Poesias

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 73

CAPÍTULO 73 

Ao visitarem a região praiana do estado, os turistas se deslumbraram com os exuberantes cenários que se abriram diante de seus olhos.
Neste cenário de encantamento e beleza, a jangada parte e começa a deslizar para ver do mar a beleza dos quinhentos e setenta e seis quilômetros do litoral cearense, do Rio Grande do Norte ao Piauí.
Vai deixando a barrinha do Timbau, em Icapuí, com suas areias brancas, alguns coqueiros e barracas à beira-mar.
Alcança Manibu, uma praia calma com dunas e coqueiros, e logo está em Peixe Gordo, de dunas magras e vegetação rasteira.
Seu núcleo de pescadores vai ficando para trás, à medida que se avança para a primitiva Tremembés.
Neste local escandalosamente verde por causa dos coqueirais, as atividades são bem definidas: os homens pescam, especialmente lagostas, as mulheres rendem, quase todas ao bilro.
Olê mulher rendeira, que o mar às vezes fica danado de bravo na Quitéria e na Requenguela – e todo o cuidado é pouco.
A vegetação rasteira da Quitéria é bem diferente da Requenguela, que tem mangues, areias escuras e salinas.
Em Mutamba, a seguir, as areias são escuras e há outro povoadinho, desses que o mapa mal registra – ao qual, por terra, só se chega por uma trilha.
E olha a base da Serra dos Cajuais, na Praia de Barreiras, desfiando um rosário de coqueiros.
Vez por outra uma carnaúba para enfeitar de vez esta enseada onde jovens se aprumam nas pranchas ,como bêbados equilibristas.
Em seguida a Peroba, que só se alcança pela Praia, tem dois quilômetros de areia escura seguindo até Redondas, com suas falésias, pedras coloridas, dunas coqueirais e cactos – afinal, se está no Ceará.
Aí, é só fazer uma meia-lua e continuar costeando até a Praia da Ponta Grossa, onde mergulhadores experientes fuçam o submerso.
Ao longe, no vilarejo, artesãos desenham a paisagem local dentro de garrafinhas, enchendo-as com areia colorida: o sol iluminando coqueiros e palmeiras plantadas nas dunas diante do verde-azul do mar.
O Retiro Grande e o Retirinho, indicam que já está em outro município, Aracati.
Retiro Grande fica na base de uma duna vermelha.
Aqui, a maré forma braços de mar ao pé das dunas e faz florescer densa vegetação de mangue.
O Retirinho, na foz de um riacho, tem águas paradas, mas não poluídas.
E lá vem outro povoadinho, na Fontainha, onde é possível almoçar nos casebres rústicos e conseguir uma pousada.
A próxima passagem é selvagem.
É a Praia da Lagoa do Mato, isolada entre falésias, ao pé do costão da duna por onde passa o sangradouro desta e – ufa! – um ancoradouro de jangadas no núcleo dos pescadores.
Seguindo, é a vez de Quixaba apresentar-se sobre uma falésia branca, cujas depressões das nascentes proporcionam um belo banho.
Depois, a cento e cinqüenta e quatro quilômetros de Fortaleza, se apresenta, em meio a denso coqueiral, Marjolândia, a praia mais habitada de Aracati.
A próxima é ela, a cantada, a famosa Canoa Quebrada e suas ‘edificações’ de palha, suas ruas de terra tomada por burricos, e assaltada por burrões travestidos de pichadores.
Oh, Tupã: nem a falésia apaixonada pela noite, onde a natureza esculpiu uma lua e uma estrela, escapou das mãos dos animais.
Mas não se quebre, canoa, que Fortim se avizinha, junto à foz do rio Jaguaribe, que enche no inverno para a pesca de camarão e seca no verão, oferecendo praias e ilhas fluviais.
Como estamos no mar, superamos as Praias da Barra e do Canto, às margens do rio até o Pontal do Maceió, onde o Rio Jaguaribe desaparece no oceano.
Adiante, corais enfeitam a orla, e o mar tanto bate, que até fura paredões de rocha, formando verdadeiras cavernas.
E as ondas fortes seguem até a Praia de Parajuru, onde carro só chega até um quilômetro dela.
O mar só fica calminho de novo na Sucatinga, onde um anel de dunas amarelas forma a lagoa de mesmo nome.
As barraquinhas que surgem são de campistas que não resistem a Uruau, onde o mar é esverdeado que dói.
Caranguejo e cerveja é a dupla servida nas Fontes, que honra o nome com suas bicas de água cristalina.
Bugues e ultraleves cruzam às dunas e o ar do Morro Branco, uma praia extensa, cheia de cavernas e nascentes de água doce que jorram de suas falésias.
Adiante, lá vem a Barra Velha, servida por uma balsa, na foz do Rio Choró, e a Barra Nova, onde o povo caiçara vive em um mar de recifes. 
A Praia de Águas Belas, tem uma harmoniosa combinação de cores: verde do mangue, azul do céu e branco das areias. 
Tanto aqui como a seguir, em Caponga, vêem-se casas de veranistas na periferia dos vilarejos, um ou outro hotel ou pousada e alguns bares e barracas nas praias. 
A pele clara dos banhistas, avermelhada pelo sol, denuncia a presença de estrangeiros de primeira viagem, sorvendo água de coco no canudinho. 
Quanto a Praia do Barro Preto, esta já faz parte do município de Aquiraz. 
Fica ao longo da restinga, entre o mar e o Córrego do Batoque, região rica em artesanato de rendas de bilro e labirintos. 
Fortaleza se aproxima. 
Estará Iracema no cais do porto esperando seu amor? 
Terá o guerreiro branco visto a enseada do Iguape, suas dunas cobertas de densa vegetação que escondem bicas de água doce? 
Ou terá desaparecido na Presídio, onde em 1654 os portugueses aprisionaram os invasores holandeses no mesmo cenário enfeitado de coqueiros, cajueiros e goiabeiras? 
A Prainha está a vinte quilômetros da estátua da Virgem. 
Vive lotada. 
Tem hotéis, restaurantes, pousadas. 
Surfe e bodyboarding navegam em suas ondas fortes. 
É hora de botar a jangada debaixo do braço e reaparecer lá adiante, a caminho do Piauí. 
Pronto: lá vamos nós avançando para a Praia de Cumbuco e seu imenso coqueiral. 
Foi aqui que os turistas aproveitaram para andar de jegue, de bugue e, depois, cair nas águas doces das Lagoas de Banana e Parnamirim, escondidas nas dunas. 
Depois, toca a jangada para não amolar os pescadores, nem atrapalhar o surfe da molecada nas ondas fortes da Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e chegar logo a Taíba, de ondas fracas e banhos suaves.
Sua larga faixa de areia é pista de corrida de bugues, e ouvem-se gritos – nunca sussurros – de turistas encantados. 
Que vão ficando para trás, por que o vento é forte, a correnteza é boa e Paracuru já se denuncia nos currais de peixes armados à moda indígena. 
E na animação das areias, das regatas, das lanchas e – cuidado! – dos jte-skis, que espirram água nos jangadeiros e somem nas próprias trilhas. 
Sai pra lá! 
Mas é no balanço do mar também que se vai à Lagoinha, em Paraipaba, com seus dois morros que formam uma meia-lua e um morrão no meio, do Cascudo, que, dizem, esconde tesouros piratas. 
Tesouro mesmo, quase inédito, é a Praia de Flexeiras, em Trairi, onde fica a oficina de jangadas do Chico Pires. 
Êta lugarzinho pacato, na paisagem centenária dos coqueiros, no primitivismo do vilarejo. 
Aqui e na vizinha Imboaca, as dunas são como as nuvens do céu. 
Ao sabor do vento formam rostos, bichos – o que a imaginação alcançar. 
No farol é Mundaú, isolada do mundo boa parte do ano por causa das dunas móveis, verdadeiras barreiras terrestres. 
Vistas assim do mar, Marinheiros, Inferno e Moitas parecem a mesma, na sucessão de dunas, coqueiros e casas de taipa. 
Torrões e Almofala, não: os núcleos dos pescadores são maiores, e além de coqueiros, há caju à vontade. 
As praias são mais enfezadas – e as dunas também. 
A coitada da Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Almofala, viveu anos soterrada até que o vento desfizesse a heresia e empurrasse as areias para outro lugar, descobrindo-a novamente. 
Mas vamos turbinar a jangada que a ansiedade é a mãe da pressa. 
Por que Jericoacoara, que significa refúgio das tartarugas, é a preferida dos holandeses, italianos, franceses e americanos? 
E eis a resposta: o mar é morno e verde. 
A vegetação é de caatinga, com cactos e coqueiros à beira-mar. 
As dunas gigantescas, de até trinta metros, emolduram a praia com lagos doces e salgados. 
O vento forte, é o artesão das pedras. 
Por sobre tudo, bandos de gaviões, gaivotas e anus brancos. 
Um paraíso. 
Depois, encerrada a incursão pelas praias, os turistas foram conhecer Ubajara. 
Pequeno parque nacional, reserva grandes surpresas naturais. 
Encravado em uma encosta de serra de Ibiapaba, o caminho é complicado: são quatro quilômetros de caminhada numa trilha íngreme na mata fechada, entre cânions, precipícios e cascatas. 
As mais bonitas são a do Rio das Minas e a Bica do Cafundó, com duzentos metros de queda. 
Se mesmo diante do clima ameno e da beleza do relevo todo recortado da serra que se descortina no horizonte, for demasiado, o teleférico transporta a todos num rápido passeio de três minutos. 
Os viajantes então, optaram pelo passeio de teleférico. 
Dessarte, ao explorar a região, com seus mil e cem metros de caminhos sinuosos do interior da gruta, passaram antes pela entrada principal e repararam na Pedra do Sino. 
Porém, não é mais possível ouvir o sino dobrando. 
A farra está proibida há mais de dois anos e o local interditado. 
Por isso mesmo, depois de conhecerem a tal pedra, respiraram fundo e começaram a palmilhar cada uma das nove salas da rocha abobada da gruta, iluminadas por luz artificial. 
A da Pedra do Sino fica na entrada. 
O teto da sala do Cavalo, tem a forma do animal. 
A da Rosa, uma flor vermelha desenha em alto relevo no teto. 
Já a sala dos Retratos mostra figuras de uma moça e de Dom Pedro I. 
Por todos os cantos, impressionantes formações de estalactites e estalagmites, resultado de um paciente trabalho da natureza feito com calcário, água e muito tempo – cada centímetro de respingo cristalizado leva três anos para se formar. 
Depois de escarafunchar a antiga moradia ‘do senhor da canoa’ (diz a lenda que o primeiro morador da gruta foi um velho cacique indígena, dono de uma canoa – ubajara, em tupi). 
A seguir, os turistas foram a Cachoeira do Boi Morto, a treze quilômetros de Ubajara. 
Suas águas caem com estrondo por quatro patamares de pedra, e vão se estreitando até formar um córrego, envolvido por densa vegetação. 
E mais, os turistas foram até a Bica do Ipu, que esbanja beleza. 
Situada no município de Ipu, suas águas desabam de noventa metros de altura e se transformam num verdadeiro véu de noiva antes de tocar o chão. 
Seus encantos são tão irresistíveis que até Iracema, a virgem dos lábios de mel – personagem de José de Alencar – costumava se banhar aqui. 
Pelo menos é o que diz a lenda. 
Mais tarde, em Juazeiro do Norte, os turistas foram conhecer a Estátua do Padre Cícero, na Serra do Horto. 
Esculpida pelo artista nordestino Armando Lacerda em 1969, é a terceira maior obra de concreto do mundo (a primeira é a estátua da Liberdade, em Nova York, e a segunda, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro). 
Com vinte e sete metros de altura, foi erguida no local em que o ‘padim’ costumava rezar seus retiros espirituais. 
No Museu do Padre Cícero, a última casa do religioso, foi transformada em museu pelos salesianos. 
Lá tem uma exposição permanente de objetos pessoais do sacerdote, como oratórios, imagens sacras, batinas, chapéus, óculos, louças, livros e quadros. 
A cama do reverendo está protegida por uma cerca, por que os fiéis não hesitavam em deitar-se nela em busca de bençãos.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 72

CAPÍTULO 72 

Em Natal, no Cajueiro de Pirangi, os turistas descobriram uma árvore que dá tanto caju, que parece festa.
De novembro a janeiro, sua safra chega a oitenta mil frutos, que podem ser colhidos ali no mesmo pé, e devorados até matar a vontade.
Já na Praia do Pirangi do Norte, junto à estrada, fica a árvore gigante anunciada como o maior cajueiro do mundo.
Com mais de cem anos, ocupa uma área de oito mil e quatrocentos metros quadrados, com sua enorme copa.
É sombra para ninguém botar defeito.
A explicação para seu crescimento horizontal espantoso, é uma só: anomalia genética.
Depois, os turistas foram ver a Fortaleza dos Reis Magos.
Em forma de estrela, construída com cal e óleo de baleia em 1598, antes da fundação da cidade pelos portugueses.
A inauguração aconteceu no dia 6 de janeiro, Dia de Reis – daí o nome.
Durante séculos foi uma das mais importantes fortificações de todo o litoral norte do Brasil, graças à sua posição estratégica - no encontro das águas do Atlântico e do Rio Potengi – e a resistente construção – as paredes, de pedra tem catorze metros de largura, à prova de canhões.
No Museu – acanhado –, peças da época da ocupação holandesa: canhões e um marco de pedra.
No Museu Câmara Cascudo, encontra-se um acervo de antropologia e peças da cultura popular do estado.
Reúne fósseis de animais, esqueletos de mamíferos, conchas do litoral potiguar, um engenho primitivo de cana-de-açúcar, vários tipos de renda e uma mini-usina de xilita, minério de tungstênio explorado no estado, usado na indústria bélica e na fabricação de lâmpada.
No Memorial Câmara Cascudo, há uma biblioteca com quinze mil volumes e documentos do historiador e maior folclorista do país, com cento e sessenta livros publicados sobre a cultura popular, costumes, superstições e personagens brasileiros.
Na Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação, os turistas se depararam com a antiga catedral, erguida em 1694 no mesmo lugar onde existia uma capelinha de barro, destruída pelos holandeses. Arqueólogos descobriram recentemente pinturas originais do século dezessete encobertas por dezoito camadas de tinta.
São pinturas com ouro que apresentam elementos de inspiração chinesa.
A imagem da padroeira, encontrada em 1753 boiando num caixote do Rio Potengi, foi levada para a nova catedral.
Já a Igreja de Santo Antônio, foi construída em 1766, e tem estilo barroco, altar de madeira entalhada, museu de arte sacra e convento.
Já abrigou o quartel policial da cidade e um colégio.
A torre é revestida de azulejos e tem um belo galo metálico bem no alto.
Ao passearem na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, descobriram que a edificação foi construída por volta de 1714 pelos escravos devotos de Nossa Senhora do Rosário.
Possuí localização privilegiada.
Fica num platô de onde se avista todo o estuário do Rio Potengi.
Mais tarde, os turistas foram a Praia do Forte.
Enseada de ondas calmas, com piscinas naturais formadas por arrecifes a poucos metros do centro.
É ali que a rapaziada da cidade vem nadar e praticar windsurf.
Sua maior atração é o forte estrelado dos Reis Magos.
Continua como Praia do Meio e no trecho final vira Praia dos Artistas, também conhecida como ‘Baixo Natal’.
A orla é tomada por bares e restaurantes onde a juventude natalense faz seus agitos noturnos.
Na Praia da Mãe Luísa, estreita e pequena, com pedras escuras e recifes, os turistas aproveitaram para tomar um banho de sol.
Esta praia, situada no início da Via Costeira, possuí ao fundo, no morro, o Farol da Mãe Luísa.
Já na Praia Barreira D’Água, os turistas avistaram grande quantidade de hotéis em seus arredores.
Com uma faixa larga de areia fofa, em frente ao Parque das Dunas, tem um mil e duzentos hectares tomados por morros de areia e por uma das maiores reservas urbanas de mata atlântica.
Todavia, o parque está fechado ao público, mas se estuda a criação de trilhas para turismo ecológico.
Na Praia da Ponta Negra, os turistas descobriram outro ponto de encontro da moçada potiguar.
Isso por que aqui, tem muita balada, e praia para todos os gostos.
A parte sul, uma pequena baía protegida por arrecifes, é indicada para banhos e mergulhos.
As ondas fortes, indicadas para os turistas, estão do lado norte, no trecho do mar aberto.
Dessarte, os adeptos das caminhadas e escaladas também tem o Morro do Careca, uma duna branquinha de cento e vinte metros de altura, com alguns oásis.
Já na Pedra do Rosário, na Avenida do Contorno, Ribeira, os viajantes avistaram, sobre o Rio Potengi, um mirante para apreciar o pôr-do-sol mais bonito da cidade.
No dia seguinte, passearam na Barreira do Inferno.
Primeira base de lançamento de foguetes brasileiros, construída em 1964.
Desempenhou importante papel no desenvolvimento de tecnologia espacial e no lançamento de foguetes metereológicos.
Pertinho daqui, fica a Praia do Cotovelo, com uma linda vista das falésias e da base.
Depois, os cinco rapazes foram comprar artesanato de fibra de carnaúba e sisal, rendas, madeira e bordados, no Centro de Turismo.
Já no Centro Municipal de Artesanato – Praia dos Artistas –, os rapazes também aproveitaram para comprar peças de artesanato.
A seguir, foram assistir a Festa de Nossa Senhora da Apresentação.
É nesta festa que a padroeira da cidade é festejada com missas e procissões pelas ruas arborizadas com sapotizeiros de Natal.
Na Festa de São João, os turistas puderam observar que, durante o mês de junho, a cidade vira um animado arraial.
É aqui, que um disputado festival de quadrilhas ocorre em bairros como Cidade da Esperança, Lagoa Seca, Conjunto Pirangi e Potilândia.
No dia seguinte os turistas foram conhecer as serras de alvas dunas, que marcam os horizontes das praias potiguares e se sucedem entre lagoas cristalinas, falésias vermelhas, vilas primitivas de pescadores, salinas, oásis de coqueiros e reservas de mata atlântica.
As encostas, feitas de areia, para que se possa escalar, são verdadeiros convites para deslizar em rústicos trenós de madeira, antes mesmo de mergulhar nas águas mornas –doces ou salgadas.
Foi por esta razão que os viajantes se deslumbraram com o litoral do estado.
Na Praia da Pipa, os turistas se depararam com a mais badalada do lugar.
Com muitas pousadas e restaurantes, é também freqüentada por golfinhos e tartarugas.
Além disso, a praia é longa, com grandes trechos de falésias avermelhadas de até cinqüenta metros de altura, e uma reserva de mata atlântica no Santuário Ecológico de Pipa (Chácara do Madeiro).
A reserva tem várias trilhas e mirantes de onde se vêem os golfinhos.
A Trilha do Jacu, por exemplo, leva ao ponto mais alto, com vista da praia e da floresta.
No litoral norte, os turistas puderam percorrer inúmeras praias, bem como conhecer Mossoró, quente e salgada.
Considerado o maior centro urbano do interior do estado, Mossoró, tem uma particularidade: de algumas torneiras sai água mineral a uma temperatura de até 52º Celsius por causa de um poço térmico de um quilômetro de profundidade.
A cidade de tão bela, se esparrama em dunas de sal.
E vive delas desde o século XVII, quando as salinas foram descobertas pelos holandeses e logo transformadas em monopólio da coroa portuguesa.
Bem depois, a paisagem de Mossoró ganhou campos de exploração de petróleo e verdes plantações de frutas tropicais.
Que tal saborear um suculento melão-mossoró?
Ou um melão-espaguete?
Apesar de provinciana, a cidade se antecipou a história.
Em 30 de setembro de 1883 aboliu a escravatura, cinco anos antes da Lei Áurea, e foi aqui que a mulher exerceu o direito de voto pela primeira vez no país.
Os viajantes, aproveitando a estada, visitaram o Museu Histórico Municipal, onde viram rifles e fotos de Lampião e dos jagunços Jararaca e Colchete, que andaram aterrorizando o pedaço.
Depois, foram conhecer as Salinas de Francisco Menescal e Guanabara (Sosal), pela Estrada Areia Branca, e descobriram como o sal se torna um produto de consumo doméstico.
A seguir, rumaram para o Ceará.
Neste lugar, segundo a história, durante anos o estado não existiu.
Seu donatário, o fidalgo luso Antônio Cardoso de Barros era preguiçoso e, como se verá, azarado.
Baixo, de barbinha preta cerrada, este gordinho vivia ora na Bahia, ora bajulando Dom João III na corte, em Lisboa.
Só de tomar posse do distante Ceará, dava-lhe um baita tédio.
Ainda mais sabendo que Tupis e Tapuias eram arredios e não gostavam de caras-pálidas.
Quis o destino que o mandrião pegasse carona para Portugal no barco do bispo Fernandes Sardinha.
A tragédia é conhecida: a nau naufragou nas Alagoas, e os dois foram comidos pelos Caetés.
Em 1607, os Padres Pinto e Figueira vieram catequizar o Ceará, e também se deram mal.
O Padre Pinto foi morto a golpes de tacape.
Figueira, que escapou, naufragou na Ilha de Marajó, e foi assado pelos bugres.
Só em 1611 a história teve final feliz – e romântico.
O capitão Martim Afonso Soares Moreno montou um posto avançado na luta contra os franceses que estavam no Maranhão, e virou amigo íntimo do cacique Jacaúna, a ponto de andar nu, pintar o corpo com jenipapo, e usar arco e flecha: os amores do guerreiro branco vivem na obra ‘Iracema’, de José de Alencar.
Um dos primeiros gritos de alforria do Ceará, aconteceu em 1817.
José Martiniano de Alencar, pai do escritor, declarou a República de Crato, derrubou o pelourinho da vila e exigiu independência.
Perdeu e foi castigado pela coroa portuguesa: caminhou cem léguas acorrentado à mãe e aos irmãos – de Crato a Fortaleza.
Mas o grande nome do Ceará é um mito: Cícero Romão Batista, o Padim Ciço.
Vigário de Juazeiro do Norte, misto de religioso e político, mesclou misticismo e fanatismo.
É adorado até hoje.
Anualmente milhares de romeiros reverenciam o religioso e seus poderes milagrosos.
Por que acreditam que lá em cima ele cumpre religiosamente suas últimas palavras, quais sejam:
‘No céu, pedirei a Deus por todos vocês.’
E foi assim, mergulhados em história, que os turistas foram conhecer os principais pontos turísticos da cidade de Fortaleza.
Visitaram a Catedral.
Gótica e imensa, tem torres com setenta e cinco metros de altura.
Projetada pelo arquiteto francês George Maunier e inspirada na Catedral de Colônia, Alemanha, tem capacidade para cinco mil pessoas e começou a ser erguida em 1938.
Foi inaugurada em 1978 por Dom Aloísio Lorscheider.
Na Igreja do Rosário, os turistas descobriram o mais antigo ponto de Fortaleza.
Em 1730, era somente uma capela de palha e taipa.
Em 1755 foi refeita com pedra e cal.
Foi a matriz da cidade de 1821 à 1854.
Depois, ao passarem pela Igreja do Pequeno Grande, os cinco rapazes se deslumbraram com uma construção gótica do século dezenove.
Possuí telhado em pedra ardósia.
Além disso, exibe vitrais franceses e estruturas metálicas belgas.
Por fim, uma pequena imagem de Jesus num pedestal dá nome ao templo.
No Teatro José de Alencar, está o monumento da cidade.
Sua estrutura metálica foi importada da Escócia.
Belos desenhos enfeitam frisas, camarotes e escadarias.
O ambiente interno é art-noveau.
Na Casa José de Alencar, os turistas visitaram a lugar onde nasceu o romancista.
Lá estão mantidas as ruínas de um antigo engenho, primeiro do Ceará a receber energia a vapor.
Lá também está o Museu Arthur Ramos, que possuí acervo de peças indígenas e de instrumentos da época da escravidão.
Curiosidade.
Neste lugar, uma gamaleira se casou com um cajueiro, se entrelaçaram e constituíram uma árvore só. Mais tarde os turistas se depararam com o Cristo Redentor.
Trata-se de uma coluna de trinta e cinco metros de altura.
No topo, a estátua de Cristo em estilo coríntio.
No Forte Schoonenborck, os viajantes descobriram que foi este lugar que deu origem a cidade.
Construído em 1649 por Mathias Beck, durante a ocupação holandesa, o forte foi retomado pelos portugueses em 1654, quando o rebatizaram, com o nome de Nossa Senhora de Assunção.
Depois, no Farol do Mucuripe, os turistas se admiraram com uma edificação em estilo barroco, erguido pelos escravos em 1846, homenageando a Princesa Isabel.
Restaurado em 1994, abriga o Museu do Farol – com reprodução de desenhos, fotografias, ilustrações e trechos de romances que registram o período colonial e as presenças holandesa e portuguesa.
Mais tarde, ao verem a Estátua de Iracema, na Praia do Mucuripe, os turistas descobriram que ela é composta de três elementos – o guerreiro, uma criança e Iracema.
Esta escultura foi feita pra homenagear à célebre personagem de Alencar e fica no local onde ‘a virgem dos lábios de mel e madeixas mais negras do que a asa da graúna’, esperava que seu amor regressasse: no cais do porto.
Quanto ao Monumento do Vaqueiro, o nome sintetiza a obra.
Já o Minimuseu Firmeza, é um lugar onde peças de arte popular e erudita, como pinturas, gravuras, desenhos, catálogos e peças artesanais se misturam.
Aqui estão trabalhos de Aldemir Martins e Antônio Bandeira.
Quando os turistas foram conhecer o Museu de Arte e Cultura Popular, ficaram encantados com as peças religiosas, recreativas e utilitárias do cotidiano do homem cearense.
Foi ali, que entre inúmeras peças, os turistas conheceram uma jangada primitiva e um tear.
A seguir, no Museu das Artes Plásticas, os turistas se deslumbraram com mais arte sacra e também, com xilogravura popular.
Neste museu também estão obras de Aldemir Martins, Antônio Bandeira e Raimundo Cela.
No Museu do Ceará, os amigos Fábio, Felipe, Flávio, Agemiro e Lúcio, conheceram peças históricas e mil trezentas e cinqüenta e três peças antropológicas sobre o processo de ocupação do estado – dos fósseis aos conquistadores.
Já no Museu do Maracatu, os turistas conheceram peças de vestuário, objetos de senzala e instrumentos musicais ligados à história do maracatu.
No dia seguinte os turistas foram a Praia da Barra do Ceará.
Lá, apreciaram o encontro das águas do mar com as águas do Rio Ceará.
Depois, realizaram a travessia da Barra, por meio de canoas.
Ao longe, chegaram a ver algumas barcaças.
Mais tarde, foram passear no antigo Forte de Nossa Senhora do Amparo, uma típica construção do século dezessete.
A seguir, foram passear pela Praia de Iracema.
Ao chegar lá, descobriram que é a preferida de intelectuais e poetas que dali, contemplam um magnífico pôr-do-sol.
Ali, o calçadão que margeia a praia foi reformado e virou ponto obrigatório para um giro noturno.
Dias depois, os turistas passearam pela Praia do Meirelles, que arborizada, com largos calçadões, feira artesanal e quadra de esportes, é um convite a recreação.
Por isso, concentra sempre um bom número de banhistas.
Todavia, advertidos, os turistas evitaram banhar-se ali.
Isso por que, o esgoto da cidade desemboca bem nela.
Já na Praia da Volta do Jurema, os turistas tiveram que tomar outro cuidado.
Por causa de suas formações rochosas, é desaconselhável o mergulho nestas águas.
Esta é freqüentada por rapazes que não esperam a Jurema, mas que ficam atrás de todas as Juremas na areia.
Ao passarem pela Praia do Mucuripe, os turistas se depararam com uma bela enseada.
Cenário de jangadas, da estátua de Iracema e do farol, é um deslumbramento só.
Além disso, ao entardecer, vale a pena assistir do alto das dunas à chegada dos jangadeiros.
Isso por que, eles trazem deliciosas lagostas.
Diante disso os rapazes, deslumbrados com a fartura de crustáceos, foram logo comprando alguns, para prepararem mais tarde.
Depois, na Praia do Futuro, os turistas descobriram que esta é a preferida dos banhistas.
Shows artísticos acontecem quase todos os dias.
E tome carquejo nas barraquinhas, que também viraram atração noturna por iniciativa do Chico do Carangueijo: toda quinta-feira à noite, religiosamente, ele prepara um dos melhores da cidade.
Na Praia de Sabiaguaba, os turistas relaxaram deitados nas dunas, sob os coqueiros, diante do mar tranqüilo.
Mais tarde se levantaram e foram até as barracas repor as energias com base em ostras e carangueijos.
Após, os turistas foram passear de saveiro pela costa.
Não satisfeitos com isso, fizeram um passeio de lancha pelo Rio Pacoti e depois passearam de trem pela Serra de Baturité.
Animados, foram ainda conhecer o Beach Park e se esbaldaram na área de turismo e lazer.
Esta área, com rios artificiais, piscinas, duchas e cachoeiras, localizada junto à Praia de Porto de Dunas – foi cenário da novela ‘Tropicaliente’ – onde se alugam os bugues, ultra-leves e jet-skis.
No dia seguinte os turistas foram assistir a Festa do Bumba Meu Boi.
“Nesta festividade, uma encenação conta a história da grávida Catirina, que deseja comer a língua do boi mais bonito que há.
Com a ajuda do vaqueiro, o boi é roubado e morto.
A grita é geral, até que os feiticeiros o ressuscitam.
No auto, a personagem usa armação de madeira coberta com panos coloridos e cabeça da ossada de um boi.
Além dos personagens humanos, há os animais (a burrinha, ema e a cobra, entre outros) e muitos bonecos.
Todos com muitos enfeites e cores.
A platéia participa cantando e questionando os personagens, que, com melodias improvisadas, respondem às indagações.
”Viram também, a Quadrilha.
Nesta festa, tem-se o casamento caipira, sempre com músicas regionais, como o baião e o xote e outras, que lembram os Santos Antônio, João e Pedro.
É tão popular que durante as festas juninas há um festival de Quadrilhas, no Pólo do Alagadiço, com apresentação de cento e quarenta delas.
Ao verem a Regata de Jangadas Dragão do Mar, os turistas puderam apreciar a largada na Praia do Mucuripe e a chegada na Praia do Náutico.
O percurso leva uma hora e meia para ser completado por mais de cem jangadeiros que disputam a sua Fórmula-1, como eles mesmo dizem.
Enquanto pilotam suas ‘máquinas’, há show folclórico nas praias.
O nome Dragão do Mar, é uma homenagem ao jangadeiro Chico da Matilde, o dragão do mar, um abolicionista de primeira hora no estado.
Ao verem a Caninha Verde, os turistas constataram que se tratava de uma dança.
Utilizada nas festas da Praia do Mucuripe, primeiro em roda, depois em fila e, por fim, em forma de serpentina.
Esta é a afamada dança.
Ao longo da apresentação, o rei é envolvido pelos vassalos, e todos cantam e dançam ao som do violão, bandolim, cavaquinho e pandeiro.
Também caem na dança os noivos e suas famílias, acompanhados pelo padre e pelo sacristão, todos vestidos de maneira rica e colorida.
No Mercado Central de Fortaleza, os turistas constataram que, feio por fora, surpreende por dentro.
De arquitetura simples, o Mercado Central foi fundado em 1931 para a venda de frutas e legumes, mas ao longo dos anos ganho cara nova.
Hoje, possuí muitas lojas – algumas com menos de um metro quadrado – e vende de tudo: produtos de couro, doces (não deixe de provar o de caju, feito no fogão a lenha), bebidas, ervas medicinais, artesanato e, é claro, as famosas redes e rendas de Fortaleza.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 71

CAPÍTULO 71

Por fim, despediram-se para a região, e partiram em direção ao estado da Paraíba.
Em João Pessoa, antiga Felipéia de Nossa Senhora das Neves, os viajantes foram visitar o Centro Cultural São Francisco.
Neste centro, um conjunto barroco composto pela Igreja de São Francisco, Convento de Santo Antônio e Museu de Cultura Popular, que começou a ser construído em 1589, e levou quase duzentos anos para ficar pronto, onde estão os painéis frontais da igreja, que são de azulejos portugueses e retratam a Paixão de Cristo.
A Capela Dourada – com portais rococó e entalhes do período de Dom João V – já foi muito mais dourada no passado, quando então era coberta de ouro.
Aí, descobriram o tesouro e ocorreu a multiplicação do pecado: a capela virou uma espécie de pia de água benta e muita gente se locupletou com isso.
Nos fins de tarde, especialmente, os morcegos dão o ar de sua graça no conjunto onde eles moraram durante os doze anos em que ficou fechado para restauração.
Com isso, os viajantes foram visitar o Museu da Cultura Popular, e lá observaram as exposições permanentes de peças de folclore, xilogravuras e arte sacra.
Mais tarde, passaram pela Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Neves.
Esta construção, é de segunda metade do século XIX e é a quarta igreja construída no mesmo lugar.
Curiosamente, foi aqui que se ergueu a primeira capela da cidade, de taipa, em 1585, ano da fundação da cidade.
Esta edificação, possuí duas torres, numa das quais um relógio de peso que não funciona, porque teve uma peça roubada.
No altar, um bloco de mármore e uma imagem de madeira dourada de Nossa Senhora da Assunção. Na Igreja da Misericórdia, os turistas viram que por fora, a construção é branquinha.
Por dentro, é a única da cidade que conserva sua arquitetura original, de 1602.
Veja a Capela do Salvador do Mundo, onde estão os restos mortais de Duarte Gomes da Silveira, grande senhor de engenho e responsável pela obra.
Além disso, a igreja é tombada pelo patrimônio histórico local.
No Convento e Igreja Nossa Senhora do Carmo, a edificação, em estilo barroco-rococó, do final do século XVI, ladeado pelo Palácio Episcopal e pela Igreja de Santa Teresa.
Trata-se de um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da cidade.
Já no Mosteiro de São Bento, os turistas puderam apreciar a bela arquitetura barroca nordestina, com fachada de pedra trabalhada.
Na Igreja de São Pedro Gonçalves, a construção, erguida em 1843 graças à contribuição de comerciantes e navegantes, é toda em estilo neoclássico e confere à cidade antiga um contraste especial.
Integra um conjunto tombado pelo patrimônio histórico que abrange o largo, o convento, o Hotel Globo, e alguns prédios das imediações.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, é a mais alemã das igrejas paraibanas.
É de 1727 e apresenta grossas colunas revestidas de marmorito escuro.
Já o Sobrado dos Azulejos é uma construção do século XVIII de jeitão gótico.
As paredes de tijolos maciços são revestidas de azulejos azuis portugueses da fábrica Devezas-Porto.
Na Casa da Pólvora, os turistas se depararam com uma construção portuguesa de 1710, localizada num morro, no centro da cidade baixa, naquela que é a mais velha rua da cidade.
Servia como ponto para observar a aproximação de embarcações inimigas que ameaçavam a capital.
Era também, depósito de munição.
Hoje, abriga o Museu Walfredo Leal, com exposição permanente de fotografias antigas da cidade.
Daqui se vê a paisagem do Rio Sanhauá e da várzea paraibana.
No Espaço Cultura José Lins do Rêgo, os turistas visitaram um centro cultural que abriga teatro, cinema, galeria de arte, auditório, biblioteca, gibiteca, a Praça do Povo, onde são realizados shows e um planetário.
No Cine Banguê, às quintas, costuma se apresentar a Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Aos sábados, exposição e feira de selos e moedas.
Por fim, o espaço abriga ainda, o Museu José Lins do Rêgo, composto pela biblioteca particular do autor, com quatro mil seiscentos e quarenta e cinco livros.
Ao passearem pelo Momerial Augusto dos Anjos, os turistas olharam os livros, documentos, fotografias e objetos de uso pessoal do poeta, autor do poema ‘Eu’.
Na Fundação Casa José Américo de Almeida, os turistas se depararam com um arquivo pessoal com cento e trinta mil documentos, livros e coleções do advogado e escritor que governou a Paraíba no período de 1951 à 1956.
No Museu e Cripta Epitácio Pessoa, os viajantes conheceram o Tribunal de Justiça, onde estão os manuscritos, documentos, fotos móveis e objetos de uso pessoal do jurista que foi presidente do Brasil.
Na cripta estão os restos mortais dele e de sua mulher, Mary Saião Pessoa.
Mais tarde, foram conhecer o Teatro Santa Roza.
Considerado um dos mais antigos do Brasil – é de 1888 – tem fachada com ares greco-romanos e o interior é revestido com pinho-de-riga.
Na Praia do Tambaú, os turistas conheceram a mais freqüentada da cidade.
Com mar tranqüilo, areia fina e repleta de coqueiros, possuí quiosques, lojas de artesanato, bares e restaurantes.
Já na Praia da Manaíra, os viajantes se depararam com uma praia urbana, com ondas fracas, areia fina e coqueiros.
Além disso, em sua orla, há restaurantes, bares e casas luxuosas.
Na Praia do Bessa, os cinco rapazes descobriram um lugar excelente para mergulhos.
Apresenta uma lindíssima formação de corais.
Além disso tem água morna, coqueiros e gameleiras.
Quanto a Praia do Cabo Branco, esta é muito procurada e muita bonita, com falésias de cinqüenta metros de altura.
Além disso, seu exuberante mar azul contrasta com o verde marcante dos coqueiros.
Já na Praia da Penha, a vila de pescadores já foi maior, mas ainda é possível vê-los na sua harmoniosa convivência com o mar.
Fica a dois quilômetros do farol do Cabo Branco.
Entusiasmados com o passeio, os turistas mais do que depressa foram a Igreja de Nossa Senhora da Penha, construção do século XIX, que está localizada no ponto mais alto da praia.
Na segunda quinzena de novembro, ela recebe romeiros de todo o Nordeste.
Ao passearem pela Barra do Gramame, os turistas novamente encontraram um lugar bastante freqüentado, e cuja paisagem é uma sucessão de falésias junto à foz do Rio Gramame.
Depois, foram passear no Parque Arruda Câmara.
Trata-se de uma reserva botânica de mata atlântica.
Tem minizôo com trezentos e três animais de sessenta espécies.
O parque tem três lagos, fontes de água e riachos.
A Fonte de Tambiá é do século dezoito.
No Parque Solon de Lucena, no centro da cidade, os turistas descobriram que este tem o traçado original de Burle Marx e o parque é circundado de coqueiros e palmeiras imperiais.
Na Reserva Florestal Mata do Buraquinho, os turistas descobriram que, na área urbana, entre conjuntos habitacionais, estão quatrocentos e setenta e um hectares, administrados pelo Ibama, que possuí lagos, lagoas, rios, riachos e fontes.
É o habitat natural de cobras, jacarés, preguiças e macacos.
Depois, os viajantes foram conhecer a Ponta do Seixas.
Acordando bem cedo, aproveitaram para ver onde o sol nasce primeiro no país.
Por se tratar do lado extremo oriental do continente sul-americano, ocorre este fenômeno.
A seguir, do Mirante do Farol do Cabo Branco se descortina uma das mais belas vistas de praias do Brasil.
Aqui têm, restaurante, lanchonete, playground e artesanato.
Na Praia da Tambaba, os turistas descobriram que esta é uma praia de nudismo.
A primeira oficializada no Nordeste.
Para sacar os maiôs ou biquínis, basta seguir as placas de orientação – ou perguntar aos policiais militares que ficam no local.
Com isso, os turistas, comportados, não cometeram nenhum excesso.
Ao contrário, mesmo ao visitar as grutas de vegetação agreste, se comportaram dignamente.
Na Fortaleza de Santa Catarina, ao lado do Porto de Cabedelo, trata-se da ruína de um forte construído em 1585, pelos portugueses, que o ergueram com pedra calcárea e óleo de baleia.
A seguir, os turistas foram passear na Ilha de Areia Vermelha.
A meio caminho de Cabedelo, só aparece durante a maré baixa, a dois quilômetros da costa, oferecendo um incrível passeio náutico.
Por último, os turistas aproveitaram para comprar artesanato de palha, corda, sisal, couro, argila, madeira, rendas (labirinto) e redes no Mercado de Artesanato.
No dia seguinte, os turistas foram conhecer Campina Grande.
De um lado, o litoral.
De outro, o sertão.
Separando a água da seca, na Serra de Borborema, Campina Grande fica maior ainda quando o campinense bate no peito para dizer:
‘Tá vendo isso aqui? É o maior pólo industrial e tecnológico do estado.’
Ademais, é a terra de violeiros e repentistas.
É a capital do trabalho, mas também é a capital do forró.
Um capital que, sem exagero, se agiganta para valer, no mais longo São João do planeta.
Ou como canta o poeta popular Amazan:

‘Grande festa nordestina
Forró a cada segundo
Nós fazemos em Campina
O maior São João do mundo.’

E quanto ao maior São João do Mundo, é assim, desta maneira mesmo.
Modestamente, é que Campina Grande promove sua principal gandaia.
Se realmente é o maior São João do mundo, ninguém sabe, até por que a cidade disputa com Caruaru (Pernambuco) e com Estância (Sergipe), este título.
Uma coisa porém é certa.
O campinense é o mais ruidoso do planeta.
É nesse período que a cidade se enfeita de bandeirolas, o lume das fogueiras aquece as noites frias (dezessete graus) da Serra da Borborema, e suas ruas acolhem mais de quatrocentas mil pessoas de todo o país, numa festa que emenda o dia com a noite, e parece não ter mais fim.
Durante o dia, o Trem Ferroviário leva os turistas para um passeio de quarenta minutos até as Pedras do Ingá, embalados pelo som de sanfonas, triângulos e de zabumbas.
O arrastão do forrozeiro sai pelo sobe e desce das ruas do centro, empurrando todo o mundo, no ritmo do forró trieletrizado.
Há burreatas (desfile de burros), corridas de jegues, comboios de carroças ornamentadas e o alarido dos torcedores, que incentivam aqueles que tentam alcançar a prenda lá em cima, no pau-de-sebo.
Multiplicam-se as barraquinhas de comidas típicas, especialmente no quartel-general da festa, o Parque do Povo, uma área com doze mil metros quadrados, equivalente a meio Maracanã.
É neste arraial gigante que acontecem pelo menos dez atrações simultâneas em três palcos diferentes.
Para garantir a presença do público, a prefeitura cadastra casas e apartamentos mobiliados para hospedagem, ideais para grupos de turistas que rateiam as despesas, e economizam a grana do hotel.
Em Sousa, os turistas se depararam com as mirabolantes pegadas às margens do Rio Peixe, e se encantaram.
Foi ali, que em 1920, graças ao geólogo Luciano Jacques de Morais, que se soube que foram impressas, há setenta milhões de anos, as aludidas pegadas.
Era ali a trilha de um semibípede de três toneladass, o iguanodonte, primo-irmão do alossauro, duas espécies jurássicas que viveram neste vale há séculos.
Dizem os especialistas que um belo dia, uma chuva de meteoritos caiu na cabeça deles e os gigantes foram queimados do mapa.
Essa porém, é uma das teses.
Teorias mais elaboradas creditam a extinção a fatores geológicos e biológicos, entre eles a diminuição da superfície dos oceanos e o aumento da temperatura no planeta.
Contudo, muito embora eles tenham sumido, seus rastros ficaram.
As pegadas foram gravadas no barro de lagoas e na areia de rios na estação das chuvas.
Durante a seca, a pegada se solidificava, resistia às chuvas seguintes, ganhava novas camadas de areia ou de barro trazido pelas enchentes, e ia se sedimentando ainda mais.
Por fim, ficaram tão duras que estão na região até hoje.
Com isso, além de apreciar os principais pontos turísticos da cidade, os turistas aproveitaram para ver a Festa do Bode.
No distrito de São Francisco, a trinta e um quilômetros de Sousa, os turistas se curvaram diante de um dos mais concorridos pratos da culinária local, e dedicaram um dia inteiro à comilança de bodes.
Guisado de bode, bode assado, bode frito, tudo que é tipo de bole, é servido nos bares, restaurantes e barraquinhas da praça principal da vila, que vira um grande forródromo.
Mais tarde, os rapazes foram ouvir a ‘Lenda do Milagre Eucarístico’.

“A história é muito conhecida por lá.
Durante a missa, um negro forte finge comungar, esconde a hóstia na dobra da camisa, e foge para usá-la em feitiçaria.
Os devotos percebem e começa a perseguição.
Não o apanham, mas encontram a hóstia em um capinzal, guardada por ovelhas, e a levam em procissão de volta à Igreja dos Remédios.
Na Praça do Bom Jesus, um momento reproduz a cena das ovelhas.”

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 70

CAPÍTULO 70 

Na região do Mar de Dentro, os turistas visitaram a Praia dos Golfinhos.
Só que ali, diferente de outros lugares, não se pode mergulhar.
Isso por que o lugar é só dos golfinhos e fica dentro do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Na Praia da Baía do Sancho, os turistas descobriram, que na maré alta, chega-se por degraus encravados na falésia de quarenta metros de altura, com um cabo de aço para ajudar.
É local de desova das tartarugas aruanãs e ideal para mergulhos.
De fevereiro a junho ganha duas cachoeiras formadas pelas águas das chuvas, que despencam das falésias.
Ao passarem pela Praia da Baía dos Porcos, os turistas encontraram dificuldades para chegar até lá.
Porém, chegando lá, os turistas ao se depararem com uma areia dourada e aquários naturais povoados por cações, mariquitas e sargentos, e esqueceram-se completamente das dificuldades que enfrentaram para chegar.
Contudo, não puderam mergulhar na piscina principal, posto que é proibido.
Na Praia da Cacimba do Padre, os turistas descobriram que o nome se deve em razão de sua nascente ter sido descoberta por um padre.
No melhor estilo Fonte de Trevi, quem beber de sua água um dia voltará.
Na Ilha Dois Irmãos, rochedos pontudos chamados pelos ilhéus de Fafá de Belém e Lílian Ramos, ficam em frente.
Na Praia do Bode, a força das ondas atende à energia dos surfistas e abastece de água e peixes as piscinas naturais.
Já na Praia do Americano, os turistas descobriram que a mesma abrigou tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial.
Porém além disso, os cinco rapazes se esbaldaram com sua areia fofa e suas ondas calmas.
Na Praia do Boldró, ondas de cinco metros e piscinas naturais, atraem surfistas e mergulhadores.
Os turistas também.
Além disso, interessados em um agito, aproveitaram o Forró animado do Bar Mirante.
Na Praia da Conceição, os turistas se depararam com muitos surfistas.
O Rugido do Leão, caverna que ruge quando bate a porta, fica perto.
Os guias chamam o lugar de Curva do Tamborello ou Pavarotti.
Mais tarde, ao passearem pela Praia do Meio, próxima a Vila dos Remédios, os turistas perceberam que a mesma é recomendada para quem está deveras cansado, ou mesmo acabou de chegar.
Porém, quem disse que estavam cansados?
Dessa forma, prosseguiram o passeio.
Foi então que foram conhecer a Praia do Cachorro.
Ali constataram que nove entre dez pessoas que acabam de chegar à Vila dos Remédios, se batizam nas águas do arquipélago neste lugar.
É a praia dos habitantes e dos surfistas, com bares e lojas de artesanato.
Ao caminharem pela Praia de Santo Antônio ou do Porto, os viajantes conheceram uma perfeita combinação.
Boa para banhistas, mergulhadores e surfistas atentos à paisagem.
As ruínas do Forte de Santo Antônio ficam por ali, assim como os destroços do navio grego Astúria naufragado na década de trinta.
Depois os rapazes foram conhecer a Ponta da Sapata/Enseada do Portão.
De difícil acesso, está quase do mesmo jeito que estava quando Américo Vespúcio descobriu as ilhas, em 1503.
Com isso, ao lá chegarem, os turistas se divertiram a valer.
Ao se depararem com formações rochosas, começaram a imaginar o que as mesmas representariam.
Para eles, uma se parecia com uma múmia, a outra tinha o perfil de Ulysses Guimarães.
Já aquele ‘portão’ lembra o mapa do Brasil ou da África?
No Mirante da Baía dos Golfinhos, os cinco viajantes se depararam com o maior espetáculo do gênero.
Do mirante no alto das escarpas é possível ver, das cinco e meia às dez horas, o Show dos golfinhos rotadores, saltando para fora d’água e fazendo movimentos de rotação, no maior aquário natural da espécie.
É aqui que eles brincam, amamentam seus filhotes e namoram.
A cinco quilômetros da Vila dos Remédios.
Já no Mirante da Baía do Sancho, os forasteiros apreciaram a belíssima paisagem a quatro quilômetros e meio da Vila dos Remédios.
Ao verem o mar verde-esmeralda, entenderam sua perfeita tradução.
O apelido do arquipélago de ‘Esmeralda do Atlântico’, agora se justificava.
No Mirante do Boldró, os viajantes se deslumbraram com mais um panorama antológico numa ilha repleta deles.
Já no Morro do Pico, os turistas descobriram que este é considerado o Everest local.
Com trezentos e vinte e cinco metros, esta impressionante formação vulcânica é vista de qualquer ângulo da ilha.
Contudo, a despeito de haver uma estradinha de ferro, é proibido aos turistas subirem por ela.
Dias depois, os turistas foram conhecer a região do Mar de Fora.
Na Praia do Leão, os viajantes avistaram dois quilômetros de mar totalmente selvagem, escolhido para a desova das tartarugas aruanãs de dezembro a maio.
Além disso, defronte a Praia, estão as Ilhas da Viuvinha e do Leão.
Por fim, esguichos de dez metros, formados pelas ondas que batem nos recifes, arrematam o espetáculo.
Na Praia da Baía do Sueste, os viajantes se encantaram com a dose dupla de ilhas.
Em Chapéu e Cabeluda, dose dupla de ecologia: lá está o único mangue da ilha e é refúgio das tartarugas aruanãs.
O Projeto Tamar faz estudos no local.
A praia, possuí ainda, mar tranqüilo e areias macias.
Na Praia da Atalaia, descobriram que a verdadeira ‘atalaia’ é a Ilha do Frade, em frente e sempre alerta.
Areia cercada por pedras vulcânicas, com esguichos na maré alta e piscinas baixas.
Funciona como berçário de peixes, e só trinta pessoas por dia podem mergulhar aqui.
E não adianta reclamar, por que o fiscal, daqui é durão.
No Mirante do Leão, os turistas avistaram as Ilhas da Viuvinha e do Leão, que mais parece um leão-marinho deitado.
Logo adiante os viajantes constataram que o azul do mar é mais intenso.
Já no Mirante da Ponta das Caracas, entre as Praias do Leão e da Baía do Sueste, os turistas descobriram que a mesma avança mar adentro e recebe toda a resistência das águas.
Ademais, os turistas, ao nadarem nas piscinas naturais, se encantaram mais uma vez, com a diversidade marinha da região.
No Buraco da Raquel, a água do mar tanto bateu, que furou a rocha, e lhe deu este nome.
Aqui, os banhos estão proibidos.
Isso por que, os peixes desovam aqui.
Segundo as más línguas, era neste lugar que a filha de um comandante vinha namorar os soldados.
Na Ilha da Rata, a segunda maior do arquipélago, é procurada para mergulhos rasos na Ressureta (oito a doze metros) e no Buraco do Inferno (seis a dezessete metros) e profundos nas Cagarras (oito a trinta metros) e Cordilheiras (cinco a trinta e cinco metros).
Os turistas, fascinados com os encantos da ilha, não se furtaram de fazer nenhum desses passeios, os quais foram deveras prazerosos para os cinco rapazes.
Mais tarde, passearam num jipe da Segunda Guerra, por toda a ilha.
Depois, foram passear de barco.
Aproveitando os encantos da ilha, passearam também de bicicleta, por uma das quinze trilhas que existem no lugar.
Após, foram assistir a Festa de São Pedro.
Também chamada de Buscada, é uma tradicional procissão marítima que sai da Capelinha de São Pedro dos Pescadores, no alto do porto, e vai até a Ponta da Sapata, com direito a pequenique e festa em alto-mar.
Quanto a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, os turistas se deparam com três dias de orações e quermesses que antecederam a aludida festa.
No dia propriamente dos festejos, a santa tem missa solene, muitos batizados e casamentos, procissão e apresentação de grupos folclóricos.
Mais tarde, Flávio, Lúcio, Agemiro, Fábio e Felipe foram conhecer as Lendas de Noronha, que de tão saborosas, viraram samba-enredo da Mangueira em 1995.
São sempre os ilhéus que as contam, acrescentando constantemente, novos detalhes.
“Como a história da Alamoa, uma loira que aparece em noites de lua cheia, seduz e mata os incautos.
Ou a dos Dois Gigantes, que viviam um amor proibido e foram castigados pelos deuses.
Ele teve seu órgão genital petrificado – o Morro do Pico.
Já ela, os seios – o Morro dos Dois Irmãos.
Pergunte pelo Arthur, ilhéu espirituoso, guia e bom contador de histórias.
Em caso de querer conhecer essas narrativas ‘in loco’, é melhor falar com Lula ou Lucila.
Foi o que os turistas também fizeram.”
E novamente se encantaram com histórias fantásticas.
Muitas das quais já conheciam.
Por fim, foram comprar tubalhau – porções de tubarão salgado e prensado como bacalhau.
A fábrica fica bem em frente ao Porto de Santo Antônio.
Lá também se vende bolinhos, óleo de fígado, e bijuterias trabalhadas em dentes de vértebra de tubarão.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 69

CAPÍTULO 69

Em Garanhuns, o lugar desfaz a imagem de sol associada ao estado.
Na Suíça Pernambucana, região do Agreste, há até um Festival de Inverno em julho, quando a temperatura média cai para dez graus.
A região possuí ainda, cachoeiras, fontes de água mineral, parques, licores e chocolates caseiros.
Mais tarde os turistas foram assistir ao Carnaval.
Este é, como se pode perceber, um dos tantos que se anunciam como o mais animado.
Quem abre a festa é o Galo da Madrugada, o mais importante bloco de frevo de Recife.
Sua ala de estandartes, carros alegóricos e trios elétricos arrastam mais de um milhão de foliões nas ruas do centro.
Além disso, tem o Recifolia, um Carnaval temporão na Praia de Boa Viagem.
Animados, os turistas caíram logo no passo e na folia dos clubes de frevo, maracatus e caboclinhos.
Depois, na Festa da Bandeira de São João, também conhecida como ‘Acorda Povo’.
Os forasteiros, puderam ver durante toda a madrugada, procissões nas ruas da cidade.
Ao som de zabumbas e ganzás todos cantam conduzindo a imagem do santo no andor.
No dia seguinte, visitaram a Casa da Cultura e o Mercado de São José.
Após, os turistas seguiram para Olinda.
Olinda que espalha ladeiras, pátios, mosteiros, largos, sobrados, museus e mercados centenários entre sete colinas.
São vinte e duas bem conservadas igrejas, onze capelas, três bicas d’água e dois marcos da invasão holandesa, além de dezenas de monumentos históricos e sobrados com balcões mouriscos e fachadas de azulejos portugueses, que lhe deram em 1982, o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Um verdadeiro museu a céu aberto, fundado por Duarte Coelho, que chegando ao Alto da Sé em 1535, exclamou: 
‘Ó! Linda situação para uma vila!
E assim nasceu a primeira capital de Pernambuco, invadida e incendiada pelo holandeses em 1630. Emoldura por mais de seiscentos ateliês de artistas plásticos, artesãos, escultores, gravadores, galerias de arte e antiquários, a cidade ferve no fervor do frevo, nas festas populares, e nas noites de seresta no centro histórico.
E vai à mais pura ebulição no Carnaval com milhares de foliões se divertindo nos trios elétricos, blocos e maracatus.
Porém, um domingo antes há o desfile debochado das Virgens do Bairro Novo, bloco de homens vestidos de mulher, que termina em concurso de fantasia.
Aí, Olinda começa a frevar e só para na quarta-feira de cinzas com Bacalhau do Batata, uma troça de garçons.
Mais de cem agremiações carnavalescas animam milhares de foliões pelas ladeiras e praças com os bonecos gigantes de papel-machê, símbolos do Carnaval de Olinda.
Ninguém resiste ao Elefante e à Pitombeira dos Quatro Cantos – os blocos mais famosos.
Animados, os turistas pularam atrás do Homem da Meia-Noite e da Mulher do Dia, enquanto grupos coloridos de maracatu espalham sons de guizos e chocalhos madrugada afora.
Mais tarde, os turistas ouviram a Serenata.
Realizada nas noites de sexta, músicos saem da Praça de São Pedro e fazem serenata pelas ladeiras da cidade.
Dentre as inúmeras igrejas da cidade a da Sé, também conhecida como Igreja de São Salvador do Mundo, é a catedral do arcebispado de Olinda e Recife, foi onde Dom Helder Câmara clamou por justiça no Brasil pós-1964.
De 1537, mistura estilos, exibe altares banhados a ouro e paisagens banhadas a sol.
Quem mandou construi-la foi Duarte Coelho, depois de expulsar os índios Tabajaras que viviam ali.
Foi dentro da igreja que os turistas viram a imagem de Jesus segurando o globo terrestre.
Depois, ainda dentro da igreja, foram até o mirante apreciar a vista da cidade.
Nos dias posteriores, os viajantes decidiram se aventurar pelo extenso litoral de Pernambuco.
Este, com cento e oitenta quilômetros de praias, é um convite ao deslumbramento.
Isso por que, seu mar azul-turquesa, abraça piscinas naturais, arrecifes, baías desertas, enseadas badaladas e vilas de pescadores com igrejas seculares.
Na Coroa do Avião, por exemplo, os turistas constataram que esta é um enorme banco de areia formado pela correnteza do mar e do Canal Santa Cruz.
No entanto, perdeu o formato de coroa e vem se alongando.
É área de pouso para aves migratórias, como os maçaricos, e tem inúmeros barzinhos.
Já em Maria Farinha, uma belíssima ponta de areia que avança para o mar, é muito procurada para esportes náuticos.
Porém, tem águas tranqüilas e muitas piscinas naturais.
Quanto ao nome do lugar, este se deve a um pequeno siri que corre aos montes pelas areia daqui.
Com boa infra-estrutura de hotéis e restaurantes, além de safáris no manguezal e passeios no lombo de bufálos, foi um verdadeiro deleite para os turistas, passarem alguns dias na região.
Depois, passeando de ultraleve, os turistas apreciaram do alto, a cem metros de altura, a infinidade de recortes do litoral, além dos tons e semitons do mar que abraça a Coroa do Avião, a Ilha de Itamaracá e Maria Farinha.
O ultraleve que saí da Praia do Forte, levou os viajantes a um inesquecível passeio pela região.
Mais tarde, na rota dos naufrágios, entre o Porto de Recife e a Ilha de Itamaracá, os viajantes aproveitaram para fazer mergulhos e procurar um dos catorze navios que afundou por ali.
Muito embora não existam registros históricos que expliquem os naufrágios, fala-se em batalhas travadas entre os portugueses e holandeses no século XVI.
Contudo, apesar de nada terem encontrado dos navios, os turistas puderam se deslumbrar com bancos de corais e cardumes e mais cardumes de peixes.
No litoral sul, coroado de arrecifes, o mar se multiplica em aquários azuis em Porto de Galinhas.
Na maré baixa, dá para alcançá-los andando pela água.
Mas o mais gostoso é ir na jangada, alugada na praia da vila junto com a máscara e o pé-de-pato.
Foi esta razão que os turistas mergulharam nas piscinas naturais entre cardumes coloridos de xiras, saberês, caraúnas.
Amistosos, eles chegam pertinho para comer pão e ouriço na mão dos jangadeiros.
O nome do lugar, Porto de Galinhas, se deve ao fato, de os contrabandistas, no intuito de despistar as autoridades diziam:
‘Tem galinha nova no porto’.
Pronto, essa era a senha para que se realizasse o descarregamento de escravos para os engenhos.
E assim, apesar da proibição do tráfico de escravos, os mesmos continuavam vindo, escondidos em engradados de galinhas d’angola.
A senha deu nome a vila de pescadores, que na temporada se transforma no maior pólo turístico da região.
Tem doze praias.
Em Caruaru, vale a pena ver o Museu de Barro e Cerâmica.
Os turistas, ao fazerem o passeio, se depararam com duais mil duzentas e trinta e três peças, divididas em cerâmica utilitária, figurativa, decorativa, ex-votos e indígenas.
Obras de consagrados artistas nordestinos como Zé Cabloco, Ernestina, Manuel Eudócio e Manoel Galdino.
Destaque para os vinte e seis barros originais de mestre Vitalino, entre eles ‘Casa de Farinha’, ‘Lampião, e Cachorro Pegando Tatu’.
Na Casa-Museu Mestre Vitalino, os viajantes puderam conhecer, no Alto do Moura, a casa de taipa, onde viveu Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963) – a maior expressão da cerâmica popular brasileira.
A casa foi restaurada e guarda seus objetos pessoais.
Os filhos e herdeiros artísticos, recebem visitantes de todo o mundo, que se rendem diante de pequenas figuras do cotidiano nordestino, criadas pelo mestre.
No Museu do Forró Luís Gonzaga, o acervo inclui discos de forró, fotos, indumentárias, publicações e receitas sobre as festas comandadas por Antonio, João e Pedro, todos santos dos mais fogueteiros.
Caminhando pela cidade, os turistas foram conhecer o Museu da Cidade.
Casarão construído em 1912 e recentemente restaurado, reúne objetos e documentos da história de Caruaru.
No Alto do Moura, a Unesco garante: esta vila, é o maior centro de arte da América.
Ali, três mil artesãos perpetuam a arte de Vitalino reproduzindo as cento e dezoito figuras imortalizadas por ele.
Mas Marliete e Mestre Galdino, exibem trabalhos originais.
Ela, faz inacreditáveis miniaturas de menos de dois centímetros – de vasos floridos e até rostos, cujos olhos são moldados com espinhos de cacto.
Ele modela bichos na forma de gente, e vice-versa.
A única obra que Galdino se permite repetir, é a de sua própria mão espalmada gravada na lama.
‘As pessoas dizem que tenho os dedos de ouro’, comenta ele, sem falsa modéstia.
Mais tarde, os turistas foram assistir ao Forró Pé-de-Serra.
Este autêntico forró, acontece aos sábados na Praça do Artesão.
Depois, foram ver a vaquejada.
Nesta, mais de trezentas duplas comparecem.
Com isso, só vaca para disputar a maior vaquejada do Nordeste.
Lá, as duplas de vaqueiros tem de derrubar um boi pelo rabo, numa área demarcada a cal.
Além disso, a festa conta ainda com violeiros, bandas de pífanos, repentistas e muita cachaça.
Já no Festival de Jericos, os turistas acompanharam uma divertida corrida de jegues com pratos típicos e muito forró.
Dias depois, passando na Feira de Caruaru, os turistas aproveitaram para conhecê-la.
Lá, segundo o rei do baião, Luís Gonzaga, tem de tudo.
Todavia, mesmo que não tenha de tudo, tem quase de tudo um pouco nas seis mil barracas coloridas que se comprimem num formidável espaço de duzentos e cinqüenta mil metros quadrados.
O alegre zum-zum é garantido por violeiros, repentistas, cantadores de embolada e bandinhas de pífanos.
Nesta feira, formigas tanajuras são fritas e oferecidas em saquinhos de pipoca.
Dizem que ‘fazem bem para as ‘vistas’, uma vez que jamais se viu uma formiga de óculos.
Esta feira de artesanato é permanente – ali são vendidos trabalhos com cerâmica, granito, corda, cana-brava, couro, palha de catolé, flandres, redes, rendas e bordados.
Na madrugada de segunda para terça acontece a Feira da Sulanca, originalmente uma feira de confecções, que ganhou este nome, por corruptela de helanca.
Ali, os negócios são fechados entre três e seis horas da manhã.  Isso por que, centenas de ônibus chegam nesse horário, repletos de sacoleiros de todo o Nordeste, e voltam para a casa antes do amanhecer.
Ademais, de uns tempos para cá, a Sulanca virou Feira Paraguaia por causa da quantidade de muambas eletrônicas vendidas nas suas barracas.
Às quartas e aos sábados troca-se de tudo: rádio por porco, televisão em branco e preto por bode, bicicleta velha por enxada.
Assim, se denota que os turistas se esbaldaram na cidade conhecida com a Capital do Forró.
Em honra a isso, os turistas apreciaram quando leram os seguintes versos:

“A farra do forró

As fogueiras não se contam
São pra mais de 30.000
Pra mostrar que este lugar
Tem o maior São João do Brasil

Não adianta Campina Grande
Querer o troféu disputar
A nossa mais alta fogueira
Arde uma semana inteira

Por que é maior do que os prédios
Do referido lugar
Caruaru para os santos Pedro, Antonio e João
Não reserva só uma praça
Pra fazer a louvação
Não arrasta-pé num lugar
Mas em mais de cem palhoção

Eles se gabam por lá
De um tal trem ferroviário
Que roda 40.000 metros
Mas é para enganar o otário
Por que o que a gente tem
Dá de três no itinerário

E não compare também
Repentista, sanfoneiro
Xote, xaxado, baião
Aqui não tem mês inteiro
São logo 40 dias
Pra calar os farofeiro

O assunto vou encerrar
Por que não tenho nada a perder
Só quem perde é Campina
Que apertada com a sina
De querer a gente vencer

Comete o desatino
De não brincar com o junino
Com nós e com vosmecê.”

Em Nova Jerusálem, os turistas se deslumbraram com o espetáculo da Paixão de Cristo.
Mais tarde, em Fernando de Noronha, os turistas se admiraram de um espetacular cenário natural.
Encantados, ficaram a se perguntar de que ângulo o arquipélago era mais bonito.
Isso por que, com suas montanhas escarpadas e selvagens, e suas enseadas de água verde- esmeralda, o lugar é um paraíso na terra.
O arquipelago conta com vinte e uma ilhas e ilhotas de vinte e seis quilômetros de natureza praticada intocada – que brotam do fundo do mar, a quatro quilômetros de profundidade.
Vulcânico na origem, nenhuma visão jamais questionou seu apelido de Esmeralda do Atlântico. Fernando de Noronha é a ilha principal, a única habitada e com praias (são dezesseis ao todo) e a única que o turista pode visitar, com autorização do Ibama e nas asas de um Bandeirante.
Esta ilha, deve ser desfrutada devagar.
A pé, de bicicleta, de barco, de bugue, ou jipe nos seus ermos mais distantes.
Américo passou por ali, e foi o primeiro humano a pisar em suas terras, em 1503.
Depois dele, a ilha virou rota de navegação e caiu nas mãos de franceses, holandeses, ingleses e só voltou para os portugueses em 1737.
Foi presídio comum, presídio político, base norte-americana na Segunda Guerra e Território nacional. Em 1988, foi incorporada ao estado de Pernambuco e ganhou a posição de Parque Nacional Marinho. Daí a razão da ilha ser fiscalizada pelo Ibama, que impõe as regras e cobra taxa de preservação do meio ambiente que aumenta de acordo com a permanência do turista. 
No mais, a ilha é simples, as pousadas são as casas dos ilhéus e restaurante só há um. 
Contudo o que mais interessa aqui é mergulhar em suas águas e apreciar a vida marinha, que aqui, longe da poluição, é exuberante. 
Mais tarde, os turistas foram conhecer a Vila dos Remédios. 
No alto da vila, construído em 1737 sobre as ruínas de uma fortaleza holandesa de 1629, faz parte de um sistema de defesa de dez fortificações existentes no arquipélago. 
Além disso é considerado o mais importante do século XVIII e já serviu de prisão e quartel. 
Na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, os turistas conheceram a mais importante igreja da ilha. 
Em estilo colonial barroco, construída em 1722 e restaurada recentemente, tem uma réplica da imagem da santa padroeira, que desapareceu na década de trinta. 
No Palácio de São Miguel, os turistas se depararam com uma construção, em estilo colonial, que é a sede da administração da ilha. 
Foi erguido sobre as ruínas do prédio da diretoria do presídio, de 1737. 
Destaque para o vitral com a imagem do Arcanjo São Miguel. 
Na pracinha da frente fica o monumento em homenagem aos aviadores portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho, que passaram por aqui em 1922 na histórica travessia aérea do Atlântico Sul. 
Ao passearem pelo Museu e Arquivo Histórico, os turistas viram que a casa da praça da igreja abriga temporariamente documentos e peças que contam a história da ilha, como um pedaço de hélice do avião de Sacadura Cabral e balas de canhão da Segunda Guerra. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7arico Maçarico - Ave

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 68

CAPÍTULO 68

Lá, passaram pela Catedral de Nossa Senhora do Rosário.
Iniciada no início do século XVII e sucessivamente reformada.
Apresenta duas torres simétricas, separadas por um frontão decorado por três vitrais franceses.
No interior, arcos romanos, nichos greco-romanos e a Capela do Santíssimo Sacramento com tela ‘Cristo na Ceia Larga’, do artista local Aurélio Phídias.
Na Igreja Nossa Senhora das Correntes, a mais bela do Brasil, segundo Germain Bazin, diretor do Museu do Louvre, de Paris, os turistas puderam constatar que o mesmo não se enganara ao dizer isso.
Primeiramente, a fachada é toda barroca e o frontão é da ‘Escola Pernambucana’, com três janelas e uma porta.
A nave é decorada com azulejos portugueses com motivos marianos e piso de mosaico inglês.
No forro, pintura ilusionista do Sagrado Coração de Jesus.
A construção começou em 1720, como capela privativa da família Lemos.
No movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio – à esquerda do altar, os turistas viram a passagem secreta, onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para Palmares.
Na Igreja Nossa Senhora dos Anjos e Convento São Francisco, os cinco rapazes observaram uma obra executada a partir de 1660, sobre as ruínas do forte de Nassau.
A igreja é barroca.
As pinturas em ouro nos altares e na coroa portuguesa que encima a nave principal, suspensa por anjos, é a prova cabal disso.
O púlpito é decorado com pátina dourada e concha de jacarandá.
Os dois altares laterais tem estilo rococó.
O convento também é barroco e guarda a belíssima escultura do Senhor Glorioso.
No Oratório da Forca, uma construção colonial de 1769, destinada às orações dos condenados que passavam a noite rezando a espera da chamada do carrasco, os turistas se sentiram com se tivessem vendo a cena.
Já no Paço Imperial, os turistas conheceram mais um pedaço da história da família Lemos.
Isso por que, o Sobradaço colonial era da aludida família.
Não bastasse isso, serviu de hospedagem a Dom Pedro II, em sua passagem por Penedo, em outubro de 1859.
Hoje é sede do Museu da Fundação do Baixo, de cujo acervo se aprecia uma bússola antiga, um penico de porcelana do século XIX, peças de madeira e gesso e quadros de artistas penedenses.
No Mirante, os turistas descobriram que ali era o antigo porto da cidade.
Dali se pode ver, na outra margem do rio, a cidade de Santana de São Francisco (Sergipe), conhecida como Carrapicho – tradicional centro de artesanato de argila.
Lá se produzem, filtros, carrancas e utilitários.
Na Casa de Penedo, está o museu que revela a história da cidade e da vida do Barão de Penedo (1815-1906), diplomata no Império e na República.
Dele, há um uniforme de gala bordado com fios de ouro.
No dia seguinte, os turistas foram passear pelo Rio São Francisco, até sua foz, no Pontal de Peba – reserva ecológica das tartarugas marinhas.
Após, foram assistir a Festa de Bom Jesus dos Navegantes.
Trata-se de uma magnífica procissão fluvial no estuário do Rio São Francisco.
Mais tarde, foram até a margem oposta do rio, e compraram artesanato de argila em Carrapicho.
Por meio de balsas, conseguiram chegar tranqüilamente ao lugar.
Dias depois, foram até Marechal Deodoro e lá conheceram o Complexo Franciscano.
Este lugar, formado pela Igreja e Convento de Santa Maria Madalena, em construção franciscana do século XVIII, foi concluída em 1793.
A fachada da igreja apresenta arcadas, janelões e um nicho com a imagem de Nossa Senhora dos Anjos.
No seu interior, colunas salomônicas e belíssimas talhas.
Depois, ao visitarem o Museu de Arte Sacra, os turistas tiveram que usar pantufas por causa do piso, de grossas tábuas de madeira de lei.
Uma das peças mais bonitas que eles viram foi a coroa de ouro em tamanho natural de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, separada da imagem da santa, que está na igreja.
A coroa só vai para a cabeça da santa no dia 8 de dezembro, seu dia de festa.
Além disso, o acervo compõe-se de peças de ouro, prata, madeira policromada e argila recolhidas em várias igrejas do estado.
Na Igreja Nossa Senhora do Amparo, iniciada em 1757, os viajantes constataram que sua torre permanece por fazer.
Os cinco rapazes também observaram que a fachada da igreja é barroca.
Acima da porta principal, há um nicho vazio.
Além de inacabada, o templo precisa urgentemente ser restaurado.
Tal estado de abandono, deixou os turistas desolados.
Tanto que chegaram a comentar:
-- Como podem deixar de lado, uma coisa tão importante quanto a própria história?
Contudo, como ainda tinham muito o que ver, prosseguiram em seu passeio.
Agora, foram em direção ao Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Ao lá chegarem, constataram que era outra edificação que não fora concluída.
Com uma fachada despojada, possuí em sua torre, revestimento feito de azulejos portugueses.
No piso interno há lápides assinalando as sepulturas dos membros da velha aristocracia rural alagoana.
Na Casa da Câmara e Cadeia, os turistas conheceram o edifício de quatorze janelas e uma porta no térreo, que abrigou uma antiga cadeia.
Em seu piso superior, existem mais vinte janelas.
Foi neste andar que funcionou a Câmara Municipal e o Júri.
Depois, os turistas foram conhecer o Museu Marechal Deodoro.
Este museu, fica na casa onde nasceu o proclamador da República.
Neste local estão os objetos pessoais do marechal, como sua farda azul, mobiliário, documentos de família, e a lápide de mármore de seu túmulo.
Ao passearem na Lagoa Manguaba, os viajantes se deslumbraram com manguezais e ilhas de vegetação nativa.
Lá, foram logo pedir aos barqueiros que os levassem às croas – locais rasos no meio da lagoa, excelentes para mergulhos.
Na Praia do Francês, os cinco rapazes conheceram um vilarejo de duzentos habitantes que atrai mais de três mil turistas nos fins-de-semana.
Na alta temporada o número dobra.
A praia é de um azul-turqueza inimaginável, mas perigosa.
À beiramar, alugam-se caiaques, barcos a motor, ultra-leves, mas a atração é a jangada motorizada, Cabocó: com fundo de vidro, leva até dezoito pessoas para conhecer uma floresta de corais amarelos perto dos arrecifes, a um quilômetro e meio da costa.
Quando os viajantes foram conhecer a Prainha e a Praia do Saco, os cinco rapazes se depararam com praias selvagens que ficam no encontro da lagoa com o mar.
Como só se chega a elas por meio de barco, eles foram até Barra Nova, e devidamente acomodados, se admirararam com o lugar.
No Pátio do Complexo Francisco, quando retornaram do longo passeio, os turistas aproveitaram para comprar rendas de filé e de labirinto.
Por fim, foram conhecer a Barra de São Miguel.
Este lugar se tornou conhecido, por que foi ali que os índios Caetés devoraram o primeiro bispo do Brasil, Dom Fernandes Sardinha, em 1556.
Agora, contudo, vem sendo conhecida em razão dos campeonatos esportivos.
Foi desta forma que se despediram da região.
A seguir partiram em direção a Pernambuco, que quer dizer, ‘mar furado’.
Em Recife, os viajantes foram conhecer a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e Convento Franciscano de Santo Antônio.
Em estilo barroco, sobretudo em sua capela dourada (1697), entalhada em cedro e coberta por lâminas de ouro.
No Museu Franciscano de Arte Sacra, os turistas encontraram peças dos séculos XVIII e XIX.
Já, na Igreja do Santíssimo Sacramento, os cinco rapazes descobriram que o local abrigou a Casa de Pólvora dos holandeses.
Construída em 1735, a igreja é manuelina na fachada, barroca e neoclássica nos altares.
Uma mistura fantástica!
Na Casa da Cultura, os viajantes ficaram a imaginar, como seria a vida dos presos que olhavam o Capibaribe (rio da cidade).
Provavelmente nem imaginavam que dali a cento e cinqüenta anos, suas celas, transformadas em lojinhas, seriam vasculhadas pelos turistas.
Neste local, painéis de Cícero Dias contam a vida de Frei Caneca, herói pernambucano fuzilado por não se encontrar carrasco que o enforcasse.
No Museu do Homem do Nordeste, os turistas descobriram tudo sobre o ciclo do açúcar.
De tão informados, sentiram-se como se estivessem numa Casa Grande, apreciando a cultura do açúcar.
Também existe um livro de nome ‘Casa Grande e Senzala’, que conta em detalhes tudo sobre o açúcar na região.
Não bastasse isso, o mesmo prédio abriga ainda, o Museu de Antropologia, com literatura de cordel, objetos, roupas.
Mais tarde, ao visitarem o Bairro do Recife, os cinco rapazes passaram a conhecer um pouco mais sobre a cidade que nasceu em 1548.
Ali, vários prédios do século XIX foram restaurados e pintados com cores fortes.
Na Rua do Bom Jesus, os turistas avistaram o marco zero – todo vermelhinho.
Lá também fica a Capela de Santo Amaro das Salinas, com um santo de costas para a porta e o Porto de Recife.
No Mercado de São José, os rapazes encontraram, desde alpercatas de couro até objetos religiosos afro.
O prédio, de estrutura pioneira de ferro pré-fabricada na França, foi inaugurado em 1875, e tem de tudo.
Do lado de fora, cajus, pinhas e outras delícias regionais.
Ao visitarem a Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo, os viajantes descobriram que: para exorcizar a presença dos holandeses, construiu-se o conjunto no local onde existiu, um dia, o Palácio da Boa Vista, erguido por Maurício de Nassau.
Após, foram conhecer a Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Igreja de grife, de arquitetura de Manuel Ferreira Jácomo, pinturas de João de Deus Sepúlveda, Manuel de Jesus Pinto e Francisco Bezerra.
Erguida no século XVIII, em pedra de cantaria, tem portas de jacarandá.
A seguir, os turistas foram conhecer a Igreja Madre de Deus.
Construída no século XVIII sobre as fundações de uma igreja do primeiros tempos de Recife.
Seu altar-mor é entalhado e folheado a ouro no mais puro barroco brasileiro.
Na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, talhas douradas cobrem o altar-mor e pinturas, o forro.
Em destaque, rara imagem da Virgem Maria grávida.
Em seguida, os turistas, aproveitando o passeio, foram conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou Capela da Jaqueira.
Com casca grossa mas polpa fina, possuí altar-mor dourado de 1818.
Além disso, inúmeros azulejos portugueses embelezam a construção.
Mais tarde, resolveram passar na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Conta a história, que o Rei Afonso VII doou a igreja, (séculos XVII e XVIII) aos africanos de Recife e seus descendentes.
Nos altares, a presença de santos negros.
Já a Igreja de Nossa Senhora do Terço, fundada em 1726, um século depois, teria testemunhado o enforcamento do Frei Caneca, logo em frente, se algum carrasco tivesse aceitado a missão.
Como não encontrou quem o enforcasse, o herói foi fuzilado perto do forte das Cinco Pontas, no Paredão de Frei Caneca.
No Pátio de São Pedro, os turistas finalmente puderam esbaldar em barezinhos, até por que, ninguém é de ferro.
Além disso, ali também se encontra o casario colonial dos séculos XVIII e XIX, em volta também, da Catedral de São Pedro dos Clérigos.
Lá está também, a Casa do Carnaval, com estandarte e fantasia de blocos e clubes, como o Elefante e o Pitombeira.
No dia seguinte, os turistas passearam pelo Forte do Brum.
Essa construção, foi iniciada pelos portugueses em 1629, e os holandeses o terminaram em 1631.
O mais importante forte do Recife é hoje um museu militar, exibe armas antigas e modernas, e até o esqueleto de um soldado da época da invasão holandesa.
No Museu Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, basta uma peça para justificar a ida ao local: a coluna em pedra com o brasão e a coroa portuguesa, que serviu de marco divisório entre as capitanias de Pernambuco e Itamaracá.
É de 1535.
Ao passearem pelo Museu do Estado de Pernambuco, os turistas se depararam com um casarão branco e ocre, que pertenceu a Francisco Antônio de Oliveira, o Barão de Beberibe.
Dentro, uma viagem ao tempo dos barões do açúcar por meio de móveis, jóias, moedas, quadros e relíquias militares.
Mais tarde, ao visitarem o Museu do Trem, na Praça Visconde de Mauá, os turistas descobriram mais um novo detalhe sobre a rica história de nosso país.
No ano em que a Princesa Isabel abolia a escravidão, inaugurava-se a Estação da Estrada de Ferro Central de Pernambuco.
Todavia, os trens já não apitam na curva, mas a estação exibe fotos, locomotivas e peças desses tempos românticos.
No Teatro Santa Isabel, dá gosto gritar ‘bravo’! no amplo salão de espetáculos do edifício neoclássico que o francês Louis Vauthier construiu em 1850.
A santa, no caso, era a Princesa Isabel, nascida quatro anos antes.
Depois, na Torre Malakoff, os turistas conheceram o local, em estilo árabe e que lembra um forte russo do tempo da Guerra da Criméia.
Na Ponte Maurício de Nassau, os turistas descobriram que: foi erguida em 1643, um ano antes dele voltar à Europa.
Restaurada, não tem mais o Arco da Conceição, uma das portas da cidade, demolido em 1917.
Dias após, ao passearem pela Praia do Pina, os turistas descobriram que a região abrigou um dia, uma colônia de pescadores.
Muito embora alguns ainda resistam, acabarão por sucumbir diante do avanço de bares, restaurantes e turistas.
A areia escura, já apresenta focos de poluição.
Na Praia de Boa Viagem, sete quilômetros de areia, protegidos por arrecifes formam centenas de piscinas de água bem verde.
Principal palco da cidade, tem sempre alguma coisa em cartaz: carnaval, torneios de verão, megashows, oferendas a Iemanjá.
Os turistas também foram conhecer o Horto Botânico Dois Irmãos.
Lá eles andaram de charrete e observaram animais empalhados do Museu de Ciências Naturais.
Após os forasteiros foram passear no Parque Histórico Nacional Guararapes.
Em Jaboatão, palco da batalha final entre portugueses e holandeses.
Ainda que já se saiba quem venceu a luta, os turistas olharam com atenção o painel que representa a Batalha dos Guararapes na Igreja Nossa Senhora dos Prazeres (1656).
Além disso, apreciaram uma vista excepcional do lugar.
Em Tracuhaém, na Zona da Mata, os turistas conheceram o lugar que divide com Caruaru a glória de ser o mais importante centro da cerâmica pernambucana.
Já no Vale das Formigas (em tupi, garacu-nhémnhém), o barro se transforma em peças exóticas, sacras, zoomórficas ou, simplesmente, utilitárias.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

COISAS DO BRASIL - PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 67

CAPÍTULO 67

 Em Aracaju, os turistas foram visitar a Catedral Metropolitana.
Na Praça Olímpio Ramos, levou treze anos para ser concluída em 1875, e foi reformada neste século. Isso talvez explique seu estilo neogótico e neoclássico.
Belíssimas pinturas no interior, como a de Nossa Senhora da Conceição, os deslumbraram.
Na Igreja de São Salvador, construída logo depois de Aracaju tornar-se a capital, em 1855, os turistas conheceram um pouco mais sobre a história da cidade.
A igreja já foi a matriz da cidade.
Merece destaque a imagem de Nosso Senhor dos Passos, numa capela à direita da nave.
Ao visitarem a Igreja de Santo Antônio, na Colina de Santo Antônio, os turistas descobriram onde se estabeleceram os primeiros habitantes de Aracaju.
Neogótica, a igreja teve seu interior descaracterizado por reformas.
O altar-mor exibe um painel representando a descida do Espírito Santo sobre a Virgem Maria e os Apóstolos.
Na Ponte do Imperador, os viajantes descobriram que ela fora construída sobre o Rio Sergipe em 1860 para receber Dom Pedro II.
Contudo, não leva a lugar algum, cumprindo apenas, o papel de mirante.
Ao passarem na rua vinte e quatro horas, os turistas visitaram uma Antiga Escola Normal que foi transformada em galeria, com lojas de artesanato, bares e choperia.
No Museu Histórico e Geográfico, os turistas observaram vários fósseis, entre eles, o de uma preguiça gigante.
Espiaram também, as igaçabas (urnas funerárias indígenas).
Além disso, também viram fardas da época da Segunda Guerra Mundial.
Já no Museu Rosa Faria, na casa da artista plástica Rosa Faria, os rapazes se admiraram com as belas pinturas em prato, travessas e azulejos com paisagens, motivos históricos e personagens ilustres.
Mais tarde, foram até a Praia Atalaia Velha, que mais parece um grande clube à beira-mar, já que a vida de Aracaju gira em torno de sua orla, reurbanizada e ocupada por um largo calçadão repleto de bares, restaurantes, playagrounds, chuveiros eletrônicos, quadras de esporte e quiosques de venda de coco – e é no formato da metade de um coco gigante com cobertura de sapé.
Seus seis quilômetros de extensão foram decorados com abóbodas pastilhadas e arcos de diversos tamanhos.
Na Praia Aruanã, suas areias escuras e vários quiosques, são convidativos para os viajantes.
Na Praia do Robalo, de águas quentes – 27 graus Celsius –, com dunas, coqueiros e vegetação rasteira, os turistas se divertiram bastante.
Depois, na Praia do Refúgio, os viajantes se depararam com uma faixa de areia escura, com dunas e coqueiros.
Na Praia do Mosqueiro, na Barra de São Cristóvão, junto à foz do Rio Vaza Barris, os turistas aproveitaram para passear de barco pelas ilhas próximas.
Já no Parque dos Cajueiros, os rapazes puderam se divertir em uma ampla área de lazer de setenta e quatro mil metros quadrados.
Lá se tem livre acesso para as quadras esportivas – futebol, tênis, vôlei – parque infantil, cidade mirim, ciclovia, bares, restaurantes, quiosques e churrasqueiras.
Paga-se apenas para freqüentar o complexo aquático, dotado de três piscinas e toboágua (com queda de vinte metros).
Às quintas-feiras, shows noturnos gratuitos com grupos locais de forró.
Quanto a esta última parte, os turistas mais do que depressa, aproveitaram para curtir os agitos noturnos da cidade.
Mais tarde, assistiram ao Pré-Caju.
Em fevereiro, quinze dias antes do Carnaval, trios elétricos da Bahia animam os foliões por cinco dias.
No Carnaval porém, Aracaju descansa.
Com relação as Festas Juninas.
Os sergipanos gostam tanto de festa junina que acham qualquer pretexto para festejar antes do tempo.
Por essa razão, Aracaju faz grandes forrós, como o ‘Quebra Púbis’ e ‘Butando na Bureta’, organizados pelos alunos da Universidade Federal.
Além disso, a Casa de Shows Gonzagão reúne vinte mil pessoas em seus bailes.
Também tem muita festa no Forródromo.
A seguir, os turistas, passando pela Praça Tobias Barreto, se depararam com redes, cerâmicas, rendas e bordados, na feirinha da orla da Atalaia Velha.
Após, visitaram Laranjeiras.
Fundada em 1570, levou dois séculos para virar uma próspera vila, durante o ciclo açucareiro.
É desse tempo doce que ela guarda suas recordações.
O Casario da sinuosa Rua Direita, a Capela de Sant’Aninha, de 1875, e seus mosaicos de ouro e imagens de porcelana do século XVIII, e o Trapiche, atual Centro de Tradições, que concentrava o comércio de escravos.
Este último, serviu como cenário para a gravação da minissérie ‘Tereza Batista’, de Jorge Amado.
Depois, os viajantes foram conhecer a cidade de São Cristóvão.
Primeira capital do estado e a quarta cidade mais antiga do Brasil.
No Museu de Arte Sacra, considerado notável no gênero, com suas imagens de Cristo – com barba e cabelo, sem cabelo, com ou sem bigode, os turistas conheceram um pouco mais sobre a cultura e o artesanato da região.
Após, no Museu de Ex-Votos, os turistas observaram coroas de espinho, pernas, braços e cruzes de madeira – todas usadas pelos devotos no pagamento de promessas e até caderninhos de estudantes que obtiveram a graça de passar de ano.
No Museu Histórico de Sergipe, no antigo Palácio do Governo, e com sala dedicada a Lampião – morto em Sergipe em 1938 –, os viajantes puderam ver as roupas e objetos usados por ele e por seu bando, bem como outros detalhes.
Já no Convento das Monjas Beneditinas, os turistas se fartaram saboreando os biscoitinhos de manteiga preparados pelas freiras.
Dias depois, no Centro Histórico de Estância, os turistas observaram sobrados e casarões coloniais decorados de azulejos portugueses.
Na Praia de Abaís, com quase vinte quilômetros de extensão e trechos com dunas, os viajantes constataram que esta, com ondas fortes, é o lugar ideal para surfistas.
Em Lagoa Grande, os rapazes, conheceram a represa de águas mornas e transparentes, que fica próxima ao mar.
Já em Enseada do Saco, os viajantes puderam apreciar um mar tranqüilo, com muitos recifes, dunas e coqueiros.
Mais tarde, foram assistir a Festa de São João.
Um dos mais tradicionais espetáculos com fogos de artifício do país.
Oficialmente, tudo começa no dia 31 de maio com a salva da meia-noite e o hasteamento da bandeira de São João em praça pública.
Daí para a frente, a cidade cai no forró, e nesse arrebatamento fica até o dia 10 de junho, quando acontece a ressaca junina.
Durante a festa, as casas se enfeitam e, na porta de quase todas, uma fogueira arde.
Os postes são ornados de bandeirolas coloridas e palhas de coqueiros.
A praça vira um alegre arraial, com sanfoneiros rasgando xotes, xaxados e baiões.
Com isso, enquanto o povo dança – um arame de trezentos metros é esticado.
Ele vai sustentar o fogo que cruza a praça pra lá e pra cá, impulsionado por rojões e buscapés.
A tradição da festa é secular e mantida de pai para filho.
Depois, os turistas compraram bolos e doces caseiros, ainda na Festa de São João.
Entre eles estavam – doce de banana e de leite, bolo de macaxeira, milho-verde, biscoito de tapioca, sequilhos e pamonhas.
Além disso, no centro de Estância, existem lojas que oferecem esses produtos o ano inteiro.
No dia seguinte, os turistas foram passear em Mangue Seco, a qual é baiana de fato e sergipana de direito.
A região foi descoberta em 1989, quando serviu de cenário para a novela ‘Tieta do Agreste’, da Rede Globo, baseada no romance de Jorge Amado.
Rapidamente, virou a praia mais procurada por sergipanos, baianos e demais forasteiros.
A vila de pescadores fica diante do Rio Real e só se chega a ela de canoa ou barco.
A praia é mais afastada, a cerca de dois quilômetros, junto à foz do rio.
Animados com o passeio pela cidade, os turistas se deslumbraram com as belezas e encantos da Pousada do Padre.
Isso por que, além de ser o lugar onde estavam hospedados, os rapazes constataram que a Estrela Tropical, não é uma pousada comum.
Encravada entre coqueiros no vilarejo de Porto do Mato, litoral sul de Sergipe, é uma das melhores da região.
Quem construiu e toca a pousada, com a ajuda da comunidade, é o padre austríaco Humberto Leeb.
Por isso ela é conhecida como a Pousada do Padre.
Antes porém, de chegar aqui, o missionário já havia passado por Biafra, Vietnã e Rio de Janeiro, onde conheceu a sergipana Joana Batista Costa.
Pelas mãos dela, veio parar em Porto do Mato.
Conseguiu verbas da Áustria e da Alemanha, comprou terras, fundou o Centro Social e Pastoral Esperança de Deus, e criou uma indústria de blocos de concreto, marcenaria, lavanderia, padaria, escola, e centro de formação profissional.
Há oito anos, decidiu construir a pousada, que funciona como uma escola de turismo, com piscina, salão de beleza, restaurante e trinta e oito suítes simples, com ar-condicionado.
Depois, despediram-se da região e rumaram, para Alagoas.
Em Maceió, conheceram a Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres.
Com planta do arquiteto francês Auguste Montigny (o mesmo que projetou a Candelária no Rio de Janeiro), foi inaugurada em 1859 na presença de Dom Pedro II e sua esposa, Tereza Cristina.
O altar-mor é de cedro.
A capela do Santíssimo Sacramento tem feitio renascentista.
A igreja virou catedral metropolitana em 1900, por decisão do sumo pontífice.
Na Igreja Bom Jesus dos Martírios, os turistas puderam observar que a construção, de 1881, possuí fachada recoberta de azulejos portugueses com desenhos azuis.
No interior, destaque para oito lustres de cristal que iluminam a igreja.
Fica diante do Palácio do Governo.
Mais tarde, ao passearem pela Igreja de Nossa Senhora do Livramento, os turistas puderam apreciar, uma construção de arquitetura neoclássica.
Construída no início do século passado, possuí, no teto da nave, uma grande pintura da Imaculada Conceição.
Admirados, apreciaram cada detalhe da construção.
Porém, ao saírem da igreja, os turistas, famintos que estavam, avançaram nos tabuleiros das boleiras, que sempre estão por perto, com seus pés-de-moleque, broas de milho e bolos de macaxeira.
Ao passarem no Museu de Arte Pierre Chalita, os turistas se depararam com um acervo de imagens e quadros de arte sacra e profana dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, de artistas brasileiros e internacionais, entre os quais ‘Nascimento de Vênus’, de Guido Reni, ‘Ressureição de Cristo’, de Rafael Sanzio, uma ‘Madona’ atribuída ao ateliê de Leonardo da Vinci, além de pinturas creditadas a Tiziano e Caravaggio.
No Museu Histórico e Geográfico, os turistas puderam observar as inúmeras peças de arqueologia e etnografia indígena amazônica do final do século XIX, objetos de culturas afrobrasileiros dos antigos terreiros de Maceió – fetiches, instrumentos musicais, roupas e paramentos de cultos de diversos orixás – e uma estante com armas e objetos que pertenceram a Lampião e seus ‘cabras’.
No Mirante de São Gonçalo, situado no Bairro do Farol, os turistas puderam admirar a vista da parte mais alta da cidade, e a mais bonita dos bairros, que vai do porto e da praia de Sobral.
Na Praia Pajuçara, a maior atração é o passeio de jangada até a piscina natural que se forma durante a maré baixa entre bancos de areia e arrecifes, a dois quilômetros da costa.
Mais de duzentas jangadas se concentram diante do hotel Pajuçara Othon e levam os turistas até o local, que chega a medir duzentos metros de comprimento e vinte e cinco metros de largura.
Nos finsde-semana, Pajuçara ganha bares flutuantes nas jangadas que servem bebidas e tira-gosto.
Na alta temporada, na piscina natural, há apresentações de banda de pífanos e de grupos de forró.
Mas o mais engraçado é a telejanga, uma jangada amarela equipada com um orelhão com telefone celular à base de energia solar, que pode ser usado com cartão.
Nos momentos de pico, forma-se uma fila de turistas com o mar pelo joelho, para cantar a família a emoção do momento.
Outra coisa em Pajuçara: o Quiosque Recanto Turístico, que fica em frente ao ponto das jangadas, criou o chuveiro eletrônico – o banhista compra uma ficha e toma um minuto de boa ducha na calçada.
Todos os dias, no calçadão, há feira com duzentas barracas de palha, que vendem, artesanato de renda, barro e couro.
Nos domingos, a prefeitura fecha a avenida da praia só para os pedestres.
Na Praia da Ponte Verde, os turistas se encantaram com um calçadão que tem pista para ciclistas, e acaba funcionando só como pista de cooper e caminhada.
Praia de mar manso e cheia de coqueiros, outrora existiu por estas paragens, Gogó da Ema, coqueiro que marcou época como símbolo turístico de Alagoas.
Ponto de encontro dos jovens e descolados.
Mais tarde na Praia de Sobral, que começa no porto como Praia da Avenida, os viajantes se deslumbraram com uma larga faixa de areia branca.
Contudo, não é indicada para banhos por que é poluída pelo Rio Salgadinho, o único que deságua diretamente no mar.
Os surfistas, no entanto, ignoram a poluíção.
No Jatiúca, o seu mar sereno, com ondas tranqüilas, belos coqueiros e muitas jangadas rústicas, convidam a um belo passeio.
Já no Pontal da Barra, no final da restinga de Maceió, no extremo sul da cidade, os turistas observaram o encontro das águas da Lagoa Mundaú e do Atlântico.
Nesta praia selvagem, de mar forte, correntezas e belíssimo pôr-do-sol, os turistas ficaram algum tempo.
Mais tarde, foram passear pela Lagoa Mundaú.
Lá, vários saveiros fazem o passeio pela lagoa e navegam entre os canais formados por suas nove ilhas até a Barra Nova, onde a lagoa se encontra com o mar.
Ali, os pescadores podem ser vistos em suas canoas ou então, caminhando pelas áreas mais rasas à cata de crustáceos que vivem na lama do fundo da lagoa, e são especialidades da culinária de Maceió, como o sururu, o massunim, taioba e a unha-de-velho.
Em seguida, os cinco viajantes foram assistir o Reisado.
Pelas ruas da cidade, grupos compostos de um rei, uma rainha, um secretário, um vassalo, dois embaixadores, palhaços, músicos, cantores e dançarinos anunciam a chegada do Messias e homenageiam os reis magos.
Usam saiotes de cetim florido, chapéus enfeitados de espelhos, flores artificiais e fitas.
Depois os turistas foram comprar peças de artesanato em madeira, cerâmica e palha no Mercado do Artesanato.
No tocante ao trabalho das rendeiras, o mesmo se encontra a venda no Pontal da Barra ou na feirinha do Pajuçara.
A seguir, os turistas foram visitar o Murici.
Pequeno município a quarenta e quatro quilômetros de Maceió, é procurado por fãs de asa-delta e da ecologia, por conta da Reserva da Mata Atlântica, onde há cachoeiras para banho, bicas de água mineral e cavernas.
No dia seguinte, os turistas foram conhecer Paripiqueira.
O nome indígena define: praia das água mansas.
Ali ainda persiste uma vila de pescadores, muito embora tenha sido tomada de assalto pelos estrangeiros, ou como dizem seus moradores: Pelo pessoal da fala enrolada.
Todavia, o casal mais famoso do lugar, é um casal de peixes-bois Lua e Astro, que vivia em cativeiro e foi solto no mar, após um longo trabalho de adaptação.
Eles, de tão mansinhos, brincam com os turistas.
Na Barra de Santo Antonio, os turistas pegaram a balsa e atravessaram o Rio Santo Antônio até a Ilha de Croa – um povoado de pescadores no meio de coqueiros e mangueiras, com bares rústicos que servem frutos do mar.
Mais tarde os turistas foram conhecer a Praia de Carro Quebrado, e seu vasto coqueiral e a de Tabuba, na foz do Rio Sapucaí, com jangadas à disposição dos turistas.
No Passo de Camaragibe, os viajantes se depararam com um povoado repleto de casinhas de taipa e sapé, coqueirais, rios, lagoas e manguezais.
As Praias do Camaragibe – a do Marceneiro e do Morro – são as mais selvagens e claras.
Aqui e acolá, aparecem uma ou outra jangada.
Na Pracinha do Passo há uma imagem do Padim Cícero protegida por uma redoma de vidro.
Em São Miguel dos Milagres, os viajantes descobriram que este é um dos mais antigos povoados de Alagoas, colonizado na época da invasão holandesa, quando os moradores de Porto Calvo deixavam a cidade em busca de um lugar seguro.
Ali as praias são cristalinas e movimentadas nos fins-de-semana.
As casas simples dos pescadores, com suas canoas e redes, contrastam com as casas de veraneio, que aos poucos conquistam a orla.
Em Porto de Pedras, os turistas nadaram em águas tranqüilas, de pequena profundidade.
Na Praia de Croa do Tubarão, os rochedos transformam o mar numa bela praia natural.
As praias de Patacho e Tatuamunha são as escolhidas pelos namorados.
Paisagem rica em manguezais e coqueirais, às margens do Rio Manguaba.
Na cidade, a Igrejinha de Nossa Senhora da Piedade apresenta uma parede com um dragão azul em relevo, que ninguém sabe como apareceu.
Dizem que aqui, Calabar, considerado traidor da coroa portuguesa, teria servido de guia na invasão holandesa.
Em Japaratinga, município de praias de mar calmo e areias brancas, povoadas de vilarejos, foi outro ponto de parada dos turistas.
Na Barreira do Boqueirão, a erosão marinha provocou falésias de até cinqüenta metros de altura, e suas areias tem cores distintas. Na pracinha à beiramar, duas fontes de água natural- uma para ela, outra para ele.
Segundo o folclore da vila, o banho misto é proibido por que tira o poder de cura das águas nos problemas de pele.
Japaratinga, também é apreciada para acampamentos selvagens.
A seguir os turistas rumaram para Maragogi.
A meio caminho de Recife, é o segundo pólo turístico de Alagoas e dispõe de boa infra-estrutura.
Mar de águas calmas, praias extensas, muitos coqueiros e inúmeras piscinas naturais.
Procurada para esportes náuticos – caiaque, jet-ski, windsurf.
Alguns antigos engenhos de açúcar viraram atração turística, como o Marrecas de São Gonçalo, com a preservada casa do senhor de engenho do século XVIII.
Sinta-se pois, um verdadeiro coronel e ordene aos criados que toquem a charrete entre os canaviais e a mata atlântica para um belo banho de bica.
Dias depois, os cinco rapazes, sequiosos de conhecerem novos lugares, foram conhecer a região de Penedo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sururu

Amêijoa – Wikipédia, a enciclopédia livre
Massunim de pt.wikipedia.org
... plural de "vongola") embora também sejam chamados regionalmente de marisco-pedra, massunim ou berbigão. A amêijoa apresenta trinta por cento a mais ...

https://www.facebook.com/permalink.php?id=293710058192680&story_fbid=384425115787840 Unha de Velho.

https://www.google.com/search?q=taioba&oq=taioba+&aqs=chrome..69i57j0j46j0l5.2789j0j8&sourceid=chrome&ie=UTF-
Taioba

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.