CAPÍTULO 62
Com isso, Felipe juntamente com seus amigos, continuou sua viagem pelo Brasil.
Sequioso
de conhecer o folclore da Região Norte e Centro-Oeste, Felipe, tratou de continuar sua incursão
pela região.
Assim, desejosos de conhecer novas paragens, os cinco rapazes partiram em um
monomotor alugado, em direção a tão afamadas regiões.
Estavam todos tão animados com a viagem, que entre nuvens e paisagens aéreas, puderam
vislumbrar a exuberante natureza que fazia parte da região.
Assim, avistaram grandes matas, florestas aquáticas e grande números de animais, aves em
revoada, entre outras coisas.
Foi nesse momento, no meio da floresta Amazônica, que decidiram
pousar e conhecer umas das mais tradicionais festas do lugar.
A famosa festa de Parintins.
A cidade
fica na Ilha de Tupinambarana, no Rio Amazonas.
Situada a 420 quilômetros de Manaus, é palco
de uma disputa de dois Bois Bumbás.
O Boi Caprichoso e o Boi Garantido.
Este espetáculo,
conhecido como Festival Folclórico de Parintins, chega a levar cem mil pessoas ao delírio.
No
Bumbódromo – a famosa passarela em forma de boi onde desfilam os dois bois bumbás – todos
os que assistem o espetáculo, ficam encantados com a apresentação.
De cada lado, mais de dez mil
participantes, vestidos de iaras, curupiras, serpentes gigantes, rainhas e príncipes encenam a
história do boi bumbá – mistura de bumba-meu-boi nordestino com as lendas indígenas.
O boi,
morto para satisfazer o desejo da grávida Catirina, que queria comer a língua do boi, é ressuscitado
pelo padre e pelo pajé há setenta anos.
Muito mais que isso, cada vez mais a festa vem se
sofisticando com efeitos especiais e carros alegóricos.
Além disso o enredo e as luxuosas fantasias
mudam a cada ano, e ninguém resiste à passagem da marujada, a conhecida bateria do bumbá.
O
povo animado, ginga no ritmo bunda-de-boi, dois pra lá, dois pra cá.
Além disso, a cunha-poranga
– moça bonita – encanta a todos com sua simpatia.
Ademais, no restante do ano, o povo amazonense não esquece o boi bumbá.
Muito pelo
contrário, dança o passo do boi nos currais, e danceterias rústicas e improvisadas espalhadas por
todas as cidades da região, as quais os turistas foram conhecer.
Acolhidos pelo gentil povo do
lugar, os nativos logo lhes ensinaram os passos da dança, os quais, dedicados, não demoraram
muito para aprender.
Assim, em algumas horas já dançavam a dança do bumbá, como se o fizessem
há muitos anos.
Por conta disso, foram bastante aplaudidos pelos moradores do lugar.
Gentis, agradeceram a acolhida.
E assim, ao final de alguns dias, retomaram a viagem.
Mais uma vez, sobrevoaram a paisagem amazônica.
Pela janela avistaram o Rio Amazonas, e inúmeras gaiolas – forma como as embarcações
da região são conhecidas.
Embora das alturas parecessem pequenos pontos, os turistas,
conhecedores dos meios de transporte fluvial da região, sabiam muito bem que do se que tratava.
Contudo, não é isso o que importa.
O importante, é que, impressionados com as dimensões do rio, das alturas puderam então
perceber por que falavam que este é o maior rio do mundo.
Dos céus, avistaram inúmeros igarapés, bem como inúmeras clareiras abertas na floresta.
Felipe e Fábio ao perceberem isso, ficaram penalizados.
Chegaram até a comentar:
--Por conta da ambição os homens são capazes de destruir as coisas mais belas.
Das alturas, os turistas puderam também se deslumbrar com Rio Amazonas.
Filho mestiço
do amarelo Rio Solimões e do Rio Negro, num acasalamento de doze quilômetros de extensão,
que enfinda quando suas águas se misturam, ele segue se destino até chegar ao Atlântico.
Senhor
do maior volume de água do mundo, o rio é tão caudaloso, tão cheio de vida que seria capaz de
fornecer a cada vinte e oito segundos, um litro de água para cada habitante da terra.
Da janela da aeronave, os turistas viram ainda, o porto flutuante de onde partem as
expedições pelo rio.
Aproveitando isso, os cinco rapazes desceram do monomotor e fizeram um
passeio de barco.
De longe os turistas atiram moedas no rio.
Isso por que, se conseguissem atingir
a linha nítida que separa o amarelo do preto, teriam sorte redobrada.
Por fim, quando os dois rios
viram um só, os motores dos barcos são desligados e soam alto os hits do Boi-Bumbá, cantando o
encontro das águas.
Nesse ponto, a selvagem Ilha de Marapatá fica para trás e a próxima paisagem
a ver vista é o Parque Ecológico de Janauary.
Pelo percurso, saltitantes botos-cor-de-rosa escoltam
as embarcações próximas, até que uma sucessão de veias se abre ás margens dos rios rumo à
floresta.
A seguir retornado ao avião, os turistas, deslumbrados com a visão área da Amazônia,
puderam ver ainda, os canoeiros seguindo em direção a igarapés e igapós – matas inundadas que
só deixam a copa das árvores de fora e onde bóiam, como que adormecidas, vitórias-régias de até
dois metros de diâmetro.
Foi então que o piloto contou que:
-- O maior herói Manauara é Ajuricaba.
Não perdoou nem o pai por beber caxiri com os
portugueses invasores.
Por isso foi expulso da aldeia e se escondeu na mata.
Quando o pai morreu
atraiçoado, ele voltou para defender seu povo.
Resultado, acabou preso.
O militar luso Belchior
Mendes de Morais tentou levá-lo para Portugal.
O índio, porém, não aceitou a humilhação.
E se
atirou no mar.
Os turistas ficaram atentos ouvindo as lendas da região.
Foi então que o piloto comentou:
-- A lua nasceu aqui.
A índia Iaci não podia casar-se com o irmão e foi morar no céu.
Com
suas flechas, ela construiu uma ponte e subiu ao firmamento.
Hoje, rege a vida noturna na floresta.
Quando sua luz é fraca, a cobra Boiúna se disfarça de navio a vela, e devora aventureiros
desavisados.
Na terra, seu rastro se transforma em igarapé.
Flávio e Agemiro ficaram encantados com a narrativa.
Em seguida o piloto contou a seguinte história:
-- Outra índia, enamorada, também, tentou subir ao céu.
Escalou o mais alto dos montes.
Era muito baixo.
Viu Iaci refletida num lago e se atirou.
A musa, admirada com a valentia,
transformou-a na vitória-régia, a ‘estrela d’água’.
Os cinco rapazes ouviam a tudo com muito interesse.
Por fim, o piloto narrou a história do Curupira:
-- O Curupira defende as árvores e os animais da floresta.
Meio divino, meio diabólico,
tem forma quase humana.
Coberto por pêlos avermelhados, emite ruídos assustadores.
Quando os
caçadores tentam fugir, embrenham-se mais na floresta, no rastro falso do Curupira, cujos pés são
virados para trás.
Pela janela do monomotor, os turistas puderam ver ainda a Serra do Navio, entre outras
regiões.
Pelo monomotor avistaram ainda o Rio Madeira, em Rondônia.
Em suas várzeas as
plantações são feitas durante a vazante, e antes que a cheia cubra tudo com as águas, colhe-se tudo
o que foi plantado.
Ao pousarem em terra firme, conheceram a capital.
Assim em passeio pela capital, visitaram o Palácio Getúlio Vargas, em Porto Velho – sede
do governo de Rondônia.
No centro, avistaram casarões antigos.
Também foram conhecer a
Catedral Sagrado Coração de Jesus, a construção, em estilo clássico-colonial, possuí vitrais com
motivos bíblicos.
A Praça das Três Marias, com três caixas d’água desativadas no começo do
século é referência na cidade.
Aproveitando as praças da cidade, os cinco turistas visitaram a Praça Madeira-Mamoré.
Trata-se de uma antiga estação ferroviária transformada em praça.
Seus galpões
abrigam o Museu Ferroviário, no qual estaca-se a locomotiva Coronel Church, a primeira a rodar
na ferrovia, e uma garagem com trens quebrados.
Belíssimo ponto de encontro, fica ao lado do Rio
Madeira, que possuí alguns bares flutuantes.
No Museu de Rondônia, conheceram seu acervo.
Cerâmicas indígenas, fósseis de animais
pré-históricos e animais empalhados.
Ansiosos por participarem de uma festa, os cinco turistas, mais do que depressa se dirigiram
ao Arraial Flor de Maracujá.
Nesta época, estava havendo um concurso de melhor boi-bumbá e
melhor quadrilha.
Assim, os viajantes não podiam perder a oportunidade de conhecer uma festa
típica da região.
De forma que foram até lá e se divertiram muito.
Com relação as belezas naturais, os cinco turistas aproveitaram para fazer um passeio pelo
Rio Madeira.
No passeio de uma hora pelo afluente do Amazonas, navegaram no meio da selva
entre árvores centenárias, aves exóticas e corredeiras de águas verdes.
As magníficas visões nos
mirantes do rio, impressionaram.
Além disso, durante o passeio, os cinco rapazes conheceram a
Cachoeira de Teotônio.
Formada por violentas corredeiras no trecho onde o Rio Madeira se alarga,
em seu entorno, cortando a região, existe uma pequena vila de pescadores.
Os viajantes,
deslumbrados com a beleza do lugar, aproveitaram para fazer uma pequena visita a região.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.