Poesias

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Sem título

I
Caos, trânsito,
Superpopulação, superlotação
Transportes públicos transbordantes de gentes,
Empurra empurra,
Integração e baldeação demais
Linhas de transportes extintas,
Sob alegação de que as estações não as comportam

E nós, quanto suportamos?
Até quando teremos que suportar tanto descaso?

Pensando nisto,
E na classe política que em grande parte,
Só pensa em seus próprios bolsos,
Chega-se a seguinte conclusão:

O bom senso adverte;
Viver em sociedade, faz mal a saúde!

II
Pensamentos políticos:
Gostaria de escrever versos políticos
Destes que servem para as pessoas pensarem,
Refletirem sobre suas realidades!

Como que a mostrar,
O quanto a política interfere em nossas vidas
Em nossas práticas cotidianas,
Sem que sequer percebamos

Por onde começo?
Pelas bombas, atentados terroristas?
Campos de refugiados?

Nos campos de refugiados
Pessoas acorrem em desespero
Lugar onde pessoas e crianças famélicas,
Esperam ajuda humanitária

E voluntários procuram fazer o melhor
Na precária situação em que se encontram

Gente desamparada rumando sem rumo
Estrangeiros sem pátria,
A fugirem das guerras de seus países de origem
Da fome e da miséria

O sonho de uma vida melhor,
Onde a dor e o sofrimento
Não o habitem,
Fazendo dele a sua morada

Triste esperança, quase sem esperança
Vida muitas vezes,
Sem perspectiva e sem futuro

Comento o drama,
Das minas terrestres em países da África?
Contingência de guerras civis
Pessoas mortas ou mutiladas

Os vivos, que precisam retomar suas vidas
Na sua esperança de a guerra ser longínqua
Retomada de esperança, em tempos de paz

Digo de nossas tristes mazelas?
Por qual delas começo?
Os tributos, as taxas?

Impostos a nos sobretaxarem por tantos meses
Onerando nossa economia,
Nossa paciência,
E nossa folha de pagamento
Não se refletindo em serviços de qualidade

Pois tudo o que precisamos,
Necessitamos pagar à parte
Saúde, educação, segurança

E quem não quer sofrer,
Em transporte de má qualidade
Paga seu carro, caro
Sem contar o preço dos imóveis na estratosfera

Nossos políticos,
Cada dia mais desmascarados em suas falcatruas
A ladroagem correndo a descoberto

Elevação do preço das passagens de transporte
O qual anda cada vez mais abarrotado de gente

Tranquilidade somente ao descer do coletivo
Poucos passos para se chegar em casa

E ao ligar a tevê,
Mais notícias trágicas
Atentados na Síria,
Político convalescente,
A demonstrar possuir um coração,
De maneira indiscutível!

Eleições na França,
A hipocrisia a condenar alguém por ter dinheiro

Mas por que?
O mal não é o dinheiro honesto que do bolso sai,
E sim, o dinheiro escuso que o penetra

Berthold Brecht a dizer
Que o preço do pão, de nossa escova, etc.,
E tantos serviços colocados a nossa disposição,
São resultado de um processo político

E que se trata de um tolo,
Quem diz com isto não se importar
Afinal,
Como não se importar com o próprio viver?

O preço do combustível, dos dentifrícios,
Dos cosméticos, dos produtos de higiene,
Do transporte, da água e do esgoto, da luz,
Do telefone, da internet, da tevê a cabo,
Dos alimentos, das bebidas, sucos, refrigerantes,
Do álcool, da palha de aço,
Dos produtos de limpeza, etc.

Enfim, o preço dos produtos,
E serviços que nos cercam,
Bem como da guerra e da paz
Tudo é resultado das decisões políticas!

Majorados pelos impostos,
E suas alíquotas definidas por leis
Oriundas de processos legislativos

Nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas,
Câmara dos Deputados, Senado,
Unidos no Congresso Nacional

São eles, os políticos,
Que ditam leis majorando alíquotas de impostos,
Que aumentam o preço dos produtos
Onerando o custo de vida

Vez por outra, os criam ou os extinguem,
Ora criam leis isentando-os

São os homens da vida pública,
Os quais decidem em grande parte,
Pela guerra e pela paz!

Muito embora a guerra,
Não faça parte de nossa realidade
Pelo menos não a declarada
Muito embora ocorram muitas outras silenciosas

Rezemos então por nossos irmãos que sofrem,
Neste ou em outros continentes,
Ajudemos no que for preciso!

Mas voltemos aos políticos ...
São eles que através dos impostos, taxas e tarifas,
Interferem no preço das mercadorias e dos serviços

Não bastassem as estiagens e demais problemas,
Decorrentes de chuvas ou da falta delas,
A elevar o preço dos produtos agrícolas

Aumento de tributo muitas vezes,
Sem nenhum proveito para nós!

São os mesmos políticos,
Que argumentam ser impossível,
Aumentar aposentadorias,
Em razão do impacto,
Na folha de pagamento da Previdência
Mas que aumentam seus próprios salários,
Em que pesem o impacto em nossa folha de pagamento,
Já onerada por tantos impostos

Milhões retirados de possíveis investimentos sociais
Sem falar nos milhões, bilhões desviados dos cofres públicos,
Das mais diversas e criativas formas
Novamente sem proveito para nós

Mas então,
Por que ao abordar tão espinhoso tema?
Não se é possível se apegar a platitudes, afinal?

Por que platitudes são inúteis
Por que a vergonha assoma,
E os descaso por vezes incomoda
Em que pese a aparente indiferença,
Usada apenas como forma de se sobreviver,
Em um mundo cão!

E nisto a insatisfação prossegue
A eterna mania de em tudo,
Querer levar vantagem
A impunidade a grassar,
A falta de interesse em fiscalizar

E tudo a mudar para continuar como se está
Mudam os nomes das obras,
Para nada se modificar!

Gostaria de escrever versos
Que finalmente pudessem as coisas mudar
E as pessoas em pensando
Procurassem com isto,
Escolher melhores representantes

E que com isto, as coisas mudassem
Revolução silenciosa
A se operar apenas com o poder do voto!

É Pena! Que Pena!
Por que as coisas não podem ser assim?

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.   

A Vida

A vida da gente
Dizem que a vida da gente
É a vida que a gente leva
Devemos portanto, muito bem aproveitá-la
Pois ao dela partirmos, nada dela levamos
A não ser as experiências vividas
Bem ou mal experienciadas!

Dispersos
A vida cheia de riscos é
De formas que devemos nos arriscar,
Posto que o máximo de derrota que podemos ter
É nada levar

E assim sendo, permanecermos de mãos vazias
Mas plenos de experiências e sensações vividas
Por procurarmos não deixar a vida apenas passar

Pensamento
Pensamentos dispersos,
E de pensamento em pensamento
Acaba por se chegar a alguma conclusão
Ou a sabedoria

Divagações
Aproveitando o dia em gostosas leituras
Contemplo o universo da literatura
Com seus grandes, pequenos poemas

Quantas experiências à disposição
De existências tão ávidas de vivências
Da vida morna, repetida e cotidiana

As horas passam, passam as horas
E finalmente o dia chega ao fim

Quem sabe um dia teremos a vida
Assim como a desejamos ter
Vivê-la, como merecemos viver

Por enquanto vamos saboreando,
Os pequenos movimentos alegres
Os instantes de saborosa diversão

Por que?

Por que tanta ignorância
Por que tanta gente Meu Deus?
Por que todos correm na contramão?
Por que a vida é assim?

Eterna busca pelo sucesso que nem todos terão?
Não pelo menos da forma como imaginam
Por que percorremos tão longas distâncias?
Nunca chegamos em lugar algum,
Apenas as mesma instâncias frias de sempre

Por que não podemos aproveitar,
Os finais de tarde para passear?
Por que não podemos trabalhar,
Sem nos demorar em sua ida e sua volta?

Por que a vida é tão insana?
Por que o mundo tão irracional?
Por que tudo funciona tão mal?
Por que nossas instituições são tão falhas?

Por que temos que aguentar tantos desaforos?
Por que temos que ser humilhados, desrespeitados, ofendidos?
Por que não podemos fazer da nossa vida o que queremos?

E assim, poder contemplá-la em sua inteireza
E não pela metade, quase sempre com pressa
Pressa de não poder chegar, de se atrasar, de a vida complicar
Por que a cada instante que passa,
Mais a vida grita:
Tem mais gente para chegar,
Apresse-se ou então, tudo vai tumultuar!

Sinto-me sendo expulsa do próprio lugar em que habito!

Ser humano, grande homem
Capaz de grandes prodígios,
Mas incapaz de pensar o bem estar do próprio humano
Ó grande falha humana!

Ou será o homem, grande falha da divina criação?

Sinceramente não sei,
E nisto fico a pensar então

Enamorar, enumerar
As brumas encobrem as estradas,
As ruas, outrora nítidas, ganham contornos indivisos
Árvores floridas de manacá ao longo dos caminhos,
Árvores frondosas de flores amarelas

E um longo caminho a percorrer
Para se chegar em lugar de calma e contentamento

Do alto da serra se avista, o contorno das cidades,
Os mangues, as matas, os ajuntamentos das gentes, civilização
Atravessando túneis e caminhos, se percebe as cidades se aproximando
Ao longo da rodovia, as edificações ganham forma,
Transformam-se em cidades
Que entre as construções, se faz por revelar entre uma e outra, uma nesga de mar

O mar, finalmente, para lá vou chegar
Festa de água, sal, céu, sol e ar

As gaivotas na areia a espreitar,
O próximo passo, o próximo voo,
E até o mergulho a realizar
Andando na areia, com suas asas recolhidas
Inopinadamente a alçarem voo
Mostrando suas asas imensas
A rasgar os céus de nuvens intensas, imensas

Casais a andar de mãos dadas pela praia
Moças esbeltas a desfilarem com suas roupas de praia,
Biquínis, saídas de praia
Cabelos longos, curtos, lisos, ondulados
A conversarem, ideias trocarem
Casais e pessoas a brincarem nas águas rasas e revoltas do mar
Águas frias a empurrar os banhistas para o lado oposto onde entraram

Pais e crianças pequenas a brincarem na água
Crianças a correrem a toda a velocidade em direção ao mar
Casais a ouvirem músicas nos quiosques
Interagindo com os cantores, nem sempre afinados

De longe a se apreciar um mar ora azulado
Ora verde esmeralda
E a lua minguante a refletir-se nas água do mar
O sol se despedindo de nós
A apresentar um espetáculo de tons e semi tons,
Que precisamos voltar os olhos para admirar

Caminhando pelas ruas de paralelepípedos,
Ruas asfaltadas, também se pode ver ciclistas, corredores
Os coqueiros e o mar ao fundo,
Com belas construções a enfeitar as quadras

E como tudo, que tem prazo e pressa
O retorno a vida pulsante das cidades,
Das multidões,
Dos enxames de abelhas, as colmeias das gentes
Do salve-se quem puder,
E se puder me salve também

Casais a se abraçarem em frente ao metrô
Cena que de tão rara, fica a lembrar roteiros de filme
A quebrarem a fria rotina da cidade apressada

Pinturas bonitas nas estações,
Instalações artísticas, esculturas
Painéis, a mostrar a frieza das coisas sólidas
A multidão apressada, inconstante,
Eu também impaciente

Tudo tarda,
Demora nesta terra de baldeações e integrações constantes
E o metrô, ao abrir suas portas,
A servir de abrigo, aos trabalhadores fatigados da viagem diária
Muitos a se escorarem nos espaços livres

Mas também, tem os cansados recostados as estruturas metálicas, as portas
Atrapalhando o fluxo das pessoas e da vida,
Como sempre acontece aos lugares onde circula muita gente

E o verde a disputar espaço em meio a floresta de concreto
A natureza a brigar com a dureza das humanas, ou desumanas criações
Com árvores e plantas florindo em meio ao concreto e a poluição
Nos caminhos e desvãos em que se avista a cidade

E embora haja gente mergulhada em seu cansaço, e em sua rotina
Ainda se pode ver, gente interessada em mudar
Com seus rostos entretidos em suas leituras
Além das expressões de tédio diárias

E como já dizia o poeta,
Acaso tudo se referindo ao amor,
Que o tédio, rime com prédio,
Em sua rotina de desinteresse diário

Sinto saudades de minha praia!

E o amor residindo nas coisas mais prosaicas,
E nas mais inesperadas, demonstrações de afeto!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

Melenas

Cabelos soltos
Voando ao sabor dos ventos
Longos e ondulados
Ondeantes
Desenhados conforme os contornos do vento
Revoltos em sua geometria irregular
A esconder rosto e feições

I

Vento a refletir nas frontes
Refrescando tez escaldantes
Ou esfriando corpos já tiritantes de frio

E a espalhar os fios de cabelos
A passearem pelos ares
Adquirindo diferentes formas
A cobrirem rostos

II

Cabelos longos e lisos
Penteados com todo o cuidado
Melenas encaracoladas
Ajeitadas em meio a água e cremes
A fim de adquirir formas de cachos

Cachos outrora de uvas
Outrora denominação para amantes

Cabelos a representarem a moldura do rosto
Bastião de beleza para as mulheres
Sempre a cuidarem com todo o cuidado,
De suas madeixas

Cabelos louros, a lembrarem tons de ouro
Negros, castanhos claros ou escuros
Ruivos, lisos ou crespos,
Ondulados, cacheados
A adornarem rostos belos ou não

A representarem o ideal de beleza feminina
A serem enfeitados com presilhas e enfeites
Presos, soltos
Penteados, desalinhados

Nem todos cuidados
Tratados

A comporem a imagem de suas donas
Que com seu cuidado, ou não
Revelam a forma como querem ser observadas

III

Feiticeiras,
Sabedoras de que os cabelos
Representam algo de mais valioso
Na feminina aparência

A cuidarem de seus fios,
Como quem joias guarda
E preciosa gema ostenta

IV – O Vento e o Mar

O vento tímido
A temperar o ambiente com suas formas
As águas frias do mar,
Pouco convidam a devassá-lo

No anterior dos dias
Barcos a navegarem nas proximidades da faixa de areia
A fazer companhia ao bando de gaivotas

Grandes e corpulentas aves,
A repousarem na areia fria de molhada
A voarem pelos arredores
Buscando alimento

E o mar azul, de brancas brumas
Espumas a se espalharem pela areia
E as serras encobertas pelas nuvens

Triste tempo, tempo triste
A manhã tristonha, a evocar a beleza do vento
A evocar um tempo de reflexão

E a chuva a cair em forma de garoa
Lenta e fina, inconstante
A com o passar, das passadas
Pegadas na areia,
A ganharem contornos mais firmes
A caírem de forma mais incidente

Pisando com os pés descalços pela areia fria
A mergulhar os pés, em pequenos fios de água
Água a brotar das montanhas e serras próximas

Praia solitária,
Com poucos banhistas aventureiros,
A mergulharem nas águas

E na volta do caminho,
A chuva a engrossar,
Inundando as roupas e o corpo de água
Abrigo em um quiosque fechado
Até ser chegado o momento da partida

Cabelos molhados de chuva
Adquirindo novos contornos
Cachos a alisados ficarem

E o vento tímido,
A se fazer cada vez mais forte
Impávido, inclemente

Vento que antes,
A empurrar as madeixas para trás
Demonstrando retrato altivo de sua passagem
A por vezes, encobrir o rosto,
Com os cabelos soltos pelo ar
Mostra sua força vigorosa

Vento,
Agora traz a chuva em bojo
Figura inconstante do lugar

Enfrentar a chuva, o tempo
De peito aberto
Apenas protegida por um delicado guarda-chuva
Finas varetas toldadas pelo vento
A dar novos contornos a peça

Finalmente a chegada em casa
Não sem antes passar por grupos
A fazerem de tecidos,
Sua proteção contra a intempérie

Chuva de vento, forte, inclemente
A cessar quando do regresso ao lar

E o jardim florido
Com suas copas de árvore
A servir de abrigo para fina garoa
Chuva que não perpassa sua trama de folhas

Uma linda dália rósea
A se mostrar no alto do caule verde
Entroncado a uma rosa trepadeira
Ladeado por outro pé de planta,
Da mesma espécie e da mesma cor
Cuja flor não se mostra para nós

Muitos botões no pé de manacá
Lantanas em botão
A vida que se renova e se perde em meio à distância
No tempo e no espaço
Equação difícil de ser sanada

Flores vermelhas e brancas,
Nas primaveras que desabrocham
A enfeitarem o muro da casa, circundando-o
Lindo cenário de verde
A fazer pela composição,
Com o muro recém pintado em tom verde escuro

Mal posso esperar pelo regresso
As caminhadas pela praia
A acompanhar lindo alvorecer
As águas azuis, ou verde esmeralda
O mar sempre lindo
As gaivotas, com suas asas imensas, a voar
Passeios de bicicleta
Mergulhos no mar

No caminho, saudades dos manacás floridos
Sendo atualmente saudada por pés de embaúba
Com suas folhas brancas e espalmadas,
A lembrarem grandes e magníficas flores

A trazerem lembranças de infância
Saudades de tempos passados,
De seres a gerar descendência

Crianças a comerem seu fruto alongado
Fruto da árvore embaúba
A comentarem,
Sobre degustações de amoras silvestres,
Além de maracujás silvestres

Como um cheiro, uma forma, um evento,
Pode trazer à tona,
Memórias afetivas de acontecimentos passados?

Nada como a incrível capacidade de fazer associações
Inventividade adaptada a criatividade humana,
Onde cada qual cria sua própria cadeia de associações
E assim, cada um enxerga a vida de uma maneira toda própria
Tendo em alguns casos, alguns pontos em comum
Peculiaridades a nos fazer de toda a forma, especiais

E a chuva a nos colher na volta para casa
Recordações de outras voltas da praia
Dos tempos de criança
Em que se ficava a contemplar o desenho das nuvens
Em tardes claras

A imaginar diferentes formas e significados para elas
Imaginando como seria a vida, se pudéssemos viver na praia,
Ou ter uma casa de veraneio
Como ela seria?

Sempre tive boa impressão,
Deste misterioso e imenso elemento da natureza
Mesmo diante dos maiores sustos,
O mesmo sempre me trouxe paz,
E as mais lindas lembranças

Como da tentativa frustrada,
De se tirar uma foto com um siri
Finalmente consegui realizar tal desiderato

Os sonhos podem ser grandes ou não
Mas de alguma forma, consigo alcançá-los
Em que pese sua imaterialidade,
E o tempo que leve

Não é impossível se alcançá-los,
Quando se almeja muito,
Quando se tem meta e foco

De alguma forma, os sonhos sempre nos alcançam
Das mais diversas formas

E o vento, o vento muda as formas
A atmosfera,
Criando um novo ambiente,
Por vezes triste melancólico,
E até soturno

Sua impetuosidade,
Nos faz adaptarmos às suas condições
E nos traz a mudança,
Quem sabe também, as boas coisas
Vento que traz alento

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Aniversário

I

Feliz Aniversário!
Happy Birthday to you!
Feliz Cumpleaños!

Felicitações, comemorações
Parabéns a todos!
Com desejos de muita saúde e felicidades
Além de muitos anos de vida
Repletos e plenos de realizações

Hoje é o dia de seu natalício,
De seu nascimento
Parabéns por esta data tão querida

II

Dotados de particularidades próprias, o ser humano possui uma origem.
Data de seu natalício.
Aniversário, época de celebração por mais um ano de vida.

Sem nunca esquecer os anos passados, os quais foram igualmente comemorados.
A vida em sendo composta de aniversários, momentos vários.
Acaso a vida não sendo boa, cabível desejos de melhor sorte e felicidades.

Acaso venturosa, que as graças se multipliquem.
A todos, felicidades.
Parabéns!

III
Internet,
Universo de grandes descobertas
E infinitas possibilidades

Navegar pela rede mundial de computadores
Para se entreter e conhecer melhor o mundo,
A contemplar o melhor dos mundos

Muitos dizem que a pretensa conexão com o mundo
Ilusória é
Posto que a cada dia,
Mais isolados estamos

Isto por que, perdemos o contato com a realidade
Com o fantástico e suas infinitas feições
Terras várias, países, com seu povo,
Diversidade cultural
Que nos é vedado conhecer
Por motivos econômicos, principalmente

E o contato direto com os povos,
Substituído é, pela visão virtual do mundo
Mas se não houvesse esta possibilidade,
De se conhecer novos mundos,
Ainda que de forma virtual
Como poderíamos nos encantar com tantas maravilhas?
E deslumbrados, constatar com as descobertas,
Que o ser humano é mais criativo do que se supõe

Não somente a exposição de mazelas,
Mas de um admirável novo mundo
Que de fato é tão velho, “viejo”
E que tão pouco conhecemos

Zoológico argentino com esculturas de países diversos
A simbolizar o país de origem dos animais
Pequena volta ao mundo

As riquezas da África,
Não somente dilacerada por guerras civis,
Conflitos armados, roubos, estupros
E toda a ordem de violência imposta por regimes ditatoriais

A África por seu matiz,
Geratriz
Terra berço da humanidade
De onde se diz que surgiu o primeiro homem
Onde existem pirâmides,
Como no Egito, e seu Rio Nilo,
A servir de origem a antigas civilizações

Sudão e suas pirâmides de faraós negros
Maravilhas triangulares, em meio a vastidão do deserto
Culturas diversas,
Animais selvagens,
Parques Nacionais repletos de muito verde
Instalações confortáveis em meio a floresta,
A servir de abrigo para os viajores

E sua fauna exuberante
Gnus, elefantes, leões,
Girafas, entre outras espécies

Em se passeando pela Europa
Descobertas de pontes encantadoras
E cobertas por um comprido telhado,
Ladeado de lindas flores coloridas
A circundarem um rio,
Que serve de passagem a partes diversas da cidade

Navegando pela rede virtual
Coloca-se em uma nova forma de contato com o mundo real
Conhece-se novos rumos e novas paisagens
E mesmo diante da tela de cristal líquido da tevê
Pode-se vislumbrar um rico mundo de oportunidades
Substituído pelo antigo televisor de tubo

Lugares magníficos de um país de contrastes
Linda Ilha de Vera Cruz,
Após denominada Terra de Santa Cruz,
Nosso atual Brasil

Mares de azul profundo,
Ou pronunciado verde esmeralda
Coqueiros a balançar ao sabor do vento agreste
Chapéus de praia a enfeitar as avenidas beira mar
Das praias do sudeste

Restingas cercadas de verde e um mar
Imensa Lagoa dos Patos,
A enfrentar as intempéries, a inconstância do tempo
Frio constante,
A andar de braços dados com um vento forte,
Quedas de temperaturas,
E por vezes, neve
As serras coloridas com a uva madura,
Estruturas de madeira a sustentarem os parreirais

Cidades abandonadas,
Com seus monumentos históricos,
Estátuas de seus grandes líderes
A receberem a visitação diária dos pombos

Passeios de trem por terras várias
A avistar cidades, antigas estações de trem
Vales, e muito verde
Viagem em meio a cantorias e bebidas

Passeios em meio a noite de luar,
Recanto de vaga-lumes
Portais imponentes das cidades brasis

São Paulo e suas construções descomunais
Arranha-céus e seus prédios magistrais
A metrópole de concreto,
Com seus bolsões de verde, poucos

Parques,
A mostrarem a suntuosidade do verde atlântico
Muitos museus e suas mostras
Promessas de passeios

O contato com a natureza,
A se fazer de forma quase protocolar
Com visitas a parques e museus
A conhecer brejo natural em jardim botânico

As cidades da região metropolitana
A exporem tapetes de serragem,
Com motivos religiosos
Construções coloniais,
A se converterem em centro histórico

Cidades em partes várias do país
A exibirem seus coretos na praça central
Sua igreja matriz
E seus bancos de concreto, ou madeira pintada

Paraty e sua fusão com história e mar
Casario colonial, igrejas com pedras em cantaria
Calçamento de pedras
Como tantos outros no Brasil
País de terras mineiras e históricas
Cidades coloniais

Rio de Janeiro com sua natureza,
E suas praias e montanhas monumentais
Visão do mundo,
Mar e cidade entrecortada de morros, montanhas

Brasil Central
E sua arquitetura futurista
Goiás e suas cidades históricas,
Suas águas quentes
Seu cerrado, e suas fazendas de celulose,
Repletas de eucaliptos

Sul e Nordeste, com suas rendas
Trabalhos em bilros,
A tecidos serem e pequenos pedaços de madeira
A balançar em estrutura arrendonda;
Rendas de filé,
Tecidas em redes de pescadores,
Com muitas cores e agulhas longas,
A criarem lindas tramas,
Em trabalhos originais

Tudo admirado em telas de tevê
Ou acompanhado de perto,
Quando possível é

E em não sendo,
Podendo-se descobrir outras realidades,
Através da internet, e suas possibilidades infinitas
Ou pela tela da tevê

Mas enfim, criando-se um repositório de imagens
Um agregado de cultura
Patrimônio imaterial

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Voluptuosas Vozes

Não quero falar sobre desventuras passadas,  nem sobre sonhos de futuro, quero contar sobre o que me acontece ultimamente, e sobre a impressão que isto tem me causado. Quero resgatar as lembranças perdidas, as coisas boas de minha vida. As boas lembranças, doces “recuerdos”. Pra começar, vamos falar sobre minha colação de grau, acontecida recentemente, no dia 30 de janeiro de 2003. Realizada no Anfiteatro da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, à portas abertas, por se tratar de ato solene e público, respeitada a forma como era  nos tempos da antiga roma. Vesti-me de forma mais formal que de costume, e me dirigi até a faculdade. Lá esperamos  cerca de 15 minutos para se dar início a cerimônia de Colação de Grau. Na mesa, presidindo os trabalhos, a  Excia. Diretora da Faculdade, Doutora Eliana Borges Cardoso. Ela começou com um conselho, nos alertando para não remoermos mágoas passadas, e para nos darmos conta também, de  que demos um grande passo ao concluirmos o curso de graduação, posto que foram inúmeras as dificuldades enfrentadas por cada um de nós. Sempre que olharmos o que conseguimos até agora como uma grande conquista, ou melhor, ao olhar para um copo com sua metade com água, devemos ficar felizes com a metade cheia e não nos lamentar com a metade vazia, que é o que a maioria das pessoas fazem. Doutor Mauro Pardelli Colombo nos parabenizou pelos resultados obtidos no Provão e no Exame da Ordem.  A Banda Municipal de São Bernardo do Campo nos saudou com belas músicas logo na entrada, depois nos deu o privilégio ouvirmos o Hino Nacional, onde alguns ficaram em  pé só ouvindo, outros cantaram. É uma pena que só tocaram parte do hino. Depois fizemos o juramento, qual seja:

“Eu, Luciana Celestino dos Santos

Prometo que exercerei os encargos de meu grau, sempre fiel aos princípios da honestidade, e que meu trabalho, na defesa do direito, na realização da justiça e no postulado pelos bons costumes, nunca há de desamparar a causa da humanidade.”

Todos os formandos assim juraram.

A Dra. Eliana explicou que a fórmula era lida desta forma em latim, e nos disse que estavamos livre desta formalidade. Depois, fez alguns comentários sobre o “capelo” (chapéu), vermelho que pairava em cima da mesa, dizendo que quem quisesse, poderia tirar fotografias com ele. Os alunos pediram então para tirarem fotos com o Professor Ruy Coppola Júnior. Comentou ainda, sobre os professores que foram aprovados no Novo Concurso para Professores da Faculdade.

Ao final, recebemos a Certidão de Colação de Grau.

O auditório repleto de pessoas, alunos e seus familiares, tudo para dar publicidade ao ato.

É, foram 5 longos anos de dedicação e estudo neste faculdade, tudo em busca de um futuro melhor, uma vida mais justa, menos desigualdade, tomara que eu alcance o meu intento, alvissaras. 


Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Férias

Neste instante recordo me de antigas férias que tivemos. Sempre conhecendo ou revisitando as praias. Conhecemos Ilha Bela, no litoral de São Paulo, quando então fizemos vários passeios de balsa pela região. Infelizmente, não tivemos a fortuna de conhecermos as várias cachoeiras que fazem parte de sua natureza, e que segundo fontes, são mais de trezentas. Também dizem que existem propriedades rurais na ilha, além de pousadas, belas praias em seu lado mais escondido, além de casas para alugar na época de temporada. Do lado mais visitado da ilha, as praias não são tão vistosas, a maioria repleta de algas em conseqüência do grande número de iates e veleiros que resolvem ficar neste lugar. Mas independente disto é um belo lugar, onde existem ótimas construções, tanto para serem alugadas para  os veranistas, quanto para morada dos ilhéus. Alguns provavelmente, só vão para lá em época de temporada. Mas também deve haver moradores fixos nessas residências. 

Existem ainda outras férias. Fomos duas vezes para Florianópolis, onde nos encantamos com as exuberantes dunas existentes em algumas de suas praias. Coisa que nunca imaginei existir na região Sul do Brasil, somente no Nordeste. Ficamos em um chalé nas duas vezes em que lá fomos. Nosso ponto fixo lá foi ficarmos na Praia dos Ingleses, onde ao final, estavam as dunas, as quais viamos através da varanda de nosso chalé. Antes de chegarmos lá, ficamos dez horas dentro de um carro.  Apesar da longa viagem, avistamos lindas paisagens durante o trajeto de São Paulo, até o estado de Santa Catarina. Muitas áreas verdes, campos, algumas cachoeiras, lagoas, riachos, animais pastando, plantações. Ao longo da estrada muito verde. Por não se tratar de São Paulo, não havia muitos estabelecimentos comerciais margeando a estrada. As rádios da Capital Paulista ao qual eu estava sintonizada, a algum tempo de percurso,  lá se foram com sua transmissão de curto alcance. Vieram as rádios locais.

Nisso se seguia a viagem, até avistarmos a ilha, não sem antes passar por Curitiba, no estado do Paraná, e constatar que não é toda aquela maravilha que dizem. Na região da cidade que atravessamos, havia favelas que enfeiavam-na. Durante o percurso da viajem avistamos placas para Joinville, se não me engano, Blumenau, além de vários nomes alemães impronunciáveis. Enfim,  chegamos a Ilha de Florianópolis, no estado de Santa Catarina.  Ao vermos a ilha, já demos de encontro com o cartão postal da cidade, a famosa Ponte que lhe dá acesso. Na primeira vez que fomos para lá, ficamos esperando durante muito tempo alguém para nos conduzir até o lugar onde ficariamos hospedados. O nosso guia deu tanta volta, que antes mesmo de nos alojarmos, já conheciamos praticamente toda a cidade. Percebemos então que ela é bem menos habitada do que qualquer cidade do Grande ABC, região onde moramos. Na segunda vez que fomos para lá, já sabiamos onde ficar.

Dito e feito, assim que chegamos no nosso chalé, deixamos nossos pertences nos quartos onde iríamos dormir e mais tarde e tratamos de sair e darmos uma caminhada pela orla marítima.

Nos dias posteriores podemos então curtir um pouco mais a praia. Tomei muitos banhos de mar, além de outros banhos no chuveiro do chalé. Caminhamos pelas Dunas. Conhecemos a Lagoa da Conceição. Essa lagoa é tão rasa que, para se encontrar um bom lugar para ficar, é preciso entrar uns cinqüenta metros lagoa adentro. Próximo dali, alguns artesanatos de renda ficavam expostos para venda. Circundando a lagoa, muitas árvores conhecidas como chapéus-de-praia, além de coqueiros.  Todas elas ofertando sombra ao lugar. Depois de algum tempo nos divertindo nas águas da lagoa, fomos a um restaurante defronte a esta, onde comemos um  saboroso salmão.

Em outra oportunidade em que fomos para Floripa, não deu para entrar na Lagoa da Conceição, por que havia chovido muito no dia anterior e suas águas estavam lamacentas, sem contar o horrível cheiro de peixe que empesteava o lugar. Nessa oportunidade, a única coisa que deu para fazer foi dar um passeio pela região. Conhecemos a duna que esconde a Praia da Joaquina, é imensa. Não dá nem para se ter uma idéia de como deve ser essa praia.

Na segunda vez que visitamos a cidade deu para conhecer melhor o lugar, paramos em alguns mirantes e até tiramos algumas fotos do lugar.

Também chegamos a dar algumas caminhadas próximas do lugar onde nós estavamos hospedados. Como já foi dito antes, andamos pelas dunas próximas do local onde estamos. Imensas dunas, que a certa altura, nos dava a impressão de estarmos cercados de areia.

Fizemos um passeio de Escuna. Trata-se de uma embarcação com capacidade para umas cinqüenta pessoas, ou até mais. Serve para que se possa fazer passeios e conhecer os arredores da região, por via mar. No meio da viagem chegamos até a avistar golfinhos. Paramos em uma ilha onde havia um restaurante onde comemos camarão frito, arroz e tomamos refrigerante. Cheguei até a brincar dizendo que a cadeira estava mui baja.

Prosseguindo-se o passeio, paramos então em outra ilha, pagamos um ingressso  e juntamo-nos a uma guia de turismo e passamos a conhecer como detalhes a história da ilha. Aquela ilha fora um forte. Em tempo de guerra, canhões protegiam a ilha. O guia ironizou dizendo que os canhões não protegiam a ilha. Disse que existia um  árvore para o enforcamento, entre outras coisas curiosas.    

Nessa ilha haviam várias construções, uma delas era o forte, outra era a prisão, além de haver uma escadaria que levava até essas construções. Havia ainda um túnel, que o guia afirmava que quem o atravessava mudava de sexo. Novamente a escuna de aproximou da ilha. E assim prosseguimos a viagem. Depois de um dado momento, a escuna se aproximou de uma outra ilha. Como o terreno era pertencente a marinha, não se pode dizer que era propriedade particular, mas sim que a ilha fora cedida a  um particular. Segundo a guia que nos acompahava a enfiteuse fora renovada por mais noventa anos. Na escuna, havia muitos argentinos e algumas crianças pelejando. La abuela dos leos niños, preguntou:
- Porque están pelejar?
Nessa última parada as pessoas podiam nadar no mar. A quatro ou cinco metros de profundidade. Não pude nadar aí, porque, dada a profundidade, eu não quis me arriscar. Aliás, no que se refere a isso não teve problemas, porque quando a escuna retornou, ficamos uma hora brincando na praias. Tudo porque pegamos a escuna que partira uma hora antes da nossa. No final do passeio voltamos com a mesma turma com a qual partimos.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

Tu Te Tornas Eternamente Responsável Por Aquilo Que Cativas

 Dizem que muitas coisas pelas quais passamos durante a vida nos servem de ensinamento ou de preparação para as dificuldades futuras.

 A todo momento na vida fazemos escolhas.

Muitas coisas na vida acontecem sem que possamos compreender o significado. Mas como dizem, tudo na vida passa, e que na vida as agruras e os sofrimentos são inevitáveis. Não é possível viver sem que haja algum obstáculo a ser transposto, alguma dificuldade a ser superada. Muitas vezes precisamos passar por algumas barreiras para que possamos aprender a viver. Mas acima de tudo, nossa vida é o resultado de nossas escolhas, dos caminhos que traçamos percorrer.

Dizem os mais velhos que se não podemos compreender  o hoje, amanhã a vida nos dará respostas. Nos dará respostas se tivermos a maturidade e a paciência para buscarmos entender as coisas no momento certo. Momento este que nem sempre temos a paciência para esperar ou a ilusão de entender.

Um dia o grande poeta Mário Quintana resolveu escrever sobre a maturidade num poema que tem o mesmo nome do início desta frase, “um dia”. Nesse poema ele disse que um dia, muitas coisas incompreensíveis para nós na juventude passam a fazer sentido e a ter um significado quando encontramos a  maturidade. E também, que muitas vezes, independentemente da idade, só entendemos ou aceitamos algo quando já é tarde demais.

O poema é todo sobre o significado de certas coisas e situações que demoramos para entender, e uma das partes mais lindas da poesia é quando o ilustre poeta afirma que um dia saberemos a importância da frase: ”Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Essa frase, de tão grandioso significado, nos remete para as escolhas que fazemos na vida. Para mim possuindo até um sentido além do humano, metafísico.

“Cativar, tornar cativo, capturar, ganhar a simpatia, a estima, seduzir, atrair, granjear, prender, ligar, sujeitar, ficar sujeito, penhorar-se, render-se, apaixonar-se, enamorar-se.”

Ou seja, a tão bela frase dita no poema tem dois sentidos. Aquilo que a nós cativa, podemos tanto apreender e conquistar, como por ela sermos conquistados. É portanto uma troca, que no poema pode ser tanto humana como pode ser também uma idéia, um ideal, um sonho que cativamos e que nos cativa, um carinho e até mesmo um caminho como o qual devemos sempre ser fiéis, mesmo quando nada parece dar certo.

Algo que transcende esta simples existência humana, esta simples condição na qual vivemos. Em poucas palavras, aquilo que cativas pode ser o significado da própria vida. É sentido o qual, muitas pessoas buscam em sua vida e tantas outras o perdem, e o perdendo perdem também o sentido da vida.

Podemos escolher o que cativamos, mas que esta escolha seja responsável  posto que se assim não o for, e perderes o que cativavas, não cativavas o que era seu. Não sabias o que é cativar. O que queremos,  o que amamos, o que gostamos, enfim, o que nós cativamos, é um compromisso além da vida, além do humano, além do tangível. É um compromisso com os outros, não somente com você. É um compromisso com a sua realização como pessoa, e algumas pessoas possuem esse sentido primordial em suas vidas escrito de forma indelével na sua história de vida. Haja vista os heróis, as grandes mulheres, as pessoas de certa maneira predestinadas na nossa história. As pessoas que passam anos de suas vidas lutando e buscando por algo em que acreditam. Pode ser nas lutas por igualdade e justiça, na busca por realizar um antigo sonho que engrandecerá a vida de outras pessoas, seja na realização pessoal que mudará a sua vida e que também poderá mudar a vida de outras pessoas.

Portanto, nunca se esqueças de uma coisa, “serás eternamente responsável por aquilo que cativas”.  O bem que tu cativas será o acalanto de tua existência, poderá ser até mesmo, a tua existência.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.