Poesias

sábado, 11 de abril de 2020

Marco Zero da História Paulista

Santo André é pujante.
Percorrendo a cidade, rasgada em parte, pelo caminho de troleibus, no sentido – São Mateus –, onde se percorre boa parte do município de São Bernardo do Campo – começando pelo bairro Ferrazópolis, seguindo em direção ao centro, onde se vê a prefeitura e seus canhões de luzes que brilham à noite, a Ete Lauro Gomes, o shopping Metrópole e as inúmeras passarelas de cor laranja que existem na região – a seguir, entrando no município de Santo André, somente as duas últimas estações pertencem à São Paulo.
E próximo de São Paulo, que fica o Parque Novo Oratório e sua bela igreja.
Mas Santo André não é só troleibus.
Muito embora se possa através de seu trajeto, conhecer muitas das belezas da cidade.
Percorrendo a Avenida Pereira Barreto, se pode ver muitas coisas.
Além disso, na região, temos o trem que corta os municípios de São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, até finalmente chegar a antiga vila inglesa – Paranapiacaba –, com sua ‘fog’ londrina, seu conhecido Festival de Inverno e seu relógio importado, na Estação abandonada – berço de sua história.
Paranapiacaba – “lugar de onde se vê o mar”.
Mas, voltando ao centro da cidade de Santo André, pode-se admirar belas construções, como o Teatro Municipal – de estrutura modernista toda em concreto –, a Prefeitura – um imenso prédio, também em concreto, com inúmeros andares –, à sua frente está o Fórum Cível e Criminal – um retângulo todo em concreto.
Essas construções, circundadas por uma imensa área verde, possuem uma praça e um lago artificial.
Na praça, são realizadas feiras de artesanato, em alguns dias da semana.
É uma cena bonita de se ver.
Um mar de barraquinhas enfeitando o lugar – imenso.
Nessa área também se pode avistar o início da Avenida Dom Pedro II, a Sede amarela da ACISA – Associação Comercial e Industrial de Santo André – ladeada pelo viaduto que dá acesso a avenida.
Próximo dali, está o prédio do Jornal “Diário do Grande ABC”, bem como o Colégio Américo Brasiliense – com suas colunas imensas, seu pé direito elevado, suas amplas janelas, sua antiga cor azul – suja –, para hoje se tornar um delicado tom amarelo.
Em suas imediações, existe um portão circundando o famoso colégio, para se evitar as pixações, que já maltrataram muito o edifício anteriormente.
À sua frente, árvores frondosas, e a Praça Quarto Centenário – lugar importante na cidade. Igualmente próximo dali, está o Prédio dos Correios – com suas janelas altas e sua cor próxima do amarelo.
Logo a sua frente, está uma passarela que permite aos passantes, não precisarem atravessar a rua, que possuí um trânsito, bastante complicado.
Ao lado do Prédio do Correio, está um relógio, indicando as horas e a temperatura da cidade, no momento em que se passa por lá.
Ladeando o Fórum, está a moderna Casa do Advogado, com seus concretos e alguns tons de vermelho.
Em sua garagem, está um pequeno lago, que faz companhia ao elevador.
Seus quatro pavimentos, proporcionam aos advogados, um lugar onde podem buscar apoio e ajuda para os problemas do dia-a-dia da profissão.
Quanto a Ete Júlio de Mesquita – este prédio belíssimo, data da década de 40.
Entre outros pontos marcantes, temos o Clube Esportivo Primeiro de Maio.
Em seu muro, tem uma espécie de bica com água, na qual, abrindo-se uma, de suas várias torneiras, se pode matar a sede.
Pelo que se pode ver do lado externo, trata-se de um lugar amplo, repleto de áreas verdes, com duas entradas.
Na Rua Bernardino de Campos, também temos um clube imponente.
Sua bela escadaria, convida a todos a uma agradável experiência.
É nessa região, em que se concentram as lojas de flores, que enfeitam sobremaneira a cidade.
Logo a frente se pode perceber que está a Estação de Trem.
O município tem três estações: a principal, Estação Santo André, a Estação Prefeito Saladino – em homenagem a Saladino Cardoso Franco, Prefeito da cidade –, e a Estação Utinga.
Já na Avenida Pereira Barreto, que faz limite com a querida cidade de São Bernardo, a qual possuí o shopping Metrópole na região – comércio este, que em época de Natal encanta a todos com sua belíssima decoração, repleta de fios dourados, que recobrem boa parte de sua fachada.
É uma beleza ver suas luzes.
O Paço Municipal não fica atrás.
Boa parte de suas árvores é coberta com luzes piscantes.
Em alguns bairros são instaladas árvores de metal, que brilham à noite.
Nos postes, às vezes também são penduradas luzes e brilhos.
Mas voltemos à avenida.
Em Santo André, temos o shopping ABC, no lugar do antigo Mappin, com sua passarela.
Este comércio, em época de Natal, também se embeleza.
Houve tempo, em que renas foram colocadas por sobre o chafariz, que existe na entrada do lugar.
Este ano, resolveram instalar três imensas árvores de Natal, com estrutura em ferro, decorados com o verde da época.
Na fachada do shopping, pequenas luzes piscam brilhando para encantar os olhos de quem por lá passar à noite.
A decoração interna, linda como sempre, está diferente dos anos anteriores.
Isso por que, o shopping está mais enfeitado.
A grande árvore de Natal que ocupa a entrada do lugar, é imensa e está ano, está toda enfeitada de fitas e cores vermelhas.
Ao longo dos corredores, também se pode ver inúmeras árvores de natal enfeitando as entradas das lojas.
Há ursos de vários tamanhos, guirlandas enfeitadas de fitas vermelhas por toda a parte, lâmpadas descendo em fios dourados, laços, fitas, tudo muito vermelho.
Em todos os andares há enfeites e árvores de Natal.
No piso térreo, do lado oposto a Praça de Alimentação, está montado um pequeno cenário, onde um Papai-Noel magro, tenta entreter algumas crianças.
Neste ambiente está uma espécie de chaise longue vermelha acompanhada de algumas renas de plástico, e uma árvore de Natal.
Também está lá, uma moça vestida com trajes natalinos.
O Natal é realmente uma época mágica.
É nesse momento do ano que todos os shoppings se esmeram para elaborar uma decoração à altura da ocasião.
Árvores gigantes, arranjos chamativos e belos, guirlandas, presépios, neve artificial, casa do Papai Noel para as crianças, trenós, renas, tudo para deixar a todos encantados.
Em frente ao shopping, está o Hospital Brasil.
Centro de Saúde por excelência, está instalado em uma importante área da cidade.
Verdinho, verdinho!
Na Avenida Pereira Barreto, pode-se avistar ainda, vários prédios, dentre eles, um todo redondo e envidraçado.
Está próximo a Avenida Gilda, outro importante ponto da cidade.
Na Avenida Portugal, temos um pedacinho da Europa, dado o primor da região.
Por ser uma área tão bem cuidada da cidade, atrai minha admiração.
Não que as outras áreas da cidade não sejam bem tratadas.
Seriam injusto falar isso, já que Santo André é tão linda!
Mas a Avenida Portugal, é particularmente sofisticada.
É lá que estão belos prédios, e um importante comércio da cidade.
É nessa avenida que está localizado um belo hospital – que possuí até um pequeno chafariz em sua entrada.
No centro da cidade, temos lojas de rua, chafariz e galerias – repletas de comércio.
A Rua Oliveira Lima, é tradicionalmente conhecida por seu comércio.
Com uma cúpula de vidro instalada ao longo de toda a rua, caracterizou nitidamente a região.
Seu chafariz, também é uma importante marca do lugar.
No centro temos ainda a Casa da Palavra – templo da literatura, e conseqüentemente das letras.
Trata-se de um belo imóvel, muito bem conservado.
Situado em frente a Praça do Carmo – a qual tem uma imponente igreja, que dá nome ao logradouro.
A edificação, imensa, toda pintada de branco, possuí uma magnífica entrada com cobertura.
Ao lado está um posto da Guarda Municipal.
Em outra região, está a Casa do Olhar, onde também temos um exemplo de uma bela construção, só que infelizmente abandonada.
Exemplos como esses, para a tristeza da memória da cidade, temos em toda a região, em vários bairros.
Na Rua Bernardino de Campos, próxima a Estação Férrea está um exemplo de construção antiga abandonada.
É uma pena que vivamos em um tempo em que as pessoas não preservam o passado!
Na Rua Senador Fláquer temos o Cine – Teatro Lauro Gomes, inúmeros Bancos e vários comércios.
No centro, temos também um pequeno shopping na rua mais famosa de comércio da cidade.
O shopping, já abrigou pequenas exposições sobre variados assuntos.
Com dois andares, possibilita a entrada dos passantes, por três ruas diferentes.
Mais adiante, depois da Estação Santo André Leste – de troleibus –, temos o shopping ABC Plaza.
Um belíssimo edifício, todo em salmão, muito maior que o shopping da Pereira Barreto, possuí caixa d’água, várias entradas, bancos, supermercado e muitas, muitas lojas, além de várias entradas, salas de cinema, uma exuberante praça de alimentação, e uma área de jogos.
Também lá se elaboram bonitas decorações para o Natal.
Este ano, por exemplo, em uma das entradas do shopping, está armado, um pequeno cenário, com um sofá vermelho e pequenas árvores de Natal, saudando os visitantes e convidando-os para as compras de fim-de-ano.
Em Santo André temos ainda, o antigo Parque Duque de Caxias – hoje Celso Daniel – homenagem póstuma ao Prefeito assassinado covardemente em 2002, por motivos evidentemente políticos.
Este parque, imponente, possuí árvores frondosas, e transmite uma bela visão para quem passa pela avenida que lhe dá acesso.
Flores, árvores, verde, instalações, este parque é uma beleza!
A cidade, também tem um pequeno parque, ao lado da Prefeitura.
De clube, temos também, o Panelinha.
Pequeno, mas aprazível.
No município temos escolas, faculdades – entre elas, a Fundação Santo André.
Este importante Centro Universitário, está fazendo cinqüenta anos com muitos cursos e a devida qualidade.
Trata-se de um local amplo arejado e bucólico, com muito verde e espaço.
Quanto a UNIABC, esta também possuí um imenso campus, mas nem de longe chega perto da beleza do espaço verde da Fundação.
No município temos ainda a Uni-A.
Em relação as faculdades e universidades, tenho o sonho de um dia ainda ver, um Centro Universitário gratuito, na região do Grande ABC, coisa que há muitos anos, estamos precisando!
Na cidade existem ainda, inúmeras bibliotecas, entre elas a da Prefeitura, e inúmeras repartições públicas – como Fóruns: Cível/Criminal, Trabalhista e Justiça Federal – instalada recentemente –, Procuradorias, o Prédio da Receita Federal na Rua José Caballero, o Semasa, etc.
Mas não é só isso.
Temos supermercados, mercados, lojas, farmácias, hospitais, Centro Hospitalar, Pronto-Socorros.
Muito embora a saúde esteja sendo sucateada em nosso município, ainda podemos contar com alguns serviços de saúde.
Além disso, temos escolas, mais comércio, escritórios: de advocacia, de contabilidade etc. Consultórios de dentistas, etc.
Quanto a isso, cumpre ressaltar que é flagrante a quantidade de profissionais com diploma superior despejados anualmente no mercado de trabalho.
A situação é alarmante!
No tocante a comércio, temos ainda, muitos restaurantes, lanchonetes, bares, churrascarias, pizzerias, etc.
Também temos algumas pensões, e um hotel, construído recentemente.
O Hotel Plaza Maior maior é uma celebração na cidade que até então, não possuía este tipo de empreendimento.
O oposto de São Bernardo que possuí vários hotéis, como o Parque Plaza Hotel.
No município de Santo André temos ainda, o Museu da Música que está sendo restaurado, e um Conservatório.
Também temos um centro, onde são realizados cursos de pós-graduação na área jurídica, na Rua Almirante Protógenes.
No setor de prestação de serviços e comércio, temos muitas possibilidades.
Com relação a isso e muito mais, Santo André tem um excelente aparelho urbano.
Mas, possuí inúmeros problemas com transporte, trânsito, poluição, violência, desemprego, problemas na saúde e no ensino – não só no básico, mas também no 1º e 2º segundo graus, sem contar o ensino superior.
Há também, problema de vagas em creches, descaso das autoridades constituídas em vários setores como segurança, educação, transporte, saneamento básico, saúde, investimento em novos aparelhos urbanos, para melhorar a vida de quem vive na cidade, etc.
Faltam recursos, decerto que sim, mas também, falta vontade política.
Como as autoridades que se perpetuam no poder, não há uma oxigenação do processo democrático no município, o que prejudica deveras a possibilidade de melhoria na região.
Todavia, tivemos a oportunidade de reverter esse quadro, mas infelizmente, jogamos esta oportunidade fora, quando elegemos um prefeito que há dois anos governa a cidade e não fez nada por ela.
Só espero que esta cidade não fique eternamente nas mãos de políticos desinteressados em resolver problemas da região.
Nas próximas eleições, espero sinceramente, que os eleitores estejam mais conscientes de seu poder de decisão.
Por que o resultado das eleições de 2004, foi, utilizando uma sábia expressão do eminente jornalista Bóris Casoy: Uma vergonha!
Contudo, deixemos as tristezas de lado, até por que, independente disso, o município é bonito, muito embora nem tudo esteja resolvido.
Agora, em época de Natal, falemos então das luzes e cores da cidade.
Das ruas ricamente ornamentadas, como a cerca de dois anos atrás, quando vi a Rua Caiubi, toda enfeitada com guirlandas e laçarotes vermelhos, bem como, com luzes cintilantes.
Brindemos às luzes, às cores, ao brilho.
Brindemos a beleza dos shoppings ricamente decorados para a ocasião, as árvores de Natal, as casas repletas de luzes e de enfeites.
Época de decorar a pinheiro – árvore símbolo da época – com bolas coloridas, sinos, brilhos, luzes coloridas e piscantes e tudo mais que a imaginação permitir.
Tempo de se montar presépios e enfeitar a entrada das casas.
De se colocar uma guirlanda na entrada do lar.
No centro da cidade temos também muitos enfeites.
Guirlandas brancas enfeitadas com pombas, mensagens de paz e sinos.
Em São Caetano, árvores de natal enfeitam algumas das principais ruas da cidade.
Uma beleza!
Todavia, não devemos nos esquecer do aniversariante da época.
Ele com toda certeza, é o mais importante da festa.
Não é mesmo?
Para mim, o Natal, é uma época em que se evoca coisas boas, um clima agradável, e muita felicidade.
 Vocês não concordam?!
Por fim, o nosso estóico berço de origem, a nossa querida vila quinhentista ... Santo André, você realmente é uma cidade magnífica.
Parabéns a você!
Feliz Natal.
Parabéns a todos o munícipes desta cidade, desde os nascidos até os que optaram por morar aqui.

Texto de Luciana Celestino dos Santos, redigido em 16 de novembro de 2004.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Efeméride Andreense

Santo André, comemora, anualmente, no dia 8 de abril, o aniversário de instalação oficial da Vila de Santo André da Borda do Campo e não do atual município.
Isso por que a vila quinhentista de João Ramalho, formada em 1550, oficializada em 8 de abril de 1553, chegou ao fim em 1560, quando seus moradores e autoridades, transferiram-se para o Pátio do Colégio, em São Paulo de Piratininga.
O município hoje, tem consciência de sua formação, portanto.
Seu ressurgimento data do ano de 1861, quando da formação do primeiro povoado local, no Alto da Serra, com o primitivo nome de Paranapiacaba – hoje parte integrante da cidade.
Até os idos de 1861, quando começou a ser formada Paranapiacaba, Santo André, possuía apenas uma população dispersa, que ocupava sítios e outras propriedades rurais, sem um sentimento de coletividade.
Em caso de problemas, a população acorria à sede da Freguesia de São Bernardo ou então, à Capital da Província.
E assim o tempo foi passando... Santo André, não se limita atualmente, ao Distrito de Capuava.
Há também, um avanço para fora do eixo do Vale do Tamanduateí, atingindo áreas de mananciais, onde a cidade incorpora e administra bairros ao longo da Represa Billings, Jardim e Parque das Garças, Jardim Joaquim, Eugênio de Lima, Rio Pequeno, etc., atingindo os antigos Campo Grande e Paranapiacaba.
Paranapiacaba é Santo André, assim como o são, os bairros do porte de uma Vila Bastos, ou Parque das Nações, estes mais centrais.
O Parque Novo Oratório, por exemplo, fica mais afastado do centro e também é parte integrante do município, assim como outros bairros.
Pobres ou não, compõe em vida e forma esta cidade!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.

Prefeitos de Santo André

1889 a 1891 João do Prado
1892 a 1896 Capitão José de Oliveira Cata Preta
1896 a 1897, e 1898 a 1904 Agenor de Camargo
1905 a 1907 João Batista de Oliveira Lima
1908 a 1910, e 1911 a 1913 Alfredo Luiz Fláquer
1914/15; 1916/19; 1920/22; 1923/24;1926/27; e 1928 Saladino Cardoso Franco
1930 Armando Setti
1931 Armando Arruda Pereira
1933 Justino Paixão
1934 a 1937 Felício Laurito
1938 Décio de Toledo Leite
1940 José de Carvalho Sobrinho
1947 Alfredo Maluf * (Armando Mazzo foi cassado pelo Supremo Tribunal Eleitoral antes de tomar posse)
1948 Antonio Fláquer
1951 Francisco A. A. Barone
1952 a 1955 Fioravante Zampol
1956 a 1959 Pedro Dell ‘Antonia
1960 Oswaldo Gimenez
1961 José Silveira Sampaio
1962 a 1963 Clovis Sidney Thon
1964 Lauro Gomes de Almeida
1964 a 1967 Fioravante Zampol
1968 a 1972 Newton da Costa Brandão
1973 a 1977 Antonio Pezzollo
1978 a 1982 Lincoln dos Santos Grillo
1983 a 1988 Newton da Costa Brandão
1989 a 1992 Celso Daniel 1993 a 1996
Newton da Costa Brandão 1997 a 2000
Celso Daniel 2001 a 2004
Celso Daniel * (nos últimos dois anos o cargo foi exercido pelo até então Vice–Prefeito, João Avamileno, em decorrência do assassinato do Prefeito em exercício)

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.

Praça Embaixador Pedro de Toledo, "Largo da Estátua"

É em torno deste eixo que a cidade se implantou, sem barreiras geográficas, ofuscada timidamente, vez ou outra, por estranhos e fisiológicos movimentos que tentavam, quebrar o que o antropólogo José Guilherme Magnani chamou de "a lógica do pedaço".1

1 Fonte: Secretaria de Planejamento. Sumário de Dados de Santo André 1996 (ano base 1995). Autor: ADEMIR MÉDICI é jornalista, membro do Grupo Independente de Pesquisadores da Memória do Grande ABC (GIPEM).

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.

Tecelagem Kowarick, 1937

A força econômica, a maior arrecadação, e o maior número de trabalhadores localizavam-se em Santo André.
Mas a sede do Município, continuaria na Vila de São Bernardo até 1938, quando um decreto estadual provocou duas mudanças drásticas: a troca do nome de Município de São Bernardo, para Município de Santo André; e a transferência da sede do Município, também da Vila de São Bernardo para o Distrito de Santo André.
A solenidade de troca de nome e transferência de sede, ocorreu no feriado de 1º de Janeiro de 1939.
E assim, durante seis anos todo o ABC se chamou Santo André.
Em 1944 o então Distrito de São Bernardo (incluindo Diadema) obteve a emancipação político-administrativa, separando-se do Município de Santo André, e sendo instalado em 1º de janeiro de 1945, com o nome de São Bernardo do Campo.
Em 1948 foi a vez de São Caetano, que separava-se, surgindo o C de ABC, São Caetano do Sul.
Em 1953 foi a vez de Mauá e Ribeirão Pires, (incluindo Rio Grande, atual Rio Grande da Serra) obterem suas independências.
Hoje o município de Santo André, corresponde ao espaço central do antigo Bairro da Estação, às áreas de Utinga e Capuava, e à vasta área do setor de mananciais, da região Sudeste da Grande São Paulo, incluindo Paranapiacaba, Campo Grande e 18 loteamentos além da represa Billings. Historicamente, somente em 1989 a Prefeitura assumiu, na prática, a área de mananciais, criando posteriormente, o Escritório Regional da área de Mananciais, com sede no Parque Represa Billings-gleba 2, inaugurado em 24 de Fevereiro de 1991, e com Subsede em Paranapiacaba, inaugurada em 8 de março do mesmo ano.
Santo André conseguiu, no caso de Utinga, provar que a estrada de ferro nunca rompeu o território andreense, nem o dividiu.
Cruzando e acompanhando o vale do Rio Tamanduateí, os trilhos ferroviários provocaram a implantação do processo de industrialização em Santo André.
As primeiras fábricas foram implantadas nos entornos da estação, e as áreas próximas, de ambos os lados dos trilhos, receberam os grandes loteamentos urbanos, em especial a partir dos anos 20 do século XX, quando se estabeleceu, nitidamente, a vocação e o perfil de uma cidade moderna, industrializada e de trabalhadores.
As grandes levas de imigrantes, a partir de antigos agricultores do interior de São Paulo, descobriram este espaço urbano e construíram a cidade.
Iniciou-se uma interação cultural, que hoje pode explicar e descobrir a própria identidade da cidade.
Uma interação onde a própria barreira física da estrada de ferro deixa de ser problema.
Na verdade, o desenrolar histórico da cidade já mostrava esta integração, até antes da construção da ferrovia.
A Estrada do Oratório, via de penetração em direção à Zona Leste paulistana, é uma seqüência da própria malha central de Santo André, a partir do Ipiranguinha (por onde passava o histórico Caminho do Pilar), Rua Senador Fláquer (do I Grupo, hoje Museu, e o reativado Cine Theatro Carlos Gomes), Rua Coronel Oliveira Lima (do ramal ferroviário que demandava à São Bernardo), Rua General Glicério (que abrigou uma Hospedaria de Imigrantes no fim do século XIX), Rua Bernardino de Campos (dos grandes comícios dos Candidatos de Prestes, Armando Mazzo à frente), Estação e Avenida Antonio Cardoso.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.

Antiga estação, inaugurada em 1867

A Estação São Bernardo serviu, a princípio, à sede da Freguesia de São Bernardo, hoje centro de São Bernardo do Campo, a oito quilômetros de distância.
A Freguesia de São Bernardo abrangia, praticamente, toda a área do atual ABC, e sempre teve sua sede junto ao velho Caminho do Mar, depois Estrada do Vergueiro e hoje Rua Marechal Deodoro, em São Bernardo.
A Freguesia foi criada em 1812, sendo elevada a município autônomo em 12 de março de 1889, sempre abrangendo toda a região do ABC.
A denominação Santo André, em alusão à antiga e desaparecida Vila de Santo André da Borda do Campo, foi retomada apenas em 1910, com a criação do Distrito de Santo André, instalado em 18 de Abril de 1911 no então denominado Bairro da Estação, hoje centro de Santo André.
O Bairro da Estação, à época da criação do Distrito de Santo André, já se destacava como o principal polo de industrialização do Município de São Bernardo.
Atraía, ao mesmo tempo, fábricas de várias modalidades, e um operariado vindo basicamente do interior do Estado.
Também atraía muitos moradores da Vila de São Bernardo, em sua maioria italianos, interessados em melhores condições de trabalho no parque fabril que se formava.
A proximidade com a Estação Ferroviária, as terras planas ao longo do Vale do Tamanduateí, os estímulos fiscais, a facilidades de comunicação com a Baixada Santista e a Capital, foram alguns dos fatores que podem explicar o rápido crescimento do parque industrial de Santo André.
Em poucos anos, Santo André passou a ser a maior força econômica da região, seguido por São Caetano (também servido por uma Estação Ferroviária), e só depois pela Vila de São Bernardo, sede do Município.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet. 

Ah! Santo André!

No tocante às suas origens, a Vila de Santo André da Borda do Campo, deve ser lembrada por sua importância histórica no planalto, e como uma referência ao quinhentismo.
Não tendo portanto, nenhuma relação com a segunda cidade, o Município de Santo André dos dias atuais.
A Santo André de hoje nasceu no século XIX, com a passagem da Estrada de Ferro São Paulo Railway – a SPR ou Inglesa –, que começou a ser construída em 1860.
No ano seguinte, começou a ser formado o primeiro povoado do atual território de Santo André, denominado Alto da Serra ou Vila de Paranapiacaba.
Paranapiacaba pode ter sua fase inicial dividida em três partes:
No ano de 1861, se deu o início da formação da Vila Velha.
Em 1862, se iniciou a formação da parte alta (morro).
Nos idos de 1898, se deu o início da formação de Vila Nova.

O atual centro histórico de Santo André nasceu em 1867, a partir de um povoado, formado muito lentamente, ao redor da Estação Férrea São Bernardo, inaugurada naquele ano, e que somente nos anos 30 do século XX viria a se chamar Santo André.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Texto extraído de matéria jornalísticas publicadas no Jornal Diário do Grande ABC, coluna do memorialista Ademir Médici, site da Prefeitura de Santo André e internet.