Ana não gostava nem um pouco disto.
Ao ver a filha chegando tarde tantas vezes, pediu-lhe para que tivesse cuidado. Argumentou que a cidade estava muito violenta.
Cláudia lhe dizia que tomava cuidado. Mencionava que estava tudo bem.
Ana contudo, não ficava tranquila.
Com o tempo, o casal passou a dormir ora na casa dos tios de Lucindo, ora na casa dos pais de Cláudia.
Jacinto no início não gostou nem um pouco da novidade, mas com o tempo, acabou concordando.
Dizia haver percebido que era a melhor solução.
Lúcio gostava quando Lucindo dormia em casa.
Dizia que eles precisavam se casar.
Lucindo argumentou que já havia feito à proposta a Cláudia, que a recusou.
Lúcio rindo comentou:
- Agora vou ser eu que vou ter que te mostrar como se faz?
Lucindo comentou que ele era muito engraçadinho.
O garoto rindo, respondeu que sabia conquistar uma mulher.
Lucindo retrucou dizendo que ele era impossível.
Com efeito, Lucindo chegou a sugerir a moça durante seus encontros, que eles se casassem.
Cláudia contudo, sempre que ouvia a proposta, desconversava.
Dizia que o relacionamento deles estava bom do jeito que estava. Argumentava que o casamento só estragaria o que estava indo bem. Falava que estavam juntos há pouco tempo. Mencionava que estava muito cedo para se pensar em casamento.
Lucindo ficava desapontado.
Mas sempre que podia, sugeria para Cláudia casar-se.
Com isto, Cláudia promoveu uma ação contra o estado, em virtude da prisão ilegal que havia sofrido.
Roberto, por sua vez, foi condenado por sequestro e assédio.
O homem foi preso próximo ao hospital, quando tentava entrar na ala dos funcionários.
Dois policiais o cercaram.
Após a comunicação de disparo de arma de fogo, a polícia fez uma varredura por toda a região.
Desconfiados, resolveram ir até o hospital onde Lucindo estava internado.
Foi questão de tempo para encontrarem Roberto.
O homem estava completamente transtornado.
Segundo os policiais, não dizia coisa com coisa. Tampouco ofereceu resistência.
Com uma arma apontada em suas costas, só restou entregar seu revólver e ser levado a delegacia. De lá foi direto para a prisão.
Quando Cláudia soube da condenação do homem, ficou satisfeita.
Pensou que finalmente teria paz em sua vida, com Roberto atrás das grades.
Lucindo comemorou.
Recuperado do tiro, o moço passou a viver ao lado de Cláudia.
No começo do namoro, quando iam se beijar, a moça tomava todo o cuidado para não atingir o ombro ferido de Lucindo.
O moço ficava todo encantado com os cuidados de Cláudia. Chegava até a exagerar um pouco para receber mais atenção.
Olegário ria dos modos do sobrinho, e recomendava que não exagerasse ou Cláudia poderia perceber a manobra e ficar ofendida.
Mais tarde, a moça ganhou a ação contra o estado. Contudo, para sua decepção, só receberia o pagamento através de precatório.
Onofre explicou-lhe que levaria anos para receber a indenização.
Cláudia perguntou-lhe se não havia outra forma de receber o pagamento dos valores.
O causídico respondeu-lhe que não.
O homem recomendou-lhe que tivesse muita paciência.
Cláudia respondeu:
- Fazer o quê? Quem sabe o meu filho, ou talvez o filho de meu filho recebam esta indenização.
Onofre, riu. Disse que as coisas demorariam, mas esperava que não chegassem a tanto.
Lucindo, ao saber da novidade, ficou feliz.
Achou uma pena porém, a demora no recebimento da indenização.
Comentou sobre os recursos que protelavam uma decisão definitiva, ser aplicada. Argumentou que isto precisava mudar.
Cláudia concordou.
Dia desses a moça combinou com Letícia de se encontrar em uma boate.
Letícia foi ao local com o marido.
Cláudia foi acompanhada por Lucindo.
Letícia parabenizou o novo casal. Desejou-lhes muitas felicidades.
- Amém! – respondeu Lucindo.
Todos riram.
Leandro comentou que Lucindo era um homem de fé.
- Muita! – respondeu rindo e beijando o rosto de Cláudia.
Letícia comentou:
- Finalmente!
Cláudia pediu para que parassem.
Letícia disse-lhe que ao saber que ela e Lucindo estavam namorando, ficou super feliz. Chegou a dizer à mãe que Cláudia finalmente acertou.
Letícia abraçou a amiga e parabenizou-a.
Também parabenizou Lucindo.
Cláudia bebeu pouco.
Lucindo conversou com os amigos.
Letícia e Leandro dançaram. Riram.
Lucindo comentou com Cláudia que Letícia e Leandro combinavam bastante.
Cláudia concordou.
Disse que a amiga merecia alguém legal. Ressaltou que todos merecem uma pessoa legal ao seu lado, que seja parceira, companheira, leal, amiga. Um namorado que seja amigo e que saiba dividir tudo, para somar lá na frente.
Lucindo sorriu.
Chegou a se perguntar o que de fato as pessoas queriam. Completou perguntando o que as mulheres queriam.
Cláudia respondeu-lhe:
- O mesmo que os homens! Serem amadas, serem amados. As pessoas querem e precisam de apenas uma coisa: Amor.
Lucindo concordou. Chegou a falar:
- É algo tão simples de perceber! Mas as pessoas querem receber amor, mas não querem dar amor. Aí fica difícil. Afeto é uma via de duas mãos. Você oferece, para lá na frente receber de volta. Não tem amor, quem não é capaz de amar.
Cláudia concordou. Mencionou que às vezes, as pessoas tem medo de sofrer.
Lucindo retrucou dizendo:
- Ah isso não! Se você não for capaz de amar, não reclame se não for amado. Se você não é capaz de ser amável e gentil com alguém, não reclame se for tratado com pouco caso.
Cláudia concordou. Mencionou que as pessoas não são nada gentis umas com as outras, mas ficam cobrando atenção, educação e afeto. Como, se não são capazes de oferecer isto a alguém?
- Nunca terão o que querem se não fizerem sua parte. – respondeu Lucindo.
Nisto, o moço começou a acariciar o rosto da namorada.
Rindo, disse que era carinhoso e gentil com ela, para receber todo aquele carinho de volta.
E assim, beijou os lábios de Cláudia.
A mulher levou-o para dançar.
Algum tempo depois, Letícia e Leandro voltaram para a mesa.
Ficaram observando os amigos dançando.
O casal fez comentários parecidos com o de Lucindo e Cláudia. Disseram que o casal de amigos combinava.
Letícia disse que Cláudia e Lucindo tinham uma boa química.
Rindo, Leandro disse que a química do casal não era a melhor que a deles.
Beijou a esposa.
Conversaram, beberam, riram.
Quando Cláudia e Lucindo voltaram, encontraram o casal se beijando.
Leandro e Letícia demoraram para perceber a aproximação.
Rindo, Cláudia sugeriu darem uma volta.
Foi quando Leandro percebeu a aproximação. Convidou-os para sentarem-se.
Lucindo pediu desculpas ao casal. Disse que não queria incomodar.
Leandro disse que não incomodou. Brincou dizendo que era a empolgação de dois eternos namorados.
Letícia riu.
Lucindo comentou que pretendia seguir o exemplo do casal.
Beijou Cláudia no rosto.
Mais tarde os casais pediram a conta.
Despediram-se.
Lucindo levou Cláudia para casa.
Cláudia e Lucindo deixaram o carro do rapaz na garagem.
A mulher abriu a porta da casa com todo o cuidado. Recomendou que entrassem sem fazer barulho.
Lucindo riu.
Entraram pé ante pé no quarto da moça.
Lucindo fechou a porta e trancou-a.
Depois abraçou a moça, beijou-a.
Lucindo encostou a mulher na parede.
Quando o moço deu uma topada no pé da cama, Cláudia caiu na risada.
Gargalhou.
Lucindo rindo também, disse para que ela não fizesse barulho pois poderia acordar alguém.
A moça começou a rir mais baixo.
Lucindo rindo, disse:
- O que vão pensar de nós?
Cláudia não parava de rir.
- O que foi? – perguntou Lucindo.
Por fim, acabou rindo também.
Aproximou-se da moça, beijou-a novamente, começou a tirar sua blusa.
Disse que iriam pensar apenas que eram um casal feliz, bem resolvido.
Cláudia ria, e ele a beijava.
Por fim, a moça encostou-o na parede. Tomou a iniciativa de beijá-lo. Pôs a mão em seus cabelos, alisando sua nuca.
Lucindo se surpreendeu com o gesto. Deixou Cláudia tomar a iniciativa. Riu.
Beijaram-se.
Deitaram-se.
Dormiram juntos.
Lucindo tomou café da manhã com o filho e os pais de Cláudia.
A primeira vez que o moço dormiu em sua casa, Cláudia foi primeira a ir até a cozinha.
Deu bom dia aos pais, perguntou de Lúcio. Disse que Lucindo estava dormindo. Perguntou se poderia chamá-lo para tomar café com eles.
Ana respondeu-lhe que sim.
Cláudia disse-lhe que iria chamá-lo.
Ao entrar no quarto, o moço ainda dormia.
A mulher abriu a porta do quarto, encostou-a.
Chamou o rapaz.
Lucindo parecia não ouvir.
Cláudia se aproximou. Chamou-o novamente.
O moço se virou na cama.
A mulher percebeu que o rapaz estava fazendo charme.
Aproximou-se do rapaz e disse bem baixinho em seu ouvido:
- Vamos acordar! O dia já raiou, e o café já está pronto.
Lucindo puxou-a.
Cláudia riu.
Lucindo ficou observando-a.
A mulher insistiu.
Disse que havia uma mesa farta esperando por eles. Comentou que logo logo Lúcio iria perguntar por ele.
Lucindo resmungou:
- Tem certeza que eu preciso me levantar?
Cláudia respondeu-lhe que sim. Disse que não precisava ficar tímido, pois todo mundo sabia que ele havia dormido em sua casa.
Nisto beijou seus cabelos. Recomendou-lhe que se levantasse.
Cláudia então, levantou-se, pediu para que se apressasse. Saiu do quarto.
O homem então se levantou.
Foi ao banheiro da suíte. Lavou o rosto, molhou e penteou os cabelos.
Vestiu-se.
Saiu do quarto, foi até a copa.
Lúcio ao sair do quarto, perguntou a avó se Lucindo já havia saído do quarto da mãe.
Ana se espantou com a pergunta:
- Então você já sabe que Lucindo dormiu aqui?
- É claro que sim! Qual a surpresa? – questionou.
Ana comentou:
- Eu devo estar velha mesmo! Parece que só eu me surpreendi.
Lúcio riu.
Alguns minutos, Lucindo apareceu na cozinha.
Meio sem graça, disse bom dia a todos.
Cláudia levantou-se e disse para que se sentasse do seu lado.
O moço serviu-se de café leite, pão e frios.
Lúcio perguntou-lhe se poderiam ir a quadra para jogar um pouco.
Lucindo concordou.
Disse que precisavam combinar passeios juntos. Pediu ao garoto para que tivesse paciência com alguém que estava aprendendo a ser pai.
Lúcio respondeu-lhe que pai ele já era há bastante tempo. Só não sabia disto. Rindo, comentou que ele sempre o tratou como um filho.
Lucindo ficou emocionado.
Abraçou o filho.
Lúcio depois de um certo tempo, comentou:
- Já estamos bem em matéria de abraço. Agora pode deixar que Patrícia agora é quem vai me abraçar. Chega de abraço de homem, que isto não pega nem bem.
Todos riram.
Inclusive Lucindo que disse que o filho não tinha mesmo jeito.
Nisto o homem voltou a sentar-se ao lado de Cláudia. Terminaram o café.
Assim, Lucindo passou a conviver mais com a família.
De vez em quando levava flores para Ana.
A mulher ficava encantada com a gentileza.
Também fazia agrados a Cláudia.
Passeavam juntos, chegaram a viajar juntos para praia.
Caminharam pela orla.
Andaram de bicicleta. Entraram no mar. Brincaram de jogar água um no outro.
Tomaram sorvete de casquinha.
Conversaram.
Caminharam na beira da praia à noite.
Tiraram fotos.
A relação estava ficando cada vez mais séria.
A moça algum tempo antes, havia conversado com a mãe sobre a possibilidade de Lucindo dormir em sua casa.
Ana ficou perplexa diante do pedido da filha.
Jacinto riu da situação.
Comentou que geralmente são os pais que tem ciúmes das filhas e ficam criando barreiras para que elas levem seus namorados para casa.
Ana não gostou da brincadeira.
Jacinto por seu turno, argumentou que não estava brincando. Recordou-se que a filha às vezes dormia na casa do namorado. Revelou que não gostava muito do fato. Agora porém, entendia que tudo era muito diferente. Tanto que concordou com a proposta. Disse que por ele, não havia problemas. Mencionou o fato de que eles já tinham um filho em comum, e que não adiantaria criar empecilhos para a relação dos dois.
Ana ficou perplexa.
Argumentou que o marido a estava desautorizando.
Jacinto riu.
Disse que Cláudia não era mais criança. Argumentou que a filha também era dona da casa já que ajudava nas despesas, e havia patrocinado algumas reformas.
Sem alternativas, mesmo contrariada, a mulher acabou concordando. Lembrou-se de Lúcio e disse que o garoto certamente ficaria feliz.
De fato. Quando o garoto soube da novidade, ficou deveras feliz.
Isto por que, quando o moço dormia em sua casa, Lúcio tinha mais tempo para conversar com o pai. Contava seus problemas, suas angústias, jogava bola com ele na quadra do bairro.
Com o tempo, Ana acabou se acostumando com a presença de Lucindo.
Estranhava quando ele não aparecia. Sentia falta quando a filha não dormia em casa.
Houve um tempo que chegou a cobrar a oficialização do casamento.
Cláudia argumentava que as coisas estavam muito bem do jeito que estavam.
Ana dizia que não estava certo que os pais de Lúcio não estarem casados. Argumentou que as pessoas estranhavam, questionavam.
Cláudia dava de ombros. Achava engraçada a reação da mãe.
Jacinto dizia para a esposa que tivesse calma. Argumentava que Cláudia acabaria por se convencer da necessidade de casar-se. Ressaltou porém, que pressioná-la só faria com que persistisse na teimosia.
Ana concordou com a afirmação do marido. Comentou que Cláudia era muito teimosa. Chegou a se perguntar quem ela teria puxado.
Jacinto respondeu depressa:
- Eu é que não fui!
Ana olhou-o com ar de reprovação.
Jacinto provocou-a:
- E tem mais! Lamento informar mas é a senhora mesma que é a culpada.
Jacinto beijou o rosto da mulher.
Ana começou a rir.
Perguntou-lhe se era isto mesmo que pensava dela.
Jacinto argumentou que também teve dificuldades para convencê-la a se casar.
Ana riu. Lembrou-se da época.
Concordou com o marido. Argumentou dizendo que achava que era muito nova para se casar.
Jacinto perguntou-lhe se estava arrependida.
Ana respondeu-lhe que não.
Abraçou o marido.
Tempos depois, Cláudia recebeu a notícia de que Letícia estava grávida.
A moça ligou para a amiga para lhe contar a novidade.
Cláudia ficou muito feliz com a notícia. Parabenizou-a.
Disse que a criança lhe traria muitas alegrias. Comentou com certa tristeza, que ela poderia acompanhar a criança desde seus primeiros passos.
Letícia ao perceber a tristeza na voz da amiga, comentou que ela também poderia engravidar. Comentou inclusive que poderia se casar com Lucindo.
Cláudia ao ouvir estas palavras riu.
Letícia argumentou que ela poderia se casar com o moço.
Cláudia retrucou dizendo que aquele era o momento de comemorar sua gravidez e não de falar em casamento.
A moça ao perceber isto, falou do tempo de gestação, da confirmação. Mencionou que teve um pouco de enjoo, mas que já havia passado.
Letícia comentou que agora não podia ver roupinhas de criança, que sentia vontade de comprar tudo.
Cláudia ria. Parabenizou-a novamente.
Conversaram mais um pouco. Marcaram de se encontrar novamente.
Cláudia foi ao chá de bebê promovido pela amiga.
Presenteou Letícia com uma roupinha de bebê.
Letícia fez questão de abrir o presente de Cláudia.
Era um macacão.
Feliz, a moça agradeceu o presente.
Helena sua mãe, não se cansava de falar do neto, ou neta. Estava empolgadíssima. Comentava feliz, que a família estava aumentando.
Cláudia parabenizou a avó.
Lucindo a acompanhou.
Frequentemente o casal era visto juntos indo e voltando do trabalho.
Na universidade, todos já sabiam que Cláudia e Lucindo estavam namorando.
Algumas colegas brincavam com a moça.
- Tá namorando!
Elogiavam a sorte da moça.
Lucindo também foi alvo de algumas brincadeiras.
Um dos mestres chegou a lhe dizer que ele estava namorando uma das professoras mais bonitas da universidade.
Lucindo concordou.
O moço já havia notado que alguns professores ficavam observando a mulher.
De vez em quando Cláudia era alvo de olhares de alunos.
Um dia o rapaz foi conversar com a moça em uma das salas de aula, e percebeu que um dos alunos ficou olhando insistentemente para ela.
Aborrecido e incomodado, Lucindo perguntou-lhe se havia perdido alguma coisa.
Sem graça, o aluno pediu desculpas e se afastou.
Lucindo pediu à moça que tivesse cuidado com seus alunos.
Cláudia riu.
Disse que não havia feito nada.
Lucindo riu também.
Comentou que estava tendo uma crise de ciúmes mas que já havia passado. Pediu-lhe desculpas. Disse que sabia que ela não fazia nada para provocar aquele tipo de situação. Apenas era tão bela que isto se tornava natural.
Cláudia olhou-o sem entender.
Lucindo a abraçou.
A mulher pediu para que não o fizesse.
Lucindo a ignorou.
Continuou a envolver a moça com seus braços.
Por fim, soltou-a.
Perguntou-lhe se ela tinha consciência do quão bonita era.
Cláudia o observava sem compreender.
Lucindo disse-lhe que ela era tão bonita, que todos a observavam. Confessou que isto o aborrecia. Mas reconheceu que isto fazia com que gostasse mais dela. Disse que a cada ano que passava, ela ficava mais bonita.
Cláudia sorriu meio sem graça.
Os olhos do moço brilhavam.
- Linda, inteligente, culta. E ainda por cima é minha namorada.
Cláudia pedia para que parasse com isto.
Lucindo disse-lhe para irem embora.
Cláudia pegou seu material.
Lá se foram para casa.
Certo dia, ao circular sozinha de carro pelo centro de São Paulo, Cláudia começou a sentir-se mal.
Nervosa, a moça procurou um local para estacionar e parou o carro.
Ao encontrar, parou. Desligou o veículo e desceu. Caminhou um pouco. Abaixou-se.
De longe percebia-se que havia alguém passando mal.
A moça esperou o mal estar passar. Levantou-se.
Limpou a boca.
Um homem ao ver a mulher passando mal, perguntou-lhe se precisava de alguma coisa.
Cláudia lhe disse que precisa ir ao toalete.
O rapaz acompanhou-a. Entraram em uma grande e tradicional edificação da cidade.
Lá a moça usou o banheiro. Lavou o rosto.
Ao sair do toalete, a moça pediu para fazer uma ligação. Disse que seu celular estava no carro.
O homem percebendo a aflição da moça, emprestou-lhe o aparelho.
Levou a mulher para se sentar em um banco.
Cláudia ligou para Lucindo.
Como não conseguiu ser atendida no telefone celular, ligou para a universidade e pediu para falar com o moço. Procurando desculpar-se, disse que sabia que ele estava ministrando uma palestra, mas que precisava falar-lhe. Argumentou que era urgente. A mulher disse-lhe que iria chamar Lucindo.
Nervosa, Cláudia ficou esperando.
A secretária, chamou Lucindo. Disse-lhe que sua mulher havia ligado e pedido para falar com ele. A funcionária comentou que pelo tom de voz, a coisa parecia séria, pois ela estava bastante nervosa.
Lucindo foi até a secretaria atender a ligação.
Cláudia então pediu para o homem ir buscá-la.
O rapaz ao receber a ligação, assustou-se. Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que não estava sentindo-se bem. Pediu novamente para ele ir buscá-la. A mulher explicou-lhe onde estava.
Lucindo percebeu a gravidade da situação.
Ao voltar a sala de aula, explicou aos alunos que não poderia continuar a palestra. Pediu-lhes desculpas. Prometeu reagendar o evento, mas que precisava resolver um problema particular.
Alguns alunos reclamaram.
Lucindo pediu novamente desculpas.
Nisto, guardou seus pertences e saiu apressadamente do prédio.
Caminhou até o estacionamento, abriu a porta de seu carro, entrou no veículo, e saiu dali.
Nervoso dirigiu até o centro da cidade.
Quando chegou ao Mercado Municipal, resolveu procurar um lugar para estacionar.
Encontrou.
Em seguida foi procurar a moça.
Encontrou-a ao lado de um rapaz que conversava com ela.
Lucindo ao ver a cena, perguntou a Cláudia o que estava acontecendo.
O rapaz que a acompanhou, disse tê-la encontrado perto dali, passando mal. Comentou que a levou para dentro do Mercado. Relatou que emprestou seu celular para que ligasse para alguém para pedir ajuda.
Lucindo ao ouvir as palavras do moço, agradeceu a gentileza.
O rapaz então afastou-se.
Lucindo se aproximou da moça.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que estava se sentindo zonza.
Lucindo disse-lhe que precisavam voltar para casa.
Nisto, ajudou a moça a se levantar.
O casal caminhou lentamente até o carro de Cláudia.
Lucindo ajudou a moça a entrar no carro.
O rapaz também entrou. Ligou o carro. Partiram.
Nisto, o moço ligou para o tio, e pediu para que ele fosse buscar seu carro. Informou que iria passar pelo estacionamento e que orientaria o funcionário a entregar as chaves para ele. Disse-lhe para que pegasse um táxi para chegar até lá. Mais tarde pagaria a corrida.
Olegário despediu-se de Juliana e foi até o centro da cidade buscar o carro.
Lucindo explicou a moça que precisaria passar pelo estacionamento.
Lá passou as instruções para um funcionário, informou o nome da pessoa que iria buscar o carro, sua aparência, e deixou um número de telefone. Relatou que em caso de dúvida, poderia ligar para ele. Instruiu o funcionário a não dizer o nome da pessoa, e sim esperar que a pessoa se apresentasse.
O rapaz prometeu a Lucindo que o carro seria entregue a pessoa certa.
O professor agradeceu.
Entrou novamente no carro.
Cláudia e Lucindo então, voltaram para casa.
Quando Ana viu a filha sendo amparada por Lucindo, perguntou o que estava acontecendo.
O moço respondeu-lhe que não sabia o que estava acontecendo. Explicou-lhe o que havia acontecido, e que fora buscá-la.
Ana disse-lhe para levar a moça para o quarto.
Ajudou Lucindo a acomodar Cláudia.
A moça deitou-se.
Lucindo perguntou-lhe o que estava acontecendo.
Cláudia respondeu-lhe que não sabia.
O homem disse-lhe para que descansasse.
A mulher permaneceu deitada.
Alguns minutos depois, levantou-se apressada.
Foi ao banheiro.
Lucindo e Ana se entreolharam preocupados.
Durante todo o dia, a moça ficou acamada.
Não quis almoçar.
Nada parava em seu estômago.
Também não conseguia ficar muito tempo deitada.
Ana mediu sua temperatura. Estava um pouco quente, mas não tinha febre.
Lucindo preocupado com Cláudia, recusou o almoço. Disse que havia perdido a fome.
Ana repreendeu-o.
Disse que bastava uma pessoa doente e não duas. Argumentou que Cláudia estava precisando de alguém que a incentivasse a se alimentar e não o contrário. Relatou que sua filha estava precisando de sua ajuda, e que ele não seria de nenhuma serventia se ficasse fraco e doente.
Lucindo então, concordou em almoçar.
Preocupado, pediu para que Ana o chamasse em caso de necessidade.
Ana disse-lhe para que ficasse despreocupado.
Saiu do quarto.
Lucindo almoçou apressado.
Lúcio, ao ver a mãe abatida, perguntou a avó se não seria o caso de levá-la até o Pronto Socorro.
Ana disse-lhe que caso Cláudia não melhorasse, seria levada para o Pronto Socorro. Deixou escapar porém, não parecia ser caso de socorro médico.
Lúcio não entendeu as palavras da avó.
Ana por sua vez, recomendou ao garoto que também almoçasse.
Lúcio comentou que gostaria de ficar ao lado da mãe.
Ana informou-lhe que deveria almoçar e depois poderia ficar um pouco com Cláudia.
O garoto foi almoçar.
Jacinto fez companhia ao garoto.
Também estava preocupado com a filha, mas argumentou que não era nada demais.
Mais tarde Jacinto, Lúcio ficaram no quarto de Cláudia.
Lucindo ficou a tarde inteira cuidando da namorada.
Ana foi almoçar sozinha.
A certa altura, cansado de ver a moça tentando encontrar uma posição para dormir, Lucindo sentou-se na cama e a acomodou em seu peito.
Cláudia dormiu.
A noite a moça estava um pouco melhor.
Lucindo estava cansado.
Ana comentou que isto devia ser as horas em que ficou sentado na cama, para que Cláudia dormisse um pouco.
Lucindo argumentou que o desconforto foi o menor de seus problemas.
Ana colocou a mão na testa da filha.
Cláudia não tinha febre.
Ana preparou uma sopa para a moça.
Cláudia comeu a sopa.
Lucindo ao perceber que o apetite dela voltou, comentou:
- Que bom!
Beijou a esposa na fronte.
O mal estar havia passado.
Cláudia dormiu tranquila.
Lucindo no dia seguinte, perguntou-lhe se não gostaria de ir ao médico.
Cláudia disse-lhe que estava bem, e não havia necessidade disto.
O moço ao ver-lhe bem, deixou o assunto de lado.
Dias depois Cláudia foi visitar a amiga de Letícia.
A mulher estava com uma barriga de alguns meses.
Cláudia pôs a mão na barriga da amiga.
Disse-lhe que estava linda, com sua barriga de grávida.
Letícia sorriu-lhe.
A moça mostrou o enxoval que estava montando para o bebê.
Mostrou-lhe o quarto da criança, a decoração.
Disse que seria um menino.
Feliz convidou a amiga e Lucindo para serem os padrinhos do bebê.
Cláudia ficou agradecida com a lembrança.
Comentou que nem sempre podia estar presente, mas que gostava muito dela.
Letícia respondeu que sabia disto, e que estava feliz por ver a amiga se entendendo com Lucindo, Tanto que desejou-lhe que fosse tão feliz quanto ela.
Cláudia por fim, aceitou o convite.
Letícia e Cláudia se abraçaram.
Ao voltar para casa, Cláudia comentou com Lucindo, que eles haviam sido convidados para serem os padrinhos do filho de Letícia e Leandro.
A moça comentou que aceitou o convite. Perguntou-lhe se havia feito mal.
Lucindo respondeu-lhe que não. Disse que adoraria ser padrinho de uma criança, ainda mais se a criança fosse filha ou filho de sua melhor amiga.
Cláudia o abraçou e beijou-lhe a boca.
Lucindo respondeu-lhe com outro beijo. Disse que estava gostando disto.
Cláudia chamou-o de bobo.
Nos dias que se seguiram, a moça prosseguiu sua rotina de aulas.
Certo dia ao término de uma de suas aulas, Cláudia sentiu novamente mal estar. Precisou sentar-se.
Um grupo de alunas ao verem a cena, perguntaram-lhe se estava tudo bem.
Cláudia pondo a mão na cabeça respondeu-lhe que sim.
A mulher esperou um pouco e levantou-se. Disse para as garotas que estava bem. Agradeceu a preocupação, mas ressaltou que não havia com o que se preocupar.
As moças então se afastaram.
Cláudia continuou a aula.
Durante a noite, a moça passou mal novamente.
Lucindo que estava ao seu lado, ao perceber que a moça a todo o momento se levantava para ir ao banheiro, acordou.
Do quarto podia ouvir a movimentação no banheiro.
O moço ao perceber isto, levantou-se.
Bateu a porta do banheiro.
Cláudia tentou disfarçar, mas Lucindo percebeu que havia algo de errado.
A moça abriu a porta, disse que estava lavando o rosto. Argumentou que estava muito calor.
Lucindo insistiu para entrar no banheiro.
Ao entrar percebeu que Cláudia havia apertado a descarga.
Lucindo comentou que ouviu barulho de descarga por várias vezes.
Ao olhar Cláudia, percebeu que seu rosto estava vermelho, seus olhos lacrimejavam.
Perguntou-lhe se estava bem.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo percebendo que a moça não falaria o que estava acontecendo, não insistiu. Disse apenas para que fosse se deitar.
Cláudia deitou-se na cama. Dormiu.
Lucindo levou algum tempo para dormir. Durante algum tempo ficou observando a moça dormir.
Fez como costumava fazer de vez em quando.
Às vezes levava trabalho para o quarto, e enquanto preparava as aulas, aproveitava para observar a moça dormir.
Na primeira vez em que saiu com Cláudia, o casal dormiu junto.
Lucindo ficou observando a moça dormir. Gostava também ficar abraçado com Cláudia.
Dizia para ela que gostava dela de todo o jeito.
Mas agora era diferente.
Lucindo demorou para dormir. Estava preocupado.
No dia seguinte, Lucindo conversou com Cláudia. Disse que deveria marcar uma consulta com um médico para ver o que estava acontecendo.
A moça disse que iria verificar o que estava acontecendo.
Lucindo disse-lhe para que fosse ver isto logo.
O moço contou o que estava acontecendo para Ana e Jacinto.
Ana prometeu a Lucindo que Cláudia iria passar em um médico.
Mais tarde, Ana foi conversar com a filha.
Insistiu para que ela passasse com um médico.
Cláudia então marcou uma consulta na frente de Ana.
Lucindo ao saber da consulta, perguntou-lhe se gostaria que ele a acompanhasse.
Sorrindo, a moça disse-lhe que não havia necessidade.
Beijou-lhe o rosto.
Com isto, na data da consulta, Cláudia foi ao consultório médico.
O doutor examinou-a. Também pediu-lhe uma série de exames.
Cláudia realizou todos os exames solicitados.
Ao comparecer no consultório médico para o retorno, levou os exames pedidos.
O doutor ao verificar o exame, parabenizou-a.
Cláudia parecia não entender o que estava acontecendo.
O médico mostrou-lhe um dos exames.
Disse-lhe que estava grávida.
Ao ouvir as palavras do médico, a moça pediu para ver o exame.
O médico insistiu. Disse o tempo de gestação. Comentou que ela precisaria fazer mais alguns exames, e que o acompanhamento seria periódico.
Cláudia estava chocada.
Saiu do consultório um tanto quanto confusa.
Marcou uma nova consulta e saiu do lugar.
Caminhou até seu carro.
Entrou no veículo. Fechou as portas. Encostou a cabeça no volante. Ficou a pensar em como contaria a Lucindo.
Nervosa, procurou se acalmar.
Dizia para si mesma, para ficar calma. Dizia que para tudo, havia solução.
Ligou o carro e saiu.
Voltou para casa.
Lucindo a esta altura, estava na universidade ministrando uma palestra.
Ao chegar em casa, Ana perguntou a Cláudia sobre a consulta e o resultado dos exames.
Cláudia, sem graça mostrou-lhe os exames.
A mulher abriu e leu.
Ao término da leitura, sem papas na língua disse:
- Eu bem que desconfiava!
Cláudia continuava calada.
Ana perguntou-lhe o que faria.
Cláudia nervosa, respondeu que não sabia.
Sua mãe lhe disse que precisava conversar com Lucindo. Perguntou-lhe se ele sabia.
Cláudia respondeu-lhe que não. Como poderia? Indagou.
Ana lhe disse que precisava se casar, pois não ficava bem ser novamente mãe solteira.
Cláudia aborrecida, virou-lhe as costas. Fechou-se em seu quarto.
Quando Lucindo chegou, Ana disse-lhe que Cláudia tinha uma novidade.
Surpreso, Lucindo perguntou-lhe se já havia recebido o resultado dos exames.
Ana recomendou-lhe que conversasse com Cláudia.
Lucindo assim o fez.
Bateu na porta do quarto, perguntou se podia entrar.
Cláudia destrancou a porta do quarto.
Lucindo estranhou, perguntou-lhe por que estava trancada.
A moça respondeu-lhe que não queria ser interrompida.
O moço perguntou em que.
Cláudia disse-lhe estava pensando.
Lucindo encostou a porta.
Mencionou o fato de haver encontrado a sogra na sala e ela lhe ter dito, que a filha tinha algo para lhe dizer.
A moça ao ouvir isto, comentou que sua mãe não tinha mesmo jeito.
- Então você realmente tem algo para me dizer, não é mesmo? – insistiu.
Cláudia assentiu com a cabeça.
Lucindo pediu-lhe para que dissesse.
Cláudia parecia preocupada.
Sem rodeios, disse-lhe que estava grávida.
Lucindo pareceu não entender. Perguntou-lhe:
- O quê?
Cláudia repetiu.
Lucindo ficou espantado. Tentando se recuperar da notícia, perguntou como poderia ter acontecido.
Cláudia estava encolhida na cama.
O rapaz então, recordou-se que algumas vezes, deixou de usar o preservativo. Nisto perguntou a Cláudia se ela estava usando pílula.
A moça respondeu que esqueceu de tomar a pílula umas duas ou três vezes.
Lucindo também se recordou das vezes em que procurou Cláudia e esta lhe disse que havia esquecido de tomar a pílula.
Lembrou-se que não chegou a se preocupar com isto, em que pese a recomendação de Cláudia para que esperassem um pouco.
Lucindo porém, não se importava.
Puxava Cláudia para junto de si. Beijava-a. Dizia-lhe que não estava preocupado com isto. Argumentava que estavam juntos.
Deitavam juntos.
Lucindo se recordou de tudo isto. Sentiu-se um pouco envergonhado.
Ao perceber que Cláudia estava nervosa, aproximou-se da mulher.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
- Como pode estar tudo bem? Eu tô grávida.
Lucindo sentou-se ao seu lado.
Disse-lhe que estava tudo bem.
Cláudia começou a chorar.
Lucindo ficou penalizado. Abraçou a moça. Disse-lhe que não precisava chorar. Pediu a ela para que ficasse calma. Argumentou que não era o fim do mundo.
Cláudia pediu para que a soltasse.
Lucindo atendeu. Olhou a mulher nos olhos, tocou seu rosto. Sorriu para ela.
Disse que estava muito feliz com a notícia. Reconheceu que foi pego de surpresa, mas considerou a surpresa maravilhosa.
Cláudia ao ouvi-lo, ficou mais calma.
Disse que estava preocupada com sua reação. Mencionou que não tinha a intenção de obrigá-lo a fazer qualquer coisa que não quisesse. Falou-lhe que não estava obrigado a se casar. Cláudia comentou que tinha condições de criar o filho sozinha.
Lucindo ao ouvir isto, se ofendeu.
- Ficou doida mulher? Onde já se viu pensar uma coisa dessas? Você acha realmente que eu vou deixar você sozinha com esta criança? – indagou nervoso.
Cláudia se surpreendeu com a reação do rapaz.
Lucindo então, segurou o rosto da moça.
- Olhe, eu sei que não fui um bom pai para Lúcio, não estive presente quando ele mais precisou de mim. Fui negligente, irresponsável, imaturo. Devia ter imaginado que ele poderia ser meu filho tendo em vistas as circunstâncias... Enfim ... Mas eu não vou repetir o erro pela segunda vez! Eu vou cuidar deste moleque, ou desta menina. Vou ser um pai presente. Daqueles bem grudentos. Não pense que vai se livrar de mim.
Nisto, beijou a fronte da moça.
Em seguida, comentou que eles precisavam se casar.
Cláudia ao ouvir a palavra casamento, recuou.
Vacilante, perguntou:
- Casamento?
Lucindo insistiu:
- Sim, casamento. Precisamos nos casar. Fazer tudo como manda o figurino.
Cláudia não parecia muito entusiasmada.
Lucindo percebeu.
Perguntou-lhe novamente se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
O moço abraçou-a.
Disse que estava muito feliz.
Olhou para Cláudia. Ainda parecia nervosa.
Lucindo disse-lhe que não precisava ficar preocupada.
Nisto, saíram do quarto, foram almoçar.
Feliz, Lucindo comunicou a todos que Cláudia estava grávida.
Ana perguntou-lhe se estava feliz.
Lucindo respondeu-lhe que sim.
Lúcio ficou surpreso com a novidade.
Constrangido, Lucindo reconheceu que se tratava de um acidente de percurso.
Lúcio repreendeu os pais, perguntou-lhes:
- Vocês não sabem o que é camisinha? Nunca ouviram falar de método anticoncepcional? Planejamento familiar?
Jacinto ao ouvir isto, repreendeu o neto. Disse-lhe que não deveria falar assim com seus pais.
Lúcio não se intimidou.
Irônico, comentou que a camisinha já existia há milhares de anos, tendo sido descobertos alguns modelos no Egito antigo. Mencionou que a pílula anticoncepcional se popularizou nos anos sessentas, e que isto liberou as mulheres de engravidarem.
Ana chamou a atenção do neto.
Disse que ele estava sendo insolente. Onde já se viu falar com os pais daquela maneira. Indagou.
Lucindo teve que se segurar para não rir.
E foi assim que segurando o riso, comentou que Lúcio tinha razão. Mencionou que fora descuidado. Constrangido, disse que mesmo assim, estava feliz de verdade. E que desta forma, precisava se casar.
Cláudia ao ouvir a palavra casamento, franziu a testa.
Ana perguntou-lhe se não estava feliz. Disse-lhe que iria poder curtir a criança desde os primeiros passos.
Lúcio ao ouvir isto, ficou chateado.
Jacinto olhou-a com ar de reprovação.
Ana, percebendo que havia magoado o neto, se aproximou do garoto e pediu-lhe desculpas.
Cláudia levantou-se da mesa. Pediu licença.
Lucindo perguntou-lhe se estava se sentindo bem.
Cláudia disse que sim. Argumentou que havia perdido a fome. Pediu para ficar sozinha.
Lucindo tentou convencê-la a ficar. Mas não conseguiu.
Quando o moço levantou-se da mesa para ver como a namorada estava, Jacinto recomendou-lhe que deixasse a filha um pouco sozinha. Chamou-o para conversar. Recomendou-lhe paciência. Disse que as coisas acabariam por se ajeitarem.
Ana por sua vez, conversou com o neto.
Entrou em seu quarto.
Disse-lhe que adorou o tempo em que cuidou dele como filho. Mencionou que ele era o menino que sempre quis ter e nunca pode. Contou que após o nascimento da única filha, teve um problema de saúde que a impediu de engravidar novamente.
Ana contou-lhe que assumiu-o como filho, para tentar preservar a filha. Mencionou que nunca cogitou a hipótese de afastá-lo da família. Comentou que criando-o como seu filho, não ficaria privado da convivência com Cláudia, como de fato não ficou. Relembrou-lhe que a moça sempre lhe teve carinho de mãe, e cuidava muito dele.
Percebendo a tristeza do neto, Ana pediu-lhe desculpas.
Chorando, disse que fez o que fez, acreditando que estava fazendo o melhor para todos. Emocionada, comentou que reconhecia que havia errado, mas errou por amor. Errou por tentar proteger demais.
Nisto, Ana abraçou o neto. Disse que o amava muito, que Cláudia o amava muito. Argumentou que a filha gostava de Lucindo, mas que a torcida dele para que os pais ficassem juntos pesou na decisão de Cláudia.
Ana comentou que não seria um novo filho que mudaria o que Cláudia, Lucindo e todos eles sentiam por ele.
A mulher relembrou-o quando Olegário e Juliana souberam que ele era sobrinho neto deles.
Felizes foram visitar a família.
Delicados, levaram uma lembrancinha para ele.
Juliana pediu para que ele os visitasse.
Lúcio sorriu.
Disse que Juliana sempre lhe oferecia um doce, e que quase sempre era pudim de pão. Comentou que a sobremesa era uma delícia.
Relembrou-se que levou Patrícia umas duas ou três vezes para visitar os tios.
Ana sorriu.
- Então, meu querido. Você tem alguma dúvida de que é muito amado?
Lúcio meio encabulado, disse que não. Abraçou a avó e emocionado, agradeceu por haver cuidado dele todos estes anos.
Mais tarde, a família almoçou.
Cláudia permaneceu em seu quarto.
Quando Lúcio entrou no ambiente, Cláudia estava deitada.
Lúcio se aproximou com cuidado, encostou a mão em seu ombro.
Cláudia se virou para ele.
Lúcio perguntou-lhe se poderiam conversar.
A mulher respondeu-lhe que sim.
Sentou-se na cama.
Lúcio fez o mesmo.
Nisto, começou a chorar, pediu um abraço.
Cláudia o abraçou.
Tentando consolá-lo, disse que ele nunca deixaria de ser seu filho, não importasse quantos outros filhos tivesse. Mencionou que ele era seu primogênito. Comentou que ele seria o referencial para seu irmão, ou irmã.
Lúcio então, ainda no colo da mãe, comentou que se fosse no Egito, ele teria alguns privilégios, e se tivesse nascido em uma família nobre, poderia ser um faraó.
Cláudia riu.
Comentou que finalmente o filho estava gostando das aulas de história.
Lúcio contou que estava estudando com Patrícia.
Cláudia comentou que o amor realmente operava milagres. Mencionou que Patrícia era uma menina de ouro. Elogiou a escolha do filho.
Lúcio comentou que ele tinha muito bom gosto.
Cláudia riu e disse que ele era muito modesto.
O garoto então falou que precisava retomar o que tinha vindo falar.
Cláudia percebeu que ele queria mudar de assunto.
Lúcio então comentou que havia coisas piores na vida, do que assistir uma aula de história, ou estudar para uma prova de história. Falou do processo de mumificação dos mortos.
Cláudia ouviu. Por fim, concordou com o filho. Comentou:
- Ainda bem que estavam mortos. Mas mesmo assim, para quem fazia o processo não devia ser nada agradável.
Enquanto falava, a mulher acariciava os cabelos do filho. Confessou que muitas vezes teve vontade de fazê-lo, mas não podia.
Lúcio comentou rindo que agora podia fazê-lo à vontade.
Cláudia também riu.
Disse ao filho para que não tivesse ciúmes da criança que iria nascer. Rindo, disse que o pequeno faraó não perderia seu posto.
Lúcio levantou-se por um momento e ficou olhando para ela.
Cláudia perguntou-lhe por que a olhava.
Lúcio disse que todos no colégio a achavam muito bonita. Comentou que alguns não acreditavam que ela poderia ser sua mãe. Disse que a achavam muito jovem. Sem jeito, comentou que alguns a achavam muito gata.
Cláudia ao ouvir isto, achou graça.
Lúcio prosseguiu.
Comentou que ela devia mesmo ter outro filho. Mencionou que ela era jovem e agora poderia viver com a criança o que não pode viver com ele. Nisto, beijou-lhe o rosto e disse que não tinha ciúmes da criança. Disse-lhe que seria a mãe mais gata da cidade.
Cláudia riu da irreverência do garoto.
- Você não tem jeito. Mesmo na irreverência consegue ser galante!
Nisto deu um beijo no garoto.
Lúcio levantou-se da cama. Despediu-se e saiu.
Em seguida, Lucindo, bateu na porta.
Abriu a porta, perguntou se podia entrar.
Cláudia respondeu que sim.
Lucindo ao ver a moça sentada na cama, sentou-se a seu lado. Abraçou-a.
Perguntou-lhe se não gostaria de comer alguma coisa.
Cláudia respondeu-lhe que estava com um pouco de fome sim.
Nisto, Lucindo pôs a mão em sua testa. Percebeu que Cláudia não tinha febre.
Comentou após tirar sua temperatura, que ela o havia deixado preocupado. Perguntou-lhe o que estava acontecendo. Disse que ela estava estranha.
Cláudia tentou disfarçar, mas Lucindo disse que a conhecia muito bem, e que ela não fugiria daquela conversa.
O moço insistiu para que dissesse o que estava acontecendo.
Cláudia então tentou encontrar as palavras. Disse que não se sentia confortável com aquela situação. Afirmou se sentir culpada.
Lucindo ao ouvi-la, disse que era ainda mais culpado. Argumentou porém, que o melhor que podiam fazer é se unirem. Voltou a falar em casamento.
Cláudia parecia contrariada.
Percebendo isto, o moço perguntou-lhe se ela não gostaria de casar-se logo.
Cláudia com olhos assustados, respondeu que não pretendia se casar.
Lucindo ao ouvir isto, ficou pasmo.
- Como não? Você está grávida!
Cláudia respondeu-lhe que não queria casar-se por conta da gravidez. Comentou que poderia perfeitamente criar o filho sem estar casada.
Lucindo comentou que todos ficariam desapontados. Mencionou que Cláudia o estava decepcionando.
A moça respondeu-lhe que sentia muito por isto, mas que não iria se casar para agradar as pessoas. Disse que não se sentia pronta para isto, e que não iria se casar por que ficara grávida. Argumentou que já havia passado o tempo em que isto se fazia necessário.
Lucindo retrucou dizendo que não estava se casando com ela só por conta da gravidez. Mencionou que já havia proposto casamento muito antes disto.
Cláudia concordou. Acariciou o rosto do moço.
Pediu-lhe desculpas.
Lucindo afastou suas mãos.
Saiu do quarto, bateu a porta.
Passou pelo corredor, atravessou a sala, abriu a porta, passou pela garagem. Trancou o portão.
Foi para a casa dos tios.
Passou pela sala e foi direto para seu quarto.
Sentou-se na cama, colocou a cabeça entre as mãos. Parecia chorar.
Mais tarde, Cláudia foi até a cozinha para comer alguma coisa.
Quando Ana a viu, perguntou de Lucindo.
A moça respondeu que o moço havia saído de seu quarto de forma intempestiva.
Ana percebeu que o casal havia brigado.
Sua mãe lhe disse que ela não tomava jeito. Argumentou que ela acabaria perdendo Lucindo com tanta teimosia.
Cláudia pediu-lhe para que a deixasse em paz. Argumentou que já tinha problemas demais para resolver.
Nisto pegou o prato que havia montado e foi para seu quarto.
A moça fez sua refeição.
Mais tarde Ana foi conversar com a moça.
Cláudia lhe contou da conversa com Lucindo, da cobrança para se casar. Disse que estava cansada desta conversa e que não se casaria com ninguém por obrigação.
Ana percebeu a filha estava nervosa.
Argumentou que Lucindo não estava se casando com ela apenas por conta da gravidez. Ressaltou que ele gostava muito dela. Disse que ele havia errado com ela, mas agora estava tentando acertar. Por fim, pediu a filha que não o punisse.
Cláudia argumentou que não estava punindo ninguém.
Ana abraçou a filha.
Cláudia estranhou.
Ana então lhe disse que pensasse melhor na proposta de Lucindo.
Cláudia voltou-se para a mãe. Disse que estava cansada.
Ana concordou. Mencionou que o dia foi bastante movimentado. Disse que precisava descansar. Beijou o rosto da filha.
Abraçou-a novamente. Parabenizou-a. Disse que estava muito feliz com a novidade. Ofereceu-se para ajudar em tudo que precisasse. Contou que um bebezinho, era tudo o que estava faltando para virar aquela casa novamente de ponta cabeça.
Carinhosa, disse a filha que pensasse me tudo o que estava acontecendo com carinho, que não tivesse pressa. Chegou a sugerir que não se casasse com pressa.
Cláudia se espantou.
Ana chegou a sugerir que esperasse a criança nascer e depois decidisse o que iria fazer. Recomendou-lhe no entanto, que conversasse com Lucindo e lhe explicasse o que estava se passando. Mencionou que não o enrolasse, mas também não descartasse a possibilidade de se casar. Comentou que ele gostava de verdade dela.
Olhando a filha nos olhos, pediu para que ela prometesse que iria conversar com jeito com ele.
Cláudia prometeu.
Ana beijou novamente seu rosto.
Por fim, desejou boa noite a mamãe.
- Boa noite mãe. – respondeu Cláudia.
Ana fechou a porta do quarto.
Cláudia foi ao banheiro. Trocou de roupa.
Voltou ao quarto, levantou o lençol. Deitou-se na cama. Dormiu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 22 de julho de 2021
DELICADO - CAPÍTULO 30
DELICADO - CAPÍTULO 29
Nisto, ao ser novamente beijada, a moça colocou os braços em volta da nuca do moço.
Lucindo também a segurou.
Beijaram-se mais uma vez.
Lucindo perguntou-lhe se o sim a sua proposta, ainda estava de pé.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo tentou apertar a moça contra seu peito.
Quando tencionou fazer isto, sentiu uma dor no ombro.
Cláudia pediu-lhe novamente para que tivesse cuidado.
Lucindo disse-lhe que precisava de mais beijos.
Ao ouvir isto, a moça mencionou que ele estava muito manhoso.
Mesmo assim, beijou-o novamente.
Quando Olegário e Juliana voltaram a sala, Lucindo estava sentado no sofá, nos braços de Cláudia.
O casal sorriu para eles.
Juliana tentou servir o café para a moça, mas Cláudia não tinha como segurar a xícara.
A mulher ao perceber isto, disse ao sobrinho que deixasse Cláudia tomar ao menos um café.
Lucindo acabou se levantando.
Sentou-se ao lado da moça.
Sorrindo, comentou que eles estavam namorando.
Olegário respondeu-lhe que já havia percebido.
Nisto, Lucindo beijou o rosto da moça.
Cláudia ficou encabulada.
Ao chegar em casa, a moça não comentou nada sobre o assunto.
Mais tarde, ao conversar com Lucindo, o garoto descobriu que ele e sua mãe, estavam namorando.
Feliz, enquanto jogava bola com o garoto na quadra, Lucindo comentou que Cláudia era seu grande interesse na vida. Contou que desde quando a conheceu, gostou dela.
Lúcio perguntou-lhe como os dois haviam se conhecido.
Lucindo contou-lhe da faculdade, e dos anos que conviveram como amigos.
O garoto ao ouvir a história, disse-lhe que ele devia ser bastante apaixonado por sua mãe. Brincou dizendo:
- Haja amor!
Lucindo riu.
Brincou com o filho. Disse que no final das contas, havia ganho mais do que perdido, pois afinal de contas, teve até um filho com Cláudia.
Abraçou o garoto.
Falou-lhe que era o maior presente que ela poderia ter-lhe oferecido. Acrescentou que agora os seus pais estava juntos.
- E namorando! – comentou o garoto – Que coisa estranha! Vocês primeiro tiveram o filho, e depois resolveram namorar.
Lucindo riu.
Mais tarde, o garoto contou aos avós sobre o namoro de sua mãe com Lucindo.
Ao saber da novidade, Ana resolveu preparar um almoço para o rapaz.
Intimou Cláudia a convidar ele e os tios para almoçarem em casa.
Sem alternativas, após levar um puxão de orelha da mãe por não comentar o namoro, Cláudia acabou concordando.
Assim, ao se encontrar com o moço, contou-lhe do convite de sua mãe para almoçar.
Lucindo concordou.
Dias mais tarde, lá estavam Lucindo e seus tios, na casa dos pais de Cláudia almoçando.
Ana fez questão de preparar os pratos preferidos de Lucindo.
De sobremesa, fez um pudim. Simpática, disse que o pudim foi feito em homenagem aos tios de Lucindo.
Ana comentou que descobriu que eles gostavam da sobremesa.
Juliana agradeceu. Disse que era muito gentil da parte dela, lembrar-se deles.
Todos se serviram.
Lúcio estava muito contente. Tão contente que pediu autorização a avó para convidar a namorada para o almoço.
Ana concordou.
Disse que estava em falta com os pais de Patrícia e que mais tarde, também os convidaria para um almoço.
Lúcio agradeceu a gentileza da avó.
O almoço foi bastante animado.
Lucindo finalmente conheceu Patrícia, comentou que ela era muito bonita e simpática.
A moça meio sem graça, agradeceu o elogio.
Durante o almoço, todos riram bastante.
Ana comentou que estava muito feliz por ver a filha e o neto felizes, ao lado de pessoas tão maravilhosas.
Cláudia e Lúcio agradeceram Ana.
Com efeito, por conta do namoro, o casal ia e voltava junto, do trabalho para casa.
Saiam à noite.
Cláudia passou a frequentar a casa de Lucindo.
A moça preparava suas aulas ao lado do rapaz.
Conversavam muito sobre trabalho.
Cláudia e Lucindo debatiam sobre poesia.
Juliana às vezes ouvia um pouco das conversas. Achava interessante.
A moça almoçava na casa do namorado.
Lucindo sempre insistia para que ela ficasse para almoçar.
Cláudia constrangida, comentava que não queria incomodar.
O moço retrucava dizendo que se não aceitasse o convite, deixaria Juliana ofendida.
Cláudia sem graça, acabava concordando.
Almoçava com a família de Lucindo.
Lucindo também frequentava a casa de Cláudia. Visitava o filho, jogava bola com o garoto, conversava com Lúcio.
Durante o final de semana Lucindo e Cláudia corriam no Parque Ibirapuera.
O moço auxiliava a moça a se alongar. Corriam juntos.
Lucindo brincava dizendo para ela correr mais rápido.
Cláudia ria dizendo que estava fazendo o melhor que podia.
Ao término da corrida, o casal parava para descansar.
Sentavam em um banco e ficavam observando a beleza do lugar. As árvores.
Lucindo comentava que ali tudo era muito bonito, mas havia algo que destoava do cenário.
Cláudia ficou espantada.
O que poderia haver ali que destoasse do ambiente?
O moço sorriu.
Comentou que havia algo que era mais bonito que todas aquelas árvores, que todo aquele cenário. Segurou a mão da moça e comentou que o ele estava vivendo era muito mais bonito que aquele cenário. Disse que seria feliz em qualquer lugar, tendo ela ao seu lado. Por fim falou que havia se esquecido de um detalhe: a mulher mais linda do mundo, Cláudia.
Ao mulher ao ouvir as palavras do moço, caiu na risada.
Lucindo não apreciou muito a reação da mulher. Triste, comentou:
- Eu me esmerei para fazer esta declaração, e você ri da minha cara? Que sacanagem!
Cláudia percebendo que o homem se chateara, pediu-lhe desculpas. Respondeu que achou aquelas palavras lindas. Argumentou que não estava esperando tantos elogios. Agradeceu.
Lucindo parecia melindrado.
A moça resolveu lhe abraçar.
Sorrindo, pediu-lhe desculpas.
Disse que não sabia que seu riso iria deixá-lo tão melindrado.
Lucindo se afastou um pouco.
Pensando um pouco, respondeu só a desculparia se ela aceitasse o convite para jantar com ele. Comentou que depois poderiam sair para dançar.
Começou a beijar-lhe.
Cláudia ficou constrangida. Comentou que as pessoas estavam olhando.
Lucindo argumentou que só pararia de beijá-la quando ela aceitasse o convite.
Sem alternativa, a mulher acabou concordando.
O rapaz ficou exultante.
Mais tarde, o casal saiu do parque.
Cláudia voltou para casa.
Lucindo deixou a moça na porta da casa.
De vez em quando Lucindo almoçava com a família de Cláudia.
Ana e Lúcio ficavam bastantes felizes quanto isto acontecia.
Na época do convite.
Durante a noite, o moço tomou banho.
Vestiu-se de forma muito elegante. Roupas novas compradas para a ocasião.
Juliana e Olegário, elogiaram a elegância.
Lucindo agradeceu.
Pegou o carro e dirigiu até a casa da moça.
Cláudia também se arrumou.
Colocou um vestido, sapatos de salto. No rosto, maquiagem. No corpo, perfume.
Ana e Jacinto ao verem a filha tão bem arrumada, elogiaram.
Lúcio ao ver a mãe saindo com Lucindo, brincou dizendo para que eles tivessem juízo.
Lucindo retrucou dizendo:
- Olhe só pra isto! Garoto, se oriente, não seja abusado.
Nisto, abraçou o filho.
Lúcio desejou-lhe uma boa noite.
Depois de se despedir de todos, o casal partiu.
Lucindo a levou ao cinema.
Mais tarde, o casal saiu para jantar.
Animados conversaram.
Lucindo comentou que era a primeira vez que saíam juntos.
Cláudia concordou.
O moço respondeu que precisavam fazer isto mais vezes. Comentou que eles tinham direito de ter um tempo só para eles.
A mulher sorriu para ele.
Lucindo sugeriu um prato com frutos do mar.
Jantaram, beberam um vinho.
Depois saíram para dançar.
Dançaram. Ouviram música. Conversaram. Riram.
Saíram da boate.
Lucindo sugeriu-lhe que não fossem para casa. Dizia que a noite era uma criança.
Cláudia ria das palavras do moço.
O homem dizia para ela não rir.
- Não rias minha criança! Não ria de mim.
Cláudia achou graça no jeito de Lucindo.
Disse-lhe para que não ficasse triste, pois ela não ria dele. Argumentou que estava feliz. Mencionou que não queria estragar a beleza do momento.
Lucindo sorriu-lhe.
Comentou que a noite poderia ficar ainda melhor. Sugeriu-lhe não voltarem para casa.
Cláudia nada disse.
Lucindo olhou para a moça.
O homem guiou pelas ruas da cidade.
Nisto, Lucindo decidiu parar o veículo.
Adentrou um estabelecimento.
Lucindo estacionou o carro.
No quarto, Lucindo abraçou a moça.
Beijaram-se.
O moço foi tirando a roupa de Cláudia.
Passaram a noite juntos.
De manhã cedo, Lucindo deixou a moça em frente à sua casa.
Cláudia entrou em casa com todo o cuidado.
Abriu o portão lentamente. Caminhou pela garagem pé ante pé. Abriu a porta da casa. Entrou na sala. Caminhou cuidadosamente em direção a seu quarto.
Mesmo com todo o cuidado, Ana viu a filha entrando sorrateiramente em seu quarto.
Para a preocupação de Ana, os encontros se tornaram frequentes.
Cláudia vez ou outra, voltava para casa de manhã.
A moça se despedia do namorado, saía do carro, entrava sem fazer barulho em casa.
Mas quase sempre Ana a via entrando em seu quarto.
Reclamava com Jacinto, sobre os hábitos da filha.
O homem argumentava que não seria a primeira, nem a última vez que Cláudia chegaria tarde em casa.
Mas Ana não concordava com isto.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 28
Com o barulho vindo da casa, um dos vizinhos, estranhando a movimentação, resolveu chamar a polícia.
Ao término da chamada, o vizinho foi informado que uma viatura passaria pelo bairro, e que seria verificado o ocorrido.
Foi questão de tempo, para que os homens que guardavam a casa, vissem o carro da polícia e pulassem o muro da casa, para tentar fugir do flagrante. Obviamente não queriam ser presos.
Roberto por sua vez, continuava na residência. Tentava convencer Cláudia a ficar com ele.
Em dado momento, fingindo concordar, a moça pediu para que esperasse um pouco para confirmar o relacionamento. Disse que precisava preparar o espírito de todos.
Roberto parecia acreditar.
Pôs a mão na perna de Cláudia.
A moça sentiu um certo asco, mas procurou conter-se. Precisava convencer Roberto, de que iria fazer o que queria.
Nisto, enquanto conversava com a mulher, Roberto ouviu a campainha tocar.
Surpreendeu-se.
Aborrecido, disse que iria verificar quem estava tocando, mas que voltava.
Ao se aproximar do portão, o homem percebeu que seus comparsas não estavam por ali. Percorreu a casa e nada de encontrá-los.
Encontrou apenas as armas dos homens.
Resolveu se aproximar da janela.
Foi quando viu dois homens fardados à frente da casa.
Surpreso, exclamou:
- Merda!
Com isto, voltou ao quarto onde Cláudia estava. Mandou-a levantar-se.
Nervoso, Roberto a arrastava.
Cláudia pedia para que ele esperasse.
Nervoso, o homem mandou-a calar-se.
Nisto, a campainha tocou novamente.
Roberto reclamou:
- Mas que inferno! Não param de tocar esta campainha.
Cláudia percebendo o nervosismo de Roberto, tencionou gritar, mas Roberto tapou-lhe a boca.
Levou-a para a cozinha, e a amarrou e amordaçou.
Os policiais tocaram a campainha pela terceira vez.
Estranharam a demora em serem atendidos.
Roberto decidiu pular o muro da casa.
Irritado, tentou fazer Cláudia sua refém, mas os policiais abriram o portão do imóvel e arrombaram a porta, após ouvirem barulhos, e perceberem que havia movimentação na casa. Nisto, Roberto já não se encontrava mais no imóvel.
Cláudia amarrada e amordaçada chorava.
Tentava pedir ajuda.
Um dos policiais, ao ver a moça amarrada, livrou-a da mordaça.
Cláudia disse-lhe que Roberto havia pulado o muro.
Um dos policiais também pulou o muro, o outro policial chamou reforço.
Depois desamarrou a moça e vasculhou a casa.
Encontrou algumas armas e mantimentos.
Nisto, chamou uma ambulância.
Cláudia estava nervosa.
Dizia que não queria ficar naquele lugar, queria voltar para sua casa.
O policial lhe fez algumas perguntas.
Cláudia explicou-lhe que era professora universitária, que havia sido sequestrada. Mencionou seu endereço.
Com efeito, alguns minutos mais tarde a ambulância já havia chegado. Policiais cercaram a região. Procuravam o sequestrador que havia fugido.
Cláudia resistiu à ideia de ir a um hospital. Dizia estar bem. Pediu para ligar para sua família.
O policial emprestou-lhe o telefone.
Ao ligar, quem atendeu a ligação foi Lucindo.
O homem, ao perceber que era Cláudia, encheu-lhe de perguntas.
Questionou o fato de não haver ligado antes. O porquê do sumiço. Onde estava. Também disse que seus pais estava preocupados.
Cláudia explicou-lhe em breves palavras, o que havia acontecido.
Lucindo ficou chocado.
Por fim, a moça pediu para que seu pai a fosse buscar. Mencionou o endereço onde estava.
Lucindo respondeu-lhe que ele e Jacinto iriam para o local.
Ana e Lúcio que estava por perto, também queriam acompanhá-los.
Jacinto disse-lhes que não. Argumentou que não era um passeio e que a pior parte já havia passado. Prometeu trazer Cláudia o mais breve possível.
Ana e Lúcio ficaram desapontados, mas não questionaram Jacinto.
Ao chegarem ao local, um policial tentou barrá-los.
O policial que atendeu a ocorrência, ao ver a cena, autorizou a entrada de Jacinto e Lucindo. Não sem antes perguntar-lhes os nomes.
Cláudia estava deitada em uma cama, envolvida em um cobertor.
Uma enfermeira media sua pressão.
Lucindo e Jacinto, ao verem a moça, perguntaram-lhe se estava bem.
Lucindo beijou o rosto de Cláudia.
Ao vê-la deitada, perguntou a enfermeira se era necessário deixá-la deitada.
A mulher respondeu-lhe que ela estava sendo examinada.
Lucindo ficou sentado em um canto.
Jacinto pediu licença e abraçou a filha.
Em dado momento, Cláudia pediu para ir ao banheiro.
Os policiais a liberaram.
A moça então lavou o rosto e molhou os cabelos. Olhou-se no espelho.
Estava exausta.
Mais tarde a moça foi levada para a delegacia.
Quando o delegado pediu para que fosse realizado exame de corpo de delito, a mulher perguntou-lhe se era mesmo necessário.
O homem explicou-lhe que sim.
Lucindo então perguntou-lhe se Roberto havia sido capturado.
O delegado respondeu-lhe que a prisão de Roberto seria apenas questão de tempo.
Com isto a moça foi ao local onde foi realizado o exame de corpo de delito.
Realizou o exame.
Lucindo e Jacinto a levaram para casa.
Ao chegar em sua residência a moça foi cumprimentada por Letícia e Leandro.
Cláudia agradeceu a gentileza.
Lúcio e Ana perguntaram-lhe se estava bem.
Cláudia respondeu-lhe que o pior já havia passado.
Ana então, agradeceu a atenção de todos, mas percebendo a expressão de cansaço da filha, disse que Cláudia iria descansar.
Todos concordaram.
Letícia e Leandro despediram-se da amiga.
Lucindo também. Disse que estava à disposição.
Cláudia agradeceu. Abraçou o moço.
Lucindo ficou comovido com o gesto.
Lúcio, Letícia e Leandro, ficaram enternecidos com o gesto.
Ana e Jacinto se olharam cúmplices.
Por fim, o moço saiu da residência.
Quando ia entrar em seu carro, ouviu-se o som de um tiro.
Assustados, todos foram à rua para olhar.
Lucindo estava caído no chão.
Do lado havia uma poça de sangue.
Cláudia, que no momento do tiro estava se encaminhado para seu quarto, foi a primeira a se assustar. Nervosa, correu para fora da sala, sem que Jacinto tivesse tempo de impedi-la.
Cláudia observou do outro lado da rua, que Lucindo estava deitado no chão, e que ao lado havia uma poça de sangue.
Angustiada, a moça gritou, pediu ao pai que abrisse o portão.
Jacinto correu para a garagem.
Assustou-se ao ver o homem caído.
Correu de volta para a sala para buscar a chave.
Abriram o portão.
Cláudia correu em direção ao outro lado da rua.
Sob os protestos de Jacinto, que lhe dizia para ter cuidado.
Com isto, o homem foi atrás da filha.
Por alguns instantes, Cláudia e Jacinto acreditaram que Lucindo estava morto.
A moça ao ver Lucindo caído, chamou-o.
Como ele não respondia, gritou.
Lucindo então, colocou a mão sobre o ombro direito. Disse:
- Eu estou bem.
Seu ombro ardia.
Disse que precisava de um médico.
Jacinto indagou se ele estava bem.
Lucindo respondeu colocando a mão no ombro, que sim.
Nisto, Jacinto levantou-se. Disse que voltaria para casa, para chamar a polícia.
Neste momento, todos estavam na frente da casa.
Ana ao ver o marido correndo de volta para casa, pedia a Letícia para ligar para a polícia. Também foi chamada uma ambulância.
Enquanto aguardavam o socorro, Cláudia ficou ao lado de Lucindo.
Conversava com o moço.
Cláudia ajudou-o a ficar sentado.
Colocou sua mão em cima da mão dele.
A moça ficou impressionada com a quantidade de sangue que havia no local. Ficou preocupada.
Perguntou diversas vezes por que o socorro estava demorando tanto.
Até os vizinhos ficaram assustados, mas ninguém ousou sair de sua residência.
Quando o socorro chegou, a moça pediu para acompanhar o rapaz.
Jacinto argumentou que ela precisava descansar.
Cláudia insistiu para ir.
Jacinto concordou, mas pediu-lhe para avisá-lo assim que chegassem ao hospital. Disse-lhe que ela precisava tomar um banho e descansar.
Cláudia prometeu que depois que tudo estivesse resolvido, iria descansar.
Argumentou que naquele momento porém, não poderia deixar seu amigo sozinho.
Com isto, a ambulância partiu.
Mais tarde, Jacinto avisou os tios de Lucindo sobre o ocorrido.
Quando Cláudia ligou informando o nome e o endereço do hospital, o homem tratou de avisar os parentes do rapaz.
Nervosa, Juliana, tia do moço, pediu o endereço do hospital onde Lucindo estava. Jacinto informou-lhe o endereço.
Enquanto isto, Cláudia aguardou nos corredores do hospital, a cirurgia para a retirada da bala.
Juliana e Olegário ao vê-la, perguntaram-lhe detalhes do que havia acontecido.
A moça explicou-lhes.
Disse ter sido informada pelo médico que a bala não havia atingido nenhum órgão importante, e que só precisavam extrair o projétil.
Letícia e Leandro, ao presenciarem a cena, trataram de acalmar Lúcio.
O garoto também pediu para ir na ambulância, mais Cláudia argumentou que ele não deveria ir, pois aquele não ambiente para alguém tão novo.
Lúcio ficou aborrecido.
Cláudia disse-lhe que ela iria e que lhe contaria tudo mais tarde. ´
Sem alternativa, o garoto perguntou a Lucindo se estava tudo bem mesmo.
Lucindo concordou.
Disse-lhe que não precisava se preocupar e que voltaria logo.
A Lúcio só restou esperar.
Patrícia mais tarde, foi visitar o namorado.
Ana e Jacinto estavam conversando com ele quando a garota apareceu.
Jacinto abriu o portão para ela.
Ao vê-la, Lúcio a abraçou. Comentou que sua vida estava de cabeça para baixo.
Ana disse-lhes que poderiam conversar no quarto do garoto. Pediu-lhes juízo porém.
O garoto levou a moça para seu quarto.
Lá contou tudo o que estava acontecendo.
Enquanto isto, no hospital, Cláudia e os tios de Lucindo, aguardavam por noticias.
Roberto foi preso horas depois, ao ser visto, rondando o hospital onde Lucindo estava.
Onofre foi logo informado sobre o fato, e repassou a informação aos pais de Cláudia.
Com efeito, quando a moça soube que tudo correra bem na cirurgia de Lucindo, abraçou Juliana e Olegário.
Em seguida, ligou aos pais informando o sucesso no procedimento cirúrgico.
Letícia e Leandro também foram informados por telefone.
Lúcio, que estava ansioso por notícias, ficou mais tranquilo ao saber que Roberto estava preso, e que Lucindo estava bem apesar de tudo.
Mais tarde, depois de horas no hospital, Juliana pediu à moça que voltasse para casa.
A mulher comentou que sabia do sequestro. Mencionou que ela devia estar cansada, com sono e com fome.
Olegário comprou um lanche para ela.
Cláudia tentou recusar, mas o homem exigiu que ela comesse pelo menos uma parte do lanche.
A moça atendeu ao pedido do homem. Mesmo sem fome, consumiu o sanduíche.
Mas tarde, seu pai chegou ao hospital e a moça despediu-se dos tios de Lucindo.
Depois de muito conversarem, Cláudia foi para casa.
Ao chegar, Ana falou-lhe para tomar um banho.
Cláudia então colocou toda a roupa que usava para lavar. Tomou seu banho.
Depois, sentou-se a mesa para tomar uma sopa.
Em seguida, despediu-se dos pais e do filho e foi dormir.
No dia seguinte, foi logo cedo ao hospital.
A moça visitou Lucindo.
O moço por sua vez, ficou muito feliz em vê-la.
Juliana comentou que a moça não arredou pé do hospital, até ter certeza de que tudo estava bem.
Cláudia argumentou que não estava fazendo mais do que sua obrigação.
Por fim, despediu-se do amigo.
Disse para que ficasse bem. Mencionou que ele fazia falta.
Lucindo agradeceu a visita.
Quando a moça retirou-se do quarto, Juliana mencionou que Cláudia ficou preocupada com o que aconteceu. Mencionou que Roberto fora preso, e que não oferecia mais perigo.
Lucindo comentou que estava feliz com a notícia.
Olegário por seu turno, repreendeu a esposa. Disse que ela estava alimentando as esperanças do sobrinho, e que isto não estava certo.
Lucindo estava tão feliz com a visita que ignorou o desentendimento dos tios. Chegou a achar graça em tudo.
Alguns dias depois, o homem foi liberado do hospital.
Cláudia fez questão de buscá-lo.
Olegário argumentou que não que ela precisa ter todo este trabalho, mas a moça ressaltou que ele fora baleado por estar em sua casa. Argumentou que Lucindo sempre a ajudou, e que agora que a situação havia se modificado, precisava retribuir o que ele havia feito por ela em todos aqueles anos.
O homem, sem alternativa, acabou concordando.
Lucindo ao ver Cláudia chegando para levar a ele e seus tios para casa, ficou comovido.
A moça deixou-o na porta de sua casa.
Lucindo a convidou para entrar.
Cláudia concordou.
Juliana e Olegário foram para a cozinha sob o pretexto de fazerem um café.
A mulher ofereceu a bebida a Cláudia, que aceitou.
Olegário disse que iria ajudar a esposa a fazer o café.
Cláudia achou graça. Comentou que seus tios eram muito unidos.
Lucindo concordou.
Mencionou que gostaria de ser importante assim para alguém.
Cláudia ficou sem graça.
O moço, tentando ajeitar a tipoia, comentou que estava arrependido da besteira que fizera, e que entenderia se ela nunca o perdoasse. Triste, comentou que talvez não merecesse perdão pelo que fizera.
Cláudia, ao ouvir as palavras do moço, pediu para não falar mais no assunto. Disse que já havia esquecido tudo, e que estava feliz por vê-lo bem.
Lucindo perguntou-lhe se o havia perdoado.
Cláudia olhou-o enternecida. Disse:
- Como eu posso não perdoar alguém que sempre esteve presente em todos os momentos importantes de minha vida, nos últimos anos? Aguentou minha impaciência ... Até tiro levou em frente a minha casa? ... Diante de tanta dedicação, qualquer erro fica pequeno. Se havia algo a ser pago, você pagou em silêncio todos estes anos, em que ficou me ajudando, sem pedir nada em troca. Você foi amigo como poucos. Muito poucos... Só Letícia é assim tão leal, e mesmo assim, nem ela esteve tão presente assim em minha vida.
Ao ouvir estas palavras, Lucindo ficou comovido. Mas tentou disfarçar a vontade de chorar.
Quando Cláudia o chamou de amigo, o moço comentou que não mais ser apenas seu amigo. Argumentou que estava cansado daquele papo de amigo. Era amigo pra lá, era amigo pra cá.
Cláudia achou graça. Disfarçou uma risada.
Lucindo levantou-se.
Ao fazê-lo sentiu uma pontada no ombro.
Cláudia perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo respondeu que tirando um pouco de dor, estava tudo bem.
Cláudia disse para ter cuidado.
O moço pôs a mão no ombro.
Cláudia se preocupou.
- Está tudo bem mesmo? – perguntou.
Lucindo respondeu-lhe que precisava sentar-se.
Cláudia disse-lhe para que se sentasse devagar.
O moço cambaleou um pouco.
A mulher ajudou-a a se sentar.
Pedia para que se sentasse devagar.
Estranhou os modos de Lucindo, mas preocupada com sua saúde, resolveu auxiliá-lo.
Lucindo aproveitando-se da preocupação da moça, aproveitou para beijá-la.
Cláudia surpresa com o gesto inesperado, quase soltou Lucindo.
Por pouco que o homem não se desequilibrou e foi ao chão.
Para que ele não caísse, segurou-o pelas costas.
Lucindo acabou batendo o ombro.
Cláudia por seu turno, quase caiu.
Quando o homem sentiu o ombro bater, reclamou.
Preocupada, a moça perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo disse que estava doendo pra caramba.
Cláudia sentindo-se culpada, pediu-lhe desculpas.
Perguntou-lhe se não era melhor ver o curativo.
O moço respondeu-lhe que se quisesse, poderia ver.
A mulher argumentou que não era médica.
Lucindo disse que só para ver, não tinha problema.
Cláudia olhou com olhar de censura. Como se dissesse, eu sei muito bem que você não tem nada. Só está fazendo fita.
Lucindo insistiu.
Parecia sentir dor.
Assim, mesmo desconfiada, a mulher resolveu ver o curativo.
Lucindo se segurou para não beijá-la novamente.
A moça ergueu seu braço, olhou o curativo.
Lucindo retirou a blusa. Argumentou que para ver o ferimento, teria que tirar a peça.
Com certa dificuldade, tirou a blusa.
Cláudia ao ver o moço atrapalhado, argumentou que não havia necessidade disto.
Lucindo insistiu.
A moça argumentou que se Juliana aparecesse na sala naquele momento não teria uma boa impressão deles.
Cláudia verificou o curativo.
Parecia que tudo estava bem.
Com isto, pediu para o moço colocar a blusa.
Lucindo tentou colocar a peça.
Como se atrapalhou, Cláudia resolveu ajudar.
O homem agradeceu.
- Não foi nada. – respondeu Cláudia.
Nisto, Lucindo segurou seu braço.
A moça ficou a olhá-lo.
Lucindo perguntou-lhe se não sentia nada por ele.
Relembrou-a que antes de toda aquela confusão acontecer, ela havia aceitado namorá-lo. Disse que quando a beijava, sentia que era correspondido.
Cláudia respondeu-lhe que ele era um tanto convencido.
Lucindo respondeu-lhe que não. E que apesar dos pesares, era bem diferente de Roberto.
A moça ao ouvir isto, disse que nunca o achou igual a ele. Relatou que ele apesar dos pesares, tinha mais caráter que Roberto.
Chorando, Lucindo pediu-lhe desculpas.
Cláudia ao ver o homem naquele estado, ficou penalizada. Não sabia o que dizer.
Nisto o abraçou.
Lucindo encostou sua cabeça no ombro da moça.
Cláudia rindo, disse que precisava voltar para casa.
Lucindo soltou a moça.
Ergueu a cabeça e olhou-a nos olhos.
Agradeceu e comentou que gostou muito da carona.
Mencionou que ela estava muito gentil. Disse que ela acabaria acostumando-o mal.
Nisto, mexeu no ombro.
Abaixou-se para sentar um pouco.
Cláudia então, ajudou-a sentar-se novamente.
A moça sentando-se ao seu lado, disse que se precisasse poderia chamá-la.
Deu-lhe um beijo no rosto para se despedir.
Neste momento, quando Cláudia se dirigia a cozinha para se despedir de seus tios, Lucindo chamou-a.
A mulher perguntou-lhe se estava precisando de alguma coisa.
- Sim. – respondeu Lucindo, e acrescentou: - Você!
Cláudia ao ouvir isto, ficou sem graça.
Argumentou que ele devia estar febril.
Tocou a mão em seu rosto.
Lucindo não parecia ter febre.
Nisto o moço levantou-se novamente e beijou Cláudia.
Juliana, que vinha com as xícaras de café em uma bandeja, ao ver a cena, voltou para a cozinha.
Contou quase cochichando para Olegário que não fosse para sala, que os dois estavam se beijando.
O homem discretamente caminhou com passadas leves, até um ponto onde pudesse ver o beijo, sem ser visto.
Lucindo e Cláudia continuavam se beijando.
Olegário voltou para a cozinha e fez um sinal de comemoração.
Falou baixinho para a esposa:
- Até que enfim!
Rindo baixinho, Juliana fez votos para que desta vez, tudo desse certo. Comentou que o sobrinho merecia ser feliz.
Olegário concordou.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 27
Cláudia ia guiando seu carro até sua residência, quando notou que aparentemente alguém a seguia.
Resolveu mudar seu trajeto, para verificar se suas suspeitas desapareciam, mas a cada volta que dava, o veículo estava próximo.
Cláudia começou a ficar nervosa.
Resolveu procurar uma delegacia.
Lucindo que estava atrás, percebeu um veículo, o qual estava sempre atrás do carro de Cláudia.
Percebeu que a mulher mudou o trajeto. Entrou por outras ruas.
Preocupado, Lucindo pensou em ligar para a polícia. Pegou então seu celular, ligou.
No telefonema disse que um veículo estava sendo seguido. Mencionou o nome da rua onde estava trafegando e a placa dos veículos.
O policial que atendeu ao telefonema, informou que seria enviada uma viatura ao local.
Lucindo por seu turno, agradeceu.
Desligou o celular e o guardou.
Continuou dirigindo o veículo. Mantendo distância, acompanhou o trajeto de Cláudia.
Contudo, em dado momento, um guarda sinalizou para que parasse seu veículo.
Contrariado, Lucindo parou seu carro.
O guarda aproximando-se, pediu para ver seus documentos.
Lucindo mostrou sua CNH.
Nervoso, disse ao policial que havia um veículo sendo seguido. Mencionou as placas e contou que os carros haviam acabado de passar por aquele local.
O policial prometeu que iria verificar a região.
Contudo, aplicou-lhe uma multa. Disse que ele fora pego dirigindo ao celular.
O policial informou-lhe que estava sendo multado por esta infração.
Lucindo pegou o papel. Pediu para o policial chamar uma viatura. Enfim fazer alguma coisa.
O policial disse que seriam tomadas providências e liberou o motorista.
Lucindo aborrecido, tentou localizar o carro de Cláudia em vão.
Ao ser parado, perdeu o veículo de vista.
Aflito, parou o carro em um posto de gasolina e ligou novamente para a polícia. Mencionou que o perdeu os veículos de vista.
Enquanto isto, Cláudia continuava guiando.
Em dado momento, uma viatura se aproximou.
Foi o suficiente para que o veículo que seguia em sua direção, entrasse em outra rua e sumisse.
Nisto, Cláudia encostou seu carro e parou.
O policial desceu do carro. Bateu no vidro do carro da moça.
O homem perguntou-lhe se estava tudo bem. Disse-lhe que alguém havia ligado para a policia dizendo que seu carro estava sendo seguido.
Cláudia confirmou que um veículo suspeito a seguia. Relatou que tentou mudar o caminho que fazia, mas mesmo assim o motorista do outro veículo não mudou o percurso. Nervosa, comentou que estava procurando uma delegacia.
O policial recomendou-lhe que fosse a uma delegacia e registrasse a ocorrência.
O homem disse que iria segui-la em sua viatura.
Nisto, a mulher dirigiu até encontrar uma delegacia.
Estacionou seu carro.
Nisto, a viatura partiu.
A mulher ao entrar na delegacia, disse que precisava registrar uma ocorrência.
A escrivã perguntou-lhe o que havia acontecido.
Cláudia relatou o ocorrido em breves palavras.
A funcionária pediu licença. Foi até uma sala.
Em seguida, ao retornar, chamou Cláudia.
Disse que iria registrar a ocorrência.
A escrivã registrou os fatos.
Nervosa, Cláudia perguntou-lhe se poderia fazer um telefonema.
A escrivã disse-lhe que sim.
Nisto Cláudia pediu-lhe licença.
Neste momento, antes que fizesse qualquer ligação, seu telefone tocou.
Era Lucindo.
Cláudia resolveu atender.
O homem perguntou-lhe onde estava.
Cláudia respondeu-lhe que estava em uma delegacia.
Lucindo assustou-se. Perguntou o que havia acontecido.
A mulher contou sobre o estranho que a seguia.
O moço ao ouvir o relato, perguntou-lhe em que delegacia estava.
Cláudia explicou-lhe.
Foi questão de tempo para Lucindo chegar ao local.
Ao entrar na delegacia, encontrou a moça sentada num sofá.
Cláudia ao vê-lo levantou-se.
Lucindo perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu:
- Agora, eu acho que sim.
Lucindo perguntou-lhe então, se poderiam voltar para casa.
Cláudia concordou.
Quando a mulher se aproximou de seu veículo, Lucindo perguntou-lhe se ela conseguiria dirigir até sua casa.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo disse que poderia dirigir devagar, que ele a seguiria logo atrás.
Cláudia entrou no veículo.
Ligou o carro. Partiu.
Lucindo em seguida, entrou em seu carro.
Seguiram até a residência de Cláudia.
Lucindo aguardou a mulher entrar com o carro na garagem.
Ao perceber que a moça estava em segurança, buzinou e continuou seu percurso.
Quando Cláudia entrou em casa, Ana e Jacinto a aguardavam.
Estranharam a demora.
Cláudia contou-lhe então que havia sido seguida, e precisou ir até uma delegacia para registrar uma ocorrência.
Ana ao ouvir as palavras da filha, relatou que devia ser Roberto que estava fazendo isto.
Cláudia se perguntava com qual intuito alguém faria isto.
Jacinto, respondeu-lhe:
- Para intimidá-la oras!
Cláudia argumentou que não entendia por que ele havia cismado com ela.
- Minha filha, pessoas assim, não gostam de receber nãos. Estão acostumadas a terem tudo o que querem.
Cláudia ficou pensativa.
Jacinto beijou-lhe a testa. Disse que iria conversar com Onofre e verificar que medida judicial poderia ser aplicada ao caso. Comentou que se fosse preciso, iria tirar ela e Lúcio dali.
Ana argumentou que se Roberto a seguia, não iria adiantar muito, pois acabaria descobrindo onde ela estava.
Jacinto desapontado, acabou concordando com a esposa.
Cláudia continuava pensando. Dizendo estar cansada, pediu licença. Foi dormir.
No dia seguinte, Ana perguntou-lhe se não seria melhor ir de táxi para a universidade. Chegou a sugerir ligar para alguém acompanhá-la.
Cláudia refutou a ideia. Disse que não queria incomodar a ninguém.
Contudo, atendendo o pedido da mãe, chamou um táxi.
Lucindo ao vê-la chegando a pé, estranhou.
Perguntou-lhe onde estava o carro.
Cláudia respondeu-lhe que chegara de táxi.
O moço ao ouvir isto, perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Nisto, Lucindo perguntou-lhe como voltaria para casa.
Cláudia respondeu-lhe que já havia combinado com o taxista de buscá-la mais tarde.
Ao ouvir isto, Lucindo ficou um pouco desapontado. Disse porém, que caso precisasse, poderia oferecer-lhe uma carona.
Cláudia agradeceu, mas argumentou que não seria necessário.
Nisto pediu licença.
Caminhou em direção ao prédio.
Lucindo a acompanhou de longe.
Cláudia ficou alguns minutos na sala dos professores.
Depois, seguiu para sua aula.
Ao término das aulas, a mulher saiu do prédio da universidade.
Caminhou em direção ao ponto de táxi.
Lucindo ao vê-la caminhando sozinha, chamou-a.
Disse que iria acompanhá-la.
Cláudia voltou-se para ele.
Disse que não era necessário.
Lucindo insistiu. Disse que não deveria circular por ali sozinha. Relatou que não precisava conversar se não quisesse.
Cláudia concordou.
Caminharam até o ponto de táxi.
A moça ao ver o motorista, acenou-lhe.
Nisto voltou-se para Lucindo, agradeceu-lhe e foi embora.
Conforme havia prometido, Jacinto foi conversar com o advogado.
Agendou uma consulta.
Onofre orientou-o sobre a possibilidade de ingressar com uma ação para que Roberto não pudesse se aproximar de sua família.
Jacinto argumentou que o sujeito se escondia, se esgueirava.
Argumentou que precisava de uma medida mais efetiva.
O advogado sugeriu que Cláudia ficasse algum tempo na casa de alguém.
Jacinto argumentou que também havia pensado nisto. Mas depois percebeu que isto era inútil, já que o homem sabia onde ela trabalhava.
Onofre concordou.
Pensando em uma solução, cogitou pedir proteção policial para Cláudia e Lúcio.
Jacinto ao ouvir a proposta do advogado, agradeceu a boa vontade, mas argumentou que a polícia dificilmente executaria este papel.
Onofre concordou.
Orientou a moça a não sair sozinha de casa, que procurasse observar o entorno antes de sair de casa, que ficasse atenta para não ser seguida.
Cauteloso o homem recomendou que a moça não andasse sozinha por lugares ermos.
Jacinto disse ao homem que já estava seguindo a recomendação.
Conversaram por algum tempo mais.
Onofre pediu para que Cláudia comparecesse ao seu escritório. Disse que precisava de documentos, e até de testemunhas para mover uma ação contra Roberto.
Jacinto se despediu do amigo.
Cláudia por fim, alguns dias depois, compareceu no escritório do advogado.
A moça apresentou o novo Boletim de Ocorrência.
Onofre comentou que reunindo a documentação anterior, mais o depoimento das testemunhas, eles teriam mais oportunidades de conseguir que Roberto fosse proibido de se aproximar da família.
Cláudia argumentou que Roberto agia nas sombras. Relatou que não sabia se a medida teria alguma efetividade.
Onofre disse que tudo o que fosse feito para ela se resguardar, era bom. Mencionou que Roberto acabaria aparecendo, e esta seria sua oportunidade para chamar a polícia. Argumentou que se ele se aproximasse dela havendo uma ordem judicial para se afastar, seria preso.
Cláudia acabou concordando.
Lucindo continuava acompanhando-a na saída da faculdade.
Vez ou outra a seguia de carro.
O moço pedia para acompanhá-la em seu carro.
Cláudia não se opunha.
Jacinto às vezes via a moça chegar de carro e Lucindo buzinar.
O moço seguia seu caminho.
Tudo parecia bem.
De manhã, ao ir para a faculdade, Cláudia percebeu que um carro a seguia.
Nervosa, a mulher resolveu fazer um caminho diferente.
Procurava uma delegacia de polícia.
Com isto, percorreu ruas e caminhos movimentados.
Tentou contatar a polícia.
Depois de algumas tentativas, conseguiu contatar a polícia. Disse que estava sendo seguida, informou o endereço onde estava passando, bem como a placa de seu veículo. Ao ser perguntada sobre a placa do veículo que a seguia, Cláudia afirmou que não tinha como ver, pois o veículo estava a uma certa distância. Com isto, descreveu o modelo e a cor do veículo.
O policial que a atendeu informou que uma viatura seria enviada para o local.
Cláudia continuou atenta.
Dirigindo, a moça tentava a todo custo se desvencilhar de seu perseguidor.
Quando Lucindo chegou a faculdade, estranhou o fato de Cláudia ainda não ter chegado.
Chegou a comentar com um dos professores, que ela era pontual, não costumava se atrasar.
Preocupado, Lucindo foi ministrar suas aulas.
Ao final da manhã, o moço procurou por Cláudia.
Surpreendeu-se ao saber que a moça não havia aparecido para ministrar suas aulas.
Preocupado, pegou o carro. Foi à casa de Cláudia.
Ao chegar lá, percebeu que Ana e Jacinto não sabiam do sumiço de Cláudia. Acreditavam que a moça havia chegado à universidade.
Ana ficou desesperada.
Jacinto tentou acalmar a esposa. Em vão.
Lucindo ligou para a polícia, mencionou que uma moça havia desaparecido.
Foi orientado a ir a uma delegacia.
Nisto, Lucindo, Ana e Jacinto compareceram em uma delegacia.
Relataram o ocorrido.
Conforme as horas passavam, nada da moça aparecer.
Lucindo ligou para a universidade.
Avisou o reitor que não voltaria para ministrar aulas. Mencionou que Cláudia havia desaparecido.
O homem pediu para ele lhe deixasse a par da situação.
Impaciente, Lucindo relatou que iria de carro percorrer as ruas da cidade.
Jacinto argumentou que a polícia já estava cuidando do caso.
Mais tarde, a família soube que Cláudia ligou para a polícia avisando que estava sendo seguida.
Lucindo ao saber do fato, ficou inconformado.
Perguntou o porquê de não haver sido feito nada. Aflito, comentou que Roberto havia conseguido o que queria.
Jacinto comunicou Onofre do fato.
O advogado compareceu a delegacia.
Acompanhou o fato de perto.
O carro de Cláudia foi encontrado em uma rua com pouco movimento.
Jacinto foi até o local para buscar o veículo.
Conforme as horas passavam, Lucindo e a família ficavam mais preocupados.
Lúcio, ao voltar da escola, ficou ciente do ocorrido.
Brigou com Lucindo e os avós ao descobrir que a mãe vinha sendo seguida.
Perguntou por que não havia sido tomada nenhuma providência.
Lucindo argumentou que Cláudia havia registrado a ocorrência. Mencionou que passou a acompanhá-la.
Lúcio nervoso disse-lhe que não foi suficiente.
Lucindo ficou entristecido com as palavras do garoto.
Jacinto repreendeu-lhe. Disse que Lucindo fez tudo o que pode para ajudar a mãe.
Cláudia foi retirada à força de seu carro.
Um carro a fechou.
A mulher foi obrigada a parar o veículo.
Dois homens bateram em sua porta. Estavam armados.
A Cláudia só restou sair do veículo.
Foi levada para outro carro.
Saíram do local.
Cláudia perguntava a todo o momento para onde estava indo.
Os homens nada diziam.
A mulher só entendeu o que estava se passando quando o veículo parou.
Antes disso a moça foi vendada.
Cláudia pediu para que não a vendasse, mas os homens disseram que ela não tinha alternativa.
Ao sair do veículo, a mulher estava chorando.
Foi levada a uma casa.
Ao entrar no imóvel, a venda foi retirada.
Um homem estava de costas.
Quando o mesmo se voltou, Cláudia viu que se tratava de Roberto.
Diante disto, Cláudia ficou chocada.
Roberto sorriu para ela.
- Ora, ora, ora. Finalmente nos encontramos de novo... Você realmente pensou que estava livre de mim?
Cláudia não conseguia dizer uma só palavra.
Roberto disse para os homens se retirarem.
Cláudia não conseguia entender o que estava se passando.
Roberto falou então:
- Surpresa?
Cláudia não respondeu.
Roberto continuou falando. Disse-lhe que ela ficaria hospedada no hotel cinco estrelas.
Ao ouvir isto, a moça argumentou que precisava voltar para casa. Mencionou que seus pais deviam estar preocupados.
Roberto riu.
Disse que ela não iria voltar tão cedo para casa.
Cláudia perguntou-lhe o que queria. Disse que se a intenção era assustá-la, ele havia conseguido. Argumentou que se ele queria tripudiar, havia conseguido. Pediu para ele deixá-la. Prometeu que não contaria nada do que havia acontecido a ninguém.
Roberto, percebendo o nervosismo da moça, perguntou-lhe se estava com medo dele.
Irritada, Cláudia respondeu-lhe que não tinha medo. Apenas raiva. Falou gritando.
Roberto achou graça.
Nisto a moça perguntou-lhe:
- Por que você está fazendo isto? O que você ganha com isto? Eu não sou rica, não tenho fortuna, não sou uma pessoa influente, Lúcio não é seu filho. Por que isto? É maldade, sadismo? Você me odeia tanto assim? Qual o intuito de me prejudicar tanto assim? Por conta de toda esta confusão, eu quase perdi o amor do meu filho, o meu emprego, e a amizade da pessoa que eu mais considero do mundo...
Nervosa, a moça relembrou-se dos últimos acontecimentos.
Roberto, olhava para a moça com deboche.
Cláudia se irritou.
Disse que sua intenção era de fato destruir sua vida. Mencionou que ele devia ter muita raiva dela. Só não sabia o porquê.
Roberto bateu palmas.
Riu.
Falou que a interpretação de seu drama estava quase convincente. Mencionou que havia ficado comovido. Irônico, relatou que estava morrendo de pena.
Cláudia o olhava com olhar de reprovação.
Roberto se aproximou da moça.
Cláudia assustou-se. Tentou se afastar.
Segurando o braço da moça, Roberto empurrou-a contra a parede.
Nervoso perguntou:
- Você quer saber por que isto está acontecendo? Você realmente não entende que o está se passando?
Cláudia estava cada vez mais assustada.
Roberto ao perceber isto, riu.
Comentou novamente que ela estava com medo. Rindo, disse que gostava disso.
Cláudia neste momento tentou empurrá-lo. Tentou afastar-se.
Roberto se irritou.
Empurrou-a com mais força. Disse para que não fizesse mais isso.
A moça bateu a cabeça na parede. Colocou a mão na parte atingida.
Roberto ao ver isto, percebeu que a havia machucado. Pediu para ela mostrar o local da pancada.
Como Cláudia parecia não ouvi-lo, o homem pediu-lhe licença e afastou a mão da moça.
A expressão da mulher era de dor.
Roberto ficou olhando, procurou um edema, um inchaço.
Aparentemente não havia ferimento.
Nervoso, pôs a mão na rosto da moça.
Cláudia tentou se esgueirar mas a cabeça doía.
Roberto a abraçou. Pôs a mão em seus cabelos.
Disse que ela o obrigava a ser rude. Pediu para que ela se comportasse. Mencionou que se ela fosse boazinha com ele, tudo iria acabar bem.
Ao ouvir estas palavras, Cláudia começou a chorar.
Roberto ao perceber isto, soltou a moça.
Perguntou-lhe se estava se sentindo mal, se a cabeça doía.
Cláudia não conseguia parar de chorar.
Em dado momento, disse que queria voltar para casa.
Roberto ao ouvir isto, argumentou que aquele não era o momento. Disse-lhe que primeiro, precisavam se entender.
Colocando as mãos na cabeça, a mulher perguntou-lhe o que ele queria dela.
Roberto se aproximou dela e perguntou:
- Você ainda não percebeu?
Cláudia não compreendia.
Roberto sorriu. Colocou a mão no local da pancada. Perguntou-lhe se doía.
A mulher não respondeu.
Roberto disse-lhe para que fosse dormir. Mencionou que se a dor não passasse, chamaria um médico. Pediu para que fosse dormir e descansasse. Argumentou que ele acabariam se entendendo.
Nisto pediu para a mulher se levantar.
Cláudia não teve outra alternativa, senão acompanhá-lo.
O homem levou-a para um quarto. Lá apontou uma cama.
Disse-lhe que poderia dormir ali.
Pediu para que ela entrasse.
Cláudia assustada, balançava a cabeça negativamente. Não queria entrar.
Roberto porém, gritou com ela. Exigiu que entrasse. Disse-lhe que não lhe faria mal.
Cláudia contudo, continuava resistindo a ideia.
Roberto insistiu.
Disse que não faria nada contra ela. Relatou que não entraria no quarto.
Com isto, afastou-se e indicou-lhe o caminho do quarto.
Chorando, a mulher entrou no lugar.
Roberto então, ao se certificar que a mulher estava dentro do quarto, trancou-a.
Cláudia começou a chorar. Acreditava que ele iria matá-la.
Nervosa demorou para deitar-se na cama. Pouco dormiu.
A todo o momento olhava para a porta.
Durante a noite teve um pesadelo. Roberto a sufocava com um travesseiro. Soltou um grito de socorro.
O homem ao ouvir o grito, correu em direção ao quarto onde estava Cláudia.
Abriu a porta.
Ao entrar no ambiente, percebeu que Cláudia se debatia.
Chamou-a.
A mulher acabou despertando.
Deu um pulo ao ver que Roberto estava sentado, a seu lado na cama.
Roberto disse que entrou no quarto, por que a ouviu gritando.
Cláudia disse então:
- Por favor, acabe com este sofrimento. Se você quer me matar, acabe logo com isto.
Roberto ficou pasmo.
- É isto que você acha que eu vou fazer?
Aproximou-se da moça e beijou-lhe a face.
Disse que a amava.
Cláudia olhou-o com perplexidade. Parecia não acreditar no que o homem dizia.
Roberto pôs a mão em seus cabelos.
A mulher tentou se afastar.
Roberto se aproximou e puxou seu cabelo. Beijou sua boca.
Quando o homem a soltou, levantou-se da cama.
Lembrou-se da festa da faculdade. Chegou a pensar que a história se repetiria.
Quando Roberto levantou e caminhou em sua direção, Cláudia exigiu que ele parasse.
Disse para não se aproximar.
O homem não lhe deu ouvidos e continuou se aproximando. Parecia gostar de sentir o medo nos olhos de Cláudia.
A moça olhou em volta procurando algum objeto que a ajudasse a se proteger de Roberto.
Ele por sua vez, percebendo a intenção da moça, segurou-a pelo braço. Empurrou-a novamente contra a parede.
Cláudia tentou empurrá-lo, mas Roberto era mais forte.
Começou a gritar dizendo para sair do quarto. Exigia que a deixasse sozinha.
Nervoso Roberto deu-lhe um tapa no rosto.
Gritou dizendo para que se calasse.
Cláudia correu para outro canto do quarto.
Exigiu que não se aproximasse mais. Prometeu que se ele a soltasse, ela não contaria o que aconteceu.
Roberto riu. Disse que ela não estava em condições de negociar coisa alguma.
Cláudia abriu mão do orgulho, implorou para que ele a deixasse ir.
O homem respondeu:
- Agora que eu estou quase conseguindo o que eu quero? Não mesmo!
Os olhos de Cláudia estavam cheios de água.
Nisto, o homem completou:
- Eu é que tenho uma proposta para fazer. Você fica aqui comigo, e não conta a ninguém nada do que acontecer nesta casa. Assim, eu prometo que não vou fazer nada contra ninguém da sua família.
Cláudia começou a chorar.
Roberto, percebendo o nervosismo da moça.
Revelou que já sabia que havia alguém. Citou o nome de Lucindo. Perguntou-lhe se ele realmente significava alguma coisa para ela. Rindo, comentou que o rapaz parecia bastante apaixonado. Irônico, comentou que lamentava o fato deles não poderem ficar juntos, já que ele teria que dar cabo no rapaz.
Cláudia ao ouvir isto, falou:
- Você é louco!
Roberto investiu contra ela. Tentou beijá-la novamente.
A mulher começou a gritar.
Pedia para ela a soltar. Pedia por socorro.
Roberto pôs a mão em sua boca. Mandou calar-se.
Cláudia mordeu sua mão.
Roberto então a soltou.
A mulher aproveitou para correr do outro lado do quarto, passou a bater na porta.
Gritava por ajuda.
Roberto a puxou.
Mandou novamente parar de gritar. Ameaçou bater nela.
Cláudia se encolheu.
Por fim, o homem disse-lhe que o futuro de seus parentes e amigos estava em suas mãos. Disse-lhe que não havia necessidade de matar ninguém. Mas que ela precisava colaborar.
Cláudia não conseguia entender. Dizia que não tinha como ajudá-lo.
Roberto enervou-se.
Disse que ou ela colaborava com ele, ou as coisas não iriam terminar bem.
Cláudia voltou a chorar. Disse que poderia matá-la se quisesse, mas deixasse as outras pessoas em paz.
Roberto se aproximou da moça, e disse-lhe alguma coisa no ouvido.
A mulher ficou horrorizada.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 26
Lucindo por sua vez, passava o tempo dividido entre seu trabalho. Suas aulas na universidade, o planejamento das mesmas, correções de trabalhos e provas. Também tentava se aproximar novamente de Cláudia.
Nos corredores da universidade, tentava conversar, mas Cláudia estava sempre com pressa. Evitava permanecer na sala dos professores quando não havia mais nenhum professor.
Lucindo estava arrasado.
Ligava para a casa da moça.
A esta altura, Ana e Jacinto já sabiam que Lucindo poderia ser o pai de Lúcio.
A universidade, diante do arquivamento do inquérito, convocaram a moça para voltar a exercer suas funções.
O reitor desculpou-se por seu afastamento. Disse-lhe que ela sempre tivera uma postura correta, mas que por medida de segurança, precisou afastá-la de suas funções. Argumentou que foi uma forma de preservá-la.
Cláudia ouviu o que reitor tinha a lhe dizer.
Dias depois, voltou a lecionar.
Desta forma, a moça retomou sua rotina.
Lúcio por sua vez, estudava para as provas ao lado da namorada.
Levava-lhe flores constantemente. Continuava a escrever suas cartinhas, seus bilhetes. Passeavam juntos.
Daniela brincava com a amiga, perguntando quando chegaria sua vez.
Patrícia dizia que logo também encontraria alguém legal.
As amigas riam juntas.
Daniela sempre que via Lúcio se aproximando, pedia licença. Dizia brincando que não queria ficar segurando vela.
Patrícia dizia que era besteira ela se afastar, mas Daniela falava sempre:
- Desculpe amiga, mas eu sei quando estou sobrando!
E nisto se afastava.
Com efeito, quando Soraia e Túlio souberam da confusão envolvendo a paternidade de Lúcio, ficaram chocados.
O homem chegou a questionar o namoro da filha. Disse que ela deveria arrumar um garoto menos complicado para namorar, ou até melhor, ficar nem namorar.
Soraia ao ouvir as palavras do marido, caiu na risada.
Comentou que Túlio não tinha jeito. Ciumento e possessivo, só permitiria que a filha namorasse após os cinquenta anos.
Patrícia achou graça nas palavras da mãe e começou a rir.
Não levou a sério as palavras do pai.
Tanto que de vez em quando o garoto ia para sua casa estudar.
Soraia levava lanches para o casal.
Elogiava o garoto. Dizia que ele não era bagunceiro.
Patrícia comentou que ele era aplicado.
Como resultado de tanta dedicação, Lúcio tirou boas notas.
Patrícia elogiou o desempenho.
Lúcio beijando a moça, disse-lhe que ela foi a responsável por isto.
Ana e Cláudia, ao verem o boletim do garoto, ficaram contentes com as notas.
Elogiaram seu desempenho escolar.
Lúcio ficou contente.
Foi questão de tempo para Cláudia ser informada da ação movida por Lucindo.
Ficou perplexa ao saber da ação de investigação de paternidade movida pelo moço.
Irritada, chegou a se perguntar se isto nunca iria acabar.
Onofre ao saber da intimação, contou à moça que Lucindo a procurou. Dizia estar arrependido e disposto a reparar seu erro.
O advogado comentou que ele estava determinado a reconhecer Lúcio.
A mulher ao ouvir isto, ficou indignada.
Argumentou que estava cansada daquela história.
Onofre aconselhou-a a realizar o exame.
Assim, na data marcada, Lúcio e Cláudia compareceram no laboratório a fim de realizar a coleta de material genético do garoto para o exame.
Lucindo compareceu em outra data.
Algum tempo depois, foi confirmada a paternidade.
Após esta confirmação, o homem solicitou a regulamentação de visitas.
Cláudia ao tomar conhecimento do fato, ficou inconformada.
Onofre ao recebê-la em seu consultório, disse-lhe que teria que alterar novamente o registro de nascimento do garoto.
Cláudia não podia acreditar no que estava acontecendo.
Onofre dizia-lhe que Lucindo tinha direito de visitar o garoto.
Lucindo por seu turno, tentou inúmeras vezes conversar com Lúcio.
Procurava-o na saída do colégio.
Lúcio no entanto, não queria saber de conversar com ele.
Dizia que ele o havia enganado.
Certo dia, o homem resolveu ir atrás do garoto.
Lúcio saiu correndo chorando.
Lucindo foi encontrá-lo em uma pracinha, sentado no balanço. Estava com as mãos cobrindo o rosto.
Lucindo sentou-se ao seu lado.
Também estava chorando.
Disse-lhe que sentia muito.
Tentou tocar os cabelos do garoto, mas Lúcio se afastou. Levantou o rosto e voltou-lhe as costas.
Lucindo por seu turno, não se deixou se intimidar.
Falou-se que entendia sua revolta. Argumentou que agira com um canalha. Foi irresponsável, leviano, egoísta e burro. Muito burro.
Lúcio completou:
- E mau caráter!
Lucindo ao ouvir isto, retrucou:
- Mau caráter não! Eu nunca tive a intenção de prejudicar a Cláudia...
Nervoso tentava encontrar as palavras para se justificar, mas não havia o que pudesse dizer para reparar o mal que fizera. Pensava, pensava … Enfim, disse:
- Naquele dia, eu vi que ela estava precisando de ajuda. Tanto que a segui de táxi. Eu a vi entrando no prédio com Roberto. Depois fui eu que entrei no prédio. Ao chegar lá, encontrei Cláudia. Chamava seu nome, e ela não respondia. Ao ver a cena, chorei, deitei-me ao seu lado... Cláudia ao ver-me deitado ao seu lado na cama, assustou-se.
Lúcio completou dizendo que ninguém ficava grávida por deitar-se ao lado de alguém.
Lucindo concordou. Disse que acabou sendo levado pela situação e acabou por deitar-se com a moça.
O garoto argumentou que ela estava desacordada.
Lucindo disse-lhe que em dado momento, acreditando que Roberto ainda estava ali, Cláudia se aproximou dele. Nervoso, comentou que não era de ferro, e que acabou dormindo com ela.
Em seguida, pediu-lhe desculpas. Disse que não devia falar aquelas coisas para ele. Argumentou que Cláudia era sua mãe.
Lúcio retrucou dizendo que ele era o pai.
Lucindo ao ouvir as palavras do garoto, sorriu-lhe.
- Sou seu pai? - perguntou-lhe o moço.
Lúcio respondeu-lhe:
- Na falta de coisa melhor!
Lucindo ficou chocado.
- Olha! Eu não vou responder a malcriação, por que de certa forma você está certo! Você merecia um pai melhor. Perdão. Desculpa por ter causado tanta confusão. Se eu soubesse que isto iria causar tantos problemas, teria feito diferente.
Lúcio ao ouvir estas palavras respondeu que se ele tivesse feito de forma diferente, ele não estaria ali, naquele momento, conversando com ele. E ainda, ele não seria seu filho, e Lucindo não seria seu pai. Simplesmente não existiria.
Lucindo riu da lógica do garoto. Brincou dizendo-lhe que era um grande filósofo.
Nisto, perguntou-lhe novamente se ele o perdoava.
Aproximando-se do garoto, pôs a mão em seus cabelos.
Lúcio, que não estava gostando daquela situação, foi logo falando:
- Bom! Vamos parar com isto, por que este negócio de ficar tocando em homem não pega nada bem. Eu preferia que Patrícia fizesse isto. Vamos parar com esta melação. Já tá pegando mal isto.
Lucindo percebendo o incômodo, pediu desculpas ao garoto. Chegou a rir.
Nisto, insistiu na pergunta.
Lúcio olhando-o nos olhos, disse que já havia esquecido suas trapalhadas. Comentou que ele sempre esteve presente em vida.
Lucindo concordou. Disse que desde que era um bebê, se importava com ele.
Lúcio contou que Cláudia sempre disse que Lucindo teve carinho por ele. O garoto relembrou-lhe as visitas, os presentes.
Lucindo ficou comovido. Percebeu o quanto Lúcio gostava dele.
Descobriu que o garoto havia se empenhado para que ele e Cláudia ficassem juntos.
Lucindo voltou a chorar.
Lúcio ficou nervoso. Tanto que disse:
- Onde já se viu? Um homem deste tamanho chorando por uma coisinha dessas!
Lucindo riu. Perguntou se estava levando uma bronca.
Por fim, Lúcio o abraçou.
- Obrigado filho!
Levantaram-se.
Lucindo ao final do abraço, comentou que não tinha mais idade para ficar tanto tempo sentado no chão duro.
Lúcio chamou-o de velho.
- Olha o respeito garoto!
Nisto a dupla saiu da pracinha.
No caminho, continuaram conversando.
Lúcio então beijou-lhe o rosto.
Disse-lhe que iria ajudá-lo. Comentou que iria convencer sua mãe a desculpá-lo.
Com os olhos marejados, Lucindo disse-lhe que isto seria mais difícil.
Lúcio pôs a mão em seu ombro e falou:
- Não se preocupe! Eu vou consertar sua burrada. Deixe comigo, eu sei o que estou fazendo.
Lucindo riu.
Lúcio garantiu que eles ainda ficariam juntos.
Lucindo rindo, disse que iria cobrar.
Letícia por sua vez, havia visitado a amiga algumas vezes.
Estava preocupada com Cláudia.
Letícia ficou perplexa com tudo o que a amiga lhe contara.
Cláudia por sua vez, não queria nem saber de Lucindo.
Ralhava com a amiga, quando ela tocava no assunto.
Letícia então perguntava de Lúcio, e dos pais de Cláudia.
Lúcio por seu turno, contou à mãe que havia se entendido com seu pai.
Cláudia ao ouvir isto, ficou perplexa.
Lúcio percebendo isto, contou-lhe que Lucindo não era uma pessoa ruim. Apenas foi irresponsável. Perguntou a ela quem não era irresponsável neste mundo. Nisto completou que Lucindo havia conversado com ele, explicado como as coisas aconteceram, e ele havia entendido.
Cláudia continua a olhá-lo com incompreensão.
Lúcio pediu para que ela conversasse com ele.
A mulher se recusava terminantemente.
- O que ele fez é imperdoável!
Lúcio argumentou que ele era grato a Lucindo, pois se assim não fosse, ele não teria nascido.
Cláudia ao ouvir estas palavras, calou-se.
O garoto disse que do jeito torto dele, Lucindo sempre esteve por perto. Perguntou:
- Quem não erra?
Disse que ele lhe contou alguns detalhes da fatídica noite.
Cláudia gaguejando, perguntou-lhe:
- Ele lhe contou detalhes?
Lúcio respondeu-lhe que não. Mas esclareceu o que havia acontecido. Nisto, insistiu para que Cláudia conversasse com ele. Disse que ele poderia esclarecer muitas coisas.
Beijou seu rosto, e deixou-a sozinha com seus pensamentos.
Nos dias que se seguiram, Onofre informou Cláudia sobre a realização de uma audiência, em que teria comparecer.
Cada dia que passava, Cláudia ficava mais e mais irritada com a história.
Mas que jeito!
No dia marcado estava ela, Lúcio e o advogado no fórum.
Lucindo a viu chegar. Cumprimentou-a.
Cláudia o fuzilava com os olhos.
Lúcio pediu licença a mãe e foi cumprimentá-lo.
Lucindo abraçou o garoto.
Perguntou-lhe como estava.
Conversaram.
Lucindo explicou-lhe que havia ingressado com o processo, por que precisava regularizar a situação.
Lúcio entendeu, mas argumentou que ela não se oporia as visitas.
Lucindo concordou.
Ressaltou porém que queria que as coisas ficassem devidamente regularizadas.
Na audiência o juiz regularizou as visitas.
Cláudia disse ao advogado que não queria ver Lucindo. Autorizou porém, que o garoto fosse a casa do rapaz.
Acatou a decisão do juiz, mas ficou bastante contrariada.
Por fim, houve nova emissão da certidão de nascimento de Lúcio, agora com o nome de Lucindo e Cláudia.
Ao final da audiência, o moço correu em direção a Cláudia.
Lúcio pediu para que ela esperasse Lucindo.
Cláudia argumentou que não tinha nada para falar-lhe.
Nisto, Lucindo alcançou-os.
Pediu para que ela esperasse.
Lúcio insistiu para que ela ouvisse o que ele tinha para dizer.
Cláudia não deu ouvidos ao filho.
Acionou o dispositivo para abrir a porta do carro.
Pediu para Lúcio entrar no carro sem discutir.
Contrariado, o garoto entrou.
Quando fez menção de entrar, Lucindo segurou seu braço e fechou a porta.
Cláudia perguntou-lhe o que estava fazendo.
Lucindo respondeu-lhe que precisavam conversar e que iriam fazê-lo.
Cláudia por sua vez, argumentou que estava com pressa. Disse que conversariam mais tarde.
Lucindo concordou.
Agendou a conversa para mais tarde em sua casa. Mencionou que se ela não fosse até lá, ele se encarregaria de ir até sua casa. Às quinze horas em ponto. Marcou.
Cláudia entrou no carro.
Com isto, Lucindo aguardou a moça em sua residência.
Como fosse quinze e meia e ela não apareceu, o moço se impacientou e foi até a casa da moça.
Ao lá chegar, Ana lhe disse que ela havia saído e não tinha hora para voltar.
Lucindo comentou que iria esperar.
Ana ao perceber que o moço não iria embora, comentou:
- Vocês arrumam suas confusões, e o menino fica no meio de toda esta barafunda.
Lucindo, não disse nada.
Estava nervoso.
Como as horas passassem, Ana ofereceu-lhe água, café, suco. Perguntou-lhe se não queira comer alguma coisa.
Lucindo agradecia mas não aceitava nada.
Por fim, Cláudia e Lúcio chegaram.
O garoto ao ver Lucindo em sua casa, novamente o cumprimentou.
Cláudia ao ver a mãe, disse que iria para seu quarto.
Ana respondeu-lhe que Lucindo estava a horas esperando por ela.
Cláudia a ignorou. Passou pela sala. Nem olhou para Lucindo.
Lúcio a chamou e nada.
Lucindo, enervou-se. Levantou-se e foi atrás de Cláudia.
Quando a moça ia fechar a porta, Lucindo girou a maçaneta e empurrou a porta.
Quase acertou Cláudia.
Lucindo, ao perceber isto, pediu-lhe desculpas.
Perguntou-lhe se ela havia se machucado.
Cláudia ficou espantada com a ousadia.
Lucindo então, entrou no quarto e fechou a porta.
Disse que precisava conversar.
Cláudia respondeu-lhe que não tinham nada para conversar.
Lucindo insistiu.
- Temos sim. E muito... Olhe, eu sei que eu fiz, não foi legal. - nervoso, colocava a mão no rosto.
Tentava encontrar a melhor forma de expressar o que estava sentindo.
Gaguejando um pouco, contou que não agiu por um simples impulso. Relatou que ela ainda sob os efeitos, do que havia ingerido, havia se aproximado dele.
Lucindo constrangido, contou-lhe alguns detalhes. Mencionou que ela se aproximou, colocou a mão em seu rosto. Nervoso, o homem comentou que acabou não resistindo.
Com isto, perguntou a moça se ela não se lembrava de nada.
Cláudia respondeu-lhe que não. Disse que tentava se lembrar mas não conseguia.
Lucindo disse-lhe que deveria fazer um esforço.
Cláudia perguntou-lhe se nunca pensou que ela poderia se lembrar do que havia acontecido.
Lucindo respondeu-lhe que gostaria muito que isto tivesse de fato acontecido. Argumentou que esperou todos estes anos por isto.
Cláudia falou:
- Você é doido!
Lucindo concordou.
Talvez fosse maluco mesmo. Mencionou porém, que quem a levou para o apartamento não fora ele.
Cláudia argumentou que ele havia se aproveitado da situação.
Lucindo respondeu-lhe que sim.
Mencionou que lamentava havê-la magoado, mas que não se arrependia de haver ficado com ela. Argumentou que gostava muito de Lúcio, e que se não tivesse acontecido o que aconteceu, não teria a oportunidade de ter conhecido o garoto. Que ele não teria nascido.
Nisto, perguntou-lhe se estava arrependida, de ter tido Lúcio.
- Claro que não! - respondeu-lhe.
Lucindo respondeu que o garoto foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida.
Recordou-se de quando ele era um bebê, das vezes em que o pegou no colo. Comentou que sempre gostou do garoto.
Rindo, acrescentou que Lúcio também parecia gostar dele.
Cláudia o observava.
Lucindo continuou falando.
Lamentou não ter tido coragem de contar antes. Relatou que esta besteira, nunca mais poderia consertar.
Chorando, disse que entenderia se ela o não perdoasse. Dizia que mesmo lhe custando muito, aceitaria o fato. Contudo, argumentou que não poderia ser impedido de tentar se desculpar.
Nervoso, ao perceber que Cláudia estava parada, perguntou-lhe se não diria nada.
Silêncio.
Lucindo perguntou-lhe se não se lembrava mesmo de nada.
Cláudia respondeu que não.
Lucindo pediu para que tentasse se lembrar. Argumentou que era muito importante.
Cláudia nervosa, respondeu-lhe que não.
Chorando, disse que não queria se lembrar de nada. Estava cansada desta história. Falou que não sabia por que tinha que passar por tudo o que estava passando. Relatou que não aguentava mais falar no assunto.
Lucindo, ao perceber isto, desculpou-se. Argumentou que as coisas deviam estar bem difíceis para ela e para Lúcio.
Abraçou a moça.
Cláudia não reagiu.
Lucindo disse que poderia chorar tudo o que tivesse vontade de chorar. Disse que poderia bater-lhe se tivesse vontade.
Cláudia soluçava.
Tomava pela raiva, empurrou-o, disse que sumisse de sua vida. Argumentou que ninguém prestava. Perguntou qual a finalidade de se magoar alguém. Por que criar uma falsa expectativa, e depois frustrar alguém? Que prazer mórbido haveria em prejudicar as pessoas?
Lucindo argumentou que nunca tivera a intenção de magoá-la.
Cláudia argumentou que as pessoas nunca tinham a intenção de magoar, mas mesmo assim magoavam.
Lucindo se desculpou.
Prometeu que nunca mais a magoaria.
Cláudia pediu para que saísse de seu quarto.
Lucindo concordou. Disse porém, que a conversa ainda não havia acabado.
Nisto, saiu do quarto. Ao sair, encostou a porta.
Lúcio o viu sair do quarto em prantos.
Lucindo não o viu.
Acenou para Ana e saiu da casa.
Nos dias que se seguiram, ao sair de casa, Cláudia notou que alguém rondava sua casa.
Preocupada, observava o movimento na rua. Somente quando se certificava que tudo estava calmo, saía de carro de sua residência.
Certo dia, ao sair da faculdade, Lucindo notou alguém cercando o carro de Cláudia.
Percebendo isto, gritou. Perguntou se a pessoa havia perdido alguma coisa ali.
O estranho, ao notar que havia sido descoberto, saiu correndo.
Lucindo aproximou-se do carro da moça. Não viu nada de errado.
Nisto, Cláudia se aproximou do veículo.
Ao ver Lucindo por ali, perguntou-lhe o que estava fazendo perto de seu carro.
Nervoso, o homem comentou que um estranho estava perto de seu carro.
Cláudia espantou-se. Perguntou-lhe se agora era dado a dizer mentiras.
Lucindo ofendeu-se. Tanto que respondeu:
- Um momento! Eu nunca fui dado a mentiras! Você não pode falar isto.
Cláudia ia entrar no carro, mas Lucindo segurou seu braço. Argumentou que deveria tomar cuidado e ver se não haviam levado nada.
A mulher olhou-o com raiva.
Lucindo então soltou seu braço.
Cláudia abriu então a porta de seu carro.
Lucindo ficou observando a mulher sair do estacionamento.
Preocupado, resolveu entrar em seu carro e ir atrás.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
DELICADO - CAPÍTULO 25
Cláudia por sua vez, ao sair de sua residência, caminhou a esmo.
Chorando, caminhou pelo bairro.
Acabou chegando à casa de Letícia.
A moça estava arrumando a sala, colocando as almofadas no lugar.
Foi quando ouviu o barulho da campainha.
Ficou admirada ao ver Cláudia em sua porta.
Ao abrir o portão, percebeu que a amiga não estava bem.
Pediu para que entrasse.
Quando Cláudia entrou na casa, disse que tudo estava desabando em sua cabeça. Contou que tudo ia de mal a pior, e que não sabia o que fazer.
Deitou-se no colo da amiga e começou a chorar.
Letícia tentou em vão consolá-la.
Lúcio por sua vez, foi até a casa da namorada.
A moça havia acabado de almoçar.
Quando viu o garoto batendo à sua porta, estranhou.
Abriu-lhe a porta e deixou-o entrar.
Sem graça, o garoto cumprimentou a mãe de Patrícia e seu pai.
Pediu-lhes desculpas pelo incomodo, mas disse que precisava conversar com ela.
A moça, percebendo que o garoto estava tenso, fez menção de levá-lo a seu quarto.
Neste momento, seu pai a interrompeu.
Disse que eles poderiam conversar no jardim.
Patrícia levou-o ao jardim.
Lúcio, observando se não havia ninguém por perto, contou a Patrícia a confusão que havia ocorrido em sua casa.
A garota ficou perplexa.
Lúcio comentou que não sabia o que fazer. Já não sabia o que pensar.
Patrícia respondeu-lhe que ela também não sabia o que dizer, apenas que sentia muito por toda aquela confusão.
Abraçou o namorado.
Soraia por sua vez, ao perceber que eles estavam demorando muito em sua conversa, resolveu se aproximar.
Bateu na porta da cozinha e avisou que estava indo ao encontro deles. Ao se aproximar, perguntou-lhes se estavam precisando de alguma coisa.
Patrícia perguntou-lhe então se estava liberada para conversar com Lúcio em seu quarto. Disse que precisava de um pouco mais de privacidade.
Soraia argumentou que Túlio estava inflexível.
Patrícia agradeceu, pegou a mão de Lúcio.
Avisou a mãe que daria uma volta e não sabia que horas voltaria.
Soraia autorizou. Pediu apenas que tivesse cuidado, pois a cidade estava perigosa.
A moça agradeceu e saiu.
Seu pai ao saber do fato, criticou Soraia.
A mulher respondeu-lhe que se não houvesse proibido a garota de levar o moço até seu quarto, eles poderiam conversar sem serem incomodados, e ela não precisaria sair de casa.
Ao ouvir isto, Túlio calou-se. Continuou lendo seu jornal.
Com isto, o casal ficou algum tempo conversando na quadra de esportes do bairro.
Mais tarde o garoto voltou para casa.
Patrícia acompanhou-o.
Quando Ana perguntou-lhe onde tinha ido, o garoto respondeu-lhe que havia estado na casa de Patrícia. Triste, disse para a avó que precisava ficar com ela. Disse que mais tarde lhe falaria.
Patrícia cumprimentou Ana.
A mulher retribuiu o cumprimento.
Lúcio e Patrícia entraram no quarto. O garoto olhou para os lados e encostou a porta.
Chorou, repetiu a história.
Patrícia ouvia a tudo pacientemente.
Lucindo por sua vez, ao chegar em casa, trancou-se em seu quarto.
Olegário tentou conversar com ele, mas Lucindo recusou-se a abrir a porta para o tio.
Somente no dia seguinte, contou aos tios, sobre os fatos do dia anterior.
Chorando, contou sobre a possibilidade de ser o pai de Lúcio.
Quando Olegário soube do fato, perguntou-lhe por que não havia contado tudo o que aconteceu naquela fatídica noite. Recriminou-lhe, disse que era um irresponsável, que seus pais não haviam lhe criado daquela forma.
Lucindo reconheceu que estava errado. Disse que estava disposto a reparar seu erro, e até responder criminalmente se fosse o caso.
Dias depois, o homem relatou o ocorrido, para Onofre.
O advogado ficou chocado.
Nervoso, Lucindo relatou que faria qualquer coisa para se entender com Cláudia. Mencionou que fora idiota por não pensar nesta possibilidade, que foi leviano, mas estava arrependido, e disposto a reparar seu erro.
O advogado perguntou-lhe se nunca havia pensado nesta possibilidade.
Lucindo comentou que uma vez, pensou nisto, mas logo afastou o pensamento.
Para ele, Roberto era o pai do garoto.
Onofre explicou-lhe que precisaria comprovar o fato através de um exame.
Lucindo concordou.
Constrangido, perguntou sobre a possibilidade de ser processado criminalmente pelo fato.
O advogado disse-lhe que o crime estava prescrito. Acrescentou porém, que sua situação era bastante delicada, e que Cláudia dificilmente o perdoaria. Mencionou se tratar de: Violação sexual mediante fraude.
Lucindo começou a chorar.
Disse que sabia disto, mas que iria tentar convencê-la de que estava arrependido, que não era uma má pessoa.
Terminada a conversa, Lucindo agradeceu o advogado.
Onofre recusou qualquer pagamento.
O homem lhe disse que por estar representando Cláudia, não poderia ser seu advogado. Indicou-lhe o nome de um colega.
Lucindo agradeceu.
Mais tarde, procurou um advogado.
Roberto, ao tomar conhecimento do exame, ficou furioso.
Ligou para seu advogado, perguntou-lhe se não havia meios de reverter a situação.
Quando o causídico respondeu-lhe que não havia o que ser feito, Roberto desligou o telefone.
Por fim, o próprio Onofre pediu a extinção do processo.
Quanto ao processo movido por Cláudia, a sentença reconheceu a maternidade e determinou a alteração do registro de nascimento de Lúcio.
Quanto aos pais de Cláudia, o advogado mencionou que o fato estava prescrito.
Ana e Jacinto ficaram aliviados.
Diante disto, Cláudia procurou a diretora do colégio onde o garoto estudava. Conversando com a mulher contou o ocorrido. Acompanhada de Ana, que confirmou o fato.
Mais tarde, procedeu a alteração do registro de Lúcio.
Foi questão de tempo para que no colégio todos soubessem que Cláudia era sua mãe.
No começou o garoto teve que aturar umas brincadeirinhas de mau gosto. Do tipo, a sua mãe cada dia está mais nova, entre outras piadas.
Lúcio só partiu para a briga quando um garoto insinuou que Cláudia não valia nada por haver escondido o fato de ser sua mãe.
Lúcio partiu pra cima dele.
Por conta disto, Lúcio acabou indo parar na diretoria.
Cláudia foi chamada.
Lúcio recebeu uma advertência.
Como punição, ficaria três dias sem comparecer ao colégio.
Cláudia ouviu as explicações do garoto.
Disse que entendia que o mesmo tivesse ficado com raiva, mas não deveria agir daquela forma. Argumentou que muita gente fazia piada sobre o ocorrido, e que ela própria já ouvira algumas bobagens.
Lúcio comentou que não era justo.
Cláudia argumentou que nem sempre a vida é justa, mas que deviam procurar fazer o melhor que podiam com o que tinham.
Lúcio ficou deitado em seu colo.
Cláudia passava a mão em seus cabelos.
Quanto ao processo por assédio, o próprio Célio desistiu da ação.
Ao saber do arquivamento do inquérito, Cláudia tentou descobrir a razão para tanto.
Onofre respondeu-lhe simplesmente que o caso tinha sido arquivado.
Cláudia por seu turno, perguntou-lhe se não seria possível processar Roberto, por falsa acusação de crime.
Onofre argumentou que teriam que arrumar provas para tanto.
Cláudia argumentou que havia sido presa, e que Roberto devia pagar pelo que fizera a ela.
Onofre relatou que poderiam mover uma ação indenizatória.
A mulher demonstrou interesse na medida.
Luciana Celestino dos Santos
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