Os dois então, entraram na igreja. Na sacristia, Lourival começou a contar a história de sua vida.
Enquanto isso, na entrada da igreja, todos comentavam sobre o lamentável incidente ocorrido.
Lourival, na sacristia, explicava a moça sobre sua origem pobre, seu trabalho como pescador, seus tios – recém-falecidos. Contou também sobre como sua vida mudou depois que entrou para o bando de Raul, de como conheceu Elis, e de tudo o que viveram.
Regina, ao ouvir que era o retrato exato da noiva que ele vira morrer, ficou chocada.
Não bastasse isso, a pobre moça ainda teve que ouvir que ele se envolvera com uma mulher mais velha, e que por acidente a matara. Depois, Lourival explicou que com o dinheiro de Madalena, passou a viver como um lorde.
Regina ao ouvir as palavras de Lourival, tencionou sair da sacristia. Chamando-o de assassino, comentou que não queria mais saber de se casar com ele. Dizendo que o desprezava, respondeu que ele era indigno de conviver com sua pessoa.
Lourival ao ouvir isso, tentou se explicar. Dizendo que a vida o encaminhara a isso, revelou que gostava muito dela.
Regina magoada, ao ouvir isso, perguntou em um tom choroso:
-- Tanto quanto você gostava de Elis?
-- Mas é claro que não. Entre vocês, não há comparação. Você é especial. – respondeu ele segurando o rosto de Regina.
Regina furiosa, respondeu que não era um prêmio de consolação. Dizendo que não estava ali para ser usada, sugeriu a Lourival que ficasse com as lembranças de Elis. Afirmando que o noivado estava desfeito, saiu correndo da sacristia.
Lourival aflito, ao vê-la escapar, partiu em seu encalço. Dizendo que não havia dito tudo, pediu para ela não fugisse dele.
Regina porém, continuou a correr.
Lourival, percebendo que precisava apertar o passo, correu atrás dela.
Quando a moça alcançou a porta de entrada da igreja, Lourival gritou pedindo para que os convidados não a deixassem sair. Em vão.
Regina, mesmo tendo em frente a multidão, conseguiu sair da igreja.
Lourival por sua vez, ao sair, passou a ser xingado por todos. Aturdido, bem que tentou seguir Regina, mas esta, percorrendo as ruas, acabou sendo perdida de vista.
Leopoldo dizendo a esposa que a procuraria, pediu a ela que esperasse por eles, em frente a igreja.
Margarida, bem que tentou argumentar, mas Leopoldo insistiu para que ela o esperasse por ali.
Com isso Lourival, cercado por Aliomar, Abelardo, Bernardo, Claudete e Cremilda, encurralado, pediu para que eles o deixassem ir. Afirmando que há muitos anos estava vivendo um inferno na Terra, comentou que mais do que já pagara pelo que fizera, ninguém pagou. Em seguida, dizendo que Aliomar também tinha sua parcela de culpa na morte de Elis, Lourival revelou que ele perseguira sua noiva. Dizendo que Aliomar compelira Elis a se jogar na frente de um automóvel, Lourival conseguiu reverter a situação.
Aliomar então, passou a ser vaiado por todos.
Nisso, dizendo que a morte de Madalena não fora sua culpa, comentou que nunca tivera a intenção de matá-la. Aflito, Lourival respondeu que se eles o deixassem ir atrás de Regina, assim que terminasse de se explicar a ela, voltaria até ali e se entregaria a polícia.
Aliomar ao ouvir isso, ameaçou-o com uma arma.
Lourival porém, sem ter mais nada a perder, saiu em disparada dali.
Foi o suficiente para Aliomar atirar contra a multidão.
Assustados, todos se afastaram. Curiosamente porém, ninguém saiu correndo dali, nem mesmo Margarida, que assustada, se afastou um pouco da frente da igreja.
Nisso, Lourival partiu no encalço de Regina.
Leopoldo, também a procurava – de carro. Todavia, não a encontrou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 38
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