Poesias

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

As mil faces do tempo

Ultimamente tens andado estranho e louco
Ora exuberante, cálido, quente
Ora exacerbado, exagerado, quente demais
Sol abrasador, sem vento, sem refresco
Ora porta-voz de um frio intenso, sem clemência
Parece-me uma fog londrina
Um frio, uma névoa, um vento gelado, frio, cortante, desolador.

Inverno lembra frio, instropecção
Uma certa desolação
Despedida do verão, breves saudações a primavera.

Tempo, tempo, tempo
Parecia-me um senhor tão bonito
Agora parece estranho, por vezes assustador
Nunca sabemos qual será a cara que ele nos apresentará.

Cidade de concreto, Terra da Garoa
Por que em ti se faz as quatro estações em apenas um dia?
Recordo-me que quando cheguei aqui, fazia tanto frio!
Demorei tanto para me adaptar!
O interior do estado é bem mais quente.

Mas ultimamente venho aproveitando as faces de seu tempo
O meu tempo...
A trabalhar, a passear a conhecer o meu país
Santa Catarina, Florianópolis, Lagoa da Conceição, Praia dos Ingleses,

Jurerê Internacional, suas mansões
Caraguatatuba, Ubatuba, Ilha Bela – passeio de balsa, Peruíbe, Litoral de São Paulo
Blue Tree Park – Mogi das Cruzes, Hotel de Luxo, Seminário
Rio de Janeiro, Copacabana, Congresso
Paraty no Rio de Janeiro, com toda sua história, casario colonial, praias maravilhosas!

Minas Gerais, Belo Horizonte,
Liberdade, A Praça das Paixões – nas belas palavras da canção de Flávio Venturini
Linda Praça da Liberdade, com seu coreto, e seu jardim com palmeiras em estilo francês
Palácio do Governo, Construções históricas
Rodoviária, Cidade Arborizada.

Ouro Preto – Antiga Vila Rica, Patrimônio Histórico da Humanidade,
Mariana, Centro Histórico
Considerada a mais antiga das cidades!
Congonhas, Os Passos da Paixão, lembrancinhas, Centro Histórico
Aleijadinho, Antonio Francisco Lisboa,

E sua história de dor, sofrimento e superação, lepra
Igreja de Bom Jesus de Matozinhos
São João Del Rey, Cidade Natal de Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier
Tiradentes, assim nominada em homenagem a nosso herói pátrio
Cidade de 5 mil habitantes, histórica, com monte, elevada.

Em Belô, Feira de Artesanato de Domingo, Parque
Cidade Verde, Arborizada, inesquecível
Que Belo Horizonte!

Minhas férias...
Em Brasília, Planalto Central, Cerrado,
Ônibus com pneu furado
Calor abrasador, mais de 3 meses sem chover
Secura, vegetação seca
Baixa umidade relativa do ar
Linda Cidade Planejada,

Cidade Monumental!
Belas construções, Catedral Metropolitana
Logo a frente, escultura dos 4 evangelistas,
Ladeando, escultura oval – simbolizando o pão,
E estrutura representando um cálice
O Pão e o vinho.

Esplanada dos Ministérios, Monumento – Utopia da Modernidade,
Biblioteca, Rodoviária, Congresso, Palácio do Itamaraty – Ministério das Relações Exteriores,
Praça dos Três Poderes, Esculturas “Os Candangos” – Bruno Giorgi,
Flores, Super Quadras,
Palácio da Alvorada, Espelhos D’água
Memorial JK, souvenir’s, cripta onde o corpo encontra-se sepultado
Lago Paranoá, Mansões do Lago Norte, do Lago Azul
Lago Artificial, criado especialmente para amenizar o clima seco
Parque Sara Kubstchek, exuberância, beleza
Shopping Pátio Brasil, Venâncio 2000, RodoFerroviária, UNB,
Cidades satélites – Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras
Pujança econômica, crescimento
Metrô, City Tour, Passeios de ônibus
TRT, STJ com sua discrição na localização, STF.

Em Goiânia, bela Rodoviária conjugada com Shopping
Cidade igualmente planejada
Cujo centro adormece logo ao entardecer
Passeios por Pirenópolis – Cidade dos Pireneus,
Cidade Histórica, Pamonharias, Museu da Cavalhada,
Escultura antropomórfica de bois com chifres compridos e flores,
Rodoviária, fotos, beleza de cidade!
Goiás Velho, Vila Boa de Goiás, Primeira Capital do estado
Cidade antiga, morada da poetisa Cora Coralina,
Rio Vermelho, Alfenins, Artesanato,
Bela praça, com cocho para os cavalos beberem água,
Sorvete de cajazinho, maracujá e açaí,
Empadão Goiano, pintura da Procissão do fogaréu.

Caldas Novas, Estância Balneária das águas quentes perfuradas de poço
Pousada Cariama – Seriema, ave típica do cerrado
Águas quentes, jardim verde
Lugar aprazível
Hot Park – Rio Quente,
Parque das águas quentes, com praia artificial – A maior praia do cerrado
Piscinas de águas quentes, com conchinhas, restaurante com comida boa, farta
Lugar exuberante, fantástico!

De volta a Caldas Novas, muitos restaurantes, comida boa
Pracinha com diversões para crianças, brinquedos
Muitas lojinhas com moda praia,
Frutos do cerrado – sorvete de pequi, cajá, açaí, entre outros
Calor abrasador.

De volta para São Paulo,
Peruíbe, friozinho, passeios pela orla marítima
Água fria, Avenida Principal
Cidade planejada, bonita, bem cuidada
Peixaria próxima do rio, Lamário
Despedida
Voltar para São Paulo, jornada trabalho
A cidade, estado cujo tempo apresenta mil faces...
Que pena, o tempo apresenta mil faces num só dia, mas também é muito breve!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

Naturaleza

Andorinhas se espalham pelos ares com seus movimentos sutis.
Beija-flores que com seu fino bico acariciam pétalas sedosas de flores que pela manhã desabrocham beleza e leveza.
A natureza é pródiga em ternuras, venturosa beleza que emana por entre nuvens que por seus poros deixam a luz solar entrar.
Claridade vertiginosa que enfeita...

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Ternura

Ando louco de ternura, aventura.
Sinto tristeza e pesar.
Leio poemas de grandes poetas. Cantores da beleza humana.
Atravesso os dias na solidária solidão humana.
As ruas vazias e tão distantes, as luzes apagadas, outrora tão vibrantes.
A vida segue eterna com seu pesar.
Vida lenta, dolosa, penosa. Fardo duro de carregar...

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Jardim Florido

Bombas de flores que desabrocham.
Tulipas, copos-de-leite.
Sinto os perfumes do jasmim perfumado.
Perfume, a valsa da mulher que dança o tango no salão.
Polcas, guaranhas, maxixes. A salsa das festas que não acabam jamais.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Desalento

Sinto os rumores dos passos que me seguem. Desalento, agora sei que é solidão.
Músicas, sonatas, baladas de sangue, a dor, a tristeza que senti. Dor aguda, lancinante me atravessa.
Os passos se tornam lentos, cansados. Desesperação.
Um bom vinho quente e amargo me acompanha. Bebo o gole amargo da desilusão.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Poesia e o desafio de se escrever algo diverso. 

COTIDIANO

Saudades das tardes praieiras
Dos coqueirais,
Alguns, de diminuto tamanho,
Outros, imponentes
Ao sabor do vento a tremular,
Balança suas palhas
Oferece seu verde coco,
Ao desfrute de sua água
Saborosa iguaria

As tardes de verão
As manhãs quentes e convidativas
O mar a resplender
Durante o anoitecer

A criança a brincar no quintal
Jogando bola,
A imaginar dribles e conquistas,
A rememorar suas tardes na praia
Sua diversão e deleite
Sempre a perguntar,
Quando retornaria, ao lugar
Encontro de muitas alegrias
Ó por que as férias,
Sempre tardam a chegar?

A correr pelo quintal,
O menino jogava a bola no varal,
E sua mãe ao ver a façanha,
Advertiu-o dizendo:
Caso alguma das roupas venha a sujar,
Terá de novamente as lavar!

E o menino ressabiado,
Recolheu a bola
Reclamava de não espaço para brincar,
Dizia que nada ter para fazer,
E amuado, em um canto ficava
Seu pai, ocupado em lavar a louça,
Ao ver o menino emburrado,
Sugeriu que o auxiliasse na tarefa,
Tendo louça para enxugar,
E os utensílios para guardar

O menino, ao se ver diante da tarefa,
Prontamente protestou,
Dizendo que esta, tarefa de homem, não é!
O pai, paciente,
Ao se ver diante da negativa,
Argumentou que não mais existem,
Tarefas a se diferenciar,
E por esta razão;
Um homem não o deixará de ser,
Por com as tarefas domésticas se entreter

Resignado dizia:
As mulheres hoje trabalham,
Razão pela qual as rotineiras tarefas dividem,
Ou então, conta não davam,
De todos os trabalhos, necessários a se executar
Completando, mencionou,
Que agora entendia,
Por que o trabalho nunca termina
E a profissão do lar,
Não é nem um pouco reconhecida!

Nisto o pai, ficou ao filho dizer:
Muita tarefa doméstica, terás que fazer,
Caso queira viver uma vida harmoniosa,
Com a esposa que um dia irá ter
E assim, o homem dizia,
Que as mulheres não tinham,
Que tudo sozinhas suportar,
Podendo com os homens dividir as tarefas

O menino, ao ouvir as palavras do pai
Bem que tentou argumentar,
Dizendo que tudo era muito chato
E o pai retrucou:
Chato de fato é!
Mas o resultado, muito compensador também o é,
Afinal, quem não quer ter uma casa limpa,
Cheirosa e bem arrumada?

Rindo, emendou:
Para tanto, trabalhar devemos,
Posto que ainda não inventaram,
A morada que se limpa automaticamente!

O menino, rápido, respondeu:
Pois eu inventarei, uma casa auto limpante!
Seu pai então, percebendo a artimanha,
Comentou que enquanto o invento não era criado,
Ele poderia começar a enxugar a louça,
Pois em assim fazendo,
Rapidamente aprenderia,
O seria necessário para tal invenção!

E o menino aborrecido, respondeu:
Tá bom! Tá bom! Tá bom!
E de pronto, pegou um pano de prato,
E a enxugar a louça começou
Pratos, copos, talheres,
Panelas, tampas, tábuas
Por fim, guardou a louça,
Nos lugares pelo pai indicados

Ao término do trabalho,
O menino perguntou:
E o que faremos agora então?
O pai respondeu por sua vez,
Que a cozinha precisava varrer
E o menino teve que resignado esperar

Por fim, o homem levou o menino,
Para uma volta pelo bairro realizar
Pela região, poucas árvores,
Algumas plantas, flores,
As casas possuíam quintais razoáveis,
E as crianças brincavam na rua,
Azafama das brincadeiras diárias
Meninos jogando bola,
As meninas andando de patins,
De um lado para outro
Barulhentos, ruidosos,
Alguns riam, outros conversavam,
Poucos choravam

A certa altura, o menino do pai se afastou
Pediu para com as crianças brincar
E o pai assentiu com a cabeça,
Concordando
Dizia o pai:
Vai e peça para participar das brincadeiras!

E o menino então se apresentou
Os garotos no início estranharam,
Mas depois se recordando,
De que se tratava de um novo vizinho,
Deixaram-no brincar
E animados, começaram a jogar bola,
Corriam de um lado para outro da rua
Por vezes paravam, pois alguns carros,
Por vezes por lá passavam

Animados, os meninos corriam de um lado para outro
E em bando, gritavam
O pai ao ouvir a algazarra,
Sinalizou para que o filho,
Para que mais baixo falasse
Mais tarde, recomendando ao filho
Que de todos se despedissem,
Com ele conversou

Dias depois, com os pais dos garotos conversando,
Percebendo que as crianças no meio da rua brincavam
Sugeriu a eles, que um espaço arrumassem,
Para jogarem suas partidas
Isto por que, a cada gol realizado,
Um portão ficava a tremer,
E os pais dos garotos ficavam a dizer,
Que os vizinhos não ficavam contentes,
Por isto acontecer

Felipe, o menino, comentou ao pai,
Que a praça ficava distante,
E que lá não poderia jogar bola
Nisto, o pai a lembrar-se do parque,
A pensar ficou
Argumentou que ali áreas verdes havia,
E espaço de sobra, para de bola se brincar
Diante da sugestão, todos concordaram,
E um pequenique planejara

E assim, dias mais tarde,
As crianças todas foram ao parque brincar
Depois de amizade formar,
O pai de Felipe a todos levou para brincar
E algumas crianças,
De seus pais acompanhados estavam,
Outros não

Os adultos, um pequenique fizeram
Enquanto os pequenos brincavam
E os meninos se esbaldaram
Jogaram bola,
Brincaram com suas bolinhas de gude,
Pipas empinaram,
Em árvores, alguns subiram,
Nos campos, correram
E nos brinquedos que lá havia, brincaram

As meninas por sua vez,
Suas bonecas levaram,
De casinha brincaram
Brincadeiras de roda fizeram
Também divertiram-se nas gangorras,
Nos balanços
Com os meninos também brincaram,
Em que pesem os protestos,
E os meninos a dizer,
Que as garotas não sabiam brincar

A certa altura, uma das meninas,
A desafiar ficou,
Instigando os garotos, a numa árvore subirem
Nesta tarde, ocorreram tombos,
Pernas e braços foram ralados,
Crianças choraram
Mas a despeito disto,
Todos se divertiram

Também no pequenique, as crianças se infiltraram
E os pais, bola também jogaram
E os filhos a rirem dizendo,
Os pernas de pau que eles eram
Algumas mães, com os homens conversavam,
E para eles torciam

Por fim, Felipe e seu pai,
Pelo parque caminharam
Não sem antes, despedir-se,
Dos novos amigos conquistados
E todos em retribuição,
Para eles acenaram

Feliz, o menino comentou,
Que a tarde fora bela,
E muito havia se divertido
Animado, perguntou se aquele evento,
Não poderia ser repetido

E o pai a segurar o filho pelo ombro, dizia:
Em te jogando na parede,
Você ficaria grudado nela!
O menino riu

O pai então, comentou que mais tarde,
No assunto, com carinho pensaria
Com isto, encaminharam-se para a casa
Felipe tinha muitas coisas,
Para contar a sua mãe
Animado, ficava a pensar,
Em quantas brincadeiras ainda teria a realizar,
Jogos, partidas, disputas,
Com seus novos amigos,
Muito mais motivo teria para brincar!

E o seu pai com tudo concordando,
Dizia que para casa deveriam voltar
Um vento calmo, envolvia
A suave tarde,
Que pela noite,
Começava a ser envolvida

E o menino a se recordar ficou,
Do passeio de pedalinho,
Com o pai realizado
Usando coletes salva vidas,
O homem o barco conduziu pelo lago
Do evento, até foto tinham,
Armazenada no computador ficava
E o menino a contemplar agora estava,
Vendo os pedalinhos sendo recolhidos

Animado, apontava os barquinhos para o pai,
Dizendo que estavam sendo levados
E o pai a dizer que no dia seguinte,
Eles novamente seriam ali colocados
Segurando o menino pelo braço,
O homem dizia que para a casa precisavam voltar,
Pois muito tarde estava ficando
E Felipe a concordar,
Meneou a cabeça
Nisto, a dupla seguiu a caminhar,
E o menino a cantar ficou:
“Como pode o peixe vivo,
Viver fora d’água fria...”

Seu pai, sorriu,
Dizia que certas coisas nunca mudam
Ah, sim!
Cantiga das velhas lembranças
Quem dera fosse assim,
O passado de muitas infâncias!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

CONVENCIMENTOS – CONHECIMENTOS

O conhecimento intelectual é a peça chave para a liberdade. 
A levar-nos para pensamentos outros que não são nossos, mas que tomamos emprestados, por melhor expressarem nossos pensamentos, nossas ideias, o que acreditamos. 
Apresentar-nos a novas realidades. 
Cotidiano a nos oprimir com suas banalidades. 
Corre-corre pra lá e pra cá. 
Sempre como horas certas para se chegar em algum destino, e se trabalhar em algo que muitas vezes não vemos sentido. 
Anestesiamo-nos para as dores e tristezas diárias, não sabendo lidar com as dores e o sofrimento. 
Não sabemos lidar com o dia a dia sempre igual e tedioso. 
Vivendo vidas padronizadas, conforme o gosto da sociedade, que pouco importando-se está, com a descrição de nossos rostos. 
Semblantes sempre impassíveis e indiferentes, diante da vida indiferente e desinteressante. 
Sempre a cumprir regras, alcançar metas. 
Pois ficamos a viver como se fossemos autômatos. 
Como se viver fora prisão. 
Quanto a isto, devemos nos libertar. 
Liberarmos de tantas amarras, tantas imposições, tantas obrigações. 
Devemos prontamente descobrir os caminhos que nos levam para a libertação. 
Conhecimento a gerar liberdade. 
Destrói preconceitos, aumentando-se respeito entre os povos. 
E não para se criar mais abismos aumentando as diferenças, e alimentando a ignorância. 
Pois ciente sou, de que não somos inteiramente livres. 
E quem o conseguiu ou consegue, o ser parcialmente, não é inteiramente livre.
 Para ser livre, necessária se faz, certa dose de loucura. 
Dosada em contraposição a loucura insana e constante, que faz de seu portador, um completo celerado. 
Loucura doce, é loucura momentânea, mansa plácida e feliz. 
Usufruída no momento certo. 
Pois este mundo infestado de regras, controles, padrões preestabelecidos, não nos convém. 
Isto nos sufoca, embota nossa inteligência, deixamos de ser seres pensantes. 
Mas convém não desrespeitarmos as regras. 
Ao menos não as legais. 
Mas convém também fazer o que nos convém. 
Livres do julgamento e condenações alheios. 
E para mim, uma fonte de libertação é o conhecimento. 
É ele que transporta para outros domínios, outras realidades, mais amargas ou amenas. 
Enfim um novo mundo. 
Mundo este distante e longínquo, embora muitas vezes esteja tão perto. 
Ao alcance de uma mão disposta a pegar um livro inteiro e o ler. 
Acredito que esta é a fonte de iluminação e entendimento, o que fará a mudança em nossos intelectos, em nossas vidas e em nosso mundo. 
Pois o conhecimento expande horizontes, abre mentes e destrói preconceitos. 
Para tanto porém, é necessário estar aberto a isto. 
Deixar-se levar inteiramente pelo saber. 
Não deixar de lado nenhuma de suas migalhas. 
Todavia, o que parece ocorrer é diverso. 
Por que será que as pessoas estão tão agressivas na defesa de seus pontos de vista?
Por que não há mais respeito e tolerância, num mundo tão mais democrático com o saber? 
Acredito que isto se deve a falta de interesse em se adquirir novos saberes. 
Pois para a maioria das pessoas, o interessante, é que as ideias surjam prontas, sem que haja necessidade de digeri-las, ou pensá-las. 
Pensamento e mentalidade medíocres. 
Pois se a graça está em justamente analisar e pensar as coisas, que sentido teria, vir tudo pronto para nós, que somente teríamos o trabalho de digeri-las? 
Assim, entendo que o conhecimento é forma de poder, e libertação da forma de dominação que nos fora imposta. 
Pensar nos faz movimentar e questionar as coisas, criticar o que não está bom, tentar modificar o estado de coisas, e principalmente, mudar o modo como vemos e ouvimos o mundo. 
Dotando nosso interior de solidez, de base, a vida se torna menos dura, a realidade menos árida. 
A vida adquire outra forma, outras cores. 
Enche-se de poesia. 
Pois a poesia, a música, a arte, nada mais são, do que formas mais plásticas do conhecimento, jamais se afastando dele. 
Trazendo encantamento a uma vida dura e sem grandes atrativos, cheia de saberes técnicos. 
Sobre como se deve fazer melhor as coisas. 
Conhecimento deve ser fonte de prazer e liberdade, e não aprisionamento. 
Devemos sim, conhecer as regras, mas não apenas e tão somente a elas. 
Deveríamos nos nutrir de beleza e poesia todos os dias. 
Para isto, é muito simples. 
Apenas abraçar e adotar o conhecimento, tornando-o um amigo presente e constante em sua vida. 
Só assim poderemos ser livres. 
A liberdade é um fenômeno interno, que se exterioriza aos poucos. 
As grandes mudanças sempre começam primeiro internamente. 
É mudando seu interior, que se consegue mudar a vida, e mudando sua vida, consegue-se mudar o mundo, ou pelo menos a forma como ele é visto por nós. 
A vida não pode ser apenas um amontado acumulado de saberes técnicos. 
Todos os saberes, dizeres e viveres devem compor a poesia maior, a vida. 
Este a meu ver, é o melhor caminho para se tentar buscar a liberdade.

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.