Certa vez, Lourival ao ouvir isso, começou a rir. Dizendo que se ela não o respeitava, ele também não tinha que respeitá-la, atraiu a fúria da mulher para si.
Madalena ao ouvir as palavras do rapaz, comentou que se era assim que ele pensava, não deveria continuar a viver com ela.
O rapaz ao ouvir isso, comentou que não sairia daquela casa de jeito nenhum. Dizendo que não dedicara os melhores anos de sua vida a ela, para que fosse jogado na rua como se fora um traste inútil, Lourival respondeu que tinha direito a uma parte de seus bens.
Madalena ao ouvir as palavras do rapaz, caiu na gargalhada. Alegando que não lhe devia nada, comentou que lhe dera muito dinheiro, roupas, jóias, sapatos e até um carro. Diante disso, estava quites com ele.
Lourival furioso, respondeu então, que isto não bastava. Alegando que fora enganado por ela, a qual sempre prometera dar parte de seus bens a ele, comentou que não sairia dali.
Madalena, ao dizer que o excluiria de seu testamento, conseguiu deixá-lo preocupado.
Lourival, constatando que estava perdendo a briga, resolveu dizer que ainda a amava e que estava disposto a deixar as discussões de lado, só para viver bem com ela. Alegando que só flertara com aquelas mulheres para lhe fazer ciúmes, Lourival respondeu que se sentia relegado a segundo plano.
Madalena ao ouvir isso, se acalmou um pouco. Envaidecida com as palavras de Lourival, a mulher convenceu-se de que estava em boa situação. Por conta disso, utilizando-se de um ar de superioridade, Madalena respondeu, ironicamente:
-- Ora veja! O conquistador de mulheres agora está preocupado!
Lourival ao ouvir estas palavras, não gostou nem um pouco. Por esta razão, comentou:
-- Nunca pensei que algum dia você tripudiaria em cima de mim. Eu estou me declarando, demonstrando todo o meu afeto por você, e é assim que me responde? Nunca pensei.
Madalena ao ouvi-lo proferindo palavras tão melancólicas, sorriu e triunfante, comentou que a discussão estava encerrada.
Lourival, furioso com a arrogância da mulher, retrucou dizendo que nada estava encerrado. Dizendo que não perdera tantos anos de sua vida, vivendo com ela, para acabar na miséria, insistiu na idéia de que tinha direito a uma compensação.
Madalena ao perceber que Lourival não fora sincero, respondeu conformada:
-- Eu sabia que seu afeto por mim não era sincero. Só não pensei que você fosse deixar claro que nunca gostou de mim.
Lourival então, ao constatar que nunca a enganara com seus falsos afetos, respondeu que apesar de nunca tê-la amado, houve um tempo sim, em que sentiu muita admiração por ela.
Madalena ao ouvir isso, não acreditou.
Lourival por sua vez, ao notar o desdém da mulher, retrucou dizendo que se ela não acreditava em suas palavras, não podia fazer nada.
A mulher ao ouvir isso, pediu para que ele arrumasse as malas, e saísse daquela casa o quanto antes.
Lourival então, percebendo que Madalena havia lhe virado às costas e estava saindo do quarto, começou a gritar. Dizendo que a conversa não havia terminado, o rapaz foi atrás dela, que sem olhar para trás, já estava próxima da escada.
Lourival, ao alcançá-la, segurando Madalena pelo braço, respondeu-lhe que não seria ela quem daria a última palavra. Alegando que ele fora fiel a ela nos anos que viveram juntos, exigiu novamente uma compensação pelos anos que passou ao seu lado.
Madalena, irritada com essa conversa, respondeu que não lhe daria nada.
Lourival, furioso, ao perceber que Madalena estava decidida a prejudicá-lo, tomado de ímpeto, começou a apertar seu pescoço. Afirmando que ela não iria passá-lo para trás, o rapaz, cada vez mais irritado, apertava com mais força a garganta de Madalena.
A mulher percebendo que Lourival tentava estrangulá-la, começou a se debater. Tentando fazer com que ele parasse, Madalena passou a arranhar o braço do rapaz, que ainda assim, continuou apertando seu pescoço. Conforme a raiva de Lourival aumentava, com mais e mais força ele apertava o pescoço, da mulher.
Madalena então, cansada de se debater, depois de muito esforço, morreu asfixiada.
Com isso, depois de algum tempo, Lourival, percebendo que se excedera, finalmente soltou a mulher.
Madalena, já morta, foi ao chão.
O rapaz, ao notar que a mulher estava inconsciente, tentou reanimá-la. Em vão. Madalena estava realmente morta.
Lourival então, constatando que nada mais poderia ser feito, ficou desesperado. Sem saber o que fazer, arrastou o corpo da mulher para dentro do quarto. Colocando o corpo na cama, Lourival, atordoado, começou a andar de um lado para o outro.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 3 de junho de 2021
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO - CAPÍTULO 28
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