Poesias

segunda-feira, 20 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 83

CAPÍTULO 83

 Ao sobrevoarem a Ilha de Marajó, avistaram grandes campos verdejantes, bem como vaqueiros cavalgando nesta paisagem.
Nessa oportunidade, o piloto aproveitou para comentar com os passageiros que esses vaqueiros eram em grande parte, fazendeiros.
Vestidos com trajes típicos, são característicos da região.
Além disso, os turistas puderam ainda, avistar uma criação de bufálos, numa das inúmeras fazendas da região.
Os turistas também puderam conhecer o Lago do Arari, e o Rio de mesmo nome.
Segundo informações do próprio piloto da aeronave, o lago está condenado ao desaparecimento.
A ilha, localizada na foz do Amazonas, possuí uma topografia tranqüila, sem grandes acidentes geográficos.
Na porção oriental da ilha, puderam conhecer o que muitos chamam de Delta interior do Amazonas.
Este delta compreende, a região dos Furos de Breves, que faz a ligação entre os rios Paraná e Amazonas, a região do Aramá e do Codajás, e a região de Laguna e das baías, que mantém contato somente com o Rio Pará.
Com isso, ao término de alguns dias, retomaram a viagem prosseguindo em direção ao Pará, terra de grandes festas e manifestações culturais.
Das alturas, puderam se dar conta da beleza da região que imediatamente os encantou.
Das alturas puderam ver o Rio Trombetas, afluente do Rio Amazonas, que nasce na Serra Acaraí, no Pará.
Do monomotor puderam avistar ainda, a região da Serra dos Carajás, onde é feita a extração de minério de ferro, bem como o beneficiamento do material.
Nessa mesma região, puderam ver de longe, uma usina de beneficiamento de minério de manganês.
Ademais, viram também a Estrada de Ferro Carajás.
Quando finalmente desceram, puderam visitar o Porto bem como o Mercado de Ver o Peso, à margem da baía do Guajará, importante atração turística da cidade de Belém.
Nesse ponto da cidade, uma ampla área verde se descortina, convidando os turistas para um gostoso passeio pela região.
Além disso, neste mercado se encontra muitos objetos de cerâmica popular á venda, por preços bastante acessíveis.
Por esta razão Lúcio e Flávio, interessado em levar lembranças para seus familiares, fizeram questão de comprar algumas das cerâmicas.
Destarte, caminhando por mais alguns lugares, conheceram várias ruas da cidade velha de Belém.
O lugar, repleto de casarões antigos, levava os turistas para uma viagem pela história do Brasil.
Em Santarém, conheceram um magnífico casarão, todo decorado com azulejos.
Passeando pela região, os turistas conheceram a Catedral de Nossa Senhora da Conceição.
A edificação, começou a ser construída em 1791 e foi modificada ao longo dos anos.
Possuí o famoso crucifixo de ferro doado em 1846 pelo cientista alemão Von Martius, um dos maiores estudiosos da flora brasileira.
Com um metro e sessenta e dois centímetros de altura, o crucifixo foi a forma encontrada por Von Martius, para agradecer o fato de ter escapado de um naufrágio no Rio Amazonas, perto de Santarém.
A seguir, os cinco viajantes foram conhecer a Igreja São Raimundo Nonato.
A igreja, simples, foi erguida entre os anos de 1926 a 1940, traz resquícios do estilo colonial em seus traços.
Na praça há um modesto mas bonito monumento em homenagem aos índios e escravos santarenos.
No Solar do Barão de Santarém, os turistas puderam vislumbrar uma construção do início do século XIX, com três andares, portas e janelas arredondadas, e considerado um dos edifícios coloniais mais antigos da cidade.
Aproveitando a oportunidade, os turistas foram ver a loja de artesanato Muiraquitã, ao lado, construída na mesma época, com relógio de sol no alto.
No Porto de Santarém, os rapazes puderam ver os barcos que vão para Manaus, assim como os navios que viajam pelo mundo inteiro.
Neste porto, sempre há muita madeira para ser embarcada para a Europa.
Ao fundo, vê-se a Ponta Negra, última nesga de terra que separa os Rios Tapajós e Amazonas.
Caminhando pela orla da cidade, os turistas se aproximaram do Rio Tapajós.
Lá conheceram um pouco da história da região.
Isso por que, ao lado do rio, há sobrados geminados 58 construídos no século XIX, com fachada de azulejos portugueses, platibandas e cores vivas.
Porém, de vez em quando se vê uma construção moderna.
Do outro lado do rio há uma animada feira livre com peixes e produtos regionais.
Feira essa que os turistas fizeram questão de conhecer.
No Centro Cultural João Fona, na Praça de Santarém, os turistas se admiraram com uma construção de 1867.
Nessa época, passou a ser a sede da Câmara Municipal.
Com as sucessivas reformas, foi perdendo suas características originais para se adaptar ao presídio, fórum, prefeitura e outros órgãos que sediou até virar espaço cultural, com acervo de cerâmicas tapajós arqueológicas.
Lá estão peças com até dez mil anos de idade.
Há ainda, uma urna funerária indígena ainda com restos mortais.
Passeando pelo Mercado Ano 2000, os turistas encontraram peixes.
Entre eles, tucunaré, pirapitinga, aracu, tambaqui, pirarucu, surubim e centenas de outros.
Além de frutas como acerola, taperebá, inajá e dezenas de espécies de bananas.
No Mirante do Tapajós, situado no topo de uma colina no centro da cidade, uma fantástica vista se descortina do encontro das águas do Rio Tapajós e Amazonas.
De lá, os turistas também puderam ver a Ilha do Meio, formada por sedimentos trazidos dos dois rios.
Em Alter do Chão, os turistas conheceram a praia mais procurada do Rio Tapajós, a duas horas e meia de Santarém, de barco.
Lá tem ainda, uma pequena vila ribeirinha de apenas mil habitantes e fica encravada ao lado do enorme e calmo Lago Verde, formado por dois igarapés, que logo em seguida despejam suas águas no rio.
Na península de areia muito branca, se vê muito verde.
Lá, quem gosta de praia agitada fica na margem, nos bares.
Se a preferência for mais amena, como era o caso dos turistas, é o caso de se pegar uma canoa e ir até a ‘ilha’, que fica no encontro das águas do Tapajós e do Amazonas.
Além da aventura, o passeio reserva a opção de banhos de água morna (no Tapajós) ou fria (no Amazonas).
Conta a lenda que nas águas do Lago Verde podem ser achados muitos muiraquitãs.
Mais tarde os turistas foram visitar o Centro Cultural de Preservação das Artes Indígenas.
Trata-se de um interessante museu, que reúne objetos de mais de setenta tribos amazônicas, entre elas Caiapós, Carajás, Nhambiquaras, Txucahamães (a qual pertence o cacique Raoni), Ianomâmis e Jurunas.
Todo o acervo é original, feito por índios não aculturados.
As redes, cerâmicas, armas, cocares e muitos outros utensílios resumem a cultura das tribos da região.
Como era época do Festival Folclórico de Sairé, os turistas não perderam a oportunidade de conhecer a festa que se inspira no ritual indígena para saudar os navegadores portugueses e cujo símbolo é o sairé, um semicírculo de cipó torcido com três cruzes.
Esta foi a forma encontrada pelos índios para imitar os mastros das naus portuguesas e se aproximar dos colonizadores.
Os festejos começam com o Hino Nacional cantado em Tupi-Guarani, enquanto se fixa o mastro.
Depois é a vez da dança do Cruzador Tupi, uma representação da chegada portuguesa.
Além disso, há procissões acompanhadas de ladainhas, encenações de passagens bíblicas e competições esportivas.
A festa termina com almoço de confraternização só com comidas típicas da região.
Depois, os cinco rapazes foram visitar a Fordlândia e Belterra – duas criações de Henry Ford, que sonhou com um novo oeste americano em terras tupis.
Porém os caboclos não gostaram nem um pouco dos americanismos trazidos pelo empresário e se rebelaram.
Hoje Fordlândia é uma cidade fantasma e Belterra, uma pacata cidade do interior.
Por fim, os turistas, ao encerrarem o passeio pela cidade, aproveitaram para comprar cerâmica artesanal marajoara e artesanato indígena feito com palha de tucumã (palmeira da região), brinquedos de balata (espécie de borracha), plantas aromáticas, como o patchuli, na loja Muiraquitã.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 82

CAPÍTULO 82 

No Amapá, visitaram a Igreja São José.
A mais antiga da cidade, erigida em 1761.
A edificação, possuí traços coloniais na versão mais despojada dos jesuítas.
Ao avistarem o Trapiche, os turistas puderam ver o centenário ancoradouro de madeira que avança quinhentos metros sobre o Amazonas.
À sua volta, inúmeros bares.
No Marco Zero, os turistas subiram no monumento em honra à Linha do Equador.
Colocando um pé de cada lado, se fica nos dois hemisférios ao mesmo tempo.
Ao passarem pela Fazendinha, os turistas conheceram uma vila enfeitada com praias do Amazonas.
As águas calmas, boas para banho, foram convidativas para os viajantes.
Mais tarde, os cinco rapazes aproveitaram para passar num dos inúmeros bares e quiosques de palha que haviam no lugar.
No dia seguinte, foram visitar o Forte de São José.
Concluído em 1872, após dezoito anos de trabalho índio e escravo, é um dos cartões postais da cidade.
No Sítio Arqueológico do Pascoval, objetos domésticos e urnas funerárias de uma civilização indígena extinta, encantaram os turistas.
Depois, os turistas passearam pelo Curiaú.
Durante a construção do forte, os escravos formaram um quilombo, hoje a Vila de Curiaú, onde moram somente negros, com cultura quase intacta.
O lugar preserva um pedaço da floresta, com suas aves e plantas exóticas.
Lá, há um enorme lago de águas rasas, bom para banhos, onde se criam búfalos.
No Oiapoque, a noventa minutos de avião do Amapá, palafitas e ruas de terra na selva, estão marcadas por tradições indígenas, e envolvidas por florestas e rios verdes e transparentes na fronteira com a Guiana Francesa.
Lá índios, Galibis, Palicus e Caripunas desfilam com relógios digitais, jeans e camisetas.
É ali que fica o marco histórico, onde se lê ‘Aqui começa o Brasil’.
De barco, os rapazes chegaram à Cachoeira Gran Roche.
O lugar possuí piscinas naturais, corredeiras e praias.
Aproveitando o passeio, os turistas desceram o Rio Oiapoque, banhando-se em seus igarapés.
Na vizinha San Georges, na Guiana, vinhos e perfumes franceses estão expostos à venda.
No Laguinho e em Curiaú, um ritual de origem africana num ritmo cadenciado por tambores rústicos de madeira cavada, dão início ao Marabaixo.
Este ritual, mistura carimbó, baião, cantiga de roda e faz todo mundo dançar.
Nesse ritual, as mulheres cantam e rodopiam em vestidos coloridos, com uma flor na mão, tomadas por algum espírito brincalhão.
Já os homens jogam o corpo, em passos de capoeira.
O auge da folia é na Páscoa.
Na Festa de Santiago, a encenação da luta entre mouros e cristãos na África portuguesa, no século XVIII, atraí muitos turistas.
Lúcio, Fábio, Agemiro, Flávio e Felipe, aproveitando a oportunidade, também foram observar o espetáculo.
Nessa festa, os mouros dão alimentos envenenados aos cristãos e comemoram a vitória.
Disfarçados, os cristãos vão ao Baile de Máscaras para devolver o presente.
No dia seguinte ocorre a batalha.
Depois, os atores saem num grande círio.
Dias depois, os turistas, antes de prosseguirem em sua viagem pelo Brasil, conheceram mais uma das variantes sobre a ‘Lenda do Boto’.
Os macapenses, diziam que, em dias de festa, à meia-noite, ele vira um homem bonito e sensual.
Vestindo-se de branco e usando chapéu, seduz uma menina-moça e some.
É responsável por casamentos desfeitos e apontado como pai dos filhos de mães solteiras.
Logo após, partiram.
O próximo destino era Roraima.
Assim o foi.
Ao longe viram o cerrado, o Monte Roraima, o Lago Caracaranã e muitas fazendas.
Das alturas, também viram praias de água doce, em muitas delas haviam uma profusão de cajueiros, o que tornava o local bem pitoresco.
Encantados com a paisagem, os turistas não viam a hora de pousar.
Sequiosos de conhecer as construções da capital, Boa Vista, bem como ver as paisagens naturais de perto, os cinco rapazes estavam ansiosos para devassar a região.
 Por isso, quando finalmente pousaram, mais do que depressa, procuraram uma pousada para se hospedarem.
Quando conseguiram um lugar para ficar, exaustos com a viagem, aproveitaram para dormir um pouco.
Mais tarde, aproveitariam para percorrer os principais pontos da cidade.
Com isso, quando finalmente as horas se passaram, os cinco rapazes estavam mais do que prontos para o passeio.
Primeiramente, foram visitar a Catedral Cristo Redentor.
De arquitetura moderna, a nave se afunila no altar, e o teto é convexo – todo em madeira.
Depois de muito admirar a catedral, foram conhecer a Igreja de São Sebastião.
A igreja mais antiga da região, datada do século passado.
Foi capela da Fazenda Boa Vista do Rio Branco.
Em estilo barraco, está muito bem conservada.
Após, passaram pela Praia de Rio Branco.
A praia, de areias muito brancas na seca, é cercada de rica mata nativa, boa para passeios no meio da vegetação.
Com isso, quando os turistas chegaram, ao verem a beleza do lugar, mais do que depressa caíram na água, para depois caminhar no meio da vegetação.
Depois da caminhada, passaram pela Ponte Macuxi, onde puderam admirar a orla da cidade, e das colinas na região limítrofe com a Guiana.
No dia seguinte, passearam pelo Parque Anauá.
Este parque constitui-se em horto florestal com lago natural, parque aquático, pista de bicicross e forródromo.
Neste local, os turistas aproveitaram para passar algumas horas.
Depois rumaram em direção ao Museu de Roraima, onde puderam ver objetos indígenas e instrumentos de garimpo.
Em seguida, com o auxilio de um guia, rumaram em direção ao Monte Roraima.
Como se trata de um ponto muito distante da capital, os turistas tiveram que alugar um carro para percorrer a região.
Este monte na fronteira com a Venezuela e com a Guiana, oval e florido, desponta na selva, com mais de dois mil oitocentos e setenta e cinco metros de altura, quatorze quilômetros de extensão e sete quilômetros de largura.
No lado brasileiro, o monte tem seiscentos metros de parede azulada.
No platô de arenito – de quarenta quilômetros –, o tempo e o vento esculpiram bichos nas rochas e produziram fendas e abismos.
Além disso, segundo o guia, e de acordo com os índios Macuxis, o monte surgiu quando estranhos comeram as frutas de uma bananeira sagrada.
Como castigo, a natureza fez emergir do chão, entre chuvas, raios e trovões, um penhasco ornado por uma coroa de nuvens.
Com isso, depois de conhecerem a região, os turistas fizeram questão de conhecer uma aldeia Ianomâmi.
Percorrendo o rio Urariqüera de carro, seguiram o restante do caminho de barco.
Foram longos três dias de viagem.
Quando chegaram no Uraricaá, puderam presenciar cerimônias indígenas em plena selva.
Também puderam avistar araras coloridas, macacos, aves raras e até onças.
Por fim, conheceram a Pedra Pintada, onde viram a famosa pedra com inscrições milenares e misteriosas.
A pedra, leia-se, bloco de granito gigante, situa-se às margens do Rio Parimé.
Lá se encontram pinturas e inscrições rupestres pré-colombianas.
Alguns, chegam a acreditar que se tratam de inscrições fenícias de 2500 anos.
Depois do longo e demorado passeio pela região, retornaram para a capital.
Lá como último passeio, visitaram o Centro de Artesanato e compraram cestos de cipó e palha de buriti, além de algumas esculturas.
Após, prosseguiram com a viagem.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 76


CAPÍTULO 76

Também eles conheciam a ‘Lenda do Saci Pererê’. 65
Negrinho de um pé só, com uma carapuça vermelha e cachimbo na boca.
É uma espécie de duende que vive de noite, a perturbar os viajantes e tropeiros, pedindo fumo e fazendo-os errar os caminhos.
E mesmo nos dias atuais, entre os roceiros, coloca-se fumo para o Saci nos galhos de árvores a fim de afastar as suas diabruras.
Dizem que, de noite, faz trança nas crinas dos cavalos e costuma-se assobiar e gritar: "Saci Pererê, minha perna dói como o quê!".
Tudo que se encontra revirado, da noite para o dia, nas fazendas do interior, é atribuído a esse pitoresco demônio do folclore Brasileiro.
 Além disso, tem especial prazer em azedar o leite, gorar os ovos das galinhas e impedir o milho-picoca de rebentar.
Porém ali na região, onde os índios ainda vivem, o primitivo mito 66 do Saci-Pererê sobrevive sob forma do pássaro encantado Matinta Pereira, que traz desgraças e sofrimentos.
Porém, aos poucos, o Saci adquiriu feição de moleque brincalhão.
Outra transformação, que existe, e também é conhecida por alguns dos pescadores, é a versão de Romãozinho, também um negrinho notívago que faz estripulias nos terreiros e, às vezes, dentro das próprias casas.
Em torno desse personagem se formou uma lenda: Romãozinho era um negrinho desobediente e mau, que bateu em sua mãe, e foi condenado a perambular de noite pelos campos e matos.

65 Mito do folclore Brasileiro, bastante difundido de a Norte a Sul, através de inúmeras variantes: Saci Cererê, Saci Taperê, Mati Taperê, Matinta Pereira, Martim Tapirera e Martim Pererê.
O mito tem procedência ameríndia, de fonte tupi-guarani.
Teria sido, primitivamente, um mito ornitomórfico: pássaro encantado e, ainda hoje, em diversas versões, o saci é uma ave.
Porém depois, transformou-se, depois, em mito antropomórfico: um negrinho de um pé só.
De todas as formas esta última é a mais popular.
66 Ornitomórfico.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 75

CAPÍTULO 75 

Após, comentaram sobre o Papa-Figo.
O Papa-Figo, é um duende do ciclo dos monstros assustadores de crianças.
Segundo alguns dos pescadores, alguns dos incautos que o viram em ação, comentam que: "havia ainda o papa-figo, homem que comia o fígado de menino.
Ainda hoje se afirma... que certo ricaço, não podendo se alimentar senão de fígados de crianças, tinha seus negros por toda parte, pegando menino em saco de estopa".
Trata-se de um velho sujo, horrível, esmolambado.
Entrega doces, brinquedos e a narração de histórias para atrair crianças à saída das escolas, ou aqueles cujas babás são distraídas ou namoradeiras.
Alguns comiam, mas outros vendiam a potentados doentes, o fígado de seus pequenos prisioneiros.
Esta lenda segundo eles, era conhecida na região, por que os mesmos não viviam tão distantes da cidade.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 74

CAPÍTULO 74 

A seguir, descreveram Jaci.
Jaci - Ia-ci, a Lua, a mãe dos frutos, o mês lunar e também um ornato.
Irmã e esposa do Sol.
Merecia homenagens diferentes conforme a fase: Iaci omunhã (nova), Iaci icaua (cheia).
O cortejo lunar é formado pelo Saci-Pererê, o Boitatá, o Uratau e o Curupira.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 81

CAPÍTULO 81 

O morador, percebendo o interesse dos turistas, aproveitou para contar mais uma lenda, só que nesta, originária da Ilha Adana, no meio do Rio Negro, uma bela índia Abaré, vive abraçada por duas corredeiras – os índios Buburi e Curucui.
Disputada pelos dois apaixonados, Adana caiu na água, afogou-se e virou ilha.
Com isso, terminados os passeios pelos arredores, novamente os cinco turistas partiram.
A bordo de uma aeronave, avistaram do céu, o Pico da Neblina.
Situado a 3014 metros de altitude, mesmo das alturas, parecia impressionante.
Em Juruá, no Amazonas, Agemiro mostrou aos colegas de viagem, uma sonda de perfuração de gás.
Os turistas viram ainda, a região do Xingu, e os índios se preparando para algum ritual.
Pelas janelas do aparelho, os turistas viam tudo isso, dado o fato de o monomotor estar voando baixo, propositalmente.
Isso por que, era intenção do piloto, fazer com os turistas conhecessem toda região pelas alturas.
Com isso, por semanas, entre pousos e decolagens, os turistas puderam conhecer toda a região.
Nesse rasante pela região puderam avistar ainda, a densidade da floresta, bem como algumas tribos.
Mesmo ao longe, os turistas, se admiraram com a vegetação equatorial e exuberante da Floresta Amazônica.
Na Bacia Amazônica, o clima úmido e quente propicia uma fauna e uma flora riquíssimas.
Em seguida, passaram pela região do extenso paraná com o médio Rio Amazonas.
Depois, avistaram a Ilha de Marajó, uma extensa ilha fluvial, na foz do Rio Amazonas.
A essa altura, os turistas decidiram então alugar um barco e fazer um passeio pela região.
A travessia é longa, são seis horas no balanço das águas do Rio Amazonas, que se misturam ás águas do Rio Tocantins.
Quase na hora do almoço, a ilha surge de baixo de um enorme arcoíris, que de tão grande, impressiona os turistas.
O aludido arco-íris, parece um pórtico colorido nesta terra de águas.
Na Cachoeira do Arari, vê-se um pequeno povoado construído em cima de palafitas.
No porto de terra e madeira, centena de canoas, montarias, barcos, casquinhos, botes, botinhos, voadeiras – nomes, os mais diversos.
Nas chuvas, com o lago cheio, só se pode viver em palafitas.
Na seca o lago vai embora, virando poças ao longe, as quais viram um barro esturricado com cheiro de peixe morto.
Num enorme rancho de pau roliço, coberto por folhas de palmeiras, há uma pensão com lugar para se atar a rede e comida farta.
Muito peixe e farinha de mandioca.
Nisso a chuva volta a cair, miúda.
O arco-íris continua vivo.
Nisso, um grupo de meninos ajeita alguns cestos e couros em cima de alguns búfalos de chifres longos.
Esses meninos vão buscar potes e pratos enfeitados com desenhos vermelhos negros – a típica cerâmica marajoara.
Uma cerâmcia feita por gente que perdeu suas raízes étnicas, mas que, por alguma razão, conserva a estética.
Os oleiros são em sua grande maioria, cafuzos – mistura de negro e índios –, mas também vivos, os desenhos geométricos, que são marcas familiares.
Durante o entardecer os homens pescam, e as mulheres tomam banho no rio, ensaboando a cabeça.
Aos sábados há música nos botecos das ruas de terra.
Também muita gentileza, e uma doçura nas atitudes e nas conversas que cativam o mais distante e empedernido turista.
Os turistas, admirados com a simplicidade do lugar, resolveram ficar uma semana.
Nesta semana, pescaram, montaram num búfalo manso, aprenderam a moldar um vaso, se encantaram incontáveis vezes com o nascer do sol em meio a fina chuva, e comeram uma dezena de peixes de diferentes maneiras.
Por fim, veio a despedida, e como reza a lenda do lugar, todos os barcos tem nomes masculinos. Somente as lanchas tem nomes de mulher.
E é nessa partida que se vê o mesmo arco-íris esplendoroso que se avista na chegada.
Em razão de ser época de chuvas, uma fina garoa persegue os turistas durante o retorno da viagem.
Com isso voltaram para a aeronave.
Próximo ao Rio Acre, puderam avistar a capital, que de tão pequena, lembrava pequenos pontilhados no horizontes.
Porém, conforme foram se aproximando, puderam ver duas rampas que davam acesso aos barcos que estavam no rio.
Quando então aterrissaram e puderam apreciar a terra generosa, foram logo cumprimentados pelo povo acolhedor da localidade.
Com isso, aproveitando a mudança de ares, visitaram o Palácio do Rio Branco, edifício onde está instalada a sede do governo do estado do Acre.
Em Rio Branco – a capital do estado –, puderam conhecer o Palácio da Justiça.
Já em Tarauacá, conheceram a Igreja de São José, toda feita em madeira e com telhado coberto com palha.
Aliás, como todas as construções da região, que seguiam o mesmo estilo.
Depois de muito caminhar e de muitos passeios pelas cidades vizinhas, os turistas aproveitaram para descansar em uma das pousadas que haviam por lá.
Mais tarde, aproveitaram para conhecer o Museu da Borracha.
Lá, tudo o que se pode imaginar foi confeccionado em borracha – desde brinquedos, até botas e bolsas.
Na Casa do Seringueiro, documentos e fotos sobre o trabalho de extração do látex e da colheita da castanha.
Lá também se pode ver a reprodução da casa do líder seringueiro Chico Mendes e seus objetos pessoais.
Ao passearem pelo Rio Acre, avistaram a Gameleira – frondosa árvore centenária da região.
Fica na curva do rio, lugar onde a capital Rio Branco nasceu.
Em visitando a Catedral Nossa Senhora de Nazaré, descobriram que a mesma, inaugurada em 1959, lembra uma basílica romana.
Nela, vitrais coloridos lembram as cenas da via-crúcis.
Na Igrejinha de Ferro, verificaram que a capela dos recos é feita de chapas de ferro galvanizado pré-fabricadas na Alemanha.
Na Estação de Piscicultura Dário Ramos, os turistas conheceram o centro de reprodução de peixes regionais, como o tambaqui e o curimatã.
No dia seguinte, os turistas foram visitar alguns seringuais, existentes na região.
Nesses locais, o processo de extração do látex, é o mesmo de há um século.
De madrugada o seringueiro sai com sua faca de seringa, muitas cuias e lanterna para sangrar as árvores.
À tarde, recolhe o látex das cuias presas aos troncos.
Em casa prepara a borracha para a venda.
Ao passearem no Plácido de Castro, os turistas se deslumbraram com uma profusão de praias selvagens de areias finas e águas mansas.
Realizando passeios de canoa pelo Rio Abunã – paraíso do boto-cor-de-rosa –, os cinco viajantes se deslumbraram com a vistosa paisagem.
Em caminhadas pelo Parque Ecológico, os rapazes avistaram castanheiras, seringueiras e angelins.
Mais tarde no Tentamen, os turistas se esbaldaram dançando e jogando um pouco.
Nos dias que advieram, os turistas se divertiram no Bebódromo.
Largo com barezinhos de alvenaria, decorado com pinturas regionais, era um bom lugar para recarregar as baterias, depois de dias de muito passeio.
Após, passeando às margens do Rio Acre, os turistas puderam conhecer um pouco mais sobre a história da cidade.
Isso por que, ali naquela região, existem muitas construções do final do século XIX.
Em meio a essas construções, um casario deteriorado é o atestado de pobreza dos seringueiros.
Também nessa região, os turistas fizeram um passeio, percorrendo as trilhas da região no Horto Florestal.
Por fim, ao término dos passeios, os turistas novamente partiram.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 80

CAPÍTULO 80 

Com isso, depois de ouvirem as muitas lendas que os nativos tinham para contar, Lúcio, Fábio, Flávio, Felipe e Agemiro, foram se recolher.
Isso por que, muito embora tivessem ido dormir tarde, tinham que, antes de partir, conhecer o Lago do Cuniã.
Assim o fizeram.
Logo ao se levantarem, trataram de se vestir e despedir do povo hospitaleiro que os acolheu tão bem.
Depois, por meio de barco, pelo mesmo Rio Madeira, continuaram a percorrer as matas, até que finalmente avistaram a reserva biológica, possuidora de uma grande variedade de peixes.
Em seguida, passaram por formações rochosas, cordilheiras e cachoeiras.
Nesse ponto aproveitaram para parar um pouco e fazerem alguns mergulhos.
Por fim, retornaram de barco para o ponto de partida.
Porém, no percurso, qual não foi a surpresa dos rapazes, ao verem uma linda procissão fluvial. Curiosos, tentaram se aproximar para saber do que se tratava.
Contudo, não conseguiram se aproximar muito.
Mas apesar disso, conseguiram descobrir do que se tratava.
Era uma procissão em homenagem a São Pedro e percorria o Rio Madeira, bem como o Rio Mamoré.
E assim, muito embora tenham sido convidados para acompanhar a procissão, os mesmos gentilmente declinaram do convite.
Estavam exaustos com a viagem que fizeram.
Mas não o suficiente para não observarem um pouco a procissão.
Os pescadores, vestidos de branco, enfeitavam seus barcos especialmente para a ocasião.
E com isso faziam uma linda procissão.
Porém, para os cinco turistas, já era mais do que hora de voltarem, para Porto Velho.
Além de descansar, precisavam conhecer o Porto e depois seguir viagem.
E assim o fizeram.
Ao completarem os planos de viagem pela região, prosseguiram viagem para outras localidades.
Ao largo do Rio Amazonas, a bordo de um monomotor, também puderam ver povoações ribeirinhas acomodadas em regiões elevadas, em áreas não inundadas pelas enchentes.
As construções embora simples, pareciam resistentes.
Deslumbrados, puderam ver ainda, uma vasta área de floresta aquática.
Uma visão impressionante.
Também avistaram a Rodovia Transamazônica, ou pelo menos trecho dela.
Durante o percurso, desceram no município de São Gabriel da Cachoeira, onde conheceram o Morro da Fortaleza.
Neste museu, encontram-se trincheiras do forte de 1763.
A atração é a pedra da Anta e seus estranhos desenhos em alto relevo.
Nestes desenhos tem: vísceras de animais, um pernil e pegadas humanas.
Algumas lendas alusivas ao local, esclarecem que se tratam de restos petrificados de uma anta que regalou uma tribo faminta que vagava pela região.
Conheceram também, o Morro da Boa Esperança.
Na subida deste morro, painéis de azulejos na rocha relatam a via-crúcis.
No alto estão as Capelas de Nossa Senhora Auxiliadora e do Cristo Crucificado.
Ao lado delas, duas pedras gigantescas se equilibram em outras menores.
Estas pedras foram trazidas do Rio Negro por dois índios que disputavam quem era o mais forte, diz a lenda.
Na Serra da Bela Adormecida, as montanhas desenham o perfil da bela do referido conto de fadas, com seus seios fartos e cabelos compridos, que adormece longe da cidade esperando pacientemente pelo príncipe.
Esta é uma bela formação natural que pode perfeitamente ser apreciada da fortaleza.
O que os cinco turistas fizeram.
Depois, foram a Praia, no Rio Negro.
De areia branca e águas geladas por causa dos riachos que descem do Pico da Neblina, não era nem um pouco convidativa para um mergulho.
Não bastasse isso, o rio, apesar de aparentemente manso, possuí uma correnteza forte e traiçoeira.
Contudo, perto dali, estava a Palhoça da Graça, que serve aperitivo e cervejinhas.
Lá sentados, enquanto bebiam e beliscavam uns petiscos, os cinco rapazes aproveitavam para se deslumbrarem com a bela paisagem do local.
Depois, dando continuidade ao passeio, chegaram num ponto conhecido como Linha do Equador.
Na estrada, uma placa e um bloco de concreto revelam onde passa a linha imaginária que divide a terra em duas partes, e que também demarcam o Parque Nacional do Pico da Neblina.
Com isso, os turistas, impressionados com a capacidade do ser humano de criar soluções para os problemas do cotidiano.
Puderam observar que os raios de sol que incidem sobre a região, estão sempre em linha reta.
Em seus passeios pela região, os turistas também conheceram, a Aldeias Tucanos, onde Ianomâmis e Banivas vivem no Alto Rio Negro.
Nestas aldeias são mantidos os antigos costumes dos primeiros indígenas.
Assim, por meio das voadeiras – como são conhecidos os barcos com motor de popa que circulam pela região –, os turistas puderam ver de longe os indígenas e as aldeias.
Também, aproveitando o passeio, puderam apreciar toda a natureza da região.
Era realmente uma paisagem repousante.
Muito embora os habitantes da região fossem conservacionistas, nada impedia visitas ao lugar.
Porém, para visitarem o lugar, necessária se faz autorização da Funai.
Coisa que os cinco viajantes providenciaram logo que chegaram a região.
Aproveitando a viagem os cinco viajantes não perderam a oportunidade de conhecer mais sobre o folclore da região.
Por isso, quando um dos moradores do lugar se aproximou para contar sobre a ‘Lenda da Cobra Grande’, os turistas ouviram atentamente a narrativa.
A lenda era sobre a cobra gigante, que fora mais tarde petrificada, e hoje serve como lombada, que não deixava ninguém cruzar o Rio Negro, e engolia os valentões da tribo.
Com isso, os índios, percebendo que não adiantava medir forças com a estranha criatura, tiveram a seguinte idéia: amarraram um matapi – arapuca de tala de madeira –, caçaram o monstro e ele virou pedra.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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