Por isso, concentra sempre um bom número de banhistas.
Todavia, advertidos, os turistas evitaram banhar-se ali.
Isso por que, o esgoto da cidade desemboca bem nela.
Já na Praia da Volta do Jurema, os turistas tiveram que tomar outro cuidado.
Por causa de suas formações rochosas, é desaconselhável o mergulho nestas águas.
Esta é freqüentada por rapazes que não esperam a Jurema, mas que ficam atrás de todas as Juremas na areia.
Ao passarem pela Praia do Mucuripe, os turistas se depararam com uma bela enseada.
Cenário de jangadas, da estátua de Iracema e do farol, é um deslumbramento só.
Além disso, ao entardecer, vale a pena assistir do alto das dunas à chegada dos jangadeiros.
Isso por que, eles trazem deliciosas lagostas.
Diante disso os rapazes, deslumbrados com a fartura de crustáceos, foram logo comprando alguns, para prepararem mais tarde.
Depois, na Praia do Futuro, os turistas descobriram que esta é a preferida dos banhistas.
Shows artísticos acontecem quase todos os dias.
E tome carquejo nas barraquinhas, que também viraram atração noturna por iniciativa do Chico do Carangueijo: toda quinta-feira à noite, religiosamente, ele prepara um dos melhores da cidade.
Na Praia de Sabiaguaba, os turistas relaxaram deitados nas dunas, sob os coqueiros, diante do mar tranqüilo.
Mais tarde se levantaram e foram até as barracas repor as energias com base em ostras e carangueijos.
Após, os turistas foram passear de saveiro pela costa.
Não satisfeitos com isso, fizeram um passeio de lancha pelo Rio Pacoti e depois passearam de trem pela Serra de Baturité.
Animados, foram ainda conhecer o Beach Park e se esbaldaram na área de turismo e lazer.
Esta área, com rios artificiais, piscinas, duchas e cachoeiras, localizada junto à Praia de Porto de Dunas – foi cenário da novela ‘Tropicaliente’ – onde se alugam os bugues, ultra-leves e jet-skis.
No dia seguinte os turistas foram assistir a Festa do Bumba Meu Boi.
“Nesta festividade, uma encenação conta a história da grávida Catirina, que deseja comer a língua do boi mais bonito que há.
Com a ajuda do vaqueiro, o boi é roubado e morto.
A grita é geral, até que os feiticeiros o ressuscitam.
No auto, a personagem usa armação de madeira coberta com panos coloridos e cabeça da ossada de um boi.
Além dos personagens humanos, há os animais (a burrinha, ema e a cobra, entre outros) e muitos bonecos.
Todos com muitos enfeites e cores.
A platéia participa cantando e questionando os personagens, que, com melodias improvisadas, respondem às indagações.
”Viram também, a Quadrilha.
Nesta festa, tem-se o casamento caipira, sempre com músicas regionais, como o baião e o xote e outras, que lembram os Santos Antônio, João e Pedro.
É tão popular que durante as festas juninas há um festival de Quadrilhas, no Pólo do Alagadiço, com apresentação de cento e quarenta delas.
Ao verem a Regata de Jangadas Dragão do Mar, os turistas puderam apreciar a largada na Praia do Mucuripe e a chegada na Praia do Náutico.
O percurso leva uma hora e meia para ser completado por mais de cem jangadeiros que disputam a sua Fórmula-1, como eles mesmo dizem.
Enquanto pilotam suas ‘máquinas’, há show folclórico nas praias.
O nome Dragão do Mar, é uma homenagem ao jangadeiro Chico da Matilde, o dragão do mar, um abolicionista de primeira hora no estado.
Ao verem a Caninha Verde, os turistas constataram que se tratava de uma dança.
Utilizada nas festas da Praia do Mucuripe, primeiro em roda, depois em fila e, por fim, em forma de serpentina.
Esta é a afamada dança.
Ao longo da apresentação, o rei é envolvido pelos vassalos, e todos cantam e dançam ao som do violão, bandolim, cavaquinho e pandeiro.
Também caem na dança os noivos e suas famílias, acompanhados pelo padre e pelo sacristão, todos vestidos de maneira rica e colorida.
No Mercado Central de Fortaleza, os turistas constataram que, feio por fora, surpreende por dentro.
De arquitetura simples, o Mercado Central foi fundado em 1931 para a venda de frutas e legumes, mas ao longo dos anos ganho cara nova.
Hoje, possuí muitas lojas – algumas com menos de um metro quadrado – e vende de tudo: produtos de couro, doces (não deixe de provar o de caju, feito no fogão a lenha), bebidas, ervas medicinais, artesanato e, é claro, as famosas redes e rendas de Fortaleza.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 71

CAPÍTULO 71

Por fim, despediram-se para a região, e partiram em direção ao estado da Paraíba.
Em João Pessoa, antiga Felipéia de Nossa Senhora das Neves, os viajantes foram visitar o Centro Cultural São Francisco.
Neste centro, um conjunto barroco composto pela Igreja de São Francisco, Convento de Santo Antônio e Museu de Cultura Popular, que começou a ser construído em 1589, e levou quase duzentos anos para ficar pronto, onde estão os painéis frontais da igreja, que são de azulejos portugueses e retratam a Paixão de Cristo.
A Capela Dourada – com portais rococó e entalhes do período de Dom João V – já foi muito mais dourada no passado, quando então era coberta de ouro.
Aí, descobriram o tesouro e ocorreu a multiplicação do pecado: a capela virou uma espécie de pia de água benta e muita gente se locupletou com isso.
Nos fins de tarde, especialmente, os morcegos dão o ar de sua graça no conjunto onde eles moraram durante os doze anos em que ficou fechado para restauração.
Com isso, os viajantes foram visitar o Museu da Cultura Popular, e lá observaram as exposições permanentes de peças de folclore, xilogravuras e arte sacra.
Mais tarde, passaram pela Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Neves.
Esta construção, é de segunda metade do século XIX e é a quarta igreja construída no mesmo lugar.
Curiosamente, foi aqui que se ergueu a primeira capela da cidade, de taipa, em 1585, ano da fundação da cidade.
Esta edificação, possuí duas torres, numa das quais um relógio de peso que não funciona, porque teve uma peça roubada.
No altar, um bloco de mármore e uma imagem de madeira dourada de Nossa Senhora da Assunção. Na Igreja da Misericórdia, os turistas viram que por fora, a construção é branquinha.
Por dentro, é a única da cidade que conserva sua arquitetura original, de 1602.
Veja a Capela do Salvador do Mundo, onde estão os restos mortais de Duarte Gomes da Silveira, grande senhor de engenho e responsável pela obra.
Além disso, a igreja é tombada pelo patrimônio histórico local.
No Convento e Igreja Nossa Senhora do Carmo, a edificação, em estilo barroco-rococó, do final do século XVI, ladeado pelo Palácio Episcopal e pela Igreja de Santa Teresa.
Trata-se de um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da cidade.
Já no Mosteiro de São Bento, os turistas puderam apreciar a bela arquitetura barroca nordestina, com fachada de pedra trabalhada.
Na Igreja de São Pedro Gonçalves, a construção, erguida em 1843 graças à contribuição de comerciantes e navegantes, é toda em estilo neoclássico e confere à cidade antiga um contraste especial.
Integra um conjunto tombado pelo patrimônio histórico que abrange o largo, o convento, o Hotel Globo, e alguns prédios das imediações.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, é a mais alemã das igrejas paraibanas.
É de 1727 e apresenta grossas colunas revestidas de marmorito escuro.
Já o Sobrado dos Azulejos é uma construção do século XVIII de jeitão gótico.
As paredes de tijolos maciços são revestidas de azulejos azuis portugueses da fábrica Devezas-Porto.
Na Casa da Pólvora, os turistas se depararam com uma construção portuguesa de 1710, localizada num morro, no centro da cidade baixa, naquela que é a mais velha rua da cidade.
Servia como ponto para observar a aproximação de embarcações inimigas que ameaçavam a capital.
Era também, depósito de munição.
Hoje, abriga o Museu Walfredo Leal, com exposição permanente de fotografias antigas da cidade.
Daqui se vê a paisagem do Rio Sanhauá e da várzea paraibana.
No Espaço Cultura José Lins do Rêgo, os turistas visitaram um centro cultural que abriga teatro, cinema, galeria de arte, auditório, biblioteca, gibiteca, a Praça do Povo, onde são realizados shows e um planetário.
No Cine Banguê, às quintas, costuma se apresentar a Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Aos sábados, exposição e feira de selos e moedas.
Por fim, o espaço abriga ainda, o Museu José Lins do Rêgo, composto pela biblioteca particular do autor, com quatro mil seiscentos e quarenta e cinco livros.
Ao passearem pelo Momerial Augusto dos Anjos, os turistas olharam os livros, documentos, fotografias e objetos de uso pessoal do poeta, autor do poema ‘Eu’.
Na Fundação Casa José Américo de Almeida, os turistas se depararam com um arquivo pessoal com cento e trinta mil documentos, livros e coleções do advogado e escritor que governou a Paraíba no período de 1951 à 1956.
No Museu e Cripta Epitácio Pessoa, os viajantes conheceram o Tribunal de Justiça, onde estão os manuscritos, documentos, fotos móveis e objetos de uso pessoal do jurista que foi presidente do Brasil.
Na cripta estão os restos mortais dele e de sua mulher, Mary Saião Pessoa.
Mais tarde, foram conhecer o Teatro Santa Roza.
Considerado um dos mais antigos do Brasil – é de 1888 – tem fachada com ares greco-romanos e o interior é revestido com pinho-de-riga.
Na Praia do Tambaú, os turistas conheceram a mais freqüentada da cidade.
Com mar tranqüilo, areia fina e repleta de coqueiros, possuí quiosques, lojas de artesanato, bares e restaurantes.
Já na Praia da Manaíra, os viajantes se depararam com uma praia urbana, com ondas fracas, areia fina e coqueiros.
Além disso, em sua orla, há restaurantes, bares e casas luxuosas.
Na Praia do Bessa, os cinco rapazes descobriram um lugar excelente para mergulhos.
Apresenta uma lindíssima formação de corais.
Além disso tem água morna, coqueiros e gameleiras.
Quanto a Praia do Cabo Branco, esta é muito procurada e muita bonita, com falésias de cinqüenta metros de altura.
Além disso, seu exuberante mar azul contrasta com o verde marcante dos coqueiros.
Já na Praia da Penha, a vila de pescadores já foi maior, mas ainda é possível vê-los na sua harmoniosa convivência com o mar.
Fica a dois quilômetros do farol do Cabo Branco.
Entusiasmados com o passeio, os turistas mais do que depressa foram a Igreja de Nossa Senhora da Penha, construção do século XIX, que está localizada no ponto mais alto da praia.
Na segunda quinzena de novembro, ela recebe romeiros de todo o Nordeste.
Ao passearem pela Barra do Gramame, os turistas novamente encontraram um lugar bastante freqüentado, e cuja paisagem é uma sucessão de falésias junto à foz do Rio Gramame.
Depois, foram passear no Parque Arruda Câmara.
Trata-se de uma reserva botânica de mata atlântica.
Tem minizôo com trezentos e três animais de sessenta espécies.
O parque tem três lagos, fontes de água e riachos.
A Fonte de Tambiá é do século dezoito.
No Parque Solon de Lucena, no centro da cidade, os turistas descobriram que este tem o traçado original de Burle Marx e o parque é circundado de coqueiros e palmeiras imperiais.
Na Reserva Florestal Mata do Buraquinho, os turistas descobriram que, na área urbana, entre conjuntos habitacionais, estão quatrocentos e setenta e um hectares, administrados pelo Ibama, que possuí lagos, lagoas, rios, riachos e fontes.
É o habitat natural de cobras, jacarés, preguiças e macacos.
Depois, os viajantes foram conhecer a Ponta do Seixas.
Acordando bem cedo, aproveitaram para ver onde o sol nasce primeiro no país.
Por se tratar do lado extremo oriental do continente sul-americano, ocorre este fenômeno.
A seguir, do Mirante do Farol do Cabo Branco se descortina uma das mais belas vistas de praias do Brasil.
Aqui têm, restaurante, lanchonete, playground e artesanato.
Na Praia da Tambaba, os turistas descobriram que esta é uma praia de nudismo.
A primeira oficializada no Nordeste.
Para sacar os maiôs ou biquínis, basta seguir as placas de orientação – ou perguntar aos policiais militares que ficam no local.
Com isso, os turistas, comportados, não cometeram nenhum excesso.
Ao contrário, mesmo ao visitar as grutas de vegetação agreste, se comportaram dignamente.
Na Fortaleza de Santa Catarina, ao lado do Porto de Cabedelo, trata-se da ruína de um forte construído em 1585, pelos portugueses, que o ergueram com pedra calcárea e óleo de baleia.
A seguir, os turistas foram passear na Ilha de Areia Vermelha.
A meio caminho de Cabedelo, só aparece durante a maré baixa, a dois quilômetros da costa, oferecendo um incrível passeio náutico.
Por último, os turistas aproveitaram para comprar artesanato de palha, corda, sisal, couro, argila, madeira, rendas (labirinto) e redes no Mercado de Artesanato.
No dia seguinte, os turistas foram conhecer Campina Grande.
De um lado, o litoral.
De outro, o sertão.
Separando a água da seca, na Serra de Borborema, Campina Grande fica maior ainda quando o campinense bate no peito para dizer:
‘Tá vendo isso aqui? É o maior pólo industrial e tecnológico do estado.’
Ademais, é a terra de violeiros e repentistas.
É a capital do trabalho, mas também é a capital do forró.
Um capital que, sem exagero, se agiganta para valer, no mais longo São João do planeta.
Ou como canta o poeta popular Amazan:

‘Grande festa nordestina
Forró a cada segundo
Nós fazemos em Campina
O maior São João do mundo.’

E quanto ao maior São João do Mundo, é assim, desta maneira mesmo.
Modestamente, é que Campina Grande promove sua principal gandaia.
Se realmente é o maior São João do mundo, ninguém sabe, até por que a cidade disputa com Caruaru (Pernambuco) e com Estância (Sergipe), este título.
Uma coisa porém é certa.
O campinense é o mais ruidoso do planeta.
É nesse período que a cidade se enfeita de bandeirolas, o lume das fogueiras aquece as noites frias (dezessete graus) da Serra da Borborema, e suas ruas acolhem mais de quatrocentas mil pessoas de todo o país, numa festa que emenda o dia com a noite, e parece não ter mais fim.
Durante o dia, o Trem Ferroviário leva os turistas para um passeio de quarenta minutos até as Pedras do Ingá, embalados pelo som de sanfonas, triângulos e de zabumbas.
O arrastão do forrozeiro sai pelo sobe e desce das ruas do centro, empurrando todo o mundo, no ritmo do forró trieletrizado.
Há burreatas (desfile de burros), corridas de jegues, comboios de carroças ornamentadas e o alarido dos torcedores, que incentivam aqueles que tentam alcançar a prenda lá em cima, no pau-de-sebo.
Multiplicam-se as barraquinhas de comidas típicas, especialmente no quartel-general da festa, o Parque do Povo, uma área com doze mil metros quadrados, equivalente a meio Maracanã.
É neste arraial gigante que acontecem pelo menos dez atrações simultâneas em três palcos diferentes.
Para garantir a presença do público, a prefeitura cadastra casas e apartamentos mobiliados para hospedagem, ideais para grupos de turistas que rateiam as despesas, e economizam a grana do hotel.
Em Sousa, os turistas se depararam com as mirabolantes pegadas às margens do Rio Peixe, e se encantaram.
Foi ali, que em 1920, graças ao geólogo Luciano Jacques de Morais, que se soube que foram impressas, há setenta milhões de anos, as aludidas pegadas.
Era ali a trilha de um semibípede de três toneladass, o iguanodonte, primo-irmão do alossauro, duas espécies jurássicas que viveram neste vale há séculos.
Dizem os especialistas que um belo dia, uma chuva de meteoritos caiu na cabeça deles e os gigantes foram queimados do mapa.
Essa porém, é uma das teses.
Teorias mais elaboradas creditam a extinção a fatores geológicos e biológicos, entre eles a diminuição da superfície dos oceanos e o aumento da temperatura no planeta.
Contudo, muito embora eles tenham sumido, seus rastros ficaram.
As pegadas foram gravadas no barro de lagoas e na areia de rios na estação das chuvas.
Durante a seca, a pegada se solidificava, resistia às chuvas seguintes, ganhava novas camadas de areia ou de barro trazido pelas enchentes, e ia se sedimentando ainda mais.
Por fim, ficaram tão duras que estão na região até hoje.
Com isso, além de apreciar os principais pontos turísticos da cidade, os turistas aproveitaram para ver a Festa do Bode.
No distrito de São Francisco, a trinta e um quilômetros de Sousa, os turistas se curvaram diante de um dos mais concorridos pratos da culinária local, e dedicaram um dia inteiro à comilança de bodes.
Guisado de bode, bode assado, bode frito, tudo que é tipo de bole, é servido nos bares, restaurantes e barraquinhas da praça principal da vila, que vira um grande forródromo.
Mais tarde, os rapazes foram ouvir a ‘Lenda do Milagre Eucarístico’.

“A história é muito conhecida por lá.
Durante a missa, um negro forte finge comungar, esconde a hóstia na dobra da camisa, e foge para usá-la em feitiçaria.
Os devotos percebem e começa a perseguição.
Não o apanham, mas encontram a hóstia em um capinzal, guardada por ovelhas, e a levam em procissão de volta à Igreja dos Remédios.
Na Praça do Bom Jesus, um momento reproduz a cena das ovelhas.”

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 70

CAPÍTULO 70 

Na região do Mar de Dentro, os turistas visitaram a Praia dos Golfinhos.
Só que ali, diferente de outros lugares, não se pode mergulhar.
Isso por que o lugar é só dos golfinhos e fica dentro do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Na Praia da Baía do Sancho, os turistas descobriram, que na maré alta, chega-se por degraus encravados na falésia de quarenta metros de altura, com um cabo de aço para ajudar.
É local de desova das tartarugas aruanãs e ideal para mergulhos.
De fevereiro a junho ganha duas cachoeiras formadas pelas águas das chuvas, que despencam das falésias.
Ao passarem pela Praia da Baía dos Porcos, os turistas encontraram dificuldades para chegar até lá.
Porém, chegando lá, os turistas ao se depararem com uma areia dourada e aquários naturais povoados por cações, mariquitas e sargentos, e esqueceram-se completamente das dificuldades que enfrentaram para chegar.
Contudo, não puderam mergulhar na piscina principal, posto que é proibido.
Na Praia da Cacimba do Padre, os turistas descobriram que o nome se deve em razão de sua nascente ter sido descoberta por um padre.
No melhor estilo Fonte de Trevi, quem beber de sua água um dia voltará.
Na Ilha Dois Irmãos, rochedos pontudos chamados pelos ilhéus de Fafá de Belém e Lílian Ramos, ficam em frente.
Na Praia do Bode, a força das ondas atende à energia dos surfistas e abastece de água e peixes as piscinas naturais.
Já na Praia do Americano, os turistas descobriram que a mesma abrigou tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial.
Porém além disso, os cinco rapazes se esbaldaram com sua areia fofa e suas ondas calmas.
Na Praia do Boldró, ondas de cinco metros e piscinas naturais, atraem surfistas e mergulhadores.
Os turistas também.
Além disso, interessados em um agito, aproveitaram o Forró animado do Bar Mirante.
Na Praia da Conceição, os turistas se depararam com muitos surfistas.
O Rugido do Leão, caverna que ruge quando bate a porta, fica perto.
Os guias chamam o lugar de Curva do Tamborello ou Pavarotti.
Mais tarde, ao passearem pela Praia do Meio, próxima a Vila dos Remédios, os turistas perceberam que a mesma é recomendada para quem está deveras cansado, ou mesmo acabou de chegar.
Porém, quem disse que estavam cansados?
Dessa forma, prosseguiram o passeio.
Foi então que foram conhecer a Praia do Cachorro.
Ali constataram que nove entre dez pessoas que acabam de chegar à Vila dos Remédios, se batizam nas águas do arquipélago neste lugar.
É a praia dos habitantes e dos surfistas, com bares e lojas de artesanato.
Ao caminharem pela Praia de Santo Antônio ou do Porto, os viajantes conheceram uma perfeita combinação.
Boa para banhistas, mergulhadores e surfistas atentos à paisagem.
As ruínas do Forte de Santo Antônio ficam por ali, assim como os destroços do navio grego Astúria naufragado na década de trinta.
Depois os rapazes foram conhecer a Ponta da Sapata/Enseada do Portão.
De difícil acesso, está quase do mesmo jeito que estava quando Américo Vespúcio descobriu as ilhas, em 1503.
Com isso, ao lá chegarem, os turistas se divertiram a valer.
Ao se depararem com formações rochosas, começaram a imaginar o que as mesmas representariam.
Para eles, uma se parecia com uma múmia, a outra tinha o perfil de Ulysses Guimarães.
Já aquele ‘portão’ lembra o mapa do Brasil ou da África?
No Mirante da Baía dos Golfinhos, os cinco viajantes se depararam com o maior espetáculo do gênero.
Do mirante no alto das escarpas é possível ver, das cinco e meia às dez horas, o Show dos golfinhos rotadores, saltando para fora d’água e fazendo movimentos de rotação, no maior aquário natural da espécie.
É aqui que eles brincam, amamentam seus filhotes e namoram.
A cinco quilômetros da Vila dos Remédios.
Já no Mirante da Baía do Sancho, os forasteiros apreciaram a belíssima paisagem a quatro quilômetros e meio da Vila dos Remédios.
Ao verem o mar verde-esmeralda, entenderam sua perfeita tradução.
O apelido do arquipélago de ‘Esmeralda do Atlântico’, agora se justificava.
No Mirante do Boldró, os viajantes se deslumbraram com mais um panorama antológico numa ilha repleta deles.
Já no Morro do Pico, os turistas descobriram que este é considerado o Everest local.
Com trezentos e vinte e cinco metros, esta impressionante formação vulcânica é vista de qualquer ângulo da ilha.
Contudo, a despeito de haver uma estradinha de ferro, é proibido aos turistas subirem por ela.
Dias depois, os turistas foram conhecer a região do Mar de Fora.
Na Praia do Leão, os viajantes avistaram dois quilômetros de mar totalmente selvagem, escolhido para a desova das tartarugas aruanãs de dezembro a maio.
Além disso, defronte a Praia, estão as Ilhas da Viuvinha e do Leão.
Por fim, esguichos de dez metros, formados pelas ondas que batem nos recifes, arrematam o espetáculo.
Na Praia da Baía do Sueste, os viajantes se encantaram com a dose dupla de ilhas.
Em Chapéu e Cabeluda, dose dupla de ecologia: lá está o único mangue da ilha e é refúgio das tartarugas aruanãs.
O Projeto Tamar faz estudos no local.
A praia, possuí ainda, mar tranqüilo e areias macias.
Na Praia da Atalaia, descobriram que a verdadeira ‘atalaia’ é a Ilha do Frade, em frente e sempre alerta.
Areia cercada por pedras vulcânicas, com esguichos na maré alta e piscinas baixas.
Funciona como berçário de peixes, e só trinta pessoas por dia podem mergulhar aqui.
E não adianta reclamar, por que o fiscal, daqui é durão.
No Mirante do Leão, os turistas avistaram as Ilhas da Viuvinha e do Leão, que mais parece um leão-marinho deitado.
Logo adiante os viajantes constataram que o azul do mar é mais intenso.
Já no Mirante da Ponta das Caracas, entre as Praias do Leão e da Baía do Sueste, os turistas descobriram que a mesma avança mar adentro e recebe toda a resistência das águas.
Ademais, os turistas, ao nadarem nas piscinas naturais, se encantaram mais uma vez, com a diversidade marinha da região.
No Buraco da Raquel, a água do mar tanto bateu, que furou a rocha, e lhe deu este nome.
Aqui, os banhos estão proibidos.
Isso por que, os peixes desovam aqui.
Segundo as más línguas, era neste lugar que a filha de um comandante vinha namorar os soldados.
Na Ilha da Rata, a segunda maior do arquipélago, é procurada para mergulhos rasos na Ressureta (oito a doze metros) e no Buraco do Inferno (seis a dezessete metros) e profundos nas Cagarras (oito a trinta metros) e Cordilheiras (cinco a trinta e cinco metros).
Os turistas, fascinados com os encantos da ilha, não se furtaram de fazer nenhum desses passeios, os quais foram deveras prazerosos para os cinco rapazes.
Mais tarde, passearam num jipe da Segunda Guerra, por toda a ilha.
Depois, foram passear de barco.
Aproveitando os encantos da ilha, passearam também de bicicleta, por uma das quinze trilhas que existem no lugar.
Após, foram assistir a Festa de São Pedro.
Também chamada de Buscada, é uma tradicional procissão marítima que sai da Capelinha de São Pedro dos Pescadores, no alto do porto, e vai até a Ponta da Sapata, com direito a pequenique e festa em alto-mar.
Quanto a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, os turistas se deparam com três dias de orações e quermesses que antecederam a aludida festa.
No dia propriamente dos festejos, a santa tem missa solene, muitos batizados e casamentos, procissão e apresentação de grupos folclóricos.
Mais tarde, Flávio, Lúcio, Agemiro, Fábio e Felipe foram conhecer as Lendas de Noronha, que de tão saborosas, viraram samba-enredo da Mangueira em 1995.
São sempre os ilhéus que as contam, acrescentando constantemente, novos detalhes.
“Como a história da Alamoa, uma loira que aparece em noites de lua cheia, seduz e mata os incautos.
Ou a dos Dois Gigantes, que viviam um amor proibido e foram castigados pelos deuses.
Ele teve seu órgão genital petrificado – o Morro do Pico.
Já ela, os seios – o Morro dos Dois Irmãos.
Pergunte pelo Arthur, ilhéu espirituoso, guia e bom contador de histórias.
Em caso de querer conhecer essas narrativas ‘in loco’, é melhor falar com Lula ou Lucila.
Foi o que os turistas também fizeram.”
E novamente se encantaram com histórias fantásticas.
Muitas das quais já conheciam.
Por fim, foram comprar tubalhau – porções de tubarão salgado e prensado como bacalhau.
A fábrica fica bem em frente ao Porto de Santo Antônio.
Lá também se vende bolinhos, óleo de fígado, e bijuterias trabalhadas em dentes de vértebra de tubarão.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 69

CAPÍTULO 69

Em Garanhuns, o lugar desfaz a imagem de sol associada ao estado.
Na Suíça Pernambucana, região do Agreste, há até um Festival de Inverno em julho, quando a temperatura média cai para dez graus.
A região possuí ainda, cachoeiras, fontes de água mineral, parques, licores e chocolates caseiros.
Mais tarde os turistas foram assistir ao Carnaval.
Este é, como se pode perceber, um dos tantos que se anunciam como o mais animado.
Quem abre a festa é o Galo da Madrugada, o mais importante bloco de frevo de Recife.
Sua ala de estandartes, carros alegóricos e trios elétricos arrastam mais de um milhão de foliões nas ruas do centro.
Além disso, tem o Recifolia, um Carnaval temporão na Praia de Boa Viagem.
Animados, os turistas caíram logo no passo e na folia dos clubes de frevo, maracatus e caboclinhos.
Depois, na Festa da Bandeira de São João, também conhecida como ‘Acorda Povo’.
Os forasteiros, puderam ver durante toda a madrugada, procissões nas ruas da cidade.
Ao som de zabumbas e ganzás todos cantam conduzindo a imagem do santo no andor.
No dia seguinte, visitaram a Casa da Cultura e o Mercado de São José.
Após, os turistas seguiram para Olinda.
Olinda que espalha ladeiras, pátios, mosteiros, largos, sobrados, museus e mercados centenários entre sete colinas.
São vinte e duas bem conservadas igrejas, onze capelas, três bicas d’água e dois marcos da invasão holandesa, além de dezenas de monumentos históricos e sobrados com balcões mouriscos e fachadas de azulejos portugueses, que lhe deram em 1982, o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Um verdadeiro museu a céu aberto, fundado por Duarte Coelho, que chegando ao Alto da Sé em 1535, exclamou: 
‘Ó! Linda situação para uma vila!
E assim nasceu a primeira capital de Pernambuco, invadida e incendiada pelo holandeses em 1630. Emoldura por mais de seiscentos ateliês de artistas plásticos, artesãos, escultores, gravadores, galerias de arte e antiquários, a cidade ferve no fervor do frevo, nas festas populares, e nas noites de seresta no centro histórico.
E vai à mais pura ebulição no Carnaval com milhares de foliões se divertindo nos trios elétricos, blocos e maracatus.
Porém, um domingo antes há o desfile debochado das Virgens do Bairro Novo, bloco de homens vestidos de mulher, que termina em concurso de fantasia.
Aí, Olinda começa a frevar e só para na quarta-feira de cinzas com Bacalhau do Batata, uma troça de garçons.
Mais de cem agremiações carnavalescas animam milhares de foliões pelas ladeiras e praças com os bonecos gigantes de papel-machê, símbolos do Carnaval de Olinda.
Ninguém resiste ao Elefante e à Pitombeira dos Quatro Cantos – os blocos mais famosos.
Animados, os turistas pularam atrás do Homem da Meia-Noite e da Mulher do Dia, enquanto grupos coloridos de maracatu espalham sons de guizos e chocalhos madrugada afora.
Mais tarde, os turistas ouviram a Serenata.
Realizada nas noites de sexta, músicos saem da Praça de São Pedro e fazem serenata pelas ladeiras da cidade.
Dentre as inúmeras igrejas da cidade a da Sé, também conhecida como Igreja de São Salvador do Mundo, é a catedral do arcebispado de Olinda e Recife, foi onde Dom Helder Câmara clamou por justiça no Brasil pós-1964.
De 1537, mistura estilos, exibe altares banhados a ouro e paisagens banhadas a sol.
Quem mandou construi-la foi Duarte Coelho, depois de expulsar os índios Tabajaras que viviam ali.
Foi dentro da igreja que os turistas viram a imagem de Jesus segurando o globo terrestre.
Depois, ainda dentro da igreja, foram até o mirante apreciar a vista da cidade.
Nos dias posteriores, os viajantes decidiram se aventurar pelo extenso litoral de Pernambuco.
Este, com cento e oitenta quilômetros de praias, é um convite ao deslumbramento.
Isso por que, seu mar azul-turquesa, abraça piscinas naturais, arrecifes, baías desertas, enseadas badaladas e vilas de pescadores com igrejas seculares.
Na Coroa do Avião, por exemplo, os turistas constataram que esta é um enorme banco de areia formado pela correnteza do mar e do Canal Santa Cruz.
No entanto, perdeu o formato de coroa e vem se alongando.
É área de pouso para aves migratórias, como os maçaricos, e tem inúmeros barzinhos.
Já em Maria Farinha, uma belíssima ponta de areia que avança para o mar, é muito procurada para esportes náuticos.
Porém, tem águas tranqüilas e muitas piscinas naturais.
Quanto ao nome do lugar, este se deve a um pequeno siri que corre aos montes pelas areia daqui.
Com boa infra-estrutura de hotéis e restaurantes, além de safáris no manguezal e passeios no lombo de bufálos, foi um verdadeiro deleite para os turistas, passarem alguns dias na região.
Depois, passeando de ultraleve, os turistas apreciaram do alto, a cem metros de altura, a infinidade de recortes do litoral, além dos tons e semitons do mar que abraça a Coroa do Avião, a Ilha de Itamaracá e Maria Farinha.
O ultraleve que saí da Praia do Forte, levou os viajantes a um inesquecível passeio pela região.
Mais tarde, na rota dos naufrágios, entre o Porto de Recife e a Ilha de Itamaracá, os viajantes aproveitaram para fazer mergulhos e procurar um dos catorze navios que afundou por ali.
Muito embora não existam registros históricos que expliquem os naufrágios, fala-se em batalhas travadas entre os portugueses e holandeses no século XVI.
Contudo, apesar de nada terem encontrado dos navios, os turistas puderam se deslumbrar com bancos de corais e cardumes e mais cardumes de peixes.
No litoral sul, coroado de arrecifes, o mar se multiplica em aquários azuis em Porto de Galinhas.
Na maré baixa, dá para alcançá-los andando pela água.
Mas o mais gostoso é ir na jangada, alugada na praia da vila junto com a máscara e o pé-de-pato.
Foi esta razão que os turistas mergulharam nas piscinas naturais entre cardumes coloridos de xiras, saberês, caraúnas.
Amistosos, eles chegam pertinho para comer pão e ouriço na mão dos jangadeiros.
O nome do lugar, Porto de Galinhas, se deve ao fato, de os contrabandistas, no intuito de despistar as autoridades diziam:
‘Tem galinha nova no porto’.
Pronto, essa era a senha para que se realizasse o descarregamento de escravos para os engenhos.
E assim, apesar da proibição do tráfico de escravos, os mesmos continuavam vindo, escondidos em engradados de galinhas d’angola.
A senha deu nome a vila de pescadores, que na temporada se transforma no maior pólo turístico da região.
Tem doze praias.
Em Caruaru, vale a pena ver o Museu de Barro e Cerâmica.
Os turistas, ao fazerem o passeio, se depararam com duais mil duzentas e trinta e três peças, divididas em cerâmica utilitária, figurativa, decorativa, ex-votos e indígenas.
Obras de consagrados artistas nordestinos como Zé Cabloco, Ernestina, Manuel Eudócio e Manoel Galdino.
Destaque para os vinte e seis barros originais de mestre Vitalino, entre eles ‘Casa de Farinha’, ‘Lampião, e Cachorro Pegando Tatu’.
Na Casa-Museu Mestre Vitalino, os viajantes puderam conhecer, no Alto do Moura, a casa de taipa, onde viveu Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963) – a maior expressão da cerâmica popular brasileira.
A casa foi restaurada e guarda seus objetos pessoais.
Os filhos e herdeiros artísticos, recebem visitantes de todo o mundo, que se rendem diante de pequenas figuras do cotidiano nordestino, criadas pelo mestre.
No Museu do Forró Luís Gonzaga, o acervo inclui discos de forró, fotos, indumentárias, publicações e receitas sobre as festas comandadas por Antonio, João e Pedro, todos santos dos mais fogueteiros.
Caminhando pela cidade, os turistas foram conhecer o Museu da Cidade.
Casarão construído em 1912 e recentemente restaurado, reúne objetos e documentos da história de Caruaru.
No Alto do Moura, a Unesco garante: esta vila, é o maior centro de arte da América.
Ali, três mil artesãos perpetuam a arte de Vitalino reproduzindo as cento e dezoito figuras imortalizadas por ele.
Mas Marliete e Mestre Galdino, exibem trabalhos originais.
Ela, faz inacreditáveis miniaturas de menos de dois centímetros – de vasos floridos e até rostos, cujos olhos são moldados com espinhos de cacto.
Ele modela bichos na forma de gente, e vice-versa.
A única obra que Galdino se permite repetir, é a de sua própria mão espalmada gravada na lama.
‘As pessoas dizem que tenho os dedos de ouro’, comenta ele, sem falsa modéstia.
Mais tarde, os turistas foram assistir ao Forró Pé-de-Serra.
Este autêntico forró, acontece aos sábados na Praça do Artesão.
Depois, foram ver a vaquejada.
Nesta, mais de trezentas duplas comparecem.
Com isso, só vaca para disputar a maior vaquejada do Nordeste.
Lá, as duplas de vaqueiros tem de derrubar um boi pelo rabo, numa área demarcada a cal.
Além disso, a festa conta ainda com violeiros, bandas de pífanos, repentistas e muita cachaça.
Já no Festival de Jericos, os turistas acompanharam uma divertida corrida de jegues com pratos típicos e muito forró.
Dias depois, passando na Feira de Caruaru, os turistas aproveitaram para conhecê-la.
Lá, segundo o rei do baião, Luís Gonzaga, tem de tudo.
Todavia, mesmo que não tenha de tudo, tem quase de tudo um pouco nas seis mil barracas coloridas que se comprimem num formidável espaço de duzentos e cinqüenta mil metros quadrados.
O alegre zum-zum é garantido por violeiros, repentistas, cantadores de embolada e bandinhas de pífanos.
Nesta feira, formigas tanajuras são fritas e oferecidas em saquinhos de pipoca.
Dizem que ‘fazem bem para as ‘vistas’, uma vez que jamais se viu uma formiga de óculos.
Esta feira de artesanato é permanente – ali são vendidos trabalhos com cerâmica, granito, corda, cana-brava, couro, palha de catolé, flandres, redes, rendas e bordados.
Na madrugada de segunda para terça acontece a Feira da Sulanca, originalmente uma feira de confecções, que ganhou este nome, por corruptela de helanca.
Ali, os negócios são fechados entre três e seis horas da manhã.  Isso por que, centenas de ônibus chegam nesse horário, repletos de sacoleiros de todo o Nordeste, e voltam para a casa antes do amanhecer.
Ademais, de uns tempos para cá, a Sulanca virou Feira Paraguaia por causa da quantidade de muambas eletrônicas vendidas nas suas barracas.
Às quartas e aos sábados troca-se de tudo: rádio por porco, televisão em branco e preto por bode, bicicleta velha por enxada.
Assim, se denota que os turistas se esbaldaram na cidade conhecida com a Capital do Forró.
Em honra a isso, os turistas apreciaram quando leram os seguintes versos:

“A farra do forró

As fogueiras não se contam
São pra mais de 30.000
Pra mostrar que este lugar
Tem o maior São João do Brasil

Não adianta Campina Grande
Querer o troféu disputar
A nossa mais alta fogueira
Arde uma semana inteira

Por que é maior do que os prédios
Do referido lugar
Caruaru para os santos Pedro, Antonio e João
Não reserva só uma praça
Pra fazer a louvação
Não arrasta-pé num lugar
Mas em mais de cem palhoção

Eles se gabam por lá
De um tal trem ferroviário
Que roda 40.000 metros
Mas é para enganar o otário
Por que o que a gente tem
Dá de três no itinerário

E não compare também
Repentista, sanfoneiro
Xote, xaxado, baião
Aqui não tem mês inteiro
São logo 40 dias
Pra calar os farofeiro

O assunto vou encerrar
Por que não tenho nada a perder
Só quem perde é Campina
Que apertada com a sina
De querer a gente vencer

Comete o desatino
De não brincar com o junino
Com nós e com vosmecê.”

Em Nova Jerusálem, os turistas se deslumbraram com o espetáculo da Paixão de Cristo.
Mais tarde, em Fernando de Noronha, os turistas se admiraram de um espetacular cenário natural.
Encantados, ficaram a se perguntar de que ângulo o arquipélago era mais bonito.
Isso por que, com suas montanhas escarpadas e selvagens, e suas enseadas de água verde- esmeralda, o lugar é um paraíso na terra.
O arquipelago conta com vinte e uma ilhas e ilhotas de vinte e seis quilômetros de natureza praticada intocada – que brotam do fundo do mar, a quatro quilômetros de profundidade.
Vulcânico na origem, nenhuma visão jamais questionou seu apelido de Esmeralda do Atlântico. Fernando de Noronha é a ilha principal, a única habitada e com praias (são dezesseis ao todo) e a única que o turista pode visitar, com autorização do Ibama e nas asas de um Bandeirante.
Esta ilha, deve ser desfrutada devagar.
A pé, de bicicleta, de barco, de bugue, ou jipe nos seus ermos mais distantes.
Américo passou por ali, e foi o primeiro humano a pisar em suas terras, em 1503.
Depois dele, a ilha virou rota de navegação e caiu nas mãos de franceses, holandeses, ingleses e só voltou para os portugueses em 1737.
Foi presídio comum, presídio político, base norte-americana na Segunda Guerra e Território nacional. Em 1988, foi incorporada ao estado de Pernambuco e ganhou a posição de Parque Nacional Marinho. Daí a razão da ilha ser fiscalizada pelo Ibama, que impõe as regras e cobra taxa de preservação do meio ambiente que aumenta de acordo com a permanência do turista. 
No mais, a ilha é simples, as pousadas são as casas dos ilhéus e restaurante só há um. 
Contudo o que mais interessa aqui é mergulhar em suas águas e apreciar a vida marinha, que aqui, longe da poluição, é exuberante. 
Mais tarde, os turistas foram conhecer a Vila dos Remédios. 
No alto da vila, construído em 1737 sobre as ruínas de uma fortaleza holandesa de 1629, faz parte de um sistema de defesa de dez fortificações existentes no arquipélago. 
Além disso é considerado o mais importante do século XVIII e já serviu de prisão e quartel. 
Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, os turistas conheceram a mais importante igreja da ilha. 
Em estilo colonial barroco, construída em 1722 e restaurada recentemente, tem uma réplica da imagem da santa padroeira, que desapareceu na década de trinta. 
No Palácio de São Miguel, os turistas se depararam com uma construção, em estilo colonial, que é a sede da administração da ilha. 
Foi erguido sobre as ruínas do prédio da diretoria do presídio, de 1737. 
Destaque para o vitral com a imagem do Arcanjo São Miguel. 
Na pracinha da frente fica o monumento em homenagem aos aviadores portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho, que passaram por aqui em 1922 na histórica travessia aérea do Atlântico Sul. 
Ao passearem pelo Museu e Arquivo Histórico, os turistas viram que a casa da praça da igreja abriga temporariamente documentos e peças que contam a história da ilha, como um pedaço de hélice do avião de Sacadura Cabral e balas de canhão da Segunda Guerra. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7arico Maçarico - Ave

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 68

CAPÍTULO 68

Lá, passaram pela Catedral de Nossa Senhora do Rosário.
Iniciada no início do século XVII e sucessivamente reformada.
Apresenta duas torres simétricas, separadas por um frontão decorado por três vitrais franceses.
No interior, arcos romanos, nichos greco-romanos e a Capela do Santíssimo Sacramento com tela ‘Cristo na Ceia Larga’, do artista local Aurélio Phídias.
Na Igreja Nossa Senhora das Correntes, a mais bela do Brasil, segundo Germain Bazin, diretor do Museu do Louvre, de Paris, os turistas puderam constatar que o mesmo não se enganara ao dizer isso.
Primeiramente, a fachada é toda barroca e o frontão é da ‘Escola Pernambucana’, com três janelas e uma porta.
A nave é decorada com azulejos portugueses com motivos marianos e piso de mosaico inglês.
No forro, pintura ilusionista do Sagrado Coração de Jesus.
A construção começou em 1720, como capela privativa da família Lemos.
No movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio – à esquerda do altar, os turistas viram a passagem secreta, onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para Palmares.
Na Igreja Nossa Senhora dos Anjos e Convento São Francisco, os cinco rapazes observaram uma obra executada a partir de 1660, sobre as ruínas do forte de Nassau.
A igreja é barroca.
As pinturas em ouro nos altares e na coroa portuguesa que encima a nave principal, suspensa por anjos, é a prova cabal disso.
O púlpito é decorado com pátina dourada e concha de jacarandá.
Os dois altares laterais tem estilo rococó.
O convento também é barroco e guarda a belíssima escultura do Senhor Glorioso.
No Oratório da Forca, uma construção colonial de 1769, destinada às orações dos condenados que passavam a noite rezando a espera da chamada do carrasco, os turistas se sentiram com se tivessem vendo a cena.
Já no Paço Imperial, os turistas conheceram mais um pedaço da história da família Lemos.
Isso por que, o Sobradaço colonial era da aludida família.
Não bastasse isso, serviu de hospedagem a Dom Pedro II, em sua passagem por Penedo, em outubro de 1859.
Hoje é sede do Museu da Fundação do Baixo, de cujo acervo se aprecia uma bússola antiga, um penico de porcelana do século XIX, peças de madeira e gesso e quadros de artistas penedenses.
No Mirante, os turistas descobriram que ali era o antigo porto da cidade.
Dali se pode ver, na outra margem do rio, a cidade de Santana de São Francisco (Sergipe), conhecida como Carrapicho – tradicional centro de artesanato de argila.
Lá se produzem, filtros, carrancas e utilitários.
Na Casa de Penedo, está o museu que revela a história da cidade e da vida do Barão de Penedo (1815-1906), diplomata no Império e na República.
Dele, há um uniforme de gala bordado com fios de ouro.
No dia seguinte, os turistas foram passear pelo Rio São Francisco, até sua foz, no Pontal de Peba – reserva ecológica das tartarugas marinhas.
Após, foram assistir a Festa de Bom Jesus dos Navegantes.
Trata-se de uma magnífica procissão fluvial no estuário do Rio São Francisco.
Mais tarde, foram até a margem oposta do rio, e compraram artesanato de argila em Carrapicho.
Por meio de balsas, conseguiram chegar tranqüilamente ao lugar.
Dias depois, foram até Marechal Deodoro e lá conheceram o Complexo Franciscano.
Este lugar, formado pela Igreja e Convento de Santa Maria Madalena, em construção franciscana do século XVIII, foi concluída em 1793.
A fachada da igreja apresenta arcadas, janelões e um nicho com a imagem de Nossa Senhora dos Anjos.
No seu interior, colunas salomônicas e belíssimas talhas.
Depois, ao visitarem o Museu de Arte Sacra, os turistas tiveram que usar pantufas por causa do piso, de grossas tábuas de madeira de lei.
Uma das peças mais bonitas que eles viram foi a coroa de ouro em tamanho natural de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, separada da imagem da santa, que está na igreja.
A coroa só vai para a cabeça da santa no dia 8 de dezembro, seu dia de festa.
Além disso, o acervo compõe-se de peças de ouro, prata, madeira policromada e argila recolhidas em várias igrejas do estado.
Na Igreja Nossa Senhora do Amparo, iniciada em 1757, os viajantes constataram que sua torre permanece por fazer.
Os cinco rapazes também observaram que a fachada da igreja é barroca.
Acima da porta principal, há um nicho vazio.
Além de inacabada, o templo precisa urgentemente ser restaurado.
Tal estado de abandono, deixou os turistas desolados.
Tanto que chegaram a comentar:
-- Como podem deixar de lado, uma coisa tão importante quanto a própria história?
Contudo, como ainda tinham muito o que ver, prosseguiram em seu passeio.
Agora, foram em direção ao Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Ao lá chegarem, constataram que era outra edificação que não fora concluída.
Com uma fachada despojada, possuí em sua torre, revestimento feito de azulejos portugueses.
No piso interno há lápides assinalando as sepulturas dos membros da velha aristocracia rural alagoana.
Na Casa da Câmara e Cadeia, os turistas conheceram o edifício de quatorze janelas e uma porta no térreo, que abrigou uma antiga cadeia.
Em seu piso superior, existem mais vinte janelas.
Foi neste andar que funcionou a Câmara Municipal e o Júri.
Depois, os turistas foram conhecer o Museu Marechal Deodoro.
Este museu, fica na casa onde nasceu o proclamador da República.
Neste local estão os objetos pessoais do marechal, como sua farda azul, mobiliário, documentos de família, e a lápide de mármore de seu túmulo.
Ao passearem na Lagoa Manguaba, os viajantes se deslumbraram com manguezais e ilhas de vegetação nativa.
Lá, foram logo pedir aos barqueiros que os levassem às croas – locais rasos no meio da lagoa, excelentes para mergulhos.
Na Praia do Francês, os cinco rapazes conheceram um vilarejo de duzentos habitantes que atrai mais de três mil turistas nos fins-de-semana.
Na alta temporada o número dobra.
A praia é de um azul-turqueza inimaginável, mas perigosa.
À beiramar, alugam-se caiaques, barcos a motor, ultra-leves, mas a atração é a jangada motorizada, Cabocó: com fundo de vidro, leva até dezoito pessoas para conhecer uma floresta de corais amarelos perto dos arrecifes, a um quilômetro e meio da costa.
Quando os viajantes foram conhecer a Prainha e a Praia do Saco, os cinco rapazes se depararam com praias selvagens que ficam no encontro da lagoa com o mar.
Como só se chega a elas por meio de barco, eles foram até Barra Nova, e devidamente acomodados, se admirararam com o lugar.
No Pátio do Complexo Francisco, quando retornaram do longo passeio, os turistas aproveitaram para comprar rendas de filé e de labirinto.
Por fim, foram conhecer a Barra de São Miguel.
Este lugar se tornou conhecido, por que foi ali que os índios Caetés devoraram o primeiro bispo do Brasil, Dom Fernandes Sardinha, em 1556.
Agora, contudo, vem sendo conhecida em razão dos campeonatos esportivos.
Foi desta forma que se despediram da região.
A seguir partiram em direção a Pernambuco, que quer dizer, ‘mar furado’.
Em Recife, os viajantes foram conhecer a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e Convento Franciscano de Santo Antônio.
Em estilo barroco, sobretudo em sua capela dourada (1697), entalhada em cedro e coberta por lâminas de ouro.
No Museu Franciscano de Arte Sacra, os turistas encontraram peças dos séculos XVIII e XIX.
Já, na Igreja do Santíssimo Sacramento, os cinco rapazes descobriram que o local abrigou a Casa de Pólvora dos holandeses.
Construída em 1735, a igreja é manuelina na fachada, barroca e neoclássica nos altares.
Uma mistura fantástica!
Na Casa da Cultura, os viajantes ficaram a imaginar, como seria a vida dos presos que olhavam o Capibaribe (rio da cidade).
Provavelmente nem imaginavam que dali a cento e cinqüenta anos, suas celas, transformadas em lojinhas, seriam vasculhadas pelos turistas.
Neste local, painéis de Cícero Dias contam a vida de Frei Caneca, herói pernambucano fuzilado por não se encontrar carrasco que o enforcasse.
No Museu do Homem do Nordeste, os turistas descobriram tudo sobre o ciclo do açúcar.
De tão informados, sentiram-se como se estivessem numa Casa Grande, apreciando a cultura do açúcar.
Também existe um livro de nome ‘Casa Grande e Senzala’, que conta em detalhes tudo sobre o açúcar na região.
Não bastasse isso, o mesmo prédio abriga ainda, o Museu de Antropologia, com literatura de cordel, objetos, roupas.
Mais tarde, ao visitarem o Bairro do Recife, os cinco rapazes passaram a conhecer um pouco mais sobre a cidade que nasceu em 1548.
Ali, vários prédios do século XIX foram restaurados e pintados com cores fortes.
Na Rua do Bom Jesus, os turistas avistaram o marco zero – todo vermelhinho.
Lá também fica a Capela de Santo Amaro das Salinas, com um santo de costas para a porta e o Porto de Recife.
No Mercado de São José, os rapazes encontraram, desde alpercatas de couro até objetos religiosos afro.
O prédio, de estrutura pioneira de ferro pré-fabricada na França, foi inaugurado em 1875, e tem de tudo.
Do lado de fora, cajus, pinhas e outras delícias regionais.
Ao visitarem a Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo, os viajantes descobriram que: para exorcizar a presença dos holandeses, construiu-se o conjunto no local onde existiu, um dia, o Palácio da Boa Vista, erguido por Maurício de Nassau.
Após, foram conhecer a Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Igreja de grife, de arquitetura de Manuel Ferreira Jácomo, pinturas de João de Deus Sepúlveda, Manuel de Jesus Pinto e Francisco Bezerra.
Erguida no século XVIII, em pedra de cantaria, tem portas de jacarandá.
A seguir, os turistas foram conhecer a Igreja Madre de Deus.
Construída no século XVIII sobre as fundações de uma igreja do primeiros tempos de Recife.
Seu altar-mor é entalhado e folheado a ouro no mais puro barroco brasileiro.
Na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, talhas douradas cobrem o altar-mor e pinturas, o forro.
Em destaque, rara imagem da Virgem Maria grávida.
Em seguida, os turistas, aproveitando o passeio, foram conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Capela da Jaqueira.
Com casca grossa mas polpa fina, possuí altar-mor dourado de 1818.
Além disso, inúmeros azulejos portugueses embelezam a construção.
Mais tarde, resolveram passar na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Conta a história, que o Rei Afonso VII doou a igreja, (séculos XVII e XVIII) aos africanos de Recife e seus descendentes.
Nos altares, a presença de santos negros.
Já a Igreja de Nossa Senhora do Terço, fundada em 1726, um século depois, teria testemunhado o enforcamento do Frei Caneca, logo em frente, se algum carrasco tivesse aceitado a missão.
Como não encontrou quem o enforcasse, o herói foi fuzilado perto do forte das Cinco Pontas, no Paredão de Frei Caneca.
No Pátio de São Pedro, os turistas finalmente puderam esbaldar em barezinhos, até por que, ninguém é de ferro.
Além disso, ali também se encontra o casario colonial dos séculos XVIII e XIX, em volta também, da Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Lá está também, a Casa do Carnaval, com estandarte e fantasia de blocos e clubes, como o Elefante e o Pitombeira.
No dia seguinte, os turistas passearam pelo Forte do Brum.
Essa construção, foi iniciada pelos portugueses em 1629, e os holandeses o terminaram em 1631.
O mais importante forte do Recife é hoje um museu militar, exibe armas antigas e modernas, e até o esqueleto de um soldado da época da invasão holandesa.
No Museu Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, basta uma peça para justificar a ida ao local: a coluna em pedra com o brasão e a coroa portuguesa, que serviu de marco divisório entre as capitanias de Pernambuco e Itamaracá.
É de 1535.
Ao passearem pelo Museu do Estado de Pernambuco, os turistas se depararam com um casarão branco e ocre, que pertenceu a Francisco Antônio de Oliveira, o Barão de Beberibe.
Dentro, uma viagem ao tempo dos barões do açúcar por meio de móveis, jóias, moedas, quadros e relíquias militares.
Mais tarde, ao visitarem o Museu do Trem, na Praça Visconde de Mauá, os turistas descobriram mais um novo detalhe sobre a rica história de nosso país.
No ano em que a Princesa Isabel abolia a escravidão, inaugurava-se a Estação da Estrada de Ferro Central de Pernambuco.
Todavia, os trens já não apitam na curva, mas a estação exibe fotos, locomotivas e peças desses tempos românticos.
No Teatro Santa Isabel, dá gosto gritar ‘bravo’! no amplo salão de espetáculos do edifício neoclássico que o francês Louis Vauthier construiu em 1850.
A santa, no caso, era a Princesa Isabel, nascida quatro anos antes.
Depois, na Torre Malakoff, os turistas conheceram o local, em estilo árabe e que lembra um forte russo do tempo da Guerra da Criméia.
Na Ponte Maurício de Nassau, os turistas descobriram que: foi erguida em 1643, um ano antes dele voltar à Europa.
Restaurada, não tem mais o Arco da Conceição, uma das portas da cidade, demolido em 1917.
Dias após, ao passearem pela Praia do Pina, os turistas descobriram que a região abrigou um dia, uma colônia de pescadores.
Muito embora alguns ainda resistam, acabarão por sucumbir diante do avanço de bares, restaurantes e turistas.
A areia escura, já apresenta focos de poluição.
Na Praia de Boa Viagem, sete quilômetros de areia, protegidos por arrecifes formam centenas de piscinas de água bem verde.
Principal palco da cidade, tem sempre alguma coisa em cartaz: carnaval, torneios de verão, megashows, oferendas a Iemanjá.
Os turistas também foram conhecer o Horto Botânico Dois Irmãos.
Lá eles andaram de charrete e observaram animais empalhados do Museu de Ciências Naturais.
Após os forasteiros foram passear no Parque Histórico Nacional Guararapes.
Em Jaboatão, palco da batalha final entre portugueses e holandeses.
Ainda que já se saiba quem venceu a luta, os turistas olharam com atenção o painel que representa a Batalha dos Guararapes na Igreja Nossa Senhora dos Prazeres (1656).
Além disso, apreciaram uma vista excepcional do lugar.
Em Tracuhaém, na Zona da Mata, os turistas conheceram o lugar que divide com Caruaru a glória de ser o mais importante centro da cerâmica pernambucana.
Já no Vale das Formigas (em tupi, garacu-nhémnhém), o barro se transforma em peças exóticas, sacras, zoomórficas ou, simplesmente, utilitárias.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
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