Poesias

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

CICATRIZES

Em meio a comemoração, vestida de festa
Lá vai a moça a destra,
Aceitar um convite para dançar

Envolvida em uma atmosfera de perfume suave,
E vestes diáfanas
Cabelos presos em uma diadema de flores,
A ornarem as madeixas,
Lindas e coloridas flores,
A preencherem as tramas da coroa
E alguns pensamentos a cingirem a fronte branca

E a jovem em meio a esculturas e convivas,
A dançar, a bailar,
Em passos leves e encantadores
Apreciando o suave brilho das estrelas
A desenharem uma linda cortina de luzes
Na abóbada celeste

Encontro das deidades
Em meio a florido Olimpo
E as verdades, a permearem os caminhos
Os caminhos e as distâncias
E um copo de cólera
A ira e as rixas a invadirem os salões

E as constelações de estrelas a rivalizarem
Em beleza, com as deusas do salão
Então o pomo da discórdia instalou-se
No ambiente mal estar
A competição grassando em todos os arrabaldes

E um jovem de grande beleza
A tudo decidir,
Conferindo a déia,
O título de mais bela do Olimpo
Para desencanto a todas as ninfas,
Que habitavam o salão
As quais se indignavam,
Ao ver tão bela mulher ao lado de jovem tão lindo!

Manifestação primeira da inveja
No início, a observamos as características físicas
E detratamos os portadores de atributos,
Que supostamente nos ameaçam
Depois começamos a observar seus modos,
Seus usos, seus costumes,
Seu jeito de a vida levar
E concluímos quase sempre
Que a grama do vizinho é mais verde que a nossa!

Mas como não queremos dar o braço a torcer
Tratamos logo de desmerecê-lo
O ser, que nada mais fez do que ir a luta
Pois se algo tem é porque,
Não ficou a perder tempo,
Cultivando invejas, e rancores,
E tampouco a maledicência!
Visto que tratou logo de cuidar de sua vida
Ah, se todos aprendessem tão valiosa lição!

Ninfas belas não nutririam mágoas
Tristezas e dissabores sem fundamento
Imaginando-se ao lado de tão linda figura
Pois cuidariam de por seus próprios meios,
A um deus cativar,
Ou em não sendo possível,
A todos cativar, com seus cuidados
De alma da natureza!

E a jovem e feliz dançarina,
Feliz e indiferente a toda a confusão
Tratou logo de se apartar do conflito

Prosseguindo em sua dança celeste,
A contemplação astral,
Estrelas várias,
A lua branca, em seu formato arredondado
Seu mistério de luar,
A compor cenários de estrelas
Fugidias, coloridas, cintilantes,
Satélites, corpos etéreos a riscar os céus

Muitas luzes em olímpico cenário
E seu vestido leve a acompanhar os contornos da brisa
E a maravilha da criação
Afigurando-se ante seus olhos maravilhados
Em seus pensamentos tudo estava bem,
A festa estava linda
E a olímpica contenda não dissipou,
Os bons perfumes e a alegria das celestes comemorações!

Afinal de contas, atravessara constelações de estrelas,
As mais diversas, grandes, pequenas
Acompanhou de perto, explosões
Fagulhas de criações
Um universo em expansão
Negros buracos abismais,
A engolirem pequenos universos
Em seu interior indevassável

Estrelas a sondá-lo, rondá-lo
Nebulosas, cometas
Muitas luzes, mil sóis
Entre tantos satélites a irradiarem vida e luz!

E os míticos seres a se afastarem
E a jovem donzela acompanhada,
Adormecendo em verdes campos
A acordar sobressaltada,
Percebe que sozinha está,
Está sozinha a caminhar por campos
Ermas paragens,
Pessoas poucas a habitarem o lugar
A moça desolada a andar
Percorre caminhos floridos e ensolarados,
Outros por vezes sombrios e desolados
Vazios das gentes

Cenários tristes, misérias humanas
Fome de conhecimento, fome de afeto
Miséria afetiva, miséria material
E a moça a se indagar qual delas seria a pior
Não tendo resposta para tal indagação

O lindo vestido que por ora usava
Agora em andrajos se transformara
A riqueza de outrora tão rico ambiente
Adiante a se transformar em pobreza
Quase que a revelar o que por dentro se passava de sua alma
Dor trespassada

E a moça a correr em meio a campo de flores
Algumas delas cobertas de espinhos
E a ferir sua pele em tão áspera superfície
O sangue a correr de suas veias,
E a jorrarem para fora de si,
Tingindo as brancas e claras pétalas, de rubro;
O vermelho tinto de seu sangue
E a exaustão a ruborizar sua face
E o corpo exausto a deitar o chão
E as cicatrizes de antigas feridas
A lhe recordarem tristes momentos
A reabrirem em chagas,
Dolorosas passagens

As dores da alma, quase que a tatuarem o corpo
A frágil pele a sentir as vicissitudes do tempo
As invejas primeiras, as maldades, a competições,
As rivalidades, a luta pela sobrevivência,
A difícil convivência, as brigas, as lutas,
As contendas, as mágoas, as dores, as feridas
As feridas do tempo,
As vivências sentidas!

As lágrimas a correrem dos olhos adormecidos
E as lembranças a percorrerem seu semblante
As brigas de irmãs, os desentendimentos
As incompreensões de familiares, conhecidos e amigos
As tristezas e as mágoas
Até se chegar a um entendimento,
Longo e demorado!

As reconciliações,
O tempo a passar,
A natureza a florir
Os campos verdes, cobertos de flores
As árvores a encherem de sombras o caminho
As águas correntes,
Os passarinhos a percorrerem os campos

E a menina a despertar,
A enxugar os olhos úmidos
E contemplando a beleza do cenário,
A se acalmar
Com o tempo, o sol se despediu
A noite despejou seus tons escuros

As estrelas começaram a surgir no firmamento,
Junto a uma lua altaneira
E os vagalumes a tremeluzir,
A caminhar por entre a noite

E a moça a se levantar
A tocar de leve o rosto
E a continuar seu caminho
Com leves passos
A circundar as cidades, os prédios, as construções
As estátuas, os monumentos

A moça a contemplar de longe algumas brigas,
Pequenos furtos
As conduções, carros, ônibus
Sentada num banco de uma praça aprazível

A moça observou crianças correndo atrás de pombos;
Uma se aproximou deixando-lhe uma flor,
E a jovem sorriu

Por onde passava, as pessoas cumprimentavam
E aos poucos, a noite começou a se dissipar
E o sol a surgir
As primeiras luzes do dia a aparecer

E a moça que veio de longe
A contemplar um sol em seu peito
Em contraste as tristezas passadas,
Um sorriso a enfeitar os lábios
E os dentes brancos a se mostrarem por inteiro
Como as pérolas de um colar

E a jovem a lembrar-se das tristezas passadas,
Sem amargura,
E a sorrir dos belos momentos
E mesmo um tanto tristonha,
A recordar os momentos difíceis
A ter por eles menos tristeza
A melancolia a se distanciar de seu ser
E aos poucos, as feridas do seu peito a cicatrizarem
E os rasgos e machucados a se fecharem,
As feridas a cicatrizarem
E finalmente, se curarem

E a festa nos céus, a prosseguir
E os andrajos de outrora,
Em longo de seu caminhar
A se transformar em lindas vestes
E nos mais felizes momentos,
Transformados nas mais lindas roupas
Como a mostrar o que havia de melhor dentro de si
Seu lado mais bonito e mais feliz!

Ao chegar até a exuberância dos céus
A novamente trajar vestes diáfanas
Linda saia esvoaçante, ornada por uma leve blusa
Sapatos lindos com as coisas mais simples
Diadema de flores em cabelos semi-presos
E as jóias conquistadas ao longo de uma nova vivência,
A ornarem tão altaneiro colo branco

Um sorriso a emoldurar os lábios
E belas presenças a lhe dizerem boas vindas
A abrir imenso portão
Como a dizer-lhe ser aquele seu lugar
Morada, ainda que temporária
A encontrar por lá, suas melhores lembranças
Grandes amigos, reencontros de pessoas queridas
Lágrimas, sorrisos e abraços

E a festa nos céus,
A se fazer cada vez mais grandiosa
E a moça a valsar
O bailado e a orquestra prosseguiram noite adentro
A madrugada foi sonora
No eterno baile dos céus
A rivalizarem com as olímpicas festas!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

CÉU IMAGINÁRIO

Fico eu a imaginar, como será
Imaginário céu dos despedidos desta vida terrena

Passeios paradisíacos a esperar
Eterna contemplação de um céu sem igual?
Creio que não

A vida eterna será muito mais que um eterno contemplar
O nada
As manifestações celestiais
O ir e vir de anjos, arcanjos e demais seres da hierarquia celeste
O toque de harpas
O ócio improdutivo
Veleidades, platitudes

Penso o céu ser muito mais que este céu imaginado
As religiões,
A ensinar uma existência perene em maravilhas
Será o céu mesmo assim?
Como será?

Constam em bíblicos ensinamentos
Que viemos do pó e ao pó retornaremos
Linguagem figurativa, repleta de significados
Volveremos a terra?
A nossa essência primal?

As crianças contemplam um céu de muitas formas
Acesso de helicóptero
Ou então, a conversar com São Pedro
Porteiro Celestial
A guardar as portas do céu
Imaginam ainda, um céu repleto de estrelas

O céu material, visto por quase todos
Dizem que São Pedro, quando zangado
Arrasta as celestes mobílias
Produzindo pavorosos estrondos
Crendices?

Será que aos nos despedirmos
Ó alma minha
Iremos encontrar queridos parentes?
Ou teremos que nos contentar com a eterna distância?
Oh, céus!
Quantas dúvidas!

Eu, por meu turno
Espero um céu diverso,
Não um lugar unicamente de contemplação
Com anjos e arcanjos, a percorrerem os planos superiores
A tocarem harpa
E os recém ingressos
Em eterna e ociosa contemplação
A admirar a beleza da hierarquia celeste

Sinto este céu
Deveras monótono
Creio eu, em um céu de maiores esclarecimentos
Sim passeios por lindos lugares
Exuberante natureza
Ainda mais dadivosa que a natura terrena

Flores e plantas em profusão
Lagos e rios, muito verde
Serenidade
Luz penetrante

Não somente a luz que ilumina ambientes
A luz também do saber
Do conhecimento e do entendimento

A fraternidade entre os povos
Não alcançada na terra
Finalmente encontrada nas esferas celestes

Judeus e muçulmanos no mesmo céu
Demais povos belicosos
A se cumprimentaram amavelmente

Inimigos mortais em outros tempos
A se abraçarem,
Irmanando-se em uma corrente de bons pensamentos.

A ausência de maus entendidos
Palavras mal ditas e incompreensões
Presença diuturna de palavras afáveis, amáveis
Tolerância
Respeito
Consideração

A aplicação prática
Do mais caro preceito
Respeitar ao próximo como a ti mesmo
E não fazer aos outros, o que não gostaríamos que fizessem a nós

Ó mundo terreno,
Tão carente de afeto e respeito
Como precisamos evoluir ainda
Como diz o poeta
Somos ainda diminutos

Pequenas partículas na imensidade do cosmos
Poeiras cósmicas dispersas pelo espaço
Poeira de estrelas
Grãos de areia na imensidade do mundo
Mundo, vasto mundo
Mundo, muito maior que o mundo que nos é dado ver

Somos todos irmãos
Pequenas parcelas de divindade
Pequenas deidades
Quando da criação deste pequeno mundo
Onde insertos estamos

Formas microscópicas de vida
A Terra, disforme planeta
Em ebulição, a abrigar elevadas temperaturas
Com pouca ou nenhuma forma de vida

Neste primeiro momento
A seguir, um gradativo resfriamento
As primeiras manifestações de vida
Resfriamento de magmas formas
Brutas, desenvolvimento do interior do firmamento

Em rico contraste
Formas frágeis, delicadas
A darem azo a criação de gigantescas criaturas
Devir, constante movimento
Mudança
Cataclismas
Crises, para darem ensejo a novas criações

Até que surgiu o homem
Rudimentar
Ser que aos poucos, evoluiu intelectualmente
Tristemente prescindindo do conhecimento espiritual
O alimento do espírito

Quantas tragédias
Brutalidade, violência
Falta de amor ao seu semelhante

Que pena!
O mundo é maravilhoso
A vida é bela

Tudo fora feito para nosso uso
Este poderia ser o nosso céu
Quem sabe um dia não será?

Se aqui estamos para evoluir
Espero os melhores votos
As idéias mais edificantes
No plano da concretude
O bem, materializado no coração de todos os homens
As crianças, as mulheres
Todos merecem amor e serem amados

A criança, causa inicial de grandes realizações
A se tornar esplendoroso adulto
Exercendo suas potencialidades

Nada de idéias de bem, a ser desperdiçadas em campos estéreis,
De vidas desperdiçadas, subaproveitadas

Todos a terem iguais oportunidades
A poderem se realizar enquanto seres humanos

Lindo este mundo
Espero que já esteja próximo
E que tenhamos a ventura de alcançá-lo
Afinal, se é verdade que o ser humano está condenado a eterna felicidade
Por que privá-lo momentaneamente disto?
Todos tem direito a sua parcela no quinhão da felicidade.

Todos tem como missão o mútuo entendimento
A fraternidade é um princípio universal
Elemento de manutenção de todas as coisas

Chega do espírito dominador
A lobrigar conquistas
A conquistar vasto império material
Impor-se a outros povos, outras culturas
Dizimações, eliminações de conhecimentos
Crueldades, atrocidades

O conhecimento não deve ser abrigo de poucos privilegiados
Deve ser compartido, dividido
O conhecimento elimina barreiras

Aproxima as pessoas, os povos
Elide desentendimentos
Apaga intolerâncias, afastas preconceitos
Em respeito ao conceito religioso
Amar-vos uns aos outros, como se fora a nós mesmos

Mas como amar alguém tão diferente a nós?
Tão refratário a aproximações e entendimentos?
Ainda não lobriguei descobrir a resposta

Com efeito, o caminho não importa
Contato que cheguemos ao esperado destino
Tudo é jornada para se chegar
A pretenso e elevado destino
Afinal, nascemos, crescemos, nos desenvolvemos
E depois do longo processo
Temos que nos despedir do mundo

Mundo material que nos serviu de abrigo
Morada temporária
Para com isto habitar um céu

Será um céu etéreo?
Qual sua matéria?
Fluídica?
Ou sem matéria?
Durante a jornada, seremos conduzidos por anjos,
Colaboradores celestiais?

Ou será a jornada, solitária?
Seremos bem amparados, bem acolhidos no seio do Senhor?
Quem nos receberá?

São Pedro, com suas chaves
A exigir a prestação de contas
Na contabilidade de nossos atos
Ou será o céu algo menos solene?

Creio que no céu existe contemplação
Belezas mil
Paz e harmonia
Mas existe também, trabalho
Lida diária, trabalho árduo
No caminho do bem

Imagino um céu repleto de conhecimento
Onde o saber é franqueado a todos
Não existindo barreiras ao entendimento
Feito de forma gradativa

Quem sabe não encontraremos
Grandes personalidades que contribuíram
Em grande forma
Para o desenvolvimento de nosso mundo material?

A ventura de discutir filosofia
Em verdes campos livres
Como nos tempos primeiros da disciplina na Terra

Quem sabe os grandes mestres a nos ensinar
Os preciosos conceitos doutrinários
A essência do que somos
Para onde iremos

Se aquele será nosso final destino
A causa primeira de todas as coisas

Sócrates, a demonstrar
Em toda a humildade de seu ser
Que não devemos ter a pretensão de nos julgarmos
Detentores de todo o conhecimento do mundo

Isto por que, por mais instruídos
Que sejamos, nada alcança a imensidão do universo
As causas primárias que deram origem
Ao cosmos e a todas as coisas que existem
Não devemos ignorar
Que o universo é maior que supomos
Formas diversas de vida

Desconhecidas por nós
Ocioso dizer que nada sabemos

Humildade é reconhecer-se ignorante das coisas do mundo

Platão a desvendar as sombras
De um mundo que nada mais era
Que nada mais é, que a incompleta tradução de um mundo ideal
Cópia imperfeita de um mundo de idéias perfeitas
Mundo de sombras
Fico eu, a imaginar a perfeição deste mundo ideal

Se a Terra, pálida cópia deste mundo
É pródiga em maravilhas
Natureza exuberante

Paisagens belíssimas
Geleiras azuladas,
Desertos imensos, em sua beleza de areia e vento dourados
Mares bravios
Em muitos lugares,
Natureza selvática

Em que pese a degradação do sofrido planeta
Muita beleza ainda resta para ser contemplada
Cuidada e preservada
Como será o mundo das idéias
Tão propalado pelo filósofo?
Mais belo entre os filósofos
E mais linda ainda, era sua filosofia
Linda doutrina endereçada ao esclarecimento

Quem mais, encontrarei em meu caminhar?
Russeau a desvendar
O contrato social, e o mito do bom selvagem
Esclareceu em bom tom
Que o homem não nasce mal
E sim é conduzido isto

Será de fato?
Ninguém nascerá ruim?
Que a essência humana é boa?
Caso o seja, por que tanta maldade no mundo?
Estaremos nós então, a fugirmos
Da nossa essência natural?

Hobbes, pessimista, a dizer que
O homem é deverasmente o lobo do homem
Quem será que tem razão?
O homem será de fato
Ruim em essência, ou não?
Será que caminhamos para uma evolução?

Dizem que trazemos em nós
Desde o início de nossas frágeis existências
O cerne da origem do mundo
Da formação dos seres
Nascemos em meio líquido
Para lembramos da origem dos primeiros seres
A criação terrena
Evoluímos de um simples embrião
Para um complexo ser

Inicialmente frágeis bebês
Transformados em adultos
Adultos que foram crianças
Pequenos
Dependentes
Seres a se transformar
Como o mundo se formou
Tudo cabendo dentro e fora de si

Toda a história do mundo em nossos gens
Toda a história do mundo ao nosso redor

Céu, quantas suposições quanto a sua existência!
Será deverasmente belo?
Como será?

Estudos em profusão
Grandes mestres
Literatos, intelectuais

Como gostaria de ver o céu assim
Um ambiente destinado ao conhecimento
Ao eterno aprender
Aprender os mistérios da vida e da morte corpórea
Um eterno preparar para novas idas e vindas

Bibliotecas,
Conversas
Diletantes a discutir filosofia
Teologia, biologia, literatura, medicina
Nenhum conhecimento obstaculizado
Ver o mundo do conhecimento em maravilhas
Desvelar pouco a pouco
Mistérios até então insondáveis

Fortalezas inexpugnáveis do saber
Protegidas contra a fome do conhecimento
Gostaria de sabê-las as escancaras

Lindo, o universo do conhecimento
A beleza do mundo a se materializar diante de nós
Em verdes campos
Filosóficas discussões
Pessoas abertas ao saber
Descobrindo eterno manancial de prazer
Maravilhas!

Conhecimento a plasmar belezas inimagináveis!
Como sonho com um céu assim
De trabalho, é claro
Mas também de amizades, de venturas
De saber, de cultura

Conhecimento das coisas da terra, e das coisas etéreas
Eternas verdades universais
Aquisição de sapiência e sabedoria

Será este céu, um céu real?
Ou será apenas,
Um céu imaginário?
Um céu a povoar meus pensamentos,
Minha imaginação?

Assim espero que o seja
E não um eterno campo verdejante,
Onde passaremos a eternidade a contemplar
Beleza exuberantes,
Natureza esplendorosa
Mas sem nenhuma utilidade,
Apenas um eterno contemplar

Seria uma pena se assim o fora
Um eterno penar assolaria, a todos que não pudessem penetrar
Este céu, magnífico céu
Condenados eternamente a inclemência
Afinal Deus não é amor?
Assim o creio
Desta feita, todos terão iguais oportunidades de evolução

E aprendizado
Deus é justo, e de outra forma não o faria
Creio num Deus diverso do ensinado pelas religiões

Deus está em nós, quando somos considerados advindos dele
Deus está em todos os lugares
Em cada manifestação da natureza
Em cada gesto humano

Então não distamos de Deus
Em havendo separação,
Esta é apenas momentânea

E o céu pensado, não é um céu imaginário

Assim o creio
Um céu verdadeiro
Cheio de verdade, fraternidade e luz
Amém!

DICIONÁRIO:
Lobrigar verbo 1. transitivo direto - enxergar com dificuldade na escuridão ou penumbra; ver a custo; entrever. "Lobrigamos o atalho por entre vastos arbustos"
2. transitivo direto - ver por acaso, avistar.

Significado de Elide - Elide vem do verbo elidir. O mesmo que: elimina, oculta, omite, tira, apaga, corta, exclui, expunge, retira. Significado de elidir: Fazer com que desapareça por completo; eliminar: o governo elidiu os impostos.
Etimologia (origem da palavra elidir). Do latim elidere.


Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Oceano

Oceano, imenso reservatório de água
Repouso da vida marinha
Água repleta de sal
A acolher diversas formas do viver
Lendas e crendices

Siris a fazerem suas tocas a beira mar
Conchas com seus formatos vários
Onde vivem moluscos,
Recém saídos destas

Conchas várias, diversas
A enfeitarem as areias do mar
Mares e vidas, com seus usos e fazeres

Fábrico de canoas,
Com o tronco de apenas uma árvore
Trabalho artesanal,
Cortado com motosserra,
E esculpido com machado
A lembrar antigos dizeres:

Com quantos paus se faz uma canoa?
Como a pesca em suas várias formas
Entre elas:

Acender de luzes, para atrair lulas;
Redes de arrasto para pescar camarões
Onde nesta leva outros seres são pescados

Peixe voador, a ser atraído
Com o óleo lançado sobre ás águas,
Por sua claridade
Peixe exótico,
Cujas ovas são preparadas,
E vendidas como fina iguaria
Caviar de terras brasileiras

Possuí nadadeiras a lembrar asas
Que planam, saltando das águas
Ao sentirem-se ameaçados

Em antiga matéria televisiva
A mostrar como se constrói,
Grandes barcos em madeiras
Processo caro, artesanal, demorado
Mas resultando em magníficas construções

Redes de pesca trançadas,
Fazendas marinhas
Onde são criadas ostras,
Em conchas onde surgem lindas pérolas
Em outras são criados mariscos, vieiras
Vivendo em recipientes,
De onde são retiradas
Quando atingem o tamanho ideal para consumo

Seres criados em ambientes limpos
Pesca artesanal em muitos casos,
A ser orientada por pescadores
Que do alto de montes,
Avisam os pescadores,
Onde se encontram os cardumes de peixes

A competirem com a pesca industrial
Com barcos enormes
Onde se pesca muito mais

E a sofrerem com a desvalorização do preço,
Do produto pescado
De onde retiram,
Módicas somas para o sustento
O qual é vendido a somas vultosas,
Para os consumidores

Oceano de mar aberto,
Águas limpas, azuis, de verde esmeralda
Cercada de paredes de pedra

Canoas, barcos
Pescadores a lançarem suas redes ao mar,
A saírem cedo para pescar
A seguirem por horas mar adentro
Até encontrar um bom local para pescar

Passeios de escunas por ilhas
Com fortes, canhões,
E antigas construções coloniais
A avistar golfinhos

Em mares cariocas,
Pinguins a mergulharem em suas águas
Oriundos da Patagônia
Pinguins de Magalhães

Litorais recortados de pedras
Lanchas e jet skis a ocuparem suas águas
Balsas a transportarem carros

Cidade de construções coloniais
Circundada por um lindo e exuberante mar
Na Lagoa da Conceição,
As rendas de bilro de uma Santa Catarina,
Dunas a encobrirem praias

Em lugares outros,
A existir estrutura para se vender os peixes
Recém pescados

Tendo o canal com os barcos ao fundo
E as embarcações são coloridas
Em caminhadas pela praia
Se pode avistar a iluminação dos barcos,

Ao cair da noite
Avistar suas cores e o seu balanço
Mergulho em meio a cenário de tubarões
E belíssimos cardumes,
De peixes grandes e coloridos

Em outras paragens,
Mergulhos em embarcações afundadas
Repletas de corais e vida marinha

Sendo que de dia já pude avistar vários barcos,

Próximos da praia,

Em Fernando de Noronha,

Lugares alguns visitados pessoalmente,
Outros somente em leituras,
Ou por matérias televisivas
Mas todos igualmente apreendidos e admirados

Quem dera pudesse avistá-los todos
Diante de meus olhos, e ao contato de meus pés
Caiçaras a viverem de modo simples
Em suas casas modestas
A tecerem suas redes de pesca
E a lançarem a trama no mar
A cultivarem algas, pescarem peixes,
Criarem moluscos e vieiras,
A construírem suas barcas

Navegarem por mares bravios
Como em antigas jangadas, canoas
Barcos de pesca, com seus batentes coloridos
E seus nomes sugestivos
A avistarem sereias
As quais segundo dizem,
Nada mais eram que marinheiros,
Descansando de longas jornadas
E surpreendidos pela maré alta
Acabavam por morrerem afogados

História de naufrágios
De passageiros pulando no mar,
Sendo impiedosamente lançados,
Contra os paredões de pedras
E assim inevitavelmente perecendo

Navios objetos de explorações,
Revirados, a servirem de morada de peixes diversos
Corais a enfeitarem as estruturas do barco
Entre outros seres,
Até os temidos tubarões,
E suas mais diversificadas espécies
Histórias de tesouros escondidos,
Assombrações

Invasões de piratas no litoral brasileiro
Oceano de paisagens diversas,
Com muitas lendas e histórias
Muito ainda se tem para contar
Em suas ainda preservadas,
Lindas e imponentes reservas

Manguezais, passeios de barco pela Baía
Projetos de despoluição
Tantos sonhos, tanta coisa por fazer
E um oceano de causos para contar

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Recados

Inscrito em uma geladeira,
Cenário de divertida novela
Em fundo animado e colorido,
Estão os dizeres:
“A arte existe,
Para que a realidade não nos destrua”

Belo pensamento
A nos alertar o quanto precisamos da arte
Em nossos dias
A poesia a permear os belos momentos de nossas vidas

Para não sermos reduzidos
A pequenez cotidiana,
Os prosaicos problemas
A sermos seres medíocres,
Sempre seguindo o rebanho
Agindo sempre da forma como se espera

Pois como dizia o filósofo Descartes:
“Penso, Logo Existo”
E se eu existo,
Insisto em procurar uma melhor forma de viver

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

É a Vida

Enquanto isto, a vida prossegue viajante
Estudos diversos
Sinalizações semafóricas, multas apreensões
Correrias diárias

Viagens diversas
Trolebus, trem e metrôs
A deparar-me com vários ipês floridos
Chaminés de antigas fábricas,
Quase todas pichadas

O que é passível de multa?
Por que a Constituição é a Lei Maior?
Por que o viver é tão difícil?
Por que necessidade temos,
De escolher sempre o caminho mais difícil?
Por que não podemos aprender,
Da maneira mais suave e menos penosa?

Isto é fácil de se comprovar isto,
Verificando-se o trânsito
Onde muitos só pensam em levar vantagem
E só respeitam a sinalização de trânsito,
Quando há o risco de ser multado
Acaso não seria mais fácil se respeitar
A sinalização semafórica, as placas?

Parece que não, pois muitos as violam
Sinto que há um prazer em burlar as leis
E que isto causa mais efeito,
Do que proporciona vantagens efetivas
Mas ninguém parece se importar com isto
O importante é levar alguma vantagem
Por pequena que seja,
E assim, o que poderia ser fácil
Torna-se difícil

Fazer o que, é a vida
Devemos com isto aprender
E lidar com este tipo de situação
Da maneira que for possível
E assim, fico a ouvir minhas músicas,
Em meu fone de ouvido
A ler minhas provas, manuais de direção
De forma a ocupar meu tempo

Aproveitando a viagem diária
E tentando me aborrecer menos
Embora ás vezes isto pareça impossível

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

E a Lua Continua, Sempre Ela

A lua e as estrelas continuam
A compor um cenário de embelezamento
Juntamente com diversos ipês roxos floridos
Que me acompanham em meu caminho
Das andanças diárias

Ora aparecendo crescente
Deitada a dormir em leito lácteo
Por vezes surge,
Em dia claro em todo o seu esplendor
Agora em formato esférico
Com toda a sua beleza e brancura

Estrelas por vezes,
Insistem em mostrar seu brilho e beleza
Em horizontes tão fautos em brilho
Algumas mostram intenso esplendor
Lindas, compõe um bonito cenário
Para encanto dos meus dias fugidios

E a lua a caminhar pela abóbada celeste
A cada dia se mostra em posição mais elevada
Hoje mostrou-se branca, redonda e linda
Por detrás de um belo prédio azul
Em plena claridade dos dias!

Prédio de um azul vívido
Que em tempos de antanho,
Provavelmente servira de fábrica
Tendo em vista a construção lembrar antigo galpão

Memória da cidade de São Paulo,
A ser revisitada
E antigos prédios e construções,
A serem mantidos e utilizados para finalidades outras
Alguns a virar cenário,
De peças de teatro experimental

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Parabéns ao(a) aniversariante do dia

“Parabéns a você,
Nesta data querida

Muitas felicidades,
Muitos anos de vida

Em suas muitas realizações enfindas!
Felicidades, por que hoje é o seu dia
Parabéns para você”

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.