Poesias

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Passeio no Parque

Em uma bela e ensolarada tarde domingo
Proposta de passeio no parque
Em meio a companhia de lírios amarelos
E de imensos agapantos azuis


Fotografias a retratarem o cenário emoldurado
De plantas, flores e árvores
Posições contemplativas, meditativas
Sentadas em banco
Em pé ao lado de plantas e árvores
E o sol a tocar a pele
Com toda sua intensidade e calor abrasadores

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  


Capuccino

Singela combinação de sabores
O creme de chantilly recoberto de pó de canela
Sobrepostos a deliciosa bebida

Mistura de pó solúvel e leite
Que delicadamente remexido,
Com a colherinha,
Forma saborosa combinação

Aroma de café no ambiente
Família reunida no Café
A apreciar a fina mistura
E o agradável ambiente

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  


AS FLORES

Um lindo ipê roxo florido,
A deitar suas delicadas flores,
Em um bonito tapete no chão
A cobrir o asfalto e os carros,
Defronte a altaneira morada

Em meu quintal,
Uma delicada dama-da-noite,
A se elevar altivamente
Em direção a um céu que tenta azul ser,
Em tardes invernais
Triste, esmaecido, quase plúmbeo
A perfumar minha janela
Com suas pequeninas e delicadas, flores brancas

Em outra espécie,
A florada de outra modalidade,
Misteriosa dama-da-noite,
Com suas grandiosas e brancas flores
A desabrocharem em enorme quantidade,
Pelo modesto quintal
A tudo encher de magnitude e beleza!

E a continuar o passeio pelo modesto jardim,
Flores amarelas, de camarão chamada;
Lágrimas de Cristo;
E uma bonita e singela orquídea

Em um vasinho modesto,
Uma resistente e brava suculenta,
A crescer e se desenvolver;
Em outro vaso, as flores-de-maio

Lembro de violetas a enfeitarem minha janela
Com sua coloração arroxeada,
E suas bonitas folhas verde e exuberantes
Mais tarde, cedendo espaço a campos de aço
Pena!

No parco verde que tenta se impor
Na casa da cidade,
Flores e algumas cores

Na rua, algumas árvores
Em contraste com o frio, e o tom plúmbeo da cidade
O tom verde a tentar se manifestar

Muitos coqueiros enfeitam a cidade,
Assim como algumas árvores

Nos corredores metropolitanos,
Alguns ipês, azaléias, manacás,
A lutarem contra a aspereza
O ar cinza e triste das cidades

As preocupações diuturnas
A azafama diária
Correria, pressa
O gosto pelo conhecimento,
O trabalho
E a vida a passar,
Em movimentos velozes
A sensação de que o tempo passa
Cada vez mais apressadamente

Estudos, preparação para melhores momentos
Novas realidades a se confrontar
Em uma cidade cheia de dinamismo
E a qual nunca para

Muita coisa bonita para se aprender
Novos mundos para se conhecer
Muitos bons livros para ler,
Ótimos filmes para assistir,
Músicas para ouvir,
Coisas boas para nos entreter
Interesses diversos

Cidade da imponente e famosa praça
Marco Zero da cidade,
A abrigar uma gótica catedral,
Ao lado de históricos prédios
Bem próxima ao berço,
Local de origem da cidade

Patéo do Colégio,
Vizinho ao Solar, morada da Marqueza de Santos
Local onde existe um amplo espaço,
Com um imponente e imenso monumento,
Tendo um sino nas proximidades
Origem da famosa cidade

Agora a servir de abrigo para mendigos
Triste abandono!
Ao redor, prédios feios, pichados
Em contraste com o prédio histórico
A abrigar a sede da justiça estadual

Nesta região muitas construções históricas existem
Prédios imensos, imponentes
Grandiosas entradas, escadarias
Alguns conservados, outros nem tanto

Passeios largos,
De uma cidade antiga,
Despreocupada com seu passado
Antiga história recente

Longos trajetos a percorrer,
Transportes mil a utilizar,
Azafama diária
Tempo para ler,
Na vida pensar,
Descansar
Para que no dia seguinte
Tudo novamente se possa,
Começar

Afinal, a vida não pode parar
Na cidade que nunca dorme
Mesmo ante um tempo frio
Que a nós consome

Quanto seu frio, a atmosfera,
Nos envolve
Noite escura, sem estrelas, sem lua,
Sem brilho

Mil roupas pesadas para usar
Para com isto tentar fazer,
Com que o frio externo,
Não nos invada a alma

Tempo triste, a nos fazer
Voltarmos para nós mesmos
Vento frio e gélido, cortante,
A nos invadir

Sinto saudades do sol
O tempo cinza, ora azul
A entristecer os dias, as tardes,
A anoitecer mais cedo

Anseio pela claridade do sol,
Seu vapor cálido,
Sua brisa suave

Na barafunda das confusões
Algumas árvores,
Flores esparsas,
Hibiscos vermelhos, com suas exóticas flores,
A nunca se abrirem,
Um ipê florido,
Com suas roxas flores,
A despetalar-se, formando um modesto tapete,
Em contraste com a riqueza floral,
De outro conhecido ipê

No Viaduto do Chá,
Magníficas e imponentes construções
Histórico prédio com persianas vermelhas,
Entalhes de metal a ladear o Viaduto,
O Teatro Municipal
Algumas árvores
O imenso e aberto campo, embaixo

A Ladeira da Memória,
Com seus bonitos e entristecidos azulejos,
Obscurecidos, pela indiferença da memória,
Em ironia ao nome do afamado monumento

Em alguns lugares,
Painéis a lembrarem,
As origens históricas da região
E as antigas construções,
Que hoje não mais existem
É pena!

Pena não se preservar um passado
Passado este teimoso,
Que insiste em resistir,
Em algumas construções da cidade
Igrejas, prédios históricos,
Uns de taipa, outros não

Monumentos deixados ao léu,
Tendo por homenagem, apenas o esquecimento
Lugares que serviram para celebrar a glória,
De tempos passados

Quanta vida, quantas histórias,
A desfilarem por tais cenários
Cidade sem muitas cores,
Por ora encantadora por sua imponência,
Regiões valorizadas, com belas,
E modernas construções,
Amplas avenidas

Tudo muito chique!
Por oras, soturna, triste,
Abandonada!

Ao redor dos trilhos das ferrovias,
Muito abandono,
Velhas fábricas,
Berço da industrialização

Que rico contraste te faz
São Paulo, seres o que és!
Cidade das maiores e melhores realizações
Do esquecimento, e também do ocaso

Necessário se faz, a isto melhorar
Para que a cidade se torne
Além de uma grande metrópole
Cenário de iguais oportunidades a todos
Cidade monumental

Cidade que nunca para,
Que nunca dorme
Sempre grandiosa em seus aspectos
Grandiosa também sejas,
Em oportunidades

E assim fico a sonhar flores
Cores, cores, cores e mais cores!
Voltemos as plagas do labor!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Hino da Revolução de 9 de julho de 1932

Segundo a página São Paulo in Foco, trata-se do Hino do Partido Constitucionalista (site: http://www.saopauloinfoco.com.br/hino-partido-constitucionalista/), porém conhecido por muitos como Hino da Revolução Constitucionalista.

Hino do Partido Constitucionalista

“Da alma cívica de um povo,
Irmanado nas trincheiras,
Surgem as novas Bandeiras,
Criando um São Paulo novo.

Povo heroico à luta afeito,
Firma a sua tradição,
Tendo nas mãos o direito
E a pátria no coração.

Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!
Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!

Anima o surto grandioso
Que a nossa alma retempera
A ânsia andeja de Raposo
E a firmeza de Anhangüera

Rumando a novas conquistas,
Fiel ao destino da raça,
Ei-lo! Abre Alas, Paulistas,
pois é São Paulo que passa!

Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!
Marchemos cheios de glória!
Conosco marcha a vitória!”

 

CANTARES


I
Lua branca,
Deitada em leito de noite escura
Sem estrelas,
No triste firmamento cinzento das cidades

Minguante ou crescente,
Em formato, ornato de arco
Candida e lindamente repousa
Em outras regiões

Nos seus arrabaldes,
Aglomerações de construções,
Lindamente iluminadas aos pés da serra verdejante
A comporem cidades várias

Lá ainda resistem os céus estrelados,
Embora a lua esteja reclusa
Escondida em meio a estrelado firmamento

Restrita a visão,
Aos limites em que o pequeno jardim,
Florido e recoberto de verde,
Pode alcançar

Quantas noites de lua e estrelas
Ricos horizontes a se vislumbrar
Lindas visões para deslumbrar

II
Penso, leio, devaneio
Procuro as melhores coisas do viver
Os melhores sentires,
O conhecimento
E os melhores adornos
Pois se enfeitando por fora
Traduz-se o reflexo do interior florido

A beleza do mundo mental
A transbordar para o mundo material
Traduzido em suas melhores vestes, calçados, adornos
Beleza interior,
A ser complementada pela beleza exterior

III
Não temas!
Valorize o caráter intimorato
Das qualidades intrépidas e destemidas
Mas não irresponsáveis

Cultive as melhores qualidades
Sempre sendo intemerato
A valorizar a clareza,
Suprema pureza,
Sem jamais corromper-se
Pelas veleidades do mundo

IV
Valorize a quem, e o que te valoriza
Deixando as coisas demais,
Para trás

V
Quem não se enfeita, se enjeita
Já dizia sábia bela dama
Dona de seu corpo e de seu viver
Segura e convicta de seus passos

Será de fato, que assim o foi?
Linda e poderosa,
Porte altaneiro,
Delicada e cheia de garbo

Beija, Dona Beja
Será que realmente exististes?
Acaso roubastes olhares de fúria e de cobiça?

Mulheres invejosas de sua beleza
E homens sequiosos de seus encantos
Moça sabedora de sua beleza
Dotada de extrema inteligência

A ombrear com os melhores,
E mais bem dotados de saber do lugar
Iletrada, no vulgo saber
Onde necessário se faz tracejar letras
E em sua junção, formar palavras,
Agrupadas a formarem textos
Muitas grandes mulheres também o foram

Mas em que pese este detalhe,
De somenos importância
Não se encontraram elas despidas
De maior importância

Beija, linda Beja
Quanta bocas terá beijado?
Será que de fato,
Por algum homem terás sonhado?

Princesa de Araxá
Porventura seu modo livre de viver,
Acaso foi escolha sua?

Creio que não
Pois ninguém escolhe o caminho mais árduo,
Mais inconstante e mais longo
Constituído das pedras mais duras e íngremes

Acaso foste feliz em algum momento?
E nesta pergunta,
Talvez se encontre escondida sua resposta
Quem de fato nunca experimentou a felicidade,
Ainda que por um breve instante?

Julgada por muitos,
Condenada por quase todos
Mas aos poucos sendo respeitada
Soberana de sua vida

Com o passar dos anos
Abandonaste a vida de luxúria
Passaste a viver simplesmente
Em que pese toda a fortuna amealhada

Um rico diamante,
Fora encontrado em suas jazidas
Muito tempo após sua partida destas terras

Decerto fostes encantar os céus
Com sua beleza, sua inteligência
E seu encantamento
Rico deslumbramento!

Se fostes livre de fato,
Por escolheres a vida que levastes
Não o sei!

Mas livre fora,
Ao se desvencilhar dos julgamentos alheios
Dos pré conceitos
Das ideias preestabelecidas de seu tempo

E seguiste com sua vida
Procurando cultivar a beleza,
Em todos os seus matizes
Linda e vaidosa,
Com seus trajes, penteados, joias
Seus objetos de toucador,
Sua morada, suas plantas, suas flores
Transformando a tudo que tocava,
Em instrumentos de encantamento,
E de grande beleza

Linda, muito mais que linda
Beja, Dona Beija
Eterna feiticeira de Araxá!

VI
Beleza, incomparável chamariz!
Considerado por muitos atributo e qualidade,
Daquilo que é belo
Combinação de atributos,
A tornarem agradável a visão de um conjunto
A aguçarem os olhos e os outros sentidos

Beleza, atributo de quem é belo
Beleza de quem é bela
Pessoas belas, homens, mulheres, crianças

Coisas belas, plantas, árvores, flores
O sol, a lua, o céu, as estrelas, o mar, os rios,
Marte, os Anéis de Saturno

Coisas, objetos, construções,
Edificações bonitas
Em feio sendo,
O que é desprovido de beleza,
De encantos, atrativos, de adornos
Em sendo portanto,
Defeito, ou não!?

Acaso podendo encontrar-se beleza,
Através de outros ângulos
Mas nunca o abandono completo da beleza!

Muito embora algumas coisas
Sejam tão horrivelmente feias,
Que impossível é extrair delas,
Algo de belo, algo de bom
Natural que algo que não nos agrada
Seja por nós considerado feio,
Quando não, horrível

Gostamos daquilo com que nós nos identificamos
Com o que se parece conosco
Muito embora nem sempre
O que muito difere de nós,
Seja causa de estranhamento

Sendo a beleza, a causa da atração
Beleza estética, beleza no vestir,
No porte, na postura, nas ideias,
No pensamento, no trabalho,
No andar, no caminhar
Pois tudo, pode ser belo

Afora a feiura, a que tudo estraga
E mesmo o feio,
Pode procurar alguma beleza em si
Pois a beleza é inconstante
Por vezes inata, por vezes buscada
E em se buscando a beleza,
Nada se perde
Ame a beleza
E se enfeite, de todas as cores, formas e tons
Pois a vida é cor e movimento

Estando a beleza nas pequenas grandes coisas
Vista-se bem, coma bem, durma bem
Leia bem, em clara e boa impressão

Veja bem, ande bem, viva bem, ouça bem
E acima de tudo, ame a beleza
Beleza a se manifestar nas menores coisas
E nas maiores também

A beleza física das pessoas,
Mas sobretudo, a beleza intelectual e moral
Enfeite sua vida de beleza,
E assim, enfeite-se
Pois como disse uma bela jovem,
Nascida em tempos de antanho
Senhora de sua vida e soberana de seu futuro,
E acima de tudo, consciente de seus encantos:
Quem não se enfeita, se enjeita!

VII
Gabriela, morena formosa
Flor no cabelo
Com suas longas madeixas,
A balançarem ao vento
Vestes simples, encardidas com o uso,
Chinelas gastas

A desbravar o sertão,
A fugir da fome e da seca
Como as mulheres brejeiras desta terra
Que nos campos viviam

Matreira,
Como as moças em sua condição devem ser
Sempre assediada por homens cobiçosos
Astuta, sem agredir interesses alheios

Cabocla, de tez acobreada,
Com cheiro de cravo e sabor de canela
Especiarias da terra

Mulher da cor da terra,
Do chão em que pisas,
Vermelho e bruto
Sempre a sorrir,
Carregando seus quitutes
Balançando os quadris, com seu gingado

Ser do sertão,
Sertaneja livre e cheia de predicados
Dona de boa mão para os quitutes,
Comes e bebes
Dona de mão boa,
Para as artes culinárias
E também as artimanhas do amor

De simples viver,
A contentar-se com as coisas mais simples da vida,
Sem agastar-se pela ausência de luxos

Em feliz sendo,
Por ter um teto para se abrigar,
Uma cama onde deitar o corpo,
Cansado da lida diária

Em ser feliz,
Por ter roupa limpa para vestir,
E alimento para suprir as necessidades do corpo
Tina com água, para o corpo lavar,
Chinela e roupa nova e simples para usar
Lindos presentes ganhos
E, moço bonito para namorar
De nada mais precisando,
Além do sol, do chão batido, o ar que respiras

Os passeios alegres pelas ruas da cidade
A alegria e as brincadeiras das crianças
Criatura agreste,
Bruta, como as pedras duras do sertão,
E o chão rachado pela seca e pelo sol,
Repleto de cactos e espinhos

Plantas xerófitas, com raízes profundas,
A armazenar água e nutrientes,
A suportar o calor causticante do sol
A matar a fome e a sede dos viandantes
Resistem indômitas as agressões externas
Bravas como nossa guerreira,
Adorável heroína do horário das onze horas

Retirada das páginas colossais,
De um belo romance inesquecível
Gabriela, formosa mulher
Bruta como o solo do sertão
Mas também remanso,
Lugar de descanso,
Mesmo em meio a aridez da caminhada

Mandacaru, cactácea altaneira, a exibir linda flor
Campo de árvores retorcidas, caatinga
Cactáceas, palma doce e com espinhos,
A servir de alimento na jornada
Beleza e brutalidade!

Bruta e ao mesmo tempo doce
A trazer em si o seu oposto
Antidoto e veneno
Gabriela, cravo e canela
Agreste, brejeira, faceira

Sertaneja, sofrida, e ainda assim, altiva
Digna em sua liberdade
Apenas e simplesmente,
Completamente livre
Sem nunca poder ser,
Domesticada

Sem aceitar adornos e donaires
Sem garbo ou elegância
Em simples sendo, para simplesmente ser

Gabriela, brejeira da cor de canela
Cheiro de cravo, sabor de canela
Pura e simples, Gabriela
Ser enviado por Deus

VIII

Canto alegre, por que o instante existe
Como a parafrasear a linda frase escrita
Da poeta/poetisa Cecília Meireles

Cujas palavras lançadas
Grande inspiração me acomete neste instante
Digníssimos os cantares da poesia

A vida deveria pura poesia ser
Pois a arte encantamento traz,
Além de alívio, paz e conforto
Afastando para longe,
As tristezas e incompreensões do mundo

IX
Vapores aromáticos,
Resultando de substâncias aquecidas
A exalar bons odores para o ambiente,
Perfumando-o
Incensos, a incensarem os ambientes religiosos

Fumaça a exalar de recipientes adrede preparados
Turíbulos a espalharem odores
Na época da Média Idade
E através desta fumaça
A origem da palavra perfume

E nesta busca por odores mais agradáveis
Foi dado ensejo a busca por óleos aromáticos
Utilizados desde os primórdios da história

Como forma de mascarar odores
Ou suavizar a aridez de temperaturas desérticas
Como o fora no antigo Egito,
E noutras antigas civilizações
Que utilizavam-se de unguentos aromáticos
Pétalas de rosas, e outras flores e ervas maceradas
E a greve fazerem, na ausência de tais recursos
Que agradáveis sensações traziam para seus adeptos

Com o tempo, surgiu o procedimento
Consistente na extração de óleo das flores,
Através do processo de de destilação
O qual, mistura óleos e pétalas de flores amassadas
Resultando em fortes misturas
Dando ensejo a criação dos perfumes líquidos

Processo o qual perdura até nossos dias
Sendo que a primeira essência a surgir
Foi a Água de Rosas, utilizada até hoje

E o perfume a se desenvolver cada vez mais
E a resultar da mistura de óleos, flores, frutas
Entre outros ingredientes

Como hoje são as combinações aromáticas
Cítricos florais,
Cujas matérias-primas são extraídas das cascas de frutas
Denominados frutados

Florais Aldeídos,
Extraídos de flores ou desenvolvidos de forma sintética
Com aroma suave e delicado

Fougére,
Cuja matéria-prima geralmente é extraída da madeira,
Ganhando a denominação de amadeirados

Chipre Florais,
Geralmente extraídos de musgos,
Possuem um belo toque de sofisticação
Orientais Florais,
Feitos de especiarias e plantas exóticas
Possuem aroma marcante

Couros Secos,
Cujas fragrância seca
É o resultado da extração de tabaco, madeiras, couros, musgos

Aldeídos Florais,
Que nada mais são que uma mistura sintética
Usada em perfumes clássicos e sofisticados,
Com frescor inicial forte e picante
Aromáticos Secos e Frutados,
Mistura e bela combinação de elementos secos e frutados
Fragrância híbrida

Utilizando especiarias, condimento e ervas
Fragrâncias que ao serem aplicadas sobre a pele
Evaporam o álcool rapidamente
Subsistindo as substâncias aromáticas,
As quais permanecem por várias horas

Perfume nada mais sendo,
Que a combinação de ingredientes voláteis,
Dissolvidos em álcool, que se espalham no ar
Cabendo salientar que o perfume
É extrato aromático,
Com menor teor de álcool possível

Saliente-se que a fixação do perfume,
Deve-se às notas de base ou de fundo
Cujos ingredientes mais densos e persistentes,
São capazes de atuar na composição,
A proporcionar uma difusão mais lenta

E assim, cabe mencionar que a notas de Saída – Cabeça,
São as notas mais leves que evaporam do frasco
Sentidas logo após a sua aspersão
No que diz respeito as Notas de Coração,
Estas são a personalidade do perfume
Em nada mais sendo,
Que as notas que expressam,
O tema principal da fragrância

Menos voláteis,
Evaporam mais devagar,
Sendo sentidas assim que o perfume sai da pele

Tratam-se de notas mais encorpadas
Como as de flores, folhas e especiarias

Notas de Fundo – Base,
Garantem o poder de fixação da fragrância
Definindo o cheiro que se difunde na pele
São pouco voláteis,
Cujos ingredientes evaporam lentamente,
Sendo o último acorde a ser percebido
E o que permanece por mais tempo
Tratando-se de notas mais densas que as demais

Criação de perfumes,
Tarefa rica e delicada
Na qual o perfumista cria fragrâncias marcantes,
As quais podem reunir até 300 matérias-primas
Sendo este profissional,
Capaz de distinguir mais de 3 mil cheiros
E a combiná-los,
Em uma quantidade ilimitada de fórmulas

A força de um perfume
Depende da concentração,
De extrato aromático,
E das matérias-primas,
Usadas em sua composição

Flores compõem boa parte
Das principais criações dos perfumistas
Sendo utilizadas principalmente a rosa e o jasmim,
Tendo outras flores a serem utilizadas em escala menor

Os perfumes também,
Trazem em sua composição,
Óleos essenciais os quais são extraídos
De raízes, caules, folhas, sementes,
Frutos, resinas, cascas de árvores, entre outros
Criando-se uma gama infinita,
De possibilidades de combinações

Salientando-se que há um século
Existiam cerca de cento e cinquenta ingredientes,
Os quais poderiam ser usados,
Na fórmula de uma fragrância

Hoje há mais de três mil opções
Em elementos químicos sintéticos,
Base dos perfumes modernos

DICIONÁRIO:
Intimorato - adjetivo - não timorato, que não sente temor; destemido, valente.
Intemerato - adjetivo - não corrompido, sem mácula; íntegro, puro, incorrupto.
Veleidade - substantivo feminino o grau mais baixo da volição; vontade inútil, imperfeita. 2. assomo de presunção, afetação ou vaidade.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Canções Natalinas

Luzes, brilhos, enfeites, ornatos diversos
Velas, luminosos em tons neons
Papais Noéis aéreos,
A pose fazerem, nas varandas das casas

Arvores repletas de lâmpadas luminoscentes
A cidade enfeitada de dourado
Prédios e construções adornados
Luzes e brilhos piscantes
As harpas e os sons a enfeitarem as harmonias celestes

Vestidos tomaras que caia pretos com bolinhas brancas,
Com seus brilhos prateados
Frentes únicas em jogo de saia e bluse tie and die roxo,
E longo vermelho
Tomara que caia, com brilhos, muitos brilhos

Que luxo poder cear em linda mesa decorada
Com toalha em motivos natalinos
Castiçais de conchas em velas enfeitadas,
Porta guardanapos em papelão repleto de folhas e conchas

Arvore de Natal, imensa e guarnecida de sinos dourados,
Bolas vermelhas, prata e douradas, papais noéis voadores,
Pisca-piscas e Papai Noel em branco, cantador

Mesa de madeira, ampla
Cadeiras de espaldar alto, revestidas de couro tingido de verde
Muito luxo e requinte

Passeios a beira-mar
Céus de profundo azul bordado de nuvens brancas
Densas, volumosas

Lua branca, branca lua
Estrelas poucas
Repletas em céus de Peruíbe

As nuvens a fazerem par com um céu azul profundo
A recobrirem as serras de branco
Pouco sol

É Natal e Ano Novo
Todos juntos, todos unidos, coisas misturadas!
Lembranças das coisas melhores
E das maiores coisas da vida
Saudações a todos!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Caminhando

Caminhando em meio a um tapete de verdes folhas
Contemplei uma feia manhã
Tempos cheios de gentes
Dificuldades para se chegar onde se quer

As flores faltas no caminho
As veredas sem a beleza dos mares, das praias e das areias
Caminho apressada para chegar em um lugar estranho
Conhecer novas realidades, adquirir novas práticas

E o mar tão longe, companheiro de calmarias e de alegrias
Gosto de senti-lo chegando de leve, a molhar meus pés
E da mesma maneira se afastando matreiro

Contemplar o desenhar da cidade
Suas luxuosas construções, casas suntuosas, prédios poucos
A exceção de uma imponente construção em forma circular

A feirinha noturna com seus artesanatos, suas delicadas e sortidas bijouterias
O encanto da noite
Em andanças motorizadas,
Um brinde a um céu com algumas estrelas, e uma lua a se formar,
Em seu formato semi circular, ao céu enfeitar

A noite a se impor ao cenário
Mostrando uma torre e sua antena de tevê,
A iluminar a cidade, como a um farol

O Manacá ainda florido, Lantanas viçosas
As borboletas e os pássaros que insistem em visitar o belo jardim
As inflorescências, expectativa de melhores dias
Com a promessa de flores a desabrocharem sobre nossos dias

O sol tímido, a beijar o solo
E aos poucos, a colorir nossas peles, mudando seus tons
Seu reflexo no espelho das águas, a tocar a superfície das águas
O corpo exangue, mas a alma cheia de luz

Momento para se deitar o corpo,
E deixar os pensamentos adormecerem
Isto se os mesmos, não voarem livres pelo mundo
Mundo afora, sem prisões, sem amarras

A noite, o suave perfume da dama da noite
O jardim iluminado, pelo spot de luz
E a vida a desfilar ante meus olhos
Maravilhas para se contemplar
O pé de vento a revolver as folhas depositadas pelo chão
O verde a adentrar as salas, os ambientes
As flores se foram, deixando as árvores expostas, com seus galhos ao luar

Lua agora assuma seus redondos contornos
Redonda, tão alta,
Que mal se pode avistar se não houver um atento olhar,
A descobrir o evento apenas em um relance

E a noite escura, a tudo envolver
As cidades, as casas, os prédios, as fachadas iluminadas
Luzes amarelas e brancas, a rivalizarem com a escuridão da noite
Negro véu a envolver a cidade
A esconder a feiúra dos dias,
O concreto das construções

Em cidades pulsantes, que não param
Sempre fervilhantes de vidas,
A nos contemplarem com seus transtornos diários
E os caminheiros, caminhantes
Enfrentando a fúria dos dias,
Os diários desafios da lida

E as tardes cambiantes, a mostrarem seus mil tons, ao longo das horas
Céu plúmbeo,
Que de acinzentado, se esforça por ser azul,
Com nuvens brancas a percorrê-lo,
A desenhar mil formas no firmamento inconstante

E o céu segue seu turno
As vezes faltos nas vapóreas formas
Céu sisudo e sem alegria
E conforme as horas da tarde se expõe;
O azul se torna amarelo, claro
Ora adquire tons mais escuros,
Azuis intensos, dividindo espaço com tons róseos, violáceos, amarelos, alaranjados

Ás vezes, um sol percorrer as estradas, os caminhos
A se esconder em meio as construções,
E após se mostrar em todo o seu esplendor majestático
A descoberta de novas atrações, novos interesses, novos conhecimentos

Novas canções a nos embalar
Novas formas do viver
Coletividade a conversar, a rir, as pessoas a maldar
Muitos, com as vidas alheias a se ocupar,
Outros entretidos com seus MP3, Ipod’s, MP4, celulares
Seus sons e melodias de bom ou péssimo gosto

Leituras várias, best-sellers, boas obras ou não
Muitos quietos apenas
Diferentes formas do vestir, pessoas limpas, asseadas, outras nem tanto
Educadas, mal educadas, deselegantes,
Bem vestidas ou não,
Usando as cores, as formas e os modismos da hora

Sapatilhas diversas, calças justas nos mais diversos corpos, botas
Calças largas, blusas de moleton, acolchoadas,
Blusinhas com faixas, leggins, tênis, saltos
Corpos preparados ou não para tais ousadias
Gorduras a saltarem em meio a decotes, calças de baixas cinturas...

E a vida segue, sempre segue,
Sempre atulhada de gentes
Quem dera todos tivessem a se ocupar do que fato interessa!
Espero que ao menos a maioria assim o faça
E nossas vidas então, sigam em paz

Pois se não assumem as responsabilidades de nossas vidas,
Por que então se ocupam dela?
Ou será melhor cuidar da minha saúde, já que cuidam tanto assim de minha vida?

Pensando bem, não seria melhor enviar as faturas e as cobranças diárias,
Para quem insiste em da nossa vida tomar conta?
Percebo que cada minuto concedido, possui a beleza das coisas raras
A singeleza do que não se repetirá, e a delicadeza dos momentos sublimes,
E que cada segundo desperdiçado com banalidades como essas,
Faz me perder o bom da vida,
E a suprema felicidade de viver o que existe de melhor no mundo

Pois o mundo apesar das misérias, das humanas mazelas
Tem muito de belo para nos ofertar
Só precisamos de um olhar para contemplar,
E ver além do óbvio, além do banal
Pois viver é enxergar além das aparências, além das superfícies

É adensar os conhecimentos, penetrar a essência das coisas, dos objetos, matéria ou não
É ver além do que nos é diretamente mostrado,
Sem perder o foco da beleza das coisas, a qual reside não apenas na aparência,
Muito embora esta faça parte do conjunto
E assim, se não podemos ser o tempo todo felizes,
Possamos ao menos termos nossos alegres momentos

E a vida segue ante meus olhos, nem sempre atentos
E eu sigo meu caminhar perante a vida
Espetáculo que desfila diariamente ante meus olhos
E eu sigo pelas veredas dos caminhos
E a vida segue, e eu sigo a vida
E os acontecimentos se sucedem, múltiplos ...

Luciana Celestino dos Santos
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