Poesias

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Odisséia Africana

Em remotas plagas
Esquecido continente
Origem de tão bela criação
Berço civilizatório

Há milhares, talvez milhões de anos
Eis que surgem
As primeiras humanas criações
Adequadas as condições ambientais
Da inóspita paragem

Seres robustos
Tez dourada
Nutrida com os mil sóis do lugar
Fortaleza imensurada
Corpos preparados
Adaptados a aridez local
A dureza da vida cotidiana
Origem das primeiras civilizações
Guerreiros de tão inóspito lugar

A lutar com instrumentos rudimentares
Artefatos de pedra
Lascados de início, e após,
Burilados, polidos

A insculpirem em paredes de pedra
Cavernas escuras
Mal iluminadas
Rudimentares desenhos
Retratos da vida cotidiana
Da faina diária
Isolados de início,
A formarem comunidades
As sociedades primeiras

Soberana raça
A se espalhar pelo mundo
Heróico povo sofrido
A escrever as páginas primeiras de nossa história,
Neste planeta

A formarem bravos povos
Egípcios, árabes, persas, entre outros tantos
Roma a se expandir
Nobres negros a serem escravizados

Mais tarde, nova invasão as terras
Reis sendo destronados e apartados de seus pares
Levados para tão distantes plagas
Tão longínquos continentes
A enfrentarem tão longos reveses
Humilhados, aviltados, vilipendiados
Diminuídos, de todas as inumanas formas
Coisificados
Ó dura história!

Quanta tristeza trazes, acorrentadas ao peito
Um passado imenso de dores
De luta!

Acorrentados em navios
Amontoados em seus porões
Vendidos como animais
Expostos aos olhares curiosos e impiedosos
Até que aos poucos, foram sendo libertados
Os grilhões se rompendo
E os homens, abandonados a sua própria sorte
Novamente necessitados de construírem uma nova história

Muitos a se estabelecerem em morros
Distantes de seus labores
Marginalizados
A construírem grandezas
A sofrerem com guerras internas em seus países
A terem suas terras invadidas,
Por brancos
África do Sul separada,
Apartheid,
Ku Klux Klan,
Poder Negro,
Sambistas menosprezados

Esta é minha origem
Um de meus berços
Negras raízes

Escravos,
Diante da impossibilidade
De fazê-lo, com os nativos do lugar
Índios adaptados ao ambiente
Indóceis aos desmandos do homem branco
Eis que surge negra força
A atender o desidério de homens inescrupulosos

Opróbrio
Vilipendiados seres
Agora por igualdade lutam
Em tão longínqua terra
Inóspita paragem
Inferno verde

Ao viver no Brasil
Bela jovem, negra audaz
Altiva e severa
A conhecer louro português
De quem se enamorou
E a quem veio a desposar
O jovem, tão jovem
A enfrentar autoritário pai
Que maltratava os negros libertos

Juntos viveram
Casal desventurado
Filhos tiveram
Português sofrido
Aos poucos, debilitado, cego
A perder a luz da alma
Cego de um dos olhos
Luzeiro sem luz
Perda de uma das pernas

Ao morrer deixaste,
Numerosa prole
Sob o jugo do impiedoso avô
A expulsar a mulher e os filhinhos
Homiziados, fugidos correram

Com as roupas do corpo se despediram,
Abruptamente do lugar
Mulher de dura têmpera
A bordar lindas e delicadas rendas
Em seu bilro,
A tramar as rendas belas
Teceu a família e tramou a vida dos filhos
Criou os filhos
Entre eles, brancos filhos,
Mulatos, mestiços
E um mulato sertanejo

Homem que conheceu
Branca e pequena jovem
Triste e sozinha
A malhar na dura lida diária
A carregar fardos, pesos
Realizando pesados misteres

Ainda criança, tornou-se órfã
A mãe, a casar-se novamente
Sendo tão pequena criança
Submetida ao jugo do padrasto
Branca jovem, filha de índia
Mais tarde, a perder o contato com a mãe
Mulher que aventurou-se no mundo
Sem deixar rumo
Onde terá ido?
Flor branca, delicada
Franzina

Em contraponto a aparente fragilidade
Muita força no trabalho, na lida diária
A casar-se com o valoroso sertanejo
Dono de terras em território baiano
Tiveram numerosa prole

Mas antes de tudo isto
Tudo fora vendido
Nas nordestinas plagas
Vindo o casal rumar para São Paulo,
Viveram em um sítio
Interior do estado
Amendoim plantavam
Em uma casinha viviam
Vidinha dura levavam
Na morada ladeada por um pomar
Árvores frutíferas a enfeitar
O singelo ambiente
Em Eneida, heróica vila
Criaram os filhos
A cursarem o primário
Iniciados nas letras primeiras
Do mundo das palavras

Uma das crianças, imaginativa
A conhecer o mundo dos livros
Maravilhosas histórias de espadachins,
Guerreiros orientais,
Déspotas, verdugos, tiranos
Lindas princesas, heróis valorosos
Mundo de delicadezas

Em contraste a dura lida na roça
A plantarem, abrindo buracos no solo
Depositando sementes
Preparando a terra
Arar, semear, colher
Sol escaldante, marmita

Crescido, o menino rumou para a cidade
A dividir morada com um irmão
Nova vida a enfrentar
Vivida de forma independente
Trabalhos diversos
Estudos, supletivo, provas, faculdade
Uma vida inteira de sonhos pela frente
Namoros, encontros, relacionamentos
Em dado momento a encontrar,
Bela moça,
Filha de humilde e simplório ser

A lembrar mítico caipira
A dormir com sua melhor roupa
Tudo para economizar tempo para se arrumar para sair
Alegre e contraditório ser
A ajudar estranhos
E a negar ajuda a família
A esconder dinheiro em um colchão
Carinhoso e futuro, avô caipira

Vida em fazenda
Mãe a trabalhar em criações
A cuidar de frangos
A fazer farinha
Imagens e sensações de coisas passadas
A noite, homens a arrastarem tristes correntes
Chinelos a arrastar
Criança a se assustar
Histórias, muitas histórias a serem contadas
Com simpática idosa, a contar histórias de fantasmas

Crianças a brincar de mil formas diferentes
A escorregarem ladeiras
Lindos rostos de caras sujas
Banhos semanais
Pescarias, brincadeiras no riacho
Estando a mãe a lavar roupas
Grupo escolar
Crianças de diferentes idades
A juntas estudarem
Nômade família
A viverem de cidade em cidade

Uma das crianças a conhecer
Professora de modos delicados,
Perfumadas mãos
Lembrança etérea
Miúda e franzina criatura, a criança
A se encontrar, passado e presente no mesmo enredo

Voltando ao passado
Os meninos a brincarem com os moleques do lugar
A jogar bola
Roupas domingueiras para a esporádica missa
Doces na cidade, em suas raras idas ao lugar
Trabalhar em alheias propriedades para guardar dinheiro
A pescar, às vezes apenas tendo as mãos como instrumento

Faculdade a cursar
Não podendo completar o curso
A vida a enfrentar

Ao se casar com bela morena de branca pele,
Verdes olhos
A vida se transformou
Em um almoço de comemoração
Simples refeição
Macarronada e frango
Vaporoso vestido azul
Fotos no jardim em frente a igreja
Trajando tão elegante vestido azul

Casamento
Linda cerimônia celebrada
Branco vestido, buquê
Na saída da igreja
Partida em um fusca
Casal feliz a acenar da janela do carro
Ambos olhando para trás
Para trás deixavam um modo de vida

Na casa, muitos presentes
Objetos até hoje conservados
Com o tempo, os filhos a nascer
Brincadeiras, travessuras
Choros e castigos
Festinhas, aniversários, presentes
Inesquecíveis lembranças
Amigos secretos
Trocas de presentes
Coleguinhas
De coelhinho a se fantasiar
Brincadeiras em amplo quintal
Igual a ele, não há

Piscina de plástico
Pinheirinho, Dama da Noite, rosas
Profusão de rosas
Delicioso aroma das flores da noite
A Dama da Noite
Cheiro de infância

Pipas, brincadeiras em balanço montado na garagem
Estrutura de concreto
Inacabada, a servir de cenário
As maiores fantasias
De uma criança sonhadora
Sonhar de fazer sucesso
De se realizar

Fantasia de tule e folhinhas vermelhas
Confetes para jogar
No carnaval de minhas lembranças ditosas
Brincar no quintal ainda não concretado
Azulejos no barro
A criar mil mundos na imaginação

Muita coisa para se aprender
Faculdade, estudos
Um mundo novo a se descortinar

Tardiamente aprendendo a pedalar
Passeios na praia
A relaxar na rede
Adulta, a me enamorar de um mundo repleto de desafios,
Alegrias e dissabores
No mundo onde até o céu deixou de ser o limite

Filmes, músicas, histórias antigas
Lindas narrativas a contemplar
Outras para criar
Livros para ler
Poesias a se elaborarem
Ante meus olhos maravilhados
Quantas maravilhas, a serem criadas
Outras tantas a serem descobertas

Negros e afro descendentes,
A buscarem
A se colocarem no mundo
Elidem as desigualdades
Em que pese o mundo
Ser ainda tão injusto, desigual
Óh, nobre raça!
Guerreiros outrora, hoje e sempre
A humana raça!

A cor é apenas um processo de adaptação,
As locais condições
Um brinde a todos os povos!
Que se faça a igualdade
Como se fizera a luz!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Oceano Doce em Maravilhas!

A branca lua a brincar no firmamento
A colorir de luz o ambiente
As estradas,
A refletirem o brilho dos faróis dos carros

A despedir-se de um sol a pino,
Anterior contraste,
A dourar as gramíneas, as ramagens,
As flores e as árvores

Estrada que tem uma imponente represa ao fundo,
Azul profundo a desfilar,
Serpenteando as matas
E em todos os lugares,
A formar braços d'água,
Orlado de verdejantes matas,
Grandes árvores!

Impressionante represa,
Ladeada por estradas sinuosas,
Estreitos caminhos

Tendo o verde, e simpáticas construções,
Por companheiras
Passeio por histórica vila,
Debruada de galpões,
Pequenas construções em madeira,
De vermelho pintadas

Em contraste a casa altaneira,
A elevar-se por sobre a mata,
Por intermédio de caminhos,
Acessados por escadas com degraus de pedra,
Íngreme inclinação

Saída por descida em meio as árvores, gramas e plantas
Tendo por destino, caminhos diversos,
Vagos, esparsos
Pequenas estradas a levar,
Para pontos diversos da vila

Imponente construção assobradada,
De madeira erigida, e de marrom pintada
Com suas tramas de madeira,
A abrigar detalhes do passado

Sendo o oposto das ruínas,
E das construções abandonadas do lugar
A nascente, em uma das passagens da vila,
A descortinar em suas tímidas águas
Uma fonte com água a brotar,
Em delicado e ornado desenho,
Para o encantamento dos passantes!

A bruma a tudo invadir
Galpões em madeira,
Tendo outros feitos, em tijolos à vista

Próximo dali,
Velhas locomotivas abandonadas,
Ao longo de férrea estrada desativada
Consumidos pela voragem dos tempos,
A decomporem seu passado e memória,
Invadidos por gramíneas,
Monumento ao abandono!

Ladeado com objetos a lutarem,
Em brava e dura luta,
Pela preservação de uma memória,
De um passado que não se faz assim,
Tão distante!

Museu a homenagear,
A saga de homens que a serra desbravaram,
Para o sistema funicular edificar
E a trabalhar ficaram,
A riqueza e passageiros transportaram!

Singela vila inglesa,
Em meio a verdejante mata,
Envolta a serra,
Obscurecida pelas brancas brumas,
Afamado lugar: de onde se vê o mar,
Em propício dia ensolarado!
Nome conferido pelos índios,
A passarem pelo local!

Cenário de shows
O espetáculo da vida!
Nas modestas casinhas,
Venda de artesanato,
Pequenos restaurantes

Várias ruas, tendo por nomes estrangeiros,
Outros nacionais nomes,
Sofisticado clube,
Outrora palco dos encontros sociais,
Dos moradores primeiros da vila!

Cenário de bailes e valsas,
Homens garbosos, mulheres donairosas
Encontros e desencontros,
Amores e desamores,
Amizades, convivência,
Com os vizinhos do lugar!

A ladeira de pedras, a descortinar,
O esplendor do cenário!
Descida para a vila histórica

Na entrada da vila,
Um pequeno cemitério,
Estando ali próxima, uma igrejinha
Ainda, a parte alta da cidade,
Com suas construções contemporâneas,
Em contraposição as casinhas históricas,
Construções em madeira,
A homenagear um tempo a distar!

O relógio da torre,
Os trilhos diversos,
Dispersos em meio ao gramado
A velha locomotiva com sua fumaça,
A lembrar,
Os tempos primeiros da vila,
Os pioneiros operadores dos trens!

Nos tempos primeiros:
As pessoas com suas melhores roupas
Na estação a esperar,
E para todos os que partiam, acenar
Mocinhas a balançarem seus lencinhos brancos;
Os homens de terno e chapéu,
Com seus reluzentes sapatos;
As mulheres com seus vestidos, suas luvas,
Seus cabelos elaborados, sapatos de salto,
Perfumadas!

Saudades sinceras de um tempo,
Que não volta mais!
Quantas histórias perdidas,
Em meio a férreo cenário:
Amores partidos, saudades sentidas,
Lágrimas caídas,
E o cálido retorno,
De alguém muito esperado,
Que um dia partiu!

Estação, palco de encontros e desencontros
Num antigo sistema de cordas,
Utilizado para subir as serras,
Processo abandonado posteriormente
Fato este, que deixou a memória da vila,
Em sono plangente

A até um dia despertada ser,
De seu histórico valor,
Braço da história de uma Santo André,
Deveras querida!

E assim, a vida se manifesta,
Em seus pequenos detalhes
As brumas a deixarem os limites,
As casas, as construções, as moradas,
Todos indivisos,
A tudo dificultar o divisar

Casinhas de pinho de riga,
Pintadas de vermelho,
Geminadas
Tendo da casa altaneira,
Um senhor sisudo e observador,
A tudo vigiar

Por fim, o sol a se despedir,
Dando ensejo,
Ao frio da tarde invernal
A passarela por cima dos trilhos
E os passantes a circular,
No antigo cenário histórico!

No regresso, despedida, forte neblina
A envolver os carros,
Na estrada sinuosa,
E a bela represa a emoldurar o cenário,
Imenso oceano de água,
A agitar-se ao sabor do vento

Canto, alento,
De uma jornada,
Que ainda não teve fim
Tendo-se em vista, muitas outras paragens
Para se descobrir!

E ao em casa chegar,
Me encanto ao me deparar
Com majestoso ipê,
A exibir lindas flores roxas,
E a expor um magnífico tapete de flores,
Deitadas sobre o chão
Onírico cenário de beleza e encantamento
Exuberância das flores do jardim da vida!

Ao longe, mas não muito longe dali,
Os brilhos das cidades ao luar,
Emolduradas por exuberante lua cheia,
De um céu sem estrelas

As luzes dos faróis dos carros,
Tristes a acenar para as ruas,
Que já começam a adormecer!

O movimento das ruas diminuí,
Para no dia vindouro,
Tudo novamente recomeçar!

Ao longe, as luzes das casas, dos prédios,
Do comércio das cidades,
Das plagas,
Tudo a embelezar a noite de lua,
E mais encantador e misterioso,
A tudo tornar!

Por fim, a represa, com suas águas azuis,
Um vasto cenário a emoldurar,
Oceano Doce em Maravilhas!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

No Teatro da Vida

Num céu azul de nuvens brancas
Adornada por um universo de águas
O contorno do mar
E o ir e vir das vagas
Água limpa, espuma branca
E o céu azul intenso,
Em vários tons, gradações, nuances
Cenário de sonhos

Com lindas construções praianas
Coqueiros a delimitar a orla de areia
E o dia sem sol
Crianças correndo em direção ao mar
E mesmo ante, fria chuva
Corrente de água fria a cair do céu
O passeio diário,
Em capas de chuva transparentes

Caminhar a beira d’água, a molhar os pés e algo mais
Gaivotas enfrentando o vento e a chuva
O mar indo e vindo,
Em seus canais,
A afundar em meio a profundidades desconhecidas
Músicas de gosto duvidoso
E o teatro da vida a descortinar,
Ante nossos olhos maravilhados!

Garoa fina, chuva grossa
Novas flores a comporem o jardim,
Lindas flores a desabrochar
Morangos a medrarem no jardim

E as cantigas da vida
As danças do mundo

A chuva correr janela afora
Preenchendo os dias, completando as horas
Tempo para se pensar, meditar
E as horas, e os dias, a passar

Fitas coloridas, cantigas, toadas, danças diversas
Imponentes pensamentos a vagar
E amor, decepções e desilusões a nos acompanhar
E em sua constância,
Os momentos de alegria
As viagens fagueiras

Nos trens de muitas viagens interiores
E no exterior, as paisagens,
E muitas lembranças a preencherem as memórias e a alma

E no teatro da vida,
Muitas histórias nos são contadas
Nos livros, nas novelas, nos filmes, nas canções
Poesias e pensamentos,

Também construímos nossas histórias
Também escrevemos nossos enredos
A todos os momentos, presenciamos cenas teatrais
E vislumbramos muitas festas, vesperais

Para viajarmos, precisamos de vontade
Para com malas e bagagem,
Conhecermos a vida,
Desbravarmos o mundo,
Como os bandeirantes, outrora fizeram,
Com as terras brasileiras:
Terra Brasilis,
Pindorama – eterna terra dos papagaios;
Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz
Brasil, meu Brasil brasileiro!

E assim começam as viagens,
Pelas terras de um Brasil sem fim:
Paraty com seu casario,
Datado dos tempos do Brasil império
Calçamento de pedras;
Com suas belas igrejas;
Batentes de portas e janelas coloridos
Mar e pedras, e trilhas
Mil passeios por lá
Um fora feito, anos antes, de carro

Outro realizado, em casa de pessoa querida!
Passeios de balsa por Ilhabela
Os verdes das serras, as montanhas, os mares,
Balsas a transportar carros e viandantes

As escunas,
Santa Catarina, e sua Praia dos Ingleses,
Imensa duna na Joaquina,
Imensa e rasa Lagoa da Conceição
Linda paragem!
Cenário de muitas dunas,
Embora tão distante do nordeste!

E voltando ao Desterro, Nossa Senhora,
Atual Santa Catarina,
Em sua formosa ilha, Florianópolis
Passeio por ilha, apreciar salmão,
Avistar a cidade de um mirante!

E a voltar para linda Ilhabela ...
O carro pousado na estrutura metálica,
A percorrer lentamente os mares
As praias repletas de pedras e algas
Em Ilhabela, litoral paulista!

Nas auríferas terras mineiras:
Passagens por caminhos em paralelepípedos,
Morros vários
Históricas e coloniais construções
Igrejas monumentais, passeios, pontes, cruzeiros
Lindas casas com seus beirais, avarandadas
Grandes janelas, com seus vidrinhos

Passeio pela história de meu Brasil imenso, varonil,
Saltada dos livros de história,
Sentida, vivificada!

Em sonhos distantes, se pode contemplar
As mulheres com seus longos vestidos, e anáguas
Corpetes e mangas, com suas blusas ajustadas
Sombrinhas rendadas,
Sapatos delicados
E o caminhar pelo calçamento de pedras

Algumas a andarem em liteiras
Carregadas em uma cobertura fechada,
E segura por quatro escravos, um de cada lado
No campanário a aguardar com suas famílias,
O início da missa

Ali as famílias seguiam juntas,
Rumo ao interior da igreja
E os fidalgos a ocuparem os melhores lugares
E os moradores pobrezinhos,
Das casas simples, sem beirais
A ocuparem os assentos menos nobres
Pobres sem eira nem beira!

Isto a se passar Ouro Preto,
Antiga Vila Rica
Mas poderia ser no Arraial do Tijuco,
Atual Diamantina,
Ou qualquer outra paragem

Em Mariana:
Uma igreja ladeia a outra,
Que ficam frente a frente em imponente cenário,
E outras históricas construções, fazem par
Um trem de longe apita, percorrendo os caminhos
Trem perdido,
Em meio a tantas andanças!

As janelas exuberantes
Paisagem da janela,
A compor uma linda canção inesquecível,
Criação de um poeta inspirado!
Berço de muitas imagens de um passado remoto,
Mas tanto quanto possível, presente!

Tiradentes:
Com suas charretes e cavalos a circundarem,
Uma acolhedora praça repleta de coloniais construções;
Restaurantes diversos
Muitas construções coloniais, janelas e portas coloridas
E como em toda cidade histórica mineira,
Muitas ladeiras,
Paralelepípedos, pedras
Construções assobradadas, solares, varandas coloridas
Igrejas, muitas igrejas, sinos
Mineiras cidades,
Suas praças, com seus banquinhos acolhedores,
E seus jardins cuidadosamente criados

Em Congonhas:
A Romaria circular,
Com seu Museu de Mineralogia;
Portas e janelas com batentes pintados de azul
Mais a frente, restaurantes e pousadas,
Lojinhas com esculturas, cestarias,
Terços e outras lembranças

Museus mais:
Igreja de Bom Jesus de Matosinhos,
E as magníficas esculturas dos doze profetas,
Do eminente Antonio Francisco Lisboa,
Mais conhecido como Aleijadinho;
Com escadarias para se chegar,
A imponente cenário a circundar a igreja;
Em seu interior, imagens sacras;
Com suas lindas pinturas de teto;
Seus anjos e seus panos!

Os Passos da Paixão,
Esculturas, em pequenas casinhas com detalhes em azul,
Fechadas!

E o promontório a mostrar a paisagem da região
Como paisagem a se admirar,
Na entrada da cidade de Ouro Preto
Com sua paisagem verde,
Suas igrejas vistas de longe,
Suas construções coloniais,
Diminutas construções, quando vistas de longe!

São João Del Rey:
Com sua estação férrea,
E seu trem que leva a Tiradentes;
Seu coreto de dois andares
Com construções antigas,
Dos tempos do Brasil Império,
E outras contemporâneas,
Ponte de Pedra,
A compor imponente cenário!

Mineiras cidades:
Repletas de históricas construções
Restaurantes aconchegantes,
Com comida caseira e forno a lenha
Charretes aos montes, contornando a praça central
Igrejas magníficas, ladeiras e calçamento de pedra
Fonte e escultura do mítico Tiradentes
Herói inconfidente,
Que jamais cometera qualquer inconfidência,
Sendo apenas vítima de uma,
Cometida pelo infame Joaquim Silvério dos Reis;
Pobre mártir Joaquim José da Silva Xavier,
Alferes, humilde militar
E o mais pobre de todos os inconfidentes,
A pagar com sua vida pelo sonho de liberdade
Libertas quae sera tamem!

Liberdade ainda que tardia,
Lembrada nos tempos de escola
Será que algum dia, ainda a teremos?
Quem sabe!
Tiradentes,
Tendo este nome para homenagear,
Triste herói do país!

Em Belô, muitas praças
E na Liberdade, muito verde, coqueirais,
Ladeada por históricas e coloniais construções,
Entre elas, o Palácio da Liberdade
Na cidade igrejas, e construções antigas

Num domingo, feira de artesanato,
E barracas e mais barracas repletas de:
Tecidos, bonecas, madeiras, entre outros objetos
Rico visual de objetos e curiosidades!

Para chegar a seu destino,
De mineiras paragens,
Viagem de nove horas,
Partindo de São Paulo, para viajar,
Entre paragens lindas, fazendas, e estradas sinuosas

Passeios em praias de Santos,
Mar exuberante, extensa faixa de areia
Mergulhar em suas águas convidativas
Almoçar em um bom restaurante da orla,
Comida boa,
Caminhada pela orla,
Mais tarde, lembranças de sobremesa

Sobremesa,
Sorvete de massa em quantidade,
Sabores em profusão!

Do alto de um prédio santista,
Um cenário de admiração e deslumbramento
Com árvores e jardins, banquinhos,
Pisos desenhados, fonte d’água com esculturas,
Bandeiras do estado, da cidade, a enfeitar a orla
Bela orla, repleta de edifícios e vários prédios inclinados!

Em passeios pelo cerrado:
Floresta de eucaliptos,
Fazendas de celulose,
Lindas árvores floridas,
Verdes folhagens em meio a paisagem,
Incrivelmente viva, verde
De cerrado e plantações douradas!

Em Brasília, imponentes construções;
Esculturas em frente ao Palácio do Planalto;
Espelhos d’água em profusão
Peixinhos vermelhos e moedas,
No espelho d’água do Palácio da Alvorada,
Tendo ao fundo,
Um lindo cenário do Lago Paranoá
Oceano de águas azuis
Em meio a Ponte Estaiada em homenagem a JK

A vislumbrar a cidade da Torre da Tevê
Prédios modernos, futuristas,
O Lago Paranoá exuberante
Escultura dos Candangos,
Trabalhadores, construtores de Brasília
Catedral de vitrais coloridos, desenhos abstratos
Na entrada,
Os quatro evangelistas e a cúpula da catedral,
Simbolizando o vinho

Amplas quadras, verdes espaços,
Construções espetaculares;
Grandes avenidas, onde letras e números as compõe;
UNB, com suas construções
Ônibus a circular pela universidade
Passeios em ônibus circulares
A passear de condução pela cidade de Paranoá
Margeada pelo lindo lago,
E em certa parte, coberta de mansões
Muitas árvores, muito verde, muita natureza!

Em Goiânia, cidade arborizada,
Com letras e números,
A compor nomes de ruas e avenidas
A passear pelas históricas cidades,
Goiás Velho, Vila Boa de Goiaz,
Antiga capital da cidade!

Local aprazível,
Com seus calçamentos de pedras;
As namoradeiras a enfeitar as janelas coloridas,
Das construções e casas coloniais
Imponentes construções caiadas de branco,
E seus batentes pintados de cor;
O cocho dos animais na praça em frente a igreja;
Coreto da praça

A casinha com batentes de portas e janelas,
Pintadas de verde;
A ponte e a Casa de Cora Coralina
Igrejas e mais igrejas, lojinhas de artesanato

Em Pirenópolis:
Esculturas de um boi, com chifres exuberantes
Artesanato a enfeitar a toda a cidade,
Namoradeiras a enfeitar as casas,
E os paralelepípedos, a enfeitarem as ruas da cidade;
Coreto na praça

Lindas e históricas construções!
Cenário de procissões e de cavalhadas
Goiás Velho e Pirenópolis!

Em Caldas Novas:
Suas águas quentes, convidativas
Belo jardim repleto de flores e árvores
Com uma piscina de águas quentes
Em meio a tantas árvores frondosas,
Uma construção assobradada,
Com ampla varanda,
E sagüis a fazerem companhia
Na térreo, algumas mesinhas,
E um café da manhã em meio a natureza

Em Rio Quente:
Imponente Hot Park,
Com piscinas com fundo repleto de conchas;
Águas quentes, piscina com ondas
Mil e uma atrações
Comida boa e farta, passeios sem fim
Linda viagem inesquecível!

Em passeios por Peruíbe,
Caminhadas por chuvas e tempo frio,
De guarda-chuva
Na cidade da eterna juventude,
Com sua bandeira azul, seu lema
E sua chuva persistente!
A montanha, encoberta por brumas,
Escondida!

Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa:
Paisagem deslumbrante,
Praia de Copacabana;
Forte de Copacabana com suas canhoeiras,
Fortificação cravada em meio a pedras,
E o mar a compor o cenário;
Copacabana Palace,
Imponente construção pintada de branco,
Cenário a abrigar grandes estrelas internacionais,
Dos áureos tempos de Hollywood,
Glamour!

Avenida Atlântica,
Com sua feira de artesanato noturna;
Ruas amplas, arborizadas;
Marina da Glória,
Com seus barcos e iates,
O mar salpicado de branco;
Parque do Flamengo,
Com seu jardim em estilo francês,
Seu banquinho de praça
Lindo cenário!

Cinelândia com seus prédios históricos,
Esculturas imponentes,
Fachada do Teatro Municipal,
Biblioteca Municipal, tantos prédios,
E tantas coisas para serem vistas!

Do Pão de Açúcar,
Cenário da pequena Praia Vermelha,
Com seus coqueirais
O morro feito de pedras
A visão da Marina da Glória,
Vista do alto

A vista da Ponte Rio Niterói,
O mar imenso
No Corcovado,
Um Cristo Redentor de braços abertos,
Nos recebe
Do alto, avista-se a Lagoa Rodrigo de Freitas,
A Ponte Rio Niterói, o Maracanã,
Entre outras tantas maravilhas,
De uma cidade que tem por alcunha,
O nome de maravilhosa!

Caminhadas por entre o Leblon,
Passeio pela orla de Ipanema,
O Arpoador
Calçadão de pedras em formato de ondas,
Extensa faixa de areia
Petrópolis:
Cidade monumento,
Abrigo do Museu Imperial,
Pintado em tons róseos,
Com abrigo para carruagens,
Locomotiva, a compor o cenário

Em casa, berço de herdeiros da coroa
Coroa incrustada de esmeraldas,
E outras gemas preciosas
Canetas caras, roupas, louças,
Mesa luxuosa,
Com suas cadeiras imponentes de alto espaldar
Ambientes diversos,
Gabinetes,

Mesas de trabalho, cadeiras, poltronas
Objetos de toucador, penteadeiras,
Móveis trabalhados, com entalhes,
Objetos pessoais

Estufa com flores,
Helicônias, bromélias, orquídeas ...
Espelho d’água

Caminhadas pela Casa de Santos Dumont,
Suas escadas alternativas, suas rampas,
Seu chuveiro criativo,
Construção toda pensada e planejada

Hotel da cidade imenso,
Denominado Quitandinha,
Colossal, em estilo normando

Em Gramado:
Lindas construções em estilo enxaimel
Com suas rótulas,
E símbolos embandeirados
Mini mundo de castelos, igrejas e locomotivas,
Lindo cenário para as crianças se divertirem
Mas que encanta mais os adultos,
Do que as crianças propriamente

Araucárias, muitas árvores
Construções baixas em estilo alemão
Hotel grande e sofisticado,
Com detalhes em azul, toldos
Estilo normando, e germânico
Para atravessar as ruas, os carros param
Não há faróis,
Não há semáforos

Muitas lojas, espelhos d’água com seus peixes
Pisos em madeira,
Bancos com estrutura em pedra
Com parque, espelho d’água
Floresta Negra, com sua Lagoa Negra,
Escurecida, e repleta de pedalinhos
Linda cidade turística!

Em Porto Alegre – POA
Centrão com seus arranha céus,
Ruas largas, mendicância
Museus:
Casa de Mário Quintana,
Com sua fachada rosada, seus arcos,
Museu Militar; Igrejas
Parque aberto, ladeando o Rio Guaíba

Construções margeadas pelo Guaíba,
Estádio Beira-Rio;
Chaminés e portuárias edificações,
Mercado Municipal, com suas ervas, seus víveres

Gaúchos piuchados,
Bombachas, botas, lenço, chapéu
Cuias de chimarrão para vender, grãos
Construção colonial em amarelo

Passeio de trem por cidade da Serra Gaúcha:
Pessoas observando,
O trem a percorrer lentamente os trilhos,
A acenar para os viajores
Passeio por entre o verde,
A admirar o céu do Sul
Parada em algumas estações,
Onde é servido vinho, suco de uva e champagne
Embalada por muita dança e alegria,
Cantoria e humorismo

Passeio de ônibus por uma vinícola
Caminho por entre um passeio de pedra,
Entremeado por camélias vermelhas
Um carro antigo habita o ambiente
Lá são servidas graspa,
Uma espécie de cachaça de uva;
Vinhos; e um delicioso suco de uva, concentrado
Vinícola familiar, artesanal
Em outra, o procedimento é industrial
Com imensos tonéis de madeira,
Que outrora abrigaram muitos hectolitros de vinho
Com torneira, e pequena portinhola;
Vinho hodiernamente abrigado,

Em imensos tonéis de alumínio,
E as explicações técnicas:
A qualidade do vinho,
Depende do tempo de maturação das uvas,
Seus componentes;
Um vinho é uma combinação de boas uvas,
Um bom processo de fermentação,
E combinação de elementos diversos
Há vinhos com compostos de pêssego;
Frutas vermelhas, gostos cítricos;
Entre outros agradáveis elementos,
Por estes fatores, possuí um buquê,
E cada qual, um aroma característico!

Lindo passeio,
Por parreirais com as uvas colhidas,
A preencher campos inteiros,
De estruturas em madeira,
Prestes a abrigar novas uvas
Passeio sensorial, sons, sentidos,
Cores e imagens,
A permear memórias afetivas!

Gramado:
Com igreja de pedra;
Canela a poucos quilômetros dali,
Com sua linda catedral de pedra;
Seu comércio aconchegante,
Um poncho vermelho em uma loja,
Construções em estilo germânico

POA – Porto Alegre:
Com seus gaúchos piuchados,
Pessoas a andarem para lá e para cá,
Em seus ponchos imensos
Cidade com seus detalhes feios,
Mas também dotada de belezas

Regresso ao Sul, com seu povoado de Missões,
Construção em ruínas
Igreja pertencente a mais famosa das reduções jesuíticas
Próximo dali,
Exposição das esculturas feitas,
Provavelmente pelos índios,
Que habitavam a redução!

Esculturas entalhadas em madeira,
Pintadas, lindos objetos de arte,
De anônimos autores

Lugar de natureza exuberante,
Com extensas áreas verdes,
Muito gado, com vaquinhas pastando solenes
Muito próximas dos passantes,
Árvores floridas, monumento ao passado

Em Foz do Iguaçu:
O encontro das águas
Cataratas imponentes, festival das águas
Borboletas azuis,
A trazer a simbologia dos números, em suas asas
Com a inscrição dos números oito e oito
Quedas d’água imensas,
Com mirantes em vários lugares,
Para que se possa apreciar melhor o espetáculo!

Parque das Aves,
Com suas espécies exuberantes,
Itaipu, binacional,
Que produz energia para o Sudeste

Curitiba:
Com seu teatro em estrutura vítrea e metálica,
Ópera de Arame,
Palco de espetáculos mil;
Parque Tanguá,
Com seu impressionante espelho d’água,
Seu jardim de flores,
Ladeado pelo Parque Tingui,
Fazendo parte de um complexo;
Centro Histórico,
Com seu casario antigo,
E sua feira de artesanato;
Jardim Botânico,
Com sua estrutura de arame,
Coqueiros em sua estrutura, flores e plantas
Do lado externo, jardins em estilo francês

Em Maringá:
Muitas árvores, parque com lago;
Catedral em estilo cônico,
Com vitrais coloridos em seu interior,
Com um grande Cristo esculpido em madeira,
Imenso, com vários metros
Cidade com muitos prédios,
Muito verde, árvores e flores
Muita beleza!

Em Londrina:
Passeio pelo Lago Iguapó,
Com três partes segmentadas
Em uma delas,
Circundado por muitas mansões,
Uma bonita reserva verde
Passeio por um centro de ruas largas,
Grandes prédios, e mendigos
Durante o passeio pelo sul,
Entre Paraná e o Rio Grande,
Estradas estreitas, sinuosas;
E no Paraná, esburacadas, precárias!
Assim como na Grande São Paulo!

A noite, o brilho das estrelas,
A companhia da lua,
A despontar no horizonte;
Plantações de trigo, entre outras culturas;
Muitas estrelas,
E a cidade de portal exuberante,
Esculpido ao lado da estrada,
Com imagens de figuras históricas
Recanto escondido,
E repleto de pontos de ônibus, confeccionados em alvenaria
Cidade de grandes campos verdes,
Dedicada a agricultura
Com lindo hotel, construído com tijolos à vista!
És São Miguel das Missões!

A noite, espetáculo de som e luzes,
A contar a história da redução
A expulsão dos índios e jesuítas,
A resistência,
A morte e a expulsão dos índios subjugados
Triste mancha em nosso passado!

Pelas estradas e caminhos,
Tachos de cobre, utensílios de alumínio,
Cuias e pilões em madeira,
Redes coloridas,
E bancos de tecido e revestimento,
Com franjas, coloridos
Muitos postos de parada no caminho
Em um deles,
Lindas namoradeiras expostas
Comércio em forma de castelo,
Abeirar os caminhos, na estrada
Em Peruíbe,
Pássaros com peito amarelo, pequeninos
E as flores mais e mais belas
A mini rosa vermelha a desabrochar,
E o dormir e o despertar em linda cama espaçosa
Confortável em quarto arejado
Sentir-se em casa,
Tendo a mais completa sensação de lar
Árvore de Natal imponente, exuberante,
Enfeites delicados,
Caixas de presentes, papais noéis voadores,
Bolas douradas foscas e brilhantes,
Pisca-piscas coloridos,
Com seus brilhos, a enfeitar a sala espaçosa
Casa cada dia mais, com cara de casa
Minha casa, lar doce lar

Um quartinho delicadamente mobiliado,
Com cama de casal, mesinha, com enfeites
Três cisnes em rosa,
Ladeados por dois vidrinhos repletos de conchas,
E mais pedras e conchas,
Em formatos diversos
Aparador em vime,
Emoldurado por uma toalha verde,
Revestida com uma trama de renda branca,
Em plástico
Com um abajour metálico
Cama de casal com recoberta,
Por um lindo edredon,
Dois travesseiros,
E duas almofadas em coração
Com um banco comprido em tom rosa escuro
Espelho e quadro pendurado no quarto
Penteadeira, com duas gavetinhas
E suas duas latinhas decoradas,
Tendo em seu interior brincos, colar, broche
E seu conjunto de peças de toucador
Muitos enfeites, armário em alvenaria

Roupas, muitas roupas
E uma casa de sala ampla,
Com sofás e poltrona,
Sala de jantar com mesa em madeira nobre
Bufet a abrigar aparelho de som e CD’s,
Além de diversos enfeites,
Casa espaçosa, arejada
Quarto com objetos guardados, revistas, livros
Redes para se balançar, nas tardes fagueiras
De brisa suave, tempo quente
A contemplar a beleza do jardim

Mini rosas desabrochadas,
Dipladênias a dardejarem de amarelo,
O jardim de uma casa,
Que mais parece um sol
Tendo em sua entrada, um lindo jardim
Onde borboletas passeiam
Lindos seres,
E lindas flores de mini rosa vermelha,
Enfeitam o ambiente

Embu das Artes:
Com seus tapetes de serragem
A estamparem imagens sacras
Cidade da feirinha artesanal
Coreto na praça, exposição de quadros, banco

Centro Histórico,
E muitas barracas com artesanato em exposição
Igreja e Museu Sacro, Largo histórico
Cidade a abrigar diversas lojas de móveis rústicos

Em passeios diversos
Pirapora do Bom Jesus
Com seus magníficos tapetes de serragem
A enfeitar quarteirões
Museu religioso
Mirante as margens, do sofrido e poluído Rio Tietê
Rio coberto de espumas
Cidade pequena e simpática!

Em Santana de Parnaíba:
Casario colonial,
Com suas construções coloridas,
Seus tapetes de serragem
A cidade em si é um espetáculo!
Seus tapetes coloridos,
Feitos de serragem e outros materiais,
São um espetáculo à parte!

Em Aparecida:
Um templo dedicado a oração
Um alto em circulo,
Circunda os corredores imensos da catedral

Em passeios por Peruíbe,
A descoberta de casas e imensos quintais
Lindas áreas verdes,
Construções imensas, imponentes
Sobradinhos construídos,
Nos fundos de terrenos imensos

Casas com quintais repletos de flores
Jardim de flores, na rua fronteiriça as casas
Chapéus de Praia com copas imensas,
Imensos terrenos por construir,
Pousadas simpáticas, hotéis
Chalés em forma triangular,
Com telhados inclinados
Chalezinhos de alvenaria,
Ladeados um por um

Casas com piscinas, e quintais expostos
Primaveras folhudas e muito floridas
Casas bonitas,
A lembrarem pequenas chácaras,
Repletas de plantas e flores
Sobrados, casas de três andares, casas térreas
Casas sem verdes áreas
E o mar para nos acompanhar, coqueiros para balançar,
Árvores com galhos retorcidos
Hibiscos, dipladênias, primaveras,
Flores de cera lindas,
Exuberantes, a ocuparem muros de casas,
Camélias brancas,
Muitos hibiscos simples brancos, róseos, vermelhos
Espirradeiras, pés de pinha, goiabeiras,
Chuchus, pés de maracujá, lixias
E muitas hortênsias, dipladênias,
Bom-dias e boa-noites, entre outras espécies,
Maciços de beri,
Corujas

Lindas casas,
Com namoradeiras e galos, de adornos
Piscina,
E uma bela área verde com mesa de sinuca,
Sobrado, bela composição!

Construções de tijolos à vista,
Com muitas janelas
A lembrar que quanto mais janelas,
Mais status para seus moradores
Simbologia de poder,
Como as mesas para refeições de antanho,
A abrigarem gavetas,
Com um tampo sobreposto,
Onde eram colocados objetos sobre a mesa
Heranças de nosso passado colonial

Pássaro com peito vermelho
Diversidade natural
Muitas chuvas, parcos passeios de bicicleta
Caminhadas na chuva, com capa de plástico,
A água a molhar os olhos
E o mar a molhar os pés

Passeios em meio ao céu azul
E no palco da vida
A deixar de expectadora ser,
E a se tornar parte do espetáculo!

Atriz sendo da vida,
Apreciando os espetáculos naturais,
A beleza e a singeleza das pequenas coisas
Carpe Diem!
Aproveitar o dia,
A caminhar, passear, ouvir música, e sonhar, sonhar ...

Na casa do planalto,
Armário repleto de roupas, livros, papéis,
Objetos de toucador, sapatos, perfumes
Computador, televisão,
Aparelho de som, circulador de ar,
Rádio relógio,
Cama de solteiro, com lindas roupas de cama
Almofadas verdes,
Bolsas e outras quinquilharias diversas

Compras e mais compras,
Eterna busca por entendimento,
Compreensão
Filmes, muitos filmes,
Músicas de estilos diversos, danças, novelas,
Livros, poemas, documentários
Passeios de trem

Paranapiacaba:
Com suas casas em pinho de Riga
Castelinho, construção altaneira e soberana,
Ponto estratégico de observação,
De outras moradas do lugar
Museu Funicular,
Com suas placas de orientação,
Roupas e brasões antigos, objetos ferroviários,
Cartão de ponto
Construção de tijolos à vista,
Vista enevoada em meio a antiga locomotiva
Tapiocas, passeios pela Praça Central,
Ruas com nomes estrangeiros
Passarela, e Torre com relógio, a lembrar o Big Bang
Cemitério visto do alto,
Parte Alta, Parte Baixa
Em passeios vários,
De um vila encantadora,
A morar em meu coração!

Passeios por museus diversos,
Museu Paulista,
Também conhecido como Museu do Ipiranga,
Em estilo neoclássico,
A abrigar, carruagens, pinturas,
Como o famoso quadro da independência

Solar da Marquesa de Santos,
Páteo do Colégio, Pinacoteca,
Museu da Língua Portuguesa, MASP,
Torre do Banespa com seu deslumbrante mirante,
Estação Pinacoteca, Centro Histórico de São Paulo,
Oca, MAM, Museu Afro,
Bienais de Arquitetura e do Livro,
Fundação Oscar e Maria Luisa Americano,
MIS, Museu da Casa Brasileira,

Bom Retiro com suas compras,
Parque da Luz
Muitos móveis, muito luxo,
Imagens de santos, louças, prataria, objetos de toucador
Passeios rápidos, passagens rápidas,
Repletos de conhecimento e cultura
Caminhadas pelo Parque Central,
Pelos shoppings da região do ABC
Nos Natais e Reveillon’s,
Ruas decoradas, guirlandas,
Imensas árvores de natal do shopping,
Casinhas enfeitadas, neves, bolas com brilhos,
Laços, fitas verdes, vermelhas, douradas,
Clima natalino

Viagens para Ubatuba:
Acomodados em aprazível chalezinho de madeira, e
Telhados íngremes

Caraguatatuba;
Bertioga: com seu Museu Indígena,
E seus vários objetos,
Confeccionados em penas, bambu,
Muita vida, muitas cores
Estátua de Cunhambebe,
Ampla praça arborizada, com poço
E lembranças de uma era ancestral

Passeios e ensinamentos, conhecimento
A vida aproveitada em seus menores detalhes!

Em Holambra:
Passeio antigo, em terra de flores
Imagens antigas

E Peruíbe, a terra dos sonhos,
Ruínas do Abarebebe,
Com seus fragmentos de igreja antiga
Mirante da Torre da Tevê,
Onde se pode avistar boa parte da cidade
Praça da cidade, onde a noite,
Funcionam barracas com produtos artesanais
Compras de anéis de variados ornatos,
A enfeitar singela caixa de veludo

Sonho de namoradeira,
Caixinha de música, relógio de parede
Aprendizados diários
Muita chuva, muita lição!

Muito viver,
Muita crítica
Mas quem muito critica,
Faz críticas a si mesmo
Isto por que, suas palavras refletem o que vai na alma
E seus dizeres, servem para si mesmo,
Como se fora uma progressão de si

Pois a raiva e o rancor,
São como copos repletos de veneno,
Que tragado é pela própria pessoa irada
Esta o ingere,
Esperando que o adversário morra!
Sim, a pessoa se revela naquilo que diz
E a boca fala,
Aquilo de que está repleto o coração!

Mas não deixar a vida passar
A vida a correr pela janela,
E deixar o tempo andar
Aproveitar a vida,
E mesmo que o tempo passe
Sentir que o tempo não passou à toa
E que mesmo ante as maiores dificuldades,
Aproveitou a vida!
Pois o tempo passará,
Ainda que não façamos nada com ele
E se queres algo que nunca teve,
Faças o que nunca fizestes antes!

No palco da vida,
Atores diversos,
Contracenam entre si
Uns atuam bem, outros nem tanto,
Uns aproveitam o palco,
Para desempenhar melhor seu papel
Outros são canastrões,
e outros tantos, preferem sentar-se na platéia

No palco da vida,
Quem faz o espetáculo somos nós
E neste teatro,
As melhores cenas deverão ser nossas!
A assistir muitos filmes,
A acompanhar histórias diversas,
Sendo que a melhor e a com cenário mais bonito,
É a nossa!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

NOITE

A noite antiga com seus halos azuis,
Emoldurados pelo negrume,
Da ausência de sol
Noite sem luar,
Sem brilhos

O crepúsculo,
Com seus tons azuis escuros
Suas cores tonantes

As árvores com suas altas copas,
Quase sem folhagens,
Emolduradas por uma noite escura

Ao longe, o brilho da cidade
As casinhas a cintilarem
A cidade a mostrar suas pequenas constelações
Na falta de estrelas no céu,
As estrelas da terra,
A iluminar os lugares indivisos

Janelas acesas, postes,
Cidade luz
Horas mortas, apagadas
A cidade quase em silêncio
Mentes silentes

Momento para rumar,
A lugares outros
Os brilhos da cidade distante,
A margear os trilhos esquecidos,
De uma antiga estrada de ferro

Ao longo da estrada, construções abandonadas,
Casas, fábricas, muros,
Mato, o verde a de tudo a tomar conta

A manhã que se dista do horizonte,
A noite que a tudo envolve com seu negrume
E a lua sumida,
Por onde andará?
Quem sabe a quem estará a encantar!

Lua dos amantes,
Dos apaixonados pela vida,
Pelo deslumbrante espetáculo da natureza!

Em meio ao cenário deserto,
Outros eventos a consolar
Os carros apressados a passar
Com suas luzes e faróis fugidios,
A multidão apressada,
Todos para casa,
Ou para seus compromissos outros,
Querem chegar

Até a tarde das noites se aproximar,
E a cidade enfim,
Finalmente poder descansar!

E as ruas silenciosas, desertas
E a cidade se deita,
Como que a dormir

Ao longo dos caminhos,
Comércios, imponentes construções,
Prédio e casa abandonadas,
Muita feiúra embalada por algumas belezas

E a noite escura a tudo envolver
E as estradas da vida a brilhar
As avenidas diamantinas,
As estradas a faiscar de tantas luzes,
Faroletes, filas de carros,
A se perder de vista,
Em nosso curto horizonte,
De concreto e de cimento!

E o sono e o cansaço,
A nos surpreender adormecidos,
Em próximas paragens

Silêncio das ruas, das casas,
As luzes da cidade,
Os brilhos distantes
Momento de introspecção!

Ó noite!
Quantos mistérios insondáveis te rondam!
Quantas vidas obscurecidas,
Por teu negro e espesso véu!
Se na claridade dos dias,
Não nos ocupamos das vidas outras,
Que dirá, no véu escuro da noite!

A descansar, contemplar
A velocidade das horas a passar,
E perceber que um dia foi pouco,
Para tudo o que numa vida se pretende realizar!

E assim se segue
Noite após noite
Passos lentos, outros apressados
O descanso esperado
O se deitar em cama acolhedora,
A esquecer a luta do dia,
E a esperança de um melhor amanhecer

Convite a um mundo de idéias,
Melhor pensar sobre a vida,
Em um momento,
Que ainda não nos foi roubado,
Na louca corrida da luta pela vida,
No tropel das mil paixões mundanas!

Tempo de deixar-se esquecer,
A dureza da lida,
A luta renhida,
O sobreviver dos dias,
O ganhar pão, com o suor do rosto

Tempo parco das delícias,
Ó noite!
Quanta maravilha se esconde em ti,
Em contraste as horas do ocaso,
Em que muitos em solidão,
Envoltos ficam

Sinto a noite como algo maravilhoso,
Assim como o nascer do dia
Com sua beleza das horas crepusculares!

Tudo em si,
É provido de soberana beleza!
O encanto das horas que se repetem
E o tédio,
Que a todo custo,
Lutamos para dele nos afastar

Tormento que nos atordoa
Todos nós, que queremos,
A todos os minutos,
Da vida aproveitar

E a aproveitar estamos,
Ainda que de singelas formas,
Pois todos os minutos de felicidade,
A nós concedidos
São fugazes resgates das horas de tédio
E assim a insipidez da vida,
Não se faz tão presente!

O dom da capacidade de com tudo se admirar!
A beleza das pequenas coisas,
Ainda a nos encantar!
E a capacidade de coisas novas criar,
E uma nova realidade para nós inventarmos
Ó inventividade humana!

E assim, a noite não se torna tão espessa,
E os sonhos cada vez melhores,
Quando, ao cair nos braços de Orfeu,
Nos entregamos, aos mais admiráveis encantamentos!

Sonhos de plagas distantes,
Novas realidades,
Sonhos delirantes, assaz distantes,
De nossa por vezes dura, realidade!

Encantamentos ensinos
E em nossas orações,
Nossas melhores intenções,
Nos sonhos, pessoas e projetos depositados!

Quando a despertar,
Um novo e promissor dia desejamos,
Assim como melhores auspícios
A quem de apoio precisa,
Em suas horas outras de dificuldades,
Outros a quem sempre nos esquecemos,
Em nossa azafama diária!

Dificuldades pelas quais,
Todos nós passamos, passaremos
Tristezas diversas, a nos aproximar,
Em um ponto crucial,
Em que viver não é fácil,
E que o sofrimento,
Parte da vida de todos faz,
Cabendo a nós saber o fazer,
Qual a lição dele devemos tirar!

A todos os que sofrem,
Bons augúrios, boa sorte,
Que a dor se esvaia, sem marcas deixar
E que um dia tudo não passe apenas,
De uma velha lembrança

O futuro seja alvissareiro
E a noite das tristezas se diste de nós todos,
Para que se aproxime a noite das maravilhas,
Do mistério e do encantamento!

As flores da noite,
Exalem seu perfume em nossas vidas,
Como que a nos despertar,
Para o eterno encantamento do viver!
Noite, noite,
Ah, noite dos meus encantos!

Eterno bailar de uma delicada valsa,
Dança eterna, nunca enfinda
Arremata por um tango,
Onde a dupla de dançarinos,
A riscar os salões, ficam,
Em suas teatrais expressões
Seus passos lentos, compassados,
A dançarina a deslizar,
O homem uma rosa entre os lábios segurar,
Dançar, dançar,
E o chão dos salões a riscar!

DICIONÁRIO:
tonante
adjetivo de dois gêneros
1. que tona, atroa ou troveja.
"tempestade t."
2. vibrante, forte.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

Não tenho a vida que amo, mas amo a vida que tenho!

Pensando nestes pequenos detalhes da vida,
Descubro que tudo tem seu encanto,
Mesmo diante dos maiores desenganos
A vida se faz maior por merecer

Pois se não temos a vida com que sonhamos
Ao menos lutar podemos, por merecer aquilo que temos
E transformar aquilo que nos é concedido,
No melhor possível!

Afinal de contas,
Se não temo a vida que amo,
Ao menos posso amar a vida que tenho!
E se não temos aquilo que gostaríamos,
Podemos pegar aquilo que temos, e fazermos com isto,
O melhor que pudermos!

Em sendo a vida, um universo de possibilidades
Muitas formas podemos encontrar,
Para de alguma forma nos realizar
Pois não precisamos seguir como gado,
Apenas acompanhando o ritmo de quem nos conduz

Não gosto de ser conduzida
Prefiro a opção de fazer minhas próprias escolhas,
Mesmo que tenha um alto preço a pagar por isso
Em assim sendo, vou sendo feliz,
Da maneira em que me é possível!

Afinal de contas, existe a tendência de muitos lutarem,
Para iguais a seus pais não serem
E no final das contas, igual a todos ser

Nunca apreciei modismos,
Ou modos de comportamento padronizados,
Embora muitas vezes, seja difícil não ser conduzida

Mas prefiro trilhar meu próprio caminho
Pois assim tenho a certeza, de que sou mais feliz
Só tenho que aprender,
A não me importar com o julgamento dos outros
E compreender, que muitos apreciam frases de efeito,
Sem aplicá-las em sua vida

Pois muitos dizem que beleza não põe mesa
Mas se assim fosse,
Por que muitos homens só apreciam as belas?
Por que adoramos nos cercar de coisas bonitas?
Para mim, o feio só existe para que o belo seja valorizado
E muito embora a beleza não seja uma qualidade,
E a feiúra tampouco um defeito,
Posto não escolhermos a forma como nascemos
A beleza agrada e atraí

E muito embora não seja o principal,
Não devendo o conteúdo ser posto de lado,
Pois beleza sem essência é vazia
A beleza tem algo em si de essencial!
Mesmo assim, belos e feios, necessitam sempre,
Aprimorar sua essência!

Neste esteio, velhice não traz sabedoria a ninguém
A sapiência é uma busca por toda a vida,
E a conseqüência desta procura
E neste sentido, percebo que há beleza,
Mesmo nas coisas aparentemente mais banais

No meio da selva de concreto, ainda há espaço para o verde,
E a natureza se manifesta nas mais singelas formas
Percebo que o conhecimento é um talento,
Que nunca nos poderá ser tirado!
Em sendo o maior tesouro que nós temos,
Sobrepujando as pedras lapidares
Mais valiosos que mil talentos
Tesouros materiais da antiguidade,
Rivalizando com o conhecimento adquirido através dos milênios

Descubro que a felicidade,
Não necessita de grandes momentos para acontecer
Podendo se fazer realizar em pequenos gestos,
Fugazes eventos, a nos brindarem com suas belezas
Amo a beleza das coisas, das formas
Amo a beleza em si mesma

E a vida, em sendo dura, difícil
Não sendo aquela que escolhemos para nós,
Possamos ainda assim transformá-la,
No melhor possível para a gente
E assim, mesmo não tendo a vida que amamos,
Podendo se amar a vida temos
E aprender a viver no mundo dos possíveis
Conciliando as impossibilidades,
Com a possibilidade de um viver mais feliz!

Pois em tempo ...
Não poderemos ter tudo o que queremos,
Mas poderemos querer o que possuímos
E ainda que não tenhamos o que merecemos,
É melhor merecer o melhor, mesmo que não o tenhamos,
Do que possuir o bem, sem o seu merecimento
Razão das injustiças maiores do mundo
A ocorrer sempre, com muita naturalidade ...
E assim, a vida vai ganhando a conformação do real,
E vamos vivendo no mundo possível,
Sempre a sonhar e lutar, por um mundo melhor
A sonhar, mesmo em meio a dura realidade

E assim, sigo sonhando,
Vivendo em meio a realidade,
A tropeçar nas misérias da vida,
E devaneando melhores mundos

Pois meus sonhos são imensos
Mas vou lutar para ter,
Ao menos parte daquilo que sonho,
Até o fim dos meus dias
Esta é e será a única verdade de minha vida!
Bandeira a justificar a existência
Amém!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

MUNDO AFORA

Em minhas andanças pelo mundo
Descobri lugares e paragens
Momentos inesquecíveis
Deslumbrantes cenários

Em marítimo caminhar
Deparei-me com belezas mil
Pores-de-sol de indescritível beleza
Alvoradas esplendorosas
Bandos de gaivotas na areia,
A observar o mar
O alimento trazido pelo oceano

Lindas e exuberantes conchas
Organismos bivalves
Tendo em interior
Vida pulsante,
Mariscos

Algumas aves, a enfrentar o mar
Seu som a contrastar com o barulho das ondas
Mares de todas as cores
Azul, Verde esmeralda, Marrom
Lindo e encantador
Por vezes, pouco atrativo, sujo

Em certas ocasiões, se faz ameaçador
A invadir a areia, aproximar-se das muretas
Mas até quando em fúria, és belo!
Dádiva da natureza

Contemplo os tons do sol
Tímido, discreto
Ora encoberto por sombras
Ora apresentando-se em todo o seu esplendor
Com mil raios a doura a areia
A refletir nas águas
Às vezes calma, outras vezes nem tanto
Ondas brancas, com sua espuma a beijar a areia

Longas caminhadas
Quiosques, vida em movimento
Cenários diversos
Músicas, som nem sempre agradáveis
Passeios de bicicleta

A sensação de eterna liberdade
O mar, sua amplidão
Suas formas arredondadas
Como a sinalizar as formas do mundo
Antiga concepção de que a terra era plana
Refutada pela sábia natureza
Que a todas as horas nos mostra a verdadeira conformação
De nossa querida casa

Como na letra da canção
A nossa é azul
Azul da cor do mar!

Ventos a entrecortar a paisagem
A diminuir a velocidade das passadas, das pedaladas
A obstaculizar a fluidez do caminhar
A balançar as árvores
A enfrentar todos os entraves
Quase a levar a tudo o que encontra
Encaminhar para outras paragens
Outras realidades
Como a transformar nossas vidas
Em cambiantes formas

Como as águas de rio
As quais nunca permanecem as mesmas

Rio a divisar a praia
A indicar o caminho de outra cidade
Cidades praianas
A tranqüilidade de um viver sem pressa
A contemplar belezas e jardins
Ler livros, assistir filmes
Acompanhar as novelas
Tempo de se distrair das obrigações
Passárgada querida
Como outras plagas foram
Antes de ser a eleita

O vento com sua voragem
A transfigurar paisagens
A modificar cenários
A feição da delicadeza da vida
A performar sua apresentação, no palco da vida
Eterno ator em nosso mundo
Furioso, a mudar a forma de árvores,
A arrastar flores e folhas, sujeiras
E a causar confusão por vezes

A noite, a lua se apresentar
Não sem antes se fazer a despedida do astro-rei
Com suas miríades de cores
Amarelo a doirar as águas, enfeitando a areia
O calor a aquecer o ambiente
Tocante despedida!

Após, seus diversos tons róseos, alaranjados, vermelhos, violáceos
Quanta beleza!
A escurecer, tendo por companhia a lua
E os poucos pontos de iluminação existentes a beira da praia

Lua em formatos diversos
Cheia, magnífica em todo seu esplendor
Com algumas estrelas a acompanhar

Em dados momentos, céu estrelado
Lampiros, a brilhar na escuridão
Vagalumes a se esconder, para enfim mostrar sua luz
Em contraste ao breu noturno

Luas crescentes, minguantes
Mas a lua cheia é sempre um espetáculo
Ora envolta em nuvens, ora desnuda
Sempre um bonito espetáculo!
Certa vez, um halo vermelho
A fez ainda mais encantadora
O tom vermelho, a evocar envolvimento

Ao anoitecer, o mar a tomar tons azulados
As águas apresentando cristalino aspecto
A lembrar as mais lindas canções de minha vida

O centro da cidadezinha, seu comércio
A delicadeza e a elegância do local
Tudo muito acolhedor
Encantador!

Momentos de contemplação no jardim
Admirando a beleza das flores e das plantas
Almoços e jantares
Festa junina, Aniversários
Bandeirinhas a enfeitar a casa
No junino mês
A ladear com balões
Muita canção sertaneja
Melodias juninas
Comes e bebes

Fotos tiradas
Momentos definitivamente registrados
Lembranças mil!
E muitas outras histórias para viver
Na terra do Abarebebê, e da índia Juréia!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

Missões de Vida

Canto Primeiro:

Em passeios pela terra do sem fim
Descobri um Brasil de infinitas possibilidades
Desbravando terras, serras e imensos e verdejantes descampados
Lindas videiras verdinhas, expostas em um parreiral
Empresas de silagem a desfilarem pelas estradas
Com suas estruturas arredondadas

Sinuosas pistas, ora em bom estado, ora esburacadas
Perigosas, a encobrir falhas do desumano
Omisso ser humano,
Falta de engenho e arte,
Que decerto foram para outras partes,
Abandonando parte das terras paranaenses

Pena! Pena ver o descaso de tanta beleza
Lindos campos de trigais
O dourado da palha do trigo a reluzir ao longo da estrada
Estradas do caminho, do conhecimento
Janelas da alma
Escoadouro de nossas melhores esperanças!

Como as belas penas das aves coloridas
De um Parque Nacional - Iguaçu
Tucanos atrevidos, a desferirem rasantes nos passantes
A voarem sobranceiros em seus viveiros
Com seu lindo bico amarelo,
Plumagens negras

Flamingos róseos, a em grupos viverem
Papagaios verdes, guarás vermelhos
Aves escondidas em seus ninhos
A não quererem se revelar
Emas, emas várias, algumas coloridas, grous

Borboletas coloridas,
Asas ricamente decoradas, adornadas
Em meio a lindas flores, enfeitadas de colibris
Beija-flores, a tocarem em vôo as tenras flores
A voarem em um viveiro entrecortado de borboletas
Las mariposas, muy belas
Araras coloridas, vermelhas, azuis, amarelas
Pássaros azuis, a gralha azul, ararajubas
Lindos flamingos rosados, a adornarem o jardim

A floresta de verde
Papagaios verdinhos
Jacarés, tartarugas, emas, cobras
Formigas imensas a passearem pela pedra
Pássaros diversos, exuberantes em suas cores e penas

Cachoeiras deslumbrantes, imponentes
Imensas quedas d’águas,
Enfeitadas de arco-íris
Com belos passadiços, em meio a exuberantes corredeiras
Mundo das águas a tudo invadir

Tanta beleza e exuberância
Lindos artesanatos de pedrinhas coloridas
Árvores com copas de ametistas e outras pedras
Aves diversas esculpidas em pedras semi preciosas,
Também em madeira entalhadas,
Ou em grandes pelúcias
Tudo com muita beleza e cor!
Frascos de vidro transparentes,
Salpicados de pedras coloridas e semi-precisosas ...

A exuberância e a beleza
De uma natureza sem igual
Convivem em uma usina
Famosa por abrigar o nome de Pedra que Canta,
Itaipu – Binacional
Cidade de Foz de Iguaçu, Torre de Babel
Equação de muitas linguagens
Idiomas vários
Vertedouro sem águas a correrem
Colossal construção

Canto Segundo:

Em passeios em estradas diversas
Caminhos margeados de bugiarias
Em cidades algumas, artesanatos de alumínios e cobre
Com panelas diversas e tachos e cobre avermelhados,
Espelhos, e outros objetos metálicos

Em outras rumagens, cumbiquinhas de barro,
Coloridas redes, bancos de tecidos,
Para serem fixados nos tetos das salas,
Em tramas de fios e estampas coloridos
Frasquinhos de vidro transparente, com areias coloridas,
A desenharem lindos cenários brasileiros!

Nas estradas da Grande São Paulo,
Muitos pés de bananeiras
A planura a encher de verde e encantamentos,
Os olhares admirados dos viajantes
Viandantes da vida
A vivificarem a simbologia de uma viagem
Dentro da metalinguagem da própria vida

No caminho, os caminheiros avistaram bovinos
Gados, bois, vacas, galinhas com suas penas coloridas
Obras sendo executadas,
Tratores e operários, trabalhando

Em outros rumos,
Diferentes rumagens, a ave simbólica da ciência
Sapientíssima coruja, a se exibir soberana
Em meio a exuberante construção de tijolos à vista, imensa!

Em São Miguel, o contato direto com carneiros,
Bovinos a passearem ante nossos olhos
Lindas paisagens verdejantes a se perderem de vista
Simpática cidade interiorana!

Em São Miguel das Missões
A se descobrir em meio a linda natureza
Carneiros passeando pelos campos
Em bandos caminhando e balindo
Calçamento de pedras, com portal,
Na entrada do magnífico hotel!

A cidade a nos dar boas vindas, com seu portal iluminado
Escultura de conquistador, no portal emoldurado
Hotel esplendoroso com amplos e exuberantes cômodos
Muitos quartos, salões de conferência, salão de jogos,
Restaurante em ampla sala, assim como a recepção ...

Canto Terceiro:

Em antiga missão abandonada
Ruínas que já serviram de morada a sete povos guerreiros
Nas bem constituídas e belas missões,
Os índios instalados

Ideário de um lugar a servir de ensino e morada aos indígenas
Imponentes construções edificadas
Entre elas, magnífica igreja ornada com belo coral
Curumins ensinados a cantar,
Doutrinados nas artes musicais
Lindos cantos entoados ao sabor das notas musicais
Instrumentos musicais elaborados
Suaves e belas melodias

O som das aves, dos pássaros, as matas, o verde, as árvores, as flores
Borboletas coloridas a emoldurarem o cenário
Cenáculo de belezas e maravilhas
E as pedras, as construções enfeitando
Igreja erigida em pedras
Com torre lateral e com observatório adornada
Monumento erigido em pedras e acabado em branca pintura

Tendo hoje, um céu repleto de estrelas para enfeitar
Árvores, as mais diversas no templo sagrado
Pia de pedra a qual guarnecida d’água,
Conduz as almas pagãs ao mundo cristão
Letrados índios, catequizados pelos jesuítas
Índias iniciadas nas artes dos bordados, das costuras, dos rendados
Cestarias feitas de tramas de palha e engenho
Indiazinhas habilidosas nas artes e tramas de palhas, penas e bambus

E conforme já relatado,
Meninos curumins iniciados nos corais a cantar
A tocarem flautas em suaves e doces melodias
Beleza de espetáculo para se apreciar
Além do artesanato e das cerâmicas
Sendo todos, catequizados os índios

Bravos guerreiros, valorosos trabalhadores
A auxiliarem nas construções, moradas, igrejas
Devoção acompanhada do inseparável labor

Bravo índio Sepé instruído, ilustrado
A lutar pela permanência na missão edificada
A não abandonar a terra de seus ancestrais

Em razão de tratado imperioso
A entrega das missões edificadas,
Em troca da Colônia de Sacramento
Tratativas e tentativas de acordos
Visando prolongar a permanência de índios e jesuítas no local
Tudo em vão!

E o passado a nos embalar
O coro da igreja a cantar as mais belas e melodiosas canções
Olarias a fabricarem os tijolos
Material para erigirem casas, templos, e outras benfeitorias
Missão ampla, verdadeira cidade
Morada dos padres jesuítas e dos índios e índias

As telhas trabalhadas nas coxas dos gentios
Brava gente brasileira
Longe de acatarem o temor servil
Lutaram até a morte por esta terra varonil
Deste imenso e vasto Brasil
Terra objeto de cobiça dos espanhóis,
Berço e terra dos gaúchos
A obrigarem as ruínas de um passado assaz distante

Hoje abriga as ruínas de um templo,
E de um tempo glorioso
Na noite de um céu estrelado,
Apreciar um lindo espetáculo de luzes
Lindas vozes a contar as histórias de um passado perdido
A evocar os tempos de guerra e resistência
Índios galhardos e valorosos a insistir em permanecerem em sua terra sagrada
Lindos prados verdejantes

Índios feridos e um bravo guerreiro
Sepé Tiaraju, mortalmente ferido
Guerra Guaranítica
Flecha fatal a ferir-lhe as costas,
Sendo finalmente abatido por um tiro certeiro
Jovem guerreiro

Fim do sonho de uma civilização ideal
Os sobreviventes índios a rumarem para outras paragens
E o passado a não se deixar morrer
E a fachada da igreja a permanecer
Nua em pedras
Santos e imagens em pedra e madeira esculpidos,
Provavelmente pelos índios
Habilidosos artistas, artesãos, gentios letrados

Hoje o passado se faz presente,
Em espetáculo de luz e som
Narrativas a contar as inúmeras propostas de contato com o líder Sepé
Sua humilde figura de dorso desnudo
Ante soldados fardados do exército inimigo

Arrogantes senhores, portugueses, espanhóis
A julgarem-se superiores aos índios
Diminuindo seu engenho e seu talento
A dizerem que seu canto era ruim
Gentios sem civilidade, sem direito a terra
Objeto de cobiça espanhola,

Hoje abrigando brasileiros
São Miguel das Missões, principal missão
A ensinar-nos um pouco sobre todos nós
Nosso passado, nosso interior
Numa noite gélida e bela, de setembro!

Dentro de uma redução, seguida de outras várias
Porção de terras ocupadas pelos espanhóis
Sendo retomadas pelos portugueses,
Em nova guerra deflagrada,
Anos depois, do sangrento conflito

Lembranças eternas de um espetáculo lindo de luz e cor
Com belas vozes a narrar os momentos heróicos,
Os atos de deslumbramento,
Em meio a um encantamento de tantas qualidades!

Canto Quarto:

E assim, de maravilha em maravilha
Prossegue a espetacular viagem!
Em outros passeios, pelo interior paranaense
Cidades repletas de árvores
Esquadrinhadas em avenidas de verde

Maringá cidade canção
Lembrança de um caboclo enamorado de uma sertaneja
Fugida da seca de um sertão de Paraíba
E o moço enamorado,
A se lembrar da linda moça que chamava a atenção,
Das pessoas do lugar

Bela jovem que partiu
Deixando saudades
No homem que venceu, prosperou,
Senador se tornou,
Mas nunca se esqueceu desta lembrança
E a história, canção se tornou
Melodiosa letra, a tornar-se símbolo de uma cidade!

Em Londrina, bonito Lago Iguapó
Seccionado,
Circundado de verde em folha e árvores

Em um lado, um clube de iatismo
Lindas casas em uma de suas margens
Canoas a rasgarem suas águas,
Recortando sua placidez

Linda imagem de águas, árvores e beleza
Cisnes a percorrem um canal
Gansos e bambuzais

A noite, lindo lago a brilhar
Repleto das gentes da cidade
Morada de prédios vários

Em viagem pelo interior
Paisagens de fazendas
Em vários campos, terra entrecortadas de lagos
Cultura de peixes
Muitos trigais, arrozais
A noite no Rio Grande do Sul
Um brinde a noite
Com uma colcha de luar
Repleta de estrelas
E a lua despontando no firmamento
Obscura em meio a noite
Lindamente branca, redonda

Ao chegar em São Miguel das Missões
Simpáticos vagalumes brincavam de acender suas luzes,
Ante olhos maravilhados
Belezas ocultas da cidade
A mostrar todo seu esplendor
Durante as belas horas da manhã
Indo a noite descansar em imenso aposento
Linda viagem pelas entranhas do Brasil
Um passeio pelo interior
Interior do meu ser

Em cidades, casinhas com pés de laranja
Passeios em jardineiras no segundo andar
A apreciar os horizontes

Em longínquas paragens,
Pontos de ônibus em ermos lugares
Aguardando a chegada das poucas linhas a percorrerem o local
Dura lida de quem deve caminhar por horas para poder chegar,
Ao ponto da parada
Lugares solitários!

Em Curitiba, praças com monumentos
Aeronave usada em guerra
Bonita cidade, com lindos Parques:
Tanguá com seus belos espelhos d’água, e Tingui
Ópera de Arame, estrutura de vidro no Jardim Botânico
Com seus pisos vazados, estruturas em ferro e vidro
Ópera, em placas homenageada
Palco de belas manifestações artísticas!

Cidade imponente com feira de artesanato e um belo centro histórico
Acompanhada de Santa Felicidade,
E suas ruas fartas de restaurantes, lanchonetes, lojas e artesanatos

E nas estradas várias, trigais, canaviais, milharais
Indústrias de grãos, silos
Lindas áreas douradas

Em São Paulo, lindos vales verdejantes
Laranjais, campos irrigados
Lindos vales verdejantes, gado
No sul, fazendas com tanques de peixes
Exuberante viagem pelo interior
Interior de nossos seres, nossas almas
Viagem para dentro do melhor de nós mesmos
A mostrar que o Brasil é lindo

E que para possamos apreciar a beleza em si
Devemos antes, cultivá-la dentro de nós mesmos
Nos pequenos gestos, e nos breves instantes de nossas vidas
Para que sejamos atores no palco de nossas vidas,
E não meros espectadores,
No maior dos espetáculos,
A história de nossas vidas!
Assim espero, assim eu quero, assim alcanço!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte