Belonave a esquadrinhar os céus,
Em tons furta cor,
Inicialmente claros,
O sol dourado brilhando ao fundo,
Aos poucos escurecendo,
Obscurecido pelos azuis da atmosfera
Nuvens imponentes
Como a apontar para a mata verdejante,
Como raios a descer do firmamento,
Grandes massas brancas,
Ladeadas pelo verde das matas,
A brotar das serras,
E a despencar em abismos verdes
Aos pés da majestosa serra,
Cidades, construções e gentes
Encontrando-se a noite iluminadas,
A contrastar com a escuridão da noite,
E a rivalizar com o brilho da lua
A mata margeando as estradas
O concreto, casinhas no meio do mato,
A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
A abençoar os viajores,
Majestosa com seu manto sagrado
Cidades vistas de longe,
Do alto das serras,
O espaço a invadir,
Diminutas em sua distância
E a belonave, aeronave a percorrer o espaço,
Diminui a distância
E aquele pequeno foco de luz, indiviso
A mostrar sua majestade de avião,
Ao se aproximar,
Risca os ares com suas asas, e ganha o mundo
A escuridão a tomar conta da estrada
Represa Billing’s, a embelezar a tudo,
Com o mistério de suas águas
Pragmatismos a tomar conta,
Das cotidianas formas
Distrações as mais diversas
Em programas de tevê,
Contato com realidades diversas;
A internet a expandir as possibilidades,
Diversificadas formas de aprendizagem,
Conhecimento de tantas personalidades interessantes,
Contato com novas realidades
Mundo, mundo, vasto mundo,
Multifacetado!
Como misteriosa cigana,
Detentora de habilidades,
Dons e sortilégios,
A usar longos vestidos, bordados,
Negras madeixas,
Ritualística, em especiais momentos
Em horas concretas,
A adotar comportamento corriqueiro,
Em nosso dia-a-dia
Exercendo profissão qualificada,
A desfilar em seus múltiplos papéis sociais
Em um “Brasil Legal”,
Um modesto senhor idoso,
Alfaiate, a se perder na leitura,
De clássicos da literatura
Apresentações de artistas da voz,
A sempre nos encantar com suas criações,
A embalar suas vozes no rádio, nos shows,
E nos programas de auditório!
Novelas, histórias marcantes,
Abrilhantadas por lindas trilhas sonoras,
A compor as histórias,
A construir os enredos
Pelas ruas, com quem andas, onde vais
Eterna Viúva Porcina,
A habitar uma saudosa “Asa Branca”
Tieta, agreste, selvagem,
E seu deslumbrante “Mangue Seco”
Com suas dunas de dourada areia,
Seus lenços coloridos a tremular no vento
As nordestinas sagas,
Em meio a um realismo fantástico,
Tão bem expressas nas telas da tevê!
Novelas e minisséries de época
Histórias de guerras, levantes,
Ou simples narrativas cotidianas
Tanta beleza em seus enredos,
Suas tramas a nos envolver pela delicadeza
Saudades de uma “Terra Nostra”,
Cheia de “Esperança”
As mirabolantes histórias ambientadas
Em um longínquo Oeste;
Em Oriente distante
Homens de turbante,
Mulheres de sári,
Olhos marcados, muitas jóias,
Muito ouro
Com muita “Beleza Pura”,
A fazerem “Caras e Bocas”
Tantas histórias, tantas tramas
Histórias bem urdidas
Com a desfilar em um eterno
“Cordel Encantado”
Entre tantas tramas ambientadas,
Em um Nordeste onírico
Terra de cangaceiros, mocinhas sofredoras,
Turcos/árabes/libaneses, com suas mil mulheres
Sendo que “Hoje É Dia de Maria”
Quem és tu,
Que belos olhos tens?
Se eu reparasse a mais tempo,
Eu não amava, eu não amava,
Quem amei!
Dizia a letra da bela canção entoada
Pela indefesa criança,
Amedrontada
Nesta “Chuva de Vento”,
Entre rodamoinhos e carrosséis,
Mil viagens em pensamento,
Mergulhos as mágicas terras de minha infância!
A mergulhar também, em “Rios de Amor”
E a se encantar com a bela história,
De uma maldição, e de um amor,
De um homem marcado para morrer,
Com a bela filha do fazendeiro despótico,
A habitar a região
Novela querida,
Tendo como cenário, o Araguaia
Terra também, da novela “O Rei do Gado”,
A narrar a saga dos Mezenga e dos Berdinazzi,
Romeu e Julieta modernos
Famílias inimigas, unidas pelas circunstâncias
Isto por que, para que o filho não fosse lutar na Itália
Casou-se com a filha da família rival
Linda trama a contar a história dos pracinhas,
E de um jovem brasileiro,
Que lutar foi na Itália
Tendo lá encontrado o amor e a morte
Num eterno “Morde e Assopra”,
E suas pré-históricas escavações,
Dinossauros enterrados no subsolo,
De fazenda de café
Amizades e trapaças,
Num eterno jogo de interesses
Para completar, boas apresentações musicais,
Belos shows para se apreciar,
Bonitas apresentações,
Numa eterna aquarela,
De cores e sons, encantamentos!
Nesta terra boa e gostosa
A acompanhar programas de humor
Humor sarcástico de uma “TV Pirata”,
Chico Anísio e Jô Soares
Programas infantis,
Com seus Show’s da Xuxa,
Angélica, e seu “Clube da Criança”
Tevê Manchete
Com sua faustosa “Xica da Silva”,
Rica dama negra do Tijuco,
“Dona Beija” e sua beleza sem rivais,
A deixar a todos os homens inebriados,
Encantados, para uma noite de amor com ela ter
Em rico contraste com uma “Fera Radical”;
Onde tolo é “O Outro”;
Ladeado por uma idealista “Sinhá Moça”,
Vivida por um inesquecível Lucélia Santos,
A pelos escravos lutar;
Sempre a acreditar no “Direito de Amar”,
De uma sofrida Rosália,
Obrigada a casar-se por conveniência,
Com um distinto e maquiavélico senhor
Para em meio a tantas peripécias,
Finalmente encontrar seu amor mascarado
Muitas histórias de infância,
Como em “Que Rei Sou Eu”,
A tomar contato, com a canção
De Flávio Venturini, e sua “Espanhola”,
“Fera Ferida”, como todos nós um pouco somos,
Feridos em nossos sentimentos,
Por alguma razão que não é dada a todos conhecer;
E a bela canção de Roberto Carlos
A narrar as roupas e os sonhos,
Rasgados em sua partida
Em programas de entrevistas,
A um pouco conhecer das personalidades
E do trabalho e labuta,
De pessoas a quem admiramos!
Desta tevê, trazida para cá nos idos de 1951,
Sempre sendo uma ótima opção de lazer,
Para aqueles que sabem escolher,
O melhor de sua programação
Pela televisão se pode descobrir
Um mundo inteiro de possibilidades
Como ricos acervos existentes em museus
A história de nossa gente,
Nossa brava terra brasileira
A cada dia um capítulo diferente!
A preencher as páginas de nossas vidas,
É sempre um universo de possibilidades,
Na tevê, nos jornais, revistas, rádio,
Internet, literatura,
Na vida, em todos os caminhos,
Sempre a possibilidade de novas coisas perceber
Novos mundos conhecer
Pena que nem sempre,
Os mundos são felizes,
E as descobertas, agradáveis!
Mas tudo aí está!
Muito do que vejo, olho, percebo,
Não desejo para mim,
E por isto, a pensar reflito
Mas não levo o que não me pertence,
Para o meu lar,
Berço do meu descanso e de minhas alegrias
Horas vagas de meu contentamento!
Horas há, horas do ocaso,
Ultimamente escassas,
Em que me sinto como que perdida,
Sem paradeiro
Será que a caminhar estou, na estrada certa?
Vejo bandos de gaivotas nas praias
Ora juntas, ora separadas,
Aves de arribação,
Sinto o mesmo com relação as pessoas
Os barcos ao longe, preenchem o cenário
A praia azul, suas ondas brancas,
As ilhas ao fundo, a serra
A mata, as nuvens
Pois então, a vida é dúvida, incerteza,
E se assim o é,
Apostemos em nossa intuição,
Sem nunca nos desguarnecermos!
Sempre as boas histórias acompanhar,
Seja na tela da tevê ou no cinema,
Na literatura, na música
Em quaisquer plataformas
Sempre a vida a contemplar
As belas histórias para se admirar,
Coisas ricas para se lembrar
E pensar que viver vale a pena
Como nos dizeres da emotiva canção entoada,
Pelo mestre Gonzaguinha
A vida é bela!
Mas como é bela a vida!
Não me canso de admirá-la e contemplá-la!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
sexta-feira, 1 de maio de 2020
SOM IMAGINÁRIO
Após longa jornada de dissabores e contendas
Regresso de uma jornada de luta, para meu lar,
Doce e amado lar!
Triste penar em que a convivência, por vezes, se faz tão odiosa!
Viver é difícil!
Já dizia um escritor mineiro
E difícil e tamanha é a lida,
Em que aprender a conviver com as pessoas devemos
Ser humano, ser difícil,
Muitas vezes indócil, intratável
Por outras vezes a nos apresentar,
Um mundo de maravilhas,
Encantamento e deslumbramento!
Há gentes de todos os tipos, os jeitos ...
A aridez da forçada convivência,
Nem sempre desejada!
E como consolo,
Um lindo céu escuro,
Com uma lua alta, minguante,
Acompanhada por uma luminosa estrela!
As árvores sem folhas, galhos secos
A sentirem os tons do dia,
Noite escura, sem luar,
E o dia aos poucos, azulando-se,
Em tons escuros, clareando
A lua apagada, a permanecer no firmamento
A manhã fria,
O céu repleto de nuvens a brincarem no espaço,
Caminhantes, cambiantes!
Em minha janela, uma árvore verdejante,
Com suas flores amarelas,
Flores em forma de trombetas,
A tremular ao sabor dos ventos
Em um cenário de prédios velhos,
Muitos abandonados, outros mal cuidados
Lugar sem grandes encantos visuais!
O regresso ao lar
E a tarde escurecendo, a noite tomando o lugar do dia
E os estudos eleitorais,
Preparação para em novos cargos ingressar
E a música a embalar ...
Os sons sertanejos
As músicas a cantarem as belezas do amor, da dor, da vida
Singeleza de um mundo natural
Os dilemas da vida, que a todos afetam,
Em sendo sertanejos, ou não
Ipês floridos, árvores diversas, as porteiras velhas
As boiadas, e um mundo que conheço apenas por palavras
O riozinho amigo, a contar suas dores,
Sua vivência, e as existências alheias,
Temas que nos encantam e entristecem
As mortes, e a fragilidade das humanas vidas,
Os dramas encenados em canções
Em um quarto organizado e arrumado
Mil possibilidades de se deslumbrar,
Com um universo de possibilidades
E a realidade a se transformar,
Apenas com o nosso desejar!
Programas de tevê, jornais, internet
E o conhecimento a se multiplicar
Música a embalar minha vida!
De todos os jeitos, de todas as formas
No trabalho, nas conduções várias,
Na ida, e no doce regresso,
Nem sempre tão fácil
Deveras longo e cansativo, mas amenizado pelas canções
Metrô, trem, troleibus ...
De volta ao meu aconchego
Sons que aguçam os sentidos,
Fazem a imaginação viajar para mil países distantes
Magia e encantamento a nos enfeitiçar
Jogue longe as tristezas do dia
E assim, possamos com as melodias, mil novos mundos criar
Os sons a criarem em imagens mentais,
Cenários de beleza e poesia,
Todos ao nosso alcance
Viagens de sonhos e fantasia
Os sons a melhorarem nosso ambiente,
A atmosfera espiritual ao nosso redor
Abençoadas palavras cantadas!
Inspirados compositores, cantores
A mil amores embalarem
Os casais apaixonados a se encantarem,
Com suas histórias entoadas nas canções
E os imaginários sons, a construírem,
Com suas idéias
Lindas imagens a se materializarem em nossos pensamentos,
Modificando nosso viver
Traduzida em melhores pensamentos
E em boas idéias para nossa vida
E os sons de imaginários, abstratos,
Passam a concretude e a materiais serem,
E de alguma forma, ao assim tornarem-se,
Sons a fazerem parte de nosso viver, nossa existência!
Acompanhando nossos passos, nossa jornada
Nosso caminho, nossa vida
Quando a viver no interior,
Ouvir sertanejos sons
E ao se mudar para o ABC, novos ritmos conhecer
Ou se aprofundar em conhecimentos musicais,
Novas possibilidades
E por fim, retornar ao berço primeiro,
As primeiras idéias, aos iniciais gostos
Saudades a balançarem-se nas redes do tempo,
No balanço das memórias,
Na piscina de plástico montada no quintal espaçoso
O cachorrinho que mordeu o elástico em que estava amarrado, e fugiu,
O substituto e companheiro Snoopy
E as canções ouvidas em um radinho,
Constantemente deixado na cozinha, ou na área de serviço
Vida vivenciada através de experiências,
E também de canções,
Várias, as mais diversas!
E o respeito, faltoso nas salas de aula de nosso tempo,
E nas ante-salas da boa convivência,
Possa ser transmitido aos herdeiros de nosso tempo
Quem sabe através de bons exemplos,
Quem sabe também, através de belas canções ...
Neste mundo melhor, repleto de belezas físicas e mentais,
Que se afigura nas letras de muitas músicas,
Que talvez me faça gostar de música
E em assim sendo,
Acreditando que sim, as coisas podem melhorar!
Assim, eu espero!
E assim, nós que aqui estamos,
A viver, a lutar, a sofrer e a sorrir,
Pelos bons mensageiros, esperamos
Mensagens advindas na forma de músicas, poesias,
Obras literárias, novelas, filmes, minisséries, enfim,
Ensinos, doutrinas, conhecimentos ...
Tudo nos faça progredir e crescer,
Melhorando-nos cada vez mais!
Ó sons pronunciados, palavras verbalizadas
Os sons a construírem um melhor mundo
Sons e palavras a se embalarem,
Enroscando-se num eterno valsar!
E eu a recordar a vida se desenrolar ante meus olhos
Músicas a me saudar, mostrando meu passado
Em contraponto aos anos primeiros
Em que ao invés de saudades ter para recordar,
As saudades vinham em indefiníveis sensações
Melancolia de um sentir cada vez mais sentido,
Sem conseguir se fazer entender
E agora a experiências de um viver,
E boas coisas para se recordar também
Sem tantas saudades de um passado não vivido,
Tempos de antanho que não se pode alcançar,
Tantas décadas passadas!
E os sons a envolverem as histórias de vida de muitos seres:
“Do wanna you dance?”;
“Let me try again”; “De longe a te querer, e a brisa a flutuar, No azul da terra em movimento”,
Como na canção do memorável, 14 Bis!
E os sons se seguem, sucessivos, completos, complexos,
Sempre múltiplos,
Presentes em momentos diversos de minha vida
Imaginários sons! ...
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Regresso de uma jornada de luta, para meu lar,
Doce e amado lar!
Triste penar em que a convivência, por vezes, se faz tão odiosa!
Viver é difícil!
Já dizia um escritor mineiro
E difícil e tamanha é a lida,
Em que aprender a conviver com as pessoas devemos
Ser humano, ser difícil,
Muitas vezes indócil, intratável
Por outras vezes a nos apresentar,
Um mundo de maravilhas,
Encantamento e deslumbramento!
Há gentes de todos os tipos, os jeitos ...
A aridez da forçada convivência,
Nem sempre desejada!
E como consolo,
Um lindo céu escuro,
Com uma lua alta, minguante,
Acompanhada por uma luminosa estrela!
As árvores sem folhas, galhos secos
A sentirem os tons do dia,
Noite escura, sem luar,
E o dia aos poucos, azulando-se,
Em tons escuros, clareando
A lua apagada, a permanecer no firmamento
A manhã fria,
O céu repleto de nuvens a brincarem no espaço,
Caminhantes, cambiantes!
Em minha janela, uma árvore verdejante,
Com suas flores amarelas,
Flores em forma de trombetas,
A tremular ao sabor dos ventos
Em um cenário de prédios velhos,
Muitos abandonados, outros mal cuidados
Lugar sem grandes encantos visuais!
O regresso ao lar
E a tarde escurecendo, a noite tomando o lugar do dia
E os estudos eleitorais,
Preparação para em novos cargos ingressar
E a música a embalar ...
Os sons sertanejos
As músicas a cantarem as belezas do amor, da dor, da vida
Singeleza de um mundo natural
Os dilemas da vida, que a todos afetam,
Em sendo sertanejos, ou não
Ipês floridos, árvores diversas, as porteiras velhas
As boiadas, e um mundo que conheço apenas por palavras
O riozinho amigo, a contar suas dores,
Sua vivência, e as existências alheias,
Temas que nos encantam e entristecem
As mortes, e a fragilidade das humanas vidas,
Os dramas encenados em canções
Em um quarto organizado e arrumado
Mil possibilidades de se deslumbrar,
Com um universo de possibilidades
E a realidade a se transformar,
Apenas com o nosso desejar!
Programas de tevê, jornais, internet
E o conhecimento a se multiplicar
Música a embalar minha vida!
De todos os jeitos, de todas as formas
No trabalho, nas conduções várias,
Na ida, e no doce regresso,
Nem sempre tão fácil
Deveras longo e cansativo, mas amenizado pelas canções
Metrô, trem, troleibus ...
De volta ao meu aconchego
Sons que aguçam os sentidos,
Fazem a imaginação viajar para mil países distantes
Magia e encantamento a nos enfeitiçar
Jogue longe as tristezas do dia
E assim, possamos com as melodias, mil novos mundos criar
Os sons a criarem em imagens mentais,
Cenários de beleza e poesia,
Todos ao nosso alcance
Viagens de sonhos e fantasia
Os sons a melhorarem nosso ambiente,
A atmosfera espiritual ao nosso redor
Abençoadas palavras cantadas!
Inspirados compositores, cantores
A mil amores embalarem
Os casais apaixonados a se encantarem,
Com suas histórias entoadas nas canções
E os imaginários sons, a construírem,
Com suas idéias
Lindas imagens a se materializarem em nossos pensamentos,
Modificando nosso viver
Traduzida em melhores pensamentos
E em boas idéias para nossa vida
E os sons de imaginários, abstratos,
Passam a concretude e a materiais serem,
E de alguma forma, ao assim tornarem-se,
Sons a fazerem parte de nosso viver, nossa existência!
Acompanhando nossos passos, nossa jornada
Nosso caminho, nossa vida
Quando a viver no interior,
Ouvir sertanejos sons
E ao se mudar para o ABC, novos ritmos conhecer
Ou se aprofundar em conhecimentos musicais,
Novas possibilidades
E por fim, retornar ao berço primeiro,
As primeiras idéias, aos iniciais gostos
Saudades a balançarem-se nas redes do tempo,
No balanço das memórias,
Na piscina de plástico montada no quintal espaçoso
O cachorrinho que mordeu o elástico em que estava amarrado, e fugiu,
O substituto e companheiro Snoopy
E as canções ouvidas em um radinho,
Constantemente deixado na cozinha, ou na área de serviço
Vida vivenciada através de experiências,
E também de canções,
Várias, as mais diversas!
E o respeito, faltoso nas salas de aula de nosso tempo,
E nas ante-salas da boa convivência,
Possa ser transmitido aos herdeiros de nosso tempo
Quem sabe através de bons exemplos,
Quem sabe também, através de belas canções ...
Neste mundo melhor, repleto de belezas físicas e mentais,
Que se afigura nas letras de muitas músicas,
Que talvez me faça gostar de música
E em assim sendo,
Acreditando que sim, as coisas podem melhorar!
Assim, eu espero!
E assim, nós que aqui estamos,
A viver, a lutar, a sofrer e a sorrir,
Pelos bons mensageiros, esperamos
Mensagens advindas na forma de músicas, poesias,
Obras literárias, novelas, filmes, minisséries, enfim,
Ensinos, doutrinas, conhecimentos ...
Tudo nos faça progredir e crescer,
Melhorando-nos cada vez mais!
Ó sons pronunciados, palavras verbalizadas
Os sons a construírem um melhor mundo
Sons e palavras a se embalarem,
Enroscando-se num eterno valsar!
E eu a recordar a vida se desenrolar ante meus olhos
Músicas a me saudar, mostrando meu passado
Em contraponto aos anos primeiros
Em que ao invés de saudades ter para recordar,
As saudades vinham em indefiníveis sensações
Melancolia de um sentir cada vez mais sentido,
Sem conseguir se fazer entender
E agora a experiências de um viver,
E boas coisas para se recordar também
Sem tantas saudades de um passado não vivido,
Tempos de antanho que não se pode alcançar,
Tantas décadas passadas!
E os sons a envolverem as histórias de vida de muitos seres:
“Do wanna you dance?”;
“Let me try again”; “De longe a te querer, e a brisa a flutuar, No azul da terra em movimento”,
Como na canção do memorável, 14 Bis!
E os sons se seguem, sucessivos, completos, complexos,
Sempre múltiplos,
Presentes em momentos diversos de minha vida
Imaginários sons! ...
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
domingo, 26 de abril de 2020
Temário Sem Assunto
Palavras perdidas no tempo
Falta de ter o que dizer
Sem saber a qual caminho escolher
Difícil caminho para se trilhar Divagações...
A lua a desaparecer por completo
Uma estrela solitária a brilhar no firmamento
Como uma criança a brincar solitária
Sem decerto saber,
O que fará com seu tempo de ócio
A contemplar os pequenos seres,
Que partem fazem, da natureza
Mil aventuras empreendidas
Como as formigas, em suas colônias a viver,
E a passear pela flor da terra,
A buscar alimentos para dias futuros
E os pequenos insetinhos a voar...
E agora aqui, sem saber o que fazer
Sem conseguir o pensamento direcionar
A dedilhar o teclado,
Sem uma conclusão encontrar,
Sobre o que está a pensar?
A mente sem idéias criativas,
A recordar-se da infância,
E dos ensinamentos passados
A brigar com as letras e símbolos do teclado
Computador a mostrar sua tela,
E uma página digital em branco
E a vida lá fora a acontecer
Pessoas apressadas a caminhar para o trabalho,
Outras tantas,
Encerradas em escritórios, repartições, lojas, oficinas
E o dia triste a sorrir lá fora
O céu cinza, frio
Crianças estudando,
Pessoas ociosas, outras tantas a cuidar de seus afazeres
Vida, embora pulsante ou não,
Ainda assim, vida ...
E nela a se entender
Quantos ensinos controversos,
Pois ao se crescer, constata-se
Que nem tudo o que nos fora ensinado,
Condiz com a fria realidade do mundo,
Para nós demonstrado
Quantos sonhos desfeitos,
Ilusões abandonadas,
Projetos deixados de lado
A decepção com as gentes ter,
E a duras penas aprender,
Que as pessoas não são obrigadas a de nós gostar
E que não devemos disto fazer,
Uma fonte de aborrecimentos
Devemos sim, aprender com todos viver
Pois com o ser humano não é fácil conviver!
Com o tempo aprendi, a somente gostar
De quem de nós gosta,
E a ignorar os mal feitos, maledicência,
E os venenos da humanidade
Pois quem nos maldiz,
Pouco tem a fazer com sua vida
Digno pena este ser é
E somente devemos lamentar sua pobreza de espírito
Devendo prosseguir com nossas vidas,
Sempre evitando nos ocupar do que não vale a pena
Muito embora esta premissa seja assaz difícil de se acompanhar
Não obstante este fato, farei desta,
A bandeira de minha luta!
Com o passar dos dias, aprendi ainda,
A valorizar o tempo,
E perceber tantas expectativas desfeitas
Diante do contato com a fria realidade
Decepções momentâneas,
Reconstruídas com novas esperanças,
Novos desejos, novos alentos
A viver um novo sonho,
E assim, a construir uma nova realidade
E a aproveitar melhor os minutos de minha existência
Pois o tempo, o tempo
Este senhor de longos cabelos brancos
A tudo consome, a tudo devora
Não deixando nada sem sua marca,
Externa ou interna
Nestes momentos, fico a pensar
E a relembrar da criancinha a brincar,
Na praça, de boneca, de casinha,
Bolinhas de gude
Os insetinhos a se abrigarem das chuvas,
Suas asas transparentes
A pousarem sobre os móveis, as mesas
Adentrando das casas
O cachorrinho a latir
No imenso quintal de minha infância
Mundo rico em imaginação
Como somente crianças são capazes de criar
A imaginar viagens de trem, de navio,
Luxuosos hotéis
A imaginar-se personagem nas histórias da tevê
A brincar de mil diferentes profissões
A brigar com a comida,
A se divertir em uma piscininha de plástico
Algumas árvores, rosas várias,
Áreas gramadas, o pinheirinho na parte frontal do lar
Aos fundos, imenso quintal
Papéis de carta,
Com suas lindas e delicadas figuras,
Pálidas ou não, a decorar o papel especial
Carrinho de pedreiro empurrar,
Martelo para o dedo martelar
As formigas muitas, a passear
Minhocas no jardim
A me balançar por longas horas,
No brinquedo improvisado na garagem da casa
A dispersar-me nos estudos,
Imaginando mil mundos na escola,
E durante as aulas,
Imaginar-me em outras paragens
O tempo a passar,
Coisas novas a se aprender
Novos ensinos na escola formal,
E também na mais intensa das escolas,
A doutrina que ensina a viver!
Pensamento que voa longe,
Nos levando a diversas reflexões
E a pensar no que escrever ...
A dedilhar, agora avidamente as teclas do teclado,
E o computador a responder com letras,
Que combinadas com outras letras,
Formam palavras,
Palavras estas, que agrupadas,
Formam um conjunto de idéias,
Um texto singelo, com idéias próprias!
E assim, a retomar o pensamento
Confesso que o tempo,
O trabalho me ensinou a entender e,
Aprender que a velhice não torna ninguém mais sábio,
A menos que o idoso em questão se disponha a isto,
Pois o que se vê, na maior parte das vezes
São idosos impacientes e intolerantes,
Ou que não conseguem se adequar ao mundo em que vivem
Isto por que, a velhice apenas deixa mais evidente,
Os defeitos e os vícios da juventude
E assim, um jovem mal educado,
Dificilmente se transmudará
Em um idoso cordato e bem educado
E em assim sendo, a sabedoria
Trata-se de uma busca para toda a vida,
Não necessariamente em sendo,
Um dom da velhice,
Muito embora,
Quem se disponha a enxergar,
O mundo com positividade
Dela possa usufruir na velhice,
E creio eu, um pouco também, na mocidade
Pois se a juventude ou a velhice,
São conceitos relativos,
Dada a incomensurabilidade do tempo,
Por que só podemos sábios ser, na madureza?
A vida ensina a todos os que vivos estão,
Aqui estão para aprender uma valiosa lição
E que depende de cada um de nós,
Independente da idade
Melhor viver!
Por isto, nem todos os jovens são imaturos,
Tampouco irresponsáveis
Pois há muitos homens e mulheres maduros,
Despreparados para a vida,
Até mais do que muitos jovens
E muitos jovens e crianças,
A ensinarem grandes lições aos mais velhos
Lições que os mesmos,
Não foram capazes de aprender em toda sua existência
E agora são instados a aprender,
Um novo viver!
Fatos estes, os quais relativizam,
Muitos dos ensinamentos que a nós foram passados
Em criança,
Aprendi que não se deve falar com estranhos,
Mas em assim o sendo,
Como iniciar uma amizade,
Ou pedir uma informação?
Em um lugar onde a ninguém se conhece,
O que se faria em se aplicando tão antigo preceito?
Com o tempo,
Nós temos é que a aprender a desfazer preconceitos,
E respeitar diferentes formas de viver
A entender que nem todos concordarão,
Com nossa maneira de pensar
E que devemos ter nossa opinião respeitada,
Ainda que não se chegue a um consenso
Não devendo o campo da idéias, e da opinião,
Se transmutar em palco de batalhas estéreis
Neste esteio,
E a despeito de todos os ensinamentos maternos
Ao se lançar na vida,
E descobrir que nem tudo o é que preciso saber,
Pode ser ensinado
Por esta razão a vida ensinando
Através de suas mais diversas realidades
E eu vivendo,
E muitas vezes aprendendo as lições,
Das mais duras formas
Em casa, não nos é passada,
A exata dimensão da aridez do mundo,
A dureza do coração das gentes,
Embora nos bancos de escola,
Tenhamos um grande contato com a amizade,
E também com a maldade humana
Brincadeiras cruéis, provocações
Muito embora eu, raras vezes,
Desaforo pra casa levasse
O triste de todo o processo de viver,
É descobrir a cada dia,
O quanto o ser humano,
É capaz de descer na escala da degradação humana,
E a prosseguir em sua maldade sem limites
Ainda assim, mesmo em meio a muitas maldades,
A descobrir um oceano de esperanças,
Com pessoas determinadas a de alguma forma,
A melhorar o mundo em que vivemos,
A criar grandes ou pequenas maravilhas
Progressos científicos, em meio a escassez de recursos
Belezas a nos encantar os olhos
Na pintura, escultura,
Dramáticas artes, na música
Bem como modelos de utilidade,
Comodidade no uso cotidiano
Em sociais questões,
Implemento de boas idéias nas administrações
Em contraponto as medíocres gentes,
Pessoas fantásticas e dispostas a mudarem suas realidades,
E a vida de quem as cerca
Transformam o mundo com seus múltiplos talentos!
Gente altruísta, outras nem tanto
Mas muitas delas, idealistas,
Batalhadoras, trabalhadoras!
E assim a demonstrar,
Que a mudança do mundo
Não se realiza em grandes gestos,
E sim em pequenas práticas,
Que se transformam ao longo do tempo
Um pequeno gesto em um dia,
Somado com outro gesto do dia posterior,
E dos vindouros,
Transformam realidades e vidas
Afinal, um projeto,
Dificilmente se realiza do dia para a noite
Um livro demora meses para ser escrito,
Um filme, meses para ser produzido,
Projetos, muito tempo se gasta em pesquisas,
E assim por diante...
E geralmente as melhores coisas,
Precisam ser gestadas ao longo do tempo
E mesmo o que aparentemente surge de improviso,
Ou de célere forma,
Levou anos para ser elaborado
Pois o ser, é um eterno projeto em construção,
E todas suas experiências vividas,
Um somatório são,
De um futuro projeto a ser realizado!
Dizem que o simples é difícil,
E muitas vezes de fato o é,
Pois o simples é a essência das coisas,
Sendo o que poucas vezes conseguimos alcançar
Com o tempo,
A descobrir que a felicidade,
Não é algo que devemos buscar,
Ávidos, no elevado cume de uma montanha
Como a encontrar uma flor rara,
Típica de ambientes rarefeitos
A felicidade, este ser inconstante e efêmero,
Esteve e está, o tempo inteiro dentro de nós,
Pois somente nós mesmos,
Somos capazes de buscar nossa felicidade,
E proporcionar felicidade a nossas vidas,
Sendo agentes de nosso dia-a-dia,
De nossos passos, de nosso futuro
Amigos e amores,
Somente nos ajudam a mostrar,
O que está dentro de nós,
Seja o que se tem de melhor ou o pior
Não devemos portanto,
Depender dos outros para sermos felizes
Descobri que ninguém,
Consegue ser o tempo inteiro feliz
Por mais que as coisas corram bem
E que faz parte da vida, sofrer contratempos,
Deparar-se com percalços, vicissitudes, e dores
Constatar que de fato,
A felicidade plena não existe
Que sim, existem momentos mágicos, felizes,
A encher nossas vidas de belas recordações,
E que se não há bem duradouro,
Também não há mal que permaneça
Pois tudo na vida passa
E que quando sofremos,
A impressão termos, de que o mal nunca vai passar,
Para após, agradecer o bem recebido,
A recompensa da paz finalmente alcançada!
Aprendi que a vida de ninguém é fácil
Cabendo a cada um, sua cota de dissabores
Que as crianças também seus problemas,
E que algumas tem, problemas tamanhos,
Que não sei se eu em seus lugares,
Seria capaz de suportar
Que enquanto muitos choram, outros sorriem
Enquanto uns nascem,
Outros namoram, noivam, se casam, e morrem...
Caramba!
Como a vida passa rápido!
Quem poderia imaginar que aquela criança,
Ávida por crescer, se tornaria adulta, tão rápido?
Ontem eu freqüentava o SESI de Araraquara,
Hoje tenho faculdade,
Algumas experiências,
Um pouco de conhecimento...
Muita vontade de aprender,
E entender o que estou fazendo aqui,
Por que a minha vida é do jeito que é,
E se provavelmente,
Chegarei eu em algum lugar, ou para onde irei...
Pois é, divago!
Como na banal e clássica questão:
Quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Acrescentaria: Onde estamos?
Pois o mundo é de fato o que pensamos?
Ainda tenho tantas questões para resolver!
Mas também tenho realizações para comemorar
Embora a vida não seja fácil,
E o dinheiro seja curto!
Estou buscando realizar alguns sonhos
Pois não quero olhar para trás,
E ter a sensação de vida desperdiçada
Posto, que se não temos a vida com que sonhamos,
Devemos fazer o melhor que pudermos,
Com a vida que temos
Ainda me permito sonhar
Pois sonhar é o combustível para se viver
Sendo os nossos passos,
A alavanca necessária,
Para colocar os sonhos em prática
E estes, de alguma forma se concretizando,
Para não tornarem-se apenas devaneios
Descobri que a felicidade,
Não está em um cenário cinematográfico
Mas nas coisas mais simples,
Como observar um ipê florido,
Colorido, com seus galhos repletos de flores
O tapete de flores a cobrir o chão
E por fim,
Os galhos e ramos, sem folhas e flores
A apreciar um belo luar,
As formas diversas da lua;
A admirar o amanhecer,
E o pôr-do-sol;
A contemplar,
A natureza, as árvores, as flores, o mar;
Um céu azul,
As nuvens a se movimentarem nos céus;
A beleza remanescente,
Nas construções abandonadas
Nas histórias vívidas nas antigas casas,
Velhos prédios, e suas envelhecidas fachadas,
Como a simbolizar que o tempo a tudo consome
Em tudo se assemelhando,
Com ossos ao redor do ninho da coruja,
Nos poéticos dizeres de Guimarães Rosa,
Imponente escritor mineiro
A desbravar as grandes veredas,
Do sertão bravio das almas muitas,
Indômitas e ávidas por encantamento!
E embora o tempo não possa ser medido,
Ao menos,
Não com nossa limitada percepção
Sentimos o devir, a mudança, o movimento
E as coisas a se modificarem,
Nem sempre da forma como gostaríamos
Mas voltando a felicidade...
Conforme já dito,
A constatar que,
Ninguém é somente feliz,
E tampouco, somente triste
Pois a todos são concedidos momentos de dor,
Mas também, momentos de felicidade
O que acontece,
É que nem todos percebem estas nuances
E deixam a felicidade, entre seus dedos escapar
Como a areia, ou a terra a escorrer entre as mãos
Muitas vezes,
Ficamos a buscar a felicidade onde ela não está,
Ou pior, onde ela não existe
Sob a ilusão de falsos enganos
Pois a felicidade está dentro de nós,
E não em um templo remoto,
Em estranhas paragens
Descobri,
Que pensamentos negativos,
Atraem situações negativas
E pensamentos positivos,
Melhoram a atmosfera espiritual a nossa volta
Que o nosso mundo,
É aquilo que construímos para nós
Então, se queremos um mundo cercado de belezas,
Devemos observar a beleza,
Nas pequenas coisas,
E entronizar a beleza em nossa existência
Isto se faz observando a beleza do existir,
A natureza,
Se é que ela ainda nos cerca,
Nesta selva de concreto que são as cidades;
Ouvindo boa música;
Lendo bons livros,
Procurando se informar,
Sendo os meios, os mais diversos;
Conhecer coisas interessantes;
E pessoas interessantes
O que é ruim e degradante,
Devemos também conhecer,
Para saber do que devemos nos defender,
Mas não se envolver com o que nada nos acrescenta
Devemos saber,
Que no mundo existe miséria,
Pessoas passando fome e sede, frio,
Sem terem para onde ir,
Outras tantas, em viciosos hábitos,
A muito beberem,
A se drogarem, jogarem ...
Aos poucos se destruindo
Neste mundo de desalento,
Gentes muitas, mulheres crianças e homens,
A sofrer os mais diversos tipos de violência,
As maiores ignomínias,
Com as quais, não devemos compactuar
Fazendo o possível,
Para esta triste realidade mudar
Devemos isto tudo saber,
Para nos auto determinarmos,
Dizendo que não queremos isto para nós
E cientes que quem o mal pratica,
Receberá o mal como resposta!
Outra grande verdade que venho descobrindo!
Descobri que transformar nossa vida,
De marasmo, rio de tédio,
Em algo interessante,
Depende de nós,
E que cada um é o que é
Que as pessoas,
Divertem-se de diferentes maneiras
E assim,
Enquanto uns se divertem com filmes de ação,
Outros se divertem com filme de arte,
Outros com comédia romântica...
Que alguns gostos são heterogêneos
E que nem sempre os opostos se atraem
Pois quando as diferenças são muitas,
Não se consegue estabelecer coisas em comum
E as diferenças acabam por afastar,
Ao invés de aproximar!
Descobri que não tenho facilidade,
Para gostar das pessoas,
Mas que quando gosto de alguém,
O afeto é profundo
Constatei também, que para gostar de alguém,
Mesmo que seja um colega ou um amigo,
Preciso descobrir algo nesta pessoa,
Que me faça admirá-la
Seja por ser batalhadora,
Por seu espírito lutador,
Por não se curvar diante das adversidades,
Seu gosto pelos estudos,
Pelo conhecimento, sua dedicação, etc.
Sim, o rol é amplo
Pode ser até mesmo pelo carisma e simpatia,
Em sendo possível, embalada com inteligência
Considero um achado,
Encontrar pessoas que gostam,
De algumas coisas que eu também gosto
Admiro questionadores inteligentes,
Que argumentam sem agredirem seu interlocutor,
E sem criarem polêmicas desnecessárias
Isto me faz ter vontade de mais polida ser!
Saliento ainda,
Que quando gosto de algo,
É por que realmente me agradou
E aí, procuro pesquisar,
Debruçar-me sobre o assunto
Exagerando,
Quase viro uma especialista no assunto
Exagero?
Talvez, mas é minha maneira de ser!
Aprendi,
Que o conhecimento não pode nos ser tirado,
De fato,
A tratar-se de uma verdadeira premissa!
Contudo, certos conhecimentos,
Podem ficar ultrapassados,
E de certa forma,
Ser nos tirada a atualidade,
E o senso do mundo
Assim, é preciso constantemente se atualizar,
Para não ter o conhecimento,
De nós tirado
E quem de nós quer,
Atirado ser, em um cipoal de ignorância,
Sem saber viver no mundo em que escolhemos,
Será, viver?
E assim, quem sabe, sábios ser
Pois se viver é dançar conforme a música
Então procuremos,
Nos adaptar a realidade que nos cerca
Para assim,
Não sofrermos com o choque da realidade
Ou pelo menos, não muito,
Já que por mais que teorizemos,
A realidade,
Nunca será adequadamente dimensionada,
Neste ponto
Pois, somente o contato com o real,
Poderá nos acrescer a exata dimensão da vida
Muito embora em alguns momentos,
Tenha conseguido ter uma percepção,
Jamais conseguida em outros momentos
Como na ocasião,
Em que assisti uma matéria sobre filhos adotivos
Logo eu, Que sempre questionei o fato dos filhos adotivos,
Quererem seus pais biológicos conhecer
Achava que quem abandonava,
Não merecia rever o filho rejeitado
Contudo não me atentei,
Para o vazio deixado por esta história interrompida,
E o quanto deve ser dolorido,
Não se saber exatamente o que aconteceu,
Quem são seus verdadeiros pais
Neste momento,
Entendi de masoquismo não se tratar,
E sim de interesse por sua história de vida,
Sua origem!
E eu,
Muito embora não tenha passado por isto,
Também tenho curiosidade,
Em conhecer o passado de meus ancestrais,
Minhas origens
Pois todos o direito tem,
De conhecer o seu passado
Sinto muita vontade,
De entender ao mundo que me cerca,
Embora tenha desistido,
De tentar entender o ser humano
E a despeito do que dizem,
As mulheres,
Não são tão complicadas assim,
Pois em assim sendo,
Deveria se olhar também para os homens,
Seu modo de viver e pensar,
E enfim se constataria,
Que os seres humanos são complicados
O curioso nesta história,
É que as mulheres,
Aceitaram a pecha de complicadas,
Sem a nada questionar,
Como se os homens fossem,
Seres fáceis de se entender!
Oras,
Um ser que teme,
Para um mulher ligar após um encontro,
Sob o fantasma do medo de um compromisso,
Sem querer a ninguém se ligar,
Envolver-se;
Ou por achar que ao retornar o contato,
A mulher vai imaginá-lo,
Como um potencial marido,
É ter um conhecimento muito superficial,
Do que seja uma mulher
Isto por que,
Pelo menos por meu turno,
Não estou a pensar em casar-me,
Com uma pessoa a quem acabei de conhecer,
Pois sou uma pessoa sensata
E depois dizem,
Que as mulheres é que são complicadas?
Homens com medo de assumir compromisso,
A criarem as teorias mais estapafúrdias,
No tocante ao primeiro encontro,
E as mulheres é que são complicadas?
Quem foi a mente brilhante que inventou isto?
A propósito!
Quem inventou,
Que as mulheres são passionais,
E os homens racionais?
Isto por que,
A quantidade de homens,
Que cometem atos bárbaros por aí,
Demonstra exatamente, o contrário!
Ademais,
Homens existem,
De sensibilidade imensa a provar,
Que no tocante ao ser humano,
Não cabem rótulos
E a demonstrar,
Que sensibilidade relação não tem,
Com ser efeminado,
Ou com orientação sexual
Neste sentido,
Há mulheres muitas, agressivas,
E extremamente cerebrais,
A mostrar que nem todas,
Delicadas e emocionais, são!
Também descobri,
Que a pseudo definição de normalidade,
É tão absurda que engessa!
Pois se você não se comportar,
Vestir-se, falar e pensar,
Do jeito que todos esperam,
É alijado, discriminado,
Mal visto sendo,
E louco considerado
Mas entre esta pseudo normalidade,
Onde se está a se comportar,
Dentro de padrões consideramos normais,
E optar por feliz ser,
Prefiro a segundo opção
Pois no sumidouro de nossas existências,
De perto ninguém é normal,
Podendo de longe até se enganar,
Algum incauto observador
Pois de fato,
Ninguém é normal a curta distância!
Outra lição aprendida
Devendo se desconfiar de quem se diz normal ser!
Em hodiernos tempos,
A fundamentar a humana existência
Em seus modos apressados,
Em busca do que nem mesmo se saber o que é
Sucesso em se ser mais,
Do que realmente se é
E dentre outros valores fundamentais, se esquecer
Preocupando-se,
Mais em se divertir,
Não importando de que forma seja
Em contraponto a um viver mais sentido,
A tocar todas as cordas da existência humana!
A práxis humana,
Processo pelo qual uma teoria,
Lição ou habilidade é executada ou praticada,
Convertendo-se em parte da experiência vivida
Para alguns se convertendo,
No comportamento do indivíduo,
Fundamentado na aristotélica virtude,
Ladeado aos valores pessoais, ethos, denominados,
Sendo elementos determinantes das humanas ações,
A acrescentar a importância dos costumes,
Para a criação e formação dos nossos cotidianos hábitos,
Baseados em uma finalidade
Destacando a cultura como a porta de entrada na ética,
Por meio da formulação de seus valores,
Para a criação do hábito
Afamada práxis
A funcionar nos corporativos sistemas!
Pena que o proceder atual é riquezas acumular,
Sem considerar a interioridade do ser,
O ter, em sendo mais significando que o ser!
A desfrutar de prazeres efêmeros
Em se desconsiderando,
A maior das felicidades,
Que é o poder se entender,
Ou pelo menos tentar compreender,
Que não será possível a tudo saber!
E assim,
As palavras vão encontrando seu caminho,
E um belo sentido,
A preencher as anteriores folhas em branco
Riqueza de aprendizado,
A escola da vida, em seu contínuo aprendizado,
A mostrar que nem tudo é como parecer ser,
Que o ser humano é complexo demais para ser rotulado
Por isto grupinhos,
Nunca boas impressões deixaram,
Amigos sim,
Quanto aos ajuntamentos, não!
As pessoas tem que ser livres,
Para escolherem os caminhos a trilhar
Como nos dizeres da maior cidade do país: Non ducor duco!
Pois não sou conduzida e sim conduzo
Conduzo os meus passos,
Direcionando-me para onde quero ir
Embora não possa determinar,
Acaso, se conseguirei completar a jornada,
Ou onde irei chegar
Mas ao menos posso auto determinar minha vida
Deixar apenas de ser tomada pelos acontecimentos,
Determinando desta forma,
Como minha vida seguirá
Assim que quero e assim será!
E as palavras a sempre enfeitarem o caminho
E as imagens a perfumarem os meus passos
Assim que eu quero, e assim será feito!
Assim espero!
E assim,
O temário sem assunto,
Torna-se fonte de assuntos diversos!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Falta de ter o que dizer
Sem saber a qual caminho escolher
Difícil caminho para se trilhar Divagações...
A lua a desaparecer por completo
Uma estrela solitária a brilhar no firmamento
Como uma criança a brincar solitária
Sem decerto saber,
O que fará com seu tempo de ócio
A contemplar os pequenos seres,
Que partem fazem, da natureza
Mil aventuras empreendidas
Como as formigas, em suas colônias a viver,
E a passear pela flor da terra,
A buscar alimentos para dias futuros
E os pequenos insetinhos a voar...
E agora aqui, sem saber o que fazer
Sem conseguir o pensamento direcionar
A dedilhar o teclado,
Sem uma conclusão encontrar,
Sobre o que está a pensar?
A mente sem idéias criativas,
A recordar-se da infância,
E dos ensinamentos passados
A brigar com as letras e símbolos do teclado
Computador a mostrar sua tela,
E uma página digital em branco
E a vida lá fora a acontecer
Pessoas apressadas a caminhar para o trabalho,
Outras tantas,
Encerradas em escritórios, repartições, lojas, oficinas
E o dia triste a sorrir lá fora
O céu cinza, frio
Crianças estudando,
Pessoas ociosas, outras tantas a cuidar de seus afazeres
Vida, embora pulsante ou não,
Ainda assim, vida ...
E nela a se entender
Quantos ensinos controversos,
Pois ao se crescer, constata-se
Que nem tudo o que nos fora ensinado,
Condiz com a fria realidade do mundo,
Para nós demonstrado
Quantos sonhos desfeitos,
Ilusões abandonadas,
Projetos deixados de lado
A decepção com as gentes ter,
E a duras penas aprender,
Que as pessoas não são obrigadas a de nós gostar
E que não devemos disto fazer,
Uma fonte de aborrecimentos
Devemos sim, aprender com todos viver
Pois com o ser humano não é fácil conviver!
Com o tempo aprendi, a somente gostar
De quem de nós gosta,
E a ignorar os mal feitos, maledicência,
E os venenos da humanidade
Pois quem nos maldiz,
Pouco tem a fazer com sua vida
Digno pena este ser é
E somente devemos lamentar sua pobreza de espírito
Devendo prosseguir com nossas vidas,
Sempre evitando nos ocupar do que não vale a pena
Muito embora esta premissa seja assaz difícil de se acompanhar
Não obstante este fato, farei desta,
A bandeira de minha luta!
Com o passar dos dias, aprendi ainda,
A valorizar o tempo,
E perceber tantas expectativas desfeitas
Diante do contato com a fria realidade
Decepções momentâneas,
Reconstruídas com novas esperanças,
Novos desejos, novos alentos
A viver um novo sonho,
E assim, a construir uma nova realidade
E a aproveitar melhor os minutos de minha existência
Pois o tempo, o tempo
Este senhor de longos cabelos brancos
A tudo consome, a tudo devora
Não deixando nada sem sua marca,
Externa ou interna
Nestes momentos, fico a pensar
E a relembrar da criancinha a brincar,
Na praça, de boneca, de casinha,
Bolinhas de gude
Os insetinhos a se abrigarem das chuvas,
Suas asas transparentes
A pousarem sobre os móveis, as mesas
Adentrando das casas
O cachorrinho a latir
No imenso quintal de minha infância
Mundo rico em imaginação
Como somente crianças são capazes de criar
A imaginar viagens de trem, de navio,
Luxuosos hotéis
A imaginar-se personagem nas histórias da tevê
A brincar de mil diferentes profissões
A brigar com a comida,
A se divertir em uma piscininha de plástico
Algumas árvores, rosas várias,
Áreas gramadas, o pinheirinho na parte frontal do lar
Aos fundos, imenso quintal
Papéis de carta,
Com suas lindas e delicadas figuras,
Pálidas ou não, a decorar o papel especial
Carrinho de pedreiro empurrar,
Martelo para o dedo martelar
As formigas muitas, a passear
Minhocas no jardim
A me balançar por longas horas,
No brinquedo improvisado na garagem da casa
A dispersar-me nos estudos,
Imaginando mil mundos na escola,
E durante as aulas,
Imaginar-me em outras paragens
O tempo a passar,
Coisas novas a se aprender
Novos ensinos na escola formal,
E também na mais intensa das escolas,
A doutrina que ensina a viver!
Pensamento que voa longe,
Nos levando a diversas reflexões
E a pensar no que escrever ...
A dedilhar, agora avidamente as teclas do teclado,
E o computador a responder com letras,
Que combinadas com outras letras,
Formam palavras,
Palavras estas, que agrupadas,
Formam um conjunto de idéias,
Um texto singelo, com idéias próprias!
E assim, a retomar o pensamento
Confesso que o tempo,
O trabalho me ensinou a entender e,
Aprender que a velhice não torna ninguém mais sábio,
A menos que o idoso em questão se disponha a isto,
Pois o que se vê, na maior parte das vezes
São idosos impacientes e intolerantes,
Ou que não conseguem se adequar ao mundo em que vivem
Isto por que, a velhice apenas deixa mais evidente,
Os defeitos e os vícios da juventude
E assim, um jovem mal educado,
Dificilmente se transmudará
Em um idoso cordato e bem educado
E em assim sendo, a sabedoria
Trata-se de uma busca para toda a vida,
Não necessariamente em sendo,
Um dom da velhice,
Muito embora,
Quem se disponha a enxergar,
O mundo com positividade
Dela possa usufruir na velhice,
E creio eu, um pouco também, na mocidade
Pois se a juventude ou a velhice,
São conceitos relativos,
Dada a incomensurabilidade do tempo,
Por que só podemos sábios ser, na madureza?
A vida ensina a todos os que vivos estão,
Aqui estão para aprender uma valiosa lição
E que depende de cada um de nós,
Independente da idade
Melhor viver!
Por isto, nem todos os jovens são imaturos,
Tampouco irresponsáveis
Pois há muitos homens e mulheres maduros,
Despreparados para a vida,
Até mais do que muitos jovens
E muitos jovens e crianças,
A ensinarem grandes lições aos mais velhos
Lições que os mesmos,
Não foram capazes de aprender em toda sua existência
E agora são instados a aprender,
Um novo viver!
Fatos estes, os quais relativizam,
Muitos dos ensinamentos que a nós foram passados
Em criança,
Aprendi que não se deve falar com estranhos,
Mas em assim o sendo,
Como iniciar uma amizade,
Ou pedir uma informação?
Em um lugar onde a ninguém se conhece,
O que se faria em se aplicando tão antigo preceito?
Com o tempo,
Nós temos é que a aprender a desfazer preconceitos,
E respeitar diferentes formas de viver
A entender que nem todos concordarão,
Com nossa maneira de pensar
E que devemos ter nossa opinião respeitada,
Ainda que não se chegue a um consenso
Não devendo o campo da idéias, e da opinião,
Se transmutar em palco de batalhas estéreis
Neste esteio,
E a despeito de todos os ensinamentos maternos
Ao se lançar na vida,
E descobrir que nem tudo o é que preciso saber,
Pode ser ensinado
Por esta razão a vida ensinando
Através de suas mais diversas realidades
E eu vivendo,
E muitas vezes aprendendo as lições,
Das mais duras formas
Em casa, não nos é passada,
A exata dimensão da aridez do mundo,
A dureza do coração das gentes,
Embora nos bancos de escola,
Tenhamos um grande contato com a amizade,
E também com a maldade humana
Brincadeiras cruéis, provocações
Muito embora eu, raras vezes,
Desaforo pra casa levasse
O triste de todo o processo de viver,
É descobrir a cada dia,
O quanto o ser humano,
É capaz de descer na escala da degradação humana,
E a prosseguir em sua maldade sem limites
Ainda assim, mesmo em meio a muitas maldades,
A descobrir um oceano de esperanças,
Com pessoas determinadas a de alguma forma,
A melhorar o mundo em que vivemos,
A criar grandes ou pequenas maravilhas
Progressos científicos, em meio a escassez de recursos
Belezas a nos encantar os olhos
Na pintura, escultura,
Dramáticas artes, na música
Bem como modelos de utilidade,
Comodidade no uso cotidiano
Em sociais questões,
Implemento de boas idéias nas administrações
Em contraponto as medíocres gentes,
Pessoas fantásticas e dispostas a mudarem suas realidades,
E a vida de quem as cerca
Transformam o mundo com seus múltiplos talentos!
Gente altruísta, outras nem tanto
Mas muitas delas, idealistas,
Batalhadoras, trabalhadoras!
E assim a demonstrar,
Que a mudança do mundo
Não se realiza em grandes gestos,
E sim em pequenas práticas,
Que se transformam ao longo do tempo
Um pequeno gesto em um dia,
Somado com outro gesto do dia posterior,
E dos vindouros,
Transformam realidades e vidas
Afinal, um projeto,
Dificilmente se realiza do dia para a noite
Um livro demora meses para ser escrito,
Um filme, meses para ser produzido,
Projetos, muito tempo se gasta em pesquisas,
E assim por diante...
E geralmente as melhores coisas,
Precisam ser gestadas ao longo do tempo
E mesmo o que aparentemente surge de improviso,
Ou de célere forma,
Levou anos para ser elaborado
Pois o ser, é um eterno projeto em construção,
E todas suas experiências vividas,
Um somatório são,
De um futuro projeto a ser realizado!
Dizem que o simples é difícil,
E muitas vezes de fato o é,
Pois o simples é a essência das coisas,
Sendo o que poucas vezes conseguimos alcançar
Com o tempo,
A descobrir que a felicidade,
Não é algo que devemos buscar,
Ávidos, no elevado cume de uma montanha
Como a encontrar uma flor rara,
Típica de ambientes rarefeitos
A felicidade, este ser inconstante e efêmero,
Esteve e está, o tempo inteiro dentro de nós,
Pois somente nós mesmos,
Somos capazes de buscar nossa felicidade,
E proporcionar felicidade a nossas vidas,
Sendo agentes de nosso dia-a-dia,
De nossos passos, de nosso futuro
Amigos e amores,
Somente nos ajudam a mostrar,
O que está dentro de nós,
Seja o que se tem de melhor ou o pior
Não devemos portanto,
Depender dos outros para sermos felizes
Descobri que ninguém,
Consegue ser o tempo inteiro feliz
Por mais que as coisas corram bem
E que faz parte da vida, sofrer contratempos,
Deparar-se com percalços, vicissitudes, e dores
Constatar que de fato,
A felicidade plena não existe
Que sim, existem momentos mágicos, felizes,
A encher nossas vidas de belas recordações,
E que se não há bem duradouro,
Também não há mal que permaneça
Pois tudo na vida passa
E que quando sofremos,
A impressão termos, de que o mal nunca vai passar,
Para após, agradecer o bem recebido,
A recompensa da paz finalmente alcançada!
Aprendi que a vida de ninguém é fácil
Cabendo a cada um, sua cota de dissabores
Que as crianças também seus problemas,
E que algumas tem, problemas tamanhos,
Que não sei se eu em seus lugares,
Seria capaz de suportar
Que enquanto muitos choram, outros sorriem
Enquanto uns nascem,
Outros namoram, noivam, se casam, e morrem...
Caramba!
Como a vida passa rápido!
Quem poderia imaginar que aquela criança,
Ávida por crescer, se tornaria adulta, tão rápido?
Ontem eu freqüentava o SESI de Araraquara,
Hoje tenho faculdade,
Algumas experiências,
Um pouco de conhecimento...
Muita vontade de aprender,
E entender o que estou fazendo aqui,
Por que a minha vida é do jeito que é,
E se provavelmente,
Chegarei eu em algum lugar, ou para onde irei...
Pois é, divago!
Como na banal e clássica questão:
Quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Acrescentaria: Onde estamos?
Pois o mundo é de fato o que pensamos?
Ainda tenho tantas questões para resolver!
Mas também tenho realizações para comemorar
Embora a vida não seja fácil,
E o dinheiro seja curto!
Estou buscando realizar alguns sonhos
Pois não quero olhar para trás,
E ter a sensação de vida desperdiçada
Posto, que se não temos a vida com que sonhamos,
Devemos fazer o melhor que pudermos,
Com a vida que temos
Ainda me permito sonhar
Pois sonhar é o combustível para se viver
Sendo os nossos passos,
A alavanca necessária,
Para colocar os sonhos em prática
E estes, de alguma forma se concretizando,
Para não tornarem-se apenas devaneios
Descobri que a felicidade,
Não está em um cenário cinematográfico
Mas nas coisas mais simples,
Como observar um ipê florido,
Colorido, com seus galhos repletos de flores
O tapete de flores a cobrir o chão
E por fim,
Os galhos e ramos, sem folhas e flores
A apreciar um belo luar,
As formas diversas da lua;
A admirar o amanhecer,
E o pôr-do-sol;
A contemplar,
A natureza, as árvores, as flores, o mar;
Um céu azul,
As nuvens a se movimentarem nos céus;
A beleza remanescente,
Nas construções abandonadas
Nas histórias vívidas nas antigas casas,
Velhos prédios, e suas envelhecidas fachadas,
Como a simbolizar que o tempo a tudo consome
Em tudo se assemelhando,
Com ossos ao redor do ninho da coruja,
Nos poéticos dizeres de Guimarães Rosa,
Imponente escritor mineiro
A desbravar as grandes veredas,
Do sertão bravio das almas muitas,
Indômitas e ávidas por encantamento!
E embora o tempo não possa ser medido,
Ao menos,
Não com nossa limitada percepção
Sentimos o devir, a mudança, o movimento
E as coisas a se modificarem,
Nem sempre da forma como gostaríamos
Mas voltando a felicidade...
Conforme já dito,
A constatar que,
Ninguém é somente feliz,
E tampouco, somente triste
Pois a todos são concedidos momentos de dor,
Mas também, momentos de felicidade
O que acontece,
É que nem todos percebem estas nuances
E deixam a felicidade, entre seus dedos escapar
Como a areia, ou a terra a escorrer entre as mãos
Muitas vezes,
Ficamos a buscar a felicidade onde ela não está,
Ou pior, onde ela não existe
Sob a ilusão de falsos enganos
Pois a felicidade está dentro de nós,
E não em um templo remoto,
Em estranhas paragens
Descobri,
Que pensamentos negativos,
Atraem situações negativas
E pensamentos positivos,
Melhoram a atmosfera espiritual a nossa volta
Que o nosso mundo,
É aquilo que construímos para nós
Então, se queremos um mundo cercado de belezas,
Devemos observar a beleza,
Nas pequenas coisas,
E entronizar a beleza em nossa existência
Isto se faz observando a beleza do existir,
A natureza,
Se é que ela ainda nos cerca,
Nesta selva de concreto que são as cidades;
Ouvindo boa música;
Lendo bons livros,
Procurando se informar,
Sendo os meios, os mais diversos;
Conhecer coisas interessantes;
E pessoas interessantes
O que é ruim e degradante,
Devemos também conhecer,
Para saber do que devemos nos defender,
Mas não se envolver com o que nada nos acrescenta
Devemos saber,
Que no mundo existe miséria,
Pessoas passando fome e sede, frio,
Sem terem para onde ir,
Outras tantas, em viciosos hábitos,
A muito beberem,
A se drogarem, jogarem ...
Aos poucos se destruindo
Neste mundo de desalento,
Gentes muitas, mulheres crianças e homens,
A sofrer os mais diversos tipos de violência,
As maiores ignomínias,
Com as quais, não devemos compactuar
Fazendo o possível,
Para esta triste realidade mudar
Devemos isto tudo saber,
Para nos auto determinarmos,
Dizendo que não queremos isto para nós
E cientes que quem o mal pratica,
Receberá o mal como resposta!
Outra grande verdade que venho descobrindo!
Descobri que transformar nossa vida,
De marasmo, rio de tédio,
Em algo interessante,
Depende de nós,
E que cada um é o que é
Que as pessoas,
Divertem-se de diferentes maneiras
E assim,
Enquanto uns se divertem com filmes de ação,
Outros se divertem com filme de arte,
Outros com comédia romântica...
Que alguns gostos são heterogêneos
E que nem sempre os opostos se atraem
Pois quando as diferenças são muitas,
Não se consegue estabelecer coisas em comum
E as diferenças acabam por afastar,
Ao invés de aproximar!
Descobri que não tenho facilidade,
Para gostar das pessoas,
Mas que quando gosto de alguém,
O afeto é profundo
Constatei também, que para gostar de alguém,
Mesmo que seja um colega ou um amigo,
Preciso descobrir algo nesta pessoa,
Que me faça admirá-la
Seja por ser batalhadora,
Por seu espírito lutador,
Por não se curvar diante das adversidades,
Seu gosto pelos estudos,
Pelo conhecimento, sua dedicação, etc.
Sim, o rol é amplo
Pode ser até mesmo pelo carisma e simpatia,
Em sendo possível, embalada com inteligência
Considero um achado,
Encontrar pessoas que gostam,
De algumas coisas que eu também gosto
Admiro questionadores inteligentes,
Que argumentam sem agredirem seu interlocutor,
E sem criarem polêmicas desnecessárias
Isto me faz ter vontade de mais polida ser!
Saliento ainda,
Que quando gosto de algo,
É por que realmente me agradou
E aí, procuro pesquisar,
Debruçar-me sobre o assunto
Exagerando,
Quase viro uma especialista no assunto
Exagero?
Talvez, mas é minha maneira de ser!
Aprendi,
Que o conhecimento não pode nos ser tirado,
De fato,
A tratar-se de uma verdadeira premissa!
Contudo, certos conhecimentos,
Podem ficar ultrapassados,
E de certa forma,
Ser nos tirada a atualidade,
E o senso do mundo
Assim, é preciso constantemente se atualizar,
Para não ter o conhecimento,
De nós tirado
E quem de nós quer,
Atirado ser, em um cipoal de ignorância,
Sem saber viver no mundo em que escolhemos,
Será, viver?
E assim, quem sabe, sábios ser
Pois se viver é dançar conforme a música
Então procuremos,
Nos adaptar a realidade que nos cerca
Para assim,
Não sofrermos com o choque da realidade
Ou pelo menos, não muito,
Já que por mais que teorizemos,
A realidade,
Nunca será adequadamente dimensionada,
Neste ponto
Pois, somente o contato com o real,
Poderá nos acrescer a exata dimensão da vida
Muito embora em alguns momentos,
Tenha conseguido ter uma percepção,
Jamais conseguida em outros momentos
Como na ocasião,
Em que assisti uma matéria sobre filhos adotivos
Logo eu, Que sempre questionei o fato dos filhos adotivos,
Quererem seus pais biológicos conhecer
Achava que quem abandonava,
Não merecia rever o filho rejeitado
Contudo não me atentei,
Para o vazio deixado por esta história interrompida,
E o quanto deve ser dolorido,
Não se saber exatamente o que aconteceu,
Quem são seus verdadeiros pais
Neste momento,
Entendi de masoquismo não se tratar,
E sim de interesse por sua história de vida,
Sua origem!
E eu,
Muito embora não tenha passado por isto,
Também tenho curiosidade,
Em conhecer o passado de meus ancestrais,
Minhas origens
Pois todos o direito tem,
De conhecer o seu passado
Sinto muita vontade,
De entender ao mundo que me cerca,
Embora tenha desistido,
De tentar entender o ser humano
E a despeito do que dizem,
As mulheres,
Não são tão complicadas assim,
Pois em assim sendo,
Deveria se olhar também para os homens,
Seu modo de viver e pensar,
E enfim se constataria,
Que os seres humanos são complicados
O curioso nesta história,
É que as mulheres,
Aceitaram a pecha de complicadas,
Sem a nada questionar,
Como se os homens fossem,
Seres fáceis de se entender!
Oras,
Um ser que teme,
Para um mulher ligar após um encontro,
Sob o fantasma do medo de um compromisso,
Sem querer a ninguém se ligar,
Envolver-se;
Ou por achar que ao retornar o contato,
A mulher vai imaginá-lo,
Como um potencial marido,
É ter um conhecimento muito superficial,
Do que seja uma mulher
Isto por que,
Pelo menos por meu turno,
Não estou a pensar em casar-me,
Com uma pessoa a quem acabei de conhecer,
Pois sou uma pessoa sensata
E depois dizem,
Que as mulheres é que são complicadas?
Homens com medo de assumir compromisso,
A criarem as teorias mais estapafúrdias,
No tocante ao primeiro encontro,
E as mulheres é que são complicadas?
Quem foi a mente brilhante que inventou isto?
A propósito!
Quem inventou,
Que as mulheres são passionais,
E os homens racionais?
Isto por que,
A quantidade de homens,
Que cometem atos bárbaros por aí,
Demonstra exatamente, o contrário!
Ademais,
Homens existem,
De sensibilidade imensa a provar,
Que no tocante ao ser humano,
Não cabem rótulos
E a demonstrar,
Que sensibilidade relação não tem,
Com ser efeminado,
Ou com orientação sexual
Neste sentido,
Há mulheres muitas, agressivas,
E extremamente cerebrais,
A mostrar que nem todas,
Delicadas e emocionais, são!
Também descobri,
Que a pseudo definição de normalidade,
É tão absurda que engessa!
Pois se você não se comportar,
Vestir-se, falar e pensar,
Do jeito que todos esperam,
É alijado, discriminado,
Mal visto sendo,
E louco considerado
Mas entre esta pseudo normalidade,
Onde se está a se comportar,
Dentro de padrões consideramos normais,
E optar por feliz ser,
Prefiro a segundo opção
Pois no sumidouro de nossas existências,
De perto ninguém é normal,
Podendo de longe até se enganar,
Algum incauto observador
Pois de fato,
Ninguém é normal a curta distância!
Outra lição aprendida
Devendo se desconfiar de quem se diz normal ser!
Em hodiernos tempos,
A fundamentar a humana existência
Em seus modos apressados,
Em busca do que nem mesmo se saber o que é
Sucesso em se ser mais,
Do que realmente se é
E dentre outros valores fundamentais, se esquecer
Preocupando-se,
Mais em se divertir,
Não importando de que forma seja
Em contraponto a um viver mais sentido,
A tocar todas as cordas da existência humana!
A práxis humana,
Processo pelo qual uma teoria,
Lição ou habilidade é executada ou praticada,
Convertendo-se em parte da experiência vivida
Para alguns se convertendo,
No comportamento do indivíduo,
Fundamentado na aristotélica virtude,
Ladeado aos valores pessoais, ethos, denominados,
Sendo elementos determinantes das humanas ações,
A acrescentar a importância dos costumes,
Para a criação e formação dos nossos cotidianos hábitos,
Baseados em uma finalidade
Destacando a cultura como a porta de entrada na ética,
Por meio da formulação de seus valores,
Para a criação do hábito
Afamada práxis
A funcionar nos corporativos sistemas!
Pena que o proceder atual é riquezas acumular,
Sem considerar a interioridade do ser,
O ter, em sendo mais significando que o ser!
A desfrutar de prazeres efêmeros
Em se desconsiderando,
A maior das felicidades,
Que é o poder se entender,
Ou pelo menos tentar compreender,
Que não será possível a tudo saber!
E assim,
As palavras vão encontrando seu caminho,
E um belo sentido,
A preencher as anteriores folhas em branco
Riqueza de aprendizado,
A escola da vida, em seu contínuo aprendizado,
A mostrar que nem tudo é como parecer ser,
Que o ser humano é complexo demais para ser rotulado
Por isto grupinhos,
Nunca boas impressões deixaram,
Amigos sim,
Quanto aos ajuntamentos, não!
As pessoas tem que ser livres,
Para escolherem os caminhos a trilhar
Como nos dizeres da maior cidade do país: Non ducor duco!
Pois não sou conduzida e sim conduzo
Conduzo os meus passos,
Direcionando-me para onde quero ir
Embora não possa determinar,
Acaso, se conseguirei completar a jornada,
Ou onde irei chegar
Mas ao menos posso auto determinar minha vida
Deixar apenas de ser tomada pelos acontecimentos,
Determinando desta forma,
Como minha vida seguirá
Assim que quero e assim será!
E as palavras a sempre enfeitarem o caminho
E as imagens a perfumarem os meus passos
Assim que eu quero, e assim será feito!
Assim espero!
E assim,
O temário sem assunto,
Torna-se fonte de assuntos diversos!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
TERRAS DO PASSADO
Em passeios por terras do passado
Ficar a contemplar lindas telas enamorado
Quanta virtude, energia e beleza em vigorosas pinceladas
Imponentes esculturas em bronze,
Ou materiais diversos
Da impressionante construção de tijolos a vista
Que ocupa a visão, os olhares do passeio
De largas ruas e corredor de coqueiros
Do jardim que já serviu de cartão postal para histórias
Encontros e despedidas
Abraços e sorrisos, das pessoas
Viandantes, viajores do tempo
De pessoas com suas roupas domingueiras a passear,
Em família pelo bonito jardim
Em suas ruas de plantas, os bancos
A emoldurar muitas histórias de amor
A serem fotografados em máquinas antigas,
E cujas chapas ficavam a soltar fumaça
Branca fumaça a eternizar momentos belos, felizes, fugazes
Nas câmaras do tempo e da saudade
Muitos vestidos rendados, jóias, colares, pulseiras
As belas damas, adornadas com pequenos chapéus
Mocinhas melindrosas de cabelos channel e luvas,
Soltos vestidos longos
Os cortes dos cabelos a se alongarem,
E os cabelos a se cachearem
As mulheres de vestidos, longas saias rodadas
Homens engravatados e de terno, chapéus
Os tubinhos, sapatos de salto, as maquiagens pesadas
Olhos negros, delineados
O tempo a ditar as regras e as modas
As carruagens que a circundar ficavam o parque,
Lugar deram a carros luxuosos, caros
E mais tarde, veículos menos sofisticados,
Populares a todos, simples carros
Dos tempos em que se fazia o footing e se andava de bonde
Primeiramente puxados por cavalos, e depois, elétricos
Do Parque da Luz,
Confrontado com a centenária Estação Férrea
Majestático cenário!
E na magnífica Pinacoteca
Pinturas abstratas, portraits, naturezas mortas
Desenhos e gravuras
Prodígios de engenho e arte
As escadarias de mármore,
As esculturas a enfeitarem as passagens
E o tempo passado a nos trazer,
Pequenos fragmentos de momentos distantes
Em portraits, retratos de presidentes,
De famílias de escol
Telas a exporem as histórias de nossos tempos
Retratos de famílias, bustos, pinturas
E a bela moça de cabelos médios, levemente anelados
Com seu semblante enigmático,
Nos leva a pensar:
Qual teria sido seu passado?
Teve vida ditosa?
Foi feliz?
Vivente em tempos passados,
A mostrar seu semblante em retrato
Fiel aos modismos de seu tempo
Pinacoteca do Estado
Morada eterna de Brecheret’s,
Décios e Dário Villares, Almeidas Junior,
Anitas Malfatis, Portinaris, entre tantos outros
Entre diversos passeios, dispersos
Museu de meus passeios, de minhas viagens ao passado
A imaginar festejos e bailados,
Com a mais fina flor da sociedade paulistana!
Bailes nos clubes da cidade
Com seus crooners a entoarem belas canções do rádio
Todos a usarem trajes de gala
Lindas moças elegantemente vestidas em seus longos,
Senhores repletas de jóias e luxo
E os homens de fraque
A dançarem ao som das lindas canções
Dançando e vivendo emoções
Revistas antigas, fotografias amareladas,
Retratos em preto e branco
A contar nossos melhores momentos
A esconder nossas dores
Dores, velhas dores do mundo,
As quais nunca mudam de forma,
Apenas mudam de lugar!
E as moças e os moços a sonhar ...
E as moças a imaginarem,
Como seriam os rostos de seus cantores queridos
Emoções advindas das ondas de uma estação de rádio
Objeto de fortes freqüências,
De madeira, imponente, imenso,
A parte fazerem, do cotidiano das pessoas
Pinacoteca querida!
Tantas histórias tenho para contar-te
Das minhas impressões pessoais
Pois nos caminhos do templo,
Em seus corredores, e em seus amplos salões
Muitas histórias para se imaginar
Muitas pinturas e esculturas para se admirar
Depositário das memórias de nossas gentes,
De nosso povo,
Orgulho de São Paulo!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Ficar a contemplar lindas telas enamorado
Quanta virtude, energia e beleza em vigorosas pinceladas
Imponentes esculturas em bronze,
Ou materiais diversos
Da impressionante construção de tijolos a vista
Que ocupa a visão, os olhares do passeio
De largas ruas e corredor de coqueiros
Do jardim que já serviu de cartão postal para histórias
Encontros e despedidas
Abraços e sorrisos, das pessoas
Viandantes, viajores do tempo
De pessoas com suas roupas domingueiras a passear,
Em família pelo bonito jardim
Em suas ruas de plantas, os bancos
A emoldurar muitas histórias de amor
A serem fotografados em máquinas antigas,
E cujas chapas ficavam a soltar fumaça
Branca fumaça a eternizar momentos belos, felizes, fugazes
Nas câmaras do tempo e da saudade
Muitos vestidos rendados, jóias, colares, pulseiras
As belas damas, adornadas com pequenos chapéus
Mocinhas melindrosas de cabelos channel e luvas,
Soltos vestidos longos
Os cortes dos cabelos a se alongarem,
E os cabelos a se cachearem
As mulheres de vestidos, longas saias rodadas
Homens engravatados e de terno, chapéus
Os tubinhos, sapatos de salto, as maquiagens pesadas
Olhos negros, delineados
O tempo a ditar as regras e as modas
As carruagens que a circundar ficavam o parque,
Lugar deram a carros luxuosos, caros
E mais tarde, veículos menos sofisticados,
Populares a todos, simples carros
Dos tempos em que se fazia o footing e se andava de bonde
Primeiramente puxados por cavalos, e depois, elétricos
Do Parque da Luz,
Confrontado com a centenária Estação Férrea
Majestático cenário!
E na magnífica Pinacoteca
Pinturas abstratas, portraits, naturezas mortas
Desenhos e gravuras
Prodígios de engenho e arte
As escadarias de mármore,
As esculturas a enfeitarem as passagens
E o tempo passado a nos trazer,
Pequenos fragmentos de momentos distantes
Em portraits, retratos de presidentes,
De famílias de escol
Telas a exporem as histórias de nossos tempos
Retratos de famílias, bustos, pinturas
E a bela moça de cabelos médios, levemente anelados
Com seu semblante enigmático,
Nos leva a pensar:
Qual teria sido seu passado?
Teve vida ditosa?
Foi feliz?
Vivente em tempos passados,
A mostrar seu semblante em retrato
Fiel aos modismos de seu tempo
Pinacoteca do Estado
Morada eterna de Brecheret’s,
Décios e Dário Villares, Almeidas Junior,
Anitas Malfatis, Portinaris, entre tantos outros
Entre diversos passeios, dispersos
Museu de meus passeios, de minhas viagens ao passado
A imaginar festejos e bailados,
Com a mais fina flor da sociedade paulistana!
Bailes nos clubes da cidade
Com seus crooners a entoarem belas canções do rádio
Todos a usarem trajes de gala
Lindas moças elegantemente vestidas em seus longos,
Senhores repletas de jóias e luxo
E os homens de fraque
A dançarem ao som das lindas canções
Dançando e vivendo emoções
Revistas antigas, fotografias amareladas,
Retratos em preto e branco
A contar nossos melhores momentos
A esconder nossas dores
Dores, velhas dores do mundo,
As quais nunca mudam de forma,
Apenas mudam de lugar!
E as moças e os moços a sonhar ...
E as moças a imaginarem,
Como seriam os rostos de seus cantores queridos
Emoções advindas das ondas de uma estação de rádio
Objeto de fortes freqüências,
De madeira, imponente, imenso,
A parte fazerem, do cotidiano das pessoas
Pinacoteca querida!
Tantas histórias tenho para contar-te
Das minhas impressões pessoais
Pois nos caminhos do templo,
Em seus corredores, e em seus amplos salões
Muitas histórias para se imaginar
Muitas pinturas e esculturas para se admirar
Depositário das memórias de nossas gentes,
De nosso povo,
Orgulho de São Paulo!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
sábado, 25 de abril de 2020
Velhas Vestes do Passado
Construa uma nova história para si
Abandone as tristes histórias do passado
Aprecies as novas terras conquistadas
E o passado, que não seja mais que passado
A desvelar um lindo presente,
E futuro próspero
Com um elegante desfile de lindas vestes,
Onde mulheres garbosas e alinhadas,
Caminham a passos firmes pelo salão
Desafiam uma rotineira história de vida
Almejam maiores resultados,
Neste projeto depositando
Suas melhores esperanças!
Abandone as velhas vestes
Que de um passado já não mais servem
Construa uma nova vida para si,
Abraçando as novas conquistas,
E apreciando as novas paragens
Para que assim ganhes forças,
Para assaz conquistar,
Novos sonhos a realizar em novos caminhos
Caminhos prósperos e desafiadores
Histórias maravilhosas para se contar
Das viagens por um Brasil de belezas
A beleza das serras, seus vinhos,
Suas germânicas construções,
Suas ruas sem faróis,
E os carros a deixarem os passantes caminhar
Querência de muitos gaúchos,
Negra Floresta, com seu lago obscurecido,
Pedalinhos, bons vinhos
Em um trem passear
As pessoas, crianças a acenar
Imponentes parreirais a secar
Despidos que estão das uvas,
Já colhidas!
Imensos tonéis de madeira,
Antiga morada de etílica bebida,
A depurada ser
Agora acolhida em imensos tonéis de aço inox
Sinal dos tempos!
Canela e Gramado,
Cenários de onde se avista,
Canyons verdejantes,
Natureza em contraste com as humanas edificações
Recortes abruptos
Em enfinda natureza,
Exuberâncias, reentrâncias
Museus, caminhos, hortências
A Maravilhosa Cidade,
Com seus mil belvederes imponentes,
Colossais,
A mirar a visão de mar imenso,
Muitos bairros espremidos,
Entre cortinas de montanhas
Um Cristo a todos abençoar,
Acolhendo em seus braços estendidos,
A grande cidade
Em Petrópolis,
Imponente e inesquecível museu
Morada da família imperial
Dotado de um belo jardim,
Magníficos móveis em madeira,
Loiças, pratarias,
Coroa incrustada de brilhantes e preciosas pedras,
Piso de madeira
Tudo cuidadosamente preservado
Em Goiás,
Fontes de águas quentes,
Recolhida em pousada arborizada,
Fresca, acolhedora
Parque imenso, com piscinas de conchas repletas,
Quentes águas, praia artificial
Fotos, muitas fotos
Fotografias a estampar,
A beleza de lindas cidades coloniais,
Com seus imensos janelões,
E suas vistosas namoradeiras,
Aos passantes espreitar
Artesanatos mil
Calçamentos de pedras, coretos
Minas Gerais,
Goiás Velho,
Pirenópolis Brasília e suas modernas construções,
Eixo Monumental,
Espelhos d’água, com seus peixes ornamentais,
Moedas jogadas, no Palácio da Alvorada
Prédios imensos, Torre da Sul,
E do alto me deslumbrar,
Com a imponência de um Lago Paranoá!
Metropolitana Catedral,
Com suas pontas voltadas para o céu,
Seus coloridos vitrais,
Os quatro evangelistas,
Num monumento a lembrar o pão e o vinho
Litúrgica simbologia!
Belo Horizonte e sua Liberdade,
Em praça personificada,
Enfeitada por imensas palmeiras imperiais,
A um corredor fazerem,
E o coreto a compor,
Majestático cenário,
Ladeado por algumas antigas construções
Históricas cidades,
Avistadas de um elevado,
Ouro Preto, envolvida pela verdura do lugar,
Históricos cenários por onde se passar
Em ponto em que morada foi, de inconfidentes,
Poetas e escritores dos amores do passado
Antiga Vila Rica
Mariana, São João Del Rey, Tiradentes
Esta última, pequena cidade,
Toda feita de históricas construções
Com suas charretes,
E de um elevado se avistar muito da bela cidade
Estrada Real, e um pouco de seu original,
Calçamento de pedras,
Onde tropeiros, por lá passaram
Levando os ouros, e outras riquezas do Brasil!
Paraty, e suas naturais belezas,
Piscinas naturais,
Mar a ser circundado por doces águas
Barcos a salpicar a baía azul
Cidade de belas construções históricas,
Considerada a primeira cidade planejada do país!
Com suas portas e janelas coloridas,
Seus quadriculados nas janelas,
Calçamento de pedras
Quanta beleza, pode haver em tal patamar!
Peruíbe, terra da eterna juventude!
Terra do Abarebebe,
Leonardo Nunes, jesuíta,
Que os índios esteve a catequizar
Com sua orla exuberante,
Seu jeito calmo, tranqüilo,
A fazer par, com as coisas mais alegres da vida!
Paraniacapaba, e sua fria neblina,
A tudo evolver
O maquinário de um velho Museu Funicular,
Com suas paredes de tijolos
A estação de trem,
E as locomotivas a comporem um passado,
Nem tão distante assim!
Casas em pinho de riga,
De vermelho pintadas,
Modestas e simples construções
Próximo dali, um Castelinho altaneiro,
Onde o dono, a todos observava
Antiga vila ferroviária,
Hoje palco das mais animadas apresentações
Como o caminhar dos brincantes,
Em suas fantasias coloridas,
Repletas de pompons, rostos pintados,
Cabelos enfeitados,
A percorrer as ruas da antiga vila São Paulo e seus museus diversos
Suas modernas construções,
Casario antigo,
De épocas diversos pertencentes
Uns cuidados, outros não
Tantas histórias emaranhadas em suas paredes,
Que a todo custo teimam em permanecer em pé!
Vai, abandones as horas mortas
Os momentos de tédio,
Fazes de tua vida, um projeto alvissareiro
Objeto das melhores esperanças,
Reconstruindo uma nova história para ti!
Aprecie a lua cheia, imensa,
Ao cair da tarde,
Ao surgir da noite
Lua agora branca não mais,
E sim envolta nos vapores do dia
A poluição das cidades,
A torná-la não amarela,
Mas quase parda Lua, lua,
A dançar pelo firmamento,
A beijar a copa das árvores,
A brincar no céu
Nas primeiras horas da madrugada,
A mostrar-se ainda branca
Para aos poucos, suja ser,
Pelas horas atarefadas dos homens
A tingir a atmosfera,
De tristes, cores cambriantes,
A entristecer o dia,
Com suas chaminés madrugadeiras
Poluentes fumaças,
A todos os ares contaminar
Lua, em contraste a aridez da vida,
Cenário de mistérios,
Que nos faz um pouco mais refletir,
Sobre tudo nos fica a consumir
Neste frêmito de mil vontades,
Que nunca irão se suprir
Desejo para mim a bela vida,
Com mil boas histórias para contar
Prazer em se viver,
E um bom passado para se recordar
Tendo em vista a reconstrução de uma nova vida,
Com boas lembranças a nos inspirar,
E sacudir para que assim,
Em frente caminhemos,
E consigamos, concretizar nossos projetos,
Nossos sonhos nem um pouco vãos, realizar
Vida vivida,
Sendo válida toda a sua pena!
E sempre o desejo de a tudo transformar!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Abandone as tristes histórias do passado
Aprecies as novas terras conquistadas
E o passado, que não seja mais que passado
A desvelar um lindo presente,
E futuro próspero
Com um elegante desfile de lindas vestes,
Onde mulheres garbosas e alinhadas,
Caminham a passos firmes pelo salão
Desafiam uma rotineira história de vida
Almejam maiores resultados,
Neste projeto depositando
Suas melhores esperanças!
Abandone as velhas vestes
Que de um passado já não mais servem
Construa uma nova vida para si,
Abraçando as novas conquistas,
E apreciando as novas paragens
Para que assim ganhes forças,
Para assaz conquistar,
Novos sonhos a realizar em novos caminhos
Caminhos prósperos e desafiadores
Histórias maravilhosas para se contar
Das viagens por um Brasil de belezas
A beleza das serras, seus vinhos,
Suas germânicas construções,
Suas ruas sem faróis,
E os carros a deixarem os passantes caminhar
Querência de muitos gaúchos,
Negra Floresta, com seu lago obscurecido,
Pedalinhos, bons vinhos
Em um trem passear
As pessoas, crianças a acenar
Imponentes parreirais a secar
Despidos que estão das uvas,
Já colhidas!
Imensos tonéis de madeira,
Antiga morada de etílica bebida,
A depurada ser
Agora acolhida em imensos tonéis de aço inox
Sinal dos tempos!
Canela e Gramado,
Cenários de onde se avista,
Canyons verdejantes,
Natureza em contraste com as humanas edificações
Recortes abruptos
Em enfinda natureza,
Exuberâncias, reentrâncias
Museus, caminhos, hortências
A Maravilhosa Cidade,
Com seus mil belvederes imponentes,
Colossais,
A mirar a visão de mar imenso,
Muitos bairros espremidos,
Entre cortinas de montanhas
Um Cristo a todos abençoar,
Acolhendo em seus braços estendidos,
A grande cidade
Em Petrópolis,
Imponente e inesquecível museu
Morada da família imperial
Dotado de um belo jardim,
Magníficos móveis em madeira,
Loiças, pratarias,
Coroa incrustada de brilhantes e preciosas pedras,
Piso de madeira
Tudo cuidadosamente preservado
Em Goiás,
Fontes de águas quentes,
Recolhida em pousada arborizada,
Fresca, acolhedora
Parque imenso, com piscinas de conchas repletas,
Quentes águas, praia artificial
Fotos, muitas fotos
Fotografias a estampar,
A beleza de lindas cidades coloniais,
Com seus imensos janelões,
E suas vistosas namoradeiras,
Aos passantes espreitar
Artesanatos mil
Calçamentos de pedras, coretos
Minas Gerais,
Goiás Velho,
Pirenópolis Brasília e suas modernas construções,
Eixo Monumental,
Espelhos d’água, com seus peixes ornamentais,
Moedas jogadas, no Palácio da Alvorada
Prédios imensos, Torre da Sul,
E do alto me deslumbrar,
Com a imponência de um Lago Paranoá!
Metropolitana Catedral,
Com suas pontas voltadas para o céu,
Seus coloridos vitrais,
Os quatro evangelistas,
Num monumento a lembrar o pão e o vinho
Litúrgica simbologia!
Belo Horizonte e sua Liberdade,
Em praça personificada,
Enfeitada por imensas palmeiras imperiais,
A um corredor fazerem,
E o coreto a compor,
Majestático cenário,
Ladeado por algumas antigas construções
Históricas cidades,
Avistadas de um elevado,
Ouro Preto, envolvida pela verdura do lugar,
Históricos cenários por onde se passar
Em ponto em que morada foi, de inconfidentes,
Poetas e escritores dos amores do passado
Antiga Vila Rica
Mariana, São João Del Rey, Tiradentes
Esta última, pequena cidade,
Toda feita de históricas construções
Com suas charretes,
E de um elevado se avistar muito da bela cidade
Estrada Real, e um pouco de seu original,
Calçamento de pedras,
Onde tropeiros, por lá passaram
Levando os ouros, e outras riquezas do Brasil!
Paraty, e suas naturais belezas,
Piscinas naturais,
Mar a ser circundado por doces águas
Barcos a salpicar a baía azul
Cidade de belas construções históricas,
Considerada a primeira cidade planejada do país!
Com suas portas e janelas coloridas,
Seus quadriculados nas janelas,
Calçamento de pedras
Quanta beleza, pode haver em tal patamar!
Peruíbe, terra da eterna juventude!
Terra do Abarebebe,
Leonardo Nunes, jesuíta,
Que os índios esteve a catequizar
Com sua orla exuberante,
Seu jeito calmo, tranqüilo,
A fazer par, com as coisas mais alegres da vida!
Paraniacapaba, e sua fria neblina,
A tudo evolver
O maquinário de um velho Museu Funicular,
Com suas paredes de tijolos
A estação de trem,
E as locomotivas a comporem um passado,
Nem tão distante assim!
Casas em pinho de riga,
De vermelho pintadas,
Modestas e simples construções
Próximo dali, um Castelinho altaneiro,
Onde o dono, a todos observava
Antiga vila ferroviária,
Hoje palco das mais animadas apresentações
Como o caminhar dos brincantes,
Em suas fantasias coloridas,
Repletas de pompons, rostos pintados,
Cabelos enfeitados,
A percorrer as ruas da antiga vila São Paulo e seus museus diversos
Suas modernas construções,
Casario antigo,
De épocas diversos pertencentes
Uns cuidados, outros não
Tantas histórias emaranhadas em suas paredes,
Que a todo custo teimam em permanecer em pé!
Vai, abandones as horas mortas
Os momentos de tédio,
Fazes de tua vida, um projeto alvissareiro
Objeto das melhores esperanças,
Reconstruindo uma nova história para ti!
Aprecie a lua cheia, imensa,
Ao cair da tarde,
Ao surgir da noite
Lua agora branca não mais,
E sim envolta nos vapores do dia
A poluição das cidades,
A torná-la não amarela,
Mas quase parda Lua, lua,
A dançar pelo firmamento,
A beijar a copa das árvores,
A brincar no céu
Nas primeiras horas da madrugada,
A mostrar-se ainda branca
Para aos poucos, suja ser,
Pelas horas atarefadas dos homens
A tingir a atmosfera,
De tristes, cores cambriantes,
A entristecer o dia,
Com suas chaminés madrugadeiras
Poluentes fumaças,
A todos os ares contaminar
Lua, em contraste a aridez da vida,
Cenário de mistérios,
Que nos faz um pouco mais refletir,
Sobre tudo nos fica a consumir
Neste frêmito de mil vontades,
Que nunca irão se suprir
Desejo para mim a bela vida,
Com mil boas histórias para contar
Prazer em se viver,
E um bom passado para se recordar
Tendo em vista a reconstrução de uma nova vida,
Com boas lembranças a nos inspirar,
E sacudir para que assim,
Em frente caminhemos,
E consigamos, concretizar nossos projetos,
Nossos sonhos nem um pouco vãos, realizar
Vida vivida,
Sendo válida toda a sua pena!
E sempre o desejo de a tudo transformar!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
VERTEDOUROS E SUMIDOUROS – MEMÓRIAS
Em distante paragem eqüidistante
Terra de lindos prados verdejantes
Cuja natureza estonteante,
Nos lembra da grandeza e magnificência da criação
Lindas borboletas a voejarem pelo local
Asas abertas, coloridas em detalhes, nuances de cores
Amarelas, marrons, azuis, laranjas,
Enfeitam os ares azuis, dos campos do lugar
Passarinhos coloridos também compõe a paisagem
Com suas penas coloridas, marrons, negras, azuis, amarelas, verdes
E suas lindas árvores floridas
Em suas copas imensas, repletas de flores,
Brancas, amarelas, laranja, rosa, roxas, vermelhas,
Em formatos de sinos, com pétalas variadas, dobradas, etc.
Rosas rubras a enfeitarem os caminhos de terra
Terra vermelha, levantando poeira ao sabor dos ventos
Ventos leves, ligeiros, ondejantes
Camélias perfumadas, de cores várias,
Primaveras com suas brácteas coloridas e brancas flores
Um colibri em pleno vôo a beijar as flores
Margaridas, crisântemos e girassóis, fazem par com as rosas
Ao longe, um rio refresca os arrabaldes,
Com suas águas límpidas e cristalinas
A nutrir suas margens de verde e de vida
Árvores ornam o lugar e servem de repouso e descanso aos passantes
Terra dos viandantes de outrora
Árvores frondosas enfeitam o passeio
Araucárias e pinheiros, flamboyant, entre espécies outras
Nos fundos das casinhas de madeira,
Um imenso pomar, repleto de árvores frutíferas,
Das mais variegadas espécies
Limões, laranjas, ramagens como pés de morango e de melancia, kiwi, maceiras,
Amoreiras, jaqueiras, jaboticabeiras, ameixeiras, goiabeiras, e de frutas exóticas
Palmeiras enfeitam os caminhos, assim como cocos verdes
Paineiras, primaveras, ipês de múltiplas cores
Lindas árvores e plantas, a comporem a paisagem
A frente a horta, com suas hortaliças
Cenouras, tomates, alfaces, agriões, beterrabas, brócolis, couve-flores,
Batatas, mandiocas, cebolas, nabos, rabanetes, etc.
Os condimentos vários, pimentas, especiarias e temperos
Seguindo o caminho, as plantações diversas
Cafezais, canaviais, trigais, milharais, arrozais, entre outros
Pés de feijão, algodoal, etc.
Até se chegar a uma mata original
Com amplos campos com gramados
Campinas verdes, quase sem flores
E o sol a brilhar nos campos
E caminhando se chega após longa caminhada,
Em um ponto de ônibus longínquo,
Erigido em ermas paragens,
Que os moradores usam, nas horas de precisão
E Lianor precisa utilizar com freqüência,
Pois estuda em uma faculdade da região
Lianor, humilde moradora do lugar
Habita a fazenda com sua família
Em uma casa mobiliada, feita de alvenaria
Ampla casa arejada, cercada por um amplo alpendre,
E rosas e flores por todos os lados,
Algumas trançadas por entre os balaustres da morada,
Como lágrimas de Cristo e corações sangrentos,
Além de brincos de princesas e damas-da-noite
Fazendo par com os passarinhos,
Que vem de manhã na janela de Lianor cantar
Pássaros cantores a entoar, os sons da natureza,
Coloridos e ruidosos, a serenata na janela da moça entoar
E Lianor, adormece ao som das melodias no aparelho de som
Geralmente sertanejas canções
E durante as tardes alegres, ouve o canto dos pássaros em sua janela
Enquanto estuda, pode ouvi-los animados,
Em reunião pelos ares, voejando e cantando,
Emitindo os mais lindos sons
A moça nas noites madrugadeiras,
Levanta-se espreguiçando-se de sua cama quente,
Pois tem que levantar na noite escura,
Tomar um banho e cuidar da vida
Vai estudar em outra cidade para seu futuro melhorar
Preguiçosa, levanta-se, banha-se
Toma um café rápido, arruma-se para ir estudar
Apressada, pega seu material, livros, cadernos, e papéis avulsos
Segue só, atravessando a ampla propriedade
Morada da família e lugar onde os pais e os irmãos trabalham
Lugar onde poucas gentes moram
E o fazendeiro, dono das terras a se perderem de vista,
Raramente por lá passa
É pena!
Por que o mesmo fica,
A perder a oportunidade de acompanhar um lindo espetáculo,
De cores, sons, formas e harmonias, magicamente combinados
Orlados num espetáculo de verde, vida e natureza!
Mas assim, a vida dos funcionários prossegue
E Adroaldo e os filhos na propriedade trabalham
Sua esposa Isaura, cuida da casa e do pequeno pedaço de terra,
Lindeiro ao imóvel,
Lá já existem algumas árvores frutíferas
Mas ela está a plantar outras espécies,
E Lianor acompanha o crescimento das plantas com curiosidade
Prendada, a mulher cuida da casa e cozinha boas comidas para a família
Bolos de fubá, de milho, bons almoços e jantares, entre outras iguarias
E Lianor, Adroaldo e os filhos, são só elogios, a mulher
Agradecida a Isaura diz serem apenas lisonjas
Licurgo, o filho mais velho, trabalha no manejo das máquinas,
Adroaldo é o administrador da fazenda,
Com efeito, os que ali vivem, trabalham todos, na propriedade
Trabalham na propriedade, amplo latifúndio
Onde os campos são arados com máquinas,
Que trabalham a terra e lançam as sementes ao solo
Nos tempos da colheita, máquinas outras, recolhem o fruto do chão
Em outras culturas, as plantações são feitas manualmente
Os funcionários da fazenda, cultivam seus próprios frutos
Em tempos outros, as famílias trabalhavam de sol a sol nas propriedades
Trabalho manual, cuidavam da terra, abriam buracos no chão e lançavam as sementes,
E colhiam tudo manualmente
As roupas eram lavadas a beira do rio,
Batidas na pedra
Trabalhos árduos de sol a sol
Algumas vezes acompanhados de canções
Isaura e Adroaldo lembravam destes tempos
Tempos de dificuldades,
Mas também de muitas imagens poéticas
Casas cheias de gentes, pais e muitos filhos
Agora o trabalho é quase todo mecanizado,
Com poucos operadores, trabalhando no manuseio das máquinas
Na fazenda, imensos silos armazenam os grãos,
Que serão ensacados e comercializados
Meio de vida dos habitantes do lugar
Lianor, linda campônia do lugar
Encaminha-se para a escola
A pé, segue os passos pela propriedade e pelos arredores
Caminha por entre videiras, laranjais, bananeiras as mais diversas, mangas
Pomar repleto de macieiras, tipos diversos de laranja, dentre frutos outros
Contempla a beleza dos caminhos de uvas, laranjas, maças, abacaxis, abacateiros,
Jaboticabas, jacas, mexericas, peras, jaboticabas, limões, ameixas, amoras, cerejas, etc.
Visita as plantações, passeando em meio as avenidas dos cafezais, variados,
O trigal, milharal, arrozal, canavial, algodoal,
Pés de feijões de vários tipos, entre outros grãos, as oliveiras, os pés de morango, etc.
O sol ainda não se fez presente
A manhã ainda não despejou seus primeiros raios solares, no chão de terra vermelha
E a lua se faz cheia, a dardejar seus raios de claridade
E acompanha a linda moça de tez branca,
Em sua caminhada pelo lugar
Entre os braços entrelaçados, segura papéis, livros e cadernos
E segue a moça, sozinha pelo lugar
A segurar uma lanterna em uma das mãos
Caminha pelo vale,
De longe avista serras,
Lindas montanhas verdejantes, entrecortando a paisagem
E no passeio avista vagalumes,
Pequenos pirilampos a brilhar
Arisca, Lianor caminha a toda velocidade pelo lugar
A fazenda ainda dorme, os campos dormem
Ao longo da caminhada, a noite e as estrelas começam a se dispersar
As densas brumas, envolvem a manhã,
Que começa a se apresentar
O sol começa a despontar seus primeiros raios
Dardos de luz aquecendo um pouco, a longa caminhada sombria
Cansada, ao chegar a beira do rio,
A moça resolve se sentar
Lianor, retira os sapatos especialmente usados para a caminhada
Senta-se a margem do rio, onde repousa os pés cansados,
Sentadinha nas raízes de uma árvore
Ao lado, deposita os materiais escolares
Para se refrescar, aproveita as águas frias, para molhar o rosto
Pudera, a bela camponesa, atravessara quilômetros de plantações,
Quilômetros de vales, de hortas, de verduras,
Pomares, pastos onde avista os animais
Os boizinhos e as vaquinhas a pastar,
Carneiros, ovelhas, etc.
Ao chegar no rio, com suas amplas áreas verdes,
Lianor avista passarinhos indo bebericar em suas margens,
Aves diversas a enfeitar as paragens
A certa altura, alheada de tudo,
Lianor envolve-se pela atmosfera do lugar
E permanece a contemplar o vôo dos pássaros,
O revoar das aves, as borboletas de asas coloridas, a margearem o rio
Em dado momento, percebendo-se distraída, levanta-se num só movimento
E apressada, coloca os calçados nos pés e recolhe os materiais
Neste momento, um vento leve revolve as folhas das árvores e das plantas
E as folhas avulsas, os papéis manuscritos de Lianor,
Dispersam-se pelo gramado
Ganham vôo e movimento,
Para desespero da moça que corre atrás dos papéis,
Na vã tentativa de recolhê-los
Entretetida em sua tarefa, a jovem não percebe que um estranho a observa
E com ela vai pouco a pouco,
Recolhendo as folhas avulsas, os papéis esparsos
A certa altura, ao buscar uma folha, Lianor percebe que alguém pegara algumas folhas
Neste momento, o estranho entrega-lhe as folhas faltantes
E Lianor esbaforida agradece ...
E apressada, começa a correr
Percebe que se não se apressar, perderá o ônibus
O moço, por sua vez, fez menção de perguntar-lhe algo,
Mas a moça não lhe deu tempo para se manifestar
E Lianor corre, cada vez mais apressada
Percorrendo os campos do lugar, avista árvores floridas,
E lindas flores a enfeitarem o passeio
Em algumas propriedades, caramanchões
Casas sólidas, bem construídas, bem diferentes das casinhas de outrora
Embora ainda simples, de madeira
E a moça corre, corre
Até que exausta se depara com as margens da rodovia,
Estrada de terra, revoada de vento vermelho
Poeira na estrada
Enfim chegara ao ponto de ônibus
Caminho comum, de todos os dias
Erma paragem de um sol de arrebol
Licínio por sua vez, ao se ver sozinho nos campos,
Resolveu ir cuidar de seu trabalho
O moço, funcionário da fazenda, opera uma das máquinas
E em sendo tempo de trabalhar
Era chegado o tempo da colheita de algumas culturas
E o moço tratou de seu trabalho cuidar
E a moça, ao chegar no ponto de ônibus da erma paragem,
Sentou-se exausta,
O coração batia apressado
Lianor cansada,
Sentou-se no abrigo de tijolinhos a vista, e banco de madeira pintado
Nos arredores não havia nada nem ninguém
Sentia-se chegada de uma terra do sem fim,
Fim das cidades, do mundo quase desabitado
Lianor respirava fundo
A certa altura, um homem da terra chega
Aflita, a moça pergunta-lhes as horas
E o prestativo senhor responde-lhe
Tranqüila, a campônia percebe que o ônibus ainda não passara
Ainda bem, pensou,
Não perdera a hora
E assim aguardou
Até que com meia-hora de atraso, o ônibus passou
E Lianor aflita, adentrou a condução,
Pagou a passagem e passou a catraca do coletivo
Em seguida sentou-se em um dos bancos do ônibus,
O qual estava praticamente vazio
O senhor que havia chegado depois, também adentrou a condução
E Lianor pegou os papéis avulsos e começou a lê-los
Recordou-se de suas histórias, suas redações, seus estudos
Relembrou-se dos primeiros dias na fazenda,
Quando seu pai e sua família estabeleceram-se no lugar
O homem era o administrador da propriedade
Cuidava dos interesses do dono das terras
E Lianor queria estudar
Seu pai lhe prometera um carro,
Mas enquanto o carro não vinha, a jovem caminhava pela propriedade
Pegava o ônibus para ir à escola
Cursava faculdade
E assim, ficou a ler
Em dado momento, após ler diversos manuscritos,
A moça notou algo diferente
Um papel branco, com uma grafia diferente da sua,
Contrastava com suas folhas coloridas
No papel, algumas palavras contavam uma história
Era a história de alguém que gostava das coisas da natureza,
Nadava, pescava, caçava e plantava apenas o necessário para a subsistência,
Pintava a pele de cores vermelhas – urucum,
Bravo gentio da terra
Era a narrativa relativa a história de um índio que se tornara líder de sua tribo
E se unira a mais bela índia do lugar
Com ela constituiu família, gerando uma bela descendência,
Que aprendeu com as tradições de seu povo
E tudo ia bem,
Até que a cobiça e a sanha de um povo conquistador, a tudo devorou
As famílias foram separadas, pais e mães escravizados, filhos abandonados
Muito choro e tristeza, além de desolação
O fogo e as armas a tudo destruíram,
Índias foram violadas,
E a vida dos ingênuos índios, nunca mais foi a mesma,
Adoeceram com as doenças dos brancos, aceitaram seu escambo,
Troca de bugigangas, pelas riquezas da terra,
Suas madeiras, do qual era extraída vermelha tinta,
A qual servia para tingir as vestes dos nobres portugueses
E o indiozinho separado de seus pais,
Prometeu vingá-los, reconquistando a terra perdida
Nunca conseguiu realizar o intento,
Infelizmente ou não Hoje, terra habitada por seus descendentes
Que povoaram as paragens, construíram casas, cultivaram as terras
Erigiram pequena cidade
E era para lá que a moça iria se encaminhar
Para completar seu projeto de estudar
E assim o fez
Ao retornar da escola, o ônibus seguiu o mesmo caminho de fazendas,
Verde a se perder de vista por entre trigais, e outras culturas
Em ermas paragens, onde quase ninguém passava
E a moça, encantada com o escrito,
Prometeu que devolveria o papel ao estranho
Com isto, ao descer do ônibus
Caminhou a pé pelas terras, pelos campos
Passou por entre árvores frondosas e floridas, flores diversas,
Camélias perfumadas,
Caminhos de terra, muros de pedra
Bosques de árvores frutíferas, plantações, hortas, pastos
Mais tarde, caminhando mais um pouco pelo lugar,
Ficou a observar a paisagem
As máquinas colheitadeiras, tratores e outros equipamentos
Cansada, resolveu se dirigir até o rio para se refrescar
Ao lá chegar, molhou o rosto,
Vindo a retirar os sapatos, mergulhando os pés na água
Distraída, ficou a observar o outro lado da margem,
Daquelas encantadoras paragens
Contemplou o vôo de uma borboleta com asas laranja
E a presença de algumas aves, que também passeavam por ali
Do outro lado da margem Licínio se aproximava
Cansado, sentou-se em um tronco de árvore
Com calor, molhou o rosto, vindo a beber um pouco da água do rio
Distraído, ficou a observar o entorno
E observando a natureza, as árvores, as flores, as aves e as borboletas,
O moço percebeu a presença de Lianor
A jovem, ao olhar novamente para o outro lado do rio,
Percebeu que Licínio acenava para ela
Surpresa, a moça devolveu a saudação, acenando para ele
Gesticulando, o rapaz pediu para a moça não se retirar
Apressado, o moço correu em direção a garota
Ao se aproximar, conversaram
Lianor disse-lhe que tinha algo para lhe entregar
Curioso Licínio perguntou então, do que poderia se tratar
A jovem explicou-lhe que estava de posse de seus papéis manuscritos
Licínio então fez então, ar de interrogação,
Para depois se recordar que no instante da ventania,
Estava a ler uns papéis,
Tratava-se de uma redação dos tempos de escola
Foi aí que o moço perguntou se era desses papéis que ela falava,
E Lianor respondeu-lhe afirmativamente
Nisto o rapaz, percebendo a falta de atenção,
Fez questão de se apresentar Licínio era seu nome, e era funcionário da fazenda,
Cuja ocupação era as máquinas operar
E Lianor, instada pelo moço, disse-lhe seu nome
Comentou que em outras paragens,
Estudava as artes e os engenhos dos cultivos de terras
Revelou que caminhava nas madrugadas pela fazenda,
Para no ponto de ônibus chegar
E com isto, poder estudar
Licínio elogiou-lhe a iniciativa,
Argumentando que o caminho não era fácil
Rindo, a moça dizia que o caminho de todos os dias, realmente se mostrava árduo,
Mas ao mesmo tempo, encantador
E assim, longamente conversaram
E Lianor recordando-se do papel,
Prometeu-lhe entregá-lo
Ajustados, combinaram novamente se encontrar
Naquelas margens, nas próximas vesperais
E assim combinados, o casal se despediu
No dia seguinte, a moça novamente madrugou
Por entre as paisagens caminhou,
Vindo a descansar da jornada na beira do rio
Despejou água no rosto,
Deixou a água colhida pelas mãos, correr pelo pescoço
Contemplou a paisagem
O sol começava a despontar seus primeiros raios dourados na paisagem
Ao longe, avistou a invernada
Era chegado o momento da despedida das caminhadas
O carro esperado, estava prestes a chegar
E Lianor já observava a paisagem com saudade
Pouco tempo depois, levantou-se num átimo
Recolheu seu material e prosseguiu na caminhada
Árvores floridas, flores diversas, compunham o caminho
E a jovem caminha, até o ponto de ônibus
Ao lá chegar, novamente acomoda-se
Torna a ler a redação do moço
O ônibus, novamente atrasado, chega
A moça adentra o veículo, paga a passagem, passa pela catraca,
Senta-se em um banco,
Contempla a paisagem
Passarinhos cantam
Alguém apressado chega, consegue entrar no coletivo, antes que parta
Lianor, a esta altura, ocupava-se de seus escritos
Qual não foi sua surpresa,
Quando ao levantar o rosto, percebeu a presença de Licínio,
Espantada, perguntou-lhe o que fazia ali
E o moço respondeu-lhe que precisava ir para outra cidade,
E que como seu carro estava com problemas, optou por ir de ônibus
Lianor indagou sobre o encontro no rio
E Licínio respondeu-lhe que deveria estar lá, na hora determinada
Nisto a moça vasculhou seus pertences,
Até encontrar os papéis brancos, com caligrafia caprichada
Estendeu os papéis avulsos ao moço
E Licínio sorrindo,
Comentou que se tratava de uma redação que redigira no colegial
Curioso, perguntou a moça se havia lido o texto
Lianor respondeu-lhe que sim
Insistindo no assunto,
Licínio indagou se a jovem gostara do que lera
Sorrindo, Lianor respondeu afirmativamente
O rapaz disse-lhe então, que se havia gostado, poderia ficar com a redação
Mas Lianor, argumentando que não poderia ficar com algo que lhe era tão caro,
Respondeu-lhe que ele poderia escrever um texto para ela
Licínio rindo, concordou
Mencionou que a moça era deveras caprichosa
E assim, enquanto o ônibus trafegava,
Licínio conversava com a jovem,
Que sorria de tudo o que o moço falava
Ao chegarem na cidade,
Licínio acompanhou a garota até a entrada da Universidade
Á tarde, a moça encaminhou-se ao rio
Lá encontrou o rapaz atirando pedrinhas na água
Estava do outro lado do rio, na outra margem
E novamente acenou-lhe, sinalizando para aguardar
Correndo, Licínio chegou rapidamente perto da moça
E andando pé ante pé, aproximou-se lentamente,
Cobriu os olhos de Lianor com as mãos
A garota então, tocando as mãos com seus dedos,
Fez com que Licínio tirasse as mãos de seu rosto, e virando-se para ela,
Perguntou-lhe por que havia demorado tanto
Lianor respondeu que não havia tardado, ele que havia se adiantado
Licínio riu
E rindo, ficaram a conversar
De mãos dadas caminharam
No baile da fazenda valsaram
E lá se beijaram
Namorados se tornaram
Naquela mesma noite, uma bela redação o moço lhe apresentou,
Narrando os encontros e desencontros do casal,
E a bela valsa dançada,
Tendo como testemunha uma serra contornada de luar,
Lindo cenário adornado pelo vestido longo e florido da moça
Licínio retirou duas folhas de papel dobradas,
Manuscrito em letras caprichadas,
Timidamente, passou a ler o texto
Lianor ouviu comovida a redação,
Elogiou a beleza da narração,
Abraçaram-se,
Lianor beijou o rosto do moço ...
A sorte mudou
De repente, as coisas mudam de lugar,
E quem perdeu, pode ganhar
E as estrelas da noite, tremeluziam, fugidias
Lua e estrelas, a faiscarem no firmamento
Belas palavras, escrita em muros das cidades
Canções verdadeiras!
E o rio com suas vertentes, mostra seus vertedouros
No sumidouro dos espelhos da verdade,
Onde os enganos se ocultam,
E a verdade se revela Memórias, de uma linda história
História que nunca termina
Pois tantas outras há que se repetem,
Nestes dias vários
Com personagens diversos,
Histórias muitas, histórias mesmas
Memórias de nós todos, vivências de todos nós!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Terra de lindos prados verdejantes
Cuja natureza estonteante,
Nos lembra da grandeza e magnificência da criação
Lindas borboletas a voejarem pelo local
Asas abertas, coloridas em detalhes, nuances de cores
Amarelas, marrons, azuis, laranjas,
Enfeitam os ares azuis, dos campos do lugar
Passarinhos coloridos também compõe a paisagem
Com suas penas coloridas, marrons, negras, azuis, amarelas, verdes
E suas lindas árvores floridas
Em suas copas imensas, repletas de flores,
Brancas, amarelas, laranja, rosa, roxas, vermelhas,
Em formatos de sinos, com pétalas variadas, dobradas, etc.
Rosas rubras a enfeitarem os caminhos de terra
Terra vermelha, levantando poeira ao sabor dos ventos
Ventos leves, ligeiros, ondejantes
Camélias perfumadas, de cores várias,
Primaveras com suas brácteas coloridas e brancas flores
Um colibri em pleno vôo a beijar as flores
Margaridas, crisântemos e girassóis, fazem par com as rosas
Ao longe, um rio refresca os arrabaldes,
Com suas águas límpidas e cristalinas
A nutrir suas margens de verde e de vida
Árvores ornam o lugar e servem de repouso e descanso aos passantes
Terra dos viandantes de outrora
Árvores frondosas enfeitam o passeio
Araucárias e pinheiros, flamboyant, entre espécies outras
Nos fundos das casinhas de madeira,
Um imenso pomar, repleto de árvores frutíferas,
Das mais variegadas espécies
Limões, laranjas, ramagens como pés de morango e de melancia, kiwi, maceiras,
Amoreiras, jaqueiras, jaboticabeiras, ameixeiras, goiabeiras, e de frutas exóticas
Palmeiras enfeitam os caminhos, assim como cocos verdes
Paineiras, primaveras, ipês de múltiplas cores
Lindas árvores e plantas, a comporem a paisagem
A frente a horta, com suas hortaliças
Cenouras, tomates, alfaces, agriões, beterrabas, brócolis, couve-flores,
Batatas, mandiocas, cebolas, nabos, rabanetes, etc.
Os condimentos vários, pimentas, especiarias e temperos
Seguindo o caminho, as plantações diversas
Cafezais, canaviais, trigais, milharais, arrozais, entre outros
Pés de feijão, algodoal, etc.
Até se chegar a uma mata original
Com amplos campos com gramados
Campinas verdes, quase sem flores
E o sol a brilhar nos campos
E caminhando se chega após longa caminhada,
Em um ponto de ônibus longínquo,
Erigido em ermas paragens,
Que os moradores usam, nas horas de precisão
E Lianor precisa utilizar com freqüência,
Pois estuda em uma faculdade da região
Lianor, humilde moradora do lugar
Habita a fazenda com sua família
Em uma casa mobiliada, feita de alvenaria
Ampla casa arejada, cercada por um amplo alpendre,
E rosas e flores por todos os lados,
Algumas trançadas por entre os balaustres da morada,
Como lágrimas de Cristo e corações sangrentos,
Além de brincos de princesas e damas-da-noite
Fazendo par com os passarinhos,
Que vem de manhã na janela de Lianor cantar
Pássaros cantores a entoar, os sons da natureza,
Coloridos e ruidosos, a serenata na janela da moça entoar
E Lianor, adormece ao som das melodias no aparelho de som
Geralmente sertanejas canções
E durante as tardes alegres, ouve o canto dos pássaros em sua janela
Enquanto estuda, pode ouvi-los animados,
Em reunião pelos ares, voejando e cantando,
Emitindo os mais lindos sons
A moça nas noites madrugadeiras,
Levanta-se espreguiçando-se de sua cama quente,
Pois tem que levantar na noite escura,
Tomar um banho e cuidar da vida
Vai estudar em outra cidade para seu futuro melhorar
Preguiçosa, levanta-se, banha-se
Toma um café rápido, arruma-se para ir estudar
Apressada, pega seu material, livros, cadernos, e papéis avulsos
Segue só, atravessando a ampla propriedade
Morada da família e lugar onde os pais e os irmãos trabalham
Lugar onde poucas gentes moram
E o fazendeiro, dono das terras a se perderem de vista,
Raramente por lá passa
É pena!
Por que o mesmo fica,
A perder a oportunidade de acompanhar um lindo espetáculo,
De cores, sons, formas e harmonias, magicamente combinados
Orlados num espetáculo de verde, vida e natureza!
Mas assim, a vida dos funcionários prossegue
E Adroaldo e os filhos na propriedade trabalham
Sua esposa Isaura, cuida da casa e do pequeno pedaço de terra,
Lindeiro ao imóvel,
Lá já existem algumas árvores frutíferas
Mas ela está a plantar outras espécies,
E Lianor acompanha o crescimento das plantas com curiosidade
Prendada, a mulher cuida da casa e cozinha boas comidas para a família
Bolos de fubá, de milho, bons almoços e jantares, entre outras iguarias
E Lianor, Adroaldo e os filhos, são só elogios, a mulher
Agradecida a Isaura diz serem apenas lisonjas
Licurgo, o filho mais velho, trabalha no manejo das máquinas,
Adroaldo é o administrador da fazenda,
Com efeito, os que ali vivem, trabalham todos, na propriedade
Trabalham na propriedade, amplo latifúndio
Onde os campos são arados com máquinas,
Que trabalham a terra e lançam as sementes ao solo
Nos tempos da colheita, máquinas outras, recolhem o fruto do chão
Em outras culturas, as plantações são feitas manualmente
Os funcionários da fazenda, cultivam seus próprios frutos
Em tempos outros, as famílias trabalhavam de sol a sol nas propriedades
Trabalho manual, cuidavam da terra, abriam buracos no chão e lançavam as sementes,
E colhiam tudo manualmente
As roupas eram lavadas a beira do rio,
Batidas na pedra
Trabalhos árduos de sol a sol
Algumas vezes acompanhados de canções
Isaura e Adroaldo lembravam destes tempos
Tempos de dificuldades,
Mas também de muitas imagens poéticas
Casas cheias de gentes, pais e muitos filhos
Agora o trabalho é quase todo mecanizado,
Com poucos operadores, trabalhando no manuseio das máquinas
Na fazenda, imensos silos armazenam os grãos,
Que serão ensacados e comercializados
Meio de vida dos habitantes do lugar
Lianor, linda campônia do lugar
Encaminha-se para a escola
A pé, segue os passos pela propriedade e pelos arredores
Caminha por entre videiras, laranjais, bananeiras as mais diversas, mangas
Pomar repleto de macieiras, tipos diversos de laranja, dentre frutos outros
Contempla a beleza dos caminhos de uvas, laranjas, maças, abacaxis, abacateiros,
Jaboticabas, jacas, mexericas, peras, jaboticabas, limões, ameixas, amoras, cerejas, etc.
Visita as plantações, passeando em meio as avenidas dos cafezais, variados,
O trigal, milharal, arrozal, canavial, algodoal,
Pés de feijões de vários tipos, entre outros grãos, as oliveiras, os pés de morango, etc.
O sol ainda não se fez presente
A manhã ainda não despejou seus primeiros raios solares, no chão de terra vermelha
E a lua se faz cheia, a dardejar seus raios de claridade
E acompanha a linda moça de tez branca,
Em sua caminhada pelo lugar
Entre os braços entrelaçados, segura papéis, livros e cadernos
E segue a moça, sozinha pelo lugar
A segurar uma lanterna em uma das mãos
Caminha pelo vale,
De longe avista serras,
Lindas montanhas verdejantes, entrecortando a paisagem
E no passeio avista vagalumes,
Pequenos pirilampos a brilhar
Arisca, Lianor caminha a toda velocidade pelo lugar
A fazenda ainda dorme, os campos dormem
Ao longo da caminhada, a noite e as estrelas começam a se dispersar
As densas brumas, envolvem a manhã,
Que começa a se apresentar
O sol começa a despontar seus primeiros raios
Dardos de luz aquecendo um pouco, a longa caminhada sombria
Cansada, ao chegar a beira do rio,
A moça resolve se sentar
Lianor, retira os sapatos especialmente usados para a caminhada
Senta-se a margem do rio, onde repousa os pés cansados,
Sentadinha nas raízes de uma árvore
Ao lado, deposita os materiais escolares
Para se refrescar, aproveita as águas frias, para molhar o rosto
Pudera, a bela camponesa, atravessara quilômetros de plantações,
Quilômetros de vales, de hortas, de verduras,
Pomares, pastos onde avista os animais
Os boizinhos e as vaquinhas a pastar,
Carneiros, ovelhas, etc.
Ao chegar no rio, com suas amplas áreas verdes,
Lianor avista passarinhos indo bebericar em suas margens,
Aves diversas a enfeitar as paragens
A certa altura, alheada de tudo,
Lianor envolve-se pela atmosfera do lugar
E permanece a contemplar o vôo dos pássaros,
O revoar das aves, as borboletas de asas coloridas, a margearem o rio
Em dado momento, percebendo-se distraída, levanta-se num só movimento
E apressada, coloca os calçados nos pés e recolhe os materiais
Neste momento, um vento leve revolve as folhas das árvores e das plantas
E as folhas avulsas, os papéis manuscritos de Lianor,
Dispersam-se pelo gramado
Ganham vôo e movimento,
Para desespero da moça que corre atrás dos papéis,
Na vã tentativa de recolhê-los
Entretetida em sua tarefa, a jovem não percebe que um estranho a observa
E com ela vai pouco a pouco,
Recolhendo as folhas avulsas, os papéis esparsos
A certa altura, ao buscar uma folha, Lianor percebe que alguém pegara algumas folhas
Neste momento, o estranho entrega-lhe as folhas faltantes
E Lianor esbaforida agradece ...
E apressada, começa a correr
Percebe que se não se apressar, perderá o ônibus
O moço, por sua vez, fez menção de perguntar-lhe algo,
Mas a moça não lhe deu tempo para se manifestar
E Lianor corre, cada vez mais apressada
Percorrendo os campos do lugar, avista árvores floridas,
E lindas flores a enfeitarem o passeio
Em algumas propriedades, caramanchões
Casas sólidas, bem construídas, bem diferentes das casinhas de outrora
Embora ainda simples, de madeira
E a moça corre, corre
Até que exausta se depara com as margens da rodovia,
Estrada de terra, revoada de vento vermelho
Poeira na estrada
Enfim chegara ao ponto de ônibus
Caminho comum, de todos os dias
Erma paragem de um sol de arrebol
Licínio por sua vez, ao se ver sozinho nos campos,
Resolveu ir cuidar de seu trabalho
O moço, funcionário da fazenda, opera uma das máquinas
E em sendo tempo de trabalhar
Era chegado o tempo da colheita de algumas culturas
E o moço tratou de seu trabalho cuidar
E a moça, ao chegar no ponto de ônibus da erma paragem,
Sentou-se exausta,
O coração batia apressado
Lianor cansada,
Sentou-se no abrigo de tijolinhos a vista, e banco de madeira pintado
Nos arredores não havia nada nem ninguém
Sentia-se chegada de uma terra do sem fim,
Fim das cidades, do mundo quase desabitado
Lianor respirava fundo
A certa altura, um homem da terra chega
Aflita, a moça pergunta-lhes as horas
E o prestativo senhor responde-lhe
Tranqüila, a campônia percebe que o ônibus ainda não passara
Ainda bem, pensou,
Não perdera a hora
E assim aguardou
Até que com meia-hora de atraso, o ônibus passou
E Lianor aflita, adentrou a condução,
Pagou a passagem e passou a catraca do coletivo
Em seguida sentou-se em um dos bancos do ônibus,
O qual estava praticamente vazio
O senhor que havia chegado depois, também adentrou a condução
E Lianor pegou os papéis avulsos e começou a lê-los
Recordou-se de suas histórias, suas redações, seus estudos
Relembrou-se dos primeiros dias na fazenda,
Quando seu pai e sua família estabeleceram-se no lugar
O homem era o administrador da propriedade
Cuidava dos interesses do dono das terras
E Lianor queria estudar
Seu pai lhe prometera um carro,
Mas enquanto o carro não vinha, a jovem caminhava pela propriedade
Pegava o ônibus para ir à escola
Cursava faculdade
E assim, ficou a ler
Em dado momento, após ler diversos manuscritos,
A moça notou algo diferente
Um papel branco, com uma grafia diferente da sua,
Contrastava com suas folhas coloridas
No papel, algumas palavras contavam uma história
Era a história de alguém que gostava das coisas da natureza,
Nadava, pescava, caçava e plantava apenas o necessário para a subsistência,
Pintava a pele de cores vermelhas – urucum,
Bravo gentio da terra
Era a narrativa relativa a história de um índio que se tornara líder de sua tribo
E se unira a mais bela índia do lugar
Com ela constituiu família, gerando uma bela descendência,
Que aprendeu com as tradições de seu povo
E tudo ia bem,
Até que a cobiça e a sanha de um povo conquistador, a tudo devorou
As famílias foram separadas, pais e mães escravizados, filhos abandonados
Muito choro e tristeza, além de desolação
O fogo e as armas a tudo destruíram,
Índias foram violadas,
E a vida dos ingênuos índios, nunca mais foi a mesma,
Adoeceram com as doenças dos brancos, aceitaram seu escambo,
Troca de bugigangas, pelas riquezas da terra,
Suas madeiras, do qual era extraída vermelha tinta,
A qual servia para tingir as vestes dos nobres portugueses
E o indiozinho separado de seus pais,
Prometeu vingá-los, reconquistando a terra perdida
Nunca conseguiu realizar o intento,
Infelizmente ou não Hoje, terra habitada por seus descendentes
Que povoaram as paragens, construíram casas, cultivaram as terras
Erigiram pequena cidade
E era para lá que a moça iria se encaminhar
Para completar seu projeto de estudar
E assim o fez
Ao retornar da escola, o ônibus seguiu o mesmo caminho de fazendas,
Verde a se perder de vista por entre trigais, e outras culturas
Em ermas paragens, onde quase ninguém passava
E a moça, encantada com o escrito,
Prometeu que devolveria o papel ao estranho
Com isto, ao descer do ônibus
Caminhou a pé pelas terras, pelos campos
Passou por entre árvores frondosas e floridas, flores diversas,
Camélias perfumadas,
Caminhos de terra, muros de pedra
Bosques de árvores frutíferas, plantações, hortas, pastos
Mais tarde, caminhando mais um pouco pelo lugar,
Ficou a observar a paisagem
As máquinas colheitadeiras, tratores e outros equipamentos
Cansada, resolveu se dirigir até o rio para se refrescar
Ao lá chegar, molhou o rosto,
Vindo a retirar os sapatos, mergulhando os pés na água
Distraída, ficou a observar o outro lado da margem,
Daquelas encantadoras paragens
Contemplou o vôo de uma borboleta com asas laranja
E a presença de algumas aves, que também passeavam por ali
Do outro lado da margem Licínio se aproximava
Cansado, sentou-se em um tronco de árvore
Com calor, molhou o rosto, vindo a beber um pouco da água do rio
Distraído, ficou a observar o entorno
E observando a natureza, as árvores, as flores, as aves e as borboletas,
O moço percebeu a presença de Lianor
A jovem, ao olhar novamente para o outro lado do rio,
Percebeu que Licínio acenava para ela
Surpresa, a moça devolveu a saudação, acenando para ele
Gesticulando, o rapaz pediu para a moça não se retirar
Apressado, o moço correu em direção a garota
Ao se aproximar, conversaram
Lianor disse-lhe que tinha algo para lhe entregar
Curioso Licínio perguntou então, do que poderia se tratar
A jovem explicou-lhe que estava de posse de seus papéis manuscritos
Licínio então fez então, ar de interrogação,
Para depois se recordar que no instante da ventania,
Estava a ler uns papéis,
Tratava-se de uma redação dos tempos de escola
Foi aí que o moço perguntou se era desses papéis que ela falava,
E Lianor respondeu-lhe afirmativamente
Nisto o rapaz, percebendo a falta de atenção,
Fez questão de se apresentar Licínio era seu nome, e era funcionário da fazenda,
Cuja ocupação era as máquinas operar
E Lianor, instada pelo moço, disse-lhe seu nome
Comentou que em outras paragens,
Estudava as artes e os engenhos dos cultivos de terras
Revelou que caminhava nas madrugadas pela fazenda,
Para no ponto de ônibus chegar
E com isto, poder estudar
Licínio elogiou-lhe a iniciativa,
Argumentando que o caminho não era fácil
Rindo, a moça dizia que o caminho de todos os dias, realmente se mostrava árduo,
Mas ao mesmo tempo, encantador
E assim, longamente conversaram
E Lianor recordando-se do papel,
Prometeu-lhe entregá-lo
Ajustados, combinaram novamente se encontrar
Naquelas margens, nas próximas vesperais
E assim combinados, o casal se despediu
No dia seguinte, a moça novamente madrugou
Por entre as paisagens caminhou,
Vindo a descansar da jornada na beira do rio
Despejou água no rosto,
Deixou a água colhida pelas mãos, correr pelo pescoço
Contemplou a paisagem
O sol começava a despontar seus primeiros raios dourados na paisagem
Ao longe, avistou a invernada
Era chegado o momento da despedida das caminhadas
O carro esperado, estava prestes a chegar
E Lianor já observava a paisagem com saudade
Pouco tempo depois, levantou-se num átimo
Recolheu seu material e prosseguiu na caminhada
Árvores floridas, flores diversas, compunham o caminho
E a jovem caminha, até o ponto de ônibus
Ao lá chegar, novamente acomoda-se
Torna a ler a redação do moço
O ônibus, novamente atrasado, chega
A moça adentra o veículo, paga a passagem, passa pela catraca,
Senta-se em um banco,
Contempla a paisagem
Passarinhos cantam
Alguém apressado chega, consegue entrar no coletivo, antes que parta
Lianor, a esta altura, ocupava-se de seus escritos
Qual não foi sua surpresa,
Quando ao levantar o rosto, percebeu a presença de Licínio,
Espantada, perguntou-lhe o que fazia ali
E o moço respondeu-lhe que precisava ir para outra cidade,
E que como seu carro estava com problemas, optou por ir de ônibus
Lianor indagou sobre o encontro no rio
E Licínio respondeu-lhe que deveria estar lá, na hora determinada
Nisto a moça vasculhou seus pertences,
Até encontrar os papéis brancos, com caligrafia caprichada
Estendeu os papéis avulsos ao moço
E Licínio sorrindo,
Comentou que se tratava de uma redação que redigira no colegial
Curioso, perguntou a moça se havia lido o texto
Lianor respondeu-lhe que sim
Insistindo no assunto,
Licínio indagou se a jovem gostara do que lera
Sorrindo, Lianor respondeu afirmativamente
O rapaz disse-lhe então, que se havia gostado, poderia ficar com a redação
Mas Lianor, argumentando que não poderia ficar com algo que lhe era tão caro,
Respondeu-lhe que ele poderia escrever um texto para ela
Licínio rindo, concordou
Mencionou que a moça era deveras caprichosa
E assim, enquanto o ônibus trafegava,
Licínio conversava com a jovem,
Que sorria de tudo o que o moço falava
Ao chegarem na cidade,
Licínio acompanhou a garota até a entrada da Universidade
Á tarde, a moça encaminhou-se ao rio
Lá encontrou o rapaz atirando pedrinhas na água
Estava do outro lado do rio, na outra margem
E novamente acenou-lhe, sinalizando para aguardar
Correndo, Licínio chegou rapidamente perto da moça
E andando pé ante pé, aproximou-se lentamente,
Cobriu os olhos de Lianor com as mãos
A garota então, tocando as mãos com seus dedos,
Fez com que Licínio tirasse as mãos de seu rosto, e virando-se para ela,
Perguntou-lhe por que havia demorado tanto
Lianor respondeu que não havia tardado, ele que havia se adiantado
Licínio riu
E rindo, ficaram a conversar
De mãos dadas caminharam
No baile da fazenda valsaram
E lá se beijaram
Namorados se tornaram
Naquela mesma noite, uma bela redação o moço lhe apresentou,
Narrando os encontros e desencontros do casal,
E a bela valsa dançada,
Tendo como testemunha uma serra contornada de luar,
Lindo cenário adornado pelo vestido longo e florido da moça
Licínio retirou duas folhas de papel dobradas,
Manuscrito em letras caprichadas,
Timidamente, passou a ler o texto
Lianor ouviu comovida a redação,
Elogiou a beleza da narração,
Abraçaram-se,
Lianor beijou o rosto do moço ...
A sorte mudou
De repente, as coisas mudam de lugar,
E quem perdeu, pode ganhar
E as estrelas da noite, tremeluziam, fugidias
Lua e estrelas, a faiscarem no firmamento
Belas palavras, escrita em muros das cidades
Canções verdadeiras!
E o rio com suas vertentes, mostra seus vertedouros
No sumidouro dos espelhos da verdade,
Onde os enganos se ocultam,
E a verdade se revela Memórias, de uma linda história
História que nunca termina
Pois tantas outras há que se repetem,
Nestes dias vários
Com personagens diversos,
Histórias muitas, histórias mesmas
Memórias de nós todos, vivências de todos nós!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Vinte e cinco anos
Comemorações, festejos
Nesta festa de felicidade e vida
Cenáculo de enfindos momentos
Fotografias a registrarem ternos momentos de família
Viagens, passeios, almoços, aniversários
Comemorações em dias paternos e maternos
Presentes, lembrancinhas, ou presença
Muitos e muitos anos de matrimônio
Tendo por trilha sonora, mil canções diversas
Desejo-te mais vinte cinco anos, e vinte cinco anos, e vinte cinco anos mais
Mais porém, não posso desejar-te, pois a vida limitada se faz
Parabéns por esta data!
Felicidades enfindas!
DICIONÁRIO:
cenáculo
substantivo masculino
1. ANTIGO
ambiente, cômodo em que era servida a ceia.
2.sala para refeições em escolas, quartéis etc.; refeitório.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Nesta festa de felicidade e vida
Cenáculo de enfindos momentos
Fotografias a registrarem ternos momentos de família
Viagens, passeios, almoços, aniversários
Comemorações em dias paternos e maternos
Presentes, lembrancinhas, ou presença
Muitos e muitos anos de matrimônio
Tendo por trilha sonora, mil canções diversas
Desejo-te mais vinte cinco anos, e vinte cinco anos, e vinte cinco anos mais
Mais porém, não posso desejar-te, pois a vida limitada se faz
Parabéns por esta data!
Felicidades enfindas!
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