Claudete que estava cuidando do jantar, ao descobrir o motivo da irritação de Bernardo, preocupada pediu para ele deixar o assunto de lado. Dizendo que Lourival não tivera culpa da morte de Elis, a mulher pediu reiteradas vezes, para que ele se esquecesse da idéia de vingança.
Bernardo porém, iracundo, insistiu em dizer que era chegado o momento da revanche.
Claudete ao ouvir isso, ficou apavorada.
Cremilda – a ex-empregada de Madalena –, depois de um longo dia de trabalho na casa de uma família abastada, ao saber pelos jornais, da notícia de casamento de Lourival, inconformada, comentou com uma amiga, que gostaria de ver de perto, o casamento.
Misteriosa, acabou deixando escapar, que sabia de algo relacionado a morte da ex-patroa.
A amiga, ao perceber o tom com que Cremilda falava, recomendou-lhe cautela. Perguntando-lhe o que sabia a respeito da morte de Madalena, Cremilda respondeu que nada de mais.
A amiga porém, não se convenceu.
Cremilda, percebendo a desconfiança da amiga, resolveu mudar de assunto.
Assim, as duas começaram a falar de amenidades.
Com isso, no dia do casamento, Lourival, animado, tratou logo de se preparar para o momento. Depois de tomar um banho, colocou o terno. Feliz, ao mirar-se no espelho, lembrou-se do fatídico dia em que se casaria com Elis.
Ao lembrar-se da morte da moça, Lourival ficou perturbado.
Isso por que, a cena de Elis morta, nos seus braços, era terrível. Tão funesta que retirou-lhe até as cores da face. Atormentando com a lembrança, Lourival pensou em desistir do casamento.
Não fosse o companheiro fiel de festas, e Lourival teria deixado Regina, esperando-o no altar.
Enquanto isso, depois de dormir profundamente, Regina foi chamada por Margarida. A moça, espreguiçando-se, logo levantou-se. Tencionando banhar-se, pediu a mãe para que lhe preparasse um banho.
Margarida atendeu o pedido. Preparando a banheira, colocou na água, e todos os sais de banho que sua filha tinha direito.
Regina então, tomou seu banho.
Lourival, por sua vez, já se preparava para ir até a igreja.
A esta altura, todos os convidados, aguardavam ansiosamente o casal. Assim, quando Lourival apareceu todos o cumprimentaram. Posicionado em frente ao altar, permaneceu em pé.
Regina por sua vez, colocava seu vestido de noiva. Arrumando-se para o casamento, demorou mais do que o esperado para chegar na igreja.
Lourival, que aguardava a noiva, distraído, só percebeu a aproximação de Aliomar, quando o mesmo puxou-o pelo braço.
Ao vê-lo, Lourival perguntou:
-- O que faz aqui?
-- Nossa! Mas que recepção! Eu venho aqui para te congratular e você me responde com quatro pedras na mão. O que é isso? – comentou Aliomar, visivelmente espantando com a aparência excessivamente jovial de Lourival.
Lourival ao perceber o olhar de espanto de Aliomar, resolveu perguntar:
-- O que você está olhando?
-- Nada de mais. Eu só estou espantado com seu aspecto jovem. Já faz quase vinte anos que eu te conheço, e você não mudou nada. Parece o mesmo jovem que eu conheci tempos atrás. Quanto a mim, já não posso dizer o mesmo. Como pode ver, eu já sou um velho.
Lourival, percebendo que a conversa trilhava um caminho perigoso, pediu licença aos padrinhos, que ouviram tudo. Espantados, os mesmos concordaram que os dois conversassem do lado de fora da igreja.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 36
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