Poesias

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Melodiosas Vozes

Heute.
Hoje apesar de eu ter planejado acordar às 7:00 horas, fui acordar uma hora mais tarde.
Levantei-me num sobressalto, peguei meu material de estudo, mais especificamente meus exames de Ordem e pus-me a estudar.
Estudei com afinco aproximadamente 50 minutos.
Parei um pouco e depois novamente, voltei a estudar.
Faltam alguns testes para serem lidos, mas eu farei isso mais tarde.
Não estou mais concentrada para estudar.
Parei e comecei a escrever, estou escrevendo as primeiras páginas do meu diário.
Entretanto, agora vou fazer uma pausa.
Vou tomar um longo e prazeroso banho.
Mais tarde volto a escrever-te.
Até Breve. Pronto.
Já tomei meu longo e maravilhoso banho.
Vesti uma roupa leve e vaporosa, mui confortable.
O dia está lindo.
O sol está forte e eu estou defronte a minha janela admirando as verdes folhagens de uma bela e altaneira dama-da-noite.
Ao lado, uma outra planta amparada por arames fixados à parede, exibe flores róseas que mais parecem pequenos balões.
Estoy contenta!
Agora, vou relatar os últimos acontecimentos que se sucederam.
Ao fim do ano de 2002, encerrei uma importante fase de minha vida.
Completei, ou melhor, encerrei o meu curso de bacharelado, tornei uma bacharela em direito.
Aos 30 de janeiro do corrente ano, em uma cerimônia simples, no Anfiteatro da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, colei grau e me tornei definitivamente titular do título de bacharel em direito.
A Dra. Eliana presidiu a mesa e comandou a cerimônia.
Apresentou todos os componentes da mesa e fez um pequeno discurso demonstrando que tudo depende do modo como vemos as coisas.
Assim, um copo pela metade pode estar com uma metade cheia ou com a outra metade vazia.
Disse ainda que não devemos remoer mágoas do passado.
E que apesar dos inúmeros problemas que enfrentamos durante o curso, seja com professores ou diretores, logramos êxito em nosso intento.
Que foi uma grande conquista.
Logo em seguida o Professor Mauad se manifestou e realizou o seu discurso.
Procedeu a leitura de uma poesia de Fernando Pessoa, na qual se dizia o que nunca devia ter deixado de fazer na vida.
Na minha opinião, foi um dos pontos altos da cerimônia.
Logo em seguida o Senhor Mauro Pardelli Colombo proferiu algumas palavras sobre o desempenho da faculdade no Provão.
Elogiou o conceito “B” alcançado pela Faculdade relatando que poucas instituições este ano, conseguiram este conceito.
Ademais, sobreveio o momento solene do juramento.
“Eu, Luciana Celestino dos Santos Prometo que exercerei os encargos de meu grau, sempre fiel aos princípios da honestidade, e que meu trabalho, na defesa do direito, na realização da justiça, e no postulado pelos bons costumes, nunca há de desamparar a causa da humanidade.”
Todos assim o prometeram.
A Dra. Eliana explicou que antes, essa fórmula era lida em latim.
Salientou ainda, que todo ato público deve ser realizado à portas abertas e agradeceu a presença dos parentes dos formandos que asseguraram a publicidade do ato.
Comentou sobre o “capelo” (chapéu) que estava em cima da mesa dizendo que quem quisesse, poderia colocá-lo na cabeça.
Os alunos pediram para o Professor Ruy Coppolla Jr. colocá-lo.
A Exma. Diretora comentou ainda sobre o fato de a Dra. Patrícia ter passado no Concurso para a cadeira de Direitos Difusos e Coletivos.
Cumpre ressaltar no entanto, que a cerimônia foi precedida em sua abertura, pela música tocada pela Banda Municipal de São Bernardo do Campo.
Foram eles que tocaram o Hino Nacional (parte dele pelo menos) no início da cerimônia.
Por último, recebemos a certidão de colação de grau, atestando para os devidos fins que concluímos o curso de direito.
Na saída, havia muitas pessoas no pátio defronte ao Anfiteatro.
Durante a cerimônia de colação de grau, o Anfiteatro estava tomado, repleto de pessoas.
Decerto sentirei saudade.
Foram cinco anos vivendo nesta Faculdade.
Longos cinco anos.
Tão longos e ao mesmo tempo tão curtos.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Feliz 6 de Maio

Feliz 6 de Maio
• Maio, Mês das Noivas.
Maio, dia 6 do Ano de 1978.
Este foi o dia do Casamento de João Celestino dos Santos e Jarcira França Costa, que mais tarde, após a cerimônia do himeneu, passou a assinar Jarcira F* dos Santos.
• Tal acontecimento foi precedido, de um singelo almoço onde alguns familiares estavam presentes.
Sendo que alguns deles que foram estudar a geologia dos campos santos, não estando mais convosco.
Do almoço, restam algumas imagens registradas pelas câmeras fotográficas onde faziam par, um exuberante frango e um macarrão com bastante molho movido com muita cerveja.
• De algumas fotografias ainda, vem a recordação de seu vestidinho azul vaporoso, minha mãe, onde você, ao lado de outras mulheres, trajadas conforme a moda da década, posavam em algumas cenas captadas por uma câmera.
Era dia claro quando da realização destas fotos.
• Mais tarde, no seu casamento, trajando um vestido branco, de manga comprida, todo diferente.
Na fronte uma coroa compondo o traje e na mão, um delicado arranjo de flores, você está linda!
Já você meu pai, vestido num terno elegante, mas que também possuía alguns detalhes condizentes com os anos setentas, estava muito bem composto.
• Em seu álbum de casamento, a foto de ambos olhando para a rua dentro de um Fusca e se beijando.
Um mimo!
• Os presentes que vós recebestes, possuis alguns até hoje, guardados entre seus pertences.
• Ademais, fotografias, existem e muitas.
Algumas até que não estão diretamente relacionadas com seu casamento, mas que igualmente são dignas de nota.
Vejo os dois em um jardim, um imenso jardim cheio de flores e vocês abraçadinhos.
Mamãe, você, com seus compridos cabelos negros e lisos, estava realmente muito linda naquela foto.
• Nas suas esponsais, regado a muito refrigerante e um bolinho, de um lado você e meu pai - e o seu pai, Pedro, e de outro lado, você minha mãe e a sua mãe, Maria.
Ambos, conforme diz a sabedoria popular, hoje habitando a mansão do altíssimo.
Mas que, durante muitos anos, fizeram parte de suas vidas e hoje fazem parte de suas lembranças.
• Por fim, como última recordação, uma foto batida onde todos os parentes, conhecidos e amigos da época se juntaram numa escada para posarem numa derradeira imagem para a posteridade.
Das roupas, as mais curiosas, fazem parte da lembrança.
• Felicidades, felizes Bodas de Prata, pelos seus 25 anos de casados!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Escrever é uma dádiva

Escrever é uma dádiva
• Quando me lembro das maravilhas que já foram escritas, seja por grandes poetas, ou simplesmente por pessoas sábias, sinto vontade de ser um deles.
Sempre se pode constatar, escrever belas palavras, é sempre uma dádiva.
Exaltar valores honrosos, a beleza de nossa pátria, de nossas praias, de nossas vidas, quando assim queremos que seja.
Afinal, todos nós temos o nosso grande momento.
• O dom da escrita, já alcançado por muitos, continua, contudo a ser privilégio de poucos.
Saber dominar a impulsividade selvagem de nosso idioma pátrio, com tantas palavras difíceis e estruturas gramaticais tão complexas, não é fácil.
Nosso idioma rico e pouco conhecido, muitas vezes, parece-nos indomável e até mesmo incompreensível.
Muitas vezes, luto com as palavras por achar que elas não me ajudam na saborosa alegria, por vezes amarga derrota, a me fornecerem o termo adequado, que fecharia a idéia que tento expôr, de forma perfeita.
• Mas aí me pergunto:
• Se assim fosse tão fácil, perderia o valor. O sabor da conquista...
• Mas, creio eu que, nesta árdua tarefa, eu tenho logrado êxito.
Apesar de há muito de ter deixado de escrever com habitualidade.
Já fui, eu portanto, uma grande entusiasta da escrita.
• Hoje, perdi o hábito de escrever, mas ainda assim, as vezes, surgem rompantes de interesse e eu volto a dedilhar essas teclas vez por outra.
• Escrever é difícil, mas é também uma das formas mais sublimes de se eternizar um sentimento momentâneo, algo tão complexo de ser registrado, que nem a mais moderna máquina fotográfica do mundo é capaz de registrar com todos os detalhes e sutilezas.
Em frente a câmera, muitas vezes, congelamos um sentimento artificial.
Mas o que interessa, só a nós cabe.
Portanto, diversamente do que se diz, no que se refere ao ditado, uma imagem vale mais do mil palavras, as vezes mil palavras colocadas no momento oportuno de maneira igualmente oportuna, representam muito melhor um sentimento, uma situação e um momento, do que uma simples fotografia, ou mais grave, cem mil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

“Ambiente Noir”

Na entrada da velha mansão abandonada, havia um grande portão de ferro cheio de detalhes, todo cheio de voltas e adornos.
O desenho no centro do portão lembrava um leão mal desenhado.
Ao fundo, a visão de uma construção gótica, cheia de arcos ovais e extremamente altos.
O tipo de arquitetura e o abandono a que fora submetida, tornaram a construção assustadora, e desafiavam a coragem de quem se dispusesse a entrar.
As janelas, todas altas e pesadas, cuidadosamente trabalhadas com a madeira mais nobre, mas mesmo sendo tão resistentes, sofreram com a ação do tempo.
Na entrada, um grande portão de madeira todo cheio de exageros, desenhos e mais desenhos de espirais.
A maçaneta, também de madeira, foi fortemente empurrada pelo vento, que acabou abrindo a porta, de onde se ouviu um ranger.
Ao entrar na casa, tinha-se a sensação de se ter entrado em um filme de terror.
A atmosfera noir, tornava a casa sombria.
A iluminação era precária, apenas alguns castiçais onde se colocam velas, iluminavam o ambiente.
Em toda a casa havia móveis pesados feitos de madeira.
Na sala de jantar por exemplo, havia uma grande mesa de madeira, na qual, as pernas tinham forma de dragões.
No fundo do corredor, cintilava a fraca luz de uma vela.
Ao longo do imenso corredor, que começava com um arco gótico, havia vários quadros antigos, cujas tintas, envelheceram com o tempo.
Um desses quadros era de um rapaz, mas como que por encanto, uma luz, brilhou no fundo do corredor.
Essa luz estava cada vez mais próxima do quadro, parecia um espectro, e dessa tamanha luz, ouviam-se lamentos.
A voz parecia se queixar do fato de que este rapaz, não mais acreditava.
Depois foi se afastando até desaparecer completamente.
Andando para o fim do corredor, havia uma grande escala em estilo neoclássico.
Ao lado um grande salão adornado com peças de ouro e prata, castiçais, mesas com cadeiras altas, etc.
Ao subir a escada, deparava-se com outro corredor que dava acesso a vários quartos.
Em todos eles, as camas eram todas talhadas em madeira, e os lençóis eram de linho.
Num dos quartos, vários livros amontoados na janela.
Livros que eram grandes clássicos da literatura universal.
‘O Morro dos Ventos Uivantes’, ‘Odisséia’, ‘Moby Dick’, etc.
O clima era desolador, a sensação era de um grande vazio.
A casa parecia um grande país, repleto de almas perdidas e condenadas.

Luciana Celestino dos Santos
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“Uma Impressão”

Vou contar aqui, sobre a primeira impressão que este me causou.
Era um rapaz alto e forte, cujos cabelos lisos e negros juntamente com seu rosto fino e alongado, levemente acobreado, lhe transmitia uma semelhança com outra pessoa.
Ainda mais quando sorria, iluminando seu rosto moreno.
O rosto simétrico, nariz alongado, fino, levemente arrebitado.
Nos olhos pairava uma expressão de serenidade com um certo brilho no olhar.
Um olhar tão doce que também se entristecia e se escurecia ocultando o esverdeado de seus olhos.
Pois sim, tinha olhos verdes.
Nos seus lábios, com aquela voz doce e terna, sempre procurando ser gentil e dócil.
Seu corpo transmitia força e firmeza, mas também era sentimental e temperamental.
Pessoa calma, gentil e serena, sempre sorrindo e cumprimentando a todos por onde passa.
É vaidoso, gosta de se vestir bem, de maneira discreta, não gosta de chamar a atenção.
Extremamente honesto e sincero em tudo o que diz e que pensa.
Rapaz meigo sério, meio calado.
Com seu jeito tristonho e terno, as vezes não é entendido e fica magoado.
Mas não pensem vocês que por ele ser assim, é uma pessoa infeliz.
Ao contrário, sempre sorrindo, com seu sorriso emoldurando seu belo rosto.
Além de encantar as pessoas, gosta de ler, estudar.
Um de seus grandes sonhos é se formar.
Sempre conversa sorrindo e diz com sua voz terna e sonhadora que quer aprender muito.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

“Veludo Azul”

Era um vestido longo, de veludo azul.
Possuindo dois pares de alças, que seguravam um amplo decote que desnudava totalmente as costas.
Na frente, a parte de cima do vestido era bem justa ao corpo.
O vestido era bem decotado, nem possuía mangas.
O único comprimento era o da longa saia do vestido.
Não tinha grandes adornos, era um vestido de noite, mas era bem simples.
Totalmente comprido, macio, o tecido era de um azul claro, discreto.
Uma bela roupa!
A saia do vestido era levemente larga e possuía algumas pregas, dando liberdade de movimento, e a altura do mesmo, permitia ver um sapato delicado durante os passos de dança.
Um vestido desses é ótimo para ser usado em festas formais onde a elegância é o que conta.
Daí, vestidos longos serem tão chiques e clássicos.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Para um ano novo...

Agora que piso nesta areias barrentas de um longo dia de lamaçal, sinto que em breve novo ano irá começar.
O refluxo do mar que com as ondas vai e vem, quebrando na margem da praia, os respingos d’água na roupa, rosas brancas carregadas em mãos que ansiosas esperam para se despedir do antigo velho ano.
Sete pulos nas sete ondas do mar.
A chuva de fogos no céu ilumina a praia e a noite dos passantes, lua de prata que banha o mar.
Fogos, muitos fogos, verdadeira cascata.
Uma réstia de luz que ilumina os últimos minutos que se encerra.
Ritual, todos se preparam para este grande momento, seja em forma de comidas, roupas e festas.
Nunca esquecendo-se de comer três colheradas de lentilhas, saborear, sete uvas e guardar as sementes embrulhadas num papel dentro da carteira.
Tudo isso para que a sorte traga um ano venturoso e cheio de riquezas, nem sempre espirituais ou abarcando o sentido metafórico da palavra.
Momento mágico que se celebra todos os anos de maneira quase sempre idêntica, como se fora um verdadeiro ritual.
Pena que nem tudo que se espera deste momento aconteça, mas isto só depende de nós.
Depende de nossa vontade e do nosso espírito, começando a partir dos sonhos que é onde tudo começa.
A todos um rico e próspero Ano Novo!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.