Poesias

segunda-feira, 13 de julho de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 81

CAPÍTULO 81 

O morador, percebendo o interesse dos turistas, aproveitou para contar mais uma lenda, só que nesta, originária da Ilha Adana, no meio do Rio Negro, uma bela índia Abaré, vive abraçada por duas corredeiras – os índios Buburi e Curucui.
Disputada pelos dois apaixonados, Adana caiu na água, afogou-se e virou ilha.
Com isso, terminados os passeios pelos arredores, novamente os cinco turistas partiram.
A bordo de uma aeronave, avistaram do céu, o Pico da Neblina.
Situado a 3014 metros de altitude, mesmo das alturas, parecia impressionante.
Em Juruá, no Amazonas, Agemiro mostrou aos colegas de viagem, uma sonda de perfuração de gás.
Os turistas viram ainda, a região do Xingu, e os índios se preparando para algum ritual.
Pelas janelas do aparelho, os turistas viam tudo isso, dado o fato de o monomotor estar voando baixo, propositalmente.
Isso por que, era intenção do piloto, fazer com os turistas conhecessem toda região pelas alturas.
Com isso, por semanas, entre pousos e decolagens, os turistas puderam conhecer toda a região.
Nesse rasante pela região puderam avistar ainda, a densidade da floresta, bem como algumas tribos.
Mesmo ao longe, os turistas, se admiraram com a vegetação equatorial e exuberante da Floresta Amazônica.
Na Bacia Amazônica, o clima úmido e quente propicia uma fauna e uma flora riquíssimas.
Em seguida, passaram pela região do extenso paraná com o médio Rio Amazonas.
Depois, avistaram a Ilha de Marajó, uma extensa ilha fluvial, na foz do Rio Amazonas.
A essa altura, os turistas decidiram então alugar um barco e fazer um passeio pela região.
A travessia é longa, são seis horas no balanço das águas do Rio Amazonas, que se misturam ás águas do Rio Tocantins.
Quase na hora do almoço, a ilha surge de baixo de um enorme arcoíris, que de tão grande, impressiona os turistas.
O aludido arco-íris, parece um pórtico colorido nesta terra de águas.
Na Cachoeira do Arari, vê-se um pequeno povoado construído em cima de palafitas.
No porto de terra e madeira, centena de canoas, montarias, barcos, casquinhos, botes, botinhos, voadeiras – nomes, os mais diversos.
Nas chuvas, com o lago cheio, só se pode viver em palafitas.
Na seca o lago vai embora, virando poças ao longe, as quais viram um barro esturricado com cheiro de peixe morto.
Num enorme rancho de pau roliço, coberto por folhas de palmeiras, há uma pensão com lugar para se atar a rede e comida farta.
Muito peixe e farinha de mandioca.
Nisso a chuva volta a cair, miúda.
O arco-íris continua vivo.
Nisso, um grupo de meninos ajeita alguns cestos e couros em cima de alguns búfalos de chifres longos.
Esses meninos vão buscar potes e pratos enfeitados com desenhos vermelhos negros – a típica cerâmica marajoara.
Uma cerâmcia feita por gente que perdeu suas raízes étnicas, mas que, por alguma razão, conserva a estética.
Os oleiros são em sua grande maioria, cafuzos – mistura de negro e índios –, mas também vivos, os desenhos geométricos, que são marcas familiares.
Durante o entardecer os homens pescam, e as mulheres tomam banho no rio, ensaboando a cabeça.
Aos sábados há música nos botecos das ruas de terra.
Também muita gentileza, e uma doçura nas atitudes e nas conversas que cativam o mais distante e empedernido turista.
Os turistas, admirados com a simplicidade do lugar, resolveram ficar uma semana.
Nesta semana, pescaram, montaram num búfalo manso, aprenderam a moldar um vaso, se encantaram incontáveis vezes com o nascer do sol em meio a fina chuva, e comeram uma dezena de peixes de diferentes maneiras.
Por fim, veio a despedida, e como reza a lenda do lugar, todos os barcos tem nomes masculinos. Somente as lanchas tem nomes de mulher.
E é nessa partida que se vê o mesmo arco-íris esplendoroso que se avista na chegada.
Em razão de ser época de chuvas, uma fina garoa persegue os turistas durante o retorno da viagem.
Com isso voltaram para a aeronave.
Próximo ao Rio Acre, puderam avistar a capital, que de tão pequena, lembrava pequenos pontilhados no horizontes.
Porém, conforme foram se aproximando, puderam ver duas rampas que davam acesso aos barcos que estavam no rio.
Quando então aterrissaram e puderam apreciar a terra generosa, foram logo cumprimentados pelo povo acolhedor da localidade.
Com isso, aproveitando a mudança de ares, visitaram o Palácio do Rio Branco, edifício onde está instalada a sede do governo do estado do Acre.
Em Rio Branco – a capital do estado –, puderam conhecer o Palácio da Justiça.
Já em Tarauacá, conheceram a Igreja de São José, toda feita em madeira e com telhado coberto com palha.
Aliás, como todas as construções da região, que seguiam o mesmo estilo.
Depois de muito caminhar e de muitos passeios pelas cidades vizinhas, os turistas aproveitaram para descansar em uma das pousadas que haviam por lá.
Mais tarde, aproveitaram para conhecer o Museu da Borracha.
Lá, tudo o que se pode imaginar foi confeccionado em borracha – desde brinquedos, até botas e bolsas.
Na Casa do Seringueiro, documentos e fotos sobre o trabalho de extração do látex e da colheita da castanha.
Lá também se pode ver a reprodução da casa do líder seringueiro Chico Mendes e seus objetos pessoais.
Ao passearem pelo Rio Acre, avistaram a Gameleira – frondosa árvore centenária da região.
Fica na curva do rio, lugar onde a capital Rio Branco nasceu.
Em visitando a Catedral Nossa Senhora de Nazaré, descobriram que a mesma, inaugurada em 1959, lembra uma basílica romana.
Nela, vitrais coloridos lembram as cenas da via-crúcis.
Na Igrejinha de Ferro, verificaram que a capela dos recos é feita de chapas de ferro galvanizado pré-fabricadas na Alemanha.
Na Estação de Piscicultura Dário Ramos, os turistas conheceram o centro de reprodução de peixes regionais, como o tambaqui e o curimatã.
No dia seguinte, os turistas foram visitar alguns seringuais, existentes na região.
Nesses locais, o processo de extração do látex, é o mesmo de há um século.
De madrugada o seringueiro sai com sua faca de seringa, muitas cuias e lanterna para sangrar as árvores.
À tarde, recolhe o látex das cuias presas aos troncos.
Em casa prepara a borracha para a venda.
Ao passearem no Plácido de Castro, os turistas se deslumbraram com uma profusão de praias selvagens de areias finas e águas mansas.
Realizando passeios de canoa pelo Rio Abunã – paraíso do boto-cor-de-rosa –, os cinco viajantes se deslumbraram com a vistosa paisagem.
Em caminhadas pelo Parque Ecológico, os rapazes avistaram castanheiras, seringueiras e angelins.
Mais tarde no Tentamen, os turistas se esbaldaram dançando e jogando um pouco.
Nos dias que advieram, os turistas se divertiram no Bebódromo.
Largo com barezinhos de alvenaria, decorado com pinturas regionais, era um bom lugar para recarregar as baterias, depois de dias de muito passeio.
Após, passeando às margens do Rio Acre, os turistas puderam conhecer um pouco mais sobre a história da cidade.
Isso por que, ali naquela região, existem muitas construções do final do século XIX.
Em meio a essas construções, um casario deteriorado é o atestado de pobreza dos seringueiros.
Também nessa região, os turistas fizeram um passeio, percorrendo as trilhas da região no Horto Florestal.
Por fim, ao término dos passeios, os turistas novamente partiram.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 80

CAPÍTULO 80 

Com isso, depois de ouvirem as muitas lendas que os nativos tinham para contar, Lúcio, Fábio, Flávio, Felipe e Agemiro, foram se recolher.
Isso por que, muito embora tivessem ido dormir tarde, tinham que, antes de partir, conhecer o Lago do Cuniã.
Assim o fizeram.
Logo ao se levantarem, trataram de se vestir e despedir do povo hospitaleiro que os acolheu tão bem.
Depois, por meio de barco, pelo mesmo Rio Madeira, continuaram a percorrer as matas, até que finalmente avistaram a reserva biológica, possuidora de uma grande variedade de peixes.
Em seguida, passaram por formações rochosas, cordilheiras e cachoeiras.
Nesse ponto aproveitaram para parar um pouco e fazerem alguns mergulhos.
Por fim, retornaram de barco para o ponto de partida.
Porém, no percurso, qual não foi a surpresa dos rapazes, ao verem uma linda procissão fluvial. Curiosos, tentaram se aproximar para saber do que se tratava.
Contudo, não conseguiram se aproximar muito.
Mas apesar disso, conseguiram descobrir do que se tratava.
Era uma procissão em homenagem a São Pedro e percorria o Rio Madeira, bem como o Rio Mamoré.
E assim, muito embora tenham sido convidados para acompanhar a procissão, os mesmos gentilmente declinaram do convite.
Estavam exaustos com a viagem que fizeram.
Mas não o suficiente para não observarem um pouco a procissão.
Os pescadores, vestidos de branco, enfeitavam seus barcos especialmente para a ocasião.
E com isso faziam uma linda procissão.
Porém, para os cinco turistas, já era mais do que hora de voltarem, para Porto Velho.
Além de descansar, precisavam conhecer o Porto e depois seguir viagem.
E assim o fizeram.
Ao completarem os planos de viagem pela região, prosseguiram viagem para outras localidades.
Ao largo do Rio Amazonas, a bordo de um monomotor, também puderam ver povoações ribeirinhas acomodadas em regiões elevadas, em áreas não inundadas pelas enchentes.
As construções embora simples, pareciam resistentes.
Deslumbrados, puderam ver ainda, uma vasta área de floresta aquática.
Uma visão impressionante.
Também avistaram a Rodovia Transamazônica, ou pelo menos trecho dela.
Durante o percurso, desceram no município de São Gabriel da Cachoeira, onde conheceram o Morro da Fortaleza.
Neste museu, encontram-se trincheiras do forte de 1763.
A atração é a pedra da Anta e seus estranhos desenhos em alto relevo.
Nestes desenhos tem: vísceras de animais, um pernil e pegadas humanas.
Algumas lendas alusivas ao local, esclarecem que se tratam de restos petrificados de uma anta que regalou uma tribo faminta que vagava pela região.
Conheceram também, o Morro da Boa Esperança.
Na subida deste morro, painéis de azulejos na rocha relatam a via-crúcis.
No alto estão as Capelas de Nossa Senhora Auxiliadora e do Cristo Crucificado.
Ao lado delas, duas pedras gigantescas se equilibram em outras menores.
Estas pedras foram trazidas do Rio Negro por dois índios que disputavam quem era o mais forte, diz a lenda.
Na Serra da Bela Adormecida, as montanhas desenham o perfil da bela do referido conto de fadas, com seus seios fartos e cabelos compridos, que adormece longe da cidade esperando pacientemente pelo príncipe.
Esta é uma bela formação natural que pode perfeitamente ser apreciada da fortaleza.
O que os cinco turistas fizeram.
Depois, foram a Praia, no Rio Negro.
De areia branca e águas geladas por causa dos riachos que descem do Pico da Neblina, não era nem um pouco convidativa para um mergulho.
Não bastasse isso, o rio, apesar de aparentemente manso, possuí uma correnteza forte e traiçoeira.
Contudo, perto dali, estava a Palhoça da Graça, que serve aperitivo e cervejinhas.
Lá sentados, enquanto bebiam e beliscavam uns petiscos, os cinco rapazes aproveitavam para se deslumbrarem com a bela paisagem do local.
Depois, dando continuidade ao passeio, chegaram num ponto conhecido como Linha do Equador.
Na estrada, uma placa e um bloco de concreto revelam onde passa a linha imaginária que divide a terra em duas partes, e que também demarcam o Parque Nacional do Pico da Neblina.
Com isso, os turistas, impressionados com a capacidade do ser humano de criar soluções para os problemas do cotidiano.
Puderam observar que os raios de sol que incidem sobre a região, estão sempre em linha reta.
Em seus passeios pela região, os turistas também conheceram, a Aldeias Tucanos, onde Ianomâmis e Banivas vivem no Alto Rio Negro.
Nestas aldeias são mantidos os antigos costumes dos primeiros indígenas.
Assim, por meio das voadeiras – como são conhecidos os barcos com motor de popa que circulam pela região –, os turistas puderam ver de longe os indígenas e as aldeias.
Também, aproveitando o passeio, puderam apreciar toda a natureza da região.
Era realmente uma paisagem repousante.
Muito embora os habitantes da região fossem conservacionistas, nada impedia visitas ao lugar.
Porém, para visitarem o lugar, necessária se faz autorização da Funai.
Coisa que os cinco viajantes providenciaram logo que chegaram a região.
Aproveitando a viagem os cinco viajantes não perderam a oportunidade de conhecer mais sobre o folclore da região.
Por isso, quando um dos moradores do lugar se aproximou para contar sobre a ‘Lenda da Cobra Grande’, os turistas ouviram atentamente a narrativa.
A lenda era sobre a cobra gigante, que fora mais tarde petrificada, e hoje serve como lombada, que não deixava ninguém cruzar o Rio Negro, e engolia os valentões da tribo.
Com isso, os índios, percebendo que não adiantava medir forças com a estranha criatura, tiveram a seguinte idéia: amarraram um matapi – arapuca de tala de madeira –, caçaram o monstro e ele virou pedra.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 79

CAPÍTULO 79 

Por fim, os pescadores comentaram sobre a ‘Lenda de Tupi’.
Tupi, seria um dos heróis povoadores do Brasil indígena, vindo com seu irmão, Guarani, de remota e misteriosa região além-mar.
Segundo a lenda, ambos formaram uma nação, que se dissolveu por intrigas femininas.
Os irmãos, chamados Tupi e Guarani, viajando sobre o mar, elegeram ao Brasil, e com os seus filhos, povoaram o país.
Mas um papagaio falador fez nascer a discórdia entre as mulheres dos dois irmãos, donde surgiram a desavença e a separação, ficando Tupi na terra, enquanto Guarani e sua família emigraram para a região de La Plata.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 78

CAPÍTULO 78

 Em seguida, com a ‘Lenda de Tupã’, 67 os pescadores comentaram que os tupis o consideravam personagem ligado aos trovões, às tempestades, às chamas e aos raios, que lhe eram atribuídos.
Na mitologia Tupi-Guarani, entretanto, Tupã era um personagem de segunda ordem.
Tupã, para os índios, é apenas um demônio que provoca chuvas, raios e tempestades, tendo uma missão civilizadora entre os homens.
Os catecúmenos 68 é que, já no período da colonização, principiaram a valorizá-lo como entidade idêntica a Deus.

67 (N. do Webmaster: Ameríndio, índio da América). Tupã, é um mito ameríndio do grupo tupi-guarani, e, igualmente do ciclo dos heróis civilizadores pois era crença de que havia ensinado aos índios os primeiros rudimentos da agricultura.
68 (N. do Webmaster: Catecúmenos, aqueles que se preparam para receber o batismo; cristão novos).

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 77

CAPÍTULO 77

Depois, veio a tona a ‘Lenda do Quibungo’, personagem do folclore afro-brasileiro, duende
dos negros bantos. 

Segundo a lenda, o Quibungo é uma espécie de Bicho-Papão negro, um visitante africano inesperado que acabou por se domiciliar na Bahia, onde passou a fazer parte do folclore local. Trata-se de uma variação do Tutu e da Cuca, cuja principal função era disciplinar, pelo medo, as crianças rebeldes e relutantes em dormir cedo.
O Quibungo faz parte dos contos romanceados, sempre com um episódio trágico ou feliz, mas sem data que o localize no tempo. É um Velho do Saco para os meninos, um temível devorador de crianças, especialmente as desobedientes. Sem dúvida um meio eficaz de cobrar disciplina pela imposição do medo.
Não há nenhum testemunho ocular de sua existência, mas, em meio ao universo infantil, existe como concreto. Dentro dessas histórias tradicionais, contadas para as crianças inquietas ou teimosas, ele se arrasta como um fantasma faminto, como um feroz devorador de meninos e meninas que distanciam dos seus pais.
É personagem da literatura oral afro-brasileira, com cruel voracidade, enorme feiúra, brutalidade e inexistente finalidade moral.
O Quibungo é ao mesmo tempo homem e animal.
Espécie de lobo ou velho negro maltrapilho e faminto sujo e esfarrapado, um verdadeiro fantasma residente nos maiores temores infantis.

Extraído dos sites: https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/quibungo/ e https://www.sitededicas.com.br/folclore_quibungo.htm

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 76

CAPÍTULO 76

Também eles conheciam a ‘Lenda do Saci Pererê’.65
Negrinho de um pé só, com uma carapuça vermelha e cachimbo na boca.
É uma espécie de duende que vive de noite, a perturbar os viajantes e tropeiros, pedindo fumo e fazendo-os errar os caminhos.
E mesmo nos dias atuais, entre os roceiros, coloca-se fumo para o Saci nos galhos de árvores, a fim de afastar as suas diabruras.
Dizem que, de noite, faz trança nas crinas dos cavalos e costuma-se assobiar e gritar:
"Saci Pererê, minha perna dói como o quê!".
Tudo que se encontra revirado, da noite para o dia, nas fazendas do interior, é atribuído a esse pitoresco demônio do folclore Brasileiro.
Além disso, tem especial prazer em azedar o leite, gorar os ovos das galinhas e impedir o milho-pipoca de rebentar.
Porém ali na região, onde os índios ainda vivem, o primitivo mito 66 do Saci-Pererê, sobrevive sob forma do pássaro encantado Matinta Pereira, que traz desgraças e sofrimentos.
Porém, aos poucos, o Saci adquiriu feição de moleque brincalhão.
Outra transformação, que existe, e também é conhecida por alguns dos pescadores, é a versão de Romãozinho, também um negrinho notívago que faz estripulias nos terreiros e, às vezes, dentro das próprias casas.
Em torno desse personagem se formou uma lenda: Romãozinho era um negrinho desobediente e mau, que bateu em sua mãe, e foi condenado a perambular de noite pelos campos e matos.

65 Mito do folclore Brasileiro, bastante difundido de a Norte a Sul, através de inúmeras variantes: Saci Cererê, Saci Taperê, Mati Taperê, Matinta Pereira, Martim Tapirera e Martim Pererê. O mito tem procedência ameríndia, de fonte tupi-guarani. Teria sido, primitivamente, um mito ornitomórfico: pássaro encantado e, ainda hoje, em diversas versões, o saci é uma ave. Porém depois, transformou-se, depois, em mito antropomórfico: um negrinho de um pé só. De todas as formas esta última é a mais popular. 
66 Ornitomórfico. 

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COISAS DO BRASIL PARTE 2 – REGIÕES NORTE E CENTRO OESTE - CAPÍTULO 75

CAPÍTULO 75

Após, comentaram sobre o Papa-Figo.
O Papa-Figo, é um duende do ciclo dos monstros assustadores de crianças.
Segundo alguns dos pescadores, alguns dos incautos que o viram em ação comentam que: "havia ainda o papa-figo, homem que comia o fígado de menino.
Ainda hoje se afirma... que certo ricaço, não podendo se alimentar senão de fígados de crianças, tinha seus negros por toda parte, pegando menino em saco de estopa".
Trata-se de um velho sujo, horrível, esmolambado.
Entrega doces, brinquedos e a narração de histórias para atrair crianças à saída das escolas, ou aqueles cujas babás são distraídas ou namoradeiras.
Alguns comiam, mas outros vendiam a potentados doentes, o fígado de seus pequenos prisioneiros.
Esta lenda segundo eles, era conhecida na região, por que os mesmos não viviam tão distantes da cidade.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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