Assim, Aliomar e Lourival conversaram. Ou melhor, discutiram. Isso por que, Aliomar, utilizando-se de seus conhecimentos sobre a vida pregressa de Lourival, passou a ameaçá-lo. Dizendo que contaria tudo o que sabia a seu respeito a todos, tentou intimidá-lo.
Lourival porém, dizendo que ele tinha muito a perder se contasse o que sabia a seu respeito, comentou que fora ele quem matara Elis.
Aliomar, ao ouvir o nome de Elis, sorriu. Aproveitando a deixa, respondeu que ele não fora o único culpado por aquela morte. Dizendo que Lourival também fora responsável pelo lamentável acidente que vitimara Elis, o homem praticamente se isentou de culpa. Além disso, Aliomar respondeu que por mais que fizesse, Lourival nunca poderia se livrar desta culpa.
Lourival ao ouvir isso, mandou Aliomar se calar.
Aliomar contudo, continuou acusando-o da morte da moça.
Atordoado, Lourival, começou a correr.
Irritado, Aliomar começou a gritar que não havia terminado sua conversa.
Desesperado, Lourival passou a correr pelas mesmas ruas, que Elis percorrera no dia fatídico. Correndo, acabou se deparando com Abelardo, que ao vê-lo, chamou-o de assassino. Logo após, Lourival avistou Bernardo e Claudete – que se dirigiam a igreja.
Desejoso de consumar sua vingança, Bernardo acabou convencendo Claudete a acompanhá-lo até a igreja.
Ao vê-lo, Bernardo chamou-o de desgraçado.
Aturdido, Lourival correu mais alguns quarteirões. Seguido por Aliomar e seus capangas, e acabou sendo alcançado.
Ao ser pego, Lourival tentou resistir, mas Aliomar, percebendo isso, esmurrou-lhe.
Desacordado, Lourival foi levado de volta a igreja. Deitado no chão em frente a entrada do templo, a esta altura, todos os convidados já sabiam do incidente.
Cremilda, que havia ido até a igreja, ao avistá-lo em tão comprometedora situação, ao vê-lo despertar, comentou que a morte de Elis, não era a única morte que ele carregava consigo. Afirmando que sua patroa também fora morta por ele, Cremilda apontou para Lourival.
Os convidados ao notarem o dedo da mulher em direção a Lourival, censuraram-no.
Foi então que Cremilda chamou-o de assassino.
Com isso, eis que surge Regina. Depois de quase uma hora de atraso, a moça ao ver a aglomeração de pessoas em frente a igreja, assustou-se. Preocupada pediu ao pai para que verificasse o que estava acontecendo.
Leopoldo então saiu do carro, e seguindo em direção a multidão, descobriu que o genro tentara fugir da igreja.
Ao saber disso, Leopoldo exigiu explicações de Lourival.
Aliomar ao perceber o espanto do homem, comentou que Lourival era acusado do assassinato de duas pessoas.
Lourival ao perceber o olhar de reprovação de Leopoldo, pediu a ele para conversar por um momento com Regina. Dizendo que tinha o direito de se explicar, Lourival acabou convencendo o relutante Leopoldo a deixá-lo conversar com a moça .
Isso por que o homem, percebendo que a filha precisava ver com os próprios olhos o que estava acontecendo, desistiu da idéia de proibir o encontro.
Assim foi.
Regina, ao ser chamada a sair do carro, comentou que todos ainda estavam na porta da igreja. Perguntando por que tinha que sair do carro, ouviu como resposta, que Lourival precisava conversar com ela.
Regina ao ouvir as palavras do pai, bem que tentou argumentar, mas Leopoldo dizendo que o assunto era muito sério, exigiu que ela deixasse de lado as formalidades.
Sem alternativa, Regina aquiesceu.
Lindamente vestida, Regina, ao caminhar por entre os convidados, causou espanto e admiração em todos. Envergonhada, a moça bem que pensou em voltar ao carro, mas ao ver que seu gesto não tinha volta, resolveu seguir em frente.
Ao ver Lourival com o olho roxo – resultado do soco que levara –, a moça perguntou o que havia acontecido.
Nisso, Abelardo, Bernardo, Claudete e Aliomar, ao verem a moça, ficaram espantados. Isso por que, Regina muito assemelhada com Elis, lhes trazia a mente a memória da moça. Admirados com a semelhança física, comentaram quase que em uníssono:
-- Mas ela é igualzinha a Elis!
A moça ao ouvir aquelas palavras, assustou-se. Perguntando a Lourival o que estava acontecendo, ouviu dele um pedido para conversarem na sacristia.
Regina, sem saber o que pensar, concordou.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 37
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