Poesias

segunda-feira, 9 de março de 2020

A Revolta de Canudos

Em 1897, após intensos e sangrentos combates, as tropas federais destruíram o Arraial de Canudos, no norte da Bahia, criado por Antônio Conselheiro.
Depois de passar anos pregando pelo sertão, Conselheiro reuniu um grupo de seguidores e fundou o Arraial, em 1893.
Enquanto construía a cidade e organizava o sistema de produção, baseado no trabalho coletivo, o beato continuou sua pregação.
Proclamando uma nova era, endureceu suas críticas a Igreja Católica e a República.
Recusou o pagamento de impostos, e rejeitou o casamento civil.
Por conta disso, Canudos começou a ser visto como um reduto de rebeldes monarquistas e desordeiros, que precisava ser eliminado.
Em razão disso, duas expedições foram enviadas, pelo governo baiano entre 1896 e 1897.
Ambas malograram.
Outras duas, organizadas pelo exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, destruíram Canudos.
Ao lado de Antônio Conselheiro, morreram milhares de combatentes, restando cerca de quatrocentos prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
Este sangrento episódio deu origem ao livro ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha.
Reelaborando seus relatos da guerra para o jornal ‘A Província de São Paulo’ (atual O Estado de São Paulo), o autor denunciou a ação do governo como massacre, um crime da República.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A República do Café com Leite – República Velha

Durante os anos de 1894 à 1898, o Republicano Histórico Prudente José de Moraes e Barros governou o país, inaugurando as fases dos governos civis e a sucessão dos presidentes eleitos pelo Partido Republicano Paulista.
Formado pelas oligarquias paulistas, mineira e fluminense, o núcleo central controlava as eleições, fazia presidentes e dominava o país.
Durante a República Velha, dois partidos tinham importância: o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).
Até 1930, eles se revezavam no poder, num arranjo conhecido, como política dos governadores.
Foi nesse cenário que surgiu a República do Café-com-Leite.
Com a importância econômica do café produzido em São Paulo e do leite de Minas Gerais, surgiu uma aliança que sustentou esta famosa política, na qual paulistas e mineiros se revezavam no poder.
Durante a República Velha, nem o governo do Marechal Hermes da Fonseca (1910 à 1914), dominado pelo Senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de salvações nacionais, conseguiu minar essa aliança.
Diante disso, surgiram os primeiros abalos em 1918, quando o paulista Rodrigues Alves, eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás, morreu antes da posse.
Isso por que, paulistanos e mineiros não chegaram a um acordo para sua substituição.
Por conta disso, lançaram o paraibano Epitácio Pessoa, que governou até 1922.
O seguinte, foi o mineiro Artur Bernardes, que também não alcançou unanimidade entre paulistas e mineiros.
Ele governou o país sob Estado de Sítio, tendo de enfrentar as Revoltas Tenentistas.
No entanto, esta política só acabou quando o presidente Washington Luís, lançou o paulista Júlio Prestes como candidato a sua sucessão, no lugar de um mineiro, e abriu caminho para a Revolução de 1930.
No ano de 1898, o paulista Campos Salles foi eleito para presidente e governou até o fim do mandato, em 1902, montando o esquema conhecido como Política dos Governadores.
Por meio deste, o Presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os Governadores apoiavam seu indicado, nas eleições presidenciais.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Revolução Federalista

Entre os idos de 1893 à 1895, as principais facções políticas do Rio Grande do Sul, disputavam o poder.
Foi nesse cenário, que surgiu o movimento conhecido como Revolução Federalista, o qual tinha de um lado o Partido Federalista – que reuniu a velha elite do Partido Liberal do Império, sob a liderança de Gaspar da Silveira Martins –, e de outro o Partido Republicano Rio Grandense – dos Republicanos Históricos, comandado por Júlio de Castilhos.
A disputa decorria do fato de os Republicanos queriam manter o poder, ancorados em bases eleitorais das cidades litorâneas e na serra.
Já os Federalistas, representantes dos interesses dos estancieiros da campanha, lutavam pela reforma da Constituição do estado para impedir a perpetuação de rivais no poder.
Em 1893, ano da sucessão do governo estadual, os Federalistas, chamados Maragatos, iniciaram sangrento conflito com os Republicanos chamados de Chimangos ou Pica-Paus.
Nesse conflito, os combates transformaram-se em guerra civil.
O Presidente Floriano Peixoto recusou o pedido dos Maragatos de intervenção federal no estado, e apoiou os Pica-Paus.
Os Maragatos avançaram sobre Santa Catarina e se uniram aos rebeldes da Revolta da Armada.
Os mesmos, chegaram a tomar Curitiba, mas recuaram por falta de recursos.
Em de 1895, o novo Presidente, Prudente de Moraes, conseguiu um acordo de paz e anistia para os participantes do movimento.

Luciana Celestino dos Santos
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A Revolta da Armada

Em 1893 à 1894, ocorreu a Revolta da Armada, movimento realizado, contra a tomada de posse pelo Vice Floriano Peixoto, da Presidência da República.
Os revoltosos queriam a convocação de novas eleições, como estava previsto.
Isso porque a Constituição previa nova eleição, caso a Presidência ou a Vice-Presidência ficassem vagas, antes de decorridos dois anos de mandato.
O movimento começou no Rio de Janeiro e se estendeu pela região Sul.
Entre os revoltosos figuravam, os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandelkok e Custódio de Melo, ex-Ministro da Marinha e candidato declarado a sucessão de Floriano.
Desse conflito, muitos militares também participaram.
A Armada estava descontente com o pouco prestígio da Marinha se comparado ao Exército.
Entrementes, os revoltosos não conseguiram o apoio necessário.
Isso por que, Floriano adquiriu novos navios no exterior, e com eles derrotou a revolta, seis meses depois de seu início.

Luciana Celestino dos Santos
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A Segunda Constituição

No ano de 1891, foi promulgada a segunda Constituição pelo Congresso Constituinte.
Ela tinha espírito liberal, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos.
Antes de ser apreciado pela Assembléia Constituinte, o projeto foi elaborado por Rui Barbosa.
A Primeira Constituição da República e a Segunda do Brasil, estabeleceu o Presidencialismo, conferiu maior autonomia aos estados da federação, e garantiu liberdade partidária.
Também instituiu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de quatro anos.
O voto se tornou universal e não secreto para homens acima de 21 anos e vetado a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos.
A nova Constituição determinava a separação entre o Estado e a Igreja Católica e eliminou o Poder Moderador.

Luciana Celestino dos Santos
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O Anarquismo

No ano de 1890, a principal experiência anarquista no país foi a Colônia Cecília, instalada por imigrantes italianos, em terras que haviam sido doadas por Dom Pedro II em Palmeira, no Paraná.
Giovanni amava Éleda, que era casada com Aníbal, que era amigo de Giovanni.
Esse triângulo amoroso foi debatido entre os integrantes da Colônia Cecília que, além de uma nova organização política e social, desejavam conquistar diferentes formas de relacionamento amoroso.
Surgido na Europa entre os séculos XVII e XVIII, o anarquismo chega ao Brasil trazido pelos imigrantes europeus por volta de 1850.
Durante parte da República Velha, tornou-se a ideologia predominante no movimento operário, principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Para os anarquistas, a sociedade devia se organizar sem nenhuma forma de autoridade imposta.
Defendiam a organização sindical autônoma, a extinção do Estado – que consideravam uma força coercitiva –, da Igreja e da propriedade privada.
Também era contrários a qualquer atuação político-partidária, preferindo divulgar suas idéias por meio de jornais, revistas, livros e planfletos.
A ascensão dos comunistas na Rússia, em 1917, favoreceu o crescimento do comunismo no meio operário brasileiro a fez com que o Anarquismo perdesse seu espaço.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A Proclamação da República

No ano de 1889, o Primeiro Período Republicano do Brasil, também chamado de República Velha, era controlado pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Aos 15 de novembro de 1889, todavia, foi proclamada a república, pelo Marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro.
Esse movimento político-militar, acabou com a monarquia e instaurou no país, uma República Federativa.
Contudo, a campanha política que resultou na inauguração do novo sistema de governo, durou quase 20 anos.
Por via de conseqüência, a família real partiu para Portugal e o Marechal assumiu a chefia do governo provisório.
O Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do governo provisório, entrou em conflito com as lideranças civis representadas no Congresso, descontentes com sua política econômica, e resistiu à convocação da Assembléia Constituinte, que aconteceu mesmo assim.
Sua eleição para Presidente, o Primeiro da história do Brasil, em 1891, foi garantida pela pressão dos militares sobre o Congresso.
Ele tentou vencer a oposição, articulando um Golpe de Estado, mas enfrentou resistência do próprio exército, chefiada pelo Vice-Presidente, o Marechal Floriano Peixoto.
Com isso, aos 23 de novembro do mesmo ano, apresentou sua renúncia.
Ao assumir, Peixoto usou o apoio popular para radicalizar a luta contra os monarquistas.

Luciana Celestino dos Santos
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