Poesias

quinta-feira, 18 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 14

Pedro por sua vez, sempre que podia, levava a esposa para passear. Convidava-a para jantar.
Certa noite, Fabrício, acompanhado de uma mulher, viu o casal.
Pedro ao ver o irmão jantando no restaurante, convidou-o para se juntar a ele e a esposa para jantar.
Fabrício aproximou-se então do irmão. Desculpando-se, disse que estava terminando o jantar, e que precisava levar a moça de volta para casa.
Pedro aceitando as desculpas, disse que precisavam marcar um almoço para que pudessem conversar um pouco mais. Argumentou que no trabalho mal dava tempo para falarem, já que ele estava em outro setor da empresa, e raramente se encontravam.
Fabrício concordou. Prometeu que ele poderia fazê-lo. Respondeu que mais tarde poderiam conversar sobre isto.
O moço conduziu a moça até um hotel do centro da cidade.
A jovem perguntou-lhe se voltariam a se encontrar.
Ao ouvir a pergunta da moça, Fabrício respondeu-lhe que não poderia prometer nada. Comentou que talvez telefonasse mais tarde. Recomendou-lhe porém, que não esperasse por ele.
A moça compreendeu. Despediu-se e adentrou o imponente prédio.
Dias mais tarde, ao encontrar o irmão nos corredores da empresa, Pedro perguntou-lhe quem era a moça deslumbrante com quem estava jantando.
Fabrício desconversou dizendo que era apenas uma mulher bonita.
Pedro, ao perceber o desinteresse do irmão pela garota, comentou que ele estava ficando parecido com ele, nos tempos da boemia.
Ao ouvir isto, o moço irritou-se. Disse que ele não estava fazendo nada de mais, e que não devia satisfações de sua vida a ele.
Pedro, ao ver a reação do moço, ficou perplexo.
Semanas mais tarde, por insistência de Angélica, Fabrício foi intimado a comparecer em um almoço organizado por ela, e no qual estariam presentes Pedro e Cecília, além de Eleanor, Irineu, Eduardo e Márcia. Bem como seus avós – Francelino e Ângela, Diva e Odair.
Quando chegou o dia do almoço, os primeiros a chegar foram Eleanor, Irineu, Eduardo e Márcia.
Eduardo, que estava namorando uma moça, resolveu levá-la para o almoço.
Não sem antes consultar seus pais – Eleanor e Irineu –, os quais contataram Angélia, que autorizou a ida da jovem.
Desta forma, ao chegarem na mansão da família, Eduardo e a família trataram logo de apresentar a moça.
Chamava-se Roseli.
Angélica – a anfitriã – desejou-lhe boas vindas.
Roseli agradeceu.
Nisto surgiram Ângela e Francelino.
A seguir, Diva e Odair.
Pedro e Cecília foram os últimos a chegar.
O casal chegou quase na hora do almoço.
Angélica aborrecida, ralhou com o casal.
Disse que aquilo não eram horas para se chegar, posto que todos os estavam aguardando.
Pedro e Cecília, percebendo o atraso, pediram desculpas.
Nisto, passaram a cumprimentar os presentes.
Quando Pedro viu Fabrício, cumprimentou-lhe. Disse-lhe que sentiu a falta do irmão.
Fabrício abraçando o moço, disse que ele não devia exagerar.
Carlos por sua vez, ofereceu uma bebida para os convidados.
Francelino, Odair e Pedro aceitaram a oferta.
Beberam um licor.
Carlos animado, dizia que a bebida servia para abrir o apetite.
Conversaram.
Nisto o almoço foi servido.
Todos se deliciaram com um strogonof.
De acompanhamento, vinho tinto.
Pedro e Cecília, conversaram sobre a viagem que fizeram, os passeios, a beleza de um Rio de Janeiro deslumbrante.
Depois do almoço, Pedro e Fabrício conversaram reservadamente.
O moço abraçando o irmão, pediu-lhe desculpas pela atitude intempestiva. Fabrício argumentou que não queria comentar detalhes da noite e tampouco da moça que o estava acompanhando, por que era um assunto particular.
Pedro disse que entendia. Completou dizendo apenas, que ficara um pouco surpreso com o comportamento do moço. Contudo, não tinha por que se intrometer em sua vida.
Fabrício então, disse que estava tudo bem. Perguntou então, se estava desculpado.
Pedro, ao responder que sim, estendeu a mão para o moço.
Os irmãos se cumprimentaram.
Em seguida, Pedro comentou que precisava voltar para a sala.
Vaidoso, argumentou que sua esposa poderia estar sentindo sua falta.
Ao ouvir isto, o moço recomendou ao irmão, que retornasse a sala.
Pedro ao perceber o ar triste de Fabrício, perguntou:
- E você, não vem?
- Mais tarde. – respondeu o moço.
Nisto, Pedro adentrou a sala.
Fabrício preferiu caminhar um pouco pelo jardim.
Depois, retornou a sala.
Carlos havia oferecido aos convidados, um cálice de vinho do Porto.
Ao ver o filho caçula adentrando a sala, perguntou-lhe se não gostaria de beber um pouco de vinho do Porto.
Fabrício recusou o oferecimento. Disse que não, obrigado.
Por fim, quando Pedro e Cecília decidiram partir, despediram-se dos convidados.
Cecília ao se encaminhar para cumprimentar Fabrício, perdeu o equilíbrio e acabou por cair em cima do moço.
Sem graça, a moça olhou-o nos olhos e tentando se levantar, pediu-lhe desculpas.
Fabrício, segurando seu braço, ajudou-a a levantar-se.
Tentando amenizar a situação, disse que não tinha por que se desculpar.
Cecília então, despediu-se do moço.
Preocupado, Pedro perguntou-lhe se havia se machucado.
A mulher respondeu que não.
Angélica e Eleanor perguntaram-lhe se estava tudo bem.
Cecília respondeu que sim.
Nisto, o casal retirou-se da mansão.
Mais tarde, os demais convidados também partiram.
Fabrício por sua vez, pediu licença aos pais e se encaminhou para seu quarto.
Lá o moço sentou-se em sua cama, estendendo suas pernas.
A cena da despedida ficou em sua memória.
O moço ficou pensando nisto por um longo tempo.
Fabrício continuou a se ocupar de seu trabalho. Fazia serões.
Contudo, estava diferente.
Por várias vezes, seu pai Carlos, percebeu o filho distraído, pensando em coisas alheias ao trabalho.
Certo dia, ao encontrar o irmão, Pedro também notou o ar distante do moço.
Fabrício por sua vez, procurava disfarçar.
Sua mãe, Angélica, também havia notado que o filho andava estranho.
Razão pela qual perguntou-lhe se estava bem.
Fabrício desconversando, respondeu que estava preocupado com o trabalho.
Angélica por sua vez, não estava convencida.
Preocupada, comentou com o marido, que Fabrício andava estranho.
Carlos por sua vez, argumentou que era somente impressão. Comentou que o moço estava até mais animado.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quinta-feira, 11 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 13

Cerimônia esperada com ansiedade pelas famílias dos noivos.
Eleanor, ficou encantada quando viu a filha vestida de noiva, penteada e maquiada.
Por diversas vezes, mãe e filha compareceram ao ateliê da costureira da família, para que Cecília fizesse a prova do vestido.
Cada vez que a peça era experimentada, Eleanor considerava a roupa mais bonita.
Cecília estava esfuziante.
Márcia por sua vez, ao ver a irmã com seu deslumbrante vestido de noiva, comentou que gostaria também de se casar.
Eleanor e Cecília riram.
Chateada, a criança comentou que também tinha direito de se casar.
Eleanor então, tentando consolar a menina, comentou que sim, ela poderia casar-se. Mas somente dali há alguns anos. No momento, ainda era muito jovem para isto.
Pedro também havia se preparado para o casamento.
Para tanto, contratou os serviços de um alfaiate. Foi então, confeccionado um belo terno para a ocasião.
Carlos, ao ver o filho alinhado em seu belo terno, comentou que ele estava impecável.
Angélica falou-lhe que ele estava lindo.
Contudo, faltava uma coisa.
Nisto, Angélica pegou um cravo dentre as flores que havia em um vaso, quebrou seu caule e colocou a flor no terno.
O moço agradeceu a gentileza.
Nisto, seguiram pela igreja.
Angélica usava um vestido bordado com brilhos, e seu pai usava um terno escuro.
Na igreja estavam presentes Angela e Francelino, além de Diva e Odair.
Todos estavam felizes com o casamento do neto.
Ao conhecerem Cecília, comentaram que ela era um encanto.
Por fim, Cecília chegou em uma limousine.
Eleanor adentrou a igreja.
Em seguida, conduzida por seu pai, a moça adentrou a igreja.
Ao som de “Ave Maria” de Gounod.
Pedro, ao ver a noiva, abriu um largo sorriso.
Cecília, portava um lindo vestido branco, cheio de rendas, saia rodada, com uma alça que contornava toda a parte superior do vestido.
Ao chegar ao altar, Irineu entregou a moça aos cuidados do noivo.
O sacerdote disse que todos os que estavam ali reunidos, o faziam com a intenção de acompanhar o matrimônio de Pedro e Cecília.
Durante a cerimônia, mencionou a responsabilidade de um casamento, falou das obrigações dos nubentes, da vida em comum que passariam a desfrutar.
No momento da troca das alianças, Cecília se atrapalhou um pouco, sendo auxiliada por Pedro.
Ambos juraram fidelidade na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Ao término da cerimônia, na saída da igreja, o casal recebeu uma chuva de pétalas de flores.
Receberam os cumprimentos dos convidados.
Durante a festa, o casal dançou juntos a noite inteira.
Fabrício durante todo o período do noivado, se enfronhou no trabalho.
Passava as noites mergulhado em papéis.
Chegava tarde em casa.
No dia da cerimônia do casamento, o moço usava um terno escuro.
Durante a festa, o moço dançou com algumas convidadas.
Angélica, ao ver o filho tão ensimesmado, comentou com Carlos que estava preocupada com ele.
O homem respondeu que aquilo era apenas uma fase. Com o tempo passaria.
Carlos, animado, convidou a esposa para dançar.
Enquanto dançavam, o homem comentou que aqueles momentos o faziam recordar-se de seu casamento. Desejou ao filho e a nora, que eles fossem tão felizes, quanto ele.
Cecília sorriu.
A certa altura, Cecília jogou o buquê que trazia consigo.
Logo depois disto, Francisco e Angela, despediram-se de Pedro e Cecília.
Momentos depois, foi a vez de Odair e Diva se despedirem.
Os anfitriões e seus pais, permaneceram na festa, até o último convidado.
Cecília e Pedro, seguiram para sua nova morada.
Um apartamento montado por Carlos, no centro de São Paulo.
Pedro e Cecília, ao chegarem ao apartamento, observaram uma grande quantidade de presentes dispostos pela sala.
Antes, o homem segurou a moça no colo. Disse que ela precisava ser primeiramente apresentada a seu novo lar, para depois poder caminhar por ele.
E assim o jovem apresentou-lhe a sala, com os presentes, caminhou com a moça nos braços até chegar ao quarto.
Fabrício por sua vez, durante a festa, se excedeu um pouco na bebida.
Angélica, preocupada com isto, recomendou que o filho voltasse para casa.
O jovem porém, argumentou que estava tudo bem.
E assim, passou a fazer algazarra pelo salão.
Galhofeiro, brincou com Pedro.
Disse-lhe que estava saindo melhor do que a encomenda.
Pedro sorrindo, disse-lhe que Fabrício estava muito saidinho, para alguém que parecia ser tão certinho.
Carlos por sua vez, ao perceber que o filho estava se tornando inconveniente, puxou-o para um canto do salão.
Nervoso, disse-lhe que Pedro já havia lhe dado muito trabalho, e que não estava disposto a ver seu outro filho enveredar pelo mesmo caminho.
Com isto, Carlos disse-lhe que o motorista o conduziria até a casa.
A Fabrício coube apenas obedecer as ordens do pai.
Não sem antes dizer ao irmão que havia feito uma ótima escolha.
Pedro concordou.
Rindo, comentou que estava muito feliz.
Carlos, tentando disfarçar o riso, exigiu que ambos se comportassem.
Fabrício então, conduzido pelo motorista, foi deixado em casa.
Contudo, ao ver o motorista se afastar, o rapaz saiu furtivamente da residência.
Para desespero de Angélica, o moço só voltou para casa, no dia seguinte.
Pedro e Cecília, por sua vez, partiram em viagem.
Viajaram para o Rio de Janeiro, hospedando-se no famoso Hotel Copacabana Palace.
Reduto de artistas e personalidades.
Cecília, ao adentrar o monumental edifício, comentou que nunca havia estado em um lugar tão bonito.
Pedro achou graça no encantamento da moça.
Juntos, freqüentaram a piscina do hotel. Passearam pela orla da famosa praia de Copacabana.
A jovem usava um maiô frente única. Discreto e elegante.
Cecília ficou acompanhando as ondas. Colocou os pés na água, e conforme as ondas se aproximavam, a moça se afastava.
Pedro resolveu entrar na água.
Mergulhou e em seguida, chamou a mulher para entrar.
Cecília se negava.
Pedro porém, insistia.
A moça então, tomando coragem, resolveu entrar na água.
Ao sentir a água molhando suas pernas, gritou dizendo que a água estava gelada.
Pedro por sua vez, continuou a chamá-la.
Cecília resolveu continuar na água. Continuou caminhando até chegar onde Pedro estava.
A moça, ao se aproximar do moço, ouviu o comentário:
- Até que enfim!
Nisto, uma onda quebrou em cima do rapaz e da moça.
Pedro abaixou-se, mas Cecília, pega de surpresa, foi derrubada pela onda.
O moço levantou-se mas ao ver que a mulher sumira, mergulhou e ajudou Cecília a se levantar.
Brincando, disse-lhe que deveria tomar cuidado, pois não queria ficar viúvo no primeiro dia em que estava casado.
Cecília começou a tossir.
Preocupado, o moço perguntou-lhe se estava bem.
Cecília balançou a cabeça afirmativamente.
Pedro contudo, conduziu a moça para a areia.
Perguntou-lhe novamente se estava tudo bem.
Cecília respondeu que sim.
O moço abraçou a jovem.
Como Cecília insistisse em voltar para água, o rapaz perguntou-lhe novamente se estava tudo bem.
A moça respondeu que sim.
E assim, a dupla ficou brincando na água.
Pedro jogava água na moça.
Cecília fazia o mesmo.
Depois de um tempo, a mulher deitou-se em cima de uma esteira.
Pedro ficou observando-a.
Mais tarde o caminharam pela famosa calçada.
Admiraram as construções, o Forte de Copacabana.
Almoçaram frutos do mar, beberam vinho branco.
Feliz, Pedro sugeriu um brinde a esposa.
Cecília e ele brindaram a felicidade no casamento.
A tarde passearam pelo centro da cidade, passearam pela Cinelândia, visitaram prédios históricos.
Ao voltarem ao hotel, o homem sugeriu a moça que permanecessem no hotel.
A noite, pediriam comida no quarto.
Galante, o moço comentou que poderiam desfrutar do conforto do belo aposento, e apreciar a bela vista para o mar.
Com isto, o homem conduziu a jovem até o hotel.
Pegaram o táxi e no caminho ficaram apreciando a vista da cidade.
Cecília se encantou com a beleza da paisagem.
Pedro achava encantador o ar de admiração da moça.
Ao chegarem ao quarto onde estavam hospedados, Pedro sugeriu que a moça usasse seu melhor traje.
A jovem, ao se tornar noiva de Pedro, ganhou roupas novas encomendadas por Angélica.
Sua sogra insistia em dizer que em sua nova condição de mulher de um empresário, a moça deveria sempre se apresentar de forma impecável.
E assim encomendou vestidos, saias rodadas, blusas, casacos, para a moça.
Cecília constrangida, tentou recusar a oferta, mas Angélica não aceitou a recusa. Disse que era um presente e que o mesmo não poderia ser recusado. Argumentou que não estava questionando sua elegância, já que sempre estava bem vestida, mas os ambientes que passaria a freqüentar exigiam roupas de gala em profusão.
A moça riu.
Com isto, acabou concordando com a proposta.
E assim, duas vezes por semana, acompanhava a futura sogra, em visitas a costureira.
Pedro, ao notar que a noiva passava mais tempo com sua mãe do que ao seu lado, chegou a comentar que ela estava roubando Cecília dele.
Angélica ao ouvir o comentário, riu. Argumentou que não estava roubando-a dele e sim auxiliando-a a realçar o que ela já tinha de bonito.
Pedro brincando, respondeu que se a beleza de Cecília fosse realçada, teria que trancá-la dentro de casa, ou teria sérios problemas.
Angélica censurou a brincadeira do filho. Argumentou que aquele comentário era de mal gosto. Retrucou dizendo que a beleza era algo a ser realçado e não escondido.
Ademais, deveria sentir muito orgulho em se casar com alguém de alma tão nobre e beleza tão encantadora.
Pedro concordou.
Abraçou a mãe e disse-lhe que estava brincando.
Com efeito, Cecília procurou vestidos no armário.
Escolheu um vestido longo, com alça lateral e saia rodada.
Cecília prendeu os cabelos.
Pedro por sua vez, vestiu um terno.
Quando a moça apresentou-se para ele, o rapaz elogiou sua elegância.
O jovem, pegou a vitrola e colocando um disco, convidou a jovem para dançar.
Sorrindo, a moça dançou com o homem.
Ao som de chorinhos de Waldir Azevedo, Pedro falou no ouvido da moça que a noite estava apenas começando.
Nisto, o garçom bateu na porta do quarto.
Trazia o jantar em um carrinho. O garçom adentrou o quarto do hotel, serviu a comida, a bebida e por fim, retirou-se do aposento.
Pedro, conduzindo o homem até a porta, deu-lhe uma gorjeta.
O casal saboreou filet au chateaubriand, com vinho tinto.
Ao término da refeição, Cecília comentou sorrindo que não imaginava que a alta gastronomia fosse tão saborosa.
Pedro respondeu-lhe que ela conheceria mais pratos saborosos, e que o trivial também era muito gostoso, mas que de vez em quando um prato sofisticado era ótimo.
Cecília concordou.
Depois do jantar, o moço brincando, disse:
- Poderia me conceder o prazer de mais uma contra-dança?
Cecília riu de ver o homem em pé ao seu lado, fazendo um gesto cerimonioso.
Nisto, o jovem colocou outro disco na vitrola.
Pedro estendeu o braço a moça.
Cecília e o jovem, dançaram juntos.
Apreciaram a vista do mar sob a luz da lua.
Para dormir, a moça usou uma camisola branca.
Pedro abraçou a moça. Perguntou-lhe galante, como era possível que ela ficasse mais bela.
Cecília agradeceu o elogio.
O moço aproximou-se da jovem. Beijou-a.
Pedro conduziu a moça para o leito.
Quando um novo dia surgiu, a luz do sol penetrou uma parte do aposento.
Cecília, ao despertar, ficou encantada com a beleza do sol penetrando o quarto.
Olhou pela janela a praia, e viu o mar convidativo.
Mais tarde, depois de tomarem o café da manhã do luxuoso hotel, o casal correu para a praia.
Em trajes de banho, aproveitaram para cair no mar.
Depois do almoço, o casal aproveitou para passear pelo Jardim Botânico.
Nos dias que se seguiram, passearam pelo Cristo Redentor, o Bondinho, passearam pelo Bairro de Santa Tereza, pela Lapa, o Palácio do Catete, a Biblioteca Nacional, a Quinta da Boa Vista.
Quando voltaram para casa, Pedro e Cecília tinham muitas novidades para contar aos pais e sogros.
O moço visitou a casa dos pais para contar sobre os passeios realizados na Cidade Maravilhosa.
Pedro e Cecília almoçaram juntos com Carlos e Angélica.
Levaram presentes para o casal.
Para a mãe, o moço levou um perfume. Já para o pai exigente, uma caneta MontBlanc.
Angélica adorou o presente.
Carlos, também gostou da caneta. Disse que os principais projetos da empresa seriam assinados com a caneta.
No dia seguinte, visitaram os pais da moça, Eleanor e Irineu.
Atencioso, moço levou presentes para os sogros, e também para os cunhados – Eduardo e Márcia.
A criança, ao receber o presente, agradeceu. Ficou encantada com sua boneca.
Sorridente, disse que ela era linda.
Eduardo ganhou um barco de madeira.
Eleanor recebeu um vestido de presente.
A mulher ao abrir a caixa e ver o vestido, ficou encantada. Agradeceu o presente ganho.
Irineu por sua vez, gostou de ganhar um par de sapatos novos.
Pedro disse que escolheu os presentes, ajudado pela esposa.
Todos agradeceram os mimos.
Com isto, Pedro e Cecília almoçaram com a família.
Quando o casal se despediu de Eleanor e Irineu, os pais da moça comentaram que Pedro e a filha estavam muito felizes.
Irineu ressaltou que o moço era muito gentil com sua filha.
Eduardo por sua vez comentou que esperava que o casamento fosse feliz.
Salientou que se o moço não cuidasse bem de sua irmã, iria se entender com ele.
Irineu e Eleanor riram. Diziam que ele não teria com que se preocupar.
Nas semanas que se seguiram, o moço retomou seu trabalho no escritório do pai.
Executou suas tarefas diárias. Acompanhou reuniões, verificou relatórios, balancetes.
Carlos sempre que podia, elogiava a mudança do filho.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 12

Com isto, interessado em rever a moça, Pedro a freqüentar as sessões de cinema.
Angélica e Carlos passaram a perceber que o moço passara a adotar hábitos diurnos.
Todas as tardes, passou a freqüentar o cinema.
Ansiava por ver Cecília.
Porém, para sua decepção, a moça não retornou ao cinema.
Pedro, ficou desapontado.
Contudo, prometeu a si mesmo que não desistiria de encontrá-la.
E assim, passou a freqüentar as sessões de cinema.
Certo dia, Cecília retornou ao cinema, devidamente acompanhada de Márcia e Eduardo – seus irmãos.
Eduardo, ao notar a presença de Pedro, insistiu com a irmã, para que assistem ao filme em outro lugar.
Cecília porém, argumentou que a sessão estava prestes a começar, e não queria perder o início do filme.
O moço contrariado, acabou concordando em permanecer por ali.
Em que pese este fato, não parava de olhar na direção de Pedro.
O rapaz, percebendo isto, fitou o irmão da jovem.
Porém, sempre que notava uma distração do moço, aproveitava para olhar a moça.
Cecília por sua vez, ao perceber isto, ficou constrangida.
Sem graça, sugeriu ao irmão entrarem na sala de cinema.
Pedro, percebendo isto, resolveu ingressar na sala logo em seguida.
Durante a projeção do filme, o moço a todo o momento olhava para a moça.
Cecília percebeu alguns dos olhares.
Eduardo, entretido com o filme, não percebeu os olhares de Pedro.
Ao término da sessão, Pedro decidiu se aproximar.
Eduardo não gostou.
Comentou com Cecília, que o moço era muito atrevido.
Nervoso, argumentou que se o moço resolvesse se aproximar, teria que ser enérgico.
Cecília ficou nervosa.
Nisto Pedro já se aproximando, perguntou se haviam gostado do filme.
Um tanto sem jeito, Cecília respondeu que sim.
Pedro, percebendo que não havia se apresentado, respondeu:
- Mas que cabeça a minha, nem me apresentei! – disse ponto a mão na fronte – Deixe que me apresente! Me chamo Pedro. – respondeu estendendo sua mão para Eduardo.
Eduardo, olhou-o com severidade.
Cecília tensa, respondeu que todos estavam olhando.
Sem alternativa, o moço apertou a mão de Pedro.
Pedro então, tentando se desculpar, disse que em nenhum momento quisera desrespeitar quem quer que fosse. Argumentou apenas, que havia simpatizado com a moça, e que estava sem jeito para se aproximar.
Eduardo continuava cismado.
Pedro por sua vez, perguntou o nome das jovens que o acompanhavam, e enfeitavam a passagem.
Simpática, a criança respondeu que se chamava Márcia, e que sua irmã, um tanto calada, chamava-se Cecília.
Pedro então cumprimentou a jovem Cecília.
Beijou a mão da moça, e também de sua irmã.
Márcia ficou encantada com o gesto. Sentiu-se uma moça.
Na volta para casa, não se cansava de dizer o quanto Pedro era educado e que quando crescesse, gostaria de arrumar um namorado gentil e bonito igual a ele.
Aos poucos, Pedro foi conquistando a confiança de Eduardo.
Certa vez, ao encontrar algumas moças que se apresentavam como crooner’s em uma boate, cumprimentou-as cerimoniosamente. Mas desculpando-se, respondeu que estava acompanhado.
Eduardo não gostou da cena, mas ao perceber que o moço se afastara das jovens, tranqüilizou-se.
Com o tempo, Pedro passou a freqüentar a casa da família da moça. Conheceu seus pais.
Sempre que visitava a moça, procurava levar alguma coisa para Márcia.
Dona Eleanor e Seu Irineu, ficavam encantados com os gestos de gentileza do rapaz.
Angélica e Carlos também ficaram impressionados com a mudança de comportamento do filho.
Isto por que Pedro não chegava mais tarde em casa e tampouco alcoolizado.
Nos últimos tempos, vinha acompanhando seu pai, e trabalhando junto a ele no escritório.
Fabrício chegou até a elogiar a mudança de comportamento do irmão.
Animado, Pedro disse-lhe que estava enamorado de uma jovem encantadora de nome Cecília.
O moço, ao perceber o brilho nos olhos do irmão, comentou que gostaria de ser apresentado a jovem que havia operado tamanho milagre.
Pedro riu.
Prometeu que assim que fosse possível, combinaria um almoço com a família da jovem, e ele poderia então conhecê-la.
Fabrício respondeu que estava aguardando.
Com isto, quando o moço finalmente apresentou a jovem a família, Angélica e Carlos mal podiam esperar para conhecer a jovem.
Carlos dizia para Angélica, que Cecília fizera com Pedro o que eles não conseguiram em anos de criação.
O homem alegava que considerava o filho um estróina, mas que ultimamente ele havia se transformado. Não parecia o mesmo irresponsável de antes.
Fabrício por sua vez, sempre fora responsável.
Carlos costumava dizer que seria ele quem certamente cuidaria dos negócios da família, já que Pedro só se preocupava com noitadas.
Desta forma, quando a moça foi apresentada para a família, o casal se encontrava em grande expectativa.
Angélica preparou um almoço caprichado para a moça e sua família.
Quando chegaram Eduardo, Cecília, Márcia, e os pais da moça, Eleanor e Irineu, Pedro apresentou-os a sua família.
Angélica e Carlos ficaram encantados com a jovem.
Cecília era um encanto de moça, discreta e educada, além de muito bonita.
O casal também se encantou com os gestos educados de Eduardo, e com a vivacidade de Márcia.
Quando Angélica elogiou a criança, Eleanor e Irineu se encheram de orgulho.
Enternecidos, disseram que seus filhos eram o maior tesouro que possuíam.
Irineu e Eleanor elogiaram também o jeito gentil e cavalheiresco de Pedro, que sempre que visitava a família, levava algum mimo para a criança.
Eleanor respondeu dizendo que quem agradava seus filhos, agradava também a ela. Argumentou dizendo que quem acarinhava seus filhos, acarinhava-a também.
Angélica concordou. Disse que os filhos eram o maior tesouro de um casamento.
No que Carlos discordou. Argumentou que o maior tesouro de um matrimônio era o amor que coroava a relação, e que os filhos eram um complemento deste tesouro, embelezando a união, enchendo-a de flores.
Ao ouvir isto, Angélica respondeu que o marido estava muito poético.
Angélica, tentando agradar a moça, ofereceu-lhe um refresco, que Cecília aceitou prontamente.
Fabrício chegou mais tarde, pois estava assoberbado.
Como Carlos sairia mais cedo do escritório, o moço ficou encarregado de cuidar da empresa.
Ficou até mais tarde, e só não fez serão por que o próprio Carlos telefonou para o escritório, intimando-o a voltar para casa.
E assim, o moço voltou para o lar.
Ao ser apresentado aos pais da moça, Fabrício cumprimentou-os.
Foi apresentado aos irmãos da jovem.
Quando viu a moça, ficou admirado.
Cecília era muito mais bonita do que o irmão havia lhe dito.
Ficou tão encantado que procurou disfarçar o entusiasmo. Disse que Pedro era um rapaz de sorte por encontrar tão encantadora jovem.
A moça sorriu para ele.
Durante o almoço, o rapaz tentava evitar olhar para a moça, mas às vezes se via olhando para a jovem, que só tinha olhos para Pedro.
Tímida, tentava evitar os olhares do moço, mas não conseguia.
Enquanto comiam arroz, carne, salada e bebiam vinho, Angélica e Carlos comentavam que estavam felizes com o namoro e faziam votos para que este se transformasse em matrimônio.
Depois do almoço, Pedro e Cecília puderam ficar a sós no jardim da casa, onde conversaram longamente.
O moço comentou que estava trabalhando na empresa do pai, em seu escritório. Disse que assim que reunisse condições financeiras, a pediria em casamento.
Cecília respondeu que estava feliz em conhecer os pais do moço, e que se sentia segura ao seu lado.
Pedro beijou o rosto da moça.
Fabrício por sua vez, dizia que Pedro conhecera uma pessoa muito especial.
Mais tarde, Cecília e sua família se despediram.
Fabrício se despediu de todos, inclusive da moça.
Nos dias que se seguiram, visivelmente amuado, Fabrício dizia que se sentia indisposto apenas.
Angélica porém, sabia que não era bem uma indisposição que o rapaz sentia.
Ao perceber o rapaz cada vez mais ensimesmado, a mulher chamou-o para uma conversa. Perguntou-lhe o que se passava. Por que estava tão estranho, tão triste.
Fabrício desconversou dizendo que estava apenas cansado.
E assim, continuava sua rotina de trabalho.
Cada dia que passava, voltava mais tarde para casa.
O moço estava se ocupando cada vez mais.
Ao chegar em casa, estava sempre calado.
Angélica percebia a mudança no olhar do moço.
A mulher, tentando descobrir o que se passava, insistia em perguntar ao jovem, o que estava acontecendo.
Fabrício dizia que estava cansado.
Pedro por sua vez, estava cada dia mais feliz.
Mais dedicado ao trabalho, dedicava-se a cuidar das finanças da empresa, ao lado do pai – Carlos.
Odair, seu avô, já havia se desincumbido dos afazeres da empresa.
Em reuniões, Carlos não se cansava de dizer que seus filhos eram os seus maiores orgulhos.
Pedro por sua vez, após longas jornadas de trabalho, aproveitava os momentos de folga para se encontrar com a moça.
Em seus encontros, Cecília e Pedro ficavam se observando, calados.
Eleanor certa vez, percebendo que eles precisavam ficar a sós, pediu licença ao marido para deixá-los irem até a praça em frente a casa.
Irineu titubeou, mas a esposa, dizendo que eles não fariam nada demais, comentou que não havia problema algum em tal passeio. Ressaltou que se tratava de um lugar público.
E assim, Pedro caminhou de mãos dadas com Cecília, até a praça.
Lá, o casal ficou mais à vontade.
Pedro beijou as mãos da moça. Disse-lhe que não via a hora em que viveriam sob o mesmo teto. Comentou que gostaria de ter filhos.
Cecília achou graça.
Assim, foi questão de tempo para que o casal formalizasse o noivado, com um baile.
A moda da época, o casal dançou ao som dos cantores do rádio.
Cecília estava lindíssima com um vestido rodado, tomara-que-caia.
Para poder usar o vestido, Eleanor teve que convencer o marido de que não havia problema algum no vestuário da moça. Dizia que atualmente, as moças se vestiam assim.
Irineu porém, achava a roupa ousada demais.
Elenaor respondeu que não havia nada de indiscreto na roupa. Argumentou sobre o cumprimento da saia, que o decote somente realçava a beleza da moça e não era nem um pouco vulgar.
Ressaltou que a moça estaria entre seus familiares, e que Pedro ficaria ainda mais encantado com a beleza dela.
- Esta é a minha preocupação! – argumentou o homem.
Eleanor porém, acabou convencendo-o.
Nisto, quando ele viu a filha trajando a roupa, com tanto garbo, concordou com a esposa.
De fato era um belo vestido, muito bem casado com o talhe da moça.
Cecília estava linda! Foi que ele exclamou.
A garota, agradeceu o elogio.
Beijou o pai.
Por sua vez, quando Pedro a viu adentrando a mansão dos Camargo, ficou encantado.
Fabrício, ao vê-la, também achou-a bela. Seus olhos brilhavam.
Cecília aproximou-se de Pedro, que disse-lhe no ouvido que estava linda.
A moça sorriu.
No salão da mansão, o casal dançou.
Fabrício dançou com uma das convidadas.
A certa altura, Pedro e Cecília aproximaram-se de Fabrício que bebia um pouco de champagne.
Pedro, pilheriando o moço, disse-lhe que estava muito só, que precisava arrumar uma jovem para se casar.
Fabrício, constrangido, comentou que não havia encontrado a moça certa.
Pedro respondeu que vivendo somente para o trabalho, ficaria muito difícil para encontrar alguém.
Irritado, o moço respondeu que aquilo não lhe dizia respeito.
Pedro então, tentando acalmar os ânimos, sugeriu que ele e Cecília dançassem juntos.
A moça sorriu para ele.
Fabrício ficou um pouco sem jeito.
Pedro insistiu.
Com isto, Fabrício e Cecília dançaram juntos.
O jovem, ao se ver ao lado da moça, abraçou-a.
Ao sentir o afeto do jovem, Cecília também o abraçou.
Pedro ficou feliz com a aproximação do moço, já que Fabrício fazia questão de permanecer distante do casal todas as vezes que Cecília visitava a casa.
Com isto, dançaram duas músicas.
Ao término da canção “A Valsa da Despedida”, Pedro puxou a moça pelo braço.
Arrastando-a para um canto do salão, disse-lhe que estava magnífica e por esta a razão, a queria por esposa.
Cecília perguntou irônica:
- Ah é?
Pedro então, pediu silêncio no salão.
Os músicos pararam de tocar.
Nisto, o moço se dirigiu ao centro da sala, conduzindo Cecília pelas mãos.
Disse que depois de muito procurar, havia encontrado a mulher de sua vida. Comentou feliz, que nos próximos meses, pretendia casar-se com a moça.
Nisto, voltando-se para a moça, perguntou-lhe se ela gostaria passar os próximos anos de sua vida, ao lado de um sujeito atrapalhado que estava fazendo tudo para se aprumar na vida.
Com efeito, antes que a moça respondesse, o jovem tirou do bolso uma caixinha, e ao abri-la, apresentou um lindo anel de brilhantes.
Os convidados ficaram em silêncio.
Pedro, então, ao ver que a moça permanecia muda, insistiu para que ela dissesse algo.
Brincalhão, o jovem comentou que Cecília havia desistido.
Cecília, respondeu então, que sim.
Pedro brincando novamente, disse:
- Que alívio! Pensei que ela não fosse aceitar!
O jovem colocou o anel de brilhantes, no dedo da moça.
Os convidados, ao presenciarem a cena, aplaudiram.
Em seguida, o casal dançou só, diante de todos os convidados.
Usando gestos dramáticos, o moço segurou Cecília nos braços, e arqueado sobre ela, sorriu.
Os convidados aplaudiram a dança.
Carlos, conversando com Irineu e Eleanor, comentou:
- Esse meu filho Pedro, não tem jeito! Adora um gestual dramático.
Fabrício, que acompanhava o pedido e a dança do casal de longe, decidiu se dirigir ao jardim.
Angélica, que acompanhava o marido, pediu licença e se dirigiu ao lugar.
Ao ver Fabrício amuado, disse-lhe que sabia o que estava acontecendo.
O jovem ficou surpreso.
Angélica, finalmente percebendo o que estava acontecendo, comentou que ele teria arrumar outro alguém para ser objeto de seu interesse.
Fabrício com ar sofredor, respondeu que ela estava certa. Confessou que ninguém saberia disto.
Angélica por sua vez, abraçou o filho.
O moço ficou com o olhar perdido.
Mais tarde, foi servido um jantar aos convidados.
Em dado momento, um dos convidados sugeriu um brinde aos noivos.
Brindaram.
Por fim, foi proferido um discurso por Carlos, que desejou felicidades aos noivos.
Disse que um casamento se fazia todos os dias, e que cada momento, compunha um mosaico que demonstrava toda uma história, que poderia ser amor e de alegrias, ou de tristezas. Caminho o qual cabia aos nubentes escolher. Argumentou que nenhum deles era fácil, mas que o melhor era o de construir, uma felicidade de pequenos momentos, pois era disso que a vida era feita. Por fim, desejou sorte aos noivos.
Todos aplaudiram o discurso.
Os noivos, os convidados, e suas respectivas famílias, serviram-se de entradas, finas iguarias. Um sofisticado jantar com medalhão.
Vinhos, os mais finos.
Cecília e Pedro receberam inúmeras felicitações. Abraços e cumprimentos dos convidados.
Angélica, observou o casal enternecida.
Recordou-se do tempo em ficou noiva de Carlos.
O homem, ao ver a esposa absorta em pensamentos, perguntou-lhe sussurrando se ela estava se recordando do passado.
Angélica respondeu que apesar de não ter escolhido a pessoa com quem se casar, era muito feliz ao lado dele.
Carlos perguntou se em algum momento se arrependeu.
A mulher respondeu que não.
O casal se abraçou.
A certa altura, Angélica comentou que andava preocupada com Fabrício.
Carlos retrucou dizendo que não havia com que se preocupar, posto que o moço se encontrava muito bem.
Fabrício por sua vez, observava os casais dançando, entre eles, Cecília e Carlos.
Em dado momento, ao notar os olhares preocupados de sua mãe, o moço resolveu convidar uma moça para dançar.
Angélica, ao observar o filho dançando com uma jovem, se tranqüilizou.
Carlos se aproximando vagarosamente, disse-lhe que não havia com o que se preocupar.
Nisto, os músicos continuaram a tocar. Também cantavam os sucessos da era do rádio.
Meses mais tarde, o casal estava se encaminhando para o casamento.

Luciana Celestino dos Santos
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A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 11

Um dia Fabrício arrancou uma folha de uma das plantas do jardim, e Pedro lhe explicou que aquela folha era de uma rosa, e que a planta tinha muitos espinhos.
Meio sem jeito, Pedro falou que espinhos machucavam os dedos, fazendo que com Fabrício jogasse a folha no chão e saísse correndo.
Angélica, levantou-se então do banco em que estava sentada folheando uma revista, e foi verificar o que estava acontecendo.
Fabrício veio correndo ao seu encontro, chorando e dizendo:
- Tô com dodói! Tô com dodói!
A mulher olhou para as mãozinhas estendidas e segurou Fabrício no colo.
Ao verificar que não havia nenhum ferimento nas mãos da criança, disse que ele não havia se machucado. Respondeu que estava tudo bem.
Fabrício então se acalmou.
Nisto a jovem conversou com Pedro, que respondeu que só estava tentando explicar ao irmãozinho, que a folha era de uma planta que possuía espinhos.
Angélica conversou com a criança, dizendo que Fabrício era muito pequeno para entender as explicações e que por isto, se assustou com suas palavras.
Pedro olhou-a com ar de incompreensão.
Em seguida foi brincar com um peão, feito de madeira.
Com isto, Fabrício ficou durante algum tempo brincando com um carrinho de madeira.
Porém, ao ver o irmão mais velho brincando com um peão, resolveu partir ao seu encontro, pedindo para também brincar.
E assim, a harmonia voltou a reinar.
Carlos sempre que voltava do trabalho, perguntava com tinha sido o dia, se as crianças estavam bem.
Angélica contava então ao marido, sobre as reinações e traquinagens dos meninos.
No fim de semana, sempre que desejavam ficar a sós, o casal deixava as crianças sob os cuidados ou de Ângela e Francelino, ou de Diva e Odair.
Os avós adoravam a companhia dos netos. Diziam que voltavam a se ver como pais, e que era bom ver nos dois meninos, um pouco dos traços de ambos.
As crianças brincavam no jardim das mansões, brigavam, choravam e se entendiam.
Carlos e Angélica, aproveitavam para ir ao cinema.
Emocionada, a moça se encantou ao assistir ao “Filho do Sheik”, última fita realizada por Rodolfo Valentino.
Certa vez, a jovem disse ao marido, que o nascimento dos filhos e a morte de seu ídolo, lhe sinalizaram para ela que, o tempo da meninice havia passado, e que agora estava ingressando no mundo dos adultos.
Um tanto triste, disse que nada seria como antes.
De fato, o tempo passou ... os filhos cresceram.
O casal amadureceu.
Pedro e Fabrício, se tornaram jovens bonitos.
Fabrício, era um moço bastante interessado nos empreendimentos da família, sendo o braço direito de seu pai.
Já Pedro, adorava viver de brisa, freqüentando festas, boates, sem nunca se firmar em nenhum tipo de trabalho.
Pressionado por seu pai, Carlos, permanecia algum tempo na empresa da família executando algumas tarefas, para depois, cultivar o ócio.
Carlos ficava furioso com a indolência do filho.
Diversas vezes chamou-o de vagabundo.
Angélica preocupada, ouvia o marido culpá-la pelo comportamento do filho, dizendo-lhe que havia criado um sujeito imprestável.
A mulher ficava desolada.
Aborrecida, dizia que havia educado os dois filhos da mesma maneira.
Carlos então, ao notar que a ofendia, invariavelmente tentava se desculpar.
Justificava o destempero dizendo que Pedro o tirava do sério.
Pedro por sua vez, ao ouvir as recriminações do pai, ficava furioso. Como resposta, passava as noites em bares.
Lá bebia. Conversava com belas mulheres.
Boêmio, aprendeu bonitas poesias declamadas pelos poetas da noite.
Tornou-se interessante.
Em uma tarde em que resolvera ir ao cinema, o moço se deparou com um bela jovem.
A moça, estava devidamente acompanhada de um rapaz e uma menina.
Atrevido, Pedro passou a lançar olhares para moça, que ficou inicialmente constrangida pelo assédio.
O moço que a acompanhava, ficou visivelmente incomodado com os olhares lançados para a moça.
Irritado, ameaçou ir na direção de Pedro, que pareceu não se importar.
Nisto, Eduardo resolveu se aproximar, perguntando em tom ofendido:
- O que senhor quer com minha irmã?
Pedro, ao ouvir a palavra irmã, sorriu. Disse que só queria conhecer tão encantadora moça, alvo de tantos cuidados.
Eduardo ficou furioso. Dizendo que sua irmã não era uma coquete, disse que ele deveria se dar ao respeito, pois estava em um ambiente de família.
Pedro se ofendeu. Retrucou dizendo que em nenhum momento tencionara desrespeitar quem quer que fosse. Argumentou que vinha de uma ótima família, e que não estava ali para afrontar ninguém.
Nisto desculpou-se, virando as costas para Eduardo.
Aborrecido, o homem entrou na sessão de cinema.
De longe, fitou a jovem, acompanhada de seu irmão e de uma criança.
Pedro não conseguia tirar os olhos da jovem.
A moça, entretida com o filme, não percebeu os olhares do jovem.
Tampouco Eduardo.
Na saída do cinema, Pedro foi cumprimentado por dois conhecidos.
Curioso, perguntou se eles sabiam o nome da jovem que acabara de sair, acompanhada de um rapaz e de uma menina.
Um dos moços, respondeu que se tratava de Cecília, acompanhada de seu irmão Eduardo, e de sua irmãzinha Márcia.
Tentando prevenir o moço, disseram que tivesse cuidado com Eduardo, pois o moço era deveras ciumento.
Pedro retrucou dizendo que já havia percebido isto.
Os dois conhecidos riram e disseram:
- Você não tem jeito mesmo!

Luciana Celestino dos Santos
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quinta-feira, 4 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 10

Nisto, o moço respondeu que poderiam assistir a uma fita de Rodolfo Valentino.
A moça ficou surpresa com a proposta.
Carlos então, segurando uma de suas mãos, perguntou-lhe, se ela não tinha mais interesse em cinema.
- Tenho, sim! – respondeu a jovem.
O moço então, argumentou que ele estava ali, ao lado dela. Sem nenhuma modéstia, disse que era muito melhor do que o ator, já ele era de carne e osso.
Desta forma, tomou a esposa nos braços e a beijou.
Angélica por sua vez, não resistiu a investida do moço.
Isto por que, nas primeiras semanas após o ocorrido, a jovem se tornara esquiva.
Mas desta vez, a moça não resistiu.
Angélica passou as mãos pelo cabelo do moço.
Carlos, percebendo que era correspondido, segurou sua cintura.
Em seguida, o moço deitou a moça na cama, onde continuou beijando-a.
Dias depois, o casal foi ao cinematografo assistir a uma fita com o ator americano Douglas Fairbanks.
Semanas mais tarde, Carlos e Angélica foram visitar Francelino e Ângela.
O casal, ao chegar na mansão de Francelino, se deparou com Diva e Odair, que estavam ansiosos com a visita.
Carlos, abraçou os pais.
Diva reclamou dizendo que o filho não a visitava mais.
O moço argumentou que estava muito atarefado, e que não lhe sobrara tempo para visitá-la.
A mulher suspirou dizendo que os filhos se esqueciam muito rapidamente dos pais.
Odair então, argumentou que Diva estava sendo muito dramática.
Ela por sua vez, respondeu que tinha o direito de sentir saudades.
Nisto, cumprimentou a nora, e perguntou-lhe se estava melhor.
Angélica retribuiu o cumprimento, e respondeu que estava tudo bem.
Francelino e Ângela também cumprimentaram o casal.
Ambos comentaram que estava com saudades da moça.
Comentando as novidades, Carlos disse que fazia alguns dias, viram juntos um filme com Douglas Fairbanks.
Francelino brincando, perguntou se a adoração de Angélica por Rodolfo Valentino havia se arrefecido.
Ângela chamou a atenção do marido, argumentando que ele estava sendo inconveniente.
Francelino retrucou dizendo que estava brincando.
Carlos então disse:
- Não se incomode com isto, Dona Ângela. Eu não acredito que ele seja mais feliz do que eu. Ademais eu sou muito melhor do que ele. – respondeu irônico imitando o olhar do moço.
Foi o suficiente para Francelino, Ângela, Diva e Odair rirem.
Angélica por sua vez, ficou um pouco constrangida.
Mais tarde, os três casais almoçaram.
Angélica, ao sentir o cheiro da comida, reclamou. Disse que o cheiro estava muito forte.
Ângela por sua vez, respondeu que não havia nada de estranho com os alimentos.
Diva perguntou a moça, se estava tudo bem.
Angélica respondeu que sim.
Porém, quando a moça tencionou se servir da comida, sentiu mal estar.
Fato este, que ensejou sua ida ao toillet.
Carlos ao notar o ocorrido, tomado de preocupação, foi verificar se Angélica precisava de algo.
Diva e Ângela se entreolharam cúmplices.
Francelino e Odair, ficaram preocupados.
Ângela, tentando esclarecer os fatos, disse que desconfiava do que estava se passando.
Francelino aflito, pediu para que ela se explicasse.
Ângela contudo, respondeu que quem precisava participar a novidade, era o casal.
Francelino por sua vez, sem entender o que se passava, pediu a esposa para que verificasse se a filha precisava de alguma coisa.
A mulher, tencionando tranqüilizar o marido, foi ao encontro de Angélica.
Cerca de meia-hora depois, Carlos e Ângela, retornaram a sala de almoço, conduzindo a moça.
Como Angélica não tinha fome, Ângela providenciou que a jovem tomasse um pouco de sopa.
E assim, com a insistência de todos, a moça tomou um pouco da sopa.
Nisto, Carlos e Angélica ficaram a sós no escritório de Francelino.
O moço encostou seu rosto no rosto da jovem.
Preocupado, recomendou a moça que ficasse bem.
Tentando animá-la, depois de permanecer por cerca de uma hora com a moça nos braços, Carlos sugeriu que saíssem um pouco daquele ambiente fechado, e passeassem um pouco no jardim.
Angélica concordou.
Nisto, o casal caminhou pela imponente área verde da mansão de Francelino.
Feliz, Carlos se recordou dos momentos inesquecíveis que passara naqueles ambientes.
Recordou-se do noivado. Do dia em que dançaram juntos.
Nisto o moço puxou a moça para dançar.
Cantou-lhe a canção que tocara no gramofone.
Emocionada, a moça começou a chorar.
Carlos conduziu-a.
Dançaram.
Os pais dos jovens, ao presenciarem a cena, ficaram encantados.
Contudo, em dado momento da dança, Angélica sentiu-se mal e acabou por desmaiar.
Não fosse Carlos tê-la amparado, e a moça teria ido ao chão.
Quando Francelino viu a cena, tratou de correr ao encontro do casal.
Carlos então, segurou a moça no colo.
Orientado por Francelino, deitou a moça em sua antiga cama de solteira.
Ângela por sua vez, tratou de chamar um médico.
O doutor ao examinar a moça, disse-lhe que Ângela e Diva desconfiavam.
A nova família de Carlos, iria aumentar.
O moço, ao ouvir a novidade, ficou inicialmente surpreso.
Depois, ao perceber a novidade, começou a ficar feliz.
Francelino e Ângela, assim como Odair e Diva, cumprimentaram o rapaz.
Angélica por sua vez, foi orientada a descansar.
Nos meses que se seguiram, a moça foi paparicada por todos.
Carlos cercou-a de cuidados.
Preocupado, disse-lhe que não poderia se cansar, que tinha que descansar.
Tamanho cuidado fez com que Diva e Ângela dissessem ao rapaz, que gravidez não era doença.
Fato este, que impelia as duas mulheres a encherem a moça de cuidados. Em que pese a recriminação a Carlos.
Isto por que, a todo momento lhe ofereciam algo para beber.
A todo o momento perguntavam se não estava com fome. Entre outros cuidados.
Quando a criança nasceu, Angélica chamou-o de Pedro.
Carlos, ao segurar a criança nos braços, encheu-se de ternura.
Feliz, disse a mulher que permanecia no leito, que ela havia lhe dado o melhor presente que ele poderia ganhar.
Sorrindo, brincou com o bebê recém-nascido.
Diva e Ângela também ficaram encantadas com o bebê.
Francelino e Odair, tentaram segurar a criança. Mas nervosos, não seguraram a criança direito.
Nisto a criança começou a chorar.
Ângela então, censurando os homens, disse:
- Onde já se viu! Tanto talento para ganhar dinheiro, e tanta falta de habilidade para segurar um bebê! E isto por que já foram pais.
Desta forma, a mulher segurou a criança, tentando acalmá-la.
A criança foi apresentada a família, na sala de visitas da mansão do casal.
Angélica, guardava leito.
Carlos então explicou, que em virtude das recomendações médicas, a moça deveria ficar de resguardo.
Ângela e Diva pediram licença ao dono da casa, para visitarem a jovem mãe.
Carlos consentiu.
Gentil, acompanhou as senhoras até o quarto onde Angélica estava recolhida.
Amoroso, falou-lhe que duas mulheres muito especiais foram visitá-la.
Em seguida, abriu a porta para as damas, que cumprimentaram a moça.
Angélica sorriu para as duas mulheres.
Com isto, Ângela ficou durante algum tempo na casa de Carlos.
Dizendo que precisava cuidar da filha, pediu o consentimento do marido, para permanecer ao lado da filha, durante o período de resguardo.
Francelino concordou.
E assim, a mulher ficou a cuidar da filha e do bebê.
Aconselhava-a a comer as sopas, as canjas, os sucos, que eram trazidos para seu quarto.
Angélica resistia, argumentando que não agüentava comer tanta comida sem sal.
Ângela explicava que ela devia fazê-lo, pois assim, se restabeleceria mais rapidamente, trazendo benefícios para também, para o bebê.
Preocupada, Ângela argumentou que a filha estava perdendo peso.
Insistiu para que ela se alimentasse melhor, ou acabaria ficando doente.
Angélica então, tomou a canja que lhe foi oferecida.
Ângela elogiou o comportamento da filha.
Com isto, a moça começou a cuidar da criança.
Sua mãe a auxiliava.
Passado o período de guardar leito, a moça passou a passear pelos jardins da mansão com a criança no colo.
Brincava com o menino.
Carlos também aproveitava para passar algum tempo com o filho.
Brincava com o menino, dizendo que ele era seu herdeiro.
Abraçando a esposa, falou que agora eram uma família de verdade.
Nisto, a criança foi batizada.
Para tanto, foi organizada uma bela festa, no casarão da família Camargo.
Diva e Ângela cuidaram juntas dos preparativos da festa.
Houve uma bela ceia. Um lauto jantar.
Angélica e Carlos dançaram valsas.
O homem trajava um impecável fraque.
A mulher também estava deslumbrante em um vestido branco e jóias.
Ao vê-la tão linda, o homem disse que a maternidade a fizera mais bela. Encantado, falou que sempre a achou atraente, mas que neste momento, ela estava esplendorosa.
Nisto, beijou cavalheirescamente a mão da moça.
Depois o casal desceu as escadas.
Ângela estava segurando Pedro no colo.
Cearam.
Em dado momento do jantar, Carlos convidou Angélica para dançar.
Dizendo a todos que dançariam algo muito especial, pediu para os músicos tocarem um tango.
Angélica se surpreendeu.
Carlos então, conduziu a esposa pela mão até o centro do salão.
O casal dançou um tango.
Carlos conduziu a moça.
Angélica deslizou pelo salão com gestos lânguidos e sedutores.
O moço também demonstrou habilidade na dança.
Os convidados aplaudiram a apresentação.
Francelino por sua vez, não gostou muito da apresentação.
Argumentou que a dança era um tanto provocativa, mas que o casal fizera uma bonita apresentação.
Pedro, a esta altura, já dormia num dos quartos da mansão, sob os cuidados de uma criada.
Ao fim, da festa, o casal despediu-se dos convidados.
Todos elogiaram a festa e a dança. Diziam que Pedro era uma bonita criança.
Angélica agradeceu a gentileza.
Por fim, o casal, ao ver-se a sós, subiu as escadarias.
Passaram pelo quarto onde Pedro dormia.
Angélica ficou durante algum tempo contemplando o sono do filho.
Dizia que ele era o bebê mais bonito que já vira na vida.
Carlos concordou.
Ficou enternecido observando a esposa olhando a criança.
Mais tarde o casal se dirigiu para o quarto.
Galante, o moço disse-lhe que ela era a melhor esposa com que um homem poderia sonhar.
Nisto, segurou sua cintura.
Beijou seu pescoço.
Nisto, virou a moça em sua direção.
Começou a beijar sua mão, seguindo pelo braço, até chegar aos lábios.
Segurando-a nos braços, disse-lhe que iria fazer daquele casamento um eterno momento de celebração. Contou que estava disposto a fazer do matrimônio, um momento especial.
Angélica respondeu-lhe que ele era muito gentil. Mais galante que o mais galante dos homens.
Carlos ficou intrigado com o comentário.
A mulher explicou.
Disse que o homem mais charmoso que conhecia, nunca vira pessoalmente.
O rapaz entendeu o que a esposa queria dizer.
Encantador, disse que ele queria ser o seu Valentino.
Angélica tocou os ombros do moço.
Carlos se emocionou.
No dia seguinte, o casal tomou o café da manhã juntos, como sempre faziam.
Angélica alimentou o filho.
Mais tarde, o casal caminhou pelo jardim, conduzindo a criança dentro de um carrinho.
Tempos depois, o casal foi visto junto, passeando com a criança.
Foram juntos a igreja, levando a criança.
Num dado momento, Angélica, que passeava com Pedro por uma pracinha próxima de sua residência, descobriu por comentários de outras mulheres que circularam pelo lugar, que o ator que tanto admirava, havia falecido.
Angélica ficou perplexa.
Triste, voltou para casa. Ficou durante toda a tarde ouvindo o rádio, tentando descobrir notícias a respeito da morte do ator.
Quando Carlos retornou do trabalho, encontrou uma Angélica inconsolável.
Tristonha, a moça comentou que o ator Rodolfo Valentino havia morrido, e que todo um trabalho e um mundo de sonho e encantamento havia acabado.
Nisto, começou a chorar.
Carlos ficou perplexo.
Dizendo que o ator não era nem conhecido por ela, questionou a razão de ser de tanto pesar.
Angélica ficou revoltada.
Argumentou que ele era um ótimo ator, e que por ser tão bom no que fazia, trazia felicidade para quem assistia a suas películas. Disse que ele era especial por fazer as pessoas se sentirem especiais.
Desta feita, levantou-se e retirou-se para o quarto.
Carlos por sua vez, ficou aborrecido.
Por fim, achando graça da atitude da esposa, foi ter com ela.
Ao entrar no quarto, percebeu que ela chorava copiosamente.
Enciumado, Carlos comentou que ela parecia muito sentida com a morte do ator.
Angélica respondeu que ele fora seu primeiro referencial do que seria um namorado.
Disse que para ela, ele era o que melhor exemplificaria um homem perfeito. Triste, comentou que sabia que não existiam príncipes, mas que ele era o homem que havia chegado mais perto disto, no seu entender.
Carlos ficou magoado com aquelas palavras.
Angélica percebendo o ar desolado do moço, emendou dizendo:
- Eu sei que ele era uma fantasia. Como é uma fantasia, uma válvula de escape assistir as películas de Theda Bara, Clara Bow, Douglas Fairbanks, Chaplin, etc. Eles me trazem um mundo de encantamento. Hoje o mundo ficou mais sem graça... Mas ... a única coisa, ou melhor ... as únicas pessoas que me trazem alegria no momento, não são figuras do cinema.
Carlos perguntou aborrecido:
- Quem te importa então?
Angélica vendo que o marido ficara de costas, aproximou-se, tocando uma das mãos em suas costas.
Carlos então, voltou-se para ela.
A moça então respondeu:
- Em que pese a tristeza pela perda de algo tão caro, eu não me esqueci dos momentos felizes que passei e passo ao lado de duas pessoas maravilhosas, que vivem do lado de cá da tela. – nisto, olhando nos olhos do rapaz, completou. – Estou falando de vossa senhoria e de meu filho, seu bobo.
Os olhos de Carlos ficaram marejados.
Ao percebendo que o moço ficara emocionado, abraçou-o.
Carlos não resistiu.
Por fim, Angélica respondeu chorando, que tinha verdadeira adoração pelo ator, mas que a pessoa que aprendera a amar, era Carlos.
Foi o bastante para o moço se derramar em lágrimas.
Angélica abraçou-o.
Os meses que se passaram, foram muito felizes para o casal.
Tempos depois, nasceu Fabrício.
Angélica adorava passar as tardes com as crianças, vendo-as correndo pelo jardim, com suas roupinhas de marinheiro.
Pedro e Fabrício brigavam, mas também eram muito companheiros.
A mãe dos garotos, adorava vê-los brincando juntos.

Luciana Celestino dos Santos
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A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 9

E assim, quando finalmente retornaram para São Paulo, o casal foi recebido com festa por seus respectivos pais.
Francelino e Ângela, assim como Diva e Odair, aguardavam ansiosos pela volta dos filhos.
Em que pesem as missivas, estavam ansiosos por mais detalhes da viagem.
Indiscreto, Odair chamou o filho para conversar reservadamente, perguntando-lhe se estava se entendendo bem com a esposa.
Ângela por sua vez, perguntou a filha, como estava sendo a vida de casada.
Angélica respondeu então, que não sabia dizer direito o que era isto, já que estava se acostumando ainda, com a idéia.
- Entendo! – respondeu a mulher. – É normal! No começo a gente sente um certo estranhamento, até fazer parte completamente da vida do outro.
Com isto, abraçou a filha.
Francelino comentou por sua vez, que sentia tranqüilidade no semblante da filha, e que isto o deixava sereno.
Mais tarde, foi organizada uma festa de boas vindas para o casal.
Carlos e Angélica dançaram.
O moço por sua vez, não perdeu a oportunidade de fazer um brinde em homenagem ao matrimônio, e a felicidade que este poderia proporcionar. Comentou que faria todo o possível para não transformar aquele encontro em uma rotina.
O bonito discurso foi aplaudido por muitos, mas em que pese a promessa feita e o esforço em cumpri-la, o casamento Carlos e Angélica, foi acompanhado pela rotina.
Conforme combinado, a moça passou a fazer aulas de natação, o casal passou a freqüentar o clube a noite, participando dos bailes com bastante freqüência.
Angélica por sua vez, também continuou a assistir as fitas de Rodolfo Valentino, para desespero de Carlos, que sentia um certo ciúme do moço.
Dizia que o “latin lover”, era um sedutor barato, que nenhum homem de verdade se comportava daquela forma indecente.
Na primeira vez que Angélica ouviu aquele palavreado, caiu na risada.
Foi o suficiente para deixar Carlos nervoso.
- Qual é a graça? – perguntou enervado.
- Nada! – respondeu a moça rindo. – Só achei engraçada a sua reação! Rodolfo Valentino é só um ídolo do cinema. Mesmo que quisesse, nunca nos encontraremos... Em que pese este fato, gosto de seus filmes, e imaginar como seria a vida, se ela fosse um filme.
- Imaginar como seria, estar ao lado daquele sujeitinho... não é mesmo? – respondeu o jovem, tomado de ciúmes.
Foi o suficiente para deixar Angélica chateada.
Sentida, deixou o moço sozinho na sala de estar da mansão onde moravam.
Subiu as escadas indo se recolher no quarto, deixando o moço aflito, do lado de fora.
Carlos arrependido, ao perceber o jeito intempestivo com que a esposa saíra da sala, correu ao seu encontro.
Batendo na porta, a qual fora trancada pela moça, pediu-lhe desculpas.
Disse que não tivera a intenção de ser indelicado. Suplicante, pediu para que ela o desculpasse. Prometeu que eles poderia assistir a todas as fitas do jovem galante. Argumentou que não se importava com o gosto da esposa, e que iria se controlar para não sentir ciúmes das cenas românticas.
Pedindo para que ela o desculpasse, disse que quando o visse se insinuando para as atrizes, se lembraria, de que ele é o único amante em sua vida, e que embora Rodolfo Valentino possa ter todas as mulheres do mundo, ele não teve o privilégio de conhecer apenas uma delas, aquela que lhe tiraria a vontade de conhecer todas as outras.
Quase as lágrimas, ele disse que o ator não tivera o privilégio de conhecer uma jovem moça, de nome tão doce como de um anjo, a sua Angélica.
A moça, aborrecida que estava, ao ouvir estas palavras, resolveu deixar a zanga de lado.
Com isto, abriu a porta do quarto, deixando o moço, que batia na porta a cerca de meia-hora, entrar.
Carlos, ao ver a porta abrir-se, entrou no quarto.
Perguntou a moça se poderia adentrar em tal ninho de amor.
Aproximando-se da moça, pediu-lhe desculpas pelas palavras ditas em pensar. Argumentou que em nenhum momento tivera a intenção de ofendê-la.
Percebendo que a moça continuava reticente, optou por um gesto dramático. Ajoelhou-se. Pedindo desculpas a moça, começou a beijar sua mão.
Incomodado, levantou-se, e olhando em seus olhos, disse-lhe que agira daquela forma, movido pelo ciúme. Disse-lhe então, que sentia ciúmes do ator, e que por vezes, não se sentia suficientemente amado pela jovem.
Nisto abaixou o rosto.
Angélica, sem saber o que fazer, aproximou-se.
Ao ver uma lágrima correr do rosto do rapaz, perguntou-lhe se estava chorando.
Como o moço tentasse esconder o rosto, Angélica tocou-lhe a face, e beijou o local onde correra a lágrima.
Nisto o moço abraçou-a.
Angélica, percebeu que o moço soluçava, mas Carlos, procurando disfarçar, disse que havia se engasgado.
A moça fingiu acreditar.
Nisto, Angélica acariciou o rosto do moço.
Os olhos de Carlos verteram lágrimas.
Com isto, o moço beijou a jovem.
Mais tarde, Carlos e Angélica foram ao cinema assistir uma fita de Rodolfo Valentino.
Para tanto, a moça se preparou com todo o esmero.
Colocou um bonito vestido, jóias, um enfeite nos cabelos, cuidadosamente penteados.
Carlos ao vê-la tão bem vestida, disse-lhe que estava linda.
Angélica agradeceu o elogio.
O homem também estava muito bem trajado. Usava um vistoso terno.
Carlos conduziu a esposa em um luxuoso e espaçoso carro de dois lugares.
Assistiram juntos a mais um filme, do famoso ator.
Angélica por sua vez, se emocionou ao acompanhar a história.
Mais tarde, o casal foi jantar em um restaurante.
Lá beberam vinho, e se deliciaram com uma lauta refeição.
Carlos estava deveras encantado com a mulher.
Angélica com efeito, não lhe parecia distante.
Atencioso, ouviu a jovem tecer elogios ao ator.
Por fim, comentou que não precisava ser um Rodolfo Valentino para conseguir agradar uma mulher. Convencido, disse perguntou se ela estava gostando do passeio.
Angélica respondeu sorrindo que sim.
Carlos segurou sua mão.
Mais tarde, o casal caminhou por uma praça.
O homem contemplava Angélica com um olhar que a deixou desconcertada.
O moço era um marido atencioso, mas deveras ciumento.
Certa vez, ao perceber que um homem acompanhava os passos da esposa à distância, chamou o sujeito. Disse-lhe que precisavam conversar.
O sujeito, ao perceber o ar nem um pouco amistoso de Carlos, tentou se evadir, no que foi impedido pelo moço, que lhe acertou um soco no rosto.
Angélica assustou-se com a agressividade do marido.
Nervosa, entrou apressadamente no casarão.
Carlos então, disse ao homem, para que não aparecesse mais por ali, ou apanharia mais.
Por fim, adentrou a mansão.
Carlos adentrou a propriedade, passou pela sala de visitas, subiu a escadaria, até seguir pelo corredor e bater na porta do quarto onde a moça estava.
Ao percebê-la trancada, começou a gritar exaltado para que ela abrisse a porta.
Como Angélica não demonstrava intenção de abri-la, Carlos disse em tom ameaçador, que se ela não abrisse por bem, que ele arrombaria a porta.
Nervoso, o homem tentou forçar a porta.
Começou a lançar seu corpo contra o obstáculo.
Em dado momento, acabou lesionando as costas.
Carlos então soltou um gemido de dor.
Exaltado, começou a chutar a porta.
Finalmente, a fechadura da porta quebrou, e Carlos entrou no quarto.
Angélica nervosa, tentava se esconder atrás da cabeceira da cama.
Carlos gritando, disse-lhe que da próxima vez, ela deveria abrir a porta imediatamente.
A moça começou a chorar.
O homem, percebendo isto, disse-lhe nervoso, que não adiantava chorar, e que ela estava proibida de sair sozinha pela cidade.
Irritado, falou-lhe que as aulas de natação estavam suspensas.
Angélica tentou argumentar, no que foi interrompida por Carlos.
O moço argumentou que ela deveria aprender a respeitá-lo. Disse-lhe que havia dado seu nome, e que ela era uma mulher casada.
Nervosa, Angélica respondeu que queria voltar para a casa dos pais.
Carlos disse que ela estava proibida de sair de casa.
A moça então, insistiu na idéia de voltar para a casa dos pais. Disse que estava cansada de suas atitudes intempestivas, de seu jeito agressivo.
Irascível, o moço perguntou se ela preferia alguém mais gentil como o moço que encontrara na praça, ou o ator.
Angélica ficou furiosa.
Disse que não ficaria nem mais um minuto na mansão.
Nisto a moça caminhou em direção ao vestíbulo.
Carlos, ao perceber que a moça tencionava pegar uma das malas, segurou-lhe a mão.
Angélica tentou se desvencilhar do moço, sem êxito.
Dizendo que o moço estava machucando-a, exigiu que ele a soltasse.
Nisto o homem olhou-a nos olhos, e repetiu que ela estava proibida de sair da casa.
Furiosa, comentou que ela não sairia dos limites da propriedade, enquanto ele não autorizasse.
Angélica argumentou que ele não poderia obrigá-la a ficar.
No que Carlos respondeu:
- Posso sim, e vou fazer. Eu sou seu marido! Sou eu quem dita as regras aqui.
Angélica enervada, tentou enfrentá-lo.
Carlos porém, não soltou sua mão.
Disse para ela, que não tentasse oferecer resistência, ou acabaria se machucando.
Angélica contudo, continuava se debatendo.
A certa altura, a moça começou a chorar.
Carlos, percebendo que havia machucado a esposa, soltou seu braço.
Ao ver que o pulso da moça estava vermelho, tentou auxiliá-la.
No que foi rejeitado.
Angélica afastou-se, vindo a sentar-se na cama.
O moço então, pediu-lhe desculpas pela violência.
Insistiu para que ela o deixasse ver como estava o pulso.
Angélica contudo, continuava relutante.
A moça tentou se afastar, mas Carlos mais rápido, segurou o braço dela.
Dizendo que não queria agredi-la, insistiu para que a deixasse ver seu braço.
Sem alternativa, a moça deixou de oferecer resistência.
Preocupado, o jovem verificou que o braço da esposa estava inchado.
Carlos disse-lhe que chamaria um médico de confiança para ver o seu braço.
Nisto, perguntou-lhe se estava com dor.
A moça respondeu que não. Aborrecida, tentou argumentar dizendo que não precisava de médico.
Desta forma, Carlos aproximou-se e pediu-lhe desculpas.
Angélica chorando, insistiu na idéia de partir, no que foi repelida por Carlos, que insistiu que daquela casa, ela não sairia.
Nervosa, a moça pediu para ele deixá-la sozinha.
Carlos então, segurou seu pulso com força.
Ao sentir seu pulso pressionado, Angélica demonstrou que o local estava dolorido.
Aflito, o moço segurou o braço da moça, e começou a fazer uma massagem.
Angélica começou a chorar.
Disse para que ele parasse.
Carlos falou-lhe que chamaria o médico.
Recomendou-lhe então, que permanecesse deitada.
Com isto, ajudou a moça a se acomodar na cama.
Em seguida, desceu as escadas e por telefone, chamou o doutor.
Mais tarde o médico examinou a moça.
Explicou ao marido aflito, que Angélica tivera uma luxação.
Nisto, o médico realizou uma massagem fazendo com que os músculos do braço voltassem ao lugar.
Angélica chorou com a dor, e Carlos aflito, sem saber direito o que fazer, tentou confortá-la.
Ajeitou-a na cama.
Por fim, pediu a um dos empregados que conduzisse o médico até a porta.
Não sem antes certificar-se de que estava tudo bem com a esposa.
Com isto, ajudou a moça a trocar de roupa.
Em que pesem seus protestos.
Angélica argumentou que uma das empregadas poderia auxiliá-la na tarefa.
Carlos porém, insistiu que não se incomodava em ajudá-la.
E assim, o moço auxiliou-a a retirar seu vestido, deixando a moça apenas com sua combinação.
Angélica por sua vez, dirigiu-se ao vestíbulo, onde tirou a combinação e colocou sua camisola.
Carlos ao vê-la em trajes de dormir, puxou a colcha que recobria a cama, e ajudou-a a se ajeitar na cama.
Preocupado, perguntou-lhe se queria comer algo.
A moça respondeu que estava sem fome.
Carlos contudo, não aceitou a negativa e pediu para que a cozinheira preparasse uma sopa.
Mais tarde, ao ver uma bandeja sendo levada ao quarto, a moça tentou recusar a refeição, sem êxito.
Carlos insistindo para que se alimentasse, pediu que a bandeja fosse colocada sobre a cama.
Como Angélica não se servia da sopa, o moço tomou a iniciativa de ele próprio servi-la.
Desta forma, a moça alimentou-se.
Satisfeito, Carlos pediu a uma das empregadas que retirasse a bandeja.
Angélica então, começou a ler um livro.
Carlos por sua vez, permaneceu no quarto.
Também aproveitou para ler. E assim, enquanto lia, aproveitava para observar a esposa.
Parecia preocupado.
A certa altura, cansada que estava, Angélica acabou adormecendo e deixando o livro cair.
Carlos, ao perceber isto, recolheu o livro, deixando-o junto à cabeceira da cama.
Notando que a moça não estava em uma posição adequada para dormir, ajeitou-a com todo o cuidado, para que não despertasse.
Nisto, ao recolher-se, o moço preferiu dormir em uma cadeira.
Sentindo-se culpado pela lesão causada a Angélica, preferiu não perturbar-lhe o sono.
A moça, ao despertar, percebeu que o moço dormia sentado em uma cadeira.
Com isto, ao tentar mexer o braço lesionado, sentiu dor.
Por conta disto, a moça segurou o membro dolorido.
Levantou-se da cama, e se aproximou da cadeira onde o rapaz dormia.
Nisto, Carlos despertou.
Ao vê-la de pé, o moço logo perguntou-lhe se estava tudo bem.
Preocupado, perguntou se ela ainda sentia dor.
Angélica segurou novamente o braço machucado.
O homem percebeu que a jovem ainda sentia dor.
Condoído, Carlos pediu-lhe desculpas.
Disse-lhe que agira como um monstro, e que nada justificava o que fizera. Nisto, prometeu quase chorando que nunca mais a machucaria. Respondeu que preferiria cortar um de seus braços, a machucá-la novamente.
Fez menção de segurar o braço da moça.
Angélica, assustada, procurou se afastar.
Carlos então, insistindo no pedido de desculpas, tentou se aproximar.
Angélica voltou a se recolher.
O moço sentou-se a seu lado.
Tocando em seu rosto, disse que estava muito arrependido.
Disse que nunca mais faria algo parecido com aquilo.
Aproveitando um momento de distração da moça, segurou o membro lesionado.
Angélica tentou resistir, mas ao tentar se opor ao gesto, sentiu uma fisgada no braço. Fato este que a fez desistir de se opor.
Carlos então, segurando delicadamente o braço da moça, começou a massageá-lo.
Ao perceber que o braço estava inchado, mencionou que chamaria o médico.
Angélica no entanto, respondeu que não havia necessidade.
- Tem certeza? – perguntou Carlos.
Angélica balançou a cabeça.
Nisto o moço recomendou que a moça continuasse descansando, até se recuperar totalmente.
Neste momento, uma das empregadas surge com uma bandeja e remédios.
- São os medicamentos receitados pelo médico. Tome-os. Assim a dor passa.
Angélica tomou os medicamentos.
Carlos cuidou da esposa.
Informou pelo telefone do escritório, que não iria trabalhar, por que sua esposa se encontrava adoentada.
Com isto, passou o dia inteiro ao lado de Angélica.
Durante boa parte do tempo, ficou a velar seu sono.
No dia seguinte, o moço procedeu da mesma forma.
Com o tempo, percebendo que a esposa melhorava aos poucos, voltou ao trabalho. Não sem ter o cuidado de ligar para a mansão duas vezes ao dia, perguntando a moça se estava tudo bem, se não sentia mais dor.
Atencioso, ao perceber que Angélica estava totalmente recuperada, prometeu que iriam sair mais. Freqüentariam teatros, cinemas.
Angélica contudo, parecia indiferente.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 8

Mais tarde, Carlos e Angélica foram conduzidos pelo motorista para o Porto de Santos.
Viajariam de navio para a Europa.
Carlos aproveitou para passear com a jovem esposa pela Torre Eifel, pelo Vale do Loire, com seus imponentes castelos.
Em Paris, visitaram o Cemitério Peré Lachaise, os prédios antigos, os cafés. A Torre Eiffel, o Champs Elisées, os museus.
O moço aproveitou para presentear a esposa com perfumes, jóias, e roupas de alta costura.
Angélica parecia encantada com tudo.
A lua-de-mel transcorreu as mil maravilhas.
A moça estava encantada com as novidades. Nunca havia estado antes na Cidade Luz.
Em cartas escritas aos pais, a moça escreveu contando sobre as novidades, os passeios.
Ao ler o conteúdo das missivas, Francelino tranqüilizou-se.
Pela primeira vez, confessou a esposa que sentia que o casamento de Angélica seria feliz. Preocupado, confessou que temia pelo futuro do casamento da filha com Carlos.
Ângela por sua vez, respondeu que tinha certeza que tudo daria certo, já que o moço estava empenhado e com as melhores intenções. E assim, o casamento de Angélica com o jovem, só poderia resultar em um grande êxito.
Atencioso, Carlos atendia a todos os caprichos da moça.
Angélica por sua vez, adorava ser paparicada. Adorou freqüentar os museus, teatros. Almoçavam e jantavam nos melhores restaurantes, assistiam a espetáculos musicais.
Visando impressionar a moça, Carlos presenteou a jovem, com um lindo anel de rubi.
Disse-lhe para que sempre o usasse. O moço comentou então, que sempre que a visse utilizando a bela jóia, saberia que ela estava pensando nele.
Gentil, a moça sorriu para ele.
A noite, o casal passeava pela cidade, caminhavam pelo Arco do Triunfo, pelos belos monumentos da cidade. Passearam pelos arredores do Rio Sena.
Angélica gostava dos plátanos. Encantou-se com a região de Champagne.
Carlos por sua, dizia-lhe que no que dependesse dele, a vida deles seria uma eterna maravilha repleta de eventos inesquecíveis.
O moço por sua vez, também escreveu aos pais. Contou através de cartas, que estava deveras feliz, por se encontrar ao lado de Angélica. Que a jovem lhe correspondia os afetos, e que a estranheza inicial resultara talvez, em admiração.
Nisto, os dias se passaram alegres.
O casal visitou o Vale do Loire, e Angélica se encantou com os castelos.
Comentou sorrindo, que se sentia vivendo um conto de fadas.
Quando chegou o momento de voltar, Angélica lamentou a partida. Respondeu que estava gostando muito do passeio e que gostaria de poder ficar mais um pouco.
Carlos sorriu.
Disse que precisavam voltar a São Paulo, pois tinha muito trabalho esperando por ele. Comentou também, que assim que pudessem, poderiam voltar ao país, e até conhecer outras paragens do velho continente.
Ao ouvir isto, os olhos de Angélica brilharam.
Segurando as mãos da moça, Carlos prometeu que dali um ano, voltariam para comemorarem um ano de casados.
- Promete?
- Sim, eu prometo. – respondeu o moço, beijando as mãos da moça.
Mais tarde, o casal retornou ao Brasil, em viagem de navio.
Durante a viagem, o casal dançou nos magníficos jantares preparados no navio. Conversaram. Passearam pelo convés do navio.
Nadaram na piscina.
Ao perceber que a piscina era funda, Angélica argumentou que não queria entrar, pois não sabia nadar.
Carlos, percebendo o temor da esposa, insistiu para que ela entrasse na piscina. Argumentou que a seguraria.
Angélica porém, permanecia receosa.
Carlos por sua vez, saiu da piscina, segurou-a pelo braço e conduziu-a até a borda.
Nisto, entrou novamente na piscina, empurrando-a para dentro.
Angélica caiu dentro d’água, sendo segurada pelo moço.
Surpresa com o empurrão, insistiu para que ele a tirasse da água.
No que ele recusou. Disse que ela deveria se acalmar pois ele a ensinaria a nadar.
Angélica então, percebendo que não adiantaria continuar se debatendo, concordou em permanecer na piscina, desde que ele não a soltasse.
Sorrindo, o moço disse que por nada no mundo, a soltaria.
Nisto, deitou-a sobre as águas, como para ensiná-la a boiar.
Transmitindo segurança a moça, Carlos foi lhe explicando como ela tinha que fazer para permanecer a tona.
Aos poucos, ensinou-lhe a nadar.
Nisto, o moço comentou que quando retornassem ao Brasil, ela poderia fazer aulas de natação.
Ao ouvir isto, Angélica beijou o rosto do rapaz, que ficou emocionado com o gesto.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.