Poesias

sexta-feira, 19 de junho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 28

CAPÍTULO 28

O pajé também falou de Añá, que é o deus do puro mal.
É o espírito mau por excelência.
Molesta os homens e arrasta as crianças que brincam junto das fontes.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 27

CAPÍTULO 27

Depois, o pajé passou a falar sobre o Ahó Ahó.
Ahó Ahó, era um grande animal de pêlo farto e veludoso.
Algumas vezes parecia-se como uma ovelha, outras como um urso.
Perseguia e devorava os indivíduos que se perdiam nas florestas.
Escapavam apenas os que subiam a uma palmeira, por ser esta a árvore sagrada do Calvário.
Se, entretanto, subisse em qualquer outra árvore, o Ahó Ahó cavava junto às raízes, até derrubar o vegetal.
Quando esta batia ao chão, ele devorava a vítima.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.


COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 26

CAPÍTULO 26 

Após, o pajé passou a contar a ‘Lenda do Acutipupu’:
Acutipupu, era uma mulher-homem que habitava entre a gente da Serra do Japó.
"Acutipuru paria crianças fêmeas, bonitas como as estrelas do céu.
Quando emprenhava as mulheres - na sua função de homem -, estas pariam crianças machos bonitos como o sol.
Teve uma filha, Erem, gerada por Uaiú, que então andava na Serra do Japó impondo a lei de Jurupari.
Um dia Uaiú quis fazer amor com a filha Erem.
Ela recusou-se, fugiu.
Casou-se com um chefe, Cancelri, que originou uma guerra que terminou com o extermínio de sua gente".

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 25

CAPÍTULO 25

 Ao falar do Matuiú, o pajé comentou que:
São indígenas fabulosos que tinham os pés invertidos, com os calcanhares para frente.
Trata-se de uma nação de “gente onde todos têm os pés para trás, de modo que quem não os conhecendo, quisesse seguir as suas pegadas, caminharia sempre em direção contrária à deles.
Chamam-se mutayús e são tributários destes Tupinambás”.29
“Outra é de casta de gente que nasce com os pés às avessas, de maneira que quem houver de seguir seu caminho, há de andar ao revés do que vão mostrando as pisadas, chamam-se matuiús.”30
Se fala também, nos homens que andam com velocidade extrema e tendo os pés ao contrário.31
Ambrosetti para os Caingangues e Urbino Viana para os Xerentes descrevem um calçado de tecido de palha, deixando um rastro de mentira, ocultando a direção exata dos indígenas.32

29 O primeiro a registrá-los foi o Jesuíta Cristóbal de Acuña em 1639, descendo o rio Amazonas, citando-os. (Descobrimentos do Rio das Amazonas, 263, S. Paulo, 1941). 
30 O padre Simão de Vasconcelos, divulgou-os em: Crônica da Companhia de Jesus no estado do Brasil e do que Obraram seus filhos nesta Parte do Novo Mundo, lib. I, cap. 31, 20, Rio de Janeiro, 1864. Essa pegada inversa determinou ferraduras ao contrário para os animais enganarem os perseguidores. Nos romances do séc. XV e XVI espanhóis e franceses (do Sul), encontraram-se os cavalos ferrados como os matuiús tinham os calcâneos. No séc. XVIII o contrabandista francês Louis Mandrin possuía, para suas cavalgaduras, les fers à rebours. 
31 Aulo Gélio (Noites Áticas, IX, IV). “Alius item esse homines apud eamdem caeli plagam, singulariae velocitatis, vestigia pedum habentes retro porrecta, non, ut caeteorum hominum, prospectantia.” Santo Agostinho se refere a esses monstros no De Civitate Dei, Ib. XVI, cap. VII... “quibusdam plantas versas esse post crura.” A Crônica de Nuremberg, 1492, chama-os de Opistópodos. 
32 (“Los Índios Kaingángue”, 322, Revista del Jardin Zoológico, II, Buenos Aires, 1894; Urbino Viana, “Akuen ou Xerentes”, 39, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 100, vol. 155). Luís da Câmara Cascudo, Dante Alighieri e a Tradição Popular no Brasil, “Os Matuiús Dantescos”, 80-82, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1963. É o castigo dos adivinhos e mágicos, a marcha invertida, Inferno, XX, 12-13-15.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.


COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 24

CAPÍTULO 24 

No que se refere ao Motucu:
Este é uma entidade misteriosa e malévola dos indígenas Manaus, Aruacos do Rio Negro, Amazonas.
O Motucu vive nas florestas e tem os pés virados como o Curupira ou o Matuiú.
Uma das principais fábulas provindas dos Manaus é a do Motucu, ou demônio dos pés virados, cujas perenes jornadas faziam-se por intermináveis atalhos, incendiando florestas e deixando após somente rochas estéreis.28

28 (Pelo Rio-mar, Missões Salesianas do Amazonas, 24, Rio de Janeiro, 1933).

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 23

CAPÍTULO 23

Já em relação ao Matintapereira ou Mati, mati-taperê.
Este é o nome de uma coruja, que se considera agourenta.
Quando, a horas mortas da noite, ouvem cantar a mati-taperê, quem a ouve e está dentro de casa, diz logo:
Matinta, amanhã podes vir buscar tabaco, desgraçado.26
Quem na manhã seguinte chega primeiro àquela casa, será ele considerado como o mati.
A razão é que, segundo a crença indígena, os feiticeiros e pajés se transformam neste pássaro para se transportarem de um lugar para outro, e exercer suas vinganças.
Outros acreditam que o mati é uma maaiua, e então o que vai à noite gritando agoureiramente é um velho ou uma velha de uma só perna, que anda aos pulos.”27
A Matintapereira é uma modalidade do mito do saci-pererê, na sua forma ornitomórfica.
A matintapereira não é realmente uma coruja, como pensava Stradelli, mas um cuculida, Tapera naevia, Lin, também conhecido como Sem-fim e Saci.

26 Deixou escrito Max. J. Roberto, profundo conhecedor das coisas indígenas.
27 (Stradelli, Vocabulário da Língua Geral, 518).

Trecho do texto: "O mito tem procedência ameríndia, de fonte tupi-guarani. Teria sido, primitivamente, um mito ornitomórfico: pássaro encantado e, ainda hoje, em diversas versões, o saci é uma ave. Transformou-se, depois, no mito antropomórfico do negrinho de um pé só que caracteriza sua forma mais popular."

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 22

CAPÍTULO 22 

No que tange o Mapinguari. Trata-se de um animal fabuloso, semelhando-se ao homem, mas todo cabeludo.
Os seus grandes pêlos o tornam invulnerável à bala, exceção da parte correspondente ao umbigo.
Segundo a lenda, é ele um terrível inimigo do homem, a quem devora.
Mas devora somente a cabeça.
De um velho tuxaua, já semi-civilizado, sabe-se que estava o antigo rei da região.22
J. da Silva Campos fixou a versão do rio Purus, Amazonas:
“Um Mapinguari, aquele macacão enorme, peludo que nem um coatá, de pés de burro, virados para trás, trazia debaixo do braço o seu pobre companheiro de barraca, morto, estrangulado, gotejando sangue.
O monstro, com as unhas que pareciam de uma onça, começou a arrancar pedaços do desgraçado e metia-os na boca, grande como uma solapa, rasgada à altura do estômago.23
Francisco Peres de Lima descreve o Mapinguari no Acre:
“...este animal deriva-se dos índios que alcançaram uma idade avançada, transformando-se em um monstro das imensas e opulentas florestas amazônicas - ao qual dão o nome de Mapinguari.
O seu tamanho é de um metro e oitenta, aproximadamente, a sua pele é igual ao casco de jacaré, os seus pés idênticos aos de uma mão de pilão, ou de um ouriço de castanha”.24
Fácil é ver o processo de convergência para o Mapinguari, gigante antropófago que vai tomando as características do Gorjala, do Pé-de-Garrafa, a invulnerabilidade, os pés invertidos do Curupira e Matuiú, etc.
O Mapinguari continua assombrando pelas matas do Pará, Amazonas e Acre.25

22 (Mário Guedes, Os Seringais, 221-222, Rio de Janeiro, 1920).
23 (Basílio de Magalhães, “Contos e Fábulas Populares na Bahia” in O Folclore no Brasil, 321-322). 24 (Folclore Acreano, 103, Rio de Janeiro, s.d. [1938]).
25 No seu aspecto primitivo é idêntico ao Khoungouraissou, que o Coronel Prjévalki ouviu descrever no Han Sou, na Mongólia. Luís da Câmara Cascudo, Geografia dos Mitos Brasileiros, “Ciclo dos Monstros”.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
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