Poesias

domingo, 30 de agosto de 2020

Cambuci - O Reduto dos Imigrantes

Há pouco mais de cem anos, o Cambuci não passava de um pacato pouso de viajantes e tropeiros, que seguiam pelo antigo Caminho do Mar, ligação do litoral ao planalto paulista.
A riqueza produzida pelo ciclo do café, e a política do governo brasileiro de atrair imigrantes para substituir a mão de obra escrava, gerou um grande fluxo de trabalhadores europeus, para a capital de São Paulo.
O Bairro do Cambuci acolheu grande leva desses imigrantes que, desembarcando no Porto de Santos, acomodavam-se em pensões e vilas, em Bairros Paulistanos como o Cambuci. cambuci.htmcambuci.htm
Nas duas últimas décadas do século XIX, ocorreu um processo natural de agrupamento da população estrangeira que, ao redor da antiga Chácara da Glória, criou condições para a formação do Bairro. 
A existência das várzeas, com seu nítido caráter operário, em razão da proximidade e concentração das primeiras industrias, que vieram a formar o grande Parque Fabril da capital de São Paulo, aumentou as condições de reunião desses imigrantes. 
Não existindo qualquer infra-estrutura pública, a própria população trabalhadora abria ruas e erguia casas, transformando a paisagem urbana da região, o que favoreceu um considerável, adensamento populacional.
Em maio de 1900, a chegada do bonde elétrico da empresa inglesa Light & Power causou um grande alvoroço. 
Os antigos veículos puxados a burro, estavam com seus dias contados. 
No Cambuci, a Light instalou suas Oficinas Gerais, criando emprego para grande parcela da população.
Aos poucos, consolidava-se o perfil do Bairro: um misto de residências, comércio e serviços que, por sua relativa proximidade ao centro da cidade, permaneceu com essas características até os dias atuais.
Alguns dos festejos religiosos mais tradicionais da cidade, tiveram início no bairro do Cambuci. 
Até hoje, são famosas as festas cristãs e pagãs do Bairro como o Carnaval, as quermesses e a Malhação do Judas.
Outra característica curiosa do Bairro, foi a de reunir os primeiros times de futebol de várzea, esporte trazido ao Brasil pelos ingleses no final do século XIX. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Butantan - Portal de Saída dos Bandeirantes

O Butantan foi descoberto no final do século XVI, quando jesuítas e bandeirantes, dirigiam-se à região do futuro forte de Emboaçava. 
O bairro nasceu em uma área de várzea, e o seu nome inicial era Ybiatá, "taipa de terra socada", na língua Tupi-Guarani. butantan.htmbutantan.htm
Os bandeirantes e tropeiros utilizaram-se dos caminhos feitos pelos índios, em busca de ouro e pedras preciosas, existentes nas Minas Gerais. 
Assim, iniciaram a formação das primeiras estradas que ligavam São Paulo, às demais regiões do Brasil. 
O Butantã tornava-se o portal de saída da cidade para boa parte dessas viagens.
A implantação do internacionalmente conhecido Instituto Butantã, deveu-se a um surto epidêmico de peste bubônica, iniciado na cidade de Santos. 
Eficaz em suas pesquisas sobre venenos de animais peçonhentos, o Instituto tornou-se famoso, especialmente pelo pioneirismo na produção de vacinas.
O IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, é outro órgão conceituado localizado no Bairro. 
Ali são feitos laudos técnicos, solicitados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, além de suporte tecnológico às indústrias de construção civil, química, petroquímica, e outras empresas da iniciativa privada do estado.
O Jóquei Clube de São Paulo, inaugurado em 25 de Janeiro de 1941, tornou-se também uma dos mais importantes associações de fins recreativos da sociedade paulistana, sediado na Cidade Jardim, parte da região do Butantã.
Além dessas instituições, criadas no século XX, o Bairro mantém dois patrimônios históricos do período de sua fundação: a Casa do Bandeirante, localizada na Praça Monteiro Lobato, e a Casa Sertanista, na Praça Dr. Ênio Barbato.
Para a execução de seu terceiro projeto de urbanização na capital paulista, consolidando o Butantã como Bairro Residencial, a Cia. City adquiriu uma grande propriedade da família Vieira de Medeiros, no ano de 1915. 
A valorização do Bairro se deu pela presença do Jóquei Clube, e pela proximidade da Cidade Universitária. 
O loteamento foi iniciado antes da implantação dessas instituições. 
Ainda em 1918, a City Butantan começou a ser construída, com padrões de urbanização característicos do Bairro Jardins, atraindo um público de alto poder aquisitivo. 
Desde o início, suas avenidas largas e fartamente arborizadas, mantiveram a preocupação com a qualidade ambiental, nos melhores padrões europeus. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Bom Retiro - A Tradição Milenar do Comércio Judaico

A inauguração, em 1867, da São Paulo Railways, conhecida como "A Inglesa", e, mais tarde, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, favoreceu a construção de galpões para depósitos de mercadorias, estrategicamente próximos das estações ferroviárias, ao longo de Bairros como o Bom Retiro.
Anteriormente, a presença de grandes chácaras e propriedades rurais, caracterizou o conhecido Bairro comercial do Bom Retiro como local, dentro da capital paulistana, convidativo à caça e pesca.
Em torno de 1881, iniciaram-se os primeiros loteamentos que atraiam os imigrantes. 
O Bairro constituía-se como um Bairro residencial de cunho proletário.
Em 1912, foi instalada no Bom Retiro, a primeira Sinagoga de São Paulo, por iniciativa de judeus originários da Europa. 
Com o passar dos anos, o Bairro chegou a abrigar 10 Sinagogas, que atendem os grupos israelitas de diferentes origens. 
Dentre as contribuições culturais da colônia judaica à cidade de São Paulo, destaca-se o Teatro de Arte Israelita Brasileiro, o TAIB, também no Bairro.
Na década de 1930, o Bairro sofreu um rápido processo de adensamento de comércio e residências, ao lado de pequenas chácaras, estábulos, e mesmo de terrenos baldios.
Outra grande comunidade que se agrupou no Bairro, foi a dos imigrantes árabes, tradicionalmente conhecidos como introdutores do sistema de venda, por crediário, de roupas e produtos de uso doméstico de porta em porta. 
A facilidade para financiar as compras, fez o mascate árabe, ser popularmente conhecido como "o turco da prestação".
Ao final da década de 1950, a ocupação de estabelecimentos comerciais, impôs-se às residências. Começaram a surgir as galerias e centros comerciais. 
Das matracas e dos pregões que eram a forma primitiva de anunciar seus produtos, os comerciantes árabes e judeus, foram evoluindo para a criação dos bazares em pontos fixos, e para a formação de tais galerias que reúnem lojas diversas. 
Roupas, calçados, colchas, toalhas, e até aparelhos domésticos, a preços atrativos. 
Quase tudo pode ser comprado no Bom Retiro.
No final do século XX, chegaram os coreanos. 
Com eles, cresceu a característica de mosaico comercial do Bairro do Bom Retiro. 
A venda de produtos em atacado para pequenos comerciantes, que vem de outras regiões do Brasil e da América Latina, gera um grande movimento na economia do Bairro. 
E proporciona oportunidades para os vendedores ambulantes, que praticam o comércio informal. 
Em função da situação econômica do país, essa atividade cresce a cada dia, especialmente no Bairro do Bom Retiro. 
Essas atividades, no entanto, não prejudicam o mosaico comercial que caracteriza o Bairro. 

Bom Retiro dos Imigrantes 
"O maiore distritto di Zan Baolo
O maise bello e ch'io maise dimiro
É o Bó Retiro" (Juó Bananére)

Juó Bananére nunca existiu. 
Mesmo assim, escreveu um dos mais ricos e reveladores retratos da São Paulo do início do século que se conhece: La Divina Increnca. 
A cidade era então primordialmente italiana. 
Nada mais natural, portanto, que um conterrâneo de Dante, descesse ao inferno da jovem metrópole e narrasse, num misto de italiano e português, as aventuras que pululavam pelas ruas da Paulicéia.
Nessas aventuras, o Bairro do Bom Retiro tem um papel central. 
O que também não é de se estranhar. 
Afinal, desde a construção da São Paulo Railway, inaugurada em 1867, o Bairro, devido a sua proximidade com as estações ferroviárias, se tornara um ponto efervescente para armazéns, que guardavam as mercadorias trazidas pela famigerada "inglesa". 
Não tardou que surgisse uma indústria que transformasse essas mercadorias, marcando definitivamente, com fisionomia operária, o Bom Retiro.
Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, o verdadeiro autor de La Divina Increnca, estava situado de maneira privilegiada, para descrever o que ocorria no bairro e na cidade. 
Apesar de ostentar um sobrenome inconfundivelmente brasileiro, fora aluno da Escola Politécnica, localizada na rua Três Rios, lá no Bom Retiro. 
Pôde provavelmente, assim, presenciar, em primeira mão, muito do que depois narrou.
O Bom Retiro de Juó Bonanére, pouco tinha a ver com o bairro original. 
Apesar de apenas 1.600 metros o separarem da região central da Sé, tinha sido, até a construção da estrada de ferro, uma aprazível região de chácaras, procuradas, durante os finais-de-semana, como refúgio, pelas mais abastadas famílias de São Paulo. 
Uma delas se chamava justamente Bom Retiro.
A segunda leva importante de imigrantes modifica, mais uma vez, a cara do Bairro. 
Se os italianos que tinham se instalado, desde 1880, nas proximidades das estações ferroviárias eram em geral operários, os judeus que passam a chegar a partir de 1900, são principalmente comerciantes. 
Substituem os sírio-libaneses, que como mascates, comerciantes ambulantes, percorriam o Brasil, oferecendo uma ampla gama de mercadorias, para a população de baixa renda. 
A imigração mais antiga, dos assim chamados mascates turcos, já que eram naturais de países então pertencentes ao império otomano, com o tempo, passara a se fixar em alguns pontos de comércio e indústria ligeira. 
De qualquer forma, tanto uns como outros, ofereciam muito mais opções de consumo para os trabalhadores das fazendas, do que as anteriormente existentes com os "barracões", controlados pelos proprietários rurais. 
Boa parte das grandes redes de magazine, que ainda vendem a prazo, tem sua origem nesse tipo de comércio.
Porém, um ponto, em especial, diferencia os judeus, dos sírios e libaneses. 
Os últimos são em número muito maior do que os primeiros, cerca de dez vezes mais, o que possibilitou que se dispersassem pelo país. 
Os pouco numerosos judeus, em compensação, que hoje são cerca de 150 mil em todo país, se quiserem manter sua identidade, precisam se concentrar em áreas específicas, tendo escolhido principalmente os grandes centros urbanos para tanto.
Na capital do estado de São Paulo, onde se encontra quase a metade dos judeus brasileiros, se instalam, de início, principalmente no bairro do Bom Retiro. 
Lá se especializaram no comércio e na indústria ligeira, de confecção de roupas feitas. 
A rua José Paulino, passagem única da Estação da Luz para o Bom Retiro, tinha e ainda tem, papel central nessas atividades. 
As palavras de Hilário Dertônio, servem para descrevê-la ontem como hoje: 
"Muitas velhas casas da rua foram derrubadas, e no lugar se construíam grandes galerias, com centenas de lojas em cada uma, principalmente de artigos de vestuário, muitas delas tendo, nos fundos, suas próprias oficinas de costura, ou fábricas de malhas, gravatas, e quejandas mercadorias. 
Sobrou pouco espaço para o restante do comércio: há duas ou três farmácias, panificadoras, agências bancárias, casas de lanches, leiterias, repartições públicas, construtoras, administradoras, casas de móveis, transportadoras, apenas o suficiente para que a rua possa viver. 
O restante são lojas, lojas, lojas, onde todos os seis milhões de paulistanos poderiam se abastecer".
Dos judeus que substituíram os italianos como população majoritária do bairro, aos coreanos, bolivianos e peruanos que não param de afluir, pouco parece ter mudado, no Bom Retiro. 
É verdade que as enormes diferenças culturais, dão a impressão da existência de uma quase arqueologia urbana no Bairro, que deixa sobreposta, em camadas pelas ruas, a contribuição de cada povo. 
Por outro lado, atrás da leva de imigrantes, também vieram a exercer atividades econômicas similares, fazendo uso de expedientes também parecidos para produzir e comerciar. 
Especializaram-se na venda de roupas baratas, produzidas em precárias confecções, onde na falta de capital, o trabalho é intensivo. 
Souberam se beneficiar da proximidade com as estações ferroviárias, ponto para, e de onde afluem, as mercadorias demandadas, pelas camadas mais pobres da megalópole paulista.
Assim, com engenho, e de forma muitas vezes brutal, vão superando suas limitações. 
No final, mudam-se do bairro decadente, como fazem atualmente os judeus e os coreanos, e antes deles os italianos, para que ai só fiquem os mais pobres, hoje de rostos andinos, submetidos a um regime de trabalho próximo da escravidão. 
É quase certo, portanto, que bolivianos e peruanos, não nutrirão desejos como os de Juó Banararé: 

"Ai chi mi dera
Chi o meu úrtimo sospiro
Fosse lá nu Bó Ritiro,
I o meu tumbolo tambê".

3-Bernardo Ricupero, membro do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial; mestre e doutorando em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brooklin Novo - Concentração de Grandes Empresas

Uma das conseqüências do desenvolvimento empresarial de uma cidade, é a necessidade de criação de novos pontos para a ocupação de novas empresas comerciais, e prestadoras de serviços. 
Na cidade de São Paulo, a criação de uma nova via, a Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, no final da década de 1970, é um exemplo de formação de um novo pólo centralizador dessas empresas.
O elevado custo dos terrenos na avenidas Paulista e Faria Lima, alertou os dirigentes da Construtora Bratke & Collet, fundada no início de 71, para a necessidade de criação de uma nova centralidade em São Paulo. 
O Engenheiro Roberto Bratke, dá seu testemunho: 
"Até aquele momento eu ainda não tinha percebido... Foi então que, ao me aproximar da janela, naquela tarde de inverno, lá pelos anos 70, eu senti que o futuro de São Paulo estava ali, na minha frente, naquela avenida recém aberta entre a Vila Olímpia e o Brooklin".
Aliado ao aspecto logístico, que estuda o deslocamento das pessoas entre residência-trabalho-residência, a construção de alguns centros de compras na região do Brooklin Novo - como os Shoppings Morumbi, D & D e Market Place - fez a Avenida Berrini, se firmar como uma nova centralidade na cidade.
Atualmente, com a existência de cerca de 100 edifícios comerciais, a região da Berrini redefine sua paisagem urbana, com a construção de arrojados projetos arquitetônicos. 
No horizonte, destacam-se o World Trade Center, o Hotel Meliá, as novas instalações da Rede Globo, e a sede do BankBoston.
Para atender ao grande fluxo de automóveis que passou a circular pela região, após a consolidação da nova centralidade, o Governo do Estado, na administração Mário Covas, implantou novas e modernas estações ferroviárias na região. 
A integração dessa linha de a malha de transportes sobre trilhos da cidade, é fundamental para reduzir o saturado tráfego de automóveis na Marginal Pinheiros, principal via da região. 
Além disso, um grande projeto cultural está sendo implantado pela Associação Amigos da Berrini: o "Projeto Av. Berrini Corredor Cultural - Museu Aberto". 
Com o apoio de leis de incentivo fiscal, empresas privadas promovem a execução de obras de revitalização das praças públicas, em estado de abandono nas últimas administrações do município. Essas praças estão se transformando em locais de lazer e cultura, com a exposição de obras-de-arte e a realização de concertos musicais. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brasilândia - E sua Formação

Na década de 30, alguns sítios e chácaras de cana de açúcar, foram se transformando em núcleos residenciais, na zona norte da cidade de São Paulo. 
O crescimento de sua ocupação veio a formar o Bairro denominado Brasilândia.
Esse desenvolvimento se deve à chegada de imigrantes de várias origens, como as famílias Okada, do Japão, Fraga, da Espanha e Simões, de Portugal. 
O comerciante Brasílio Simões, por exemplo, liderou a comunidade para a construção da Igreja de Santo Antonio, em substituição à antiga capela existente. 
Por isso, o comerciante teve o seu nome empregado na denominação do bairro, em reconhecimento ao feito. 
O bairro também recebeu um grande fluxo de migrantes do nordeste do país, que fugiam da seca em seus estados nas décadas de 50 e 60, além de famílias vindas do interior do estado, em busca de oportunidades de trabalho. 
Outro contingente de famílias, de origem africana e escrava, veio para o Bairro, depois de expulsos pela Prefeitura, do centro da cidade. 
Essa expulsão ocorreu com a demolição de muitas habitações antigas, que deram lugar a novas avenidas, como a Nove de Julho no Bairro do Anhangabaú, projeto da Cia. City.
A Brasilândia foi loteada em 1946, pela família Bonilha, que era proprietária de uma grande olaria na região. 
Embora não fossem dotados de qualquer infra-estrutura, os terrenos eram adquiridos com grandes facilidades de pagamento, inclusive com a doação de tijolos, para estimular a construção das casas. 
Na primeira gestão do Prefeito Jânio Quadros, o Bairro foi beneficiado com algumas obras, como o asfaltamento da Rua Parapuã. 
A conseqüência disso foi a valorização do Bairro, e um surto de desenvolvimento para o comércio local. 
Outro elemento incentivador da ocupação do bairro, foi a instalação da empresa Vega-Sopave que, ao instalar sua sede na Brasilândia, oferecia moradia a seus empregados, o que trouxe um considerável número de famílias para a região.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Brás - A força da tradição Italiana

Uma grande área, com terras de propriedade do sertanista Brás Cubas, deu origem a um dos mais antigos e tradicionais bairros de São Paulo: o Brás. 
O nome do Bairro é uma homenagem ao antigo proprietário. 
Suas terras se estendiam desde o Convento do Carmo até a Freguesia de Nossa Senhora da Penha, atravessando os locais onde se encontram os Bairros do Pari, Brás, Belém, Belenzinho, e parte do Tatuapé. As avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, constituem o antigo caminho que levava até a Penha.
A imigração européia do século XIX, predominantemente de italianos, consolidou a formação do bairro. 
O Brás se firmava como um bairro de indústrias e lojas. 
Criou-se uma tradição estrangeira no bairro, que ficou conhecido como o "Bairro dos Italianos". 
Após a Segunda Guerra Mundial, migrantes nordestinos também escolheram o Brás como local preferido de moradia, em razão da proximidade do centro da cidade. 
No bairro, entretanto, continuou predominando a força da tradição italiana.
O evento da expansão da rede ferroviária, principal meio de transporte de passageiros e mercadorias até o meio do século XX, teve grande importância para o desenvolvimento histórico do Bairro, e a valorização das propriedades lá existentes. 
E foi no Bairro do Brás, que se fixaram as instalações da São Paulo Railway, o que gerou muitos empregos. 
A estação do Norte, atual Estação Roosevelt, gerou um expressivo crescimento para o comércio regional, por receber um grande fluxo de pessoas de vários pontos do estado e do país.
O Largo da Concórdia, é o grande centro do comércio que se expande até as ruas Oriente, Maria Marcolina e Silva Teles, onde se encontram lojas atacadistas de tecidos. 
Já a rua do Gasômetro transformou-se, ao longo do tempo, em centro de empresas madeireiras, e fabricantes de portas e esquadrias.
Uma das características que entravou por muito tempo o crescimento do Bairro, foi a existência de porteiras, localizadas nos cruzamentos em nível das ruas, com a linha férrea. 
Grandes congestionamentos aconteciam, enquanto se aguardava a passagem dos comboios. 
Somente na década de 60, construíram-se viadutos e passagens de nível, para atender a demanda do tráfego rodoviário.
Outra área de comércio que se destaca na história do Bairro, é a das cantinas italianas. 
Ainda hoje se encontram bons e tradicionais restaurantes com farta comida italiana, para a alegria dos gastrônomos.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Avenida Paulista - A mais Paulista das Avenidas

A população de São Paulo não passava de cem mil habitantes, quando se fez a Avenida Paulista. 
Com efeito, no ano de 1891, criou-se na parte mais alta do sítio paulistano, a imponente via. 
Por ali, bondes puxados a burros, circulavam em faixa própria, antes mesmo de se instalarem os palacetes e mansões, que abrigaram novos ricos e fazendeiros de cafém, que se mudavam do interior do estado para a capital. 
Uma larga faixa central de jardins, completava o embelezamento da nobre e imponente avenida. 
De grande importância para a consolidação da mais paulista das avenidas, foi a criação do Parque Siqueira Campos. 
O popularmente chamado "Parque Trianon" teve projeto do urbanista inglês Barry Parker, ligado à Companhia City, empresa responsável por loteamentos como Jardim América e Pacaembu. 
Além da área verde, o parque contava com um belvedere, concebido pelo paisagista francês Paul Villon, e implantado pelo arquiteto brasileiro Ramos de Azevedo.
Barry Parker propunha às autoridades, a criação de um parque linear, centralizado no Trianon. 
Esse parque cruzaria toda a cidade de São Paulo, e evitaria que o crescimento vertiginoso da cidade afetasse o meio ambiente, e a qualidade de vida dos paulistanos. 
Apesar de não implantado, o ideal de Barry Parker se consolidou: a Avenida Paulista, é o centro de tudo que acontece na cidade.
Ainda no começo do século XX, a Avenida Paulista já havia sido escolhida como o local dos eventos populares da cidade, como o corso carnavalesco. 
O corso consistia em um desfile de carros conversíveis, com capotas arriadas, de onde os carnavalescos arremessavam serpentinas, confetes e lança-perfumes, nos foliões da calçada. 
Outro grande acontecimento da Avenida, era a corrida de automóveis nas décadas de 1920 e 1930.
Um importante fato valorizou ainda mais a grande avenida: a abertura de uma passagem transversal e subterrânea, que ligava o centro da cidade, aos bairros novos da zona sul, como o Jardim América: era a transformação do Vale do Saracura na Avenida 9 de Julho.
As construções residenciais que tinham surgindo nos mais diversos estilos, tinham em comum a inspiração no ecletismo europeu, nos seus mais variados tipos, dos neoclássicos ingleses e franceses,  até os italianos. 
Havia também sinais de modernismo e o "art-nouveau", estilo mais característico da época de construção das casas.
No início da década de 1940, algumas mansões começavam a ceder espaço para construções verticais, inicialmente residenciais. 
A partir da década de 1960, as mansões dão lugar para edifícios comerciais.
Aquela que era considerada uma avenida larga e generosa, começava a sentir a necessidade de mais espaço, obrigando a municipalidade a reduzir o canteiro central, e a rasgar alguns jardins das residências, alargando-a para ampliação das pistas de rolamento. 
O tráfego de automóveis e ônibus era crescente.
Um marco da arquitetura nacional foi construído no final da década de 50, na esquina da Rua Augusta: o famoso Conjunto Nacional. 
O complexo abriga lojas e cinemas, escritórios e apartamentos. 
O Conjunto viria a ser o antecessor nacional dos shopping-centers.
A construção do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, no local do antigo Belvedere do Trianon, foi a consolidação do prestígio da Avenida Paulista. 
Seu acervo é o maior e mais rico da América Latina, e o próprio edifício do MASP, projeto de Lina Bo Bardi, é tido como parte do acervo.
Em 1995, foi criada a Associação Paulista Viva, cujo objetivo é trabalhar pela preservação da imagem da Avenida Paulista, garantindo qualidade a todos que vivem, circulam e trabalham na mais famosa e querida via da cidade. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos