Poesias

quarta-feira, 1 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 53

CAPÍTULO 53 

Com isso, animados, os pescadores prosseguiram em suas narrativas.
Lisongeados com o interesse dos turistas em conhecer suas lendas, os moradores da pequena Vila de Itamaracá, faziam questão de lhes contar tudo o que sabiam sobre o lugar.
E assim prosseguiram contando a lenda do ‘Anhangá’.
De acordo com Túlio, Anhangá, significa espectro, fantasma, duende, visagem.
Há Miranhanga, Tatu-anhanga, Suaçu-anhanga, Tapira-anhanga, isto é, visagem de gente, de tatu, de veado e de boi.
Em qualquer caso e qualquer que seja, visto, ouvido ou pressentido, o anhanga traz para aquele que o vê, ouve ou pressente, certo prenúncio de desgraça, e os lugares que se conhecem como freqüentados por ele são mal-assombrados.
Há também Pirarucu-anhanga, Iurará-anhanga, etc., isto é, duendes de pirarucu e tartaruga, que são o desespero dos pescadores, como os de caça o são do caçador. 52
Segundo o pescador, há muito tempo atrás, os antigos índios que habitavam a região temiam o Anhangá, por considerá-lo um mal espírito.
Isso por que, de acordo com antigas lendas, alguns índios, ao desobedecerem as ordens de Tupã, atraíram para si o mal espírito, que passou a persegui-los pelo resto de suas vidas.
De acordo com alguns pescadores, ainda se podia ver os índios percorrendo as matas, atormentados, tentando debalde, se livrarem da presença do Anhangá que tanto os aterrorizava.
Felipe ao ouvir a narrativa, comentou com os pescadores que a esta narrativa era conhecida deles, por que nos livros de história, se falava muito nos índios.
Os pescadores, ao ouvirem o comentário do viajante, ficaram impressionados.
Isso por que, o folclore da região ultrapassou fronteiras.
Tal fato os deixou profundamente envaidecidos.
-- Quer dizer então que estamos famosos? – perguntou um dos pescadores.
-- Sim. – respondeu Felipe.
Assim envaidecidos, continuaram a contar histórias.

52 (Stradelli, Vocabulário). Outras definições poderão ser encontradas no Dicionário do Folclore Brasileiro de Câmara Cascudo. 
É um dos mitos mais antigos do Brasil colonial, registrados pelos cronistas da época. 
Os padres Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Fernão Cardim, disseram-no um ente malfazejo. Jean de Lery chamou-o aygnhan. Hans Staden, 1557, diz que os indígenas “não gostam de sair das cabanas sem luz, tanto medo tem do diabo, a quem chamam ingange, o qual freqüentemente lhes aparece.” 

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.


COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 52

CAPÍTULO 52

Com isso, o pescador passou a contar a lenda do ‘Gunucô’.
Segundo ele Gunucê, é a divindade das florestas, e quer dizer fantasma.
Só aparece ou se manifesta uma vez por ano, salvo invocação para consulta prévia.
Em suas manifestações, num bamburral, aumentando e diminuindo de tamanho, ele só aparece aos homens que o recebe com trajos especiais.
Dá consultas, prevê os males e ordena observação de preceitos contra o que está para acontecer.
É santo pertencente à tribo dos tapas, e o nagô dá-lhe o nome de Ourixá-ô-cô. 51
Nas palavras de alguns dos pescadores, esta entidade era conhecida de Túlio, mas este, aborrecido com o comentário, mandou que o pescador se calasse.

51 Manuel Querino, Costumes Africanos no Brasil, 49).

DICIONÁRIO:
bamburral - substantivo masculinoBRASILEIRISMO•BRASIL 1. m.q. BAMBUAL.
2. ANGIOSPERMAS
subarbusto ( Hyptis umbrosa ) da fam. das labiadas, de folhas elípticas, ovadas ou cordiformes, flores roxas em espigas e fruto capsular pequeno [Ocorre no Brasil (N.E. ao S.E.), e as folhas têm vários usos medicinais.].

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

terça-feira, 23 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 51

CAPÍTULO 51 

Assim, ao falarem da ‘Gorjala’, Túlio salientou:
-- É um gigante preto e feio, que habita as serras penhascosas. A sua ferocidade é imensa. E feroz anda com as suas passadas imensas pelas ravinas, escarpas e grotões.
-- Quando encontra um indivíduo qualquer, mete-o debaixo do braço e vai comendo-o às dentadas! – emendou um dos pescadores. – Eu falo isso por que um dos meus companheiros de pescarias já viu esse monstro em ação. Escapou por um triz.
-- Outrora, muita vez, quando um explorador desaparecia nos lugares ínvios, desconhecidos, por ter tombado num despenhadeiro profundo ou por ter sido devorado por índios, os seus companheiros afirmavam que o Polifemo Gorjala o devorara às dentadas... Alguns seringueiros conhecem o Gorjala sob a forma do gigante batalhador, encouraçado de casco de tartaruga, chamado Mapinguari. – respondeu Túlio, encerrando a narrativa. 

DICIONÁRIO:
Ínvio - adjetivo 1. falto de vias, de caminhos. "í. florestas"
2. em que não se pode transitar; intransitável.

Polifemo, na mitologia grega, era um ciclope, filho de Posídon e da ninfa Teosa, vivia uma existência solitária em uma caverna próxima à Sicília (junto ao Etna), cuidando de ovelhas.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 50

CAPÍTULO 50 

No entanto, houve um momento em que o assunto retornou para a lenda do Boto.
Felipe ficara impressionado com a história que lhe contaram.
Curioso, queria saber mais sobre a lenda do Boto.
Foi então que seu Túlio começou a dizer que muitas vezes, ocorreram casos de gravidez suspeita no povoado.
Diversas vezes, as moças alegaram terem sido seduzidas pelo Boto.
Em alguns dos casos, uma das moças estava adormecida quando o Boto adentrou seu quarto, pulando pela janela.
Ao ouvir isso, Felipe perguntou:
-- E o que vocês fizeram, ao saber disso?
-- Procuramos algumas benzedeiras e um pajé, que mora numa aldeia indígena, afastada.
-- E isso resolveu o problema? – perguntou novamente Felipe, curioso.
-- Resolveu. Essa história aconteceu, numa época em que o Boto estava assediando muito, as mulheres jovens da vila. Certa vez, o bicho teve o desplante de ameaçar virar a embarcação em que estavam algumas moças, entre elas, uma mulher grávida. Por isso, tivemos o cuidado de procurar proteção para ver se nos livramos de tal criatura. Realmente, nossos jovens estiveram em grande perigo. Isso por que, nem só as mulheres são alvo do Boto, os homens também. Quando algum rapaz se interessa por uma moça que poderia ser a presa do monstro, ele pode vir a atacar para se vingar do desfeito. 
-- E quanto isso acontece, como os senhores fazem? – perguntou Fábio. 
-- Nós recomendamos ao rapaz que quando sair sozinho, seja para uma pescaria, ou qualquer outra coisa, que leve uma cabeça de alho como proteção. Isso afasta qualquer possibilidade de ataque. 
-- Curioso. Isso me faz lembrar dos vampiros. Tem uma certa semelhança. – comentou Agemiro. 
Ao ouvirem isso, os tapuios se interessaram pela história dos tais vampiros. 
Queriam saber o que havia de semelhante. 
E assim, os turistas tiveram que explicar que os vampiros também são repelidos com alho. 
Daí a semelhança entre as histórias. 
E nisso passaram-se as horas da animada noite. 
Em suas conversas com os moradores da vila, os turistas mencionaram que continuariam viajando por mais alguns meses. 
Comentaram ainda, que Felipe era um mitólogo, ou mitologista. 
Ao ouvirem isso, os moradores ficaram curiosos. 
Do que se tratava? 
Com isso, diante de tantas curiosidades, os turistas tiveram que explicar, que um mitólogo era um estudioso das tradições folclóricas, em especial da cultura popular brasileira. 
Enfim, das crendices do povo daqui. 
Disseram ainda, que Fábio era um botânico. 
Um estudioso da flora, das plantas. 
Agemiro era um biólogo, ou seja, um estudioso da vida, das formas de vida, dos seres vivos, e que por isso, vivia constantemente viajando e pesquisando os bichos. 
Já no que tange a Lúcio e Flávio, os dois eram, respectivamente, historiador e o outro químico.
Contudo, apesar de suas profissões, não estavam a trabalho. 
Mas dedicados que eram, não achariam nada mal descobrir algo que lhes ajudassem em suas respectivas carreiras. 
E assim, aproveitaram a viagem e o passeio, para documentarem tudo o que acontecia. 
E também, aproveitaram, para conquistar a confiança dos moradores do lugarejo, e conseguir que contassem suas histórias. 
Por esta razão, ao perceberem que os forasteiros estavam interessados em suas histórias, passaram a contar outras lendas.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 49

CAPÍTULO 49

Animados, passaram a falar, de Boiúna, ou Cobra Grande.
Para os pescadores, Boiúna é uma cobra gigantesca que vive no fundo dos rios, lagos e igarapés.
Segundo eles, possuí um corpo tão brilhante que é até capaz de refletir o luar.
Fato este deveras encantador.
Afinal de contas, uma criatura, capaz de reproduzir em suas formas, o esplendor do luar, é realmente,  um ser encantado.
Contudo, voltemos a lenda.
Seus olhos irradiam uma poderosa luz, que atraí os pescadores, que encantados, se aproximam pensando se tratar de um imenso barco.
No entanto, ao se aproximarem, percebem que se trata de uma armadilha, mas aí é tarde para retornarem, e acabam por virar alimento da Boiúna.
Para outros todavia, Boiúna, é uma descomunal serpente que habita lugares aquáticos, num ambiente denominado ‘Boiaçuquara’ ou ‘Morada da Cobra Grande’.
Mas, independente da visão que tenham sobre esta estranha criatura, todos dizem que, quando esta cobra grande fica velha, ela vem para a terra.
Porém, como é muito grande e desajeitada, necessita da ajuda de intermediários, para conseguir alimento fora d’água.
E neste caso, uma centopéia gigante, a auxilia em sua busca por alimentos.
Segundo os moradores do lugar, quando esta centopéia caminha, produz um som que mais parece o barulho, o tamborilar da chuva caindo.
Dizem ainda, que esta centopéia, mede mais de cinco metros.
Por isso, cautelosos, procuram não se aproximar, quando vêem algo suspeito.
Temerosos de que seja um artifício da Boiúna para os ludibriar, mais do que depressa, mudam seu caminho.
Nunca passam perto de algo suspeito.
E assim, entre histórias folclóricas e casos pitorescos, transcorreu a animada noite com os moradores da região.
Entusiasmados que estavam com a possibilidade de contar suas histórias para os turistas, passaram horas contando-lhes a crendices do lugar.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 48

CAPÍTULO 48

Agora no barco de Seu Nô apreciando as belas paisagens dos lugares próximo a vila de pescadores onde estavam hospedados, os turistas tinham que aproveitar todos os espetáculos que estavam sendo exibidos diante de seus olhos, e filmá-los e fotografá-los com o todo o cuidado para que ficassem para sempre registrados.
Como algumas várzeas estavam inundadas, os turistas puderam avistar algumas palafitas quase que pairando sobre as águas, lado a lado com o barco onde estavam.
Era uma imagem impressionante.
Com isso, algumas embarcações, como a montaria, apareceram no meio do percurso.
Rudimentares, traziam três pescadores dentro.
Também passearam por alguns iguarapés – pequenos braços do rio, entremeados por vegetação.
Como forma de celebrar a vida, alguns cetáceos, como o famoso boto cor-de-rosa, e alguns golfinhos, apareceram na região para se apresentar aos turistas.
E durante cerca de quinze minutos, fizeram uma exibição magnífica, para todos os que passavam de barco.
Extasiados com tanta beleza, os cinco turistas mal podiam acreditar que havia ainda algo a ser conhecido por eles.
Nisso, inesperadamente, surgiu, a uma certa distância, uma inacreditável figura de mulher, que entoava uma linda canção.
Curiosamente, a moça, parecia ter nascido nas águas, tamanha a destreza com que mergulhou, depois de algum tempo.
Horrorizado, Seu Nô, pescador de profissão, e morador da Vila de Itamaracá, assim que viu a misteriosa aparição, tratou de imediatamente, mudar a rota do barco.
Os turistas, ao perceberem que o pescador fugia da estranha mulher, foram logo o interrogando.
Afinal de contas, do que se tratava a estranha figura?
E assim, desnorteado, sem saber o que responder, acabou dizendo:
-- Eu não sei ... acho que era a Iara.
Ao ouvirem isso, ficaram todos estupefatos.
Afinal de contas, diante de tudo o que puderam ver, não poderiam mais dizer que não acreditavam de todo nessas crendices.
Até porque, poderia não ser a Iara de que tanto falavam, mas, o que justificaria a presença de uma bela mulher nadando naquela profundidade e ... sozinha?
Realmente, só poderia ser uma figura mítica.
Nenhum ser humano seria capaz de nadar naquela profundidade com tanta destreza e segurança, mesmo em meio a uma fraca correnteza, como todos viram.
Tal proeza, não era um ato humano.
Diante disso, não restou outra alternativa aos cinco turistas, senão acreditarem que se tratava da Iara, uma figura lendária que habitava as águas da região do amazonas.
E assim, voltaram para o povoado e comentaram admirados, que tiveram a impressão de terem visto algo parecido com a Iara, Mãe d’água.
Impressionados, os habitantes do vilarejo então lhes disseram:
-- Então agora vocês acreditam, que tudo o que nós contamos, não são somente lendas. São acontecimentos verdadeiros.
-- Sim, acreditamos. Talvez não seja de todo equivocada, a idéia que vocês fazem sobre certas tradições. – comentou Fábio, um dos turistas. -
- Vocês estavam certos. Realmente algo muito estranho aconteceu em nossa travessia de barco pelos rios da região. E o que aconteceu, não era humano. – emendo Felipe, impressionado.
-- Desculpem-nos. Não tínhamos o direito de fazer troça com suas crenças. – continuou Agemiro. Com isso, diante dos formais pedidos de desculpas, os moradores da Vila de Itamaracá, mais que depressa concordaram com estas, e passaram a contar outros ‘causos’, para os visitantes.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 47

CAPÍTULO 47

Em contraste com a bela visão da cidade de Manaus, as palafitas davam a exata dimensão da diversidade do Brasil.
Sim por que em passeio pela cidade, visitaram belas construções, entre elas o Teatro Amazonas, construída com materiais europeus – entre eles marfim e jacarandá –, cartão de visitas do lugar.
Avistá-lo defronte ao imponente chafariz, feito com grandiosas esculturas, o famoso teatro, era a síntese do ciclo da borracha no início do século XX.
Além disso, a famosa cidade, é internacionalmente conhecida como um entreposto comercial, sobretudo em virtude da criação da Zona Franca de Manaus, onde muitos equipamentos eletrônicos são produzidos.
A cidade também conta ainda, com outras belíssimas edificações, como a Matriz de São Sebastião – uma belíssima igreja – e o Monumento à Abertura dos Portos ao Comércio Mundial, defronte a construção.
Envolto em escadas, o monumento embeleza ainda mais a igreja, que rústica, contrasta com a imponência do mesmo.
Ao longe, avistaram a Refinaria de Petróleo da Amazônia, um importante posto de trabalho na região.
Já no setor comercial da cidade, conheceram também, a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, uma igualmente bela construção da cidade.
Visitaram também o Mercado Municipal, o Museu Indígena Salesiano, entre outros pontos turísticos para depois se aventurarem em outras regiões deste magnífico estado.
No tocante a isso, cumpre salientar, que antes de aportarem por cá, os cincos turistas haviam passado antes pelo Porto Fluvial de Manaus e embarcado num dos famosos barcos – as Gaiolas –, da região, repletos de rede e turistas, tudo para poderem chegar naquela pequena vila.
Encantados com o magnetismo do lugar, ficaram admirados com o festival de cores que as redes promoviam para seus olhos, bem como a criatividade dos manauaras para se acomodarem em pequenos espaços.
Era realmente incrível.
No entanto, a viagem ainda não havia acabado.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.