Poesias

quarta-feira, 20 de maio de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 3

Foi então, que um dos pescadores resolveu contar a história do Automóvel Encantado.
Com isso, começou contando, que os choferes profissionais de longas viagens noturnas, transportando cargas do Nordeste para os Estados do Sul e do Centro do Brasil, falam da existência de veículos encantados, aparecendo e desaparecendo misteriosamente, embora denunciados pelas luzes ofuscantes dos faróis ou pela mancha vermelha da lâmpada traseira.
Raro será o motorista sem uma história impressionante nesse gênero.
O chofer de praça, nas cidades, dá igual depoimento dos automóveis fantásticos, nas altas horas da madrugada citadina.1
O folclore da máquina é tão rico e variado como qualquer dos congêneres.
Motores que trabalham espontaneamente, luzes que se acendem sem iniciativa técnica, rumores típicos de mecanismos que estão, quando verificados, absolutamente parados; são histórias vivas em centenas de exemplos nas usinas e parques industriais.
Comentou ele encerrando sua história.
As crianças, ao ouvirem o relato do pescador, ficaram admiradas.
Afinal, como ele podia saber de tanta coisa?
O pescador, então, ao ver o brilho de encantamento nos olhos das crianças, contou, que em suas viagens pelas cercanias, teve a possibilidade de conhecer muitos caminhoneiros, e o privilégio de conhecer suas lendas e histórias.
Histórias, que segundo ele, eram realmente fantásticas.
Com isso, fascinadas que ficaram com a pequena história do pescador, pediram-lhe insistentemente, que contasse outras lendas, tão interessantes quanto aquela.
E foi isto que o pescador fez.

1 - Luís da Câmara Cascudo, “Superstições e Estórias de Chofer,” O Estado de S. Paulo, setembro de 1958.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 2

Numa dessas vezes, um dos pescadores começou a contar a lenda do Boitatá.
Comentando que é uma superstição antiga, confusa, a qual o nome denuncia deturpação do mboitatá, a cobra-de-fogo, um dos mais antigos mitos do Brasil.
Revelou que segundo alguns dos antigos moradores da vila, já falecidos, o boitatá é uma mulher que habita o mar, aparecendo sobre a água apenas de noite e aumentando gradualmente de tamanho, até adquirir proporções enormes e lançar uma sombra imensa e aterradora.
Dessa forma, atacava os pescadores que inadvertidamente, apareciam próximos a sua morada.
Nisso, ao ouvirem a lenda do Boitatá, uma das crianças curiosas, passou a perguntar detalhes sobre a tal mulher.
Foi então que o pescador explicou, que há muito tempo atrás, antes mesmo dela ter nascido, um jovem pescador foi pego por ela.
Surpreso com a aparição, o jovem pescador, mal teve tempo de se defender.
Sendo assim, levado para dentro da mata, de onde nunca mais retornou.
Porém, para espanto de todos, outro dos pescadores também presenciou a cena.
No entanto, nada pôde fazer para ajudar ao amigo.
Desolado, conseguiu apenas, assistir ao longe a triste cena.
Por este motivo é que ele conhecia a história.
E por isso mesmo relatou o ocorrido aos demais membros da vila.
E nisso a conversa prosseguiu.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE CAPÍTULO 1

PARTE 1 – A REGIÃO NORDESTE 

CAPÍTULO 1 

E assim, tudo começa.
Em um longínquo porto, onde os pescadores ainda se utilizam de jangadas e de rudimentares redes para pescar.
É aí que tudo começa.
De madrugada ainda, se preparam para se lançarem ao mar e trazerem ao final do dia, o produto do trabalho.
Crédulos, procuram se proteger dos perigos do mar e do mal tempo.
Acreditam em seres fantásticos, como botos e sereias.
Cautelosos, sempre que saem para pescar, procuram se proteger dos encantos de Iara, a eterna Mãe D’Água.
A aparição que muitos anos antes, havia amedrontado os índios do lugar.
Isso por que, os índios, desacostumados com tal imagem, ficaram deveras assustados com a presença desse ser das águas que a tudo arrasta, e que levava os jovens índios, encantados com sua beleza e esplendor para o fundo dos rios, de onde nunca mais voltavam.
Com isso, como muitos dos pescadores, descendentes desses antigos índios, herdaram deles suas crenças, e ainda assim, apesar do passar dos séculos, continuavam a praticar os mesmos rituais de seus antigos ancestrais.
Caiçaras que são, vivem da pesca.
Moram em casebres de pau-a-pique, construídos próximos do mar.
Aliás, para eles, o mar é a fonte de tudo.
De todos os mistérios que os cercam, e a vida deles.
Às mulheres, pobres mulheres, não lhes resta nada.
A não ser esperar para que voltem sãos e salvos.
Minto.
Dedicadas e cuidadosas, produzem lindos trabalhos em rendas.
Hábeis artesãs, aproveitam o talento ensinado por mães e avós, para também com isso, ganharem algum dinheiro.
Assim, ao lado dos pais, maridos e irmãos, ajudam a sustentar suas famílias.
Organizando feiras e vendendo seus produtos para os turistas, conseguem ajudar no orçamento do lar. E, apesar de viverem uma vida simples, nada lhes falta.
São felizes vivendo suas vidas dessa maneira.
Nobres pescadores, retiram seu sustento do mar.
Mar que reverenciam e agradecem com oferendas, por ser tão generoso para com eles.
Respeitam o mar, afinal, todos ali dependem dele.
Assim, toda vez que saem para pescar, pedem-lhe permissão, para que possam adentrar suas águas e realizarem seu trabalho.
Isso porque, já ouviram terríveis histórias sobre homens incréus, que ousaram enfrentar o mar sem a permissão da senhora de suas águas.
Atrevidos, adentraram o mar com suas frágeis embarcações.
Audaciosos, foram tão longe, que desapareceram no horizonte.
E assim, desaparecidos, ficaram por semanas.
Somente quando um outro pescador encontrou pedaços do barco com um nome inscrito, é que puderam se dar conta do ocorrido.
Toda a tripulação sumiu.
Por conta disso, os caiçaras acreditam que isso foi castigo de uma sereia.
Alguns chegam até a comentar com os turistas que isso se deu, por que ousaram enfrentar a sirena.
Atrevidos, não se deram conta do perigo que corriam, e por isso desapareceram.
Por conta de seu atrevimento.
Falavam do lindo canto da sereia, e de sua beleza.
Beleza esta que acaba por destruir quem olha para ela.
Os homens que cometem este deslize, acabam por serem arrastados para dentro do mar, para que possam viver com ela.
Para viver com ela.
Mas, a sereia, segundo eles, muito caprichosa, não quer apenas a atenção de um homem.
Ela quer que todos se encantem com sua beleza extraordinária.
E assim, ela prossegue em seus rituais.

Certa vez, alguns turistas perguntaram a um dos pescadores, qual era o segredo para que pudessem observá-la cantando, sem que por isso fossem amaldiçoados.
Quando ouviram isso, os pescadores caíram na gargalhada.
Mal podiam acreditar que alguém teria o atrevimento de se voltar para Iara e escapar incólume.
Por isso, simplesmente disseram:
-- Homem do céu. Mas para que vocês querem enfrentar uma sereia? Não sabem que isso é morte na certa?
Mas teimosos, os homens insistiram.
Queriam saber se havia alguma forma de admirá-la, sem que com isso sofressem seus encantamentos.
Como, infelizmente isso era impossível, os pescadores simplesmente disseram:
-- Nós já ouvimos algo como, se você colocar algodão no ouvido e não escutar sua melodia, talvez vocês possam observá-la. Contudo, devem tomar cuidado, para que ela não os perceba. Pois se ela os vir, vocês estarão perdidos.
Mas, amedrontados ou não com a história, todos os turistas que por lá passavam, nenhum deles, pelos menos que se tenha conhecimento, nenhum deles até hoje, se atreveu a cometer, tão tresloucado gesto.
Até porque, segundo os pescadores do lugar, tal atitude, seria uma temeridade.
Não podiam acreditar que alguém fosse ser tão louco para tanto.
Com isso, quando mais um dia terminava, vinha a hora de se recolher.
Porém, com o passar das horas, um novo dia começava a surgir no horizonte, e mais uma vez, os pescadores saíam para trabalhar.
Mais uma vez, se preparam para a pescaria.
Preparam suas jangadas, para poderem pescar nas proximidades, ou então seus barcos, para poderem pescar em outras paragens mais distantes.
Ainda de madrugada, muitos deles se lançam no mar.
E durante horas, prosseguem em viagem, procurando bons cardumes.
Algumas vezes, chegam a ficar alguns dias longe de casa, pescando.
Isso porque, dada a profusão de grandes indústrias de pesca, cada vez mais, é necessário se afastar da costa para pescar.
O que aliás, é preocupante, pois pescadores mesmo, já tomaram ciência de que tal fato já está acontecendo com eles, e do quanto isso é ruim.
Sabem também, que em alguns lugares, não há praticamente mercado de trabalho nenhum para os pescadores.
Não há mais peixe para ser pescado.
O mar, constantemente agredido, não consegue mais produzir vida, na mesma intensidade da sanha devoradora dos homens.
Assim, conscientes de que tudo acaba um dia, estão preocupados com seus futuros e o das respectivas famílias.
Afinal, como farão se algum dia não puderem mais pescar?
Por esta razão, muitos dos pescadores estão tendo o devido cuidado, qual seja, de mandarem seus filhos para a escola.
Sabedores que são da realidade que os ameaça, querem mais é prepararem, ou melhor, preparar seus filhos, para a dura realidade que os cerca.
Com relação a isso, deve-se ressaltar porém, uma coisa.
Alguns destes pescadores, mesmo antes da fatídica notícia, já desejavam que seus filhos estudassem.
Não queriam que os mesmos, levassem a mesma vida dura que tinham.
Queriam mudar um pouco, a realidade em que estavam imersos.
Afinal, apesar da pouca instrução que tinham, sabiam que o mundo era bem maior do que imaginavam, e queriam que seus filhos vissem isso.
Por isso, a preocupação com a educação dos filhos.
Contudo, o Grupo Escolar, ficava vários quilômetros dali.
O que dificultava deveras, o acesso das crianças à escola.
Não obstante isso, os pescadores se organizaram, e juntando um pouco de dinheiro de cada uma dos moradores do lugarejo, e acabaram por conseguir, depois de alguns meses, dinheiro suficiente para comprar um veículo para transportar as crianças.
Com isso, nunca mais as crianças teriam que andar a pé, quilômetros e quilômetros, até chegar a escola.
Não precisavam mais dar a dura caminhada para chegar na escola.
Agora iriam de perua.
Muito embora não fosse o suficiente, já ajudava bastante.
Assim, pelo menos alguns deles poderiam ir até a escola estudar.
Alguns deles ao menos, poderiam utilizar-se do conforto de um meio de transporte seguro, para locomoverem-se até a cidade.
Enfim, nem tudo é fácil na vida de um pescador e de sua família.
Nem tudo são flores.
Mas apesar de simples, é uma vida boa.
Tão boa que sempre que podiam, aproveitavam para, no fim da tarde, reunir todos os vizinhos e conversar sobre os estranhos fatos que acontecem no lugarejo.
Fatos que a maioria dos turistas não acreditam que ocorram.
Para eles contudo, esses fatos, nada mais são do que a pura verdade.
Além disso, quando suas superstições são colocadas em dúvida, sempre aparece um pescador para dizer:
-- A questão não é provar nada. É tudo uma questão de acreditar. Até por que, não precisamos provocar a ira de ninguém.
Mas os turistas que vem e vão, geralmente, são incrédulos.
Mesmo assim, os caiçaras deste lugarejo ainda não foram contaminados pelo ceticismo dos passantes.
Que bom!
Com isso todos os que por ali ficam, aprendem lindas histórias com os moradores mais antigos do lugar.
E assim é feito.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL

INTRODUÇÃO

Maravilha de terras.
Mares em profusão.
Exuberância de natureza.
Beleza, sol.
Aves coloridas a voar no horizonte, magníficas em seus vôos, rivalizando com a majestade do astro-rei.
Lugar abençoado.
Dádiva da criação.
Uma rica jóia, exuberante em natureza, a enfeitar os mares.
Tu, dentre todas as nações és a mais bela.
Beijada, deveria ser sempre, por seu tão grande esplendor.
Mas deveras, anda sendo constantemente maltratada.
Logo tu, que és a rainha dos nossos corações.
Logo tu, que és a maior, dentre todas as nações.
Um dos mais belos países do mundo.
Em teu berço, floresceram e frutificaram algumas das mais ricas tradições.
Entre festejos e folguedos, proliferam manifestações populares.
Mas, infelizmente, com os passar dos anos, dos séculos, as belas tradições foram postas de lado.
Não de repente, tudo fora abandonado, para que se pudesse dar lugar a tradições mais modernas. 
Enfim, o mundo, perdeu parte de sua beleza, e o povo, perdeu muito de sua ingenuidade e magia.
Por que a tradição cultural, seja ela intelectual ou popular, faz parte da formação de um povo.
Jamais deveria ser abandonada, pois é o que se tem de mais precioso.
Por essa razão, algumas pessoas, sabedoras disto, valorosas, lutam para preservar as nossas mais ricas tradições.
Seja pesquisando, organizando festividades, o que importa, é que todos participem desta grande celebração.
Essa grande comemoração chamada Brasil!

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

domingo, 17 de maio de 2020

Moda Outono/Inverno

Sugestões de vestimenta para um dia frio.
Nada como um vestidinho xadrez.
Completando com uma jaqueta de couro preta.



Acho que ficou bom! 

XIII Micropoema – Palavras. E XIV Bloco de Pedra.

XIII Micropoema – Palavras. 

Por que tudo tem que por elas começar?
Sinto-as múltiplas, várias, ávidas, ansiosas.
A correrem de um lado para o outro, aflitas, sem rumo.
O que delas fazer?
Por que tememos escravos dela ser?
Seu universo é vasto, não se sabendo onde se pode chegar.
E assim a pensar, em que destino a elas encaminhar.
Como eu, a pensar coisas muitas, sem chegar a conclusão alguma.
Perdida, a se debater em questões como: O que fazer? O que pensar? Por que nos fora negada, a simplicidade das crianças? Seu olhar curioso, interessado por tudo?
E a conclusão chegar de que nunca devem perder de vista sua infância, assim como a criança que habita em cada um de nós.
A não se deixar contaminar pelo mal humor crônico de certas pessoas que não conseguem ver nada de bom na vida.
Mude seu olhar.
Não seja você está pessoa que tanto repudias.
Seja feliz nas pequenas coisas.
Impensadamente.
Humanos seres, a serem espelho de outros seres.
Pois quanto mais se critica, mais se chega a si mesmo.
Pois ao se ver refletido nos outros seres, mais expõe os próprios defeitos.
Agrura, ao ver refletido nos outros, os seus próprios defeitos.
Palavras afinal, qual será sua finalidade?
Agredir, ofender, diminuir, ferir?
Ou expandir, engrandecer, elevar, aprimorar?
Auxiliar na comunicação?
Agregar os povos?
Ou separar, dividir?
Às vezes, penso ser ela, mais um instrumento de guerra, como o fora a invenção de Dumont.
Palavras a ganharem extrato corpóreo, a quase se tornarem físicas, ao serem impressas em textos, em livros.
Ou a nunca abandonar seu aspecto imaterial, etéreas, a comporem nossa interioridade, ao som de belos poemas, melodiosas canções, conversas, cenas de filme, novelas, apresentações, shows. Palavras, a ajudarem a formatar um universo interior, assim como as cores, as formas, os cheiros, imagens e sons.
Sons articulados a formarem palavras.
Momentos de vida que se foram, mas ao voltar, ganham vida em nossas mentes, através de suas imagens, suas cores, seus sons.
Universo imagético e pessoal.
Palavras não verbalizadas, mas pensadas.
A ironia de um texto longo, a se fazer curto.
Micro poema, a compor o microcosmo do mundo.
A imensidade da vida.
O universo das palavras.
A individualidade dos seres.
Por elas tudo começa, e por elas tudo termina.
Palavras.

XIV

Bloco de Pedra

E eu a me recordar de uma linda apresentação de um bloco de maracatu.
Com seu grupo de mais de vinte pessoas, entre homens e mulheres, todos paramentados.
As moças, com suas saias brancas leves e rodadas, cabelos enfeitados por uma faixa branca adornada com flores coloridas de pano.
Algumas moças estavam maquiadas.
Blusa vermelha, saia branca.
Os rapazes de calça branca, blusa vermelha.
A compor o ambiente, tambores, instrumentos para tocá-los, batê-los.
Instrumento de metal, e espécies de chocalhos, a extraírem sons diversos.
Os sons da África.
Este velho e desconhecido continente.
E o som a ecoar, invadir o ambiente, a percorrer o chão, como a trilhá-lo.
O teto, as paredes, a vibrarem, embalados pelo som.
Tremulando como bandeiras ao vento.
O som, a vibração dos tambores, dos instrumentos, sons a se espalharem, ecoarem em nosso peito, que vibra no mesmo compasso.
A dança animada ao lado da bandeira, marco a identificar o maracatu.
A moça a rodopiar com sua saia branca, e a porta-bandeira a segurar o símbolo do bloco.
O grupo a entoar outras canções de outras nações de maracatus.
A dançarem rodopiando um ao lado do outro no salão.
E em seus rodopios, a correrem o salão.
Um moço puxava o coro.
Celebração da festividade e alegria brasileiras.
A se denominarem brincantes.
A falar de festas em Recife.
Colorido povo a se fantasiar de festa, em pleno carnaval.
E os ônibus repletos de brincantes.
Pessoas fantasiadas de cores, formas, plumas, carnaval.
Cabeças enfeitadas, fitas, cores e brilhos.
Recife, a ser palco de muitos folguedos, festejos.
A vida se compondo de belos momentos.
A compor nosso mundo imaterial, preenchendo nossas memórias existenciais.
Pois antes boas coisas para se lembrar, do que a nada.
Palavras a formarem a ideia das imagens.
Aprender com as palavras.
Criar, recriar.
Viver, reviver.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Micropoemas

I
Esta vida nada mais é
Que um belo presente
A todos os seres viventes
Que aqui habitam estas nascentes
Riso crescente
De um povo descrente
Do melhor a fazer por si

II
E o céu claro limpo, sem nuvens
Coberto por estrelas luminescentes
A nos trazer a beleza e a pureza
Dos nossos melhores pensamentos

Curtir pequenos gestos
A engrandecerem a mesquinhez da vida
Sempre monótona e cansada

E o dia a se afigurar nascente,
Crescente, por trás de uma tangente

III
Curtir a beleza dos passos desta estrada
Sinuoso caminho
Nem sempre tão certo
Longe ao longo
Absurdo
Sempre a se chegar a um resultado
Longo, ressoo
A devanear em pleno voo imaginário

IV
Pequenos presentes a engrandecerem a vida
Os sinos do alto das torres de igrejas antigas
A badalarem o sinal dos tempos
Ouço como uma voz a me soprar
Barulhos ao vento
A uivar em nossos ouvidos
Presentes,
Ecoam a vida inteira
Presente é aquilo que se acrescenta a vida

Quaisquer coisas que de pequenas,
Imensas se fazem, e coloridas
A se abrirem em vastidão vertiginosa
A nos mostrarem novos jeitos de se ver
As mesmas velhas, novas coisas

V
Computador,
Pequena máquina de se fazer maravilhas
Repositório de saber e de conhecimento,
Arcabouço de lembranças e de futilidades
Depositário do inimaginável
A ser imaginado por alguma mente distante
E infelizmente, nem sempre brilhante

Computador,
Terra das infinitas possibilidades
A trazer uma ampla gama de atrativos
Imagens e deleites,
Para seus apreciadores
Desde que o saibam escolher
O belo e o bom
Em seu oceano de potencialidade Nem sempre adequado


VI – ALTERA

No jardim das alterosas
Ondeantes formações de relevo
A com seu enlevo, enfeitarem as paragens
Montanhas majestosas
Relevo altaneiro
Beleza exemplar de relevo raro
Do belo jardim de flores mineiro
Históricas construções,
Estradas de pedra
Cenários de sonho e de sons
Enlevo
Tudo a compôr o cenário
Preciosa gema
Alteridade
Das culturas distantes

VII
A chuva a correr de lado
A enfeitar a feia fiação, de gotas brilhantes
De longe a parecer pequenos diamantes

E a chuva a correr pelas ruas, calçadas, avenidas
A fazerem corredeiras
Alagadiços
A causar tumultos
A formarem pequenos rios onde não podem escoar
A molhar, encharcar pés
Com corpos molhados a chegarem em casa

Quem diria que torrentes inocentes
A correrem em gotas por vidraças
Pudessem se tornar fonte de transtornos e caos?

VIII
E o sol ausente
Destas manhãs e tardes de vento
Onde estará o astro rei?
Onde estará?
Sinto saudades de seu calor
Seu colorido dourado
A contrastar com a suave brisa
A temperar sua intensa temperatura

Acaso o encontre perdido no mundo
Por entre países em confins distantes
Mande-lhe lembranças
Diga estou a sentir sua falta
Seu calor aconchegante
A falta de suas cores

Os seus tons,
A mudarem de cor a minha pele
Sol, majestoso rei sol
Onde estará?
Sinto sua falta

IX
As folhas secas amareladas e caídas
A contrastarem com o verde vivo das gramas
Que por ora as recobrem
Folhas mortas,
A levadas serem, por rajadas frias de vento
Folhas secas,
Caídas de plantas e árvores

Verdes um dia foram
Folhas secas, levadas pelo vento,
Percorrendo estranhos caminhos
Como se estranhos fossem,
Os caminhos da vida
Repletos de folhas vivas, verdejantes,
Folhas secas, amareladas, mortas
Amalgamado
Como somente o podem ser,
Os caminhos da vida

X
Sensoriais impressões
As mais diversas experiências dos sentidos
Encantamento de visões
Com suas cores e formas inesperadas

O saborear o sólido
Como se vinho fora
Sorvendo alimento saboroso
Bebendo o bom vinho

XI
Passeando por belos lugares,
Celebrar o aproveitamento da vida
Caminhando por jardins suspensos
Espreguiçadeiras para se deitar
O sol a banhar as gramíneas

Avistar a cidade e seus arranha céus do terraço vivo
Grama verde para se pisar
Linda exposição a homenagear,
Um mito da MPB
Flor de Elis
Monumento da Música Brasileira
Sua voz, sua imagem, textos, fotografias,
Vídeos, documentário, clipes
Álbuns,
LP's
Tudo disponível
Ao acesso de todos
Centro Cultural
Amplo, espaçoso, monumental
Homenagem a música

XII
Céu cinza, escuro
Nuvens densas a pairar
E eu cá na vida,
Estou nela a pensar
A ameaça de chuva a espreitar
Ficar em coisas pensar

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.