Poesias

domingo, 30 de agosto de 2020

Alto de Pinheiros

Um Típico Bairro City 
O Alto de Pinheiros surgiu como loteamento da Cia. City em 1925. 
Entretanto, a Light and Power Co. recebeu por lei estadual a concessão para retificar e alargar o Rio Pinheiros. 
Isso provocou um retardamento da implantação do Bairro. 
Somente em 1937, foi recomeçado o arruamento do Bairro do Alto de Pinheiros, aproveitando-se das vantagens das obras de melhoria no Rio Pinheiros. 
A história da região começou muito antes. 
Em 1770, quando a Lei do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas do Brasil, suas terras forma leiloadas, e deram origem a chácaras e sítios de particulares. 
Estas foram adquiridas pela Cia. City, em 1913. 
E estavam desocupadas por serem sujeitas a enchentes periódicas do Rio Pinheiros. apinheiros.htmapinheiros.htm
O projeto do novo bairro aproveitou as experiências bem sucedidas dos bairros-jardins já implantados pela Cia. City: Jardim América e Pacaembu.
Com curvas de níveis respeitadas, um dimensionamento generoso do sistema viário, e hábil distribuição de áreas livres (praças, canteiros centrais nas avenidas e calçadas), surgiu o Bairro Alto de Pinheiros. 
Ele constituiu-se em área residencial para as classes média e alta da sociedade paulistana. 
A sua avenida principal, com canteiro central de largura superior às das pistas de rolamento, é hoje denominada Avenida Pedroso de Moraes. 
Ali se destaca um grande corredor comercial, formado por lojas de automóveis, supermercados e empresas de engenharia. 
A Praça Pan-Americana, com sua rotatória de grandes dimensões, distribui largas avenidas em suas diagonais. 
Até hoje, o Alto de Pinheiros é um exemplo dos mais representativos do urbanismo europeu, implantado na cidade de São Paulo. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

Anhangabaú - Vale do Anangabaú - São Paulo

A expansão do Centro Velho 
O desenvolvimento econômico do Estado de S.Paulo, com o advento do ciclo do café, trouxe para a capital paulistana, a conseqüente expansão urbana. 
Isto levou a Cia. City, em 1917 a adquirir áreas a partir do Viaduto do Chá, se estendendo até a atual Avenida 9 de Julho, à época denominada de Avenida Anhangabaú.
O nome, originário do córrego existente naquele vale, foi adotado para o loteamento empreendido pela Cia City. 
Devido à ocupação parcial de vários terrenos em algumas dessas áreas, muito próximas ao centro urbano, não foi possível à loteadora, seguir os mesmos padrões do Jardim América e do Pacaembu, Bairros em desenvolvimento na mesma época.
O Anhangabaú veio a exercer um importante papel na ligação do Centro Velho com os novos bairros, através da Avenida 9 de Julho.
A conhecida Praça das Bandeiras, abrigou por muitos anos o Teatro de Alumínio, onde eram apresentadas peças de teatro de revista, consideradas como cultura popular, até o final da década de 60, quando, atendendo às necessidades do tráfego de veículos, a Praça foi transformada em Terminal Rodoviário urbano.
Por sua vez a Praça Santos Dumont, hoje rebatizada com o nome de Praça 14 Bis, servia de ponto de distribuição do trânsito e acesso para os bairros da Bela Vista e Consolação. 
Para minimizar os inúmeros cruzamentos da Avenida 9 de Julho, a Administração Municipal criou uma via expressa e elevada que atravessa, desde a Rua Avanhandava, até a entrada do túnel sob a Avenida Paulista. 
Na primeira administração do Prefeito Mário Covas, no Município de São Paulo, (1983 - 1985), foi criado ao longo da Avenida 9 de Julho, um "corredor de ônibus". 
Esse corredor ocupa uma faixa que tem início onde nasce a avenida, seguindo até o cruzamento com a Avenida São Gabriel, daí continuando em direção à Avenida Santo Amaro. 
Essa medida visava dar prioridade ao transporte coletivo de passageiros, fazendo com que os automóveis cedessem espaço, para o fluxo dos coletivos. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

História dos Bairros de São Paulo

O SiteCity conta um pouco da história de alguns dos principais bairros de São Paulo.

Desde sua fundação, no ano de 1554, até os primeiros anos do Século XX, a cidade de São Paulo esteve praticamente contida no chamado "triângulo central", hoje conhecido como Centro Velho. 
Além disso, havia bairros distantes como Pinheiros, Santo Amaro e São Miguel Paulista.
Com o progresso econômico decorrente da cultura cafeeira, surgiram novos bairros que atendiam à emergente elite dos fazendeiros. 
Para a classe trabalhadora, surgiam bairros populares, na periferia da cidade, que viriam a abrigar os imigrantes de várias nacionalidades que aqui chegavam.
A ocupação dos espaços urbanos foi ocorrendo com a riqueza produzida pelo café e, em seguida, com o início da industrialização. 
Através desse processo, formaram-se novos bairros, que preencheram os vazios existentes entre os bairros mais antigos. 
Cada bairro tem sua história e identidade própria. 
O conjunto desses bairros constitui a história do desenvolvimento da metrópole paulistana.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

25 de janeiro de 1984 - São Paulo

O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade de São Paulo. 
O Brasil ansiava pela democratização e pelas eleições diretas. 
Movimentos se espalhavam por todo país, mas a Campanha das Diretas, somente conquista as ruas, depois do histórico comício de 25 de janeiro. 
Marcado para o dia do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para presidente, foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. 
Participaram também diversos partidos políticos de oposição, além de lideranças sindicais, civis e estudantis. 
A expectativa era das mais tensas. 
O governo militar tentava minar o impacto do evento. 
O dia estava chuvoso. 
Aos poucos, a praça foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no centro da cidade. 
Além de políticos, também estiveram presentes artistas como Christiane Torloni, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Alceu Valença, Regina Duarte, Bruna Lombardi, Fafá de Belém e Chico Buarque de Holanda. 
O jornalista Osmar Santos anuncia a presença do governador Franco Montoro. 
O idealizador do Comício pelas Diretas estava acompanhado dos governadores Iris Resende, José Richa, Nabor Junior e Leonel Brizola. 
Os presidentes do PMDB, Ulisses Guimarães, e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também estavam presentes. 
Também estavam presentes, o senador Fernando Henrique Cardoso, presidente regional do PMDB, e o prefeito de São Paulo, Mário Covas, que fez um emocionado discurso, pedindo um minuto de silêncio para homenagear Teotônio Vilela, morto em 27 de novembro do ano anterior. 
Teotônio morreria bem no dia da primeira manifestação pública em favor das Eleições Diretas. 
Aquele foi mesmo um dia de nenhuma comemoração, em que 15 mil pessoas compareceram em frente ao estádio do Pacaembu. 
Bem diferente da manifestação da Praça da Sé. 
"Me perguntaram se aqui estão 300 ou 400 mil pessoas. Mas a resposta é outra: aqui estão presentes as esperanças de 130 milhões de brasileiros." (Franco Montoro Filho)

Logo após o discurso de Montoro, o Hino Nacional começa a ser cantado na Praça, que agora era só do povo. 
Com o sucesso do comício em São Paulo, todos os governadores de oposição resolveram fazer o mesmo. 
Foi com o evento paulista que ficou comprovado o anseio popular. 
A partir de fevereiro, os comícios pelas eleições diretas foram se sucedendo nas principais capitais do país. 
No dia 16 de abril, pouco antes da votação das diretas, realizou-se um último comício em São Paulo. 
Só que desta vez, a Praça da Sé parecia muito pequena. 
Foi escolhido o vale do Anhangabaú, que recebeu uma multidão estimada em mais de 1,5 milhão de pessoas. 
Foi a maior manifestação política jamais vista no país. 

Dá para classificar a música paulista num só ritmo?
Até pela mistura dos povos aqui tem música sertaneja, tem música erudita, tem popular brasileira, tem rock, tem rap, tem chorinho, tem samba. 
Samba sim senhor! 
"Mente quem diz que São Paulo não entende do assunto, pois o samba tá na veia pulsante e no coração do poeta. São Paulo é a síntese do Brasil", João Nogueira (cantor e compositor carioca).

São Paulo é um autêntico pot-pourri. 
Compositores e cantores não faltam: Luiz Tatit, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Paulo Vanzolini, Edvaldo Santana, Walter Franco, Rita Lee, Renato Teixeira, Demônios da Garoa e Adoniran Barbosa. 
Cada um com seu estilo próprio, mas todos paulistas. 
Quer dividido por categoria? 
Vamos lá: 
Modinhas: Paraguassú (Roque Ricciardi) e Marcelo Tupinambá (Fernando Lobo). 
Música sertaneja: Mário Zan, Cornélio Pires, Tonico e Tinoco, e Alvarenga e Ranchinho.
Valsa: Erotides de Campos. 
Choro: Zequinha de Abreu 
Violonista: Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) e Canhoto (Américo Giacomino). 
Erudita: Carlos Gomes, Guiomar Novaes, Madalena Tagliaferro Antonietta Rudge. 
Orquestra: Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Mesmo não sendo paulistas, muitos músicos fizeram de São Paulo o seu principal palco. 
Nos anos 60, os festivais televisivos de música, tiveram um papel fundamental na divulgação de muitos artistas. 
Os festivais da antiga TV Excelsior, de São Paulo, a primeira a promovê-los, ocorreram nesta década. 
A música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, com Elis Regina, ganhou o primeiro lugar em 1965. 
Em 1966 a TV Record, também de São Paulo, aderiu aos festivais de música brasileira. 
O vencedor daquele ano foi Chico Buarque com "A Banda" e "Disparada", de Geraldo Vandré, e Teo de Barros, com Jair Rodrigues, empatadas. 
Agora, você está perguntando se tem alguém com mais cara de São Paulo. 
Vá lá: Adoniran Barbosa. 
Um talento que traduz um espírito, uma época e certos lugares da cidade de São Paulo. 
Sem falar do sotaque italiano misturado com o brasileiro, que deu no que deu: a música inconfundível de Adoniran.
Se o artista não for de São Paulo, também não tem importância. 
A força da indústria cultural e o mercado fonográfico paulista possibilitam que São Paulo adote e divulgue o Brasil inteiro. 
Foi assim com a Bossa Nova, Tropicália, a Jovem Guarda, o samba, o rock, o heavy metal, o rap, e muitos outros movimentos ou estilos musicais. 
Assim é São Paulo. Sem preconceitos. 

Fundação de São Paulo
A fundação de São Paulo insere-se no processo de ocupação, e exploração das terras americanas pelos portugueses, a partir do século XVI. 
Inicialmente, os colonizadores fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo (1553), constantemente ameaçada pelos povos indígenas da região. 
Nessa época, um grupo de padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar, chegando ao planalto de Piratininga, onde encontraram "ares frios e temperados como os de Espanha", e "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". 
Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú. 
Nesse lugar, fundaram o Colégio dos Jesuítas, em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual iniciou-se a construção das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga. 
Em 1560, o povoado ganhou foros de Vila e Pelourinho, mas a distância do litoral, o isolamento comercial, e o solo inadequado ao cultivo de produtos de exportação, condenou a Vila, a ocupar uma posição insignificante durante séculos na América Portuguesa. 
Por isso, ela ficou limitada ao que hoje denominamos Centro Velho de São Paulo, ou triângulo histórico, em cujos vértices ficam os Conventos de São Francisco, de São Bento e do Carmo. 
Até o século XIX, nas ruas do triângulo (atuais ruas Direita, XV de Novembro e São Bento) ,concentravam-se o comércio, a rede bancária e os principais serviços de São Paulo. 
Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. 
Apesar disso, até o século XVIII, São Paulo continuava como um quartel-general, de onde partiam as "bandeiras", expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais preciosos nos sertões distantes. 
Ainda que não tenha contribuído para o crescimento econômico de São Paulo, a atividade bandeirante foi a responsável pelo devassamento e ampliação do território brasileiro a sul e a sudoeste, na proporção direta do extermínio das nações indígenas, que opunham resistência a esse empreendimento. 
A área urbana inicial, contudo, ampliou-se com a abertura de duas novas ruas, a Líbero Badaró e a Florêncio de Abreu. 
Em 1825, inaugurou-se o primeiro jardim público de São Paulo, o atual Jardim da Luz, iniciativa que indica uma preocupação urbanística com o aformoseamento da cidade. 
No início do século XIX, com a independência do Brasil, São Paulo firmou-se como capital da província e sede de uma Academia de Direito, convertendo-se em importante núcleo de atividades intelectuais e políticas. 
Concorreram também para isso, a criação da Escola Normal, a impressão de jornais e livros, e o incremento das atividades culturais. 
No final do século, a cidade passou por profundas transformações econômicas e sociais decorrentes da expansão da lavoura cafeeira em várias regiões paulistas, da construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí (1867), e do afluxo de imigrantes europeus. 
Para se ter uma idéia do crescimento vertiginoso da cidade na virada do século, basta observar que em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes (dos quais 71 mil eram estrangeiros), chegando a 239.820 em 1900!). 
Nesse período, a área urbana se expandiu para além do perímetro do triângulo, onde surgiram as primeiras linhas de bondes, os reservatórios de água e a iluminação a gás. 
Esses fatores somados já esboçavam a formação de um parque industrial paulistano. 
A ocupação do espaço urbano registrou essas transformações. 
O Brás e a Lapa transformaram-se em bairros operários por excelência; ali concentravam-se as indústrias próximas aos trilhos da estrada de ferro inglesa, nas várzeas alagadiças dos rios Tamanduatey e Tietê. 
A região do Bexiga foi ocupada, sobretudo, pelos imigrantes italianos, e a Avenida Paulista e adjacências, áreas arborizadas, elevadas e arejadas, pelos palacetes dos grandes cafeicultores. 
As mais importantes realizações urbanísticas do final do século foram, de fato, a abertura da Avenida Paulista (1891), e a construção do Viaduto do Chá (1892), que promoveu a ligação do "centro velho" com a "cidade nova", formada pela rua Barão de Itapetininga e adjacências. 
É importante lembrar, ainda, que logo a seguir (1901), foi construída a nova estação da São Paulo Railway, a notável Estação da Luz. 
Do ponto de vista político-administrativo, o poder público municipal ganhou nova fisionomia. 
Desde o período colonial São Paulo, era governada pela Câmara Municipal, instituição que reunia funções legislativas, executivas e judiciárias. 
Em 1898, com a criação do cargo de Prefeito Municipal, cujo primeiro titular foi o Conselheiro Antônio da Silva Prado, os poderes legislativo e executivo se separaram. 
O século XX, em suas manifestações econômicas, culturais e artísticas, passa a ser sinônimo de progresso. 
A riqueza proporcionada pelo café, espelha-se na São Paulo "moderna", até então acanhada e tristonha capital. 
Trens, bondes, eletricidade, telefone, automóvel, velocidade, a cidade cresce, agiganta-se e recebe muitos melhoramentos urbanos: como calçamento, praças, viadutos, parques e os primeiros arranha-céus. 
O centro comercial com seus escritórios e lojas sofisticadas, expõe em suas vitrinas a moda recém lançada na Europa. 
Enquanto o café excitava os sentidos no estrangeiro, as novidades importadas chegavam ao Porto de Santos, e subiam a serra em demanda à civilizada cidade planaltina. 
Sinais telegráficos traziam notícias do mundo e repercutiam na desenvolta imprensa local. 
Nos navios carregados de produtos finos para damas e cavalheiros da alta classe, também chegavam os imigrantes italianos e espanhóis rumo às fazendas, ou às recém instaladas indústrias, não sem antes passar uma temporada amontoados na famosa hospedaria dos imigrantes, no Bairro do Brás. 
Em 1911, a cidade ganhou seu Teatro Municipal, obra do arquiteto Ramos de Azevedo, celebrizado como sede de espetáculos operísticos, tidos como entretenimento elegante da elite paulistana. 
A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o aumento da população e das riquezas, é acompanhado pela degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. 
Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas, em quatro dias. 
Os operários se organizam em associações e promovem greves, como a que ocorreu em 1917, e parou toda a cidade de São Paulo por muitos dias. 
Nesse mesmo ano, o governo e os industriais inauguram a exposição industrial de São Paulo, no suntuoso Palácio das Indústrias, especialmente construído para esse fim. 
O otimismo era tamanho que motivou o prefeito de então, Washington Luis, a afirmar, com evidente exagero: 
"A cidade é hoje alguma coisa como Chicago e Manchester juntas".
 
Na década de 20, a industrialização ganha novo impulso, a cidade cresce (em 1920, São Paulo tinha 580 mil habitantes), e o café sofre mais uma grande crise. 
No entanto, a elite paulistana, num clima de incertezas, mas de muito otimismo, frequenta os salões de dança, assiste às corridas de automóvel, às partidas de foot-ball, às demonstrações malabarísticas de aeroplanos, vai aos bailes de máscaras, e participa de alegres corsos nas avenidas principais da cidade. Nesse ambiente, surge o irrequieto movimento modernista. 
Em 1922, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Luís Aranha, entre outros intelectuais e artistas, iniciam um movimento cultural que assimilava as técnicas artísticas modernas internacionais, apresentado na célebre Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal. 
Com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque e a Revolução de 1930, alterou-se a correlação das forças políticas que sustentou a "República Velha". 
A década que se iniciava, foi especialmente marcante para São Paulo, tanto pelas grandes realizações no campo da cultura e educação, quanto pelas adversidades políticas. 
Os conflitos entre a elite política, representante dos setores agro-exportadores do Estado, e o governo federal, conduziram à Revolução Constitucionalista de 1932 que transformou a cidade numa verdadeira praça de guerra, onde se inscreviam os voluntários, se armavam estratégias de combate, e se arrecadavam contribuições da população amedrontada, mas orgulhosa de pertencer a uma "terra de gigantes". 
A derrota de São Paulo e sua participação restrita no cenário político nacional coincidiu, no entanto, com o florescimento de instituições científicas e educacionais. 
Em 1933, foi criada a Escola Livre de Sociologia e Política, destinada a formar técnicos para a administração pública; em 1934, Armando de Salles Oliveira, interventor do Estado, inaugurou a Universidade de São Paulo; em 1935, o Município de São Paulo ganhou, na gestão do prefeito Fábio Prado, o seu Departamento de Cultura e de Recreação. 
Nesse mesmo período, a cidade presenciou uma realização urbanística notável, que testemunhava o seu processo de "verticalização": a inauguração, em 1934, do Edifício Martinelli, maior arranha-céu de São Paulo, à época, com 26 andares e 105 metros de altura! 
A década de 40 foi marcada por uma intervenção urbanística sem precedentes na história da cidade. 
O prefeito Prestes Maia colocou em prática o seu "Plano de Avenidas", com amplos investimentos no sistema viário. 
Nos anos seguintes, a preocupação com o espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os automóveis, e atender aos interesses da indústria automobilística, que se instalou em São Paulo em 1956. 
Simultaneamente, a cidade cresceu de forma desordenada em direção à periferia, gerando uma grave crise de habitação, na mesma proporção, aliás, em que as regiões centrais se valorizaram, servindo à especulação imobiliária. 
Em 1954, São Paulo comemorou o centenário de sua fundação com diversos eventos, inclusive a inauguração do Parque Ibirapuera, principal área verde da cidade, que passou a abrigar edifícios diversos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. 
Nos anos 50, inicia-se o fenômeno de "desconcentração" do parque industrial de São Paulo, que começou a se transferir para outros municípios da Região Metropolitana (ABCD, Osasco, Guarulhos, Santo Amaro), e do interior do Estado (Campinas, São José dos Campos, Sorocaba). 
Esse declínio gradual da indústria paulistana, insere-se num processo de "terciarização" do Município, acentuado a partir da década de 70. 
Isso significa que as principais atividades econômicas da cidade estão intrinsecamente ligadas à prestação de serviços, e aos centros empresariais de comércio (Shopping Centers, Hipermercados, etc). As transformações no sistema viário vieram atender a essas novas necessidades. 
Assim, em 1969, foram iniciadas as obras do metrô na gestão do prefeito Paulo Salim Maluf. 
A população da metrópole paulistana cresceu na última década, de cerca de 10 para 16 milhões de habitantes. 
Esse crescimento populacional veio acompanhado do agravamento das questões sociais e urbanas (desemprego, transporte coletivo, habitação, problemas ambientais ...), que nos desafiam como "uma boca de mil dentes" nesse final de século. 
No entanto, como dizia o grande poeta da cidade , Mário de Andrade: 

"Lá fora o corpo de São Paulo escorre vida ao guampasso dos arranha céus"

História da Cidade de São Paulo
Em seus quase 450 anos de existência, uma pequena aldeia formada ao redor de um Colégio de Jesuítas, transformou-se em uma das maiores aglomerações do planeta: a Região Metropolitana de São Paulo. Com 39 municípios, e uma mancha contínua urbanizada de cerca de 1.700 quilômetros quadrados, a metrópole tem um eixo Leste-Oeste, que cobre mais de 80 km de extensão urbana!
No entanto, a cidade de São Paulo esteve contida durante os três séculos iniciais em seu sítio original, uma pequena elevação entre o Rio Tamanduateí e o Ribeirão Anhangabaú. 
O crescimento vertiginoso da "urbe" iniciou-se com a instalação da ferrovia Santos-Jundiaí, na segunda metade do século XIX. 
A posição estratégica da cidade, como passagem obrigatória entre o porto e as rotas de escoamento do café (então plantado em quase todo o interior paulista), levou à modernização radical de sua estrutura econômica e urbana.
O comércio se diversificou, atraindo todo tipo de atividade, como casas de câmbio e hotéis. 
E a área urbanizada se espraiou para atender ao rápido aumento de população, principalmente com a vinda de imigrantes estrangeiros, em sua maioria italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses e judeus.
Na passagem do século XIX ao XX, a cidade já estava totalmente transformada. 
A partir dos anos 30, ao atingir um milhão de habitantes, a cidade assume um perfil de metrópole industrial. 
Começa a verticalização da área central, e a construção de vários bairros industriais e operários. 
A cidade continua espraiando-se de forma vertiginosa. 
O marco simbólico dessa metropolização acontece na comemoração do 4º Centenário da cidade de São Paulo, em 1954, sob o lema ufanista "São Paulo não pode parar".
Nas décadas seguintes, a vinda de população imigrante e migrante para São Paulo, acabou gerando a construção de bairros irregulares, nos espaços vazios do sítio urbano. 
Isso gerou uma estrutura totalmente caótica de cidade. 
Atualmente vivem em São Paulo mais de 10 milhões de pessoas, sendo quase 01 milhão em favelas. Por São Paulo trafegam quase 06 milhões de veículos diariamente.
Nesse milênio que se inicia, impõe-se um novo lema para a cidade: 
"É tempo de organizar". 
Os seguintes temas se fazem presentes: a implantação do Plano Diretor, aprovado em 13 de setembro de 2002; a melhora e integração das áreas centrais, com o estímulo à ocupação residencial, e à recuperação de seu papel simbólico; a urbanização das periferias, estendendo a essas áreas o padrão de urbanização necessário para se viver.
A questão das áreas verdes, da água e do lixo, entre tantas outras, deverá ser assumida com mais seriedade pelos administradores paulistanos. E de forma mais consciente pela sua população.
Décadas são uma unidade de tempo muita curta na "vida" das cidades... 
E as próximas deverão refletir se conseguiremos reverter ou não o quadro atual, fazendo de São Paulo uma cidade mais humana, bonita e solidária.  
A região onde se desenvolveu uma das maiores concentrações urbanas do planeta, foi predestinada por suas características naturais, relacionadas com a formação e o relevo do território onde se encontra.
A cidade está situada num enclave de terrenos sedimentares e planícies fluviais, chamado Bacia de São Paulo, em meio às formações rochosas do Planalto Atlântico, a uma altitude média de 750 metros. 
O sítio é separado do litoral pelas escarpas da Serra do Mar, ainda hoje uma formidável barreira para as ligações entre as terras altas do Planalto, e as planícies costeiras. 
Entre as poucas possibilidades de travessia possível entre o litoral e o planalto em todo o Sudeste brasileiro, a que levava à Bacia de São Paulo era uma das mais utilizadas. 
Do interior do atual Estado de São Paulo para o litoral, são também poucas as passagens favoráveis entre os conjuntos de serras dos Cristais, do Japi e da Cantareira, cruzando a Bacia de São Paulo para a descida da Serra do Mar. 
Da mesma forma, essa região era passagem obrigatória das ligações entre o Rio de Janeiro e as regiões Norte e Centro-Oeste, para as povoações ao sul do país, através do Vale do Paraíba. 
Essa localização peculiar, tornou a região um entroncamento dos múltiplos caminhos percorridos há milênios pelos povos primitivos que circulavam no território, estabelecendo um ponto estratégico natural de passagem e de encontros. 
No século XVI, o território paulista era ocupado por várias nações indígenas. 
Uma vasta rede de trilhas interligava a região dos Campos de Piratininga ao litoral, e ao interior do continente, chegando aos Andes e a Amazônia. 
A faixa litorânea era dividida por duas tribos do grupo Tupi-Guarani: os Tupiniquins, desde o extremo sul do Estado até a região de Bertioga, e os Tupinambás, entre eles os Tamoios, que controlavam desse limite até a região de Cabo Frio. 
Por volta de 1500 já era conhecida a existência de povoados no litoral sul do país, como Cananéia, presente em mapas europeus dessa época. 
A costa brasileira era então percorrida freqüentemente por navios de vários países europeus. 
Sabia-se de vários europeus vivendo entre os índios. 
Entre eles, encontravam-se dois comerciantes de escravos com grande influência entre os nativos: o Bacharel de Cananéia e João Ramalho.
Senhor da região de São Vicente, João Ramalho era casado com a filha do cacique Tibiriçá (em tupi, o principal da terra), cuja aldeia ficava serra acima, no planalto, aproximadamente a 70 km do mar. 
Trinta e dois anos após o desembarque de Pedro Álvares Cabral, tem início a colonização efetiva do país. 
Para o estabelecimento de engenhos de açúcar no litoral paulista, Martim Afonso de Souza travou diversos contatos com João Ramalho, resultando na fundação da primeira vila no Brasil, a Vila de São Vicente, em 1532.
Primeiro núcleo regular de colonização portuguesa no mundo, a Vila comunicava-se com o planalto por uma trilha indígena que passava por Paranapiacaba e Santo André da Borda do Campo, já no planalto, onde viviam João Ramalho e várias tribos tupiniquins e guaianases. 
O conhecimento de que a rede de caminhos do planalto, passando pelos Campos de Piratininga, levava ao rio Paraná e à terra dos Incas, no Peru, fez com que Martim Afonso promovesse a fundação do povoado de Piratininga, em 1533, num local próximo à aldeia de Tibiriçá.
Seu objetivo era inibir o acesso de portugueses ao local, e impedir seus habitantes de partir para o interior, uma iniciativa que confirma as características de "boca-de-sertão" dessa região. 
O povoado dispersou-se em pouco tempo. 
Em 1549, chega ao Brasil o padre Manoel da Nóbrega e, em 1553, o noviço José de Anchieta
Com os jesuítas, tem início a catequização dos índios, levando à criação de aldeias e colégios em diversos pontos da costa. 
Em 1554, buscando as povoações existentes nos Campos de Piratininga, sobem a serra pelo caminho conhecido posteriormente como Trilha dos Tupiniquins, um ramal do Peabirú, onde hoje passa aproximadamente a Via Anchieta, e instalam um colégio junto aos domínios de Tibiriçá, que os acolhe e ajuda.
O lugar escolhido é estratégico, numa elevação entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, garantindo proteção contra ataques, e ampla visibilidade dos caminhos que levavam até lá. 
Atualmente, o local é conhecido como Pátio do Colégio, e mantém parte da colina histórica preservada. A data oficial reconhecida para a fundação do Colégio, é a da conversão de São Paulo, 25 de janeiro, quando é rezada missa, e assumido o nome de "Colégio São Paulo de Piratininga", dando origem ao povoado que se formou ao seu redor. 
O povoado era constantemente atacado por índios hostis. 
Para fortalecê-lo, o governador geral Mem de Sá ordena a mudança da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, onde vivia João Ramalho, para São Paulo de Piratininga
A vila era cercada por muros de barro socado, num processo conhecido como taipa-de-pilão, o qual delimitava o núcleo urbano, em meio às plantações e à mata ao redor. 
Em seu interior, a igreja tornou-se maior e as casas iam se multiplicando, construídas com paredes de barro e cobertas com folhas de palmeira, e posteriormente com telhas.
Uma população formada por índios amigos, colonos portugueses, e seus índios escravizados, padres e seus índios catequizados, consolidava a ocupação do local, com o traçado das primeiras ruas. 
No terreno elevado, de forma triangular, essas ruas ligavam o Colégio à aldeia de Tibiriçá, no atual Largo de São Bento, e aos caminhos que desciam aos vales em seu entorno, levando às lavouras.
Nesses primeiros e difíceis tempos, Tibiriçá colocou seus irmãos Caiubi e Piquerobi, estrategicamente aldeados nas regiões que hoje seriam Santo Amaro e São Miguel Paulista, visando a proteção da Vila. 
Em 1562, um grande ataque dos tamoios, apoiados pelo mesmo Piquerobi, arrasou com a Aldeia de Pinheiros e quase destruiu São Paulo de Piratininga. 
Foram necessárias várias gerações, com miscigenação de portugueses e índios, para que se formasse o primeiro paulista autêntico, o mameluco
Sem ele seria impossível a grande aventura dos bandeirantes, que circularam pelo sertão brasileiro durante todo o século XVIl.
Os bandeirantes trilharam os caminhos indígenas, que ligavam São Paulo ao continente, durante todo o século XVII, na busca de índios para as lavouras dos colonos, para vendê-los nas capitanias do nordeste, ou ainda na busca das sonhadas minas de ouro e prata, escondidas pelo interior da colônia.
Pelo sul, pela trilha Peabirú que os Jesuítas chamavam São Tomé, os bandeirantes entravam pelo Paraná e daí para a região do Guairá, onde os índios guaranis eram capturados nas reduções dos jesuítas espanhóis.
Ao norte, avançando pelo Vale do Paraíba, até a Garganta do Embaú, a única passagem pela serra da Mantiqueira, os bandeirantes atingiram as regiões de São João Del Rey, Ouro Preto e Sabará, onde descobriram ouro em tal quantidade, que teve início um novo período econômico na colônia. 
A descoberta atraiu portugueses e aventureiros de todo o Brasil, para a ocupação da região das minas. Logo os paulistas foram expulsos, na Guerra dos Emboabas.
Outras expedições foram organizadas para o nordeste, seguindo a trilha dos Caiapós
Estas expedições levaram à descoberta das minas de ouro de Goiás e, na direção oeste, às minas de Cuiabá.
Para São Paulo, esse período teve duas consequências: uma ampla rede de vilas se formou no planalto, com acesso a partir da vila original; e houve um esvaziamento temporário da região, em função da febre do ouro, que tomou conta de seus habitantes. 
Após a derrota, São Paulo voltou a se tornar uma capitania independente, separando-se do Rio de Janeiro, ao qual tinha sido anexada.
Com a derrota e a perda do controle das minas, os paulistas passaram a abastecer a região das Minas Gerais com comida, produtos de suas lavouras, e outros bens, dando início a um período caracterizado pelo constante movimento de tropas de mulas por todo o território nacional, o tropeirismo.
Levando animais para uso nos pólos de mineração, e mesmo para os engenhos do nordeste, os tropeiros cruzavam o Brasil. 
As viagens seguiam desde o Rio Grande do Sul, onde mulas e muares eram encaminhados para comercialização na feira de Sorocaba, e então distribuídos para seus destinos. 
Nessas viagens, as rotas tropeiras iam estabelecendo pousos para descanso e troca de montarias, além de pernoite para os viajantes. 
Com o tempo, esses pousos se transformaram em núcleos de várias cidades, em todo o território paulista.
São Paulo era a passagem obrigatória das tropas de mulas vindo de Sorocaba com destino para Minas, Rio de Janeiro e nordeste brasileiro. 
Elas avançavam pela várzea do Tietê e desviavam para a cidade no Caminho do Guaré, onde ficava o Convento da Luz, e entravam pelo vale do rio Anhangabaú até o ponto onde hoje está a Praça das Bandeiras (o Piques)
Por volta de 1822 (época da Independência do Brasil proclamada em São Paulo), o café que cobria a região fluminense desde o século anterior, avança para território paulista, pelo Vale do Paraíba. 
A cultura cafeeira tomará praticamente todo o Estado nos 100 anos seguintes, criando a base de riqueza que permitirá o rápido e espetacular desenvolvimento da cidade, nas últimas décadas do final do século XIX.
A necessidade de escoamento da quantidade crescente de sacas de café, levou à implantação das estradas de ferro, primeiramente com a ligação fundamental do porto de Santos a São Paulo e, daí, às zonas produtoras. 
A São Paulo Railway foi inaugurada pelos ingleses em 1867, e mantida com o monopólio do acesso ao Porto até a construção de um ramal da E.F. Sorocabana, no século seguinte.
Através de investimentos de grupos privados de grandes fazendeiros, as ferrovias transportavam a produção para o Porto, enquanto traziam novidades e produtos estrangeiros para todas as cidades onde passavam. 
A partir de 1900, as ferrovias assumem um papel precursor na ocupação do extremo oeste do Estado, com suas estações funcionando como origem de muitas cidades, então denominadas "ponta-de-trilhos".
A cidade de São Paulo, ponto de passagem obrigatório para a descida da serra e para o embarque do café para o exterior, se integra ao novo ciclo econômico, sediando Bancos, escritórios comerciais e casas de exportação, ampliando seu comércio e serviços, e iniciando grandes transformações urbanas.
Em pouco tempo, São Paulo abandona seu perfil colonial estagnado. 
Ocorre uma renovação arquitetônica, seguindo padrões europeus, e a vida urbana da cidade entra em crescente agitação. 
A ocupação da região centro-oeste do Estado, a partir de 1850, levou a iniciativa governamental de utilização de mão-de-obra imigrante, em substituição aos escravos negros, que até então eram utilizados maciçamente nas lavouras.
A partir de 1870, o movimento de chegada de imigrantes torna-se intenso, atingindo o número de 2,74 milhões de estrangeiros em 1914, em grande parte italianos, espanhóis e alemães. 
Eles eram destinados às plantações de café, que então tomavam todo o Estado de São Paulo.
As duras condições encontradas pelos colonos imigrantes, levaram a uma crescente procura pela vida nas cidades, o que irá provocar o desenvolvimento de muitos núcleos urbanos formados nas regiões produtoras de café. 
Como capital, em pleno surto de desenvolvimento, São Paulo tornou-se pólo de grande número desses imigrantes, atraídos pelas inúmeras oportunidades que então se ofereciam. 
A cidade reflete de imediato essa situação, com a expansão urbana através de diversos bairros, alguns marcadamente identificados pelas comunidades neles predominantes, como os italianos no Brás e Belenzinho, os judeus no Bom Retiro, entre outros.
São Paulo amplia sua área urbanizada, e moderniza sua área central, incorporando diversos edifícios públicos monumentais, com o advento da República. 
Tem início um processo de expansão de sua área urbanizada, através do retalhamento das chácaras em seu entorno, para a implantação descontrolada de loteamentos por toda parte. 
As exportações crescentes de café, levaram a capitalização de recursos que permitiram a formação das primeiras indústrias de São Paulo, também favorecidas com o excesso de mão-de-obra imigrante disponível. 
Implantadas ao longo dos terrenos das várzeas dos rios, por onde passavam as ferrovias, as fábricas irão criar o novo perfil urbano e econômico da cidade, acelerando seu crescimento, e ampliando a infra-estrutura de transportes e energia.
O processo de industrialização vai se acelerar nos anos 30, com a crise do café, em função da quebra da Bolsa de Nova York, consolidando sua importância na economia paulista. 
As ferrovias passam a articular uma rede de subúrbios operários constituídos no entorno de suas estações, dando início a um processo preliminar de metropolização. 
A cidade amplia velozmente sua mancha urban,a atingindo os limites dos rios Tietê e Pinheiros, estruturada numa extensa rede de bondes elétricos, e melhoramentos urbanos diversos, principalmente em sua área central, em início de verticalização.
O Viaduto do Chá rompe a barreira do Vale do Anhangabaú, e promove a expansão de bairros de elite na parte nova da cidade, enquanto consolidam-se os bairros e vilas operárias, nas proximidades das fábricas. 
O automóvel se torna comum na cena urbana, transformando praças tradicionais e espaços públicos em áreas de estacionamento. 
Em 1954, São Paulo se coloca como uma das maiores cidades do mundo, e principal metrópole industrial latino-americana, abrigando por volta de 2,75 milhões de habitantes. 
A verticalização intensa da área central, e a velocidade de seu desenvolvimento urbano, eram motivo de orgulho para os paulistanos, que então viviam "na cidade que mais cresce no mundo".
A estrutura urbana tornou-se complexa, com a pressão do aumento tráfego de automóveis nas áreas centrais, induzindo a transformações radicais em sua malha viária. 
Com o Prefeito Prestes Maia, a cidade assume sua opção pelo rodoviarismo, implantando-se um anel de avenidas, que envolvem o Centro Histórico, e transformam o Parque do Anhangabaú em parte de um corredor viário, que cruza a mancha urbana no sentido Norte-Sul, ligando a Avenida Tiradentes com às recém-criadas avenidas 9 de Julho e 23 de Maio.
O Rio Tietê é retificado em seu percurso urbano, e recebe avenidas expressas em suas margens. 
Nesse ano a cidade ganha um de seus cartões postais, e símbolo expressivo de modernidade, o Parque do Ibirapuera. 
Preenchendo seus vazios internos com loteamentos aleatórios, a mancha urbana se adensa, cumprindo a frase ufanista da época "São Paulo não pode parar".
A cidade começa também a inchar em sua periferia, como resultado do intenso movimento migratório iniciado após os anos 30, principalmente dos estados do nordeste brasileiro. 
Nos anos 1960, inicia-se um processo de perda de qualidade ambiental, e dos padrões urbanos vigentes. A corrida imobiliária para o Centro Novo, do outro lado do Vale do Anhangabaú, relegou ao Centro Velho uma lenta deterioração. 
Esse processo continuou com o surgimento de novas centralidades, como a Avenida Paulista, a Avenida Faria Lima e, mais recentemente, a Avenida Luis Carlos Berrini, na zona sul da cidade.
Por outro lado, a instalação de um pólo industrial automobilístico na região do ABC, ampliou significativamente a migração de brasileiros para São Paulo, além de incrementar o uso do automóvel na cidade. 
A cidade possui hoje a taxa de 01 carro para quase 02 habitantes, numa população de 10 milhões de pessoas. 
O descaso com o transporte público, faz de São Paulo uma cidade constantemente afetada por congestionamentos, de enormes proporções.
A falta de qualquer tipo de controle para o crescimento, levou à invasão de áreas de mananciais, essenciais para o abastecimento de água da cidade, e à perda paulatina de áreas verdes, e espaços públicos. 
Um cinturão periférico de sub-habitações, abriga mais de um milhão de pessoas, ligadas por precários laços de infra-estrutura, com a cidade convencional.
A cidade de São Paulo encontra-se hoje em um fenômeno urbano específico: uma megalópole. 
A aglomeração de pessoas e problemas, compartilhados com os municípios reunidos ao seu redor, ultrapassa fronteiras estaduais. 
O preço desse gigantismo, aliado à falta de um planejamento urbano eficaz, é a perda de qualidade de vida para boa parte dos habitantes da cidade. 
Isso acaba se refletindo em uma série de questões, como os crescentes índices de violência urbana.
Essa situação foi criada ao longo do tempo. 
Apenas a sociedade pode iniciar o processo de transformação dessa realidade. 
É hora de organizar o espaço urbano, valorizando as áreas públicas de convivência, e de reestruturar o transporte público.
Assim, as várias cidades que compõem a Megalópole, precisam ingressar no novo milênio de forma equilibrada. 
Tanto a cidade mundial, que se articula on line com os demais centros financeiros do mundo, até as periferias mais afastadas, com suas precariedades e culturas de resistência, necessitam fundamentalmente de organização para a viabilização da cidade, como um lugar digno e justo para a vida de seus habitantes.

1- Bibliografia 
BRUNO, Ernani da Silva - Tradições e Reminiscências da Cidade de São Paulo. São Paulo, Hucitec/SMC, 3 vol., 1984. 
FAUSTO, Bóris - Trabalho urbano e conflito social (1890 -1920). Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
MILLIET, Sérgio - Roteiro do Café e outros ensaios. São Paulo, Prefeitura do Município de São Paulo,1941 (Coleção Departº de Cultura, v.25). 
MORSE, Richard - De Comunidade à Metrópole. São Paulo, Comissão do IV Centenário da fundação de São Paulo, 1954. 
PORTO, Antônio Rodrigues - História Urbanística da Cidade de São Paulo (1554-1988). São Paulo, Ed. Carthago & Forte, 1992. 
SÃO PAULO (CIDADE) - São Paulo: Crise e Mudança. São Paulo, Prefeitura do Município de São Paulo /Editora Brasiliense, 2ª edição, s/d. 
TAUNAY, Afonso E. - São Paulo nos primeiros anos (1554 -1601). Tours, Imprenta de E. Arrault e Cia, 1920. 

2- Texto: Alcino Izzo Júnior, 2001. Revisão: Fabio de Paula, 2002.

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

São Paulo de Piratininga

A colonização de São Paulo começou em 1532 quando, em 21 de janeiro, Martim Afonso de Souza fundou a povoação que iria transformar-se na Vila de São Vicente, uma das mais antigas do Brasil e a mais remota da Colônia. 
Dando continuidade à exploração da terra, e em busca de novos gentios a evangelizar, no cumprimento da missão que os trouxera ao Novo Mundo, um grupo de jesuítas, do qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalou a serra do mar, chegando ao planalto de Piratininga, onde encontraram, segundo cartas enviadas a Portugal, "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". 
Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, que facilitava a defesa contra ataques de índios hostis. 
Nesse lugar, fundaram um colégio em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual, se iniciou a construção das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga. 
Em 1560, o povoado ganhou foros de vila. 
No início, São Paulo vivia da agricultura de subsistência, aprisionando índios, para trabalharem como escravos, na frustrada tentativa de implantação em escala da lavoura de cana-de-açúcar. 
Mas o sonho já era então, a descoberta do ouro e dos metais preciosos. 
Assim, na segunda metade do século, começariam as viagens de reconhecimento ao interior do país, as "bandeiras", expedições organizadas para aprisionar índios, e procurar pedras e metais preciosos nos sertões distantes, dando início ao desbravamento das Minas Gerais. 
Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania, que incluía então um território muito mais vasto que o do atual Estado. 
Embora em 1711, a Vila tenha sido elevada à categoria de cidade, o próprio êxito do empreendimento bandeirante, fez que a Coroa desmembrasse a capitania, para ter controle exclusivo sobre a região das Minas. 
Por isso, ao longo de todo o século XVIII, São Paulo continuava sendo apenas o quartel-general de onde não cessavam de partir as "bandeiras", responsáveis pela ampliação do território brasileiro a sul e a sudoeste, muito além da linha de Tordesilhas, na proporção direta do extermínio das nações indígenas ,que colocavam resistência a esse empreendimento. 
Disso tudo resultou a proverbial pobreza da província de São Paulo na época colonial, carente de uma atividade econômica lucrativa, como a do cultivo da cana-de-açúcar no Nordeste, contando sobretudo com a mão-de-obra do indígena, e desfalcada de seus homens válidos, que partiam para o sertão a redesenhar as fronteiras do Brasil. 
Durante os três primeiros séculos de colonização, o número de índios e mamelucos, superou em muito o de europeus. 
Até meados do século XVIII, predominava entre a população uma "língua geral", de base tupi-guarani, sendo essa língua franca, a mais falada em toda a região. 
No período da união das coroas ibéricas, entre 1580 e 1640, estima-se que o espanhol fosse a segunda língua da vila de São Paulo. 
Após a Independência, em 1822, os africanos representavam algo em torno de 25% da população, e, os mulatos, mais de 40%. 
Era já então insignificante a presença de índios nas zonas ocupadas pela colonização, e em especial nas lavouras de açúcar, implantadas com êxito no litoral norte, e na região entre Itu e Sorocaba. 
Assim, a grande virada da economia paulista, só aconteceria na passagem do século XVIII para o XIX, quando as plantações de café começaram a substituir as de cana-de-açúcar, a se preparar para ocupar o primeiro plano na economia nacional. 
O fim da Colônia se antecipa, no próprio período colonial, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, fugindo ao avanço das tropas napoleônicas. 
D. João VI deu então início a uma série de reformas que, da arquitetura ao ensino superior, da civilidade urbana aos empreendimentos artísticos, deveriam adequar o país para sediar o Vice-Reinado que abrigava a Coroa portuguesa, e que de fato preparariam sua independência. 
São Paulo também se beneficiaria em muito dessas transformações. 
Foi em território paulista que, em 7 de setembro de 1822, o herdeiro do trono português, o príncipe Dom Pedro, declarou a Independência do Brasil, sendo aclamado Imperador com o título de Dom Pedro I. 
Com sua renúncia nos anos 30, em meio à agitação política contra o domínio português, seguiu-se o conturbado período da Regência que, na segunda metade do século, com a ascensão ao trono de D. Pedro II, cederia lugar a um período de inusitado desenvolvimento e prosperidade do país, sobretudo após a consolidação da agricultura cafeeira, como o principal produto de exportação brasileiro.
Foi nessa época que São Paulo passou a assumir uma posição de destaque no cenário nacional, com o avanço dos cafezais, que encontraram na terra roxa do norte da província o solo ideal. 
A expansão da cultura do café exigiu a multiplicação das estradas de ferro, iniciando-se então (1860-1861) em Santos e São Paulo, os trabalhos da construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a São Paulo Railway, responsável pelo primeiro trem a ligar as duas cidades. 
Esse foi um período de grandes transformações, marcado pela crise do sistema escravocrata, que levaria à Abolição em 1888, e que daria lugar, entre outros fatos, à chegada em massa de imigrantes, principal alternativa de solução ao problema da mão-de-obra na lavoura cafeeira. 
São Paulo prosperou muito nessa época, e a capital da província, passou por uma verdadeira revolução urbanística, resultado da necessidade de transformar uma cidade acanhada, pouco mais que um entreposto comercial, em capital da nova elite econômica que se impunha. 
Em meados de 1860, a cidade de São Paulo já era bem diferente da antiga cidade colonial. 
Os primeiros lampiões de rua queimavam óleo de mamona ou de baleia, e a cidade já contava com um parque público, o Jardim da Luz, que passaria por extensas reformas no final do século. 
Nesse período, à medida que a cidade se expandia em todas as direções, consolidava-se também um núcleo urbano moderno, em torno de alguns marcos simbólicos, como a Estação da São Paulo Railway e o Jardim da Luz. 
Ao seu redor instalaram-se bairros residenciais de elite - os Campos Elíseos -, com seus bulevares ao estilo parisiense, como a Avenida Tiradentes. 
Mas as estradas de ferro também permitiram que surgissem novos bairros populares ao lado da Estação da São Paulo Railway, como o Bom Retiro e o Brás, cujo povoamento foi reforçado pela instalação, nas proximidades, da Hospedaria dos Imigrantes. 
Também os edifícios públicos multiplicaram-se: assembléia, câmara, fórum, escolas, quartéis, cadeias, abrigos para crianças desamparadas. 
Dezenas de igrejas, conventos e mosteiros ainda continuavam, como nos tempos coloniais, a espalhar-se por toda parte. 
Na área cultural artistas de circo, atores de teatro, poetas e cantores começaram a consolidar seu lugar na cidade, junto com o primeiro jornal periódico.
Mas as transformações no período também assumiram outras facetas. 
A chegada de milhares de imigrantes, além de resolver o problema da mão-de-obra da lavoura cafeeira, permitiu maior ocupação do interior do Estado. 
Criaram-se as condições necessárias para que pequenas fábricas, subsidiárias do café, dessem os primeiros passos em direção à industrialização. 
Com o interior já integrado ao cenário do rápido crescimento da província, começou haver a preocupação com a construção de novas estradas, prevendo-se a interiorização dos cafezais e a prosperidade que seria sacramentada com a República. 
O fim do Império já estava selado quando foi declarada a Abolição da Escravidão em 1888. 
A perda de apoio das elites conservadoras, agravada pelas demandas do imperador com a Igreja, na chamada "Questão religiosa", e a crise no Exército após a guerra do Paraguai, origem da "Questão Militar", determinariam a queda de Dom Pedro II. 
Assim, ele seria deposto por um movimento militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 1889. 
Teve início então o primeiro período republicano no Brasil. 
Até 1930, a República é controlada pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A importância econômica do café produzido em São Paulo e do gado de Minas Gerais sustenta a "Política do Café-com-Leite", em que paulistas e mineiros, se alternam na presidência da República. Na verdade, São Paulo apenas mantinha o poder que conquistara com a consolidação das novas bases econômicas do país, nas últimas décadas do Império. 
A ferrovia puxava a expansão da cafeicultura, atraía imigrantes, e permitia a colonização de novas áreas, enquanto nas cidades a industrialização avançava, criava novos contornos urbanos, e abria espaço para novas classes sociais, o operariado e a classe média. 
Mais próspero do que nunca, e agora um Estado de verdade dentro da Federação, São Paulo via surgir a cada dia uma novidade diferente: a eletricidade substituía o lampião a gás; chegavam os primeiros carros (o primeiro de todos pertenceu ao pai de Santos Dumont, em 1891); cresciam as linhas de bondes elétricos; construíam-se na capital grandes obras urbanas, entre elas, o Viaduto do Chá e a Avenida Paulista.
A singularidade desse período, está na forma intensa com que tudo se multiplica, desde a imigração, que no campo sustenta a cafeicultura, até o desenvolvimento das cidades, que levam São Paulo a perder suas feições de província, e tornar-se a economia mais dinâmica do país. 
Todo o Estado paulista se transforma. 
Santos, Jundiaí, Itu, Campinas e diversas outras Vilas, passam a conviver com o apito das fábricas e com uma nova classe operária. 
As greves e as "badernas de rua" tornam-se assunto cotidiano dos boletins policiais, ao mesmo tempo que começa a saltar aos olhos a precariedade da infra-estrutura urbana, exigida pela industrialização. Um dos graves problemas passou a ser a geração de energia, centro de atenção das autoridades estaduais. 
Já em 1900, fora inaugurada a Light, empresa canadense e principal responsável pelo setor em São Paulo até 1970. 
O Estado passou a ter uma significativa capacidade de geração de energia, o que foi decisivo para o grande desenvolvimento industrial, verificado entre 1930 e 1940. 
Nessa nova conjuntura, mais de uma dezena de pequenas hidrelétricas começaram a ser construídas, principalmente com capital estrangeiro. 
Nesse período da Primeira República, a aristocracia cafeeira paulista vive o seu apogeu. 
Mas a Revolução de 1930 coloca fim à liderança da oligarquia cafeeira, trazendo para o primeiro plano os Estados menores da Federação, sob a liderança do Rio Grande do Sul de Getúlio Vargas. 
As oligarquias paulistas ainda promovem, contra o movimento de 1930, a Revolução Constitucionalista em 1932, mas são derrotadas, apesar da pujança econômica demonstrada pelo Estado de São Paulo. 
Em 1930, os trilhos de suas ferrovias chegavam às proximidades do rio Paraná, e a colonização ocupava mais de um terço do Estado. 
As cidades se multiplicavam. 
Socialmente, o Estado, com seus mais de um milhão de imigrantes, tornou-se uma torre de Babel, profundamente marcado pelas diferentes culturas trazidas de mais de 60 países. 
Mas na última década da República Velha, o modelo econômico e político que sustentava o predomínio de São Paulo, mostrava seu esgotamento. 
Após a Revolução de 1930, o país viveu um período de instabilidade que favoreceu a instalação da ditadura de Getúlio Vargas, período de oito anos que terminou juntamente com a Segunda Guerra Mundial, que abriu um período de redemocratização e a instalação da chamada Segunda República.
Entretanto, no plano econômico, o café superou a crise por que passou no início da década de 1930, e foi estimulado por bons preços durante a guerra, favorecendo a recuperação de São Paulo. 
Mas, agora, era a vez da indústria despontar, impulsionada, entre outros motivos, pelos capitais deslocados da lavoura. 
Logo, outro grande salto seria dado, com a chegada da indústria automobilística em São Paulo, carro-chefe da economia nacional desde a década de 1950. 
A partir daí, o Estado paulista se transformou no maior parque industrial do país, posição que continuou a manter, apesar das transformações econômicas e políticas vividas pelo Brasil. 
Foi em novembro de 1891, que o primeiro carro motorizado chegou em solo brasileiro. 
A bordo do navio Portugal, que aportou na cidade de Santos, um único exemplar de um Peugeot, comprado por 1.200 francos. 
O proprietário era um rapaz de dezoito anos, chamado Alberto Santos Dumont - o futuro Pai da Aviação -, que acabava de retornar da França com a família. 
Dumont já demonstrava que era um homem de visão. 
O automóvel se transformaria na maior mola propulsora da economia mundial. 
Se em 1891 existia somente um automóvel no Brasil, em 1904, 84 carros já eram registrados na Inspetoria de Veículos. 
Faziam fila na época, figuras ilustres da sociedade paulista: Antonio Prado Júnior, Ermelindo Matarazzo, Ramos de Azevedo, José Martinelli, e muitos outros. 
De olho nesse mercado, a empresa Ford decide em 1919, trazer a empresa ao Brasil. 
O próprio Henry Ford sentencia: "O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação". 
A primeira linha de montagem e o escritório da empresa, foram montados na rua Florêncio de Abreu, centro da cidade de São Paulo. 
Em 1925, foi a vez da General Motors do Brazil abrir sua fábrica no bairro paulistano do Ipiranga. Meses depois, já circulava o primeiro Chevrolet. 
Dois anos depois, a companhia inicia a construção da fábrica de São Caetano do Sul. 
Nessas alturas, o som das buzinas e o barulho peculiar dos motores, já fazem parte do cotidiano do paulista. 
Estradas são construídas em todo o Estado de São Paulo. 
O reflexo dessas iniciativas no aumento da frota de veículos, é surpreendente: entre 1920 e 1939, só no Estado de São Paulo, o número de carros de passeio salta de 5.596 para 43.657, e o de caminhões vai de 222, para 25.858. 
Entra o ano de 1940, e tem início a Segunda Guerra Mundial. 
As importações são prejudicadas, e a frota de veículos no Brasil vai ficando ultrapassada. 
As fábricas só montavam seus automóveis aqui, e não produziam suas peças. 
Era preciso desenvolver o parque automotivo brasileiro. 
O então presidente da República, Getúlio Vargas, proíbe a importação de veículos montados, e cria obstáculos à importação de peças. 
Foi Juscelino Kubitschek, presidente empossado em 31 de janeiro de 1956, que deu o impulso necessário à implantação definitiva da indústria automotiva, ao criar o Geia - Grupo Executivo da Indústria Automobilística. 
Em 28/9/1956, foi inaugurada, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a primeira fábrica de caminhões com motor nacional, da Mercedes-Benz. 
Juscelino Kubitscheck compareceu à cerimônia. 
O Brasil chega ao final de 1960, com uma população de 65.755.000 habitantes, e um total de 321.150 veículos produzidos desde o início da implantação do parque industrial automotivo. 
Mais de 90% das indústrias de autopeças, foram instaladas na Grande São Paulo. 
E foi no Estado de São Paulo que ficou instalado o maior parque industrial da América Latina, dando um importante impulso para o rápido crescimento econômico paulista. 
A revolução automotiva da década de 1950 trouxe ao Estado paulista tecnologia de ponta, empregos, desenvolvimento industrial, e uma nova relação de capital-trabalho, com o crescimento e fortalecimento dos sindicatos de classes. 
Hoje, o Estado produz mais de um milhão de veículos por ano.

Texto extraído de sites da internet 
Luciana Celestino dos Santos

 

JANDIRA

CONHEÇA JANDIRA
De Vila das Palmeiras a Jandira, a história da "Cidade Favo de Mel".
A história da formação de Jandira, município de 17,5 quilômetros quadrados a Oeste da Capital, passa pelos trilhos da extinta Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). 
A bordo de um trem da empresa, que mudou de nome para Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA), e é a atual Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), chegou o italiano Henrique Sammartino. 
O pioneiro adquiriu em 11 de abril de 1912 terras de Nicola Beneducci e Miguel Samarone, e as batizou de Sítio das Palmeiras, em alusão à existência de grandes árvores desta espécie no local.
Em 1925, a EFS inaugurou um posto de abastecimento de carvão no quilômetro 32 da via férrea. 
Em 20 de março de 1931, um posto telegráfico possibilitou formar o embrião da pequena Vila Jandira, então anexa ao município de Cotia. 
Nos anos de 1950, Jandira foi elevada a distrito de Cotia. 
Em 25 de janeiro de 1951, a União Pró-Jandira, entidade recém-criada, passou a atuar pela emancipação do distrito. 
Em 1958, houve um movimento de fusão de Jandira a Barueri, escorado pela lei 170/58, de 28 de abril de 1958, chamada de lei Quinquenal. 
A União Pró-Jandira, entretanto, manteve suas metas até conseguir, em 8 de dezembro de 1963, conquistar a autonomia.
A decisão terminou corroborada por plebiscito em 28 de fevereiro de 1964, homologado pelo então governador Adhemar de Barros, e esta passou a ser considerada como a data de fundação oficial do município. 
Pouco mais de um ano se passou quando, em 7 de março de 1965, Oswaldo Sammartino, filho de Henrique Sammartino, tomou posse como primeiro prefeito.
As primeiras escolas da Vila Jandira, na verdade pequenas salas de aula rurais, eram improvisadas em casas alugadas, distantes umas das outras. 
A primeira delas, criada em 1922, chamada de escolinha do km 32, funcionava em um casarão colonial localizado na chácara de Hipólita Santana de Figueiredo, às margens do rio Barueri Mirim. 
A primeira instituição de ensino oficial foi o Instituto José Manuel da Conceição (que encerrou suas atividades em 1969), tendo sido inaugurado em 8 de fevereiro de 1928.
Nos anos de 1930, foi constituída a primeira instituição pública de ensino, a Escolinha Mista da Parada Jandira. 
Na década de 1950, Jandira ganharia mais duas escolas, uma das quais instalada em galpão de madeira localizado na Praça Doutor Nilo de Andrade Amaral (hoje praça Anielo Gragnano). 
Essa escola, a mais importante do distrito, recebeu o nome de Grupo Escolar Professor Vicente Themudo Lessa. 
Em 1966, a unidade já estava saturada, obrigando à construção de um anexo no Jardim das Palmeiras, até ficar pronto, em 1973, o Centro Educacional de Jandira (atual EE Professor Vicente Themudo Lessa).

Abelhas e Lenha
Jandira faz limites com Barueri a Norte e a Nordeste, Carapicuíba a Leste, Cotia a Sul, e Itapevi a Oeste. 
Pertence à Região Metropolitana da Capital, microrregião de Osasco. 
A população estimada em 2017 somava 121.492 habitantes, considerando a área é de 17,5 km². 
O nome do município deriva do Tupi-Guarani e significa abelha melífera, já que nessa região havia muitas abelhas. 
O apelido de Jandira, justamente por esta característica, é "Cidade Favo de Mel".
Jandira é servida pelos trens da Linha 8/Diamante da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). 
Em seus primórdios, contudo, contava com rústicas estradas de terra batida, muitas das quais abertas por Henrique Sammartino, desde a chegada do patriarca, em 1912. 
Por elas trafegavam carros de boi escoando a produção dos sítios da região para ser comercializada na Estação de Barueri. 
Com o crescimento da extração de lenha para movimentar as locomotivas a vapor da EFS, os carros de boi passaram a também transportar lenha para Barueri, até março de 1925, quando a Sorocabana instalou um posto telegráfico no Distrito.
Dois anos depois, a empresa ferroviária iniciou a obra de uma estação (inaugurada em 20 de março de 1931) e de um desvio, em terreno doado por Henrique Sammartino, para carregamento de lenha, da produção agrícola, e tijolos da olaria do italiano. 
Esse desvio mais tarde seria desativado e sua área se tornaria a parte inicial da primeira rua do Distrito, a Conceição Sammartino.
Um tímido crescimento iniciou-se na década dos anos 1940, impulso que apenas se intensificou nas três décadas seguintes. 
Algumas imobiliárias começaram a lotear áreas do Distrito, o que trouxe a Jandira, em 1946, o primeiro topógrafo. 
Era José Albino Pereira, responsável por demarcação de ruas e de loteamentos. 
Nessa mesma época, já circulavam os primeiros automóveis e caminhões (que substituíram os carros de boi), estimulando a abertura de novas vias. 
Na década de 1950 a EFS pôs em funcionamento a estação Coração de Jesus (atual estação Sagrado Coração). 
O progresso continuava a chegar e, entre, 1948 e 1956, a Light instalou a rede elétrica no distrito.
Após a emancipação político-administrativa, já em 1964, a cidade ganhou um novo prédio para abrigar a estação ferroviária, cujas obras haviam começado em 1962, além de um departamento de trânsito, o SERMJ (Serviço Municipal de Estradas de Rodagem de Jandira). 
A construção da Auto Pista Oeste (atual rodovia Castello Branco) fortaleceu o crescimento industrial, mas Jandira não contou com rede telefônica até 1972. 
Os moradores se utilizavam de aparelhos públicos em Barueri, carência apenas suprida em 20 de dezembro, primeiro dia de serviços da filial da Companhia Telefônica Brasileira (CTB). 
O telefone da cidade ficava à disposição na praça Anielo Gragnano. 
Posteriormente, a CTB deu lugar à estatal paulista Telesp (atual Vivo), cuja sede segue ao lado da Escola Estadual Professor Vicente Themudo Lessa.
Outro importante acesso viário para Jandira, ficou pronto em 1973, a Via de Acesso SP-032/280 João de Góes. A estrada liga a rodovia Castello Branco ao município.
Em 1976 é inaugurada, pelo governo do Estado, a rede de abastecimento de água, além de um reservatório localizado no Jardim Sorocabano, capaz de atender a maior parte da cidade. 
O restante de Jandira, incluindo o distrito industrial do Jardim Alvorada, recebeu a rede o benefício em abril de 1983. 
Em 1977 a empresa Benfica Barueri Transporte e Turismo iniciou a operação das linhas de ônibus municipais, partindo da Praça Anielo Gragnano para os bairros de Sagrado Coração, Jardim Grabriela e Parque Santa Tereza.
O sistema viário jandirense, com o passar dos anos, passou a exigir maior fluidez. 
Já na década de 1980, então, ficou pronta a Via Expressa Mauri Sebastião Barufi, que vai até Itapevi. 
O centro de Jandira precisou ser reorganizado com a inauguração dos novos prédios das estações Jandira, em 1983, e Sagrado Coração, em 1987. 
O terminal rodoviário Intermunicipal, atualmente denominado Reverendo Virgílio dos Santos Rodrigues, é de 1986.
Apesar desses avanços, o acesso à rodovia Castello Branco, e ao Distrito Industrial era feito utilizando-se a passagem de nível sobre os trilhos da ferrovia, o que ocasionou muitos acidentes. 
A solução veio com as obras de um viaduto sobre os trilhos da FEPASA, em 1988, concluídas 10 anos depois. 
Já nos aos anos 1990, a cidade inauguraria a Estrada Intermunicipal Barueri – Itapevi, localizada na região sul de Jandira, e a Subestação de Eletricidade Sagrado Coração da Eletropaulo, que garante o abastecimento elétrico na cidade.

Famílias e filhos ilustres
João de Góes
Os registros iniciais da família Góes, uma das mais tradicionais de Jandira, são de 1904. 
Apontam que o casal Benedito Calungas de Góes e Maria Dias Vieira, com alguns filhos ainda pequenos, adquiriram terras no chamado Sítio do Itaqui, ou Sítio Góes. 
A propriedade, posteriormente vendida a padres salesianos, hoje concentra a Zona Industrial. 
João de Góes, o filho do casal, destacou-se por ter aberto, em 1937, uma venda na Estrada Velha de Itu, no antigo Jardim Bom Pastor, junto ao sítio dos padres salesianos. 
Na vida política, concorreu ao cargo de vice-prefeito da coligação PSP-PR-PL em chapa encabeçada por Clécio Soldé, para a primeira eleição do município, em 7 de março de 1965.
João de Góes morreu em 31 de agosto de 1975 e deixou entre outros legados, a fama de homem alegre, dedicado e prestativo aos mais humildes, organizador e orientador de festas.
Família Leite
Em 1909 mudou-se para Jandira o capitão João Domingues Leite, em companhia da esposa Saturnina Dias Leite. 
O casamento gerou Pedrina, João, Benedito, Querino, Pedro, Maria, Belmiro e Tereza. 
Toda a família residiu nas terras que, futuramente, passariam a ser Distrito de Cotia, e posteriormente o município de Jandira.
Massao Yamamoto
Massao Yamamoto, o patriarca da família, contava apenas seis anos, quando se mudou com a família para Jandira. 
Corria 1930. 
Os Yamamoto, primeiro, alugaram glebas do Colégio JMC para plantação, e moravam em casa de barro coberta com sapé. 
Desde criança Massao demonstrava adoração por máquinas, motores e pelo movimento do relógio, interesse que o fez tornar-se o primeiro jandirense dedicado à Mecânica. 
Por volta de 1942, como brasileiro naturalizado, alistou-se no Exército, e serviu como membro do Tiro de Guerra de um dos quartéis de Quitaúna, bairro hoje em território de Osasco, mas que àquela época ainda era vinculado à São Paulo.
Massao tornou-se dono de um terreno na atual Avenida Conceição Sammartino, e nele edificou a primeira oficina mecânica de Jandira, que naquele momento possuía apenas três automóveis.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Massao e o irmão Jorge adaptaram um motor para gerar energia ao colégio JMC. 
Por ter este espírito inventivo e curioso, os moradores de Jandira passaram, então, a buscar nele a resolução para problemas com relógios, bombas d'água, encanamentos e brinquedos. 
O mecânico ainda dispunha-se a atuar como ajudante em construção de casas, socorria doentes aos hospitais, e na ausência de farmácias no Distrito, também agia como enfermeiro, já que aplicava injeções, e procedia outros socorros. 
Em 18 de julho de 1976, Massao Yamamoto faleceu.
Egídio Joaquim de Oliveira
Veio para Jandira ainda pequeno. 
Herdou grande parte das terras do pai, homem que sempre trabalhou na lavoura. 
Adulto, ingressou no quadro de funcionários da EFS. 
Em virtude de um acidente ferroviário, aposentou-se em 1944, mas não parou de trabalhar. Aproveitando o que seria tempo livre, montou uma olaria no Sagrado Coração, e por meio da doação de tijolos ajudou a erguer muitas casas e prédios públicos.
Leopoldino dos Santos
O orador oficial da cidade, assim considerado pelo dom da oratória e entonação vocal, pisou em solo jandirense pela primeira vez em 1936. 
Leopoldino dos Santos tinha oito de idade na ocasião, mas já exibia o perfil de quem viria a lutar pela emancipação de Jandira. 
Em vida era considerado o historiador oficial do município, conforme título outorgado pelo Jornal Região Oeste, por meio de proposição do jornalista e professor Daniel Deusdedit Peluso.
João Balhesteiro
Em 1937 um homem destacava-se em terras arrendadas por Henrique Sammartino, plantando arroz, feijão, batatas e outros alimentos. 
Chamava-se João Balhesteiro, e mais tarde abriria a segunda casa comercial de Jandira, estabelecida por muitos anos, onde era a antiga olaria de Sammartino, ponto no qual hoje o Banco Bradesco mantém uma agência. 
Balhesteiro, a exemplo de vários de seus contemporâneos, batiza como forma de homenagem da municipalidade uma das principais avenidas da cidade.
Jorge Burger Júnior
Jorge Burger Júnior veio para Jandira em 1935 e apenas na EFS atuou por 30 anos. 
À frente das lutas pela emancipação, incentivava vizinhos e amigos a comprarem lotes em Jandira. Ficou conhecido entre eles, e pelas gerações posteriores pelos hábitos de caçar e de pescar.
Victor Cezar
Victor Cezar comprou um sítio onde plantava uvas, figos e outras culturas frutíferas, em 1939. 
Em 1955, após dividir as terras em dois grandes loteamentos, acabou lançando as sementes para a estruturação dos Bairros Jardim Marília e Vila Analândia. 
Considerado influente, contribuiu com os primeiros subprefeitos na abertura de novas estradas, obras de pontes e de escolas rurais. 
Os mais pobres sempre recebiam dele alimentação e outras formas de socorro.
Família Pires de Oliveira
Por volta de 1914, oriundos de Cotia, Mathias Pires de Oliveira, e a esposa Maria Vieira Gonçalves adquiriram o Sítio das Pitas, no qual trabalhavam como agricultores. 
Mathias e dona Maria Gonçalves legaram para Jandira: Adão, Benedita, José, Otávio, João, Jesus, Lucinda, Anésia, Francisca e Leontina. 
Partindo de Cotia, o pai transportava em carros de boi para São Paulo, gêneros alimentícios que abasteciam os centros consumidores da Capital. 
Mathias Pires e os filhos compartilhavam com Jorge Burger Júnior, o prazer pela caça, especialmente por pacas. 
Com sua morte, as terras familiares acabaram divididas pelos filhos. 
Apenas Adão manteve intacta a propriedade, localizada entre os Bairros do Jardim Belmont, Vila Rolim e Vila Mercedes. 
Este herdeiro faleceu em 27 de fevereiro de 2007.

Subprefeitos
Durante o período em que era Distrito de Cotia, Jandira teve os seguintes Subprefeitos: 
José de Albuquerque (1949-1952); 
José Alípio Sampaio (1952); 
Joaquim Nicolau Salum Filho (1952-1956); 
Anthero Correia de Godoy (1956-1958); e João Ribeiro (1958-1962).
Prefeitos
Oswaldo Sammartino (1965-1969)
Clécio Soldé (1969-1973)
Alan Kardec Roberto de Albuquerque (1973-1977)
Dorvalino Abílio Teixera (1977-1983)
José Roberto Piteri (1983-1988/1993-1996)
Walderi Braz Paschoalin (1988-1992/ 1996-2000/e 2009-2010)
Paulo Henrique Barjud (2001-2004/ 2005-2008)
Anabel Sabatine (2010 -2012)
Geraldo Teotônio da Silva (2013-2016)
Paulo Fernando Barufi da Silva (2017-2020)

https://www.jandira.sp.gov.br/

Texto extraído de sites da internet 
Luciana Celestino dos Santos 

ITAPEVI

SOBRE ITAPEVI - EMANCIPAÇÃO
Com origem Tupi Guarani, Itapevi, que significa pedra chata e lisa (Ita, “pedra”, e pevi, “chata e lisa”), surgiu como um bairro da cidade de Cotia, por volta de 1850, com a chegada dos primeiros moradores – a família Abreu.
Em 1875, o Imperador Dom Pedro II inaugura o que viria a ser um marco na história da cidade: a estação de trem de Cotia, em local que à época tinha apenas um rancho com cobertura de sapê.
Já no século XX, por volta de 1910, os Abreu passaram a fazer vizinhança com outras famílias que ganhariam notoriedade na história da cidade, como Roncagli, os Michelotti, os Chiamilera, os Belli, os Chaluppe, os Correia, e os Nunes.
Um deles, Joaquim Nunes Filho, que ficaria conhecido pelo apelido Nho Quim, tornaria-se um dos grandes entusiastas da emancipação de Itapevi. 
Seus primeiros esforços, resultaram na elevação do Bairro a Distrito de Cotia, em 12 de outubro de 1920.
Ao mesmo tempo, a estação de trem, referência do bairro, continuava com o nome da cidade de Cotia, dificultando a criação de uma identidade própria para os itapevienses. 
Além disso, a situação confundia os serviços postais, que tinham dificuldades em enviar correspondências para os endereços no Bairro de Itapevi.
Em 1940, chega ao bairro de Itapevi, o empresário Carlos de Castro. 
Ele adquire de Joaquim Nunes um grande área de terra, dando origem ao loteamento dos Bairros Parque Suburbano e Jardim Bela Vista, o que acelera o desenvolvimento local.
Carlos de Castro conseguiu, em 1945, que o então ministro Cardoso João Alberto, alterasse o nome da estação de trem de Cotia para Itapevi. 
O episódio foi motivo de grande festa para todos os habitantes do Bairro – e fomentou o espírito emancipacionista da população.
Pouco depois, iniciou-se um movimento pela autonomia do Distrito de Itapevi. 
Com participação popular maciça, a iniciativa foi idealizada por homens, como o próprio Carlos de Castro, Américo Christianini, Cezário de Abreu, Bonifácio de Abreu, Rubens Caramez, Raul Leonardo ,e José dos Santos Novaes, dentre tatos tantos outros.
Veio então o ano de 1958 quando, depois de muita pressão popular, um plebiscito seria realizado para decidir sobre a elevação do distrito à categoria de município, com poderes próprios.
A emancipação definitiva era questão de tempo.
No dia da votação, cerca de 900 pessoas optaram pela emancipação, contra apenas 30 que não desejavam a autonomia. 
Naquele mesmo ano, foi promulgada a lei que criaria, em 18 de Fevereiro de 1959, o município de Itapevi, que teve Rubens Caramez como seu primeiro prefeito.


Texto extraído de sites da internet 
Luciana Celestino dos Santos