O Brazil não conhece o Brasil.
Riquezas que nem foram ainda descobertas já estão sendo destruídas.
A nossa flora
e rica fauna, a Mata Atlântica só tem 5% das terras restantes da destruição predatória. Uma
pena!
“Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões...”
A contradição refletida neste trecho de música nos mostra as desigualdades que
acontecem no país. Como uma grande propriedade rural pode ser sinônimo de fome?
Como
se explica isso?
A resposta não é fácil.
As desigualdades sociais são conseqüência de um longo
processo, que vem do período colonial.
Com o fato do Brasil ser uma colônia de exploração
e não de povoamento como nos Estados Unidos. O Brasil tinha e tem tudo para ser um país
diferente, tão rico e tão vasto.
É verdadeiro continente.
Mas até as regiões brasileiras tem desigualdade na distribuição de renda.
O Sul e o
Sudeste são as regiões que concentram maiores capitais.
São regiões ricas e desenvolvidas, em relação as outras.
Infelizmente a pobreza, não só material, assola o país.
A pobreza moral é outro
problema grave.
Um exemplo disso é o caso do índio pataxó que foi queimado vivo e os mendigos que
são queimados em São Paulo durante as madrugadas.
Isso é a pobreza moral.
Onde está o respeito a vida?
A grande maioria das pessoas está perdendo o respeito
e a educação pelas outras pessoas.
É como se fôssemos bichos, animais.
É como se
retornassemos ao estado de natureza, de forma até piorada.
É uma pena... o Brasil tinha e tem tudo, para ser um país diferente.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Por um dia feliz
Por um dia feliz que só acontece uma vez por ano, parabenizo-te por esta presente
data, num dia que não é comum como os outros.
Um dia que é especial exatamente por sua grandeza.
“Primavera aconteceu nesta vida, fazendo desabrochar flores e pássaros que cantam e encantam pela vida afora.
Pássaros esses que fazem seus ninhos no alto das árvores com gravetos e folhagens verdes, que entrelaçando-se formam um quente e aconchegante ninho onde envolvem e protegem seus filhotes do frio, das tempestades e intempéries.
Nesse ninho com muito amor e carinho, se enche de calor humano da ave mãe que dá de comer aos seus filhotes, e voa longe enfrentando perigos para trazer-lhes alimento vivo com o qual brincam antes de comer.
Mais tarde aprendem a voar nos caminhos de sua mãe, que lhes ensina os mistérios da arte.
Voar é vida em movimento que se desdobra em outras vidas repletas de outros movimentos, buscando novas formas.
Isso também é conhecer um admirável mundo novo que se descortina em vales e cascatas, diante de nossos olhos, numa paisagem magnífica.
Depois vem a friagem do outono que se despede em flor, desaquecendo o calor da vida, entristecendo o dia, que se azula em tons de degradê.”
A você minha mãe, ofereço-te.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Um dia que é especial exatamente por sua grandeza.
“Primavera aconteceu nesta vida, fazendo desabrochar flores e pássaros que cantam e encantam pela vida afora.
Pássaros esses que fazem seus ninhos no alto das árvores com gravetos e folhagens verdes, que entrelaçando-se formam um quente e aconchegante ninho onde envolvem e protegem seus filhotes do frio, das tempestades e intempéries.
Nesse ninho com muito amor e carinho, se enche de calor humano da ave mãe que dá de comer aos seus filhotes, e voa longe enfrentando perigos para trazer-lhes alimento vivo com o qual brincam antes de comer.
Mais tarde aprendem a voar nos caminhos de sua mãe, que lhes ensina os mistérios da arte.
Voar é vida em movimento que se desdobra em outras vidas repletas de outros movimentos, buscando novas formas.
Isso também é conhecer um admirável mundo novo que se descortina em vales e cascatas, diante de nossos olhos, numa paisagem magnífica.
Depois vem a friagem do outono que se despede em flor, desaquecendo o calor da vida, entristecendo o dia, que se azula em tons de degradê.”
A você minha mãe, ofereço-te.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
Subjetividade
Com o meu pensamento posso transformar, toda uma realidade que me incomoda.
Modificar o tédio, e as coisas enfadonhas.
O dia pode tornar-se alegre, apenas com minha disposição em vê-lo por melhores ângulos.
Observar um lusco-fusco, pode tornar melhor seu dia.
Desde que você observe os contornos indivisos ganharem forma.
As brumas darem vez ao sol.
Contemplar o colorido do céu, mesmo que diante de uma janela de trem.
Mesmo em meio a multidão.
Pessoas alheadas da sublime constatação de que a felicidade está aqui, e não em outro lugar.
Que a felicidade está em todos os lugares, e quase sempre a nos acompanhar.
Embora não a percebamos.
E existem muitas pessoas que em busca de uma felicidade fajuta, são capazes de desperdiçar os melhores e bons momentos, e somente se darem conta de que eram felizes, quando a felicidade, o tal pássaro azul, levantou asas e voou.
Ser feliz é apreciar uma lua bonita quando da noite escura.
É observar as nuances do céu durante o cair da tarde.
Tomado de várias cores, vivo e misturado.
Ser feliz é se ver lua cheia, redonda, perfeita, branca e cheia de luz.
Possivelmente rodeada de algumas estrelas.
É contemplar vaga-lumes a beira da estrada, ou um belo portal a desejar boas vindas aos viajantes.
É viajar, conhecer novos lugares, novas culturas, novos saberes.
É regressar a um lar, depois de longas horas de trabalho longe de casa.
É executar um bom trabalho, mesmo que não seja o trabalho de seus sonhos.
Ouvir boa música e sair cantando, cantarolando, mesmo que errando a letra, sempre procurando acertar.
Ser feliz é adormecer ouvindo música, as boas coisas da vida, e despertar ainda em companhia das melhores canções.
É poder apreciar uma boa história, seja em uma novela, um filme, uma minissérie, ou os bons e velhos livros.
Ó! A quanto tempo não os leio.
Tenho sentido muitas saudades suas.
Mas tenho lido lindas poesias.
Poesias nutrem e enriquecem o dia!
Ser feliz é se contentar com os detalhes agradáveis do cotidiano, e deixar os desagradáveis de lado. Apreciar as belas coisas.
Uma linda flor, uma árvore frondosa ou não.
Um chão repleto de folhas ressequidas, flores caídas, ou do alto das árvores.
Observar as flores da primavera, do verão e do outono.
Sim, elas existem!
É dançar mesmo sem querer dançar, como na canção.
Procurar, em momentos de tédio, se distrair com coisas úteis, como os estudos, ou agradáveis, como a música.
Se possível, tudo junto e misturado.
Leio no trem, no metrô.
Livros, provas, me preparo para a vida, e para os concursos.
E em me preparando, aprendo sempre coisas novas.
E a vida é assim!
Um eterno aprender, sempre novidadeira.
Até por que, sem ser assim, não teria graça!
Ser feliz, é tomar um banho quente, poder vestir uma roupa boa e bonita, se sentir bem.
Cuidar da vaidade, pois quem não se enfeita, se enjeita.
Como queremos ser agradáveis aos outros, se não formos agradáveis a nós mesmos?
Se olhamos no espelho e não gostamos do que vemos?
Ser feliz é estar feliz consigo mesmo, mesmo em não sendo a vida, aquilo que queremos, e mesmo que muitas vezes fracassemos, em nossos melhores propósitos.
Por que sempre existe uma possibilidade para melhorarmos, enquanto ainda houver vida, e enquanto as pessoas nos permitirem mostrarmos o nosso melhor.
Por que se assim não for, também não me esforçarei.
Não tentarei provar nada para quem já possuí uma ideia preconcebida de mim.
Nunca gostei de rótulos, e tento ao máximo, não aplicá-los aos outros, embora falhe nesta tarefa, mais do que gostaria.
Gosto da natureza, embora não tenha muito contato com ela.
Sinto-me feliz na praia, em meio a flores, plantas e árvores.
Em não sendo possível tê-los perto de mim todos os dias, contemplo seus pequenos mistérios em meio a cidade, selva de concreto.
Ser feliz, é um cabelo bem arrumado, sapatos bonitos e confortáveis.
Os que apertam são horríveis, por sua falta de praticidade.
É colorir as unhas das cores mais discretas ou mais inusitadas.
E se sentir bonita ao se admirar em frente ao espelho.
É descobrir um novo jeito de se arrumar o cabelo.
Ser feliz é não se submeter a um padrão de beleza inalcançável e irreal.
É se aceitar sendo o que se é.
Ser feliz é poder assistir aos filmes preferidos, aos programas de tevê preferidos, ir ao cinema, ainda que de vez em quando, e assistir um bom filme.
Ouvir uma historia, não importa em qual plataforma seja.
É abrir o facebook, encontrar postagens divertidas, curiosas, interessantes, irônicas, culturais, bem humoradas ou críticas.
Navegar em meio a rede mundial de computadores.
Ter uma família ao lado.
Tentar driblar ou superar as dificuldades.
Nesta equação, eu sempre perco.
Curtir um sol de verão, e estar bem agasalhada no inverno.
Nunca estar só.
Sempre em boa companhia. Podendo ser esta uma companhia, ou um bom livro.
É usar saia, short, ou vestido, ainda que de vez em quando.
Exibir um bronzeado bonito.
Nadar no mar, apreciando toda aquela beleza.
É resgatar sonhos perdidos de infância e aprender a andar de bicicleta, já adulta.
É ter uma infância feliz, apesar de todas as dificuldades que fazem parte da vida.
Momentos especiais para guardar de minha adolescência, dos tempos de estudos e da faculdade.
É passar pela vida e dizer que apesar dos pesares, ela foi muito bem aproveitada por mim.
Rir à toa, rir de tudo, ou pelo menos, de tudo o que for possível, do ridículo, e das pessoas ridículas.
E assim, minha vida é muito bela, por que ela é muito diversa do que o olhar das demais pessoas podem alcançar.
Para elas verem o meu viver, e sentirem o meu sentir, teriam que pousar seus olhos e o seu sentir, e os mergulhar para dentro de mim.
Coisa impossível de se fazer.
Assim, só podemos conhecer o modo de viver e sentir de outrem, através de suas palavras.
Talvez algumas coisas nos escapem por seus gestos ou maneira de agir.
Não sei.
Ainda não aprendi a fazer este tipo de leitura.
Enfim, ser feliz é saber aproveitar cada vão momento, e descobrir mesmo em meio as coisas mais insuspeitas, instantes de felicidade.
Afinal ela é efêmera, inconstante, e arisca.
Mas às vezes, podemos segurá-la.
Eu acho, pelo menos para mim o é, ser feliz, é aproveitar os instantes, os minutos, aqueles que de fugidios, podemos deixar passar despercebidos.
A felicidade está nos detalhes.
Um instante pode nos trazer uma intensa felicidade.
Subjetividade, olhar pessoal impresso sobre o que é a vida.
Enfim, aproveitem o dia.
Todo o dia, os seus menores e melhores momentos.
Por fim, “carpe diem”.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Modificar o tédio, e as coisas enfadonhas.
O dia pode tornar-se alegre, apenas com minha disposição em vê-lo por melhores ângulos.
Observar um lusco-fusco, pode tornar melhor seu dia.
Desde que você observe os contornos indivisos ganharem forma.
As brumas darem vez ao sol.
Contemplar o colorido do céu, mesmo que diante de uma janela de trem.
Mesmo em meio a multidão.
Pessoas alheadas da sublime constatação de que a felicidade está aqui, e não em outro lugar.
Que a felicidade está em todos os lugares, e quase sempre a nos acompanhar.
Embora não a percebamos.
E existem muitas pessoas que em busca de uma felicidade fajuta, são capazes de desperdiçar os melhores e bons momentos, e somente se darem conta de que eram felizes, quando a felicidade, o tal pássaro azul, levantou asas e voou.
Ser feliz é apreciar uma lua bonita quando da noite escura.
É observar as nuances do céu durante o cair da tarde.
Tomado de várias cores, vivo e misturado.
Ser feliz é se ver lua cheia, redonda, perfeita, branca e cheia de luz.
Possivelmente rodeada de algumas estrelas.
É contemplar vaga-lumes a beira da estrada, ou um belo portal a desejar boas vindas aos viajantes.
É viajar, conhecer novos lugares, novas culturas, novos saberes.
É regressar a um lar, depois de longas horas de trabalho longe de casa.
É executar um bom trabalho, mesmo que não seja o trabalho de seus sonhos.
Ouvir boa música e sair cantando, cantarolando, mesmo que errando a letra, sempre procurando acertar.
Ser feliz é adormecer ouvindo música, as boas coisas da vida, e despertar ainda em companhia das melhores canções.
É poder apreciar uma boa história, seja em uma novela, um filme, uma minissérie, ou os bons e velhos livros.
Ó! A quanto tempo não os leio.
Tenho sentido muitas saudades suas.
Mas tenho lido lindas poesias.
Poesias nutrem e enriquecem o dia!
Ser feliz é se contentar com os detalhes agradáveis do cotidiano, e deixar os desagradáveis de lado. Apreciar as belas coisas.
Uma linda flor, uma árvore frondosa ou não.
Um chão repleto de folhas ressequidas, flores caídas, ou do alto das árvores.
Observar as flores da primavera, do verão e do outono.
Sim, elas existem!
É dançar mesmo sem querer dançar, como na canção.
Procurar, em momentos de tédio, se distrair com coisas úteis, como os estudos, ou agradáveis, como a música.
Se possível, tudo junto e misturado.
Leio no trem, no metrô.
Livros, provas, me preparo para a vida, e para os concursos.
E em me preparando, aprendo sempre coisas novas.
E a vida é assim!
Um eterno aprender, sempre novidadeira.
Até por que, sem ser assim, não teria graça!
Ser feliz, é tomar um banho quente, poder vestir uma roupa boa e bonita, se sentir bem.
Cuidar da vaidade, pois quem não se enfeita, se enjeita.
Como queremos ser agradáveis aos outros, se não formos agradáveis a nós mesmos?
Se olhamos no espelho e não gostamos do que vemos?
Ser feliz é estar feliz consigo mesmo, mesmo em não sendo a vida, aquilo que queremos, e mesmo que muitas vezes fracassemos, em nossos melhores propósitos.
Por que sempre existe uma possibilidade para melhorarmos, enquanto ainda houver vida, e enquanto as pessoas nos permitirem mostrarmos o nosso melhor.
Por que se assim não for, também não me esforçarei.
Não tentarei provar nada para quem já possuí uma ideia preconcebida de mim.
Nunca gostei de rótulos, e tento ao máximo, não aplicá-los aos outros, embora falhe nesta tarefa, mais do que gostaria.
Gosto da natureza, embora não tenha muito contato com ela.
Sinto-me feliz na praia, em meio a flores, plantas e árvores.
Em não sendo possível tê-los perto de mim todos os dias, contemplo seus pequenos mistérios em meio a cidade, selva de concreto.
Ser feliz, é um cabelo bem arrumado, sapatos bonitos e confortáveis.
Os que apertam são horríveis, por sua falta de praticidade.
É colorir as unhas das cores mais discretas ou mais inusitadas.
E se sentir bonita ao se admirar em frente ao espelho.
É descobrir um novo jeito de se arrumar o cabelo.
Ser feliz é não se submeter a um padrão de beleza inalcançável e irreal.
É se aceitar sendo o que se é.
Ser feliz é poder assistir aos filmes preferidos, aos programas de tevê preferidos, ir ao cinema, ainda que de vez em quando, e assistir um bom filme.
Ouvir uma historia, não importa em qual plataforma seja.
É abrir o facebook, encontrar postagens divertidas, curiosas, interessantes, irônicas, culturais, bem humoradas ou críticas.
Navegar em meio a rede mundial de computadores.
Ter uma família ao lado.
Tentar driblar ou superar as dificuldades.
Nesta equação, eu sempre perco.
Curtir um sol de verão, e estar bem agasalhada no inverno.
Nunca estar só.
Sempre em boa companhia. Podendo ser esta uma companhia, ou um bom livro.
É usar saia, short, ou vestido, ainda que de vez em quando.
Exibir um bronzeado bonito.
Nadar no mar, apreciando toda aquela beleza.
É resgatar sonhos perdidos de infância e aprender a andar de bicicleta, já adulta.
É ter uma infância feliz, apesar de todas as dificuldades que fazem parte da vida.
Momentos especiais para guardar de minha adolescência, dos tempos de estudos e da faculdade.
É passar pela vida e dizer que apesar dos pesares, ela foi muito bem aproveitada por mim.
Rir à toa, rir de tudo, ou pelo menos, de tudo o que for possível, do ridículo, e das pessoas ridículas.
E assim, minha vida é muito bela, por que ela é muito diversa do que o olhar das demais pessoas podem alcançar.
Para elas verem o meu viver, e sentirem o meu sentir, teriam que pousar seus olhos e o seu sentir, e os mergulhar para dentro de mim.
Coisa impossível de se fazer.
Assim, só podemos conhecer o modo de viver e sentir de outrem, através de suas palavras.
Talvez algumas coisas nos escapem por seus gestos ou maneira de agir.
Não sei.
Ainda não aprendi a fazer este tipo de leitura.
Enfim, ser feliz é saber aproveitar cada vão momento, e descobrir mesmo em meio as coisas mais insuspeitas, instantes de felicidade.
Afinal ela é efêmera, inconstante, e arisca.
Mas às vezes, podemos segurá-la.
Eu acho, pelo menos para mim o é, ser feliz, é aproveitar os instantes, os minutos, aqueles que de fugidios, podemos deixar passar despercebidos.
A felicidade está nos detalhes.
Um instante pode nos trazer uma intensa felicidade.
Subjetividade, olhar pessoal impresso sobre o que é a vida.
Enfim, aproveitem o dia.
Todo o dia, os seus menores e melhores momentos.
Por fim, “carpe diem”.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Pisares
Sentir os pés a tocarem a fina areia da praia
Ou os sapatos a sentirem as texturas do chão de concreto
Duro, áspero, saliente, repleto de falhas
O chão, ora recoberto das folhas das árvores
Colorido pelo cair das folhas do alto das copas das árvores
Repleto da cremosidade das frutas partidas em mil pedaços no chão
Goiabeiras
Cheiros e odores a comporem o cenário
De construções feias, frias e abandonadas
Lugar cinzento de outono gélido
Nos caminhos, chaminés de fábricas,
Construções antigas, abandonadas
A cidade vista do alto das novas estações do metrô
Boas construções, prédios
Algumas árvores resistem em certos pontos da cidade
E o gramado, pouco, falto, mas persistente
A se mostrar formoso abrigo das plantas, das flores
Que teimam em margear nossos caminhos de natureza
E o chão de concreto e de asfalto
A ser mais e mais invadido pela pressa dos passantes
Carros, bicicletas, motos e gentes em fúria
A pressa a tomar conta de tudo e de todos
E o chão a sentir as pisadas duras,
Rápidas, ríspidas, dos caminhantes
O pisar descompassado da pressa
Em contraste com as passadas,
Calmas e cadenciadas do contato com a areia
A brisa do mar a invadir as narinas
E o chão a se transformar, de concreto e asfalto
Em areia, em terra viva, gramada, verdejante
Repleta de flores e folhas
De cores e tons
O chão a criar vida,
E a fazer parte do cenário em que vivemos
O chão, a servir de sustentáculo para nossos pés,
Deveras cansados de tantas passadas
A repousar em leito confortável e macio
Juntamente as mentes combalidas
Ligar a tevê e se distrair, com as coisas mais prosaicas
As platitudes ou não, do cotidiano
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poeta ou poetisa?
Poeta ou poetisa?
Ó grave dilema, para algo tão pequeno
Por que estabelecer diferenças,
Para algo que se faz de um jeito tão sereno?
Poetizar é pisar em chão de flores orvalhadas
Contemplar o sereno e a madrugada
A lua, em seus contornos tão sutis
Ó! Qual o por quê de tantas armaduras?
Poeta ou poetisa,
Duas formas tão singulares
De expressar a nobreza de uma arte
Poeta original, gênero masculino
A se transmudar para poetisa
Que ao passar das horas
Tornou-se termo despropositado e pejorativo
Ó tão grande dilema,
Por que tanto sexismo?
Não poderemos todos sermos grandiosos?
Ora, pouco importa a grafia,
O modo de se expressar
Pois é a poesia que sempre há de ficar
Por que não dizer poetisa
As femininas escritoras?
Por que sempre o contorno indiviso,
Criticar as diferenças?
Ô mundo complicado!
Poeta ou poetisa,
Para mim, todas as mulheres poetas
Poetisas o são,
Assim como o são as profetisas e sacerdotisas
Ser mulher nobre o é
E graças a singulares diferenças
É que o mundo passa a ter tessitura e voz
Poeta ou poetisa
Queremos apenas tua voz!
O som de seus escritos,
De suas vivências, suas experiências!
Poeta poetizador fica
Poeta poetisa, transforma-se
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Ó grave dilema, para algo tão pequeno
Por que estabelecer diferenças,
Para algo que se faz de um jeito tão sereno?
Poetizar é pisar em chão de flores orvalhadas
Contemplar o sereno e a madrugada
A lua, em seus contornos tão sutis
Ó! Qual o por quê de tantas armaduras?
Poeta ou poetisa,
Duas formas tão singulares
De expressar a nobreza de uma arte
Poeta original, gênero masculino
A se transmudar para poetisa
Que ao passar das horas
Tornou-se termo despropositado e pejorativo
Ó tão grande dilema,
Por que tanto sexismo?
Não poderemos todos sermos grandiosos?
Ora, pouco importa a grafia,
O modo de se expressar
Pois é a poesia que sempre há de ficar
Por que não dizer poetisa
As femininas escritoras?
Por que sempre o contorno indiviso,
Criticar as diferenças?
Ô mundo complicado!
Poeta ou poetisa,
Para mim, todas as mulheres poetas
Poetisas o são,
Assim como o são as profetisas e sacerdotisas
Ser mulher nobre o é
E graças a singulares diferenças
É que o mundo passa a ter tessitura e voz
Poeta ou poetisa
Queremos apenas tua voz!
O som de seus escritos,
De suas vivências, suas experiências!
Poeta poetizador fica
Poeta poetisa, transforma-se
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Mar dos Insensatos
Molusco de grandes profundezas.
Afunda em grandes mares, muitas voltas.
Na areia úmida do fundo do mar uma vida brota de suas carnes, emaranhadas de uma concha que traz consigo os mistérios do mar, reino de Netuno que governa as águas inconstantes do seu grande encontro.
Mirem-se na flora cristalina e sombria a se construir, conquistas sem derradeiro final.
A gota d’água que aflora se transforma num turbilhão descarregando-se no fundo do lodo quente e úmido.
O substrato da vida.
O céu iluminado que paira sobre as águas clareando-as com luz, vida e morte das águas, que voltarão para o fundo do mar, repousando suavemente em suas entranhas.
A areia reclinada à margem das águas se move por sobre as ondulações da natureza, manifestos simbólicos sem a modernidade dos grandes poemas.
A lua se mostra serena e calma, não alardeia o mar que repousa em si mesmo toda sua essência.
Ó Mar dos Inconstantes!
Jangadeiros lançam suas redes ao mar e nem sentem o sol fustigando-lhes a pele já doirada e ressecada.
O sol que já lhes infligiu o castelo de torturas por qual se tornou desafio, ó mar... dos inconstantes, dos desolados, dos aflitos, dos fugidios.
Daqueles que procuram por refúgio o encontro de tuas águas profundas, águas que abrigam em seu seio acolhedor muitos corpos desaparecidos que lá fazem parte da tua história.
Agora, esqueçamo-nos do desalento e cantemos as tuas alegrias, a volta a ti, mãe das águas, destas de onde saímos e para onde ainda poderemos voltar, molhar os cabelos na areia molhada, mergulhar os corpos no grande mar que está a nossa frente e descobrir os mistérios do império do sal, o seu zelo eterno e sereno, e tranqüilo.
Ó, Mar dos Navegantes!
PS: O eterno lema, Mar dos Insensatos.
Luciana Celestino do Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Afunda em grandes mares, muitas voltas.
Na areia úmida do fundo do mar uma vida brota de suas carnes, emaranhadas de uma concha que traz consigo os mistérios do mar, reino de Netuno que governa as águas inconstantes do seu grande encontro.
Mirem-se na flora cristalina e sombria a se construir, conquistas sem derradeiro final.
A gota d’água que aflora se transforma num turbilhão descarregando-se no fundo do lodo quente e úmido.
O substrato da vida.
O céu iluminado que paira sobre as águas clareando-as com luz, vida e morte das águas, que voltarão para o fundo do mar, repousando suavemente em suas entranhas.
A areia reclinada à margem das águas se move por sobre as ondulações da natureza, manifestos simbólicos sem a modernidade dos grandes poemas.
A lua se mostra serena e calma, não alardeia o mar que repousa em si mesmo toda sua essência.
Ó Mar dos Inconstantes!
Jangadeiros lançam suas redes ao mar e nem sentem o sol fustigando-lhes a pele já doirada e ressecada.
O sol que já lhes infligiu o castelo de torturas por qual se tornou desafio, ó mar... dos inconstantes, dos desolados, dos aflitos, dos fugidios.
Daqueles que procuram por refúgio o encontro de tuas águas profundas, águas que abrigam em seu seio acolhedor muitos corpos desaparecidos que lá fazem parte da tua história.
Agora, esqueçamo-nos do desalento e cantemos as tuas alegrias, a volta a ti, mãe das águas, destas de onde saímos e para onde ainda poderemos voltar, molhar os cabelos na areia molhada, mergulhar os corpos no grande mar que está a nossa frente e descobrir os mistérios do império do sal, o seu zelo eterno e sereno, e tranqüilo.
Ó, Mar dos Navegantes!
PS: O eterno lema, Mar dos Insensatos.
Luciana Celestino do Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Aos passos da lagoa
Lembro de uma lenda distante que detrás para diante foi me contada por um pajé.
Tão longe.
Há muito tempo, quando o sol não teria por sentido se pôr, existia um pajé que guardara dentro de um coco, preciosa riqueza.
Depositado numa estrutura côncava, estava um grande mistério.
O pajé confiou tal segredo nas mãos de dois fiéis e corajosos índios.
Estes prometeram guardar tal talento com a vida se preciso fosse.
Mas sucumbiram diante da magnitude de tal segredo.
Roendo-se de curiosidade, resolveram dar uma espiada para ver se descobriam o que havia dentro do coco.
Como não conseguiram realizar seu intento, tentaram abri-lo.
Em vão.
Pensaram em abrir no coco somente uma fenda.
Com esse intuito pegaram um fação e lançaram-se na empreitada.
Novamente em vão.
Jogaram o coco no chão e como que num passe de mágica, por um simples encanto, o coco se abriu. E a calamidade começou.
Estranhos elementos saíram do coco.
Estrelas.
Um negrume desesperador começou a se espalhar.
Sorrateiro começou a tomar conta de tudo, invadindo os recantos mais recolhidos pelo sol.
Nisso, os indígenas se apavoraram e começaram a correr em círculos.
Desesperados, temiam que ali se desse o último momento de todos eles.
A noite então se tornou elemento de suas vidas.
Diante disso, não tiveram escolha senão se adaptar.
Com isso, os bravos guerreiros, como castigo pela desobediência se tornaram dois grandes macacões, e passaram o resto da vida pulando de galho em galho.
A noite então, se tornou propícia para a aparição de objetos e seres sobrenaturais.
Elementos estranhos rondavam a noite.
A noite.
Temerária noite.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Tão longe.
Há muito tempo, quando o sol não teria por sentido se pôr, existia um pajé que guardara dentro de um coco, preciosa riqueza.
Depositado numa estrutura côncava, estava um grande mistério.
O pajé confiou tal segredo nas mãos de dois fiéis e corajosos índios.
Estes prometeram guardar tal talento com a vida se preciso fosse.
Mas sucumbiram diante da magnitude de tal segredo.
Roendo-se de curiosidade, resolveram dar uma espiada para ver se descobriam o que havia dentro do coco.
Como não conseguiram realizar seu intento, tentaram abri-lo.
Em vão.
Pensaram em abrir no coco somente uma fenda.
Com esse intuito pegaram um fação e lançaram-se na empreitada.
Novamente em vão.
Jogaram o coco no chão e como que num passe de mágica, por um simples encanto, o coco se abriu. E a calamidade começou.
Estranhos elementos saíram do coco.
Estrelas.
Um negrume desesperador começou a se espalhar.
Sorrateiro começou a tomar conta de tudo, invadindo os recantos mais recolhidos pelo sol.
Nisso, os indígenas se apavoraram e começaram a correr em círculos.
Desesperados, temiam que ali se desse o último momento de todos eles.
A noite então se tornou elemento de suas vidas.
Diante disso, não tiveram escolha senão se adaptar.
Com isso, os bravos guerreiros, como castigo pela desobediência se tornaram dois grandes macacões, e passaram o resto da vida pulando de galho em galho.
A noite então, se tornou propícia para a aparição de objetos e seres sobrenaturais.
Elementos estranhos rondavam a noite.
A noite.
Temerária noite.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Assinar:
Postagens (Atom)