Poesias

sábado, 14 de março de 2020

A Revolta do Juazeiro

Nos idos de 1911, estourou um confronto armado entre as oligarquias cearenses e o governo federal, conhecido como Revolta do Juazeiro.
O conflito teve início quando o padre Cícero Romão Batista, eleito prefeito de Juazeiro do Norte com o apoio dos grandes fazendeiros locais, promoveu o chamado Pacto dos Coronéis, para assegurar a permanência da família Acioli no governo cearense.
Dezessete dos principais chefes políticos da região do Cariri forçaram a Assembléia Legislativa a rejeitar o nome de Franco Rabelo, escolhido pelo presidente Hermes da Fonseca para governar o estado.
Para garantir a decisão, os fazendeiros armaram centenas de sertanejos, que rumaram para a capital, onde foram contidos por forças federais.
Franco Rabelo, renunciou e o Presidente da República nomeou o General Saturnino de Carvalho Interventor do estado.
Com isso, o padre Cícero, ou Padim Ciço, aumentou sua influência sobre a população sertaneja, que o considerava um santo milagroso.
Após sua morte, em 1934, essa fama se espalhou pelo Norte e Nordeste do país.

Luciana Celestino dos Santos
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segunda-feira, 9 de março de 2020

Revolta da Chibata

Em 1910, ocorreu a Revolta da Chibata, ou Revolta dos Marinheiros, em unidades da Marinha no Rio de Janeiro.
Os rebelados queriam a aprovação do projeto de anistia em discussão no Congresso, para o cumprimento da lei de aumento de seus vencimentos, a redução da jornada de trabalho e o fim de castigos corporais na marinha.
Grupos de marinheiros liderados pelo gaúcho João Candido assumiram o controle de algumas embarcações da Marinha de Guerra, ancoradas na Baía de Guanabara, na madrugada de 22 para 23 de novembro.
O governo do presidente Hermes da Fonseca (1910 à 1914) prometeu, inicialmente, atender às reivindicações, mas acabou recusando conceder a anistia aos rebelados, reprimindo-os.
Como conseqüência, os revoltosos foram presos, e João Candido foi para as masmorras da Marinha.

Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta da Vacina

No ano de 1904, o movimento popular conhecido como Revolta da Vacina, teve início no Rio de Janeiro, após a aprovação da lei, que tornou obrigatória a vacinação contra a varíola.
Cinco dias após, a oposição criou, a Liga Nacional contra a Vacina Obrigatória.
Surgiram conflitos entre populares, principalmente do Morro da Saúde, e a força policial.
Na raiz da revolta, estava a reurbanização do centro da cidade, feita pelo Presidente Pereira Passos, com o apoio do Presidente Rodrigues Alves.
A falta de saneamento básico do Rio de Janeiro, na época a maior cidade brasileira, deixava os 720 mil habitantes vulneráveis a epidemias de febre amarela, varíola e outras moléstias.
Por esta razão, uma reforma sanitária foi conduzida pelo cientista Osvaldo Cruz, Chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública.
Com isso, parte da população foi removida dos cortiços e morros centrais para bairros distantes e reagiram às medidas.
Os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se rebelaram contra o governo federal, que ordenou o bombardeio dos Morros da Saúde.
Em 16 de novembro, o Presidente revogou a lei e, no dia seguinte, a polícia, com a ajuda do Exército e da Marinha, ocupou o local, acabando com a revolta.

Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta de Canudos

Em 1897, após intensos e sangrentos combates, as tropas federais destruíram o Arraial de Canudos, no norte da Bahia, criado por Antônio Conselheiro.
Depois de passar anos pregando pelo sertão, Conselheiro reuniu um grupo de seguidores e fundou o Arraial, em 1893.
Enquanto construía a cidade e organizava o sistema de produção, baseado no trabalho coletivo, o beato continuou sua pregação.
Proclamando uma nova era, endureceu suas críticas a Igreja Católica e a República.
Recusou o pagamento de impostos, e rejeitou o casamento civil.
Por conta disso, Canudos começou a ser visto como um reduto de rebeldes monarquistas e desordeiros, que precisava ser eliminado.
Em razão disso, duas expedições foram enviadas, pelo governo baiano entre 1896 e 1897.
Ambas malograram.
Outras duas, organizadas pelo exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, destruíram Canudos.
Ao lado de Antônio Conselheiro, morreram milhares de combatentes, restando cerca de quatrocentos prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
Este sangrento episódio deu origem ao livro ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha.
Reelaborando seus relatos da guerra para o jornal ‘A Província de São Paulo’ (atual O Estado de São Paulo), o autor denunciou a ação do governo como massacre, um crime da República.

Luciana Celestino dos Santos
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A República do Café com Leite – República Velha

Durante os anos de 1894 à 1898, o Republicano Histórico Prudente José de Moraes e Barros governou o país, inaugurando as fases dos governos civis e a sucessão dos presidentes eleitos pelo Partido Republicano Paulista.
Formado pelas oligarquias paulistas, mineira e fluminense, o núcleo central controlava as eleições, fazia presidentes e dominava o país.
Durante a República Velha, dois partidos tinham importância: o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).
Até 1930, eles se revezavam no poder, num arranjo conhecido, como política dos governadores.
Foi nesse cenário que surgiu a República do Café-com-Leite.
Com a importância econômica do café produzido em São Paulo e do leite de Minas Gerais, surgiu uma aliança que sustentou esta famosa política, na qual paulistas e mineiros se revezavam no poder.
Durante a República Velha, nem o governo do Marechal Hermes da Fonseca (1910 à 1914), dominado pelo Senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de salvações nacionais, conseguiu minar essa aliança.
Diante disso, surgiram os primeiros abalos em 1918, quando o paulista Rodrigues Alves, eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás, morreu antes da posse.
Isso por que, paulistanos e mineiros não chegaram a um acordo para sua substituição.
Por conta disso, lançaram o paraibano Epitácio Pessoa, que governou até 1922.
O seguinte, foi o mineiro Artur Bernardes, que também não alcançou unanimidade entre paulistas e mineiros.
Ele governou o país sob Estado de Sítio, tendo de enfrentar as Revoltas Tenentistas.
No entanto, esta política só acabou quando o presidente Washington Luís, lançou o paulista Júlio Prestes como candidato a sua sucessão, no lugar de um mineiro, e abriu caminho para a Revolução de 1930.
No ano de 1898, o paulista Campos Salles foi eleito para presidente e governou até o fim do mandato, em 1902, montando o esquema conhecido como Política dos Governadores.
Por meio deste, o Presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os Governadores apoiavam seu indicado, nas eleições presidenciais.

Luciana Celestino dos Santos
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Revolução Federalista

Entre os idos de 1893 à 1895, as principais facções políticas do Rio Grande do Sul, disputavam o poder.
Foi nesse cenário, que surgiu o movimento conhecido como Revolução Federalista, o qual tinha de um lado o Partido Federalista – que reuniu a velha elite do Partido Liberal do Império, sob a liderança de Gaspar da Silveira Martins –, e de outro o Partido Republicano Rio Grandense – dos Republicanos Históricos, comandado por Júlio de Castilhos.
A disputa decorria do fato de os Republicanos queriam manter o poder, ancorados em bases eleitorais das cidades litorâneas e na serra.
Já os Federalistas, representantes dos interesses dos estancieiros da campanha, lutavam pela reforma da Constituição do estado para impedir a perpetuação de rivais no poder.
Em 1893, ano da sucessão do governo estadual, os Federalistas, chamados Maragatos, iniciaram sangrento conflito com os Republicanos chamados de Chimangos ou Pica-Paus.
Nesse conflito, os combates transformaram-se em guerra civil.
O Presidente Floriano Peixoto recusou o pedido dos Maragatos de intervenção federal no estado, e apoiou os Pica-Paus.
Os Maragatos avançaram sobre Santa Catarina e se uniram aos rebeldes da Revolta da Armada.
Os mesmos, chegaram a tomar Curitiba, mas recuaram por falta de recursos.
Em de 1895, o novo Presidente, Prudente de Moraes, conseguiu um acordo de paz e anistia para os participantes do movimento.

Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta da Armada

Em 1893 à 1894, ocorreu a Revolta da Armada, movimento realizado, contra a tomada de posse pelo Vice Floriano Peixoto, da Presidência da República.
Os revoltosos queriam a convocação de novas eleições, como estava previsto.
Isso porque a Constituição previa nova eleição, caso a Presidência ou a Vice-Presidência ficassem vagas, antes de decorridos dois anos de mandato.
O movimento começou no Rio de Janeiro e se estendeu pela região Sul.
Entre os revoltosos figuravam, os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandelkok e Custódio de Melo, ex-Ministro da Marinha e candidato declarado a sucessão de Floriano.
Desse conflito, muitos militares também participaram.
A Armada estava descontente com o pouco prestígio da Marinha se comparado ao Exército.
Entrementes, os revoltosos não conseguiram o apoio necessário.
Isso por que, Floriano adquiriu novos navios no exterior, e com eles derrotou a revolta, seis meses depois de seu início.

Luciana Celestino dos Santos
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