CAPÍTULO 81
O morador, percebendo o interesse dos turistas, aproveitou para contar mais uma lenda, só
que nesta, originária da Ilha Adana, no meio do Rio Negro, uma bela índia Abaré, vive abraçada
por duas corredeiras – os índios Buburi e Curucui.
Disputada pelos dois apaixonados, Adana caiu na água, afogou-se e virou ilha.
Com isso, terminados os passeios pelos arredores, novamente os cinco turistas partiram.
A bordo de uma aeronave, avistaram do céu, o Pico da Neblina.
Situado a 3014 metros de
altitude, mesmo das alturas, parecia impressionante.
Em Juruá, no Amazonas, Agemiro mostrou
aos colegas de viagem, uma sonda de perfuração de gás.
Os turistas viram ainda, a região do Xingu,
e os índios se preparando para algum ritual.
Pelas janelas do aparelho, os turistas viam tudo isso,
dado o fato de o monomotor estar voando baixo, propositalmente.
Isso por que, era intenção do
piloto, fazer com os turistas conhecessem toda região pelas alturas.
Com isso, por semanas, entre
pousos e decolagens, os turistas puderam conhecer toda a região.
Nesse rasante pela região puderam avistar ainda, a densidade da floresta, bem como
algumas tribos.
Mesmo ao longe, os turistas, se admiraram com a vegetação equatorial e
exuberante da Floresta Amazônica.
Na Bacia Amazônica, o clima úmido e quente propicia uma
fauna e uma flora riquíssimas.
Em seguida, passaram pela região do extenso paraná com o médio Rio Amazonas.
Depois,
avistaram a Ilha de Marajó, uma extensa ilha fluvial, na foz do Rio Amazonas.
A essa altura, os
turistas decidiram então alugar um barco e fazer um passeio pela região.
A travessia é longa, são seis horas no balanço das águas do Rio Amazonas, que se misturam
ás águas do Rio Tocantins.
Quase na hora do almoço, a ilha surge de baixo de um enorme arcoíris, que de tão grande, impressiona os turistas.
O aludido arco-íris, parece um pórtico colorido
nesta terra de águas.
Na Cachoeira do Arari, vê-se um pequeno povoado construído em cima de
palafitas.
No porto de terra e madeira, centena de canoas, montarias, barcos, casquinhos, botes,
botinhos, voadeiras – nomes, os mais diversos.
Nas chuvas, com o lago cheio, só se pode viver em
palafitas.
Na seca o lago vai embora, virando poças ao longe, as quais viram um barro esturricado
com cheiro de peixe morto.
Num enorme rancho de pau roliço, coberto por folhas de palmeiras, há uma pensão com
lugar para se atar a rede e comida farta.
Muito peixe e farinha de mandioca.
Nisso a chuva volta a
cair, miúda.
O arco-íris continua vivo.
Nisso, um grupo de meninos ajeita alguns cestos e couros em cima de alguns búfalos de
chifres longos.
Esses meninos vão buscar potes e pratos enfeitados com desenhos vermelhos
negros – a típica cerâmica marajoara.
Uma cerâmcia feita por gente que perdeu suas raízes étnicas,
mas que, por alguma razão, conserva a estética.
Os oleiros são em sua grande maioria, cafuzos –
mistura de negro e índios –, mas também vivos, os desenhos geométricos, que são marcas
familiares.
Durante o entardecer os homens pescam, e as mulheres tomam banho no rio, ensaboando
a cabeça.
Aos sábados há música nos botecos das ruas de terra.
Também muita gentileza, e uma doçura nas atitudes e nas conversas que cativam o mais
distante e empedernido turista.
Os turistas, admirados com a simplicidade do lugar, resolveram ficar uma semana.
Nesta
semana, pescaram, montaram num búfalo manso, aprenderam a moldar um vaso, se encantaram
incontáveis vezes com o nascer do sol em meio a fina chuva, e comeram uma dezena de peixes de
diferentes maneiras.
Por fim, veio a despedida, e como reza a lenda do lugar, todos os barcos tem nomes masculinos. Somente as lanchas tem nomes de mulher.
E é nessa partida que se vê o mesmo
arco-íris esplendoroso que se avista na chegada.
Em razão de ser época de chuvas, uma fina garoa
persegue os turistas durante o retorno da viagem.
Com isso voltaram para a aeronave.
Próximo ao Rio Acre, puderam avistar a capital, que de tão pequena, lembrava pequenos
pontilhados no horizontes.
Porém, conforme foram se aproximando, puderam ver duas rampas que
davam acesso aos barcos que estavam no rio.
Quando então aterrissaram e puderam apreciar a terra
generosa, foram logo cumprimentados pelo povo acolhedor da localidade.
Com isso, aproveitando a mudança de ares, visitaram o Palácio do Rio Branco, edifício
onde está instalada a sede do governo do estado do Acre.
Em Rio Branco – a capital do estado –,
puderam conhecer o Palácio da Justiça.
Já em Tarauacá, conheceram a Igreja de São José, toda
feita em madeira e com telhado coberto com palha.
Aliás, como todas as construções da região,
que seguiam o mesmo estilo.
Depois de muito caminhar e de muitos passeios pelas cidades
vizinhas, os turistas aproveitaram para descansar em uma das pousadas que haviam por lá.
Mais tarde, aproveitaram para conhecer o Museu da Borracha.
Lá, tudo o que se pode
imaginar foi confeccionado em borracha – desde brinquedos, até botas e bolsas.
Na Casa do
Seringueiro, documentos e fotos sobre o trabalho de extração do látex e da colheita da castanha.
Lá também se pode ver a reprodução da casa do líder seringueiro Chico Mendes e seus objetos
pessoais.
Ao passearem pelo Rio Acre, avistaram a Gameleira – frondosa árvore centenária da região.
Fica na curva do rio, lugar onde a capital Rio Branco nasceu.
Em visitando a Catedral Nossa
Senhora de Nazaré, descobriram que a mesma, inaugurada em 1959, lembra uma basílica romana.
Nela, vitrais coloridos lembram as cenas da via-crúcis.
Na Igrejinha de Ferro, verificaram que a
capela dos recos é feita de chapas de ferro galvanizado pré-fabricadas na Alemanha.
Na Estação
de Piscicultura Dário Ramos, os turistas conheceram o centro de reprodução de peixes regionais,
como o tambaqui e o curimatã.
No dia seguinte, os turistas foram visitar alguns seringuais, existentes na região.
Nesses
locais, o processo de extração do látex, é o mesmo de há um século.
De madrugada o seringueiro
sai com sua faca de seringa, muitas cuias e lanterna para sangrar as árvores.
À tarde, recolhe o
látex das cuias presas aos troncos.
Em casa prepara a borracha para a venda.
Ao passearem no Plácido de Castro, os turistas se deslumbraram com uma profusão de
praias selvagens de areias finas e águas mansas.
Realizando passeios de canoa pelo Rio Abunã –
paraíso do boto-cor-de-rosa –, os cinco viajantes se deslumbraram com a vistosa paisagem.
Em
caminhadas pelo Parque Ecológico, os rapazes avistaram castanheiras, seringueiras e angelins.
Mais tarde no Tentamen, os turistas se esbaldaram dançando e jogando um pouco.
Nos dias que advieram, os turistas se divertiram no Bebódromo.
Largo com barezinhos de
alvenaria, decorado com pinturas regionais, era um bom lugar para recarregar as baterias, depois
de dias de muito passeio.
Após, passeando às margens do Rio Acre, os turistas puderam conhecer um pouco mais
sobre a história da cidade.
Isso por que, ali naquela região, existem muitas construções do final do
século XIX.
Em meio a essas construções, um casario deteriorado é o atestado de pobreza dos
seringueiros.
Também nessa região, os turistas fizeram um passeio, percorrendo as trilhas da região no
Horto Florestal.
Por fim, ao término dos passeios, os turistas novamente partiram.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
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