A mulher, ao ler o bilhete, elogiou. Disse que seu filho estava se saindo um verdadeiro poeta.
Lúcio ficou sem graça.
Nisto, sugeriu que ele entregasse o escrito para a moça. Comentou que deveria dizer quem era. Disse que ele poderia acrescentar que em resposta, lhe entregaria uma flor.
Lúcio achou a ideia interessante, mas perguntou como faria isto.
Cláudia disse que pediria para ela usar uma peça vermelha. E assim, diante desta demonstração, poderia entregar-lhe a flor.
O garoto pensou, pensou ... e chegou a conclusão que Cláudia estava certa. Sugeriu uma rosa vermelha.
Animado, falou que iria escrever o complemento da carta imediatamente.
Cláudia respondeu que aguardasse o dia seguinte.
Mencionou que estava tarde, e que Patrícia poderia esperar mais um pouco.
Lúcio concordou.
Por fim, Cláudia despediu-se do filho.
Acrescentou:
- Vá dormir! A noite é para dormir. Ouviu bem?
Lúcio riu:
- Tá bom!
Cláudia então fechou a porta e foi para seu quarto.
Cansada, tirou suas roupas, vestiu sua camisola e puxou o lençol da cama, deitou-se e dormiu.
Lúcio por seu turno, demorou para pegar no sono.
Tentou escrever alguma coisa, mas não conseguiu.
Nervoso, resolveu deitar-se e dormir.
Sonhou.
Em seu sonho, o garoto, observava Patrícia de vestida de vermelho. Moça lhe mostrava uma carta. Lúcio, que trazia escondida uma rosa, mostrou-a e andando em direção a moça, entregava-lhe o mimo.
Patrícia recebia a flor, cheirava-a.
Lúcio a observava.
Era um sonho confuso. Mas o garoto, ao despertar, procurou descrever o que sonhara.
Descreveu que em sonhos a sonhara, e sua beleza contemplara, em um lindo vestido vermelho. Tímido aos poucos aproximou-se. E procurando recompor-se, para lhe entregar-lhe uma rubra flor. Símbolo de seu amor. E por fim, acrescentou os trechos do seu escrito anterior: “Se vermelha a cor do amor
Venho por meio desta carta propor um desafio:
Tente-me com um delicado e vermelho tom
Pois assim saberei se o afeto que me tens é amor!”
E acrescentou: “E se correspondido o for, prometo entregar-te uma rubra flor!”
Quando descobriram as cartinhas endereçadas a Patrícia, a moça ficou bastante chateada. Disse que a pessoa que escrevera os textos fora muito gentil e educada.
Mas a molecada dizia que aquilo era ridículo. Algumas garotas comentaram que aquilo era muito brega.
Aborrecida, a moça tomou a carta da mão dos garotos e os deixou falando sozinhos.
No colégio, havia alguns garotos que a achavam bonita.
Para a melhor amiga de Patrícia, eles tinham inveja pelo fato de que o admirador secreto havia chamado sua atenção. Daniela comentou que alguns deles gostariam de estar no lugar do admirador.
Patrícia comentou que isto era uma bobagem.
A amiga comentou que não. Mas não insistiu na conversa.
Nos dias que se seguiram, Cláudia acabou encontrando-se com Roberto.
A moça preparou-se para fazer uma corrida num parque da cidade. Pegou o carro.
Roberto que observava a movimentação, a seguiu.
Quando a moça desceu do carro, pegou seus apetrechos.
Fechou a porta e começou a fazer aquecimento. Correu.
Roberto, aproveitou a moça se distanciar e entrou no parque. Estacionou o carro. Também se alongou, fez o aquecimento, e correu.
Cláudia não percebeu a presença do homem.
Quando Roberto aproximou-se, Cláudia tentou correr ainda mais. Em vão.
Roberto, segurou-a pelo braço.
Recomendou-lhe que não gritasse, nem fizesse nenhum gesto brusco.
Cláudia, o acompanhou.
O homem a levou até um lugar menos movimentado. Ao avistar um banco, pediu que se sentasse.
Cláudia sentou-se.
Observou os arredores.
Não havia ninguém por perto.
Roberto também sentou-se.
Segurando o braço de Cláudia, perguntou-lhe se havia pensado em sua proposta.
A moça tentou se desvencilhar dele, mas Roberto insistiu na conversa. Disse que ela só sairia dali quando conversassem.
Cláudia então, tentando ganhar tempo, disse que iria pensar no assunto.
Roberto começou a rir.
Por fim, disse que ela já tivera tempo suficiente para pensar. Afirmou que precisava uma resposta.
Cláudia olhou-o como se não entendesse o que acontecia.
Ficou a pensar no que passaria cabeça dele para pensar que ela poderia concordar em casar-se com ele. Pensava em qual seria o propósito para uma proposta tão descabida.
Dinheiro? Desespero? Interesse? Mas qual?
Por que amor certamente não era.
Cláudia porém, não conseguia chegar a nenhuma conclusão.
Roberto percebendo a demora de Cláudia, pressionou-a para que lhe desse logo uma resposta. Argumentou que sua paciência estava acabando. Comentou que se ela não lhe desse uma resposta em uma semana, ele ingressaria com um processo de investigação de paternidade.
Cláudia perguntou-lhe então se teria uma semana para pensar.
Roberto ficou surpreso com a pergunta.
A moça porém insistiu.
Contrariado, o homem teve que concordar com o prazo.
Disse porém que ela não teria nem uma hora e nem um dia a mais.
Comentou que já sabia que ela havia consultado um advogado.
Cláudia ficou perplexa.
Roberto respondeu-lhe que não tentasse sair de São Paulo, pois ele ficaria sabendo. Argumentou que sabia onde ela trabalhava, onde moravam seus pais, que poderia encontrar Lúcio a qualquer hora. Comentou que ele devia estar gostando muito de uma menina, pois quase sempre o via admirando uma garota. Disse que ela era muito bonita.
Roberto mencionou que precisava conversar com o garoto, e que ela poderia intermediar a conversa.
Cláudia ficou espantada com a proposta.
O homem, ao notar o ar de perplexidade da mulher, comentou que agora ele iria fazer parte da família, então nada mais natural do que ele procurar se entender com seu filho.
Ao ouvir estas palavras, Cláudia respondeu:
- Não, não e não! Onde já se viu! Você não é o pai dele!
Roberto enervou-se. Gritou.
- Eu sou o pai dele sim. E você não pode negar isto. Você saber muito bem o que aconteceu naquela noite!
Cláudia assustou-se.
Roberto irado, insistia em dizer que ele era o pai de Lúcio e que iria provar que isto era verdade.
Nisto começou a segurar a mulher pela cintura.
Cláudia tentou se afastar. Virou o rosto.
Neste momento, a mulher percebeu que algumas pessoas olhavam para eles. Alguns comentavam o que estava acontecendo. Outros lançavam olhares de reprovação.
Roberto aproximou-se da mulher.
Cláudia o empurrava com o braço.
O homem falou-lhe para olhá-lo.
A mulher insistia em virar-lhe o rosto.
Impaciente, o homem tocou-lhe a face.
Cláudia teve que se virar para ele.
O homem pegou seu rosto, e beijou seus lábios, contra sua vontade.
Cláudia mordeu sua boca.
Roberto, soltou-a.
A mulher, aproveitou para correr, afastando-se dali.
O homem pôs a mão nos lábios, e enxugou o sangue que escorreu.
Quando percebeu que Cláudia aproveitara para escapar, ficou furioso.
Começou a correr atrás dela.
A moça continuou correndo. Procurou aproximar-se de um grupo. Começou a gritar por socorro. Pediu ajuda, pediu para chamarem a polícia. Continuou a correr.
Roberto começou a gritar. Dizia que ela não iria escapar.
Ao perceber no entanto, que várias pessoas olhavam para ele, resolveu conter-se. Mas continuou a correr.
Em dado momento, acabou alcançando a mulher e puxou-a pelo braço.
Cláudia tornou a pedir socorro.
Um grupo de pessoas, ao ver a cena, chegou a dizer a Roberto que soltasse a mulher.
Nervoso, o homem disse ao grupo que não se intrometesse pois estavam apenas tendo uma briguinha de casal.
Um dos homens insistiu em dizer que ela não queria acompanhá-lo.
Pediu educadamente para que a soltasse.
Cláudia a esta altura já estava chorando. Pedia para ele soltá-la. Chegou a prometer que se ele não aparecesse mais, não iria fazer nada.
Roberto percebendo que poderia sair do parque preso, resolveu soltá-la.
Não sem antes aproximar seu rosto do rosto da mulher e dizer bem baixinho que naquele momento ela havia escapado, mas que ele voltaria. Nisto, soltou-a.
Ao ver-se livre, a mulher saiu correndo dali.
Roberto, passou a caminhar na direção oposta.
O homem que havia interferido na briga, pediu licença aos amigos e as amigas que o acompanhavam. Disse que iria atrás da moça.
Uma das mulheres comentou que iria acompanhá-lo.
Nisto, a dupla correu, acabou por alcançar a moça.
O rapaz pediu para que Cláudia parasse de correr.
A moça, nervosa, acabou parando a corrida.
Tornou a chorar.
A mulher que o acompanhava, perguntou-lhe se estava precisando de ajuda.
Cláudia voltou-se para eles.
Chorava tanto, que não conseguia falar.
A mulher resolveu apresentar-se:
- Me chamo Júlia e ele é Marcelo.
Cláudia, ainda nervosa, disse seu nome.
Júlia percebendo o nervosismo da mulher, perguntou-lhe se não gostaria de sentar-se um pouco, tomar uma água.
Aproximou-se de Cláudia e estendeu-lhe a mão.
Cláudia segurou-lhe a mão.
Maquinalmente acompanhou o casal.
Levaram a moça para sentar-se em um banco.
Quando Marcelo se prontificou a procurar um vendedor de água, Cláudia lembrou-se que trazia uma garrafinha de água em sua mochila.
Nervosa, tentou abrir a mochila, mas não conseguiu.
Júlia percebendo isto, ofereceu-se para abri-la.
Cláudia agradeceu.
Precisou de ajuda para abrir a garrafa de água.
Bebeu a água.
Júlia perguntou-lhe se estava sentindo-se melhor.
Cláudia respondeu-lhe que sim. Nervosa, disse que precisa sair dali.
Marcelo perguntou-lhe se estava de carro.
A mulher olhou-o com espanto.
Marcelo, percebendo o olhar desconfiado da mulher, resolveu explicar-lhe que se estivesse de carro, o melhor a fazer era procurar acalmar-se um pouco, para depois dirigir.
Júlia concordou. Disse que se ela estivesse de carro, o melhor era esperar. Argumentou que era perigoso dirigir nervosa do jeito que estava.
Marcelo acrescentou que ela não precisava preocupar-se pois aquele homem horrível não iria voltar. Prometeu que ele e Júlia iriam acompanhá-la até a saída do parque.
Cláudia procurando acalmar-se, disse que eles não precisavam se incomodar com ela. Argumentou que estava tudo bem.
Júlia porém disse, que isto não era incomodo, e que eles iriam com ela até a saída do parque.
Marcelo argumentou que precisava certificar-se que aquele homem não tornaria a perturbá-la.
Júlia aconselhou-a ir a uma delegacia para registrar o ocorrido.
Disse que a atitude de Roberto, configurava violência contra a mulher, e que se aquelas agressões prosseguissem, poderia ingressar judicialmente pleiteando a tomada de providências. Mencionou que o juiz poderia determinar que ele se mantivesse afastado dela, sob o risco de responder civil, e até criminalmente por isto.
Cláudia agradeceu as informações.
Chorando, disse que eles eram pessoas boas, e que isto raramente acontecia. Mencionou que era muito raro uma pessoa ajudar a outra. Comentou que este tipo de atitude, a fazia continuar acreditando na humanidade. Relatou que eles haviam se arriscado ao defendê-la.
Marcelo retrucou dizendo que não.
Argumentou que pessoas que comportam-se daquela maneira, são covardes, odeiam escândalos, e que ele não teria coragem de investir contra eles, pois eram muitos e ele com certeza sairia apanhando. Comentou ainda, que estava cansado da omissão das pessoas, que viam seus semelhantes em apuros e nada faziam. Chegou a dizer que em dada oportunidade foi assaltado, e pediu ajuda. Gritava para as pessoas ligarem para a polícia. Contudo, para sua decepção, as pessoas só olharam para ele, e nada fizeram.
Cláudia comentou que aquilo era uma grande sacanagem. Argumentou que com celular, qualquer pessoa poderia chamar a polícia. E que havia recursos para que não fosse possível identificar o número da linha. Argumentou que se não queriam ajudar, que também não ficassem olhando como se fosse um espetáculo teatral.
Júlia comentou que a covardia a cada dia era maior e que iria chegar um momento, em que estas pessoas mal intencionadas, percebendo nossa omissão, iriam invadir nossos lares e dormir na nossa cama, pouco se importando com nossa reação. Relatou que esta corrente negativa precisava acabar. Argumentou que se as pessoas não podiam intervir para impedir que algo indevido ocorresse, que pelo menos chamassem a polícia. Acrescentou que não esperava que as pessoas arriscassem suas vidas, mas a ajuda poderia vir de outra forma.
Cláudia concordou.
A esta altura, já estava mais calma. Não chorava mais.
Observando o entorno, resolveu levantar-se, agradeceu a ajuda, mas disse que precisava voltar para casa.
Marcelo e Júlia disseram que iriam acompanhá-la pelo menos até a saída do parque.
Cláudia agradeceu, mas argumentou que não seria necessário.
Marcelo e Júlia insistiram.
Disseram que não iriam se aproximar de seu carro se não quisesse, mas que ficariam de longe observando, até que saísse do parque.
Cláudia argumentou que poderia ser perigoso para eles.
Marcelo respondeu que certamente o homem não iria se atrever a investir contra eles, mas que ela, estava vulnerável.
Júlia argumentou que ele era um homem muito agressivo.
Cláudia concordou que eles a acompanhassem.
Desta forma, o trio dirigiu-se a saída do parque.
Ao sair do lugar, Cláudia agradeceu a gentileza.
Disse-lhes que foram muito amáveis.
Júlia e Marcelo a abraçaram e recomendaram-lhe que registrasse uma ocorrência.
Cláudia prometeu que tomaria providencias em relação ao ocorrido.
Afastou-se.
Acenou para eles.
Por fim, caminhou em direção ao carro.
Marcelo e Júlia se afastaram. Perceberam que Cláudia estava em segurança.
Quando se aproximou de seu veículo. Ouviu uma voz.
Era Lucindo. Perguntou-lhe se estava voltando da corrida.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo percebeu que havia algo estranho.
Observou-lhe a expressão do rosto de Cláudia. Tanto que perguntou:
- Está tudo bem?
Cláudia procurando disfarçar, disse que sim.
Lucindo contudo, não se convenceu.
Notou que Cláudia estava tendo dificuldades para abrir a porta do veículo.
Ao perceber isto, pegou a chave do carro e apertou o botão que abria as portas do veículo.
Cláudia agradeceu.
Ao abrir a porta do veículo para entrar, Lucindo disse-lhe que iria dirigir seu carro. Comentou que ela não estava em condições de guiar.
Cláudia argumentou que estava tudo bem.
Lucindo porém, insistiu, dizendo que ela não iria sair sozinha.
Quando Cláudia percebeu isto, desatou novamente a chorar.
O homem percebendo isto, travou as portas do veículo. Entregou-lhe a chave.
Abraçou a moça.
Lucindo ainda tentou descobrir o que havia acontecido.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo, mas Cláudia só fazia chorar.
Percebendo que a mulher estava nervosa, começou dizer-lhe para que se acalmasse. Disse então, que estava tudo bem. Tentando acalmá-la, disse que iria dirigir seu carro.
Cláudia então, perguntou-lhe como faria com seu veículo.
Lucindo disse-lhe que depois voltaria de táxi para buscá-lo, ou pediria para seu tio, vir buscar o carro. Assim, ela não precisava preocupar-se. Disse que a levaria para casa.
Cláudia nervosa, disse que não queria ir para casa.
Lucindo disse que a levaria para onde quisesse.
Cláudia então, acionou o dispositivo que abria a porta do carro.
Lucindo, abriu a porta do veículo para a moça.
Depois entrou no carro.
Colocaram o cinto.
Lucindo ajustou o banco, ajeitou o espelho e os retrovisores. Ligou o carro. Saiu.
Dirigindo, avistaram diversos pontos turísticos da cidade.
Tentando mudar um pouco de assunto, Lucindo comentou que a cidade possuía muitos atrativos que precisavam ser melhor divulgados. Comentou que durante o trajeto que fizeram, passaram por muitos lugares interessantes da cidade.
Cláudia concordou.
Lucindo continuou conversando, muito embora tenha tido dificuldades para encontrar assuntos, tendo em vista o discurso monossilábico da amiga.
Mesmo assim, continuou elogiando a cidade.
Argumentou que embora mal cuidada, São Paulo tinha muitos atrativos, aparelhos culturais, e o que faltava era mais divulgação disto e investimento. Mencionou que o turismo era uma atividade econômica das mais importantes.
Cláudia continuou concordando.
Ficava observando a paisagem.
Por fim, Lucindo perguntou-lhe onde queria ir.
Cláudia comentou que queria ver alguma coisa bonita.
Lucindo continuou dirigindo. Pensou em um lugar com pouco movimento.
Resolveu levá-la para o Parque da Água Branca.
Procurou um estacionamento e deixou o veículo.
Nisto, abriu a porta do carro para Cláudia.
A dupla então, caminhou até o parque.
Cláudia ao ver a entrada do lugar, esboçou um pequeno sorriso.
Lucindo sorriu de volta.
Entraram no lugar. Caminharam um pouco.
Por fim, se sentaram em um banco de madeira.
Lucindo perguntou-lhe se estava com fome. Se queria comprar alguma coisa para comer.
Cláudia respondeu-lhe que não.
O moço porém, insistiu.
Resolveu comprar-lhe um lanche.
Cláudia fez menção de recusar, mas Lucindo respondeu-lhe que recusasse o lanche, estaria lhe fazendo uma desfeita.
Desta feita Cláudia acabou concordando em comer o lanche.
Lucindo rindo comentou que isto era por que ela não estava com fome.
Cláudia reclamou dizendo que não tinha achado graça na brincadeira.
Lucindo argumentou dizendo que ela estava mal humorada.
A moça retrucou dizendo que não estava mal humorada.
Lucindo se espantou com a reação de Cláudia.
A mulher por sua vez, ao perceber isto, pediu-lhe desculpas. Argumentou que ele havia sido muito gentil em se preocupar com ela, que o lugar era lindo, mas precisava voltar para casa.
Lucindo não compreendia o que estava acontecendo, mas ligando os pontos, descobriu que poderia ter acontecido.
Irritado, perguntou-lhe se Roberto a havia encontrado.
Cláudia tentou desconversar, mas Lucindo fez outra pergunta.
- Na faculdade ... aquele dia, foi ele ... não foi? – perguntou o homem, nervoso.
Cláudia insistiu na história de que o carro estava com problemas. Lucindo porém, irritou-se.
- Cláudia, pare com isto. Pare de mentir! Você sabe que eu conheço esta história de velhos carnavais.
A mulher tentou dizer que havia se assustado à toa.
Lucindo retrucou dizendo:
- Pare com isto, mulher! Você mente muito mal! Foi Roberto, não foi? Foi ele que você encontrou no parque.
Cláudia não respondeu. Mas seu silêncio já respondia a indagação de Lucindo.
Nervoso, o homem disse:
- Eu bem que desconfiava que aquele desgraçado havia voltado. – pensando no que poderia ter ocorrido, o homem perguntou-lhe – Ele não fez nada contra você. Não é?
Cláudia respondeu-lhe que não.
Lucindo porém, exigiu-lhe que contasse exatamente o que havia acontecido.
Cláudia tornou a chorar.
Lucindo insistiu. Disse que só estava tentando ajudar, mas que para isto, precisava saber o que estava acontecendo.
A moça argumentou que ele não precisava se preocupar, que ela iria resolver tudo sozinha. Disse-lhe que Vânia poderia não gostar disto.
Lucindo então comentou que desde a festa de aniversário da moça, não falava com Vânia. Comentou que haviam brigado.
Cláudia preocupada, perguntou-lhe o que havia acontecido.
Lucindo respondeu-lhe que Vânia achou que ele estava com outra mulher e que por esta razão, acabou terminando o namoro.
Cláudia respondeu-lhe sentia muito.
De fato, a moça havia comparecido a festa, acompanhada dos pais e de Lúcio.
Letícia e o marido Leandro, também haviam comparecido ao evento.
As amigas conversaram bastante.
Preocupada, Letícia perguntou-lhe como andavam as coisas com Roberto.
Cláudia respondeu-lhe que tudo estava muito complicado. Mencionou que precisava contar às pessoas que Lúcio era seu filho, mas não sabia como.
Letícia comentou que muita gente já sabia da história.
Cláudia ficou espantada com o comentário. Acrescentou porém, que precisava contar oficialmente.
Letícia perguntou-lhe que faria.
Cláudia respondeu-lhe que tudo seria regularizado via judiciário.
Feliz, comentou que Lúcio já começou a chamar-lhe de mãe, embora ainda ficasse constrangido com isto.
Letícia sorriu. Disse-lhe que tivesse paciência e que tudo acabaria bem. Comentou que Fabrício acabaria por entender tudo.
Cláudia respondeu-lhe que duvidava muito disto.
Mas Letícia procurou animá-la.
As amigas por fim, acabaram abraçando-se.
Letícia chegou a comentar:
- Que vida atribulada esta nossa! Poxa vida!
Cláudia balançou a cabeça afirmativamente.
Na festa o casal parecia bastante animado. Dançaram juntos.
Vânia sorria o tempo todo.
Por isso Cláudia não conseguia entender porque o relacionamento havia acabado. Considerou uma pena. Mencionou que Vânia era uma ótima pessoa.
Lucindo concordou. Disse porém, que o namoro havia acabado.
Cláudia respondeu-lhe:
- Sinto muito!
Lucindo ficou agradecido. Nisto, procurando mudar de assunto, o homem comentou que ela deveria ir a delegacia e contar o que havia acontecido. Argumentou que Roberto não poderia ficar solto por aí, infernizando sua vida.
Cláudia argumentou que iria resolver o problema.
Lucindo falou que poderia ajudá-la. Disse que ela não estava conseguindo resolver a questão.
Cláudia ficou nervosa. Disse que iria resolver o problema.
O moço pressionou-a, disse que ela precisava de ajuda. Chegou a pedir para que ele a deixasse ajudá-la. Passou a mão em seu rosto.
Por pouco não a beijou.
Isto por que apareceram algumas pessoas e Lucindo ficou sem graça.
Nisto o homem pediu para que ela pensasse no assunto. Disse que ela não estava sozinha, e que ele poderia ajudá-la.
Cláudia agradeceu a ajuda. Prometeu que iria pensar no assunto, mas pediu para voltar para casa.
Lucindo concordou. Disse que ela devia estar exaurida emocionalmente.
Nisto, tocou seu celular. Era seu tio informando que já havia buscado o carro, e já estava em casa.
Com isto, Lucindo levou Cláudia em casa. Disse que mais tarde iria visitá-la.
Quando chegou em casa, seus pais e seu filho estavam aflitos.
Ao verem a moça chegar em casa, perguntaram-lhe onde havia estado. Estranharam quando viram Lucindo dirigindo seu carro.
O moço deixou o carro na garagem, e despediu-se da moça. Cumprimentou a família e foi embora.
Ana e Jacinto levaram a filha para dentro de casa.
Perguntaram o que havia acontecido para que ela demorasse tanto para chegar em casa, e por que Lucindo estava guiando seu carro.
Cláudia prometeu que mais tarde contaria, mas que estava cansada e gostaria de ficar sozinha.
Ana ficou preocupada.
Perguntou se estava tudo bem, e Cláudia respondeu que sim.
Nisto, levantou-se, tocou o rosto do filho. Pediu para que não se preocupasse. Depois foi para seu quarto.
Lá, ao entrar no ambiente, trancou a porta.
Deitou-se em sua cama, e ao relembrar do ocorrido, começou a chorar.
Não sabia o que fazer, como agir.
Todavia, precisava encontrar uma solução rápida para a questão. Não podia continuar refém daquela situação.
Mas com a cabeça cansada, precisava descansar e assim, depois de algum tempo, a moça acabou dormindo.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 22 de julho de 2021
DELICADO - CAPÍTULO 19
quarta-feira, 21 de julho de 2021
DELICADO - CAPÍTULO 18
Lucindo ao chegar ao estacionamento, e ver o carro de Cláudia, estranhou.
Momentos antes, a moça havia se despedido, e dizendo estar com pressa, argumentou que pegaria o carro, para voltar logo para casa.
Lucindo ao saber do ocorrido com Roberto, se prontificou em ajudar no que fosse preciso.
Cláudia agradeceu. Disse que ele estava sempre presente nos momentos difíceis.
Melancólico, o homem disse que era para isto que serviam os amigos.
Triste, a moça abraçou o homem.
Lucindo ficou comovido com o gesto.
Abraçou Cláudia de volta.
Agora ao ver o carro da moça, e nenhum sinal de Cláudia, Lucindo preocupou-se.
Voltou a universidade e constatou que a moça não havia voltado ao prédio do curso de letras.
Perguntou por ela para alguns funcionários que ainda estavam por lá.
Nada de Cláudia.
Preocupado, resolveu procurar a mulher pelos arredores.
A esta altura, Cláudia discutia com Roberto.
Chamava-lhe de louco, dizia-lhe que não tinha o direito de obrigá-la a entrar em seu carro. Exigia descer.
Roberto a ignorava.
A certa altura, quando a mulher tentou abrir a porta, o homem acionou um botão, travando-a.
Irritado disse, que se quisesse sair do carro, poderia sair. Mas que se preparasse para andar uns bons quilômetros por um lugar ermo e perigoso.
Cláudia ao perceber isto, perguntou o que ele queria com ela. Era nítido seu medo.
Roberto, sorriu.
Nisto, disse-lhe que precisavam conversar.
Cláudia exigiu que falasse logo o que queria e que a deixasse em um ponto de ônibus.
Roberto respondeu-lhe que a conversa seria longa, e que a deixaria em sua casa.
- Não precisa. - respondeu Cláudia.
- Mas é claro que precisa. Afinal de contas, eu não sou um cafajeste. - ironizou o homem.
Roberto continuou dirigindo por um bom tempo.
Por diversas vezes Cláudia perguntou-lhe para onde a estava levando.
Em dado momento, a mulher tentou disfarçadamente retirar o celular de sua bolsa, para fazer uma ligação.
Roberto, percebendo que a mulher estava muito calma, notou uma série de movimentos em sua bolsa.
Com isto, em dado momento, Roberto segurou a bolsa da mulher e jogou-a no fundo do carro.
Irritado, disse:
- Já chega! Basta! Você não vai mais tentar nenhum gesto brusco ou eu vou ser obrigado a usar a força. E não vai ser te arrastando. Teste mais um pouco minha paciência!
Cláudia ao ouvir estas palavras, tentou conter-se, mas uma lágrima escorreu de um dos seus olhos.
Roberto, percebendo a fisionomia da moça, continuou dirigindo.
Até que em dado momento, parou em frente a um prédio.
Cláudia ao perceber isto, tentou abrir a porta.
Roberto riu:
- Esqueceu-se que travei as portas? Você só sai daqui quando eu quiser.
Nisto, abriu sua porta.
Cláudia ainda tentou mais uma vez abrir a porta, em vão.
Roberto então, abriu a porta para ela.
Cláudia tentou correr, mas Roberto se postou diante dela. Segurou seu braço.
Como a mulher resistia, começou a arrastá-la.
Nervosa, pedia para conversar ali mesmo. Estava com medo de entrar.
Roberto parecia sentir prazer em ver o desespero de Cláudia.
Chegou a comentar que ela devia se lembrar do prédio.
Puxando ela pelo braço, exigiu que ela adentrasse o prédio.
Percebendo a resistência, argumentou:
- Entre! O que eu tenho para dizer é muito importante! Por enquanto ninguém pode saber. Ou você quer que todo mundo saiba o que aconteceu há praticamente dezesseis anos atrás? Olhe que eu posso contar uma versão da história que vai te deixar constrangida.
Cláudia nervosa, gritou que ele era um calhorda.
O homem riu:
- Ora grite, esperneie, faça um escândalo. Você acha realmente que isto irá me intimidar? Você tem muito mais a perder do que eu. Professora universitária, respeitada. O que vão pensar de você quando souberem o que aconteceu? - riu e completou – Olhe o escândalo.
Cláudia, percebendo que não tinha alternativa, adentrou o prédio.
Entraram no elevador.
O homem a conduziu para um apartamento.
Cláudia estava cada vez mais nervosa.
Ao entrar no imóvel, observou bem a porta, pensando em sair dali, assim que pudesse.
Roberto, percebendo que Cláudia estava apavorada, comentou:
- Pode ficar calma que eu não mordo. A menos que você me peça.
O homem se aproximou dela.
Cláudia assustada, se afastou.
Rindo, o homem comentou que no último encontro ela não estava tão arredia. Perguntou o que havia mudado.
Cláudia respondeu que agora estava consciente de seus atos. Insistiu para que ele dissesse logo o que queria e a deixasse sair dali.
Roberto, comentou que sua bolsa estava dentro de seu carro.
Cláudia pediu para buscar sua bolsa.
Roberto disse que depois que terminassem a conversa ele iria levá-la em casa. Argumentou que como um cavalheiro a deixaria sã e salva em residência.
Ficou a observá-la e repetiu o elogio:
- Cláudia realmente você se tornou uma mulher belíssima! Parabéns! Parece que a maternidade, lhe fez muito bem.
Quando Cláudia ouviu a palavra maternidade, disse:
- Tire meu filho disto!
Roberto argumentou:
- Impossível! Ele é o principal motivo desta nossa conversa. Há algum tempo descobri que sua mãe supostamente teve um filho. Achei curioso, tendo em vista a idade de Lúcio. Pensei, pensei … Mas espera aí, este garoto pode não ser filho de quem ele pensa ser. Liguei os pontos. Descobri que você sumiu por algum tempo. Tempo suficiente para ter este menino longe dos olhares maldosos e de reprovação. E perguntando aqui e ali, cheguei a seguinte conclusão. Este menino é meu filho. Além do mais, diante de sua confissão, não resta mais dúvidas.
Cláudia tentou argumentar que falou sem pensar e que Lúcio era seu irmão.
Mas Roberto já sabia a verdade.
Argumentou que o que aconteceu entre eles poderia gerar um filho.
Também mencionou que consultou advogados para se inteirar sobre o que poderia ser feito.
Relatou que se separou de sua mulher, encontrando-se livre e desimpedido.
Nisto, se aproximou de Cláudia, que procurou se afastar.
Roberto segurou sua mão e a trouxe para perto de si.
Cláudia pediu para que ele a soltasse.
Roberto repetiu que estava livre.
Beijou a mão de Cláudia, que procurou se desvencilhar do homem.
Roberto, percebendo a rejeição, comentou que no começo era comum estranhar, mas que com o tempo, as coisas iriam mudar. Argumentou que não abria mão de reconhecer a paternidade de Lúcio. Disse que sentia falta de um filho, e que estava disposto a se casar com ela e tudo o mais.
Cláudia espantou-se.
- Você faz o que fez, some, e depois volta como se nada tivesse acontecido. E ainda diz que quer casar?
Roberto comentou que casando-se cessariam os problemas. Argumentou que até deixaria de lado o teste de paternidade se ela aceitasse se casar com ele, e deixá-lo reconhecer o garoto.
Cláudia argumentou que o que ele fizera era crime.
Roberto por sua vez, disse que estava disposto a reparar o erro.
A mulher, tentando se recuperar, resolveu perguntar:
- E por que depois de tanto tempo? Qual o seu interesse em se casar comigo? É para se livrar da cadeia? É por dinheiro? Saiba que sou professora, e não sou rica. Se você está pensando em aplicar o golpe do baú, vou lhe dizendo logo que será um péssimo negócio. Estou cheia de dívidas, e principalmente, já tenho um noivo. - finalizou Cláudia, com um certo ar de superioridade.
Roberto porém, não pareceu estar surpreso.
Disse que sabia que Fabrício havia dado um tempo na relação.
Cláudia ficou perplexa.
Apavorada, constatou que há muito tempo, o homem vinha seguindo seus passos.
Ao constatar isto, seu rosto ficou pálido.
Roberto percebendo isto, perguntou se não gostaria de beber alguma coisa.
Trêmula, Cláudia respondeu que não era necessário.
Ele insistiu dizendo que ela estava muito pálida.
Cláudia quase sem forças, disse que iria melhorar.
Por fim, o homem achou graça. Chegou a perguntar:
- Você não está pensando que eu vou por alguma coisa na água para você beber, não é? Ora eu não preciso mais fazer uso deste expediente. Pode ficar calma. Você está muito nervosa.
Cláudia pediu para ir embora.
Roberto, respondeu que só sairiam dali, se ela concordasse em se casar com ele.
Cláudia argumentou que Lúcio não era seu filho e que não precisava se preocupar.
Roberto insistiu em dizer que tinha certeza que o garoto era seu filho.
Nervoso aproximou-se da moça e a sacudiu. Disse-lhe que não tentasse enganá-lo, ou as coisas poderiam não terminar bem.
Cláudia começou a chorar.
Roberto então, percebendo que havia exagerado, pediu-lhe desculpas.
Quando tentou abraçá-la, mas a mulher tentou se esquivar.
Em vão.
O homem parecia louco.
Dizia que estava tudo bem, que não havia com o que se preocupar.
Cláudia pedia para voltar para casa.
Roberto insistia para que ela concordasse com o casamento.
A certa altura, Cláudia explodiu.
Disse que nunca se casaria com ele, nem que precisasse disto para salvar sua vida.
Roberto ao ouvir isto, comentou que ela não precisaria casar-se com ele para salvar sua vida, mas que não poderia responder pela vida das demais pessoas de sua família.
Cláudia ao ouvir isto, o empurrou.
- O que você quer de mim? Quer me destruir? Porque você me odeia tanto? O que foi que eu fiz? - perguntava em prantos.
Roberto, se assustou com a reação. Disse que ela não lhe fizera nenhum mal. Só bem. Completou dizendo que deixaria o final da conversa para outra oportunidade. Argumentou porém, que estava de olho nela e que não tentasse fugir, pois saberia onde encontrá-la. Comentou que estava ciente de seus passos. Recomendou-lhe que não contasse aquela conversa para ninguém. E mais, se não aceitasse se casar com ele, ingressaria com uma ação de investigação de paternidade, para reconhecer o garoto.
Cláudia soluçava.
Roberto, aproximou-se.
Como a moça estava bastante assustada, pediu para que se levantasse. Disse que a levaria para casa.
E assim o fez, chegando lá, devolveu-lhe a bolsa.
Disse que iria voltar.
Lucindo, que a estava procurando, viu a moça chegar a sua casa.
A esta altura, conversava com os pais.
Ana e Jacinto ficaram aliviados ao verem a filha. Chegaram a pensar em chamar a polícia.
Cláudia porém, estava estranha.
Lucindo percebeu seu ar assustado.
Quando Lucindo perguntou se estava tudo bem, a moça assustou-se.
Perdida, Cláudia respondeu mecanicamente.
O rapaz percebeu que havia algo de estranho em sua voz. Seus pais também.
Claúdia porém, procurou a todo custo disfarçar. Argumentou que seu carro estava com problemas e precisou pegar uma carona para voltar para casa.
Ana questionou a demora.
Cláudia argumentou que a pessoa precisou passar em outro lugar antes de deixá-la em casa.
Ana continuou duvidando.
- Ah é assim? Nenhum telefonema, nenhum aviso. E a gente morrendo de preocupação. Isto não se faz. Você não é mais criança!
Cláudia tentou se desculpar. Disse que o telefone não dava sinal.
Lucindo, estranhando a situação, resolveu ajudar a moça. Disse que não queria se intrometer, mas ela devia estar cansada. Recomendou a Ana e Jacinto que a deixasse ir para o quarto.
O casal concordou.
Cláudia desculpou-se e dizendo boa noite, dirigiu-se para seu quarto.
Quando a moça se afastou, o rapaz disse baixinho que a deixassem descansar. Prometeu a Ana e Jacinto que descobriria o que havia acontecido. Contudo, precisava conversar com jeito, ou ela inventaria uma desculpa e acabaria desconversando.
Ana argumentou que estava preocupada, e quase deixou escapar que o pai do menino estava rondando a família.
Jacinto a censurou.
Lucindo por seu turno, comentou que já sabia o que havia acontecido. Relatou que a história já era conhecida por muita gente.
Ana ficou aborrecida. Dizia que por isto não queria que a vizinhança soubesse.
Lucindo comentou que descobriria se Roberto estava por trás de tudo.
Dito e feito, no dia seguinte o moço apareceu na casal de Cláudia oferecendo-lhe uma carona para seu trabalho.
Argumentou que ela estava sem carro.
A moça concordou.
Ana convidou-o para o café da manhã, mas Lucindo recusou.
Cláudia tomou um chá e comeu uma fruta.
Lucindo a observava com atenção.
A certa altura, a moça perguntou-lhe:
- O que foi?
Sem jeito, o rapaz respondeu:
- Nada!
Após comer a fruta, a mulher foi ao banheiro escovar os dentes.
Saíram.
No caminho, Lucindo disse que seu carro também apresentava alguns probleminhas.
Sugeriu indicar um mecânico para ver seu carro.
Cláudia agradeceu, mas disse que já possuía um mecânico de confiança.
Lucindo argumentou que não teria problema algum outra pessoa verificar o carro.
Cláudia, disse que já havia chamado um mecânico.
- Está certo! - respondeu Lucindo.
Cláudia começou a se distrair observando a paisagem.
Nisto Lucindo perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu que sim.
Com efeito, aproveitando o ensejo, o moço disse que a acompanharia no final do trabalho. Disse que se o carro ainda não estivesse funcionando direito, lhe daria uma carona.
A mulher agradeceu.
Nisto, Lucindo falou-lhe de Vânia. Disse que estava preparando uma comemoração para a moça, e que Cláudia estava convidada.
- Obrigada! É claro que vou! - respondeu.
Lucindo sorriu.
Quando chegaram na escola, o moço abriu a porta do carro para ela.
Entraram juntos no prédio da universidade onde lecionavam.
Mais tarde foram para suas aulas.
Nas aulas de Cláudia, havia sempre um ou dois alunos que participavam mais ativamente. Faziam perguntas.
Em uma de suas turmas, um deles chegou a dizer certa vez, que sairia com ela.
Quando Cláudia soube disto, ignorou o fato.
Dizia que era coisa de moleque, e que ele percebendo que ela não misturava as coisas, iria acabar se cansando de falar aquelas besteiras.
Quando Letícia soube do fato, disse para a amiga ficar alerta.
Cláudia disse que não havia problemas e que o falatório iria acabar com o tempo.
Lucindo por sua vez, ao saber do fato, disse para ela ter cuidado.
Cláudia prometeu que ficaria atenta.
Ao término do trabalho, Lucindo acompanhou Cláudia.
Embora a moça dissesse que estava tudo bem, Lucindo a acompanhou.
Cláudia dirigiu seu carro e Lucindo a acompanhou em seu veículo.
Quando a jovem chegou a sua casa, Lucindo acenou de dentro de seu carro e foi embora.
Nisto a moça acionou o portão e entrou em casa.
Lucindo então foi embora para sua casa.
Cláudia entrou em casa, cumprimentou os pais, e foi dormir.
No dia seguinte a mulher retomou sua rotina de trabalho.
Durante a aula, a moça falou sobre romantismo, declamou uma poesia de Tomás Antonio Gonzaga e mencionou a história de amor entre ele e sua amada. “Marília de Dirceu”.
Dois alunos brincaram dizendo que Marília era uma mulher que amou de verdade.
Todos riram.
Cláudia acrescentou que Tomás Antonio Gonzaga foi exilado e casou-se. Já a moça, ficou por toda a vida esperando-o. Em vão.
Algumas alunas comentaram que a história era linda, mas bastante triste.
Cláudia comentou que sim.
Prosseguiu a aula.
No corredor, os dois alunos declamaram a poesia.
Ao término do dia, ao voltar para casa, Cláudia encontrou Lúcio esperando-o.
A mulher ao ver o garoto acordado, tarde da noite, estranhou. Perguntou o que estava fazendo sozinho na sala.
Constrangido o garoto falou:
- É que meus pais foram dormir. – ao terminar de dizer isto, retificou – Quero dizer Ana e Jacinto.
Cláudia achou graça.
Lúcio então a abraçou.
Preocupada, a mulher perguntou-lhe se estava bem.
Lúcio respondeu que sim.
Cláudia porém conhecia o garoto.
Insistiu na pergunta.
Nisto a mulher perguntou se a moça havia gostado da poesia.
Lúcio se assustou.
Afastou-se.
Cláudia segurou-o pela mão e disse para ele não fugir.
Lúcio tentou desconversar, mas a mulher argumentou:
- Não fique assim! Eu sei exatamente o que você está sentindo! Eu também já tive quinze anos. Já gostei de uma pessoa, aliás de algumas, e não fui correspondida. Quantas paixonites, quantos amores platônicos. Às vezes ... às vezes eu acho que estes amores, os idealizados, são os mais bonitos ... por que não guardam decepções! São perfeitos! Mas também, se apagam com o tempo. Somem da mesma forma como vieram, sem marcas.
Lúcio passou a ver Cláudia com outros olhos.
Curioso, o garoto perguntou a ela, já havia gostado de alguém sem ser correspondida.
Cláudia respondeu que sim. Contou que quando estava no colégio gostou de um garoto. Disse que achava-o bonito, mas afirmou que ele nunca demonstrou nenhum interesse nela. Afirmou que tímida, nunca teve coragem suficiente para demonstrar o que estava sentindo.
Lúcio parecia não acreditar.
Cláudia acrescentou teve um ou dois outros garotos que havia gostado.
Ao ouvir o relato da mulher, o garoto confessou que estava gostando de uma garota.
Cláudia perguntou o nome da moça.
Tímido, Lúcio comentou que ela se chamava Patrícia Gonzalez.
Nisto o garoto perguntou como ela poderia saber disto.
Cláudia respondeu rindo, que todas as mães possuíam um radar, que detectava todas as mudanças no filho.
Nisto se aproximou do garoto e o abraçou.
Disse sabia dele mesmo antes dele nascer. Comentou que sempre soube do que ocorria com ele.
Lúcio se desvencilhou e comentou que sim. Ela sempre esteve presente.
Cláudia percebeu que o garoto estava perdido. Notou que precisava conversar.
E assim, chamou o garoto para ir até a cozinha. Perguntou-lhe se gostaria de tomar um chá.
Lúcio respondeu que chazinho era coisa de mulher.
Cláudia resolveu brincar com ele:
- Ora! E isto agora é um problema?
Lúcio respondeu que mulher não era um problema. Constrangido disse que era uma solução.
Cláudia percebendo isto, disse que estava brincando. Mas acrescentou que coisas saudáveis não coisas apenas de mulher e sim, de pessoas inteligentes.
Lúcio desculpou-se. Disse que não tivera intenção de ofender.
- Eu sei que não. Mas não é legal dizer certas coisas, pois podem parecer preconceituosas. Pode parecer que você está menosprezando alguém por ser mulher. – explicou Cláudia.
Lúcio disse entendia o que ela queria dizer.
Enquanto fazia o chá, Cláudia perguntou-lhe se havia se declarado a moça.
Lúcio comentou que entregou a garota, algumas poesias.
A mulher não ficou satisfeita com a resposta.
O garoto confessou que não.
Cláudia aconselhou-o a contar o que sentia.
Percebendo que o garoto estava confuso, parou o que estava fazendo. Observando o garoto, aproximou-se e disse:
- Está tudo muito confuso, não é mesmo? Uma mãe que não era mãe, um grande amor, ou uma grande paixão...
Ao ouvir isto, Lúcio começou a rir.
Cláudia rindo também, comentou que muitos amores começam assim.
Depois acrescentou irônica:
- Realmente, falou a voz da experiência!
Lúcio achou graça.
Cláudia era sua mãe, mas muitas vezes parecia de fato uma irmã mais velha dando conselhos a seu irmão mais novo.
Como o garoto continuasse rindo, a mulher perguntou:
- Do que você ri tanto? Me conte, eu também quero rir.
Lúcio comentou que às vezes ela parecia sua mãe, mas outras vezes não.
Cláudia não entendeu.
O garoto acrescentou que ela era muito mais nova que a maioria das mãe de seus colegas. Comentou que muitos deles a achavam muito bonita.
Cláudia se surpreendeu.
Percebeu que teria que assumir o filho, não somente para sua família, mas perante toda a sociedade.
Constatando este fato, comentou que ela iria assumi-lo como filho.
Lúcio não entendeu.
Cláudia então disse-lhe:
- Eu vou entrar com uma medida judicial, para reconhecê-lo como meu filho.
Lúcio perguntou como ficariam Ana e Jacinto.
Cláudia disse que já havia consultado o Doutor Onofre e que entraria com a medida judicial cabível e que Ana e Jacinto não seriam penalizados.
Lúcio perguntou sobre Roberto.
Cláudia disse que ele a ameaçou, com um processo. Disse que ingressaria com uma ação de investigação de paternidade.
O garoto estava apreensivo.
Disse que para alguém reconhecer uma pessoa como filho, havia a necessidade de um exame de DNA. Mencionou seria necessário coletar uma amostra para fazer o exame.
A mulher ao ouvir o filho, disse que ele seria convocado para coletar material genético para o exame, e ela também. Disse Ana e Jacinto não se oporiam.
Percebendo o ar de preocupação do garoto, disse para ele que não havia outra forma de comprovar a filiação.
Lúcio disse que não se importava em realizar o exame para comprovar que ela era sua mãe, mas não queria aquele exame servisse para provar que o tal Roberto era seu pai.
Cláudia disse que Roberto havia proposto casamento, e que desta forma, não ingressaria com o processo. Acrescentou porém que o homem a havia enganado uma vez, e que não seria difícil enganá-la uma segunda vez. Preocupada, disse que não entendia a atitude de Roberto.
Lúcio não sabia o que pensar.
Cláudia percebendo isto, pediu desculpas ao filho. Disse que ela havia criado esta confusão, que iria resolvê-la e que isto não deveria preocupá-lo.
Lúcio argumentou que não conseguia deixar de pensar no assunto.
Cláudia respondeu que iria marcar uma conversa com o homem. Relatou que não iria aceitar a proposta.
O garoto argumentou que não queria vê-los brigando por causa dele.
Sugeriu a mãe que aceitasse a proposta.
A mulher ao ouvir isto, ficou perplexa.
Disse que não conseguia ficar perto do sujeito nem por cinco minutos. Quanto mais casar-se com ele.
Lúcio sugeriu que ela tentasse ganhar tempo.
Cláudia percebeu a intenção do filho.
Mas mostrou-lhe que isto não seria possível.
Comentou que Roberto não era bobo, e que não conseguiria enganá-lo por muito tempo.
Percebendo a preocupação de Lúcio, argumentou que faria o melhor para ele.
O garoto deitou em seu colo e Cláudia ficou alisando seus cabelos.
Por fim, lembrou-se do chá, e finalmente conseguiu prepará-lo.
Ofereceu um pouco para Lúcio que aceitou.
Nisto, a mulher brincou:
- Ué, mas não era coisa de mulherzinha?
Lúcio respondeu-lhe que estava brincando.
Bebeu o chá de um só gole.
Depois, procurando mudar um pouco de assunto, Cláudia perguntou sobre Patrícia.
Lúcio chamou-a para ir até seu quarto.
Lá o garoto contou o quanto a moça era linda.
Mencionou as vezes que a encontrou na escola.
Cláudia percebeu que Lúcio gostava muito da moça.
Lúcio mostrou-lhe então um escrito, com as seguintes palavras:
“Se vermelha a cor do amor
Venho por meio desta carta propor um desafio:
Tente-me com um delicado e vermelho tom
Pois assim saberei se o afeto que me tens é amor!”
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 17
Com o tempo, mãe e filho começaram a se entender.
Quando Cláudia pedia para conversar reservadamente com seus pais, o garoto ficava carrancudo, mas respeitava o pedido e se afastava.
Com efeito, quando Cláudia soube das exigências de Roberto, ficou apavorada. Temia que ele tentasse tirar Lúcio dela. Dizia que não estava em condições de brigar com ele por conta disto. Argumentava que havia sido omissa em deixar que seus pais criasse o próprio filho.
Jacinto dizia que todos haviam errado.
Mas também, tentando acalmá-la, comentou que não entendia a razão de tudo aquilo. Perguntava-se sobre o que ele ganharia criando toda aquela confusão.
Cláudia, procurando se acalmar, passou a questionar como ele havia descoberto a existência de Lúcio, e como ele conseguiu ligar os fatos.
Jacinto argumentou que não era difícil para Roberto chegar a conclusão de que Lúcio era filho dele. Respondeu que provavelmente ele devia estar a espreita há muito tempo, e que observando, acabou descobrindo que o garoto era filho dela. Argumentou que ele conhecia detalhes da história que todos desconheciam.
Revoltada, Cláudia respondeu que não era obrigada a aceitar as ordens de um homem que havia se portado como um canalha.
Jacinto argumentou que ela não tinha alternativa.
Nos dias que se seguiram, Cláudia manteve sua rotina.
Ministrou suas aulas, aplicou provas.
Mulher bonita, elegante, sempre bem vestida, sempre atraiu olhares de alunos interessados.
Cláudia porém não correspondia ás investidas.
Lucindo, certa vez, chegou a comentar que ela estava fazendo muito sucesso. Brincava que ficava enciumado com a atenção que ela estava dispensando aos alunos. Ironizava que eles poderiam ficar apaixonados.
Cláudia argumentava que boa parte deles era menor de idade. Dizia que não era nem ético, nem profissional, se envolver com qualquer um deles, além de ser um crime.
Lucindo rindo, dizia estar brincando, e que jamais pensaria em levar a sério uma coisa daquelas. Certa vez chegou a se desculpar com ela pelas brincadeiras.
Algumas vezes a mulher chegou a encontrar bilhetinhos deixados por alunos, na janela de seu carro.
Quando Letícia soube do fato, comentou com a amiga que ela estava arrasando corações. Rindo, dizia que já havia ouvido algumas cantadas de alunos, mas nunca havia recebido cartinhas com declarações de amor.
Cláudia respondia que isto não era engraçado. Chegou a dizer que se quisesse, poderia ficar com algumas cartas.
Rindo, Letícia disse que estava muito bem com Leandro, e que não precisava de nenhuma cartinha para aquecer seu coração.
Cláudia emendou que Leandro já fazia isto por ela.
Letícia rindo, disse que ela estava sendo inconveniente.
Nisto as amigas começaram a rir.
De fato, Letícia estava feliz.
Sua relação com Leandro era muito bonita.
Cláudia ficava feliz quando o via o casal andando juntos de mãos dadas.
Helena também estava contente com o novo relacionamento da filha.
Dizia para Ana que estava aliviada e feliz.
Cláudia e Fabrício estavam de casamento marcado.
Com efeito, quando soube que Cláudia era mãe de Lúcio, o homem sofreu um baque.
Cláudia depois de muito conversar com o pai, decidiu conversar com o moço e contar-lhe toda a verdade.
Ciente de que poderia perder o namorado, a moça decidiu arriscar. Argumentou que sentia-se enganando o rapaz, e salientou que ele não merecia isto.
Enchendo-se de coragem, a mulher confessou ao moço, o que estava fazendo ficar tão pouco tempo com ele.
Fabrício quando soube dos fatos, ficou perplexo.
Ao término da conversa com Cláudia, o homem parecia transtornado.
Seus olhos estavam cheios de água.
Tentando medir as palavras, pediu-lhe um tempo para pensar.
Fabrício pediu-lhe para deixá-lo sozinho.
Cláudia consentiu, mas acrescentou:
- Só quero que saiba que eu vou sentir muito se o nosso relacionamento acabar.
Nisto deixou-o sozinho em seu apartamento.
Mais tarde, a moça contou os fatos a Letícia e ele à mãe, Helena.
Letícia, ficou chocada com a revelação.
Disse que havia desconfiado de tudo, mas não tinha certeza de nada.
Chorando, Cláudia comentou que havia sido enganada.
Letícia ao ouvir o relato sobre o que de fato ocorreu na fatídica festa, ficou revoltada. Xingou Roberto de cafajeste, maldito e de canalha.
Lucindo também soube tempos depois do ocorrido.
Igualmente perplexo, teve uma reação inesperada ao tomar conhecimento dos fatos.
Em dado momento, deixou escapar que Roberto não poderia ter certeza de ser o pai de Lúcio.
Seus tios ao ouvirem isto, indagaram:
- Ora e quem mais poderia ser?
Nervoso, o homem calou-se.
Quando Jacinto levou a mulher a consulta com o doutor Onofre, a mesma ficou em prantos. Ana dizia que não era uma criminosa e que não poderia ser presa apenas por haver tentado proteger sua filha.
O causídico, tentando acalmar a mulher, pediu a secretária que providenciasse um copo com água.
Ana bebeu a mistura com sofreguidão.
Jacinto conversou com a mulher. Argumentou que ela não seria presa.
O advogado confirmou. Repetiu o que havia dito anteriormente a Jacinto. Disse que Cláudia, Lúcio e Roberto teriam que fazer um exame de DNA, para reconhecer a filiação, e que seria necessário cancelar o registro anterior e fazer um novo registro com o nome dos verdadeiros pais da criança.
O advogado comentou que com isto, Lúcio teria direito a uma pensão de Roberto, e que seria necessário regulamentar a guarda do menor.
Jacinto e Ana ao ouvirem isto, ficaram indignados.
Como assim, regulamentar a guardar do menor?
Pacientemente o advogado explicou-lhe a situação.
Ao saírem do escritório, o casal ficou a comentar as explicações do advogado.
Mais tarde, conversaram com a filha contando as novidades.
Cláudia não ficou nem um pouco satisfeita ao ouvir o relato da consulta com o advogado.
Jacinto orientou a filha a contatar o causídico.
E Cláudia assim o fez.
Agendou uma consulta. Conversou com o profissional.
O advogado a instruiu sobre como proceder.
Com efeito, ao término da conversa, Cláudia já havia assinado um contrato de honorários.
Onofre respondeu-lhe que só ajuizaria uma ação caso fosse necessário.
Nisto a mulher saiu do escritório.
Tempos depois, ao retornar ao estacionamento da universidade, verificou uma pessoa estranha próxima a seu veículo.
Assustada deu meia volta.
Foi então que a pessoa se manifestou. Perguntou:
- Não me reconhece mais? Não reconhece mais minha voz? Mudei tanto assim? – perguntou.
Cláudia voltou-se. Olhou.
Assustou-se ao ver que era Roberto.
Procurando se recompor, perguntou-lhe o que estava fazendo ali.
O homem se aproximou.
Percebeu que embora a fisionomia não tenha sofrido tantas mudanças, a moça estava bastante diferente. Seu corpo havia mudado.
Cláudia se vestia de forma elegante. Roupa e cabelos bem arrumados.
Roberto se encantou com o que viu. Chegou até a elogiá-la:
- Ora, ora, veja quem eu encontro. A linda Cláudia ainda mais bela. Parabéns, o tempo foi generoso contigo.
Nervosa a mulher respondeu-lhe que não entendia o que estava fazendo ali, e assim, exigiu que ele saísse dali.
Nisto Roberto argumentou que precisavam conversar e que ele precisava lhe explicar algumas coisas.
Cláudia assustou-se, lembrou-se do ocorrido há quase dezesseis anos e recusou-se a acompanhá-lo.
Roberto não gostou da reação da moça e exigiu que ela entrasse em seu carro.
Cláudia disse que não entraria no carro dele.
Nervoso, o homem segurou seu braço. Observando que não havia ninguém por perto, disse que ou ela entrava por bem no carro, ou ele a levaria na marra.
Cláudia afastou-se disse que ele não poderia fazer isto, e que se tentasse ela gritaria.
Roberto, se aproximou da mulher e puxando seu braço, fez com ela entrasse em seu carro.
Com isto, saíram da universidade.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 16
Nos dias que se seguiram, Jacinto consultou um amigo advogado, que comentou que seria difícil comprovar a ocorrência de estupro. Disse também que Roberto poderia exigir o exame de DNA para comprovar a paternidade.
Jacinto não gostou do que ouviu.
O advogado comentou que se Cláudia não concordasse em realizar o exame de forma amigável, isto poderia ser realizado por via judicial.
Percebendo o desapontamento do amigo, Onofre explicou que Roberto poderia reconhecer a paternidade do garoto em sendo o pai, mesmo contra a vontade de Cláudia. Mencionou inclusive, que seria necessário que ela também fizesse o exame de DNA para comprovar a maternidade.
O causídico relatou que o que ele e a esposa fizeram era o que se costuma chamar de adoção a brasileira, tratando-se de fraude, podendo se configurar como crime, existindo no código penal um tipo específico para este tipo de conduta.
Quando Jacinto ouviu as palavras crime e código penal, o homem empalideceu.
Onofre, percebendo isto, pediu a secretária que providenciasse um copo com água.
Tentando a acalmar o homem, comentou que ele não precisava se preocupar. Argumentou que situação era grave mas nem tanto.
Jacinto, já um pouco melhor, reagiu:
- Mas como não é grave doutor! Quando a verdade vier a tona, vai ser um escândalo! Sem contar que eu e minha mulher estamos prestes a sermos presos. Meu Deus do céu! O que foi que a gente fez! – segurando a gravata do amigo, acrescentou – Doutor, eu juro que não sabia que isto era crime. Se eu soubesse disto, juro que não teria compactuado com toda esta loucura. E agora, o que eu faço!
Dizia apertando cada vez mais a gravata de Onofre.
O homem, procurando se desvencilhar, disse:
- Acalme-se homem, ou vai acabar tendo um ataque. Calma. Como eu disse, a situação é grave mas não é o fim do mundo. É quase.
Jacinto se irritou:
- Como o senhor consegue fazer piada num momento como este?
Onofre explicou-lhe então que num caso como o de Jacinto e Ana que estavam, ainda que de forma equivocada tentando proteger a filha, havia a possibilidade de ser aplicado o perdão judicial.
Jacinto ficou curioso para saber do que se tratava.
O advogado explicou-lhe que em determinados casos, quando não havia intenção criminosa, verificando as circunstâncias, os antecedentes dos envolvidos, ou seja o histórico de vida, se não havia envolvimento em outros crimes, etecetera, o juiz poderia deixar de aplicar a pena. Ou seja, não haveria implicação criminal.
- Então não seremos presos? – perguntou um Jacinto já quase aliviado.
- Não meu caro. É claro que eu não posso garantir isto. Mas é quase certo que o juiz iria fazê-lo. Os senhores possuem conduta ilibada, não cometeram outros crimes, e fizeram isto por amor a Cláudia, pois não queriam ver a filha na boca do povo, sendo alvo das fofocas de todos os vizinhos.
Ao ouvir isto, Jacinto concordou.
Disse que amava a filha demais para vê-la sendo apontada na rua e exposta comentários maldosos.
Onofre, percebendo a tristeza do amigo, respondeu-lhe que entendia seu sofrimento, mas ficou intrigado por ele não haver tomado medidas legais com relação ao suposto pai de Lúcio, anos atrás.
Jacinto respondeu-lhe que Cláudia nunca lhes contou o que realmente havia acontecido. Chorando, disse que provavelmente a filha tinha vergonha do ocorrido. O homem respondeu que somente agora que o menino descobriu a verdade, é que soube de todo o acontecido. Argumentou que Cláudia pouco se lembra de detalhes.
Onofre, ouvindo o relato do amigo, comentou que ela provavelmente ingeriu alguma droga, e por isto, acabou perdendo a consciência e por esta razão, não se recordava do ocorrido.
Analisando a situação, comentou que este homem devia estar bem instruído, pois sabia que não teria como ser provada a posse sexual mediante fraude, e mais, poderia exigir o reconhecimento da paternidade. Intrigado, comentou que apenas um detalhe não estava bem explicado.
Jacinto perguntou-lhe qual.
O homem perguntou-lhe:
- Qual o interesse deste homem em mexer em uma história tão bem guardada? Qual o intuito de se expor desta maneira, relevando a todos o mal que fizera a Cláudia? O que ele teria a ganhar com isto? Humilhar a moça?
Onofre não conseguia entender.
Jacinto tampouco.
Com isto, os amigos conversaram durante mais algum tempo. Depois se despediram.
Onofre recomendou-lhe que agendasse uma consulta. Disse que precisava conversar com Ana.
Jacinto, agradeceu a atenção dispensada.
Agendou uma consulta com a secretária do advogado.
Quando Jacinto fez menção de pagar a consulta, a secretária disse que havia sido orientada a não aceitar qualquer tipo de pagamento.
O homem questionou a secretaria, mas a mulher sorrindo, orientou-o a conversar com o doutor Onofre.
Jacinto acabou concordando, mas argumentou com a secretária, que ele poderia cobrar, não havendo problemas. Relatou que amigos amigos, negócios a parte.
Quando chegou em casa, o homem contou um pouco a mulher sobre o que havia conversado com o amigo.
Ana curiosa e ansiosa, perguntou por detalhes.
Jacinto disse que o advogado lhe explicaria tudo, pois tinha agendado uma consulta.
O homem disse que Onofre lhe havia advertido que nada poderiam fazer com relação ao possível estupro.
Ana ao ouvir isto, ficou indignada.
- Como não pode fazer nada? E o Lúcio, não prova nada?
Jacinto tentando acalmar o ânimo da esposa, argumentou que com o passar dos anos, não seria fácil comprovar a materialidade do fato.
Ana não entendeu o termo técnico. Afirmou que o marido estava usando termos muito difíceis, só para confundi-la.
Jacinto disse que para comprovar o crime, Cláudia teria que ter realizado um exame de corpo de delito logo após o sucedido.
Ana concordou. Acrescentou que não ficaria nada bem, exporem a filha e o menino após tantos anos do ocorrido.
Jacinto concordou.
- Pois é. Se a cabeça do garoto já está confusa, imagine se ele for envolvido num processo de estupro? Como vai ficar a cabeça deste garoto ao ser exposto desta maneira?
Ana concordou que o melhor seria deixar a história de lado.
Percebendo porém, que havia mais detalhes, perguntou se Roberto poderia obrigar Cláudia e Lúcio a fazerem um exame de DNA.
Jacinto respondeu-lhe que infelizmente, o homem poderia ingressar com uma ação judicial para obrigar a filha e o neto a fazerem o exame.
Ana ficou perplexa. Argumentou que Cláudia era a mãe, portanto não precisava comprovar o fato.
- Pois bem, minha velha, é aí, que você se engana.
Ana não gostou nada de ser chamada de velha.
Jacinto comentou então, que como o menino estava registrado no nome dos dois, Cláudia precisaria fazer o exame para comprovar de fato que era a mãe do garoto.
Quando Ana se preparou para fazer novas perguntas, o homem pediu licença, e argumentou que no dia agendado, ela o acompanharia na consulta.
Ana ainda insistiu mais um pouco, mas não obteve êxito.
Mais tarde, Jacinto conversou com Cláudia.
A mulher ao saber que teria que realizar um exame de DNA, ficou perplexa.
Conversando reservadamente com Cláudia, o homem confessou que estava um pouco preocupado com o que iria acontecer dali para frente.
Relatou sobre o risco do casal ser implicado em um processo crime, e que Roberto poderia obrigá-los a realizar o exame.
Lúcio a esta altura, já havia conversado com Cláudia.
A mulher resolveu lhe contar sobre como conhecera Roberto. Descreveu suas leituras, o encontro nos intervalos das aulas.
Tentando evitar detalhes sobre a festa, respondeu as perguntas do menino, sobre a noite em que ficou com Roberto.
Lúcio fez várias perguntas embaraçosas.
Chegou a questionar se Lucindo não poderia ser seu pai, já que foi ele quem a encontrou e levou para casa.
Cláudia respondeu-lhe que não.
O garoto comentou que gostaria de ter um pai como Lucindo. Disse que o moço sempre foi bacana com ele.
Cláudia olhou-o com ternura.
Perguntou-lhe se podia abraçá-lo.
O garoto concordou.
Cláudia então pediu-lhe desculpas.
Disse que nunca fora sua intenção enganá-lo e tampouco magoá-lo. Argumentou que sentia muito por não ter podido lhe dar um pai melhor.
Nisto, Lúcio perguntou mais detalhes de Roberto.
Cláudia acabou por contar que na época, descobriu que ele era casado.
Lúcio ficou chocado.
A moça então relatou que não se lembra de muitos detalhes do ocorrido. Justificou que fazia muito tempo que os fatos haviam ocorrido. Assim, não conseguia se lembrar de tudo com muitos detalhes.
Lúcio, ao olhar para Cláudia, percebeu que ela estava com os olhos marejados.
Não conseguia entender direito o que havia se passado entre ela e Roberto, mas percebia, que o homem lhe fizera muito mal.
Lúcio, lembrou-se dos seus passeios com a mulher que acreditava ser apenas sua irmã. Recordou-se das viagens. Das praias que conheceu no litoral do estado de São Paulo. Muitas vezes, passeios rápidos, que duravam um fim de semana.
Fora ela quem o ensinou a nadar, quando tinha cerca de sete anos.
Lúcio brincava no mar de boia e Cláudia começou a ensiná-lo a boiar. Segurando suas costas, deitou o menino na água, e pediu para ele sentir o balanço do mar.
No inicio Lúcio sentiu medo, mas depois se deixou levar. Passou a confiar em Cláudia.
Ana ficava apreensiva, mas Jacinto dizia para ela deixar Cláudia ficar um pouco com Lúcio. Dizia que eles tinham direito a esta convivência.
E assim, Cláudia ficou segurando o menino.
Depois, ensinou-o a bater as perninhas. Em seguida, mostrou-lhe como mexer os braços. Prometeu matriculá-lo em uma escolinha de natação.
O que cumpriu.
Quando regressou a São Paulo, Cláudia matriculou o garoto em uma escola de natação.
Lúcio frequentava as aulas duas vezes por semana.
E assim, em questão de meses, acabou por aprender a nadar.
Orgulhoso, fazia questão de mostrar os progressos para a irmã, que ficava toda prosa.
Dizia que ele estava de parabéns.
Lúcio ficava batendo os pés e as pernas. Cláudia o auxiliava segurando-o.
O garoto gostava de ficar na água.
Ana costumava dizer que se deixasse, ele ficaria o dia todo dentro da água.
Jacinto emendava falando que ele parecia um peixe.
Lúcio adorava água.
E quando Cláudia o levava para passar o final de semana, ou mesmo parte das férias na praia, ficava bastante feliz.
Animado, contava sobre o passeio para os coleguinhas da escola, que também falavam sobre suas viagens e passeios.
Alguns amigos lhe diziam que tinha sorte em ter uma irmã legal que levava ele e os pais para passear junto a ela.
Lúcio agora entendia o porquê.
Cláudia estava sempre por perto, sempre presente. Atenta.
De fato, quando finalmente aprendeu a nadar, foi a ela quem primeiramente contou a novidade.
Cláudia o levou para o litoral de São Paulo e o garoto mostrou a família, que já havia aprendido a nadar.
Quando Ana e Jacinto viram o menino nadando, ficaram orgulhosos.
Elogiaram-no.
Lúcio também lembrou-se das viagens para o nordeste.
As praias de areias claras e águas cristalinas. Quentes. Paisagens paradisíacas. Relembrou-se das paisagens, dos passeios de bugue, das dunas, das pedras, dos fortes, das construções históricas. Dos passeios de jangadas, dos peixes e frutos do mar que comeu.
Lembrou-se que em algumas viagens era acompanhado por Ana e Jacinto. Outras vezes, viajava com Cláudia somente.
Recordou-se das fotos tiradas e postadas nas redes sociais.
Lembrou-se que Cláudia pagava sua escola.
Ana contava dos tempos em que era um bebê, e Cláudia o embalava, colocava para dormir.
Agora entendia tudo.
Percebeu que Cláudia sofria muito com tudo aquilo.
E assim, pela primeira vez, abraçou-a.
Não como das outras vezes. Das vezes que era criança, ou estava agradecido por algo. Até por que as coisas haviam mudado.
Murmurou chamando-a de mãe.
Neste abraço, recordou-se de outros abraços, e das vezes em ela o ajudou.
Cláudia ficou feliz com abraço. Disse que iria encontrar um jeito para resolver as coisas.
Com efeito, depois do abraço, o garoto perguntou como deveria chamá-la.
Cláudia sem rodeios respondeu:
- Mãe! Não precisa esconder isto de mais ninguém. Quanto aos problemas que isto vai trazer, pode deixar que eu vou resolvê-los.
Lúcio fitou-a.
Cláudia sorriu-lhe pediu licença.
Deixou Lúcio a sós em seu quarto.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 15
Nisto, eis que surge Roberto.
O homem ficou durante algum tempo observando os garotos jogando.
Quando o garoto se despediu dos amigos, Roberto aproveitou o ensejo, para novamente se aproximar.
Lúcio ao vê-lo perguntou-se havia encontrado a sobrinha.
O homem respondeu-lhe que não.
Comentou que no entanto, havia visto a moça circulando pelas redondezas, e precisava lhe fazer algumas perguntas.
Lúcio não estava entendendo nada.
Roberto por sua vez, disse que não custaria satisfazer uma curiosidade sua.
O garoto concordou.
Argumentou porém, que não poderia demorar.
Roberto respondeu que não tomaria muito o seu tempo.
Nisto perguntou se ele já havia ouvido falar em seu nome.
Lúcio respondeu que não.
Roberto insistiu:
- Nunca mesmo? Nem mesmo de Cláudia?
Lúcio insistiu em dizer que não. Afinal, por que ela mencionaria seu nome? Pensou.
Roberto comentou:
- Você não está entendendo nada, não é mesmo?
O garoto comentou que a conversa estava ficando estranha.
Roberto pediu-lhe desculpas. Disse que não tinha o direito de colocar caraminholas em sua cabeça, mas precisava dizer a verdade.
Enquanto falava, observava a expressão de incompreensão de Lúcio.
O garoto estranhando a conversa, argumentou que não estava gostando nada disto.
Roberto, pedindo paciência, disse que iria direto ao ponto.
A esta altura só estavam ele e o homem na quadra.
Roberto, procurava encontrar as palavras.
Parecia nervoso.
Nisto comentou que conhecia Cláudia há bastante tempo. Aduziu que tiveram um relacionamento há muitos anos atrás. Comentou que precisava esclarecer uma dúvida que o vinha consumindo há muito tempo.
Lúcio aborrecido, argumentou que não tinha como esclarecer nenhuma dúvida, pois nunca tinha ouvido falar em seu nome.
Percebendo que o garoto iria embora, Roberto perguntou-lhe se ele era filho de Cláudia.
O garoto ao ouvir a pergunta, ficou perplexo.
- Como assim? A Cláudia é minha irmã!
Roberto ao ouvir isto, respondeu:
- Desculpe, mas acho que está havendo uma pequena confusão. Afinal de contas, quem você pensa que é sua mãe?
Furioso, Lúcio gritou com ele:
- Eu não tenho dúvidas! Minha mãe se chama Ana. Ana! – gritou, e completou – Você ouviu isto, ou é surdo?
Roberto, pediu desculpas. Disse que ele estava enganado. Mencionou que sua mãe era Cláudia e que ele poderia ser o seu pai.
Lúcio ao ouvir isto, começou a gritar com o homem.
- Você é louco!
Roberto colocou a mão em seu ombro.
Lúcio então gritou novamente.
Disse para que ele tirasse suas mãos de cima dele.
Roberto tentou prosseguir com a conversa.
Mas o garoto não queria mais ouvi-lo.
Gritou para que ele o deixasse em paz.
Ana que cuidava das roupas, ao terminar de passar a última peça, notou o adiantado da hora.
Percorrendo os cômodos da casa, percebeu que Lúcio ainda não havia voltado.
Aborrecida, saiu de casa e foi até a quadra para ver se o garoto ainda estava lá.
Ao chegar ao lugar, não encontrou ninguém.
Ficou preocupada.
Lúcio ao ouvir as palavras do homem, saiu correndo.
Aflita, quando Jacinto chegou em casa, pediu ajuda ao marido para encontrar Lúcio.
Com isto, o casal percorreu as ruas do bairro, bateu a porta das casas perguntando por Lúcio.
Nada.
Ana ficou cada vez mais preocupada.
Por fim, acabaram descobrindo que Lúcio estava em uma praça.
Quando Ana e Jacinto o viram, foram logo chamando-lhe a atenção. Comentaram que ele não podia ficar pregando peças neles, pois não tinham mais idade para ficarem tomando sustos como aqueles.
Nisto o garoto disparou:
- Vocês não tem idade por que não são meus pais. Vocês são meus avós.
Ana ficou chocada.
Parecia fulminada por um raio.
Jacinto ficou indignado, perguntou de onde ele havia tirado esta bobagem.
Lúcio respondeu que um homem lhe dissera que era seu pai, e que Cláudia era sua mãe.
Ana não sabia o que dizer. Parecia não acreditar no que ouvia.
Jacinto pegou o garoto pelo braço e o arrastou de volta a casa. Disse que não iria discutir aquela questão na frente da vizinhança. Argumentou que sua vida não era espetáculo público.
Lúcio tentou reagir, mas Jacinto disse que ele estava proibido de comentar este assunto fora de casa.
Ameaçou dar-lhe uma surra.
O garoto, contrariado, resistiu, mas Jacinto segurou-o pelo braço.
Nisto, quando viu Jacinto, segurando o garoto pelo braço, um dos vizinhos perguntou-lhe se estava tudo bem.
Jacinto agradeceu, respondendo que sim.
Disse que não precisavam se preocupar pois estava tudo resolvido.
Nisto, o trio entrou em casa.
Entrando, Lúcio se desvencilhou do braço de Jacinto.
Saiu pisando forte e bateu a porta. Trancou-se em seu quarto.
Ana ainda tentou conversar com o garoto, em vão.
Jacinto, ao ver a mulher se desgastando, comentou que era inútil conversar.
Disse que Lúcio estava nervoso, e que não iria ouvi-los.
Nisto, segurou a mulher pelo braço.
Disse que ele precisava se acalmar.
Ana começou a chorar.
O casal trancou-se em seu quarto.
Jacinto comentou que agora precisavam dizer a verdade.
Argumentou que o garoto já sabia de tudo, e não conseguiriam esconder o fato de que ele não era filho deles.
Ana se perguntava quem era o homem que se apresentou como pai do garoto.
Cláudia a esta altura, estava lecionando.
Mais tarde a mulher dirigiu-se a residência de Fabrício.
Quando soube do ocorrido, após um telefonema, a mulher ficou perplexa.
Tentando esconder o fato de Fabrício, Cláudia comentou que tinha ocorrido um problema em sua casa, e precisava ir para lá. Comentou que seu irmão não estava bem, e que sua mãe estava bastante nervosa.
Fabrício ao ouvir a explicação da moça, não questionou. Percebeu que a Cláudia estava bastante nervosa.
Perguntou-lhe se gostaria que ele a levasse em casa.
Cláudia respondeu que não.
Nisto Fabrício recomendou-lhe que se acalmasse, ou não a deixaria sair dirigindo.
Cláudia disse que iria se acalmar.
Tomou uma água com açúcar preparada por Fabrício. Despediu-se do noivo.
Dirigiu o carro até a casa dos pais.
Ao chegar lá, Jacinto lhe contou toda a verdade.
Cláudia sentiu o chão abrir à sua frente. Parecia não acreditar no que ouvia.
Jacinto, relatou-lhe a gravidade do fato.
Quando Cláudia ouviu que um homem contou a história para o garoto, começou a sentir-se mal.
Nervoso, Jacinto falou-lhe que naquele momento, ela devia ser forte.
Aproveitando o ensejo, perguntou a filha, quem era o tal homem.
Cláudia tentou desconversar dizendo que não tinha como saber, mas Jacinto exigiu que ela parasse de inventar desculpas.
Nervosa, a mulher tentou desconversar, mas Jacinto insistiu na pergunta.
Cláudia chorou.
Disse que isto não podia ser verdade.
Procurando se controlar, o homem disse que não adiantaria esconder a verdade.
Aflita, Cláudia perguntou o que mais o Lúcio havia falado.
Jacinto respondeu que não sabia.
Mais tarde, o garoto saiu do quarto.
Encontrou Ana, Jacinto e Cláudia reunidos.
Ao ver Cláudia perto de si, perguntou-lhe se era verdade o que Roberto lhe dissera.
A mulher ficou paralisada.
Como ela não respondesse, o garoto se enervou.
Gritou exigindo que ela lhe falasse a verdade.
Jacinto mandou Lúcio se calar.
Comentou que eles contariam o que realmente aconteceu.
O homem dirigindo-se a Cláudia, recomendou-lhe que contasse os fatos.
A mulher nervosa, titubeou, mas não teve alternativa.
Ana nervosa, pediu-lhe que contasse a verdade.
Cláudia começou a chorar.
Disse que no tempo em que cursava a faculdade, conheceu um rapaz. Comentou que no início, o sujeito pareceu simpático e gentil, mas depois descobriu que ele não era o que aparentava ser. Relatou que descobriu a verdade sobre este moço em uma festa. Envergonhada, disse que bebeu um pouco além do que devia, e que acabou encontrando o sujeito no final da festa. Comentou que tiveram um envolvimento, e que acabou engravidando.
Cláudia mencionou o nome de Roberto, depois de ser pressionada pelos pais.
Lúcio ouvia a tudo indignado.
Ana então contou que registrou-o em seu nome.
Argumentou que parecia ser o melhor para todos.
Lúcio começou a chorar.
Dizia a todo o momento que sua vida era uma mentira.
Ana tentou conversar com o garoto, mas Lúcio não queria ouvir.
Razão pela qual saiu gritando e trancou-se em seu quarto.
Durante toda a noite Ana, Jacinto e Cláudia conversaram.
Pressionada, a moça acabou confessando que não se tratou propriamente de um envolvimento romântico.
Com efeito, quando Jacinto e Ana tomaram conhecimento do ocorrido, ficaram chocados. Para eles, Cláudia havia sido vítima de um estupro.
A moça constrangida, procurou contar o que havia ocorrido.
Contudo, não conseguia se lembrar dos detalhes.
Jacinto ficou furioso.
Ana procurou acalmá-lo.
Mais tarde, Cláudia nervosa, recolheu-se a seu quarto.
Chorou por muito tempo.
Mas a certa altura exausta, acabou dormindo.
Passou a noite inteira lembrando-se do ocorrido.
A noite também não foi fácil para Lúcio.
Abatido, o garoto, levantou-se e saiu antes que todos acordassem.
Saiu de casa e foi para a quadra, onde ficou jogando bola sozinho.
Roberto, que estava à espreita, resolveu se aproximar do garoto para conversar.
Raivoso, o garoto ao perceber a aproximação, mandou o homem se retirar. Perguntou-lhe o que queria, e se não estava satisfeito, com o que havia feito.
Roberto, dizendo que não queria brigar, argumentou que eles tinham o direito de saber a verdade. Comentou que estava disposto a fazer as pazes com seu passado.
Lúcio continuou jogando bola.
Roberto então, comentou que gostaria de reparar seu erro e de ter a oportunidade de conviver com o garoto. Disse que estava disposto a reconhecer a paternidade.
Lúcio respondeu que ele não era seu pai.
Roberto, tentando se aproximar, comentou que gostaria de resolver a questão amigavelmente, mas que se isto não fosse possível, iria ingressar com um pedido na justiça para reconhecer a paternidade. Relatou que poderia exigir a realização de exame de DNA. Tentando se aproximar do garoto comentou, que não queria brigar, somente gostaria de fazer a coisa certa. Disse ao garoto que iria voltar para conversar com Cláudia.
Nisto, Roberto se afastou.
Lúcio nervoso, passou a arremessar bolas com violência.
Cláudia ao acordar, foi ao quarto do garoto, mas ao ver que ele não estava no lugar, resolveu procurá-lo.
Para isto, vestiu uma blusa e uma calça, tênis, prendeu os cabelos.
Caminhando pelo bairro, acabou encontrando o garoto na quadra, jogando bola sozinho.
Tentando se aproximar, Cláudia perguntou-lhe se não precisava ir a escola.
Lúcio ignorou-a.
Cláudia contudo, insistiu. Disse que precisavam conversar.
Lúcio continuou jogando bola.
Irritada, Cláudia acabou puxando o garoto pelo braço.
Lúcio reagiu de forma agressiva.
Disse para ela se tirar as mãos de cima dele. Nervoso, comentou que o tal homem que dissera ser seu pai, iria exigir um exame de DNA.
Cláudia não acreditou no que ouviu.
Nervosa exigiu que o garoto voltasse para casa.
Lúcio fez menção de enfrentá-la, mas Cláudia disse que não admitiria reclamação. Afinal se ele estava criticando-a pela mentira, deveria contar exatamente o que havia acontecido, mas que isto não precisava ser no meio da rua.
O garoto irritado, largou a bola na quadra.
Cláudia recomendou-lhe que pegasse.
Em casa, a moça encontrou os pais preparando o café da manhã.
Ana ao vê-la, perguntou-lhe se não estava arrumada para o trabalho.
Cláudia disse que iria para o trabalho mais tarde.
Ao chegar com o garoto da rua, Ana percebeu que algo mais havia acontecido.
Nervosa, pediu a moça para que contasse o que havia ocorrido.
Cláudia pediu para Lúcio contar o que havia acontecido.
Jacinto, ao tomar conhecimento do fato, pareceu não acreditar no que estava acontecendo.
Nervoso, disse que iria conversar com um advogado para saber o que poderia ser feito.
Nisto, Cláudia falou que Lúcio iria se arrumar para ir a escola.
O garoto tentou argumentar, mas Cláudia lhe disse se ele era seu filho, iria ter que seguir as suas regras.
Lúcio respondeu-lhe que ela não era sua mãe, e que gostava mais dela quando era sua irmã e fazia suas vontades.
Ainda assim, o garoto foi para seu quarto e se arrumou.
Cláudia resolveu tomar um banho. Arrumou os cabelos, vestiu-se colocando um vestido.
Tomaram um chá e seguiram para a escola.
Os amigos de Lúcio que circulavam pela escola, e viram o garoto ao lado de uma mulher em um vestido. Todos ficaram observando a dupla.
Cláudia conversou com dois funcionários que autorizaram a entrada do garoto.
A mulher disse que mais tarde, voltariam a conversar.
Lúcio entrou na escola sem se despedir.
Seus amigos, ao verem-no chegando à escola, foram logo perguntando quem era aquela mulher que chegou junto com ele.
Aborrecido, o garoto quase deixou escapar que era sua mãe, mas conseguiu responder que era Cláudia, sua irmã.
Um de seus amigos comentou que sua irmã era muito gata.
Lúcio não gostou muito do comentário.
Cláudia por sua vez, chegou tarde ao trabalho.
Seus colegas estranharam sua ausência.
A mulher se desculpou dizendo que tivera um imprevisto.
O reitor da universidade perguntou-lhe se não poderia fazer uma ligação.
Cláudia pediu-lhe desculpas, e disse que sequer pensou nesta possibilidade. Prometeu porém, que isto não iria mais se repetir.
Mais tarde, a moça voltou as suas aulas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 14
Jacinto em seu quarto, comentou com Ana, que Cláudia, talvez tivesse razão.
Argumentou que talvez fosse o momento de contar a verdade.
Ana porém, argumentara que dizer a verdade neste momento só iria trazer problemas. Atrapalharia as vidas de Cláudia e de Lúcio, que já estavam bastante tumultuadas.
O homem então, calou-se.
Mas o tempo demonstraria que Cláudia e Jacinto estavam certos.
Roberto passou a rondar a casa da família.
Começou a se aproximar do garoto, como quem não queria nada, primeiramente para pedir uma informação.
Queria ir para um endereço e não sabia onde ficava.
Lúcio, que brincava de bola com alguns garotos na quadra, respondeu ao moço, e indicou-lhe o caminho.
Roberto agradeceu.
Em outra oportunidade o homem surgiu na saída do colégio.
Aparentemente estava procurando uma aluna.
Lúcio encontrou-o novamente.
Roberto agradeceu-lhe a indicação e disse que ele encontrou a rua que procurava.
Curioso, Lúcio disse que nunca o havia visto por ali.
Roberto disse-lhe que estava se mudando para a região.
Lúcio respondeu então que a garota, havia se mudado de colégio, e que não estudava mais lá.
Roberto um pouco desapontado agradeceu.
Nisto Lúcio perguntou se ele era o pai da garota.
Roberto disse que era uma sobrinha, e que estava procurando a moça há algum tempo.
Lúcio perguntou se não era mais fácil perguntar a seus parentes ou cunhados.
Rindo, o homem respondeu que seria fácil se tivesse contato com a mãe da moça. Mas que desde a separação de seu irmão, não sabia onde estava a sobrinha. Assim quando soube que a garota poderia estar estudando naquele colégio, resolveu verificar se era verdade. Mas para sua tristeza, a garota havia evaporado novamente.
Percebendo que não havia se apresentado, disse-lhe que se chamava Roberto.
O menino disse que se chamava Lúcio.
Nisto o homem agradeceu pela informação e se afastou.
O garoto ficou intrigado.
Chegou a comentar com os amigos que um estranho se aproximou fazendo perguntas sobre uma garota que nem sequer estudava mais naquele colégio.
Felipe, um dos amigos, perguntou se não era o mesmo homem da quadra, o qual perguntou onde ficava uma rua ali perto.
Lúcio disse que sim, era o mesmo cara.
Nisto, os colegas seguiram para casa.
Letícia a esta altura, já estava casada com Leandro.
Casamento com toda a pompa e circunstância.
Cláudia e seus familiares compareceram a cerimônia, assim como o então namorado na época, Fabrício.
Lucindo também esteve presente à cerimônia.
Estava acompanhado de uma mulher.
Simpática, a moça cumprimentou a todos.
Cláudia e Fabrício a conheceram.
Feliz com o novo relacionamento de Lucindo, a moça desejou-lhe toda a felicidade do mundo. Disse que ele merecia ser muito feliz. Elogiou o rapaz para a moça dizendo que era uma pessoa muito leal.
Lúcio que não o via há tempos, comentou que estava com saudades de suas visitas.
Lucindo concordou que estava em falta com o garoto e prometeu visitá-lo assim que pudesse.
Nisto Cláudia convidou a moça para conhecer seus pais, e disse para Lucindo que quando fosse a sua casa, levasse a namorada, pois seria muito benvinda.
O rapaz agradeceu o convite.
Letícia casou-se em uma cerimônia no campo, acompanhada de sua mãe, parentes e amigos.
Estava muito feliz em seu vestido branco e rendado.
“Herança” da mãe, que usou em seu casamento, o vestido foi todo refeito para a ocasião.
Era assim, que Helena costumava se referir a seu vestido de casamento. Costumava dizer que gostaria que sua filha usasse em seu casamento.
Quando a moça casou-se com Sandro, não realizou o desejo da mãe, o que deixou-a bastante contrariada.
Mas agora não.
Resolveu aceitar a oferta da mãe, e levou o vestido a uma costureira.
Juntas, viram revistas, até chegarem a uma conclusão.
Quando Helena viu a filha em sua última prova, ficou felicíssima. Dizia para todos que sua filha estava linda.
Letícia ria.
Com efeito, durante a cerimônia, todos repararam em seu vestido, principalmente as mulheres.
Cláudia comentou com a amiga que ela estava linda.
Letícia em retribuição abraçou a amiga.
Rindo, comentou que sua hora também iria chegar.
A moça respondeu que não estava com pressa.
Letícia comentou irônica que ela era triste.
Cláudia retrucou que ao contrário, era muito feliz.
Nisto, as duas amigas riram juntas.
Durante a festa, Letícia e Leandro, dançaram juntos.
Fotógrafos não perdiam os detalhes.
Cláudia dançou com Fabrício, e Lucindo acompanhou sua namorada.
Ana e Jacinto, ficaram na mesa.
Observavam a filha dançando com Fabrício. Conversavam com outros convidados.
Ao ver a filha entrosada com Fabrício, Ana perguntou esperançosa, quando a moça se casaria.
Jacinto disse-lhe que isto competia a própria Cláudia decidir, e que eles não tinham o direito de interferir.
Ana comentou que a filha tinha o direito de encontrar alguém, ser feliz. Ressaltou que eles não eram eternos.
Jacinto disse para ela não se preocupar, que chegaria o dia em que a filha encontraria alguém. Comentou que poderia ser até que já tivesse encontrado.
- Tá certo, meu velho! – respondeu Ana conformada.
Jacinto achou graça.
Em dado momento o homem chamou a esposa para dançar, que sob protestos foi conduzida a pista.
Dizia não saber dançar, mas Jacinto insistiu.
Dançaram um pouco. Depois voltaram a mesa.
Cláudia observou os pais dançando juntos e olhou-os enternecida.
No final da festa, Cláudia, Fabrício, Ana, Jacinto e Lúcio, seguiram juntos.
Cláudia deixou os três em casa.
Em seguida levou o então namorado para sua residência.
Só retornou para a sua casa, no dia seguinte.
Com o tempo, Lucindo, voltou a frequentar a casa de Cláudia.
Acompanhado da namorada, visitou Lúcio, que ficava muito feliz com as visitas.
Considerava o moço, um grande amigo.
Lucindo sempre foi presente na vida de Cláudia.
Desde que o garoto era um bebê, levava mimos para a criança.
Pegava o menino no colo, cantava para ele.
Ana chegava a dizer-lhe que ele tinha jeito com crianças, e que logo, logo seria pai.
Lucindo ria.
Argumentava que era muito cedo para ter filhos.
Por algum tempo, Ana chegou a desconfiar que o rapaz poderia ser o pai do filho de Cláudia.
Cláudia descartava a possibilidade.
Dizia que o moço apenas a havia amparado.
Ao comentar com o marido sobre esta possibilidade, Jacinto disse para a esposa tomar cuidado, pois não podia afirmar nada que pudesse provar. Argumentou que se a própria Cláudia negava, ela devia saber o que estava falando.
A incerteza quanto a paternidade do garoto, sempre deixou Ana e Jacinto intrigados.
O casal tentou diversas vezes conversar com a filha sobre o assunto, mesmo quando o menino nascera, mas Cláudia dizia que preferia esquecer aquele momento.
Ao perceber que o assunto deixava a moça angustiada, pararam de indagar-lhe.
Ana constatou que Cláudia jamais falaria o nome do responsável.
A moça não gostava de falar no assunto.
Sempre a mãe falava da festa fatídica, Cláudia tratava de mudar de assunto.
Com isto, Lucindo, em uma das visitas a família, foi com Lúcio a quadra.
O homem jogou bola com o garoto.
Lúcio perguntou-lhe estava namorando Vânia.
Lucindo disse que sim. Comentou que a moça era muito boa gente e que estava gostando da ideia de ter uma namorada.
- Muito romântico – respondeu Lúcio com ironia.
Lucindo riu.
- Ah, é assim? ... E o que o rapazinho entende de amor? Posso saber?
Brincando o garoto respondeu que mais do que ele.
Comentou que elas mulheres gostavam de romance, e que se ele queria conquistar a moça, deveria lhe oferecer flores, por exemplo, dizer que ela estava linda, etc.
Rindo, o homem comentou que Vânia, era uma pessoa muito prática, mas que passaria a seguir seus conselhos.
Lúcio respondeu de um jeito maroto, que sabia do que estava falando.
Lucindo, comentou:
- Falou a voz da experiência!
Nisto deu um abraço no garoto.
Lúcio reclamou dizendo que não era para tanto.
E assim, voltaram a jogar.
Ao voltar para casa, Vânia, que conversava animadamente com Ana, comentou que Lucindo estava pingando.
Ana ao ver o rapaz suado, comentou que Lucindo não deveria fazer todas as vontades de Lúcio.
Nisto, comentou que iria buscar uma toalha.
Lucindo por sua vez, ao ouvir as palavras de Ana recriminando Lúcio, comentou que gostava de jogar bola, e que ficar todo suado, não era nada perto da companhia do garoto. Dizia que Lúcio era um garoto muito especial.
Vánia ao ver Ana se afastar para pegar a toalha, comentou que ele parecia um moleque.
Lucindo comentou que Lúcio tinha idade para ser seu filho, e que ficar ao lado de pessoas jovens, o fazia se sentir um garoto de quinze anos de novo. Dizia que os jovens eram instigantes.
Vânia disse que agora começava a entender o por quê da profissão de professor.
Nisto, Ana chegou com a tolha, Lucindo pegou a toalha agradecendo. Enxugou o rosto, e devolveu a toalha.
Vânia rindo, disse para ele pegar a toalha de volta e ir ao banheiro e lavar o rosto.
- Sim senhora. – respondeu prontamente o moço.
Ana devolveu-lhe a toalha.
O homem dirigiu-se ao lavabo.
Ali lavou o rosto e enxugou-o com a toalha.
Nisto Cláudia chegou com Fabrício.
Lucindo a cumprimentou.
O rapaz e a Vânia despediram-se da família.
Lúcio e Ana agradeceram a visita.
Cláudia disse ao casal que voltassem sempre.
Lucindo ao vê-la com o namorado, ficou um tanto quanto constrangido.
Tanto que apressou sua saída da casa.
O tempo passou e Lúcio, então na nona série, passou a observar o comportamento das moças.
Procurava disfarçar que observava Patrícia.
Certo dia, a amiga que acompanhava a moça, apontou para ele.
Patrícia olhou para ele, que ficou um pouco sem graça.
A amiga da jovem passou por ele e riu.
Patrícia passou por ele.
Os amigos do garoto ao verem a cena, aproximaram-se.
Comentaram que Patrícia havia olhado para ele.
Brincando, disseram dando tapas nas costas, que ele havia ganho o dia.
Tentando disfarçar, o garoto ficou feliz.
Em casa, ficou a pensar nisto.
Ana estranhou o olhar perdido do garoto, mas Lúcio tentou disfarçar.
Quando a mulher se aproximava, procurava observar o caderno e fingia anotar alguma coisa.
Ana achava graça.
Certo dia, ao ver o garoto com o olhar perdido, comentou que ele estava muito estranho.
Cláudia também percebeu que Lúcio empurrava a cadeira para ela sentar-se.
A moça estranhou, mas o garoto dizia que era um gesto de gentileza apenas.
Cláudia agradecia.
Com Ana fazia a mesma coisa.
Certa vez, Cláudia notou que o garoto escrevia algo em um caderno, mas logo em seguida, arrancava as folhas.
Lúcio estava aborrecido.
Curiosa Cláudia perguntou-lhe se estava tendo dificuldades com o dever de casa.
Constrangido, o rapaz lhe disse que estava tentando escrever um poema, mas não estava conseguindo.
Cláudia perguntou se ele estava pensando em um tema específico.
Lúcio disse-lhe que um amigo estava querendo escrever uma canção para a namorada, mas não estava conseguindo. Daí pediu sua ajuda.
Cláudia ficou intrigada. Perguntou:
- Mas de onde ele tirou que você poderia auxiliá-lo?
Constrangido, Lúcio respondeu hesitante:
- Ora, por que sou seu amigo.
- Está bem! – concordou Cláudia.
Nisto, a mulher foi perguntando as características da moça.
Lúcio foi respondendo que era uma moça jovem, de cerca de quinze anos, cabelos lisos, loura.
Quando Cláudia perguntou-lhe se ela era bonita, Lúcio respondeu constrangido que sim.
A mulher começou a ficar desconfiada, mas nada disse.
Procurou ajudar Lúcio da forma que pode.
Juntos ficaram à tarde, tentando criar poemas.
Por fim, Cláudia e Lúcio, chegaram ao seguinte resultado:
“Linda figura esguia,
Longos cabelos que de ouro reluzem,
E traduzem a nobreza de tão belo semblante.
Princesa e anjo, a preencher de alegria,
Os momentos de minha vida,
Antes tão desertos e vazios.
Anjo, anda a trazer-me luz, luz de minha vida
Anda a trazer vida ao deserto
Deserto a florir, ao sentir-te junto de mim.”
Lúcio ao ler a poesia, achou-a um tanto melosa.
Cláudia disse-lhe que poderia tentar realizar poesias melhores. Comentou que seu amigo, devia ser alguém muito bacana para ele se dar a este trabalho todo.
Lúcio ficou sem graça.
Nisto Cláudia comentou que iria ver se Ana estava precisando de ajuda para alguma coisa.
Afastou-se.
Lúcio ficou a ler e a reler a poesia várias vezes. Por fim a achou bonita.
Digitou-a no computador. Imprimiu-a.
Pegou um envelope, dobrou o texto, e colocou o dentro.
Nos dias que se seguiram, pensou e pensou.
Finalmente colocou a carta entre seus pertences.
Estava decidido a entregar a moça.
Com isto, aproveitou uma distração da moça, e sorrateiramente entrou na sala de aula onde a moça estudava. Aproveitando que o ambiente estava vazio, colocou a carta entre os livros da jovem, e saiu rapidamente da sala.
Esgueirando-se para que ninguém o visse.
Mais tarde, ao chegar em casa, a moça se surpreendeu com uma carta entre seus objetos pessoais.
Patrícia ao ler o conteúdo do bilhetinho, achou uma graça.
Curiosa, ficou a pensar em que poderia ter colocado a carta entre seus pertences.
Com isto, colocou a carta em uma gaveta.
Durante o intervalo das aulas, Lúcio ficava de longe observando a moça conversando com as amigas.
Nos intervalos, ficava com os amigos.
Um dia, jogando bola no corredor, um de seus amigos, quase acertou a moça.
Lúcio ao perceber isto, repreendeu o amigo.
Disse que tivesse cuidado para não acertar as pessoas.
Nisto, pediu desculpas a moça, que passou sem dizer uma palavra.
Inspirado, o garoto passou a escrever outra poesia.
Escrevia linhas e mais linhas, arrancava papéis, rasgava.
Em suas linhas dizia que nunca havia sentido nada parecido por ninguém.
Escrevera que a moça havia mexido com sua cabeça e tirado tudo do lugar. Senti-a por vezes andando em nuvens flutuando, e por outras em um abismo, sem saber se o afeto era recíproco. Em sua carta, por fim, escreveu:
“Se vermelha a cor do amor
Venho por meio desta carta propor um desafio:
Tente-me com um delicado e vermelho tom
Pois assim saberei se o afeto que me tens é amor!”
Lúcio, ao ler o texto, achou-o horrível, pensou em rasgá-lo.
Quanta pieguice, pensou.
Mas no último momento guardou o texto. Reescreveu-o.
Ficou assim:
“Linda a andar com seus passos distraída.
Deidade a mexer com os sentidos dos homens
A virar minha cabeça e tirar tudo do lugar.
Sinto por vezes a andar por nuvens flutuando
E em outras, a percorrer um abismo
Lugar de entranhas profundas, a sofrer, esquivo
Sem nunca saber se o sentimento que a ti dedico
É de fato recíproco.”
Ao pensar no que escrevera, tencionou colocar ao final do texto, aquelas quatro linhas que pensou em rasgar.
Contudo, ao pensar, chegou a seguinte conclusão: “Como ela saberia quem ele era?” Afinal de contas, ainda não reunira coragem para se apresentar.
Desta forma, deixou as frases guardadas. Pensou em enviar numa futura carta, quando estivesse disposto a se apresentar.
Com isto, reescreveu as linhas, dobrou o papel e guardou em uma gaveta em seu quarto.
Novamente entrou na sala da moça e colocou a carta entre seus pertences.
De longe, ficou observando a jovem, a pegar os livros e se deparar com a carta.
Percebeu em Patrícia, um olhar intrigado.
A moça pegou a carta e olhou para os lados. Abriu o envelope. Leu a carta.
Parecia ter gostado.
Lúcio gostou do que viu.
Feliz voltou para casa sorrindo. Por vezes assobiava.
Ana ao ver o menino tão feliz, estranhou.
- Ora, ora, quanta felicidade! O que foi, viu passarinho verde?
- Nada. – respondeu timidamente o rapaz.
Nisto colocou suas coisas: a mochila com o material escolar em seu quarto.
Depois foi ao banheiro lavar as mãos. Sentou-se à mesa.
Ana serviu seu prato.
Lúcio comeu seu arroz com feijão, salada, bife e batata frita, sem reclamar.
Ana ficou intrigada.
Lúcio pediu mais um pouco.
Quando a mulher colocou arroz, feijão, um pedaço de bife e batata frita, Lúcio pediu mais um pouco de salada.
A mulher ficou espantada.
- O que?
O garoto repetiu:
- Salada.
Pegou a concha e colocou salada em seu prato.
Para beber, tomou um copo com água.
Depois de almoço, agradeceu a mãe. Beijou-lhe o rosto e foi para o quarto. Disse que precisava estudar.
Após os estudos, o garoto avisou a mãe que iria a quadra jogar um pouco com os amigos.
Cumprimentou os amigos, e começou a jogar bola.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 13
Quando a família soube da melhora da notas de Lúcio, comemorou.
Ana na reunião de pais, recebeu o boletim da professora de matemática, que parabenizou o garoto pela melhora nas notas.
A mulher ficou orgulhosa do garoto.
Ao chegar em casa, Ana cumprimentou o menino.
Jacinto também parabenizou-o, assim como Cláudia.
Com o tempo, Lúcio e Cláudia passaram a conversar um pouco em inglês.
Ana adorava ver os dois juntos.
O tempo foi passando.
O garoto terminou a sexta série. Passou sem grandes dificuldades pela sétima série.
Na oitava série teve um pouco mais de dificuldades.
Inventou de querer fumar e colocar um piercing na sobrancelha, o que foi proibido pelos pais.
Lúcio ficou revoltado com as proibições.
Cláudia não se intrometeu.
Argumentou que proibir por proibir não era a melhor opção, mas que como o garoto ainda não tinha maturidade para definir o que era melhor para ele, o certo seria esperar, e não deixá-lo colocar o bendito do piercing.
Ana ficou surpresa com a decisão de Cláudia.
Disse que não esperava isto dela.
Cláudia argumentou que poderiam proibi-lo por algum tempo, mas não conseguiriam proibi-lo por muito tempo. Retrucou dizendo que enquanto ele estivesse vivendo debaixo do teto dela, iria ter que viver sob suas regras.
Cláudia respirou fundo.
Por fim, retirou-se.
Certo dia o menino foi pego fumando escondido e em razão disto, sofreu uma suspensão.
Ana, ao tomar conhecimento do fato, ficou furiosa. Ameaçou bater no garoto.
No que foi impedida por Jacinto.
Lúcio porém, não se livrou do castigo.
Ficou proibido de sair de casa.
Quando Lúcio tentava sair sorrateiramente da casa, Ana surgia na porta.
A certa altura, o garoto resolveu enfrentá-la.
Lúcio era bem mais alto e forte que ela.
Disse que iria sair mesmo que ela não permitisse.
Ana respondeu dizendo:
- Pois bem, saía. Mas prepare-se para dar explicações para seu pai.
Ao ouvir isto, Lúcio desistiu do intento. Retirou-se da sala e trancou-se em seu quarto.
Ana voltou para a lavandeira, terminar de lavar sua roupa.
Cláudia, tempos atrás, sugeriu contratar uma empregada, ou mesmo uma diarista para auxiliá-la com os afazeres domésticos, mas Ana recusou a oferta.
Dizia que preferia fazer tudo sozinha.
Com o passar dos anos, Cláudia chegou a repetir a proposta, mas Ana sempre dizia que não era velha demais para cuidar de tudo sozinha.
Cláudia dizia que a vida não era somente trabalho e que ela precisava descansar.
Quando Ana ouvia isto, dizia que a filha não era a pessoa mais indicada para lhe recomendar que descansasse.
Isto por que, sempre mergulhada em seu trabalho, a moça saía de madrugada e voltava tarde da noite.
E agora noiva de Fabrício, a moça pouco tempo tinha para a família.
Quando Cláudia ouviu a reclamação estranhou. Afinal não fora a própria Ana quem a incentivou a casar com Fabrício?
Jacinto rindo, dizia que não procurasse entender sua mãe.
Com efeito, depois do castigo e do término da suspensão, Lúcio voltou às aulas.
Broncas e mais broncas por seu comportamento se seguiram.
O garoto conversava na aula, não prestava atenção nas explicações dos professores.
Tomava advertências.
Estava sempre metido nas confusões.
Ana nervosa, já dizia que não sabia o que fazer com ele.
Cláudia então resolveu intervir.
Nisto, conversou com o garoto.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo.
Lúcio dizia que não estava acontecendo nada.
Cláudia porém insistia.
Dizia que precisava de uma explicação. Argumentava que ninguém mudava tanto, sem uma razão. Chegou a lhe perguntar se estava usando drogas.
Lucio dizia que não. Indignado, perguntava como ela poderia pensar isto dele.
Cláudia retrucava dizendo que seu comportamento era muito estranho. Falava que ele estava agressivo. Não parecia a mesma pessoa.
Lúcio disse que era sim, a mesma pessoa. Disse que não queria mais saber de estudar. Argumentou que estudar era muito chato.
Cláudia ao ouvir isto, comentou que estudar era chato sim, mas era o único caminho que as pessoas pobres tinham para melhorar sua condição social, melhorar seu padrão econômico e sua visão de mundo.
Lúcio dizia que tudo isto era bobagem. Comentou que não sabia por que tinha que aprender tanta coisa, sendo que não faria uso de boa parte disto.
Ao ouvir isto, Cláudia ficou bastante aborrecida. Comentou que o saber não ocupava espaço, e que todo o conhecimento tinha sua utilidade.
Nisto Lúcio perguntou se ela fazia uso de tudo o que havia aprendido.
Cláudia respondeu-lhe que fazia de quase tudo o que havia aprendido.
Lúcio a desafiou.
Mas Cláudia respondeu-lhe que mesmo em matemática, suas atividades diárias implicavam no uso daqueles conhecimentos. Como nas despesas domésticas, nos gastos com combustível, nas compras. A física tinha relação com as distâncias percorridas à pé e de transporte. Literatura fazia parte de seu dia-a-dia, pois era sua profissão. Química tinha relação com a composição química dos produtos que utilizava, com a reação dos alimentos, entre outras coisas. História nos fazia compreender melhor a história de nosso país, e assim, nos empenharmos em fazer um futuro melhor.
Lúcio reclamou dos políticos do país.
Cláudia perguntou-lhe então, o que ele estava fazendo para tornar o Brasil, um país melhor para se viver.
O garoto não compreendeu a pergunta.
Cláudia repetiu.
Disse que um país não se faz apenas de políticos. Que para um país ser melhor, é preciso melhorar a qualidade de seus nacionais, de seus habitantes, que precisavam entender que fazem parte de um tecido social, que não estão sozinhos, e que quando agem, não podem pensar somente em si. Não podem ser egoístas. Qualquer ação gera consequências e reflexos que atingem terceiros, então temos que pensar no que é melhor para nós e para os outros. Argumentou que ninguém tinha que se sacrificar por ninguém, mas que isto não implicava ao agir, em não pensar em ninguém. Disse que as pessoas não podiam se comportar com se não existisse mais ninguém no mundo.
Lúcio disse não estar entendendo nada.
Cláudia argumentou que ele era muito inteligente para querer se fazer de desentendido. Ressaltou que ele estava entendendo perfeitamente o que ela estava querendo dizer.
Lúcio disse então, que ela estava querendo dizer que não devemos ser egoístas e que sempre que pudermos, devemos ajudar-nos uns aos outros, ou se não pudermos ajudar, pelo menos não atrapalhar, quando isto fosse possível.
Cláudia mexeu a cabeça concordando. E acrescentou:
- Você reclamou dos políticos. Pois bem, você ainda não tem idade para votar, mas quando tiver, tenha consciência. Vote com inteligência, pesquise, procure saber da vida pregressa do candidato. Não vá pela cabeça dos outros. Pense por você mesmo. Isto dá um pouco de trabalho, mas vale a pena. Não há nada melhor do que ser livre. Mesmo que seja uma liberdade parcial, é melhor do que nada.
Lúcio respondeu que não sabia onde ela queria chegar.
Cláudia disse-lhe então que não deixasse escapar a oportunidade de estudar. Que não deixasse terceiros o desviarem de seus objetivos. Mencionou que estudar às vezes é maçante, mas que ainda não inventaram nada melhor que os estudos. Ressaltou que ele poderia descobrir algumas matérias das quais gostava mais. Perguntou-lhe do que mais gostava.
Lúcio, pensou, pensou e respondeu:
- E gosto de inglês, um pouco de matemática ... e acho que só.
Cláudia disse-lhe que primeiramente ele deveria descobrir do que gostava, para saber também do que não gostava. E em relação ao que não gostava, deveria se dedicar com mais afinco, sem descuidar do que gostava.
Ao ouvir isto Lúcio prometeu que melhoraria suas notas.
Cláudia perguntou-lhe se continuava estudando inglês.
Lúcio respondeu-lhe que não.
A mulher recomendou-lhe que continuasse estudando.
Por fim, o garoto prometeu que não se meteria mais em confusão.
Ana dizia só acreditar vendo.
Mas de fato o garoto mudou um pouco o comportamento.
Passou de ano, com notas razoáveis.
No nono ano o garoto andou um tanto relapso.
Foi quando conheceu uma garota.
Enquanto caminhava pelo pátio com sua turma, avistou a menina.
Estava ao lado de uma amiga.
Lúcio ficou vidrado.
Mas a moça não olhou para ele.
O garoto ficou obcecado.
Ao saber da ascendência espanhola da moça, passou a se interessar por tudo o que era espanhol.
Curioso, perguntou a irmã, o nome de algumas músicas em espanhol.
Cláudia ficou curiosa com o interesse de Lúcio.
O garoto inventou uma desculpa de que era para um trabalho de colégio.
Cláudia, auxiliou-o na pesquisa.
Com isto, o garoto passou a ouvir músicas em espanhol.
Lúcio procurava pronunciar as palavras conforme ouvia nas canções.
No colégio, Lúcio encontrava a moça durante o intervalo.
Descobriu seu nome. Patrícia Gonzales.
Estudava na mesma série que ele, mas em outra classe.
A esta altura, quase todos no colégio sabiam que ele gostava dela.
Seus amigos faziam brincadeiras com ele.
Lúcio ficava bastante aborrecido.
Não gostava que brincassem com isto.
Por conta disto, chegou a brigar com um colega.
Em razão disto, foi parar na diretoria.
Foi novamente advertido.
Ana compareceu mais uma vez no colégio.
Quando Jacinto soube do ocorrido, quis dar uma surra em Lúcio, e só não fez por que Cláudia e Ana o impediram.
Ana então, disse-lhe que nas férias de julho, Lúcio não faria nenhum passeio com Cláudia.
Ao ouvir isto, o garoto ficou furioso. Saiu pisando duro e batendo a porta.
Ana olhou nos olhos da filha, e disse-lhe que estava proibida de tomar partido. Argumentou que ela estava prestes a se casar, e que não precisava se preocupar mais com o garoto. Disse que Lúcio era sua responsabilidade.
Cláudia ao ouvir isto, disse que agora que estava prestes a se casar, estava pensando em contar a Fabrício que ela era a mãe do garoto. E mais, que estava pensando em levá-lo para morar junto com o moço.
Ana ao ouvir isto, disse que ela havia enlouquecido.
Comentou que ninguém deveria saber daquela história. Argumentou que se Fabrício tomasse conhecimento dos acontecimentos daquela forma, ele não iria perdoá-la e provavelmente desmancharia o noivado.
Cláudia parecia aflita.
Dizia que não aguentava mais guardar aquele segredo. Mencionou que Fabrício parecia desconfiar de tudo.
Ana perguntou-lhe se havia contado alguma coisa.
Cláudia respondeu que não.
Argumentou que algum dia a verdade apareceria, e que seria melhor ela contar ao garoto que ela era sua mãe.
Ana porém a proibia de fazê-lo.
Argumentou que ela havia prometido não contar nada a ninguém.
Cláudia retirou-se.
Trancou-se em seu quarto.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.