Poesias

domingo, 23 de agosto de 2020

Guarulhos

Guarulhos teve sua origem como elemento de defesa do povoado de São Paulo. 
Com a denominação de Nossa Senhora da Conceição, é fundado em 8 de dezembro de 1560 o aldeamento dos índios Guarus da tribo dos Guaianases, integrantes da nação Tupi, pelo Padre Jesuíta Manuel de Paiva. 
Seu crescimento econômico deu-se inicialmente em função da mineração de ouro. 
As minas foram descobertas em 1590 por Afonso Sardinha, localizada na atual região do Bairro dos Lavras, cujas antigas denominações eram Serra de Jaguamimbaba, Mantiqueira e Lavras-Velhas-do-Geraldo. 
"Assim, pois, na altura de 1750, existiam mineiros extraindo ouro nas "Lavras Velhas do Geraldo". 
É possível que este tenha sido o período de maior atividade, tendo-se esgotado com ela, as referidas lavras (...). 
Aquelas "Lavras Velhas do Geraldo", hoje podem ser vistas na margem direita da estrada que se dirige de Cumbica para Nazaré. 
A parte mais lavrada do terreno acha-se no ângulo formado pela estrada que ali se bifurca, um rumo em direção à Nazaré, e outro para Bom Sucesso". (Ferreira, 1958). 
"Houve pelo menos seis lavras em território guarulhense, que se localizam em pontos diferentes de uma vasta área, compreendendo algumas dezenas de quilômetros quadrados, onde se acham os bairros de Lavras, Catas Velhas, Monjolo de Ferro (esta deve ter sido a chamada 'Lavras Velhas do Geraldo'), Campo dos Ouros, Bananal e Tanque Grande". (Noronha & Romão, 1980) 
Entre os séculos XVII e XVIII, notamos momentos de grande interesse por Guarulhos, haja vista a quantidade de número de ordens estabelecendo as sesmarias (responsáveis pela ocupação e assentamentos na época do Brasil Colônia), expedidas para a região. 
Os sesmeiros se dedicaram à agricultura e à mineração e, como atividade de apoio, criavam gado vacum e cavalar. 
Ressaltamos que os engenhos de açúcar que se iniciaram nos anos seiscentistas, estenderam-se até o início do século XX, com a produção de álcool e aguardente. 
A agricultura da região, possivelmente sofreu com o clima úmido e frio, que acarretou ferrugem ao trigo, mosaico a cana, e curuquerê ao algodão. 
Em 02 de outubro de 1845, chega a Conceição dos Guarulhos, memorando expedido pelo Palácio do Governo, ordenando o cumprimento da circular de 02 de outubro de 1845, que estipulava o contrato de locação dos serviços prestados pelos índios. 
O trabalho escravo negro (de origem sudanesa, denominados Gegês), foi utilizado em larga escala.
Com o advento da paralisação da mineração do ouro, muitos negros acompanharam seus senhores na debanda que marcou a decadência do povoado - fim do ciclo do ouro. 
Segundo o tombamento das propriedades rurais da Capitania de São Paulo de 1817, registraram-se 183 escravos na Freguesia da Conceição dos Guarulhos, pertencentes a 28 lavradores das seguintes áreas: Bom Jesus, Bom Sucesso, Guavirotuba, Itaverava, Lavras, Pirucaia, São Gonçalo, São Miguel (Pimentas) e Varados. 
Após a Lei Áurea (1888), escasseou-se a mão-de-obra, e tornou-se mais difícil o processo de retalhamento das antigas sesmarias que, apesar das dificuldades, se manteve ininterrupto, surgindo os "cercamentos" como linha divisória. 
Em 03 de fevereiro de 1883 chegou via correio, um quilo de sementes de trigo arroz, destinadas aos lavradores do Município, oriundas da Província. 
Em 30 de maio de 1901, foi publicada a súmula da produção do Município, onde encontramos registrado a produção de aguardente (30 engenhos), de arroz (12 propriedades), de café (4 propriedades), de feijão (200 propriedades), de milho (200 propriedades), de tabaco (1 propriedade), de carvão (10 propriedades), de vinho (2 propriedades), além da criação de gado: cavalar (300 cabeças), caprinos (20 cabeças), suínos (100 cabeças), vacum (300 cabeças) e 5 produtores na área de apicultura.
No final do século XIX, discutiu-se na Câmara Municipal a necessidade da região ser servida pela estrada de ferro. 
A justificativa recaia às riquezas dos recursos naturais da região, mais especificamente à produção de madeira e pedra, além da produção de tijolos, dado o grande número de olarias em funcionamento, sendo que toda a produção estava direcionada às crescentes edificações da capital, justificando então a implantação do ramal ferroviário que se efetivou somente em 1915, com a inauguração do Ramal Guapyra - Guarulhos, o trem da Cantareira. 
Foram cinco as estações em território guarulhense: Vila Galvão, Torres Tibagy, Gopoúva, Vila Augusta e Guarulhos, além do prolongamento até a Base Aérea. 
O início do século XX, foi marcado pela chegada: da Estrada de Ferro, da energia elétrica (Light & Power), dos pedidos para instalação da rede telefônica, licenças para implantação de indústrias de atividades comerciais, e dos serviços de transporte de passageiros. 
Nota-se através dos atos da Câmara Municipal, a preocupação com o desmatamento, poluição das águas, caça de pássaros, implantação de esgoto, abastecimento de água potável e a implantação de leis estipulando a construção de muros (proibindo cercas de arame) nas ruas, que a Câmara definia para regularizar e assentar guias. 
Os anos 30 foram marcados pelos atos de Intervenção Federal, Constituição da Junta Governativa de Guarulhos, e pelo Movimento Constitucionalista. (Reflexos da Revolução de 30 - fim da República).
Em 1940 foi inaugurada a Biblioteca Pública Municipal, e em 1941 o primeiro Centro de Saúde da cidade, e dez anos após inaugurou-se a Santa Casa de Misericórdia de Guarulhos. 
Na década de 40 chegaram ao Município indústrias do setor elétrico, metalúrgico, plástico, alimentício, borracha, calçados, peças para automóveis, relógios e couros. 
Vários foram os planos de loteamento e arruamento aprovados pela Câmara Municipal no decorrer dessa década, o setor de obras da Prefeitura adquiriu máquinas, ampliou-se o Paço Municipal e a iluminação das vias públicas. 

HINO DA CIDADE 
Letra: Profa. Nicolina Bispo 
Música : Maestro Aricó Júnior 

Sob o céu desta Pátria querida, 
Mais cem anos de luta e labor, 
Cingem hoje o teu nome Guarulhos, 
Que se ergueu por seu próprio valor. 

Chaminés, como lanças erguidas, 
Nos apontam o caminho a seguir, 
Trabalhando, vencendo empecilhos, 
Desfraldando o pendão do porvir. 

Tuas praças são livros abertos, 
Onde lemos futuro e glória, 
Crispiniano e Bueno fulguram, 
Como vultos eternos na História... 

Que o teu nome em mais um centenário, 
E na língua tupi proclamado, 
Seja um hino de paz, de esperança, 
Por teu povo feliz, entoado. 

Pequenina nasceste, e João Álvares, 
Jesuíta, benzeu-te com Fé, 
Tu és hoje cidade progresso, 
Uma terra que vence de pé. 

Eia, pois, guarulhenses, avante, 
Com bravura na luta febril, 
Por São Paulo e por tudo o que é nosso, 
E, acima de tudo o Brasil!

Segue trecho do texto extraído da wikipedia: "Siqueira Bueno dá nome a família que teve grande participação política na capital do Estado de São Paulo, no final do século XIX, e na história da cidade de Guarulhos, incluindo o período de emancipação, quando ainda se chamava "Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos". Nesta região os representantes da Família possuiam terras que, segundo consta nos arquivos da cidade, estavam localizadas onde é hoje a Base Aérea de São Paulo, o Aeroporto Internacional e a Cidade Satélite Industrial de Cumbica.
A Família teve sua origem nos paulistas de título Buenos da Ribeira, que dividiam as forças da vila de São Paulo entre os Camargos e Pires. Estas três famílias representam importantes linhagens históricas das Bandeiras Paulistas.(...)
Também conhecido como João Alves de Siqueira Bueno (forma de batismo, mas foi muito comum encontrar grafado como Álvares, inclusive na obra de Silva Leme) ou simplesmente João Bueno, Nascido na Aldeia de Nossa Senhora da Conceição, foi no final do século XIX deputado provincial e grande influenciador da regulamentação de terras no Estado de São Paulo, trabalhando fortemente na emancipação de Guarulhos. Seu trabalho e a história da família Siqueira Bueno estão tão ligados a esta cidade que rendeu a citação no hino do município, ao lado de outro ilustre contemporâneo, Conselheiro Crispiniano: Tuas praças são livros abertos, / Onde lemos futuro e glória. / Crispiniano e Bueno fulguram / como vultos eternos na História.(...)" 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Siqueira_Bueno

O primeiro Professor de Direito Romano, na Academia de São Paulo, foi o conselheiro Crispiniano Soares, adepto da Escola Histórica e que teve especial atuação não só como lente, mas como político e administrador. Professor por concurso, foi, durante 35 anos, exemplo de abnegação aos estudos romanísticos. 
Conselheiro Crispiniano Soares, o primeiro lente de Direito ...
www.revistas.usp.br › rfdusp › article › viewFile

Texto extraído de matérias da internet.
Luciana Celestino dos Santos  

Cotia

Fundada em 1580, na oportunidade da concessão de sesmaria aos índios de Pinheiros, de acordo com os registros existentes no Arquivo do Estado de São Paulo, e nos arquivos da Torre do Tombo, em Portugal, o município de Cotia foi participante ativo das Entradas e Bandeiras no Brasil. 
Vários bandeirantes, entre os quais citamos Fernão Dias, Manuel Esteves, Pero Dias e Antonio Bicudo, entre tantos outros capitães do mato, são citados na história deste Município paulista. 
Data de 1626 a chegada de Raposo Tavares, com sua gente, aos domínios de Cotia. 
Desta época importante na história brasileira, são testemunhos os Sítios do Mandú e do Padre Inácio, as residências rurais do século XVII, construídas de taipa de Pilão, monumentos tombados pelo Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural, ainda hoje existentes no Município de Cotia. 
Além deste patrimônio histórico, Cotia mantém a preservação de seus recursos naturais e ecológicos, como é o caso da floresta do Morro Grande, a represa Pedro Beicht, além do Distrito de Caucaia do Alto, todas elas regiões de mananciais muito procuradas pelos adeptos do turismo ecológico. 
Um dos grandes potenciais turísticos do município, está na Roselândia, área famosa na produção de flores, especialmente de rosas. 
A Praça Japonesa também é um marco importante da colonização nipônica na cidade. 
Cotia recebeu sua Emancipação Político-Administrativa em 2 de abril de 1856. 
Pelo censo demográfico de 1980, a cidade contava com mais de 62 mil habitantes, taxa essa que hoje deve estar por volta de 170 mil habitantes. 
Como a cidade de Santos, a cidade de Cotia tem como Padroeira a Nossa Senhora do Monte Serrat, cuja festa é comemorada em 8 de setembro. 
Sítio do Padre Inácio 
O Sítio do Padre Inácio, com sua casa grande, tombado pelo IPHAN, constitui marco importante do ciclo bandeirista-jesuístico, e depois tropeiro na cidade de Cotia. 
Casa grande do Sítio do Padre Inácio. 
Residência rural do início do século XVIII, é especialmente significativa por sua elegância de composição, pela excelência de decoração dos cachorros, colunas e alisares, pela qualidade da estrutura de seu telhado e pelo seu sótão que envolve a sala central, com acesso através de escada, recebendo iluminação e ventilação por janelas, que abrem para as fachadas laterais e posterior. 
Arquitetura Rural - Registrado no Livro das Belas-Artes Volume Folha Inscrição Data 1 077 401 08/10/51.
Casa do sítio do Mandúo 
O Sítio do Mandúo, com sua casa grande, tombado pelo IPHAN, constitue marco importante do ciclo bandeirista-jesuístico, e depois tropeiro na cidade de Cotia. 
Exemplar da arquitetura rural paulista do século XVII, distingui-se das outras ainda existentes, por apresentar uma varanda posterior, e sinais de piso assoalhado, coisa incomum nestas moradas. 
A capela interna possui pintura seiscentista na cúpula do altar-mor. 
Arquitetura Rural Registrado no Livro Histórico Volume Folha Inscrição Data 1 055 332 12/01/61.
Construção da Estrada de Ferro Mairinque – Santos Essa estrada de ferro foi construída como um ramal que liga a cidade de Mairinque à Santos pela antiga estrada de ferro Sorocabana. 
O estudo já era de anos anteriores, mas só foi iniciada a construção em fins do ano de 1927, pelo então governador de São Paulo Júlio Prestes de Albuquerque, natural da cidade de Itapetininga - São Paulo. 
O leito de construção no planalto, que era composto de P.1 até P.19, que significa planalto 1 até planalto 19, ou seja, de Mairinque até a Estação de Evangelista de Souza (que era P.19), Caucaia do Alto estava entre P.6 e P.7. 
O ramal até Caucaia, foi inaugurado em primeiro de maio de 1931. 
O trecho até a Aldeinha foi inaugurado em 1932, até o Embu em 1934, Engo. Marsilac e Evangelista em 1935. 
O trecho entre Mairinque e Rio dos Campos, que era Serra 22, terminou o leito da linha em 1932.
Como o leito do P.1 até P.19 ficou pronto em 1930, começaram então a colocação dos trilhos até S.22 no ano de 1934, e até o começo do ano de 1938, quando terminaram os dois últimos viadutos na Serra, e no mesmo ano de 1938, foi inaugurada a linha de Mairinque à Santos, quando passaram a circular todos os trens de carga, que antes utilizavam somente a antiga São Paulo Railway, Companhia Inglesa. 
Nessa época, corriam em média 45 trens em 24 horas. 
Trens de carga com as locomotivas a vapor, a famosa Maria Fumaça consumiam de Mairinque à Santos em média, 60 metros de lenha entre ida 29 e volta, rebocando uma composição mais ou menos de 8 à 10 vagões carregados, pesando em média 300 toneladas, e fazendo o percurso em média de 8 à 9 horas.
Hoje em dia uma locomotiva reboca uma composição correspondente a 10 trens daquela época. 
Essa estrada de ferro foi construída somente com mão-de-obra, ou seja, não existiam maquinários na época, e o Brasil não tinha mão-de-obra especializada para essa construção. 
Vieram imigrantes portugueses para colocação dos trilhos, e espanhóis para serviços de pedra na construção dos bueiros e aterros. 
Nesses anos de construção, em todos os trechos entre Caucaia e a Serra do Mar chovia constantemente, o que causaria grande transtorno para o andamento das obras. 
Hoje, a estação de trem de passageiros de Caucaia do Alto encontra-se desativada. 
Somente cargas transitam pelos trilhos privatizados pela Ferroban. 
O conjunto ferroviário da estação de Caucaia, ainda possui casas de ex-funcionários da antiga Fepasa, hoje ocupadas por alguns descendentes dos ferrroviários e outros que locaram, além de uma casa em ruínas que funcionava como pernoite para funcionários da Fepasa em trânsito. 
A Praça Japonesa 
A Praça Japonesa, também chamada a Praça da Amizade, sela definitivamente a presença maciça de japoneses em nossa cidade, importantes atores na formação social e histórica de Cotia. 
O conjunto "Praça Japonesa" foi construído como um marco de fraternidade das cidades irmãs COTIA- INO, província de Kochi. 
NOSSA SENHORA DO MONTE SERRAT 
O primeiro santuário com o nome de MONTE SERRAT, foi construído na Espanha, perto de Barcelona, e seu nome deriva da montanha onde está situado, cuja forma se assemelha a uma serra de agudos dentes. 
Diz a estória que a imagem da VIRGEM DE MONTE SERRAT, foi levada a Barcelona nos primeiros tempos do cristianismo, e ali venerada pela população. 
Na época da invasão sarracena, os cristãos esconderam a preciosa imagem e relìquia na serra escarpada, para que não fosse encontrada pelos sarracenos. 
Tudo foi destruído, e quase dois séculos depois num sábado do mês de abril, alguns pastores viram aparecer de repente, junto a montanha, um grupo de estrelas muito brilhantes, enquanto ouviam extasiados, um harmonioso coro de anjos.
Notificando sobre o estranho acontecimento que se repetia todos os sábados, o bispo da cidade de Manresa e o prefeito de Barcelona, subiram a serra e encontraram numa caverna, a imagem da VIRGEM MARIA, enegrecida pelo tempo. 
Organizaram uma romaria para levar a imagem para Monresa, a imagem porém, que até certo ponto se deixara levar, ficou de repente imóvel e não houve quem a removesse dali. 
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DE MONTE SERRAT 
Senhor Deus, assim como realizastes maravilhas na vida dos Profetas: 
Moisés no Monte Sinai, e de Elias no Monte Horeb. 
Ajudai-me a te encontrar na brisa suave dos desertos da vida sob a proteção da Santíssima Virgem Maria do Monte Serrat, Mãe e advogada nossa. 
Ó Rainha e Mãe dos Montes, dos Morros e dos edifícios. 
Ouve a minha prece e atende o meu pedido. 
(Fazer um pedido). 

Virgem Mãe e esplendor do povo de Deus, do clero, dos desvalidos, dos presidiários, dos doentes, dos angustiados, dos pescadores, dos feirantes, das autoridades Civil e Militar, dos motoristas, dos agricultores, dos funcionários públicos, dos estudantes, das domésticas e dos artistas. 
Obrigado por me proteger e me acompanhar na subida do Monte, que é o próprio Jesus Cristo o vosso filho. 
Amém. 
(Pai Nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...) 
(Leia um texto da Bíblia. 1º Reis 19, 9-18). 
"Para que os pedidos sejam atendidos é necessário que sejam justos" 
Frei Caneca, Mártir Carmelita. Foi executado em 1825 em Recife-Pe. 

Obras Missionárias e Vocacionais Carmelitas. 
Acreditando ser Vontade da Mãe de Deus permanecer naquele local, colocaram-na numa capela da aldeia, onde Ela comecou a operar curas maravilhosas. 
A fama desse santuário correu por toda a Espanha e os FRADES DE SÃO BENTO tornaram-se os guardiões e propagadores do culto. 
Foram eles que trouxeram essa devoção ao BRASIL. 
Alguns estados e cidades do Brasil, tem um templo dedicado a ela. 
A imagem de Cotia já existia na primeira capela do MONTE SERRAT em 1684. 
Ficava onde é hoje a estrada do São Fernando Golfe Club. 
Como essa capela não era cuidada, o bispo do Rio de Janeiro, D. Lencar ordenou que se derrubasse a capela, e que seus pertencentes fossem levados para então, Vila de Itu (hoje cidade). 
Havia em Cotia o coronel Estevão Lopes de Carmargo que era proprietário das terras está a igreja hoje. Além de doar estas terras para a igreja, construiu uma capela que constava do altar mor, e a duas laterais, onde estão hoje o SAGRADO CORAÇÃO E NOSSA SENHORA DAS DORES. 
Esta capela foi inaugurada no dia 8 de setembro de 1713, com a entrada solene da padroeira no altar mor. 
Os degraus do altar, lembram o MONTE onde a Virgem foi encontrada. 
E todas as capelas erguidas em seu nome têm esta característica. 
A Virgem está sentada em um trono com seu FILHO MENINO, no joelho esquerdo. 
Com a mão direita ela abençoa os fieis e, com a esquerda segura o menino, que tem na mão Romã, fruta abundante na região onde foi encontrada. 
Símbolo também do AMOR, pois o inverso da palavra Romã é AMOR.

Texto extraído de matérias da internet.
Luciana Celestino dos Santos  

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

A CIDADE DE CARAPICUÍBA

A história de Carapicuíba remonta a uma antiga aldeia de índios, tendo vivido momentos importantes dentro da história do Estado de São Paulo. 
Foi uma das doze Aldeias fundadas pelo Pe. José de Anchieta (por volta de 1580), para preservar a educação e a moralização dos silvícolas da presença do homem branco. 
Pertenceu a Santana do Parnaíba, que foi elevada a município em 1625, sendo que esta, mais tarde, passou a pertencer a Barueri. 
Caminho obrigatório das bandeiras, CARAPICUÍBA foi citada na história. 
Localizada próxima às terras de Afonso Sardinha e das reservas indígenas, que Jerônimo Leitão em 1580 determinou que servissem de abrigo aos donos do solo: os índios. 
Foi por isso que Afonso Sardinha, dono de uma sesmaria de seis léguas de quadra, doada pelo Rei de Portugal, ali chegando, montou a sede de sua fazenda, e resolveu manter um posto na Aldeia de CARAPICUÍBA, com o objetivo de aproveitar a mão-de-obra indígena. 
Assim, deu início à construção de uma capela, por volta de 1590. 
Porém, frustado em seus intentos, resolveu voltar para a Europa. 
Em 1610, havendo já a Capela, a Aldeia sofria os primeiros impactos, em virtude de caso criado entre as autoridades e o povo indígena, este, percebendo a falsidade e os maus propósitos dos brancos, reagiram violentamente, não se sujeitando às manobras, embrenhando-se cada vez mais pelo sertão. 
De 1610 à 1670, a Aldeia passou por uma fase de estagnação, servindo de ponto de encontro entre clero e autoridades, os quais procuravam traçar normas para a ocupação das terras, e o aproveitamento do trabalho indígena. 
O marasmo continuaria por mais um século. 
Em 1770 porém, o progresso começou a se fazer sentir. 
O homem principiava a alterar a paisagem que permanecera inalterada durante séculos. 
A partir de Santo Amaro, Itapecerica, Embú e Cotia, os caminhos se alargavam, casas apareciam entre árvores, ou erguiam-se em meio ao capim. 
Já havia fazendas, carregadores para as tropas, e atendendo à demanda do colono que se vinculava à terra, abriam-se armazéns. 
Paralelamente, esse progresso onde sempre se centralizara a vida social e política de CARAPICUÍBA, tomou aspecto diverso e particular. 
À volta da capela inicial, malocas foram sendo construídas para abrigar aqueles que podem ser chamados de ancestrais dos homens empresários de espetáculos populares. 
"Donos" das constantes festas ali realizadas, organizavam e exploravam o comércio, fazendo um trabalho de tal ordem que, nesses dois séculos, a Aldeia se transformou no maior centro de Folclore do Estado. 
Berço de uma série de danças típicas, podemos citar, uma das mais importantes e conhecidas a "Dança de Santa Cruz", também chamada de Sarabaquê. 
Por volta de 1854, em 1º de agosto, o Barão de Iguape registrou, na paróquia de Cotia, uma fazenda que abrangia grande parte da atual CARAPICUÍBA e Quitaúna, com área de 754 alqueires. 
Praticamente CARAPICUÍBA pouco se desenvolveu, até a chegada dos trilhos da velha estrada de ferro Sorocabana. 
É bem verdade que, situando-se no caminho de São Paulo para Itú, foi surgindo, de modo precário, uma ou outra habitação longe da Aldeia, mais próxima do Rio Tietê. 
As cidades, em sua maioria, têm seu desenvolvimento intimamente ligado à ferrovia, rodovia ou transporte fluvial. 
CARAPICUÍBA não é exceção, já que a Estrada de Ferro Sorocabana emprestou grandiosa colaboração no progresso da cidade. 
O fundador da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), foi o húngaro Luiz Matheus Maylasky. 
Plantador de algodão em Sorocaba, arguto e bem informado, percebeu que a agricultura, indústria e comércio, eram coisas que só davam resultados positivos, se tratados conjuntamente, e passou então a ser industrial de tecidos, e pioneiro da exportação de fibra para a Inglaterra. 
Como exportar e transportar são duas coisas ligadas entre si, Maylasky atinou com a criação de uma via para escoamento das produções da região sorocabana. 
Nessa época se reativavam as atividades da fundição de ferro de Ipanema (hoje Varnhagem), 20 quilômetros adiante de Sorocaba. 
Sua idéia foi então construir uma Estrada de Ferro que, partindo de Ipanema, atingiria São Paulo, passando por São Roque. 
Reuniu, então, capitalistas de Sorocaba, e fundou a Companhia Sorocabana (1870). 
O leito férreo foi inaugurado em 10 de agosto de 1875, e chegava à Capital, provindo do interior, ao contrário da maioria das ferrovias, que partem da Capital, rumo ao Interior. 
Luiz Matheus Maylasky dirigiu a Estrada de Ferro até 1880, quando foi sucedido por Francisco de Paula Mayrink. 
Maylasky retirou-se então para Porto Vitória (Espírito Santo), onde fundou outra Estrada de Ferro (Sapucaí), e em 1891 foi condecorado pelo rei D. Carlos de Portugal, com o título de Visconde de Sapucaí. 
A Sorocabana expandiu-se rumo ao interior, transformando-se numa verdadeira via dorsal de transporte de passageiros e cargas. 
Nas pesquisas encetadas junto à biblioteca da Sorocabana, revelou-se que no mês de Novembro de 1921, foi implantado um embarcadouro em CARAPICUÍBA, mais ou menos no km 22 do leito férreo, e no ano de 1926 foi construída a Estação que denominou-se SYLVIANIA, portanto a estação ferroviária, por alguns anos, não se chamou CARAPICUÍBA, mas sim Sylviania, porque naquela época a vila já despontava com tal nome. 
Essa estação dista da Estação Júlio Prestes 22 quilômetros. 
Com a Estação, foram construídos alguns desvios e um desembarcadouro de gado destinado ao abate no km 21. 
O gado era desembarcado na Estação de CARAPICUÍBA, e seguia para descanso no Campo da Boiada, onde hoje está a COHAB. 
Daí seguia para o abate no Matadouro do km 21. 
Após a construção do matadouro e das olarias, mais antigos, os compradores dos lotes da Vila Sylviania iam erguendo suas casinhas. 
Nos altos dos morros, apareceram as igrejas e pouco a pouco CARAPICUÍBA foi tomando ares de cidade. 
A construção da estação de trem pode ser considerada a base da fundação deste novo núcleo habitacional, edificado a mais ou menos quatro quilômetros de distância do velho núcleo da aldeia dos índios. 
Muitos ferroviários da EFS, e ex-funcionários fixaram residência em CARAPICUÍBA e aqui colaboraram para o progresso da cidade, quer constituindo lares honrados, estudando os filhos e entregando à sociedade descendentes valorosos, quer ingressando na política, participando ativamente dos problemas locais. 
Com o falecimento do barão, a Fazenda CARAPICUÍBA coube, como herança à filha, Dna. Veridiana, casada com Martinho da Silva Prado e passou, por várias transações a outros proprietários, até que em 1903, foi vendida a Delfino Cerqueira que, em 1922, contratou a Cia. Construtora Paulista, para executar o loteamento e arruamento de parte da gleba. 
Mais tarde, Delfino Cerqueira contratou a firma Wainsten & Cia, para levantamento de outra parte da área. 
Como naquele tempo os governadores de Estado tinham o título de presidente, surgiu assim a Vila Sylviania (daí o primeiro nome da estação da EFS), em homenagem ao advogado da Light, Sr. Sylvio de Campos, irmão do presidente. 
Consta, ainda, que em homenagem ao Dr. Sylvio de Campos, as ruas centrais tiveram nomes somente de mulheres, todas parentes e conhecidas dele (Fernanda, Judith, Sonia Maria, Sandra Maria, Tâmara, Maria Helena, Ondina, Míriam, Celeste, etc.). 
No ano de 1928 o Sr. Alexandre Wainstein conheceu o Sr. Basílio (Wlase) Komaroff, ucraniano, que, apesar de jovem, era dotado de grande força de vontade, possuidor de conhecimentos de topografia e agrimensura. 
Basílio passou então a ser o topógrafo responsável pela demarcação dos lotes e glebas da Vila Sylviania. 
A fim de facilitar seu trabalho e estando casado com a estoniana Martha Komaroff, que conheceu no Brasil, Basílio transferiu sua residência do Bosque da Saúde em São Paulo, para a vila que despontava, indo residir em casebre cedido pela firma. 
Em 1928 aqui vieram e ficaram. 
A prole dos Komaroff era composta de 4 filhos: Valentim, Verônica, Hellen Komaroff Martini, casada com Pietro Martini, e Alberto Komaroff, casado com Maria Helena Souza Komaroff. 
Os trabalhos de Basílio não se limitaram à demarcação de lotes. 
Outrora morador em São Paulo, e possuindo amizades no seio dos imigrantes de sua terra natal, incentivou seus conterrâneos a adquirir lotes e glebas, na vila em formação, daí porque fixaram-se aqui russos, poloneses, lituanos, estonianos, ucranianos húngaros. 
Basílio conhecia a vila como a palma de sua mão. 
Demarcava os lotes com rara maestria, tanto assim, que a sucessora da Cia. Construtora Paulista, Sociedade Terrenos de Osasco Ltda. o manteve nessa função, nascendo entre ele e o Dr. Inocêncio Seráfico, uma grande amizade. 
Basílio Komaroff foi então, além de pioneiro, o responsável direto pela fixação da colônia européia em CARAPICUÍBA. 
Auxiliados pelo corretor Janos Ballog, vieram então os Zahotei, Zarakausky, Terrav, Antzuk, Bulbow, Borowik, Eituts, Bosniac, Curalov, Gebauer, Kasakov, Parpulov, Kondrat, Kopchak, Klochko, Uchetsky, Bajic, Belotserkovets, Pelepko, Sokalschi, Zdanowsky, Vercholeak e tantos outros. 
Voltando ao clã Komaroff, pode-se afirmar que sua filha Verônica, foi a pioneira do jornalismo na vila, fundando o jornal "O Municipalista". 
O cel. Delfino Cerqueira arrendou parte de suas terras, margeando o rio Tietê, ao Dr. João Zeferino Ferreira Velloso, para exploração de "Porto de Areia". 
É aqui que o sinuoso, misterioso e lendário rio entra no ciclo desenvolvimentista da vila em formação. O outrora rio Anhembi que atraiu a atenção de, muitos viajantes, desde a subida de Martim Afonso de Souza, em 1532 pela trilha dos Tupis, atraiu também a atenção do Dr. João Velloso, que pesquisou sua várzea, e descobriu um imenso lençol de areia. 
Fechou contrato de arrendamento com Cel. Delfino Cerqueira, para exploração, a nível comercial, do subsolo. 
A estrada de ferro Sorocabana concedeu uma cancela, para facilitar o embarque da areia para São Paulo. 
Tendo em vista a qualidade da areia retirada e a potencialidade dos "bancos" encontrados, a extração era negócio de lucro certo, entretanto, as crateras deixadas no solo, aborreceram Delfino, que resolveu impedir, com violência, a sua livre exploração. 
Decorridos mais alguns anos, o Dr. João Zeferino Ferreira Velloso Filho promoveu ação executiva contra Delfino Cerqueira e sua mulher, e em 1936 parte das terras foi arrematada pela Sociedade de Terrenos de Osasco Ltda., empresa que fazia compra e venda de materiais de construção e compra e venda de terrenos, composta pelos Drs. João Zeferino Ferreira Velloso Filho e Inocêncio Seráfico de Assis Carvalho. 
Em 1928 CARAPICUÍBA, já era distrito policial. 
Na década de 30, os pioneiros já acreditavam no povoado que nascia, porque a região possuía clima excelente, e terras ótimas para a cultura de batatinhas, cereais, legumes e hortaliças, onde se cultivavam também o castanheiro europeu e amoreira. 
Nesta época, cerca de 60 famílias japonesas exploravam parte das terras, a título de arrendamento, cooperadas na atualmente extinta Cooperativa Agrícola de Cotia. 
O pioneirismo japonês em CARAPICUÍBA foi marcado pelas famílias Wada, Ishimaru, Morioka, Iwakura, Tamai, Hanassumi, Massazumi, Okada, Kakizaki, Ueta, Sakamoto, Magarifuchi, Arakawa, Tani, Kawazaki Kamyzawa, Guentawa, Iashida, Kunishi, Satomi, Myama, Akyoshi, Yano, Nishizaki, Morizawa, Yamamoto e outros. 
Muitos participaram da campanha emancipacionista. 
Vale destacar que o primeiro grupo escolar da cidade, localizado no centro da cidade, possui o nome de um dos ex-diretores da Sorocabana: ENGENHEIRO MÁRIO SALLES SOUTO, que ao contrário do que muitos pensam, não era professor, mas sim o engenheiro que dirigiu a ferrovia de 1936 à 1938, e foi durante a sua gestão, que foram inauguradas as famosas composições "Ouro Verde" e "Ouro Branco". 
Outro vulto que emprestou seu nome à cidade, foi o engenheiro Acrisio Paes Cruz que também dirigiu a ferrovia por duas vezes (1938/1940 - 1941/1943). 
Uma das ruas possui seu nome. 
Eis, portanto, em rápido relato, a participação da ferrovia e dos ferroviários na história da cidade.
Também na década de 30, o desenvolvimento de uma cidade está diretamente ligado às peculiaridades locais, tais como: clima, facilidade de acesso, meios de transporte, incentivos ao comércio e indústria, etc. 
CARAPICUÍBA não foi exceção. 
No que se refere aos meios de transportes, o fato que mais auxiliou a explosiva fixação populacional, foi a existência de via férrea (EFS), com trens de passageiros em vários horários durante todo o dia, substituídos pelos "Subúrbios". 
Sem dúvida, estes últimos foram o estímulo a que os compradores de lotes preferissem CARAPICUÍBA. 
Entretanto, serviam os subúrbios para o transporte em massa até a Estação Júlio Prestes, e havia necessidade de transporte alternativo que levasse os moradores até São Paulo, por outro itinerário. 
Foi então que o Sr. Antônio Guerra, homem de grande visão empresarial, colocou à disposição da população de Barueri, uma linha de ônibus que, passando por CARAPICUÍBA e Osasco,  tendo ponto final em Pinheiros. 
Isso deu-se no ano de 1930. 
Eram apenas dois ônibus que faziam dois horários: 8:30h e 14h, sendo que um deles era reserva. 
Os mais antigos não se esquecem do motorista Gentil que a todos conhecia, e a todos tratava com educação e urbanidade. 
É fato comprovado que Gentil não obedecia os locais de parada de ônibus, a despeito de ajudar o passageiro, tornando seu trajeto mais curto. 
A "jardineira" de seis janelas chegava buzinando na vila. 
Gentil a dirigia com maestria. 
Esse era o transporte coletivo inter-municipal. 
Em termos de transporte municipal, o pioneiro foi o Sr. José Antônio Bellato, proprietário da Empresa de ônibus Vila Dirce, que em 1951 fazia o itinerário Vila Dirce a Estação de CARAPICUÍBA, passando pela Avenida Inocêncio Seráfico, embora nessa ocasião a Vila Dirce pertencesse à Cotia. 
A estrada era ruim e estreita, e os dois ônibus mal podiam passar por ela. 
A seu pedido, a firma loteadora de Vila Dirce, com máquinas próprias, alargou a Avenida, antiga Estrada da Aldeia, o que possibilitou maior vazão e facilidade de tráfego. 
Mais recentemente, instalou-se na cidade o Sr. Giuseppe Napolitano com os famosos ônibus "poeirinha", sucedido por respeitável empresa que hoje opera no ramo. 
As peruas de lotação, que surgiram quase na mesma época, foram trocadas por micro-ônibus, e mais empresas que servem a população nos dias de hoje. 
Na década de 30 já funcionava no km 25, a Sociedade Anônima Indústrias Kenworthy sucedida pela Fiação Sul Americana. 
Entretanto aquela foi a primeira indústria de grande porte, e não se situava em CARAPICUÍBA, pois, o Rio Cotia e o Córrego Cadaval separavam os dois vilarejos. 
Hoje em decorrência da criação do Município, Barueri perdeu a extensão territorial e a Vila Lourdes, incluída a Vila Sul Americana, pertence ao Município de CARAPICUÍBA. 
A Fiação Sul Americana marcou época na cidade, Francisco e Pedro Fornasaro foram seus primeiros proprietários. 
Empregou muita gente. 
Inúmeras famílias passaram a integrar o seu quadro de trabalho. 
Mário Camargo da Silveira gerenciou a empresa por longos anos, de onde saiu somente aposentado. 
A empresa, embora em ritmo menos acelerado, até hoje vem funcionando e empregando o povo carapicuibano. 
Outra empresa pioneira na cidade foi a Cerâmica de Pignatari & Pazini. 
Antônio Pignatari e Virgínio Pazini, sabedores das potencialidades da região no que se refere à argila, associaram-se, e na década de 40, iniciaram as atividades da cerâmica que funcionou onde hoje é o Terminal Rodoferroviário. 
A firma progrediu e chegou a empregar mais de 300 funcionários, o que para a época era fato marcante.
No ano de 1948 a Cerâmica foi vendida para Konrado Peleski que a transferiu para Pirajibu, lugarejo próximo a Brigadeiro Tobias. 
As instalações e o prédio serviram para o funcionamento da INCA (Indústria Nacional de Couros e Afins), que, igualmente, empregava muita gente, mas encerrou suas atividades por volta do ano de 1968. 
Muita gente ainda se lembra das velhas instalações da INCA que tomava a quadra inteira, fechada e murada, com majestosa chaminé, mas que cedeu lugar ao progresso, desapropriada por utilidade pública, a fim de se construir o terminal rodoviário da cidade. 
Antônio Pignatari e Virgínio Pazini, já falecidos, foram grandes entusiastas do desenvolvimento da cidade. 
Pignatari adquiriu três glebas e as loteou: Jardim Pignatari - zona central onde hoje está a zona bancária, Prefeitura; Jardim Santo Antônio, entre as ruas Antônio Roberto e Sandra Maria; e Jardim Novo Horizonte, situado um pouco acima do local onde se situa hoje a Secretaria de Obras. 
Virgínio Pazini, nome de rua, deixou sua história registrada por sua filha Ofhelia Pasini, a primeira professora da cidade que, recém-formada, veio lecionar na primeira escola rural, em casa até hoje existente na Avenida Míriam, altura do nº 380. 
A maior avenida de CARAPICUÍBA deve seu nome ao Dr. Inocêncio Seráfico, homem de raras virtudes. 
Todos os velhos moradores da cidade são unânimes em reconhecer suas qualidades. 
Homem bom e atencioso, jamais mandou rescindir algum contrato por atraso nos pagamentos, e sabia esperar pacientemente o comprador inadimplente. 
Comandava a empresa loteadora do escritório central em São Paulo, mas possuía aqui em CARAPICUÍBA uma casa denominada "Casa de Administração" que ficava situada em frente à Avenida Rui Barbosa, em local onde hoje está construído o Banco HSBC. 
Nesse escritório, desde ainda jovem, trabalhou Mário Gomes de Souza, sobrinho do Dr. Seráfico. 
O escritório possuía o único telefone ligado na vila, de número 16, através de extensão da linha provinda de Osasco. 
Posteriormente o telefone foi transferido para a venda do Zamella (esquina da travessa que hoje leva seu nome, com a Av. Rui Barbosa - no local onde hoje está o prédio das Casas Pernambucanas). 
A venda do Antônio Zamella foi uma das primeiras na vila. 
Era muito freqüentada pelos viajantes que transitavam pela Estrada de Rodagem São Paulo - Mato Grosso, depois Rodovia Marechal Rondon e hoje Av. Rui Barbosa. 
Esse telefone foi de grande utilidade 20 nas comunicações dos moradores da Vila. 
Esteve instalado e em funcionamento até por volta do ano de 1968 no mesmo local, onde existiu o bar e Restaurante do Valdomiro. 
Nessa época, a Av. Rui Barbosa, com características de estrada da rodagem, era a passagem obrigatória daqueles que se dirigiam a Pirapora, Itú e outras cidades interioranas. 
Inexistia o desvio que margeia a Estrada de ferro (hoje Av. Deputado Emílio Carlos). 
Este foi aberto por volta do ano de 1952, pelo DER, com a finalidade de encurtar o trajeto, pois o logradouro público, quando atingia a Praça Toufic Julian, antiga Praça Vitória, virava à esquerda, tomando os segmentos que hoje delineiam a Av. Rui Barbosa. "A Casa de Administração", e possuía água canalizada de uma lagoa existente no local, entre as ruas Antônio Roberto e Av. Tâmara, cuja canalização atingia a sede, através de uma caixa d'água com bomba de recalque. 
Essa lagoa desapareceu por aterramento, e deu lugar aos prédios comerciais e residenciais dos dias de hoje. 
Essa lagoa servia também, para bebedouro a animais de montaria, que se dirigiam a Pirapora do Bom Jesus. 
O local possui hoje ativo comércio, e é símbolo de um passado recente, que ficou tão somente na memória dos moradores e viajantes da época. 
Por volta de 1940, além da venda do Zamella, existia também o armazém de Rachides Eid, situado de frente para a Praça da Vitória, atual Praça Toufic Julian, esquina com avenida Celeste, lado direito de quem sobe esta rua, vendido posteriormente a seu cunhado Toufic Julian, casado com Helena Eid.
Toufic, libanez de nascimento, mas radicado no Brasil há bastante tempo, já havia sido "mascate" pelo interior do Estado, razão porque não é difícil imaginar o tino comercial de sua pessoa. 
Provinha de Itapevi, onde já tinha um estabelecimento de secos e molhados. 
Trouxe sangue novo à venda de Rachides, estocando-a ainda mais, e aumentando a sua freguesia, parte da qual trouxe de Itapevi, e outra parte, era composta pelos empregados da Fazenda Tamboré (Fazenda do Conde), e a outra parte, propriamente pelos moradores da vila. 
Foi no armazém de Toufic, que funcionou a primeira caixa postal, e para o qual também era endereçada a correspondência da cidade. 
Foi ele, então, de fato o primeiro agente postal, que a todos atendia na cidade. 
Homenagens lhe foram prestadas em vida, outorgando-lhe o título de CIDADÃO CARAPICUÍBANO, e "post mortem", dando seu nome a praça central da Cidade. 
Teve também, seu nome gravado no Colégio Estadual, também no centro da cidade. 
O Dr. Benedito de Lima Tucunduva, foi outro pioneiro que participou ativamente da vida social e política da cidade. 
Provindo de Santana de Parnaíba, onde tinha consultório dentário, adquiriu um terreno na Avenida Maria Helena, e ali construiu sua casa. 
Inexistia luz elétrica domiciliar e graças à sua amizade com diretores da Light Eletricidade, conseguiu uma extensão de linha elétrica até sua casa, de onde se espalhava para outras casas vizinhas. 
Depois que aposentou-se do serviço dentário da Prefeitura de São Paulo, dedicou-se à política, tendo sido Vereador em Santana de Parnaíba e Barueri. 
Otávio de Almeida Campos foi o primeiro boticário da cidade. 
Sua farmácia foi instalada na Av. Inocêncio Seráfico, esquina com Av. Maria Helena (Farmácia São João). 
Oscar Francisco Vieira Bueno instalou e pôs em funcionamento a primeira padaria, situada na Av. Míriam. João Antônio Braz veio trabalhar para o Dr. Seráfico. 
Construiu muitas casas, tornando-se posteriormente empreiteiro de obras e trabalhou por conta própria.
Ensinou a profissão aos filhos Oreste, Benoir e João Braz Filho. 
Era patriarca de uma das mais numerosas famílias carapicuibanas aqui radicadas há longos anos.
Matilde, uma de suas filhas, casou-se com Antônio Faustino dos Santos, Prefeito por dois mandatos.
Ataíde João Monteiro, seu neto, é político atuante há mais de uma década. 
Nelson Neves da Fonseca, também construtor, aqui chegou no ano de 1940. 
Edificou muitos prédios na vila em formação, inclusive o prédio do cinema, atual Câmara dos Vereadores. 
Nelson Neves é pai do ex-Prefeito Municipal, Dr. Luiz Carlos Neves, primeiro Prefeito nascido em CARAPICUÍBA. 
Samuel de Almeida foi proprietário da primeira vidraçaria, que na qualidade de secretário da comissão de construção da Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida, colocou todos os vidros da Matriz. 
Em 1952 foi criada a 21 Paróquia Nossa Senhora Aparecida (conhecida atualmente como igreja amarela). 
O número de moradores continuava aumentando pouco a pouco. 
Sakae Ishimaru arrendou um alqueire de terras do Cel. Delfino Cerqueira, e com sua família trabalhavam na terra, pelos lados da rua da Pedreira. 
Depois, instalaram-se como arrendatários no triângulo formado pela Av. Rui Barbosa e Rua Raposo Tavares, dando fundos para o leito férreo da Estrada de Ferro Sorocabana. 
Seu comércio cedeu lugar à primeira e única peixaria da cidade. 
João Ovidio da Silva, mineiro provindo de São João de Chapada, povoado próximo a Diamantina, Minas Gerais, é também o patriarca de uma das mais numerosas famílias carapicuibanas. 
O período de pós-guerra fez diminuir, e até extinguir alguns garimpos daquela região mineira, iniciando-se o êxodo para São Paulo. 

É fato interessante constatar que segundo a "História Mineira", Iguape, cidade do litoral paulista, há mais de um século foi região de mineração e, fracassando o garimpo, muitos paulistas rumaram para Diamantina, região promissora de mineração. 
Meio século depois, o êxodo foi no sentido contrário: a volta para São Paulo. 
Fixando-se em CARAPICUÍBA, João Ovidio foi o principal responsável pela vinda dos mineiros para estas paragens, pois, seus conterrâneos, chegando em São Paulo, naturalmente vinham primeiro encontrar-se com ele. 
José Maria da Costa foi um dos que vieram ter aqui através de João Ovidio. 
Vieram ele e mais nove irmãos, todos hoje com imensa descendência na cidade. 
Igualmente veio Osório Carlos de Araújo Junior, provindo da mesma região. 
João Ovidio foi então o "pião" de convergência da família mineira nesta terra. 
Aqui viveu e aqui morreu. 
Era também conhecido pelo apelido que ganhara no garimpo: "Tamerão". 
Uma das filhas de João Ovidio (Maria Valentina), casou-se com Benjamim Roberto Cruz, irmão de Manoel Raimundo da Cruz, fundador e principal incentivador da Banda de Música, que hoje leva o seu nome. 
A família Cruz é numerosa, e vale ressaltar que os mineiros que aqui chegaram, trouxeram grande colaboração no desenvolvimento da cidade, quer introduzindo seus usos e costumes, quer pela valiosa mão de obra, mineiramente silenciosa... 
Os descendentes de "Tamerão" deram inestimável colaboração na construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, e permanecem até hoje arraigados na cidade, embora até as autoridades religiosas de agora, desconheçam quão grande colaboração eles emprestaram nos primeiros tempos da nova paróquia. 
A Corporação Musical de CARAPICUÍBA foi fundada por Manoel Raimundo da Cruz, no ano de 1951. 
O mineiro Manoel Raimundo chagara das Minas Gerais, no ano de 1947 e, passou a trabalhar no Matadouro do Km 21. 
Já havia pertencido à Banda Santa Cecília em São João da Chapada (MG). 
Juntamente com seu irmão Benjamim e mais alguns músicos de então (José Aristeu, José Ferreira, João Zacarias, Paulo da Luz, Benedito Sanfoneiro, Geraldo e José Deus Leite), e sob a regência do Sargento José, de Quitaúna, e com instrumentos próprios, foram iniciados os ensaios, constituindo-se a primeira diretoria, sob a presidência de Salim Gebara, e tesouraria de João Acácio de Almeida. 
Já no dia 2 de junho de 1951, a Banda fez sua primeira apresentação pública defronte à residência de Salim Gebara, na Avenida Celeste, esquina com Avenida Miriam. 
No entanto, a dificuldade na aquisição de instrumentos era muito grande e a Banda somente se impulsionou em 1957, quando João Acácio de Almeida, eleito Prefeito de Barueri, cedeu a instrumentação da Banda de Barueri, que estava desativada. 
Desde então a Banda Musical passou a ter vida própria e a participar dos eventos políticos, artísticos e culturais do Município e Região. Manoel Raimundo da Cruz faleceu em 17 de dezembro de 1964, mas deixou a corporação musical, que hoje leva o seu nome. Tendo se desligado politicamente de Barueri, a instrumentação da Banda, que estava em CARAPICUÍBA precisou ser devolvida ao Município sede, aí então a Banda parou. Mas no ano de 1965, Carmine Matheus Xavier, Nelson Izidoro, Murilo Vasconcellos, Luiz Juliano, João Tozeli, José Carlos Camargo, Laerte Cearense, Luiz Presecatan e muitos outros, reuniram-se e decidiram reativar a Banda, iniciando-se campanha de sócios, e a formação de diretoria. 
A Banda já foi orgulho de CARAPICUÍBA, porque se apresentava não só na cidade, mas era convidada a se apresentar em cidades vizinhas, e até distantes. 
Benjamim Roberto Cruz, irmão de Manoel Raimundo esteve sempre presente em tudo o que se relacionou com a corporação, tendo sido também presidente da diretoria. 
Não podemos nos esquecer de outros nomes importantes para a história e o desenvolvimento de CARAPICUÍBA. 
São eles: Sebastião Marcelino, João Prestuga, Joaquim Lopes Carilho, Guerino Bonati, João Baptista Dantas, Balduino Antônio Fortes, Attilio Sagni, Escholastica Elias, Theodoro Elias, Ernesto Lemos, Antônio José, Antônio Zamella, Domingos João Marian, Orlando Bianchi, Marie Jeanne Larra, José Raposo de Medeiros, Joaquim das Neves, Francisco Richter, Martha Witt, João Martins, Francisco Debeus, Alberto Reichert, Ercília e Carmelina Moraes, Rene Somelli. Fidelis Botelho, J. Teixeira Filho, Albino Eugênio de Moraes, Risaburo Sigaharakiukilo Kikuti, Dr. José Alves Feitoza e Albano de Moraes, as famílias Julian, Eid e Salomão. 

Origem e Significado da palavra CARAPICUIBA: Existem várias versões sobre o significado da palavra CARAPICUÍBA: Pau Podre, aquele que se reúne em poços, cascudo, escamose, etc. 
Mas segundo informou o Professor Carlos Drumond, chefe do Departamento de Lingüística e Línguas Orientais, titular da cadeira de Línguas Indígenas do Brasil, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo-USP, a palavra vem de cara + iba ou seja: cará ou acará: peixe; picú ou pucú: comprido; iba: ruim, que não serve para ser comido. 
Assim, CARAPICUÍBA é o nome do peixe: "Cará comprido" que não pode servir para ser comido, por ser venenoso como o baiacu. 
Existe um peixe do mar chamado carapicu, e vários escritores fazem referências a ele, mas CARAPICUÍBA fica muito longe do mar, e depois de haver lido o que escreveu Silveira Bueno em seu "Vocabulário Tupi-Guarani-Português", muitos chegaram à conclusão de que realmente existe um peixe do rio chamado cará ou "papa-terra", porém cará, neste caso, significa planta, e é mais conhecido dos indígenas do norte. 
Também existe outra explicação, que é a seguinte: "CARAPICUÍBA" é topônimo tomado de empréstimo ao Ribeirão homônimo, que corta as terras do município. 
Segundo estudiosos, é originário da língua indígena e é corruptela de "Quar-I-Picui-Bae", ou seja "aquele que se resolve em poços". 
Aldeia de Carapicuíba: A Aldeia de CARAPICUÍBA teve suas origens nas províncias oficiais, tomadas pelo capitão-mor Jerônimo Leitão, governador da Capitania no período de 1572 à 1592, que oficializou a 12 de Outubro de 1580, a doação de terras para a fundação de um povoado, adiante da Aldeia de Pinheiros, numa área já conhecida como CARAPICUÍBA, de forma a atender a petição dos índios e também os interesses das autoridades administrativas locais e dos jesuítas. 
Afonso Sardinha, o Velho, possuía grandes lavouras na região do Butantã e sua propriedade estendia-se das margens do Rio Tietê, até os limites da Aldeia Jesuítica de CARAPICUÍBA. 
Sardinha, além de ocupar diversos cargos políticos, foi um grande apresador de índios, tendo dessa forma, povoado suas terras. 
Em 9 de julho de 1615, ele e sua esposa Maria Gonçalves doaram suas terras, com a capela de Nossa Senhora das Graças, da qual foi fundador, ao Mosteiro da Companhia de Jesus. 
A população da Aldeia vivia modestamente da exploração agrícola, do plantio e fiação do algodão, da caça e da pesca dos arredores. 
Em meados do século XVIII, inicia-se a criação de gado. 
Os índios eram administrados pelos jesuítas, e trabalhavam em troca de uma muda de roupas ao ano, instrumentos de trabalho, remédios, e orientação religiosa, fazendo para os padres, transportes de Santos à São Paulo das mercadorias necessárias à Companhia, além de trabalho agrícola e artesanato.
CARAPICUÍBA funcionava nessa época como ponto de passagem para os Sertões do Sul. 
Por volta de 1698, os jesuítas do Colégio São Paulo, preocupados com a defesa dos índios, alegaram que as terras da Aldeia estavam esgotadas, determinando a transferência dos moradores da Aldeia de CARAPICUÍBA para a aldeia de Itapecerica. 
A partir de 1770, começou a surgir lentamente, o progresso. 
Além dos bandeirantes, que por ali passavam, também, tropeiros e mercadores que vendiam e transportavam mercadorias. 
Caminhos eram abertos para as aldeias vizinhas, de Santo Amaro, Embu, Itapecerica e Cotia. 
Novas casas foram construídas, e outras foram levantadas nas proximidades. 
Instalaram-se casas de comércio e escolas. 
Da lavoura pobre e rústica passaram à pecuária, com a criação de gado. 
Em consequência, desenvolveu-se a vida política e social, em que os usos e costumes se manifestavam, marcando-se vida própria, com seus acontecimentos. 
Aos poucos foi criando seu folclore, assentado na religião, nas crendices, nas cantigas e nas danças, sendo a de maior relevo a Dança de Santa Cruz ou Sarabaquê, dança típica local, que consistia de três partes: saudação, roda e despedida. 
Entre os seus habitantes, as ocupações eram diversas. 
Havia os lavradores, os que cuidavam do gado, os organizadores de festas, os festeiros e os que exploravam o comércio, sobretudo em datas festivas. 
A Aldeia de CARAPICUÍBA, a remanescente das doze primitivas, permanece aldeia, apesar dos seus quatrocentos anos de existência. 
Parece-nos que o vaticínio do Padre Belchior Pontes se cumpriu. 
A Aldeia de CARAPICUÍBA é célebre pela tradicional "Festa de Santa Cruz" que se realiza, anualmente, no mês de maio no largo da Aldeia. 
A festa origina-se da época da colonização e catequese dos indígenas, onde a principal atração é a dança de Santa Cruz, Roda, e Despedida da Santa Cruz. 
Na adoração, os tocadores, munidos de seus instrumentos, iniciam sua caminhada para frente da igreja, toda enfeitada. 
O povo se aglomera atrás dos músicos e então começa a adoração, com o violeiro chefe iniciando o cântico. 
Ao término do último verso de cada estrofe, toda ela acompanhada ao ritmo em palmas, os cantadores gritam um prolongado "oooiii" que os acompanhantes repetem, parecendo estabelecer um desafio entre os presentes e os cantadores. 
Na Roda, as cantigas perdem o tom religioso e uma grande roda é formada, com os homens por fora, e as mulheres por dentro, girando todos no sentido contrário aos ponteiros do relógio. 
A dança da roda consiste em dar passos para a frente e um para trás, da esquerda para a direita. 
A cada lance os pares se cumprimentam. 
Na despedida, há a zagaia, que é uma roda mais movimentada, cheia de zigue-zague, como uma dança indígena, e que termina com rezas pelos antepassados, e votos de novo encontro no próximo ano. 
A cada ano é escolhido um festeiro, que oferece, ao final da festa, uma caja ou gemada aos participantes. 
Na atual administração foi criado o Parque da Aldeia, para resgatar a história da cidade. 
O Parque ficará com uma área total de cerca de 500 mil metros quadrados. 
Como fez em sua primeira administração, quando construiu o Parque dos Paturis no Km 21, deu-se início a construção do "Parque Cultural da Aldeia", que tem como objetivo resgatar toda a história da cidade. 
O local abrigará toda a infra-estrutura de parque, com lagos, bosques, playground, trilhas, quadras, churrasqueiras, campos, banheiros, vestiários, segurança e muito verde. 
Além de toda esta estrutura, a principal atração do parque, além da Aldeia, que já é preservada pelo poder municipal, é a implantação da universidade nas antigas instalações do sanatório Anhembi, área de aproximadamente 300 mil metros quadrados com muito verde. 
Durante a construção e constante vistoria às obras, o Prefeito era sempre acompanhado do Secretário de Obras. 
O Prefeito tem afirmado que a vida de CARAPICUÍBA mudará depois da implantação total do Parque da Aldeia: 
"É uma obra que entrará definitivamente para a história do Estado de São Paulo", afirma. 
Em 1º de setembro de 2001 alguns índios da tribo Xavantes, do Mato Grosso, chegaram em CARAPICUÍBA, com o objetivo de expor produtos que fabricam onde moram e também para construir uma das grandes atrações do Parque Cultural da aldeia, que é uma Oca, conforme é construída onde moram. 
Durante alguns dias o local se tornou atração nacional. 
Os índios construíram a moradia diante de olhares curiosos de moradores e estudiosos... 
Os índios participaram ainda de palestras, e ensinaram um pouco de sua cultura para alunos, e moradores da própria Aldeia. 
O Parque Cultural da Aldeira sofrerá, com seus mais de 400 anos de história, uma reforma total, obedecendo a critérios. 
Casas serão reformadas, o trânsito modificado e o córrego canalizado. 
Milhares de pessoas passam pela Aldeia durante as Festas de Santa Cruz e Santa Catarina. 
Segundo vistorias realizadas, muitas casas da Aldeia estão em péssimo estado de conservação. 
Os técnicos avaliaram que muitas reformas feitas no passado, não obedeceram a critérios que agora terão que ser obedecidos à risca. 
Muitas casas estão com telhados prestes a desabar, e paredes em estado de decomposição. 
Após o levantamento, o prefeito determinou uma série de providências para a recuperação do local, como por exemplo: proibição do trânsito de veículos pelo pátio histórico da Aldeia, colocação de placas indicativas de trânsito local, reforma do Posto Policial, entre outras. 
O Córrego será canalizado. 
Outra parte importante para a melhoria da Aldeia e conclusão do Parque Cultural, está relacionada a canalização do famoso Córrego da Aldeia. 
A canalização, além de evitar acidentes e proliferação de doenças, vai proporcionar um aumento considerável na área do Parque. 
O local, que receberá um campo de futebol, será gramado e arborizado. 
Com esta canalização, o Parque ficará com uma área total de cerca de 550 mil metros quadrados. 
Festas tradicionais dão destaque para a Aldeia. 
A Aldeia de CARAPICUÍBA normalmente é procurada por estudantes, e pesquisadores, pelos seus mais de 400 anos de história. 
Mas a grande procura pelo local acontece mesmo na época de suas festas tradicionais, como a Festa da Santa Cruz, e a Festa de Santa Catarina, e a comemoração da Paixão de Cristo, com teatro vivo, que mantém a tradição dos fundadores da Aldeia. 
Milhares de pessoas visitam a Aldeia nestas ocasiões. 
A Emancipação política: Ainda em 1948, CARAPICUÍBA foi elevada a categoria de Distrito de Paz, sendo desanexada do Município de Cotia, ao qual pertencia desde 1856, quando deixou de pertencer ao Município de São Paulo, que ainda reteve parte das terras, hoje atual Cohab. 
Mais tarde, em 1949, integrou-se ao recém criado Município de Barueri, como um de seus distritos. Ocorreram eleições, e alguns homens de CARAPICUÍBA foram votados para exercerem o cargo de vereadores na Câmara de Barueri, sem remuneração, pois naquele tempo os vereadores não recebiam pagas pelo seu trabalho. 
Em 1957, João Acácio de Almeida, foi eleito prefeito de Barueri, e de 1961 à 1965, outro cidadão de CARAPICUÍBA - Carlos Capriotti - estava a frente daquele executivo. 
Durante este penúltimo período, se desenvolveu a batalha pela emancipação de CARAPICUÍBA, que até então era incorporada a Santana de Parnaíba e Barueri, tendo, afinal, conquistado em fevereiro de 1964, pela Lei nº 8.092, sua emancipação, tornando-se Município em 26 de março de 1965. 
Os moradores levantaram um pequeno monumento em homenagem aos emancipadores, o qual encontra-se à Av. Miriam, no Centro de CARAPICUÍBA. 
É modesto, mas significativo. 
É um preito de gratidão pelos homens que lutaram pela autonomia. 
SIMBOLISMO: A nossa Bandeira lembra muito a do Brasil: um losango amarelo sobre um campo verde; no lugar do círculo azul celeste figura o Brasão de Carapicuíba. 
O campo verde é dividido em 4 áreas equivalentes, pois a Bandeira é esquartelada em cruz, sendo os quartéis verdes constituídos por 4 faixas amarelas carregadas de sobre faixas vermelhas, dispostas duas no sentido horizontal, e duas no vertical e que partem dos vértices do losango amarelo central, onde o Brasão municipal é aplicado. 
Essa disposição está conforme a tradição da heráldica portuguesa, e segundo a qual os pavilhões municipais podem ser oitavados, sextavados, esquartelados ou terciados, com as mesmas cores constantes do campo do escudo, e ostentando ao centro uma figura geométrica na qual será aplicado o Brasão Municipal. 
DESCRIÇÃO: Como no Brasão, as figuras e as cores da Bandeira têm riqueza de simbolismo e tradição. 
O retângulo verde e o losango amarelo, datam de nossas primeiras bandeiras, e lembram a mãe pátria Portugal; a cruz relembra os descobridores, e a religião que trouxeram. 
O losango é o símbolo da maternidade. 
D.Pedro I, após a Independência, ainda em SP, estabeleceu que se usaria para distinguir a brasilidade, uma flor verde no centro de um ângulo de ouro. 
Depois, no Rio, ordenou que o Tope Nacional fosse composto das cores emblemáticas: verde da primavera e o amarelo ouro, divisa voluntária dos patriotas do Brasil; o verde era a cor da Casa Real de Bragança de onde provinha D.Pedro, e o amarelo a cor da casa Habsburgo, da Áustria, de onde provinha a primeira esposa do imperador, Dona Leopoldina, cujo nome está aqui perto numa estação da Fepasa. 
O verde recorda ainda Tiradentes, supliciado em 1789, ano da Revolução Francesa, pela regeneração da humanidade, quando os sitiantes da Bastilha tiveram por emblema folhas verdes arrancadas às árvores do Palácio Real; lembra nossos campos, nossa riqueza agrícola, nossa primavera constante. 
O amarelo lembra ainda, nossa riqueza mineral, a fase da mineração do ouro, os raios ardentes de nosso vivificante verão. 
NO PODER MUNICIPAL: No pavilhão de Carapicuíba, O Brasão do Centro representa o Governo Municipal; o losango amarelo (que contém o Brasão) representa a própria cidade de Carapicuíba com sua riqueza e sua gente; pois se a figura é a área geográfica, a cor é o símbolo da glória, esplendor, grandeza e mando. 
As faixas que partem dos vértices do losango central dividindo a Bandeira, simbolizam a irradiação do poder municipal a todos os quadrantes de seu território, são amarelas e contém sobre-faixas vermelhas, cor da dedicação, do amor pátrio, desprendimento, galhardia, intrepidez e coragem. 
Os quartéis verdes, assim constituídos, representam as propriedades rurais existentes no território municipal; o verde é a cor simbólica da honra, cortesia, civilidade, alegria, abundância; sendo também, hieróglifo da esperança. 
Como se vê, na descrição do Brasão do Centro, na Bandeira de Carapicuíba estão representados os antigos povoadores (Afonso Sardinha), o Rio Tietê, os Jesuítas (IHS), a fundação (1580), a emancipação (1965), a cidade (coroa), e o trabalho atual e futuro (indústria e comércio). 
A Bandeira representa, pois, o passado, o presente e o futuro de Carapicuíba. 
DESCRIÇÃO: O brasão de Carapicuiba mostra inicialmente um escudo, lembrando o dos Gladiadores da antiga Roma, no primitivo estilo introduzido em Portugal, através da influência francesa, demonstrando portanto a latinidade de nossos primeiros colonizadores. 
Sobre o escudo fez-se a coroa em forma de muro ou parede, idéia universal de força, domínio, inexpugnabilidade. 
O Ornato de prato ou argento, como se diz em heráldica, ostenta 6 torres das quais apenas 4 são visíveis no desenho. 
Ali está a classificação da cidade de Carapicuíba, como sede de Município de 3ª grandeza. 
Brasília, a capital Federal, é de 1ª grandeza; São Paulo, sede da Administração Estadual, é de 2ª grandeza. 
No centro ou coração do escudo, a região que os heraldistas chamam de abismo acha-se um escudete, o escudo menor de campo verde cortado pela faixa ou banda de linhas ordenadas retratando águas, nas quais nadam cinco sardinhas. 
AS CORES: As armas dos "Sardinhas" são alusões claras a Afonso Sardinha, "doador" destas terras de Carapicuíba. 
Como as cores são a linguagem dos símbolos, o verde simboliza a honra, a cortesia, a civilidade, a alegria e a abundância. 
E, também, a cor da esperança. 
A prata das águas indica a paz, a religiosidade, o trabalho, a amizade, a pureza. 
O vermelho das cinco sardinhas é o cunho da dedicação, do amor pátrio, do desprendimento, da audácia, da coragem e da valentia. 
Aos lados direito e esquerdo do escudete, as três letras I H S, subjacentes à cruz de Cristo, evocam a atuação da Companhia de Jesus que, tendo recebido as glebas doadas por Afonso Sardinha, graças aos cuidados do Padre Anchieta, nelas reuniu os índios, fundando a Aldeia de Caiapuruhy, hoje Carapicuíba. 
A PADROEIRA E O RIO: Sobrepondo-se ao escudete das Sardinhas, na parte superior do escudo, vê-se a roda vermelha de 8 farpas e oito raios. 
É a roda Farpeada ou de Santa Catarina, a Padroeira de Carapicuíba, virgem e santa, martirizada em Alexandria, no Egito, por volta do ano 312 de nossa era. 
É comum representá-la encostada a uma roda meio quebrada e rodeada de sangue. 
Santa Catarina é venerada a 25 de novembro. 
Uma faixa ondeada de cor azul, subposta ao escudete das sardinhas, indica o tradicional rio Tietê, antigo Anhembi, estrada natural para o sertão, caminho espontâneo dos bandeirantes em busca de riquezas, que não encontravam na Velha Piratininga. 
Era a única via de comunicação naqueles longínquos tempos com a Vila de São Paulo. 
A cor azul é o traço marcante da justiça, da perseverança, do zelo e da lealdade da gente de Carapicuíba. 
DOS DIAS DE HOJE: Fora no campo do escudo sanmítico, ornamentos de engrenagens e malhos aludem à situação econômica do Município, cuja riqueza básica está na força dos trabalhadores da indústria mostrando o rumo certo da nossa crescente industrialização e o tino dos nossos homens de empresa. 
Finalmente no listel vermelho da parte inferior do desenho, lê-se o nome de Carapicuíba, ladeado pelas datas de 1580 e 1965, lembrando a fundação da Aldeia e emancipação político-administrativa do Município, respectivamente marcadas no Brasão anterior com datas de 12/10/1580 e 26/03/1965. 

HINO À CARAPICUÍBA 
Letra e Música: Miguel Mosardi e João Paulo Silva 
Carapicuíba de belezas mil, 
Avante ó querida cidade, 
De esperança ainda juvenil, 
És um celeiro abundante, 
Do nosso querido Brasil. 

Refrão:
Cidade de sonho e esperança, 
Santuário de grande beleza, 
Carapicuíba tu é do Brasil, 
Motivo de muita grandeza. 

II
Tuas matas não existem mais, 
Os índios valentes fugiram, 
Também os ferozes animais, 
Salve ó princesa encantada, 
Teu futuro confiança nos traz. 
Bis.

Cidade de sonho e esperança, 
Santuário de grande beleza, 
Carapicuíba tu é do Brasil, 
Motivo de muita grandeza. 

III 
Do ventre da mata surgiu, 
A grandeza do nosso Estado, 
Que enobrece o nosso Brasil, 
Qual um universo estrelado, 
Que todo horizonte cobriu.

E se tornou um dos principais Pontos turísticos do país.

O Tope Nacional do Brasil ou Laço Nacional do Brasil é uma insígnia de adornamentação vestimentar cívica constituída por uma roseta nas cores verde e amarelo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tope_Nacional_do_Brasil.

Texto extraído da internet. 
Luciana Celestino dos Santos


Nos trilhos da Perus-Pirapora

As origens da E.F.P.P. remontam ao século passado, quando se iniciaram as explorações de cal na região compreendida entre Caieiras e Cajamar. A região, hoje cortada pela Via Anhanguera, apresenta uma grande concentração de calcário, cuja exploração para obtenção de cal era feita no bairro do Gato Preto pela família dos Beneducci, em terras do Dr. Arthur Moraes Jambeiro Costa. Também mais para leste, onde hoje se situa o Município de Caieiras (nome derivado da atividade local), o calcário era explorado pelo Coronel Rodovalho, proprietário de grande faixa de terras, que pelo que consta, "...recebeu como recompensa por atos de bravura durante a guerra do Paraguai..."
Nos idos de 1910, a cidade de São Paulo, em franca expansão, exigia o uso cada vez maior de cal nas edificações que iam sendo erguidas. Os empresários Sylvio de Campos, Clemente Neidhart e Mário W. Tibiriçá decidem então criar juntamente com os Beneducci, uma empresa mista para exploração do cal produzido no Gato Preto, e para o transporte do produto final até a estação Perus da então S.P.R. (São Paulo Railway).
1914 : A GUERRA NA EUROPA e A INAUGURAÇÃO DA E.F.P.P.
Em 1914 a Alemanha declara guerra às potências aliadas. As manchetes dos jornais paulistas até o dia 4-agosto-1914 referiam-se ao conflito eminente entre as Potências Européias e o Império Austro- Húngaro, porém no dia 5 de agosto, elas mudam, pois "A Guerra Européia" já era um fato. Esses acontecimentos, fazem com que a imprensa "se esqueça" de um fato até então bastante comum, mas que era sempre presente nos jornais: A descrição da viagem inaugural de uma ferrovia.
Assim, inaugurava-se o tráfego na Estrada de Ferro Perus-Pirapora no dia 5 de agosto de 1914 e desta viagem somente temos o relatório do Dr. Paulo de Moraes Barros, Secretário da Agricultura, que em sua mensagem referente ao ano de 1914 e apresentado ao Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves em 1915 menciona o seguinte: Na Estrada de Ferro Perus Pirapora foiinaugurado em 5 de agosto de 1914 o tráfego na estrada, no trecho entre Perus e o Km 16, com as tarifas aprovadas.
ESTRADA DE FERRO PERUS PIRAPORA
A partir de 1924 já começa a figurar o nome de Estrada de Ferro Perus Pirapora e não mais Companhia Industrial e de Estrada de Ferro Perus-Pirapora nos atos oficiais, devido ao fato da empresa haver sido dividida em duas, sendo uma para a exploração do calcáreo e outra para a operação da ferrovia.
"THE BRAZILIAN PORTLAND CEMENT COMPANY"
Em 1.923, a empresa canadense Drysdale & Pease, de Montreal, procurou áreas adequadas para a produção de cimento nas imediações dos centros consumidores escolhendo o bairro de Perus, na linha da Inglesa (S.P.R.), "...pois já existia um complexo em atividade e que com pequenas modificações poderia produzir cimento Portland...", servido por uma estrada de ferro industrial (a E.F.P.P.) e uma que se ligava ao "interland" (a S.P.R.) e ao porto (de Santos) e que portanto levaria o produto final ao consumidor e transportaria para o complexo industrial os insumos necessários à produção.
O grupo proprietário da C.I.E.F.P.P. e os interesses Canadenses unen-se e funda-se a Companhia Brasileira de Cimento Portland, sendo os dirigentes brasileiros os Srs. Silvio de Campos e Jambeiro Costa e por parte dos canadenses os Srs. M. M. Smith --que seria o Diretor-Gerente--, o mesmo que já procurara em todo o Brasil lugares para a construção de fábrica de cimento pelo sistema "Portland". Vale destacar que, nos interesses Canadenses, a Light and Power Co. estava presente.
Em 1925 forma-se a "The Brazilian Portland Cement Company" no Canadá.
Abril de 1926: a fábrica de Perus iniciou a produção do produto nacional que até aquela data era importado, atingindo sua plena capacidade somente em maio do mesmo ano, vendendo 96% de sua produção para a Light and Power Co.
Com os Canadenses ficou a fabricação do cimento; os acionistas da família Campos exploravam os fornos de cal, utilizando o calcáreo com alto teor de magnésio, produto este impróprio para a fabricação do cimento, utilizava-se ainda os refugos da fábrica para produzir também cal.
Competia à ferrovia transportar o calcáreo para Perus e dali trazer produtos para a fábrica de cal em Gato Preto.
No final dos anos 20 adquiriu-se uma pedreira em Cajamar e 4 novas locomotivas tipo AAR 2-4-2 ST, que foram compradas da ALCO (American Locomotive Company), além de outra locomotiva do mesmo tipo e da mesma empresa, porém fabricada em Montreal.
Através da empresa Orenstein & Koppel, (mais tarde Arthur Koppel-USA ) comprou-se vagonetas confeccionadas em aço da Magor Car Company para o transporte de calcáreo. É importante ressaltar que esse material rodante era de propriedade da B.P.C.C. (Brazilian Portland Cement Co.) e apenas utilizavam o leito da E.F.P.P., não fazendo parte do acervo da mesma.
"BRAZILIAN PORTLAND CEMENT Co." - MUDANÇAS DE RUMO
Em 1939, temos a saída da C.I.E.F.P.P. de Florindo e Flávio Beneducci, fundadores e principais acionistas da exploração de cal em Gato Preto, que confirma a exclusividade da ferrovia a serviço dos interesses da B.P.C.Co. Nessa época, o transporte médio diário de pedra calcaria era de 1.100 toneladas. Em 1942, compram-se diversas locomotivas da "Dumont Coffee Corporation" (Companhia Industrial e Agrícola Fazenda Dumont).
O controle de preços do cimento por parte do Governo Federal forçou a companhia de capital estrangeiro a vender a empresa em 1951. Interessaram-se pela compra o Grupo Francisco Matarazzo, o Grupo Votorantim e José João Abdalla, então Secretário do Trabalho do Governo Ademar de Barros. Para variar, mais uma vez os interesses políticos e os conchavos acabariam prevalecendo sobre a competência industrial reconhecida.
Coube a João José Abdalla, em 27 de novembro de 1951, a compra da Brazilian Portland Cement Company - B.P.C.C.. Consequentemente, incorporava também nessa ocasião a Estrada de Ferro Perus Pirapora. Em 1951 a "The Brazilian Portland Cement Company (Canadá) passa a denominar-se Companhia Brasileira de Cimento Portland-Perus.
Após a aquisição do conglomerado por J. J. Abdalla, ferrovia e fábrica voltaram a fazer parte de um único complexo, mas continuaram como empresas independentes. A aquisição de todos os materiais rodantes continuou a ser feita em nome da "Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus", que passou a ser o logotipo aplicado a todas as locomotivas.
A fábrica de cimento comprou ainda mais dois fornos rotativos. Nessa época uma composição ferroviária da Perus-Pirapora compunha-se de 18 gôndolas, ocasionalmente, 1 carro tanque para transporte de óleos, combustível ou diesel, 1 vagão de carga e 1 carro de passageiro.
Em 1974 a Companhia Brasileira de Cimento Portland- Perus é incorporada ao Patrimônio Nacional, assim como a Estrada de Ferro Perus-Pirapora. Em 1978 a Prefeitura do Município de São Paulo, adquire da União a área de 370 alqueires transformando a área no Parque Anhangüera. Em 1979 coloca-se o acervo incorporado a União em licitação. Às vésperas da abertura da licitação para a venda dos bens incorporados (março de 1980), a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF, solicita ao Condepahaat a abertura de processo de tombamento do acervo ferroviário e seu entorno.
Em maio de 1980, constitui-se em consórcio para a compra do patrimônio incorporado, as empresas Sergio Stephano Chohfi Engenharia & Comercio S/A e a Cia Agrícola e Pastoril Fazenda do Rio Pardo, vencendo a licitação que compreendia o acervo da Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus e Estrada de Ferro Perus Pirapora. Em 1981 é vendida a Companhia Industrial, sendo a sua gestão de incorporação ao patrimônio Nacional encerrada em 30/1/81 e tomando posse os seus novos proprietários em 2 fevereiro de 1981, constituindo-se a Fábrica Nacional de Cimento Portland Perus (F.N.C.P.P.) e a Ferrovia Perus-Pirapora Ltda (F.P.P.).
FIM DAS OPERAÇÕES
A Fábrica de Cimento, na década de 80, passou a apresentar problemas críticos de poluição, causados pela crescente falta de manutenção e modernização dos equipamentos, que após a venda pelos Canadenses, não mais recebeu os mesmos cuidados de antes. Em função de diversos protestos da população, a fábrica passou a operar parcialmente, o que acabou por ocasionar a paralisação da ferrovia e finalmente, em janeiro de 1983, são sucateados os fornos 1 e 2, paralisados o 3 e 4 para reforma, assim como as pedreiras de calcáreo e a ferrovia, sendo o clinquer adquirido do Cimento Santa Rita, limitando-se a C.N.C.P.P. a moê-lo e ensacar o cimento.
CONDEPAHAAT
Conforme já falamos acima, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF, solicitou ao Condepahaat a abertura de processo de tombamento do acervo ferroviário e seu entorno, o que, após muitas idas e vindas acabou resultando que, em janeiro de 1987 foi assinado pelo Condepahaat decreto tornando Patrimônio Histórico a Ferrovia Perus Pirapora.
Apesar disso, pouco ou nada foi feito até agora para realmente preservar esse patrimônio, que poderia muito bem ser convertido em mais uma fonte de receitas turísticas para 2 ou 3 municípios de São Paulo (inclusive a Capital), e praticamente todo o material "preservado" pelo Condepahaat está largado ao tempo, deteriorando-se lentamente, conforme pode ser visto por quem se aventura a percorrer o que ainda resta das instalações da ferrovia.
AS SIGLAS DA EFPP
Ao longo dos anos, desde sua inauguração em 1914, devido às diversas transferências de propriedade e interferências governamentais, essa ferrovia operou sob companhias de diversos nomes, embora tenha sido conhecida, praticamente desde seu início, como Estrada de Ferro Perus Pirapora. Foram as seguintes as principais siglas utilizadas na ferrovia ao longo de sua existência:
· C.I.E.F.P.P. - Cia. Industrial e de Estradas de Ferro Perus Pirapora - 1910 a 1939;
· E.F.P.P. - Estrada de Ferro Perus Pirapora - 1939 a 1981;
· B.P.C.C. - The Brazilian Portland Cement Co - 1926 a 1951;
· C.B.C.P.P. - Cia Brasileira de Cimento Portland Perus - 1951 a 1974;
· SOCAL - Socal S. A. Mineração e Inst. Florestais - 1974 a 1983;
· C.E.I.P.N. - Conselho de Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional - 1974 a 1981.
Elementos do Brasão:
- Escudo Sanítico; na cor prata, a Cruz do Cristo, acantonada de 4 araçás manchados;
- Chefe de blau carregado de duas estrelas de ouro;
- Coroa mural de prata de quatro torres;
- Dois ramos de araçazeiros floridos e frutados ladeando o escudo;
- Listel de goles com a legenda: "Justitia et fide conservabitur";
Significado:
A forma sanítica do escudo é a forma tradicional dos brasões brasileiros de domínio. O campo prata representa a lealdade e a lisura dos habitantes de Cajamar. A Cruz da Ordem de Cristo é o símbolo dos portugueses colonizadores, dos bandeirantes paulistas que arvoraram em suas bandeiras essa mesma cruz, por tal razão, tomadas por símbolo no brasão de domínio do município de São Paulo, a cujo território pertenceu a Cajamar.
Os quatro araçás verde manchado preto acantonados; fruta abundante na região, daí o nome do município.
cai-a-mar:
Cai = manchado tostado;
A = fruto
Mar = colorido pintado
O chefe de blau (azul) representa o idealismo do povo de Cajamar. As duas estrelas de outro representam as duas soberanias: a estadual e a federal. A coroa no mural de prata, de quatro torres, é o símbolo da soberania municipal, com suporte dos ramos de araçazeiros floridos e frutados de sua cor. O Listel de goles, com a legenda de prata: "Justitia et fide conservabitur", que traduzindo do latim significa: "Conservar-se-á com fé e justiça". 

PADROEIRO

São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal.  Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com freqüência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu.
Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, e Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão.
O Imperador, enraivecido deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte.
À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Passado um tempo, já restabelecido, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas.
Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. 

Texto extraído da internet. 
Luciana Celestino dos Santos 

Cajamar

Cajamar teve origem no desmembramento do Distrito de Santana de Parnaíba, com a denominação de Água Fria. Em 30 de novembro de 1944, através do Decreto Lei nº 14.344, passou a se chamar Cajamar. Sua elevação a Município deu-se pela Lei nº 5.285, de 18 de fevereiro de 1959, sendo instalado oficialmente em 1º de janeiro de 1960.
O município tem como Padroeiro São Sebastião, celebrado todo dia 20 de janeiro; e em 18 de fevereiro é comemorado o aniversário da cidade. O nome Cajamar tem origem indígena: "cai-amar" que quer dizer "Fruto colorido e manchado", inspirado no fruto de araçazeiro, árvore abundante no município.
Seu território de 135 km², limita-se com os municípios de Jundiaí, Franco da Rocha, Caieiras, São Paulo, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. O município tem fácil acesso pela via Anhanguera e pela Rodovia Bandeirantes. Com a implantação do Rodoanel, está conectado às principais vias do Estado.
Os habitantes estão distribuídos entre os Distritos de Jordanésia e Polvilho, nos centros e zonas rurais. Localizada a uma distância de 30 quilômetros da capital - marco 0, praça da Sé -, Cajamar possui inúmeras indústrias em seu território. A população, em sua maior parte, dedica-se às atividades industriais, sua principal fonte de renda.

Texto extraído da internet. 
Luciana Celestino dos Santos 

Caeiras – Cidade dos Pinheirais

O início da história de Caierias está estritamente ligado a uma personalidade de destaque do comércio, agricultura e instituições financeiras de São Paulo, trata-se do coronel Antônio Proost Rodovalho.
Tudo começou quando ele comprou uma fazenda, onde hoje se localiza a cidade de Caierias. Após verificar a existência de minerais ricos em carbonato de cálcio, excelentes para a produção de cal, decidiu investir numa fábrica para produzir o produto.
Em 1877 mandou construir 2 fornos de cal para dar início a produção do produto. Este fornos se encontram hoje desativados, ainda intactos (precisando de preservação).
Mas uma pessoa mudou os planos de Rodovalho. Emílio Ascanha, morador da região, percebeu que poderia ser produzido papel, e precisava de ajuda para montar uma fábrica. Assinaram um contrato com uma empresa alemã para desenvolver o projeto da fábrica. Em 4 de Abril de 1890 deu-se o início da produção de papel.
Nessa época, já existia uma estação ferroviária e a denominação "CAIEIRAS", foi dada a esta estação (criada em 1883) pelo engenheiro Mac Leod, e seus companheiro da antiga estrada de ferro The São Paulo Railway Company Limited, após fazerem levantamento planaltimétrico da região.
Como era de praxe usar as características dos lugares onde eram edificadas as estações, escolheram os fornos de cal para dar origem ao nome CAIEIRAS, referência dada ao conjunto de fornos de cal.
A partir daí, a história de Caieiras deve-se principalmente ao crescimento da industria de papel que ali se fundará, a qual veio se chamar Companhia Melhoramentos de São Paulo,
nacionalmente conhecida nos dias de hoje.
Caieiras foi distrito de Franco da Rocha, até a emancipação político-administrativa em 14 de Dezembro de 1958. A denominação "Cidade dos Pinheirais" foi criada por Olindo Dártora, um dos responsáveis pela emancipação do município.

INFORMAÇÕES GERAIS
Fundação: 1958.
Dia do Município: 14 de Dezembro.
Administração: Prefeito: Névio Dártora.
Área Total = 104km².
Área Urbanizada = 13,5km².
Distância da Praça da Sé (marco 0 da Capital) = 30km.
População do Município = 57.512 hab.
Número de Eleitores = 30.918.
Densidade Populacional = 553hab/km².

Considerada a Cidade dos Pinheirais - Urbis Pinetorum (inscrição em latim presente na bandeira do município), Caieiras tem na origem de seu nome os fornos de cal construídos em 1877 pelo coronel Antônio Proost Rodovalho, personalidade de destaque na história do município. Estes fornos existem até hoje, e constituem uma parte importante na história do desenvolvimento industrial do município.
Caieiras é um dos 39 municípios que constituem a Região Metropolitana de São Paulo, e foi considerado como o segundo melhor em infra-estrutura e qualidade de vida.

Texto extraído da internet. 
Luciana Celestino dos Santos