Com isso, nos dias que se seguiram, informado de que seus tios faleceram, Lourival tomou logo todas as providências necessárias, para que fosse realizado o enterro.
Mesmo assim, muito embora tenha arcado com todas as despesas da cerimônia fúnebre, Lourival não compareceu ao enterro.
Tal fato causou estranheza a todos os moradores da vila de pescadores, onde Marta e Renato viveram seus últimos dias. Alguns pescadores, espantados com a desconsideração de Lourival, chamaram-no de ingrato.
Como desculpa para sua ausência, Lourival encomendou uma linda coroa de flores para enfeitar o caixão dos tios. Mas, isso não foi o suficiente para convencer os caiçaras de que agira corretamente. Alguns dos homens, que o conheceram quando jovem, ao constatar que Lourival continuava o mesmo arrogante de sempre, comentaram que não o perdoariam por ter abandonado os tios.
Com isso, certa vez, caminhando pelas ruas da cidade de Fortaleza, Lourival, ao ser reconhecido por um dos pescadores da vila onde morava, tratou logo de fugir dali.
Espantado, o caiçara ficou admirado quando notou que Lourival não mudara nada nos últimos anos.
Incomodado com a cena, Lourival demorou algum tempo para se esquecer do assunto.
Todavia, quando se esqueceu, voltando a sua vida boêmia, novamente se encontrou com Regina. Cada vez mais impressionado com a beleza da moça, Lourival constatou que não poderia mais uma vez deixar a felicidade escapar-lhe das mãos. Assim, ao sentir que a presença da moça em sua vida não era obra do acaso, Lourival, passou a usar pretextos, para vê-la.
Foi assim, que descobriu que a moça dançava muito bem. Dançando com ela em bailes, Lourival percebeu também, que ela era uma ótima companhia. Inteligente e refinada, sabia conversar sobre qualquer assunto.
Simpática, sempre sorria dos galanteios dos colegas de Lourival.
Ele por sua vez, ficava cada vez mais encantado com ela.
Feliz com sua presença, certa vez, em visita à sua residência, Lourival conheceu os pais da moça.
Nesta visita, Lourival descobriu também, que Regina era uma exímia pianista.
Impressionado com tantas habilidades, Lourival, exclamou:
-- Vejo que a senhorita tem múltiplos talentos!
Regina ao ouvir o comentário, sorriu.
Por fim, se despedindo, Lourival voltou para casa.
Feliz, ao chegar em sua residência, mal podia acreditar que estava fazendo as pazes com a vida. Depois de anos vivendo sozinho, finalmente encontrara a pessoa que iria alegrar seus dias. Envolvido por este pensamento, Lourival decidiu que já era hora de firmar compromisso com a moça.
Foi assim, que depois de algumas semanas, Lourival pediu a mão de Regina em casamento.
Em um jantar oferecido em sua residência, Lourival pediu Regina em casamento.
Margarida e Leopoldo ao ouvirem o pedido, concordaram.
Leopoldo, visivelmente emocionado, respondeu que a data era tão feliz que não conseguia encontrar palavras para descrevê-la.
Regina sorriu.
Lourival, comentando que tivera muita sorte por encontrar Regina, respondeu que mal podia esperar pelo dia do casamento.
Leopoldo, percebendo sua animação, respondeu que não havia por que ter pressa.
Margarida concordou. Dizendo que a filha era muito jovem, afirmou que eles precisavam se conhecer mais um pouco.
Nisso, eis que surge uma criada trazendo chávenas com chá para que pudessem encerrar o jantar. A refeição, cuidadosamente preparada, parecia um banquete. Lourival, sequioso de que a data se tornasse memorável, pediu as empregadas que caprichassem no jantar. Isso por que, só assim, conseguiria impressionar os pais da moça.
Nervoso, Lourival não queria que nenhum detalhe escapasse de seu controle.
Por isso, quando tudo ocorreu a contento, feliz, se aquietou.
Com isso, no momento em que Margarida e Leopoldo se despediram, Lourival convidou Regina para um passeio.
A moça, mais do que depressa concordou. Seus pais então, pedindo para que não se demorasse, responderam que a esperariam no carro.
Regina concordou.
Nisso, depois do passeio, dizendo que precisava partir, Regina foi ao encontro dos pais, que a esperavam dentro do carro, para ir embora.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 33
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