Poesias

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

As Palavras


Atualmente um pensamento me acompanha.
Das imagens das coisas que já vi.
Imagens dos filmes que assisti, as novelas que já acompanhei.

As memórias das imagens que ficaram registradas em minhas retinas.
Das coisas lindas que pude apreciar com meus olhos.
As imagens mentais das coisas que ouvi e li.

Das lindas músicas que enchem meus olhos e ouvidos de cor e beleza indescritíveis.
Beleza de um mundo de idéias.

Assim são as palavras.
São lembranças, registros de tempos alegres.
As idéias, as lembranças, os registros mentais de coisas que já vimos.

As histórias, os personagens.
Os enredos, que nos marcam e que nos fazem ficar horas, dias, semanas, pensando naquelas histórias, naquelas personagens. 

Passagens, mensagens, as quais, se forem traduzidas...
Traduzem um universo de idéias em uma só palavra.
Lirismo.
Poesia.
Encanto.
Delicadeza.
Coragem.
Desventura.
Ou simplesmente...
Vida.

Entre outras tantas palavras...
Cada história com sua palavra, que a define em sua inteireza.

Luciana Celestino dos Santos
É autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

Grande Ato


Algumas pessoas sonham com toda uma existência de prodígios.
No entanto, muitas vezes apenas um gesto é capaz de imortalizar toda uma existência.
Um único gesto pode fazer valer a pena, toda uma vida.
Um único gesto a justificar toda uma existência, por sua grandeza.
Os demais atos da vida se tornam menores diante de um gesto valioso.

Um único e grandioso gesto a fazer toda uma vida valer a pena. 
Um grande ato a justificar uma vida.

Antes um grande gesto, à temida expectativa de uma espera. De projetos irrealizados.
A frustração por não poder materializar os sonhos.
De sonhos não concretizados.
Quantos bons projetos perdidos.
Quantos sonhos desperdiçados, no campo das idéias estéreis.
Frustração.

E o grande ato que é a vida, deixa-nos a sensação de cena inacabada.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Serrana

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21 de agosto de 2011 às 16:52

E aos pés da serra exuberante,
Linda serra verdejante,
Entrecortada de montes elevados e muita serração
Havia sido edificado um pequeno povoado
Com casinhas pequenas, modestas,
Choupanas
Grandes sobrados coloniais,
Majestosos em seus beirais

E suas telhas trabalhadas nas coxas das antigas escravas
Formatadas de acordo com a curvatura das coxas
Lugar onde,
Negros e negras trabalhavam,
Nos mais pesados labores
Pisando os pés descalços,
No calçamento das pedras do lugar

E os humildes moradores, livres,
A viverem de pequenos serviços
E os grandes e nobres, da riqueza do café

Entreposto que era,
De passagem das sacas do negro ouro
Lugar de pouso de forasteiros

E homens dispostos a enriquecer,
Investindo no comércio do café

E neste humilde povoado
Uma mulher a caminhar pelos arredores
Linda serrana,
Que com seus passos a todos encantavam

Negros cabelos soltos ao vento, anelados
Seus vestidos e suas leves vestes
Rosto afilado,
E um sorriso enamorado
Cigana encantada, feiticeira

Neste povoado,
Casais de namorados passeiam de mãos dadas
Na praça do lugar,
Namoricos tímidos, acompanhados pelos pais

Palco de encontros amorosos,
Abraços, beijos e despedidas 
Conversas animadas,
Palavras chorosas,
De pessoas a se afastarem,
Longas idas para novas paragens
Novos projetos de vida

Estudos, trabalhos, oportunidades novas
Sorte lançada,
Triste fadário para aqueles que não mais se encontrarão
E seguirão,
Nem sempre por caminhos felizes ...

E a serrana a passar e a todos encantar,
Seu futuro incerto também o é
E a natureza do lugar,
Companhia lhe faz

As serras verdejantes, as árvores,
Os pássaros de canto canoro,
Bica aberta na praça,
As casinhas a beira da serra,
O comércio parco
E as vidinhas seguindo leve

No lugarejo,
Onde se pode alcançar a pé,
Toda a extensão do vilarejo

Igreja, palco de encontros semanais,
A praça palco das reuniões sociais
Onde os moradores passeiam,
Com seus melhores trajes
Ao lado das flores do passeio público,
As jovens donzelas ornadas de cambraias,
Lencinhos, luvas e sombrinhas
Sentadas ao lado de seus pares,
Timidamente tentam conversar

Alguns bilhetinhos se pode encontrar,
Recados amorosos,
Promessas de reencontros,
Palavras que nunca se concretizaram

Moças que ficaram em suas janelas a observar,
Os passantes e os passos,
Nas ladeiras e nas calçadas de pedra

O tempo a passar,
E o amor não chegar,
Em suas gelosias

Algumas moças para longe foram
Estudaram e professoras se tornaram
E a ensinar ficaram,
Os filhos dos eminentes comerciantes do lugar

Outras se casaram,
E não se sabe se felizes foram

E a cigana de olhar esmeralda,
Seguia sua vida
Todos os dias caminhava pelo povoado
Dirigia-se ao leito de um rio próximo
Onde recolhia água diariamente

Os homens e os moços,
Sempre admiravam suas passadas e seu jeito cigano
Mas as moças,
Não gostavam de seus modos livres
Seu jeito simples de se vestir,
Seus longos cabelos soltos,
Seus modos um tanto selváticos

Marialva era livre,
O oposto das moças do lugar
E mesmo as mais belas,
Não podiam seguir suas vidas livres,
Pois estavam acorrentadas as convenções,
Como os antigos negros cativos do lugar

E assim a vida seguia morna ...
De vez em quando cavalos e carroças,
Quebravam a monotonia do lugar

E os moços que partiam para longe
E deixavam chorosas, as moças do lugar

E a praça, palco dos encontros amorosos,
Com furtivos olhares e leves roçar de mãos,
Transformava-se em cenários de desolação

E as moças lamentavam as despedidas,
Trancadas em seus quartos
Derramando sentidas lágrimas

Júlia por seu turno, ocupava seu tempo,
Olhando a paisagem da janela
E tecia seu enxoval, na esperança da volta do amado

E o moço longe, a se ocupar de estudos e leituras,
Muitas noites, trancado em seu quarto,
Em República de Estudantes, enfurnado,
Acompanhado por luzes de velas,
E os olhos mergulhados em letras e números
Ao se deitar em sua singela cama,
Em um quarto sem muitos adornos

Sonhava com sua siá
Moça da pele alva e macia,
Longos cabelos lisos,
Olhos escuros e penetrantes
Amada dos tempos queridos do povoado!

Em sua lida diária com os livros e ensinos,
A lhe aconselharem a desfrutar das belezas fugazes,
O doce perfume a exalar,
Das damas da noite, que viviam nas paragens

E o rapaz resoluto a dizer
Que não estava disposto,
A uma vida dissoluta viver

Pobre moço,
Ridicularizado pelos demais estudantes,
Que de modo promiscuo viviam

O pobre moço a contar os tostões, e os réis recebidos,
De seu pobre e lutador pai
Reconhecido o moço,
Prometeu-lhe dedicar todo o tempo ali vivido,
Em seus estudos, para que assim,
Um bom advogado pudesse se tornar
Indo para a escola a pé,
E os colegas de coche, a pilheriar

E anos mais tarde,
Ao regressar,
Ao nobre lugar
Encontrou a moça, com os olhos perdidos na paisagem
Desesperada, Júlia durante os anos de ausência,
Tentou lutar contra, as paternas imposições

Por noites chorou,
Greve de fome ameaçou,
Trancada em seu quarto, por semanas ficou
Até se curvar as vontades do pai

E o moço ao chegar, logo descobriu
Que Júlia condenada estava
Prestes a se casar,
Com um rico senhor que se instalara no lugar,
Vetusto senhor de terras

Aflito, o moço enamorado,
Ao se deparar com tal cenário
Moveu céus e terras para o enlace impedir
E assim, arrebatou a moça na porta da igreja,
Para desespero do pai e irmãos da donzela,
Que prometeram do rapaz se vingar

E assim, o filho com o pai,
Não pode mais se encontrar no lugar ...

Anos depois se soube que o moço prosperou
Nobre família estabeleceu
E a moça feliz fora, por longos anos a seu lado

E as jovens do lugar a suspirar,
Desejando um grande amor viver
Mas para a tristeza de muitas,
O amor não chegou
E o companheiro de vida,
Imposto pela família o foi 

E Marialva seguia sua vida sem casar ...
Por diversas vezes, propostas já recebeu
E do assédio se furtou

Procurando contornar os desafios,
Dizia já estar comprometida,
E nenhum outro compromisso caberia em sua vida

E as moças invejosas,
Assim como os homens despeitados
Diziam ser ela, mulher de fácil vida
E que em sua lida,
Não havia situação para matrimônio,
Ou outra grave resolução

E assim, conseguiram a vida,
Da moça infernizar
E Marialva quase atacada fora,
As margens do rio onde sempre ia, água buscar

Não fosse a intervenção de um forasteiro
E a moça teria sido seriamente importunada
E assim, constatar ter sido auxiliada,
Agradecida ficou, ao gentil senhor
E o homem aceitou de bom grado a reverência
Da jovem e bela serrana

Marialva então,
Ofereceu-lhe pouso na morada próxima
E bons amigos se tornaram

As moças por sua vez,
Impressionadas com o garbo e o talhe do moço
Perguntavam-se o que ele havia visto em Marialva,
Mulher de modos rudes,
Vivendo como um bicho da terra,
Sem a delicadeza e o donaire das moças do lugar

E o moço, de nome Francisco, chegou a dizer,
Que Marialva, serrana bela,
Era a única donzela a que por prêmio pretendia 

Com isto, ao ouvir que a jovem donzela, poderia não ser
Convidou o maledicente a um duelo
E o homem atrevido, com o desafio concordou

Duelaram, e Duarte, o desafeto, ferido ficou
Saindo Francisco, vitorioso da empreitada

Aplaudido, o moço avisou
Que havendo alguém mais,
Que duvidasse das virtudes da moça
Poderia ali mesmo se entender com ele
Pois estava disposto a lutar pela honra,
Da vilipendiada jovem

Como os honrados senhores
Coragem não tivessem,
De o moço enfrentar
Francisco exigiu a todos,
Que Marialva passassem a respeitar

E assim ajustados,
O jovem forasteiro e a encantadora donzela,
Casaram-se
Sob um manto de estrelas e vagalumes fugidios

Marialva orlada de flores,
Usando um véu rendado
Longo vestido rodado,
Decote adornado
A mais linda dama do povoado

Serrana bela, somente ela,
Francisco por prêmio pretendia
E somente com ela, decidira
Viver unido para sempre,
E para o restante de seus dias   

Naquele longínquo povoado,
A que tudo dera início em tempos passados ...

Linda serra adorada, entrecortada,
De lindas floradas de plantas as mais diversas,
Em suas cores manifestas
Rodeadas de muitas donzelas,
As flores do povoado,
Serranas, nem sempre tão belas

Mas parte a fazerem da história,
Com seus dramas, amores, dissabores,
Pudores, rubores ...

Luciana Celestino dos Santos
Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Luiz Vaz de Camões - Sonetos

Autor: Luiz Vaz de Camões

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente, 
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etério, onde subiste, 
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daquele amor ardente 
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te 
Alguma cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

Roga a Deus que teus anos encurtou, 
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
Quão cedo de meus olhos te levou.

DAS VOLTAS DO MUNDO - CAPÍTULO 2

https://www.facebook.com/notes/206392906096118/

CAPÍTULO 2

Durante a tarde, os alunos aproveitavam para se reunir e ficar conversando na praça.
Nessa oportunidade, as moças aproveitavam para comentar as novidades. Aproveitavam também para falar sobre o fim de semana e seus futuros passeios. Nesse bate-papo ficavam entretidas por horas.
Fabiola, Sabrina e Sandra, amigas de longa data, aproveitaram para por a conversa em dia. Animadas com o fim de semana que tiveram, não se cansavam de falar do baile em que tinham ido, no clube da cidade.
Dançando os sucessos da época, aproveitaram também para flertar um pouco, afinal eram garotas, e segundo elas, já estavam na idade de ter um namorado.
Contudo, o assunto principal, era o novo professor do colégio. Quase tão jovem quanto os alunos, Fábio caiu logo nas graças das alunas.
Por essa razão, as três garotas, eram algumas das meninas que passaram a falar sobre ele.
-- Esse professor novo é um charme. Vocês não acham? – perguntou Fabiola.
-- Sim, ele é muito bonito. – respondeu Sabrina.
-- Eu acho o professor bonito, mas aquele cantor é mais. – comentou Sandra.
-- Que cantor? Afinal temos tantos cantores ultimamente. – perguntou Fabiola com um certo desdém.
Ao perceber o pouco caso da amiga, Sandra então comentou:
-- Ah! Você só está falando isso, por que sabe que se ele aparecesse aqui, nunca te daria atenção.         
Sabrina então, sabendo que as coisas iriam se complicar, tornou a falar do baile, do clube.       
-- Estava tão linda a festa, semana passada no clube. Vocês não acham? A música estava perfeita, não tinham ninguém para atrapalhar. Uns brotos muito lindos olharam para a gente ...
-- Estava tudo muito legal mesmo. – comentou Fabiola.
-- Só faltou o Roberto. – insistiu Sandra.
-- Pronto. Chegou quem não faltava. – disse Fabiola, ao ver os garotos se aproximando.
Sim, os rapazes também aproveitavam para ficar conversando na praça.
Nessas conversas, falavam de seus ídolos e das músicas que adoravam ouvir.
Mas também, os rapazes, encantados, aproveitavam muitas vezes, para paquerar, ou então ficar conversando, em meio a uma roda de amigos.
Assim, dessa maneira, assim que viram as três garotas conversando, dois garotos se aproximaram e resolveram puxar conversa.
-- Como vão as garotas? – perguntaram os rapazes.
-- Vamos bem. – respondeu Fabiola com pouco caso.
Sandra e Sabrina, percebendo os olhares dos garotos, também foram dizendo que sim, iam bem. Para continuarem conversando, falaram que sempre que podiam, ficavam durante às tardes na praça. Mas não era sempre.
Aí então, um deles, respondeu:
-- Ah! Então é por isso, que eu nunca vi vocês por aqui.
No que o outro garoto emendou:
-- É verdade. Das várias vezes que eu passei por aqui, nós nunca vimos nenhuma das duas por aqui. Estamos com sorte então.
Nisso, as duas moças riram.
Ao vê-las rindo, os dois garotos então perguntaram se elas poderiam ir ao baile que um amigo deles estava realizando. Comentaram que era uma pessoa que elas provavelmente conheciam.
Foi então que elas perguntaram de quem se tratava.
Ao descobrirem que era Rogério o amigo em comum, as duas moças concordaram em ir.
Nisso, a conversa ia se encerrando quando elas perguntaram aos rapazes:
-- Qual o seu nome?
-- Caio.         
-- Felipe.
Responderam os dois, quase ao mesmo tempo. Com isso, os dois também perguntaram a elas, os seus nomes.
E assim, responderam prontamente, Sandra e Sabrina.
Dito e feito, dentro em breve se encontrariam novamente com seus pares.
Mas a despeito do entusiasmo das garotas, Fabiola não ficou nem um pouco satisfeita com a notícia.
Diante disso, Sandra, que adorava provocá-la, disse:
-- É lógico que você não gostou. Eles nem deram bola para você.
Foi então que Sabrina, novamente procurou desviar o rumo da conversa.
E assim, enquanto as garotas colocavam o assunto em dia, os garotos também aproveitavam para conversarem sobre seus ídolos e o sonho que tinham de ser como eles.
E assim, o tempo passava.
Quando à tarde então terminava, e a noite começava a surgir, todos tinham que voltar para suas casas.
Acostumados a dormirem cedo durante a semana, os alunos do Colégio Pedro de Alcântara, tinham que estar em casa logo que a noite caísse.

Porém, ao contrário de seus alunos, Fábio, o professor de história, se preparava para ir para estudar. Como estudante, estava cursando o 4º ano de história, na faculdade. Uma instituição de ensino tradicional na região.
A razão do rapaz passar a dar aulas no colégio, se deve ao fato de o diretor ser um grande amigo de seu pai.
Em dado momento, seu pai e Seu Rubens, o diretor da escola, foram professores. E assim, surgiu a amizade entre os dois. Lecionando no colégio onde hoje Fábio é professor, os dois colegas de profissão, então puderam estreitar os laços de amizade.
Com o passar dos anos, a amizade se estendeu ao restante da família.
Assim, mesmo após o passamento de Otacílio, pai de Fábio, Seu Rubens nunca deixou de lado a sua amizade pela família do amigo. Aliás, sempre que podia, estimulava o então garoto, filho de seu amigo, a investir no seu sonho de seguir os passos do pai.
Sim, Fábio desde a infância, queria ser professor.
Com isso, Seu Rubens, ao perceber que não seria fácil realizar o sonho de Fábio – em razão do falecimento de seu pai, quando este ainda era criança – o amigo da família fez tudo o que pôde para ajudá-los. Arrumou emprego para a mãe de Fábio, e assim esta pode manter o restante da família, e ajudar o filho a realizar o sonho de ser professor.
Assim, quando o rapaz entrou na faculdade, a notícia foi recebida com grande alegria por Irene, sua mãe.
Além disso, depois de três anos de curso, e por isso mesmo, antes de se formar, Fábio, já começou a ministrar aulas como professor substituto de história. Mas para ele, mesmo em sendo substituto, era uma grande satisfação, pois podia desempenhar sua função. Durante as primeiras aulas, já se podia perceber o quanto ele era dedicado. Cuidadoso, sempre preparava as aulas, antes de ministrá-las.
Certa vez, Seu Rubens, aproveitando para inspecionar o trabalho dos professores, foi logo até a sala do novo professor. Ao ouvir sua exposição, o diretor ficou encantado. Sim, havia tomado a atitude certa ao contratar o jovem rapaz, para substituir o professor titular, que ficara doente.
Observado a uma certa distância, sem nem mesmo se dar conta disso, o professor ministrou uma maravilhosa aula de história. Fábio, apaixonado que era pela disciplina, adorava o que fazia, e assim ao lecionar, se percebia que o mesmo estava na profissão certa.
Com  isso, o diretor, satisfeito que estava, prosseguiu em seu trabalho de observar o trabalho dos demais professores.
E assim, caminhando pelos corredores do colégio, pôde acompanhar discretamente, o trabalho dos demais mestres.
Sim, tudo transcorria na mais perfeita ordem.
E assim, ao cair da noite, animado, o jovem professor se dirigiu até a faculdade. De posse de livros e apostilas, caminhava até o ponto de ônibus, já que a instituição ficava à uma certa distância de sua casa.
Assim ao lá chegar, foi logo abordado por seus colegas de classe.
Estes, ao descobrirem que ele já estava dando aulas, ficaram admirados. Isso por que, isto não era comum. Afinal, ele já estava trabalhando como professor. Por isto, sempre perguntavam a ele, como fazer para conseguir uma vaga numa escola.
Gentil, ele sempre respondia que, quando soubesse de uma oportunidade, avisaria a todos.
E assim, em meio ao bate-papo, bateu o sinal indicando que a aula estava prestes a começar.
Por isso, ao perceberem que já hora de entrar na sala, todos se dirigiram para lá.
Logo que entraram, chegou o professor Marcílio, que ministrava aulas de História Geral.
Ao começar a aula, já chegou falando sobre a civilização egípcia.
 Assim, foi dizendo:
-- O moderno Egito situa-se na mesma região em que se desenvolveu na antigüidade, esta riquíssima civilização. Situado no nordeste da África, ficava em uma zona característica de desertos, e era possuidor de uma vasta planície banhada pelo Rio Nilo. Aliás, foi este rio que possibilitou o desenvolvimento desta civilização tão importante. Isso por que, este rio, corta todo o país em sua extensão. Daí o desenvolvimento do país, às margens do rio. A fertilidade do solo é devida à invasão das margens, na época das cheias, quando as águas deixam nas terras um húmus fertilizante que resulta do apodrecimento dos restos vegetais depositados no solo inundado. Foram nestas terras fertilizadas que se desenvolveu a agricultura. Além de plantarem o trigo, cultivavam o papiro, uma palmeira usada na construção de barcos e na fabricação do papel.
E nisso a aula prosseguiu.
Ao tratar da população egípcia, o professor falou dos Hamíticos, que se uniram a povos de origem semítica e núbia. Além disso, até 4000 antes de Cristo, havia no Egito apenas aldeias, nas quais persistia o modo de vida das comunidades primitivas. A partir dessa época, as aldeias, próximas entre si, passaram a se reunir, formando Nomos. O Nomos, eram organizados politicamente. Suas aldeias eram independentes. Cada qual com seu governo, exercido pela autoridade máxima local, o Nomarca. Mas embora, independentes, os Nomos cooperavam entre si, auxiliando-se mutuamente para a construção de represas ou para a abertura de novos canais de irrigação.
Com isso, a unificação dos nomos, formaram-se dois reinos distintos, o Reino do Sul – Alto Egito, que apresentava como símbolo uma coroa branca, e cuja capital era a cidade de Hieracômpolis, e o Reino do Norte – Baixo Egito, localizado na região delta do Nilo, com capital na cidade de Buto, e apresentava com símbolo uma coroa vermelha.
Por volta de 3200 antes de Cristo, o Rei Menés, do Alto Egito, conseguiu conquistar a região norte, passando com isso, a usar as duas coroas como símbolo da unificação dos dois reinos. A partir desta data, o Egito transformou-se num império e passou a ter um governo fortemente centralizado. Tal poder era exercido por um imperador, o qual exercia de forma absoluta. Quando o imperador se transformou em Faraó, passando a ser adorado como um deus, e ganhou direitos sobre todas as terras do Egito.
Obedecendo, ao Faraó como ao deus dono de todas as terras, os camponeses trabalhavam coletivamente como servos. Da produção agrícola, tiravam apenas o necessário para a própria sobrevivência. O restante era destinado ao Faraó, como imposto coletivo, e estocado nos armazéns do Estado. Além disso, os camponeses deviam serviços ao faraó. Com isso, trabalhavam na abertura de canais de irrigação, na construção de represas, templos, palácios e pirâmides, recebendo como pagamento apenas o alimento diário.
Com a unificação do Egito, a situação dos Nomos e dos Nomarcas se alterou. Estes então, passaram a ser escolhidos pelo Faraó, entre os descendentes das famílias mais importantes. E assim, administraram os Nomos como representantes dos Faraós. A sua principal tarefa dos Nomarcas era cobrar da população camponesa o imposto coletivo (o excedente agrícola).
Diante disso, o Faraó, adquiriu uma riqueza extraordinária. Em troca, beneficiava os Nomarcas, concedendo-lhes o direito de cobrar impostos especiais das aldeias. Enquanto isso, em oposição ao fausto e riqueza dos Faraós, os camponeses viviam na mais completa miséria. Com isso, para manter a concentração da riqueza, o cargo de monarca tornou-se hereditário, passando de pai para filho. Por conta da origem do poder do Faraó, que se devia a uma fantasiosa identificação como um deus, o Egito tornou-se então, um Estado teocrático.
Nessa sociedade, os sacerdotes compunham a camada social mais elevada, e sua função revestia-se de grande importância. Além disso, os Egípcios acreditam que as práticas religiosas garantiam a fertilidade das terras, e cabia aos sacerdotes orientar o cultivo dos cereais em todo o território. Conseqüentemente, estes gozavam de imenso prestígio social e recebiam favores especiais do Faraó. E como esses, seu cargo também era hereditário. Ademais, possuíam extensas propriedades e não eram obrigados a pagar impostos.
Para fiscalizar o cumprimento das decisões, existia uma classe de funcionários públicos, os Escribas, indivíduos muito cultos, que surpervisionavam toda a administração pública, responsabilizando-se pelas leis e pela cobrança de impostos.
Até mesmo o artesanato era controlado pelo Faraó, que fornecia alimentos e materiais. O comércio consistia na troca de um produto por outro, apenas para satisfazer as necessidades imediatas da população. Como objeto de troca, utilizavam-se ferramentas de trabalho, roupas e utensílios domésticos, geralmente de fabricação caseira.
 Uma outra parte da população era constituída de Guerreiros profissionais a serviço do Faraó. Esse exército, além de vigiar o trabalho servil dos camponeses, atacava regiões vizinhas para conseguir metais e escravizar os vencidos. Ademais, a força do trabalho escravo, era utilizada tanto nas obras públicas quanto no serviço doméstico.
Com relação ao império que se formou no Egito, sua história se divide em três fases:
Na Primeira Fase – conforme o professor explicava –,  que corresponde ao Antigo Império (3200 a 2200 antes de Cristo), surgiu a primeira das cinco dinastias dominantes. Nessa época, a capital é transferida de Tínis para Mênfis, no delta do Nilo.
Entre 2700 a 2600 antes de Cristo, foram construídas as famosas pirâmides de Gizé, atribuídas aos faraós Queóps, Quéfrem e Miquerinos, da terceira dinastia. No final desse período, a autoridade do faraó é enfraquecida pela ascensão dos Nomarcas, que apoiados pela nobreza, conduzem o país a uma grave crise.
A Segunda Fase, corresponde ao Médio Império (2000 a 1750 antes de Cristo). Com a capital em Tebas, no Alto Egito. Lá os Faraós conseguem novamente restabelecer seu poder, enfrentando com sucesso, a anarquia militar. Além disso, a descoberta de metais, no deserto da Núbia e na Palestina fortalece a economia do Estado, o que possibilita uma maior produção de armas. Já, entre 1800 e 1700 antes de Cristo, o Egito sofre inúmeras invasões, principalmente dos Hicsos, povo de origem asiática que invade a região do delta, cobrando altos impostos à população local. Com isso, a dominação dos Hicsos permaneceu durante mais de um século, durante o período de 1750 a 1580 antes de Cristo.
Por fim, a Terceira Fase, corresponde ao Novo Império. Período de 1580 a 1085 antes de Cristo. Inicia-se com a expulsão dos Hicsos.
Nesse ínterim, o Faraó reconquista o poder que havia perdido para os Nomarcas e, com os conhecimentos militares adquiridos dos Hicsos, como a utilização de cavalaria e de carros de combate, os egípcios desenvolvem uma classe de Guerreiros. Agora fortalecido, o Faraó, saqueia os povos vizinhos, como Assírios e Hititas, que, depois de dominados, pagam pesados impostos ao império egípcio.
Mas foi com a guerra, que o país, expandiu seu domínio territorial.
No entanto, após um longo período de grandeza, o país, entrou em decadência, atingido por invasões dos denominados povos do mar, vindos de ilhas do Mediterrâneo, ao norte, e de tribos da Líbia, a oeste. Em 525 antes de Cristo, o Faraó Psamérico III foi derrotado por Cambises, Rei dos Persas, na Batalha de Pelusa. Com isso, o Egito, perdeu sua independência. Nos séculos seguintes, os povos Egípcios seriam dominados pelos Gregos, para, finalmente, em 30 antes de Cristo, caírem sob o domínio do Império Romano.
Mas este, era assunto para as próximas aulas, conforme comentou o professor.
Com isso, mais três aulas se seguiram, só interrompidas, por um breve intervalo.
Após, Fábio, retornou para casa.
Na volta, dentro do ônibus, só pensava em como seria quando finalmente estivesse formado. Sozinho, entretido com seus pensamentos, só se desfez deles quando se aproximava do lugar onde deveria descer.
De lá, continuou sua caminhada, em direção a sua casa.
Chegando em casa, foi logo se preparando para dormir. Afinal, já era quase meia-noite. Além disso, precisava estar em pé, logo cedo, pois, seu turno na escola, era de manhã.
Não podia falhar. E assim o fez, logo que chegou, se preparou, e foi dormir.

Luciana Celestino dos Santos
Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. https://www.facebook.com/notes/206392906096118/

DAS VOLTAS DO MUNDO

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23 de outubro de 2011 às 11:54
CAPÍTULO 1

“A minha profissão, vou ter que abandonar
Por que meu coração, não pode suportar, ai ai
Contei ao diretor, o que me aconteceu
Disse ele bravo professor
Até que enfim um amor o convenceu

Desta maneira  eu não posso lecionar
Há uma aluna que eu estou a namorar
Seu diretor não queira estar no meu lugar
Nem a história do Brasil eu sei contar

Essa garota não me deixa respirar
Nove vezes nove já não sei multiplicar
As minhas pernas começaram a tremular
Eu vou parar, eu vou parar
Eu vou parar de lecionar ...”

(O Professor Apaixonado – Nilton César)

E assim, ao som de um sucesso da época, começava o dia dos alunos que estudavam no Colégio Pedro de Alcântara.
Às seis e meia da manhã, a maioria dos estudantes já estavam a caminho da escola para as aulas, que começavam as sete horas.
Antes de sair de casa, se preparavam, tomavam banho, se vestiam, tomavam café, diziam bom dia para seus pais e conversavam um pouco.
Enquanto caminhavam pela calçada até chegar a escola, os pensamentos os levavam para o dia anterior, quando seus cantores preferidos apareceram na televisão em alguns dos programas de maior audiência da época.
A cidade parava só para ver Roberto Carlos, Wanderléa, Erasmo Carlos, Wanderley Cardoso, Os Vips, Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis, The Jordans, Golden Boys, Eduardo Araújo, Silvinha, Jerry Adriani, enfim, toda a Turma da Jovem Guarda.
Essa famosa turma, era alvo de verdadeira veneração dos jovens do lugar.
E  estes, entretidos em seus pensamentos, seguiam para a escola. Os alunos, queriam ainda, rever os amigos e contar-lhes as impressões que tiveram ao verem seus ídolos na televisão.
Sobre os programas de televisão, poderiam conversar o dia inteiro se quisessem.
Só que a escola, não é o local mais indicado para isso. Ainda mais quando a aula já começou, e os professores querem a atenção dos alunos todas para si.
Assim, quando o professor de literatura percebeu uma conversa paralela, tratou imediatamente de interromper a aula e chamar a atenção de quem conversava. Advertiu-os de que ali não era o local apropriado para se conversar. Ainda mais quando outra pessoa já estava falando.
Assim, diante da situação constrangedora, os alunos pediram desculpas ao professor e a aula prosseguiu normalmente.
Seguiu-se o discurso do mestre falando sobre as cantigas de amor, de escárnio e de maldizer. Até porque o período literário enfocado na aula, era o do Trovadorismo.
Com isso, aliás, o mestre ressaltou que apesar de muitos creditarem à Idade Média, a infame designação de Idade das Trevas, isso não era verdade. Nesse período histórico, ocorreram inúmeras manifestações culturais. Surgiu a arquitetura gótica, que data da época. Bizâncio, atual Constantinopla, resistiu por mais de mil anos depois da invasão dos bárbaros, quando da invasão romana. E ali perdurou uma rica cultura. Durante a Idade Média, como ele mesmo estava explicando, houve manifestações literárias. O teatro, invenção grega, passou a ser criado, agora, em seu modelo português.
O professor comentou ainda, que o maior expoente desse teatro foi Gil Vicente.
Enquanto ensinava um pouco mais sobre a cultura portuguesa do período, a aula se encerrou.

Para muitos dos alunos, foi um alívio. Já não agüentavam mais ouvi-lo falar do Trovadorismo.
A seguir, seria aula de história.
Por conta disso, muitas alunas ficaram alvoroçadas. Estavam encantadas com a beleza do jovem professor. Adoravam assistir suas aulas, ouvir suas histórias e seus comentários durante as aulas.
Isso por que, logo no primeiro dia de aula, quando o mestre se apresentou, as moças, já ficaram alucinadas.
Quando afirmou que seria ele quem ministraria as aulas de história nos próximos meses, as garotas desejaram que esses meses mencionados pelo jovem professor, se estendessem por anos.
Por ser ainda jovem, as garotas ficaram admiradas com o fato de terem um professor com quase a mesma idade delas.
Em razão disso, muitas delas aproveitavam para puxar conversa com ele sempre que tinham oportunidade. Faziam-lhe perguntas sobre a matéria da aula, e com isso aproveitavam para se aproximar.
E dessa forma, o professor passou a ser assediado.
Portanto, assim, que o mestre entrou na sala, pôde se ouvir um burburinho. Eram as alunas comentando entre si, sobre a entrada do professor em classe.
 Mas, assim que entrou na sala, o professor não fez de rogado. Abriu sua maleta e de lá retirou um livro de história. Ao fazê-lo, recomendou a todos os alunos que abrissem o livro na página quinze, para que pudesse começar a falar sobre a matéria da aula.
Prontamente, os alunos pegaram seus livros e o abriram na página indicada.

Foi aí então que começou a falar do processo de divisão dos períodos históricos. Mencionou que o processo histórico normalmente é dividido em História e Pré-história. Isso por que, o que separa um período do outro é o surgimento da escrita, que passou a ser o marco divisor da história. A partir de então, possibilitou-se a preservação da história e o conhecimento de acontecimentos remotos.
Contudo, nas palavras do mestre, não existe muita precisão no que tange a data de surgimento do homem na terra. O que se sabe atualmente é que, o início do primeiro período, qual seja, a Pré-história, foi calculado com base em pesquisas arqueológicas, nas quais foram encontrados instrumentos fabricados pelo homem, há cerca de dois milhões de anos. Assim, há mais ou menos dois milhões de anos, deu-se início a pré-história, período que se encerrou com o surgimento das primeiras civilizações.
O professor, comentou  ainda, que mesmo a Pré-história se subdivide,  em Paleolítico, também conhecido como Idade da Pedra e o Neolítico, ou então, Nova Idade da Pedra. No primeiro período, os instrumentos eram mais rudimentares, feitos de lascas de pedras. Já no período seguinte, os artefatos eram mais trabalhos, sendo produzidos através do desgaste e polimento das pedras. No Período Paleolítico houve também o início da agricultura e do cultivo de animais. Os homens dessa época eram nômades e coletores de alimentos. Quanto ao Período Neolítico, os antigos nômades, se tornaram agricultores sedentários, o que possibilitou sobremaneira, o surgimento da política.
A partir de então, o jovem mestre, passou a ressaltar que a natureza do homem, é de um ser político, gregário. Desde as mais priscas eras, o homem sempre sentiu necessidade de viver em sociedade. E foi a partir dessa época, que a política começou a se desenvolver.         
Com isso, retomou o tema inicial da aula e comentou sobre a Revolução Agrícola, ocorrida durante o período Pré-histórico.
Disse ainda, que o Período Paleolítico se divide em superior e inferior.
Nesse instante, começaram a surgir as primeiras brincadeiras sobre a aula.
-- Ah, professor, se decide. Quantas divisões das subdivisões tem esses períodos?       
-- Calma, pessoal. Eu já estou terminando com o período pré-histórico. 
-- Acho bom mesmo, professor. Esse período é muito chato.
E assim, se seguiu a aula.
Retomando, o professor, comentou ainda, sobre a origem dos primeiros hominídeos, ‘Homo Habilis’, ‘Homem de Java’, ‘Homem de Pequim’. Cujo surgimento, foi a cerca de dois milhões de anos atrás. Depois, veio o ‘Homem de Neanderthal’, as primeiras cerimônias de sepultamento dos mortos, e o uso de instrumentos mais elaborados para caçar. Foi nesse período que deu-se a descoberta do fogo e início da vida social. 
No Paleolítico superior, surgiu o ‘Homem de Cro-Magnon’. Foi a partir daí, que passaram também a fazer armas com os ossos e chifres dos animais mortos em caçadas. Os alimentos passaram a ser cozidos. A vida social começou a sofrer um processo de evolução com a divisão do trabalho. Época das pinturas rupestres, feitas nas paredes das cavernas, as quais, passaram a ser também, o habitat desses homens durante as épocas mais frias. Nessa época, se deu o surgimento das primeiras manifestações artísticas dos homens pré-históricos.
Enquanto explicava a evolução da pré-história, uma aluna perguntou:
-- Professor. Qual é a pronúncia do citado homem? Cro-Ma, o que?
-- É o homem de ‘Cro-Magnon’. Pronúncia-se ‘Cro-Manhon’.
-- Ah, bom. Está certo professor. Obrigada.
-- De nada.
Disse isso e retomou a aula.
Por fim, falou sobre o Período Neolítico. Nesse momento, surgiram os primeiros instrumentos confeccionados com pedra polidas. Nessa mesma época iniciou-se a produção de tecidos rudimentares, a fabricação de instrumentos de cerâmica e o uso de metais. E a partir daí, se possibilitou o surgimento das primeiras civilizações.
Entretanto, diante do término da aula, este era o tema da aula seguinte.
E assim, por ser a hora do intervalo, boa parte dos alunos tratou de sair da sala.

Alguns dos que ficaram, foram conversar com o professor.
Entre as pessoas que permaneceram na sala, estavam algumas garotas. E destas, três foram conversar com o mestre.
-- Professor. Muito interessante a Pré-história.
-- Concordo. Ali foram dados os primeiros passos para o surgimento da civilização como a entendemos. Nesse longo caminho, vocês também poderão constatar que essa mesma história não possuí uma trajetória linear, constante. Muitas vezes, a história da humanidade, retrocedeu em alguns pontos, ou mesmo permaneceu estagnada.
-- Como assim?
-- Conforme as aulas forem prosseguindo, vocês saberão. Agora vão para o intervalo de vocês que daqui a pouco acaba. Com licença.
Disse e se retirou da sala. Tinha aula com a turma do segundo ano, depois do intervalo, por isso, precisava se apressar.
Nisso, as meninas se despediram do mestre e foram para o pátio, conversar um pouco.

-- Você viu o programa ontem? – perguntou Sabrina.
-- Vi e adorei. Vocês sabem que eu adoro as músicas do Roberto Carlos. –  respondeu Sandra.
-- Pois eu não vejo a menor graça nele. – desdenhou Fabiola.
-- Ah, é? E em quem você vê graça? – perguntou Sandra.     
-- Eu vejo graça em quem eu posso ver de perto. – respondeu Fabiola.
-- Como o professor? – perguntou Sabrina.
-- Sim. Eu o acho bonito.
-- Nós também, Fabiola. – responderam as duas em uníssono.
-- Ele é um charme mesmo. – reiterou Fabiola.
Nisso bateu o sinal, prenunciando o início de mais uma aula. A temida aula de matemática.
Desanimados, os alunos entraram na classe para mais uma sessão de tortura.
Depois disso, ao término das aulas, os alunos retornaram para casa.

Luciana Celestino dos Santos
É autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

É Natal

Época de comemorar um belo momento. Celebrar a vida que surge, simbolicamente.
Menino Deus que resolveu viver entre nós e ensinar a beleza de se fazer o bem. Que lição de vida!
Agora que o 25 de dezembro se faz presente, devemos celebrá-lo. Encheremos nosso coração de luz e amor. Veremos tantas mesas decoradas e enfeitadas. A profusão de dourados e luzes coloridas a piscar. A mesa farta, velas perfumadas, enfeitam o ambiente. A ceia de Natal já vai começar. Ao olhar pela janela se vê tanta tristeza. Muitos não tem o que comer no prato da satisfação. Para eles, o Natal deve ser triste.
Mas, espere, o Natal não é somente consumismo e futilidades. Natal vem de nascimento. Significa a vinda de uma pessoa muito especial que veio nos ensinar, nos orientar como a estrela de Belém que guiou José e Maria para longe da matança que o rei Heródes promoveu, e fez ceifar, a vida de tantos meninos.
Sua vida é antes de tudo, uma lição de esperança.
Natal é isso, celebrar a vida, o nascimento de Jesus Cristo.
Feliz Natal!

Luciana Celestino dos Santos
Autorizada a reprodução, desde que citada a fonte.