Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

PAISAGEM NA JANELA

Seis horas. Cláudia se levanta depois dos insistentes chamados de sua mãe para que acorde.
Vera, aflita, já perdeu a conta de quantas vezes já foi ao quarto da filha chamá-la. Impaciente, diz pela última vez:
-- Já são seis horas, Cláudia! Se você não se levantar logo, vai chegar atrasada a aula.
Sonolenta, Cláudia finalmente responde aos apelos da mãe:
-- Eu sei. Mas é que eu quero dormir mais um pouquinho.
Vera, ao ouvir estas palavras, comenta:
-- Eu bem que te avisei. Por que não veio pra casa mais cedo? Fica aí nas baladas até tarde, é nisso que dá. Eu já cansei de falar. Por que você não aproveita o fim-de-semana para ir as festas?
Cláudia ao ouvir as críticas da mãe comenta que durante a semana acontecem festas muito divertidas. Além disso, todo mundo do colégio estava lá e não seria ela que iria perder a oportunidade de ver mais uma vez seus amigos.
Vera ao ouvir isso, fica espantada:
-- Mas você não os vê todos os dias na escola? Não é o suficiente?
-- Não. – respondeu ela já se levantando.
Vera percebendo o gesto, recomendou que ela se apressasse, já que em quinze minutos estaria pronto o café-da-manhã.
Cláudia respondeu que já estava indo.
Aborrecida, sentou-se na cama. Ao olhar o relógio, levantou-se da cama sobressaltada.
Apressada, foi correndo para o banheiro. Passou correndo pelo chuveiro.
Aflita, procurou um uniforme limpo dentro do armário. Foi então que ouviu novamente sua mãe chamá-la, apressando-a.
Irritada, finalmente a moça encontrou o famigerado uniforme.
Mas do que depressa, vestiu-o.
Ao chegar na sala de almoço, sua mãe Vera comentou:
-- Até que enfim! Pensei que não fosse aparecer mais!
Aborrecida, Cláudia deu uma resposta malcriada. Engoliu um café e disse que estava atrasada.
Vera, ao ouvir isso, respondeu que cansou de chamá-la.
Cláudia, impaciente, respondeu que precisava ir.
Nesse momento, Vera avisa o motorista para levar sua filha para a escola.
Nisso, ao chegar no colégio, Cláudia percebe que precisa se apressar. Rápida, consegue entrar na sala de aula antes do professor chegar.
Atenta, assiste a todas as aulas.
No horário do intervalo é abordada por seus companheiros de agito. Animados, comentam sobre as festas que freqüentam.
Animada, a turma comenta sobre a próxima balada.
Cláudia diz então, que com certeza, irá participar da festa.
Entusiasmados, os amigos comentaram que ela está certíssima em se divertir. Alegando que a vida é curta, felicitam-na.
Cláudia, ao ouvir as palavras dos amigos, responde:
-- Deixem disso!
Nisso bate o sinal e todos tem que retornar a sala de aula.
À noite, mais uma vez, Cláudia sai para dançar. Mesmo diante dos protestos da mãe, Cláudia responde que agora é o momento de aproveitar a vida.
Vera, nem um pouco convencida, tenta em vão, demovê-la da idéia de sair.
Como seria de se imaginar, não conseguiu lograr êxito.
Nisso, Cláudia, de carona com um de seus amigos, saí de casa e vai com um de seus amigos para a balada.
Animadíssima, aproveita para se jogar na pista de dança. Vestida de forma sofisticada, é a mais bem arrumada da balada.
Vera, por sua vez, aflita, a espera.
Lourenço, percebendo a preocupação excessiva da esposa, tenta convencê-la a se deitar. Dizendo que Cláudia só voltaria de madrugada, argumentou que ela ficaria com o corpo dolorido ficando tanto tempo sentada.
Teimosa, Vera respondeu que só iria se deitar quando Cláudia chegasse.
Dito e feito!
Lourenço então, desistindo da idéia de convencê-la, resolveu se recolher.
Enquanto isso, Cláudia se acabava de dançar. Vera, sua mãe, por sua vez, aguardava ansiosa por seu retorno.
Mas, foi somente horas e horas mais tarde, que finalmente Cláudia retornou à sua casa. Cansada, ao entrar em casa se surpreendeu ao ver a mãe ainda acordada, esperando-a.
Vera, aborrecidíssima, intencionou chamar a atenção da filha.
A moça porém, percebendo a intenção da mãe, tratou logo de comentar que já estava tarde e que estava cansada demais para ouvir sermão aquela altura. A seguir, rapidamente, se dirigiu a sua suíte e lá se trancou.
Irritada, Vera foi atrás da filha. Ao perceber que Cláudia trancara a porta, começou a mexer na maçaneta. Ao constatar que não havia como entrar, Vera começou então a bater na porta do quarto. Exaltada, a mulher ficou mais de meia hora tentando entrar no quarto de Cláudia.
Não fosse a intervenção de Lourenço, Vera ficaria por muito tempo ainda, batendo na porta do quarto de Cláudia.
Censurando a atitude da esposa, Lourenço exigiu que ela deixasse para resolver aquele assunto depois.
Cláudia então, percebendo a calmaria, cansada que estava, logo adormeceu.
No dia seguinte, receosa de se encontrar com sua mãe, levantou-se mais cedo e foi a pé para a escola.
Ao lá chegar, seus amigos, vendo-a chegar a pé, comentaram entre si, o que estaria acontecendo.
Cláudia ao ver os amigos, se aproximou e disse que saiu de casa a pé, para espairecer um pouco.
Com isso, depois de quase meia hora conversando com os amigos, bateu o sinal, avisando que as aulas iriam começar.
Desta forma, todos ingressaram na sala de aula.
No fim das aulas, dizendo que não queria voltar para casa, Cláudia foi para a residência de um amigo. De lá, só voltou tarde da noite.
Vera então, aflita com o sumiço da filha, só se aquietou quando a viu entrar pela sala. Foi nesse momento que disparou:
-- O que você pensa que está fazendo, heim!?
Ao ouvir isso, Cláudia ironicamente pediu desculpas, dizendo que se esqueceu de avisar, que voltaria tarde.
Com isso, Vera irritada, comenta que o que ela está fazendo não é certo.
Cláudia então, para acalmar sua mãe, respondeu que passaria o restante da noite em casa.
Vera, ao ouvir as palavras da filha, ficou deveras feliz.
Cláudia comentou então, que ficaria em seu quarto estudando.
Satisfeita, Vera perguntou-lhe se ela não gostaria de jantar.
A moça então se virou para a mãe e respondeu que já havia jantado.
E eis que durante algum tempo a calma se instalou na família.
Mas não sem antes Cláudia levar uma severa bronca de Lourenço. Dizendo-lhe que havia passado dos limites, Lourenço avisou-a que ela estava proibida de sair à noite por uma semana.
Cláudia ao ouvir estas palavras intencionou protestar, mas seu pai impediu-a até mesmo, de abrir a boca.
Sem outra alternativa, só restou-lhe concordar.
Aborrecida, Cláudia trancou-se em seu quarto.
Todavia, mesmo proibida de curtir as baladas, coisa que ela sempre adorou fazer, Cláudia, não ficou trancada em casa. Esperta, aproveitou para sair mais com suas amigas à tarde. Junto com Marisa e outras garotas, Cláudia aproveitou para ir aos shoppings e parques, para passear um pouco.
Nisso, após dez dias, Lourenço, notando que ela vinha se comportando bem, sugeriu-lhe uma viagem para o litoral.
Cláudia ao ouvir a proposta, ficou obviamente surpresa. Contudo, prometeu que pensaria no assunto.
Lourenço, por sua vez, ao notar a reação da filha, ficou desapontado. Surpreso com o pouco caso de Cláudia, comentou posteriormente com Vera, que esperava mais entusiasmo da filha.
Vera ao perceber a decepção do marido, comentou que Cláudia sempre foi assim imprevisível.
Desta forma, só restou a Lourenço esperar a resposta que seria dada por sua filha.
Nisso, ao final de alguns dias, Cláudia, concordando com a viagem, conseguiu finalmente deixar seu pai satisfeito.
E assim, ao fim de alguns dias, lá se foi à família Nogueira de viagem para o litoral.
Durante a viagem, a bela companhia da ainda verdejante e resistente Mata Atlântica.
Como os Nogueira possuíam uma casa de veraneio, assim que chegaram, trataram logo de deixar suas malas na sala da residência, e foram logo aproveitar a praia.
Cláudia, apressada, deixou os pais para trás e aproveitou para cair no mar.
Mais tarde, passeando de balsa, foram visitar uma ilha.
Que belíssima ilha, repleta de casas de veraneio, caiçaras e inúmeros iates!
Durante a estada da família na região, os ilhéus receberam muito bem a família de Cláudia. Em outra oportunidade, a família chegou a se hospedar na região. Instalados em uma pousada, conheceram alguns dos simpáticos habitantes do lugar, ouviram suas histórias, suas lendas.
Deslumbrados com as praias recobertas por imensas pedras, trataram logo de entrar no mar. Porém, ao perceberem a poluição causada pelos iates – que necessitam de combustível para deslizarem nas águas –, já que podiam pisar nas algas que proliferavam, os três resolveram descobrir melhores paragens para se banharem.
Foi quando um dos ilhéus lhes informou que a região sul da ilha, era bem melhor.
E lá se foram Vera, Lourenço e Cláudia. Os três estavam ávidos por conhecer boas praias. Seguindo de carro, finalmente os três puderam se encantar com belas cachoeiras e praias limpas.
Que férias memoráveis!
Quando partiram, foram saudados por alguns dos ilhéus.
Agora que voltavam, eram muito bem recebidos. Já conhecedores da região, sabiam exatamente onde tinham que ir, para desfrutar das belas praias da ilha.
Revendo os moradores da ilha, mais tarde foram se refrescar nas águas das praias do lugar.
Mais tarde, regressando de balsa, voltaram para a casa de veraneio.
No dia seguinte, mais passeios pelas praias da região.
Domingo à noite, depois de horas de congestionamento a família voltou para São Paulo. Após horas de viagem, congestionamento e muito cansaço, os três, ao chegarem em casa, nem desfizeram as malas. Trataram logo de dormir.
No dia seguinte, a vida de sempre. Escola para Cláudia e trabalho para Lourenço.
Como as provas vinham se aproximando, Cláudia diminuiu o ritmo. Quase sem sair à noite, causou estranheza em sua mãe, acostumada com seu jeito bastante inquieto.
No entanto, Cláudia tinha um bom motivo para dispensar os amigos.
Porém, não foi só Vera que estranhou a atitude da moça. Seus amigos, notando a ausência dela nas festas e baladas, chegaram até a criticar a atitude de Cláudia.
Mesmo assim, alheia aos comentários, Cláudia continuou seus estudos.
Com isso, ao chegar a época das provas, Cláudia estava bastante tranqüila, e assim, ao final de alguns semanas, finalmente pôde ver o resultado de tanto esforço. Isso por que, Cláudia teve um ótimo desempenho conseguindo boas notas.
Contudo, após as provas, a moça retomou sua vida de agitos.
De duas a três vezes por semana, saía para baladas com os amigos da escola.
Vera, ficava incomodada com isso. Mas o que podia fazer? Proibir Cláudia de sair, de nada adiantaria.
Desta forma, só lhe restava esperar. E era isso que fazia todas as noites em que a filha saía.
Lourenço por sua vez, não perdia seu sono por conta das atitudes da filha. Sempre trabalhando, mal tinha tempo para se ocupar com isso. Ademais, sabia que apesar de teimosa, Cláudia era responsável.
Vera porém, se preocupava. Nervosa, sempre se aborrecia com os horários da filha.
Cláudia por sua vez, nem ligava. Acostumada com esta rotina, julgava exagerada a preocupação de Vera.
Em razão disso, as duas sempre acabavam brigando.
Quem geralmente aparteava os desentendimentos era Lourenço que estava sempre calmo.

Certo dia, ao se levantar para ir a escola, estando devidamente arrumada, Cláudia, depois de tomar o café da manhã, se dirigiu ao banheiro.
Ao entrar, trancou a porta.
Em seguida, abriu o armário, pegou a escova de dentes, colocou pasta e escovou os dentes. A seguir, sentindo um pouco de calor, começou a molhar o rosto.
Repentinamente, começou a sentir-se mal. Pálida, sentou-se no chão.
E assim, sentada, ficou por alguns minutos, até sentir que recuperava as forças.
Vera, sempre atenta ao comportamento de sua única filha, ao notar que ela se demorava em seu quarto, foi até lá chamá-la.
Ao entrar, percebendo que Cláudia ainda estava no banheiro, bateu na porta para chamá-la.
Nesse momento, Cláudia já recuperada do mal estar súbito, abriu a porta. Ansiosa pegou o material escolar e despedindo-se de Vera, comentou que precisava ir logo para a escola.
A mulher, mesmo estranhando a atitude da filha, não a reteve.
Nisso, Cláudia foi com o motorista para a escola.
Quando voltou para casa, Vera preocupada resolveu perguntar a filha se estava tudo bem.
Como Cláudia assentiu com a cabeça, Vera acabou deixando o assunto de lado.
Em seguida, se trancando em seu quarto, Cláudia, apreensiva, começa a se perguntar por que tivera aquele mal estar súbito.
No entanto, conforme os dias foram passando, Cláudia, esquecida do incidente, continuou a sair com os seus amigos. Costumeiramente ia a baladas. Também ia a shoppings com suas amigas, organizava grupos de estudos, etc.
Aluna aplicada, mesmo com uma vida tão agitada, Cláudia nunca se descuidou dos estudos. Quanto a isso, Vera não tinha motivos para se queixar.
Lourenço, por sua vez, tinha muito orgulho da filha. Afirmando que também fora muito aplicado quando foi estudante, fazia questão de dizer que Cláudia havia saído a ele. Por esta razão não tinha tantas preocupações com a filha.

Todavia, com o passar das semanas, Cláudia foi novamente acometida de um mal estar, quase caiu no pátio da escola.
Marisa, que estava a seu lado conversando, ao ver o rosto da amiga empalidecendo, ficou bastante preocupada.
Ao ampará-la, Marisa percebe que há algo errado.
Cláudia no entanto, afirma que está tudo bem.
Mas Marisa, afirmando que ela não está nada bem, faz questão de ressaltar a palidez da amiga. Dizendo que já faz algum tempo que vem notando isso, Marisa consegue deixar Cláudia pensativa.
Muito embora tentando a todo custo negar que algo de errado vinha acontecendo, o incidente foi bastante comentado na escola.
Ao chegar em casa, intranqüila, Cláudia vai direto para se quarto. Lá se tranca.
Vera, preocupada, tenta conversar com a filha.
Cláudia no entanto, evita tocar no assunto. Sem sequer abrir a porta do quarto para a mãe, a moça fica muito pensativa. Preocupada com seu segundo mal estar, Cláudia volta a se perguntar:
-- Meu Deus! O que está acontecendo?
Com o passar dos dias, todavia, a moça acaba se esquecendo do incidente.
Vera por sua vez, continua preocupada. Percebendo um certo abatimento em Cláudia, ela criva a filha de perguntas.
Cláudia no entanto, não gosta desse excesso de zelo. Desconversando, a moça diz a mãe que está tudo bem e que ela não precisa se preocupar.
Mesmo assim, mesmo diante das evasivas da filha, Vera continua preocupada.
Nisso, Cláudia continua indo a escola, freqüentando as aulas.
Todavia, durante um passeio com seus amigos, Cláudia, depois de passear pelos corredores de um shopping, resolve ir ao banheiro.
Sentindo um ligeiro mal estar, resolve molhar o rosto.
Ao sair do banheiro, Cláudia, sentindo-se um pouco melhor, resolve se juntar aos amigos. Juntos resolvem lanchar. Sentados na praça de alimentação do shopping, eles devoram pizzas, beirutes, pastéis, sanduíches, milk-shakes. Mais tarde, Marisa e Cláudia sugerem assistir um filme.
Animados, todos concordam. Com isso a turma segue em direção a bilheteria do shopping.
Em questão de minutos, lá estão eles dentro da sala de cinema, aguardando a exibição da película. Alguns garotos, não satisfeitos com o lanche que fizeram, resolveram comprar aqueles sacos enormes de pipoca.
Cláudia e Marisa, ao verem os garotos com o saco de pipoca, ficaram espantadas.
Tanto que chegaram a comentar:
-- Mas o que é isso? Ainda estão com fome?
-- Não, não. Isso é só um aperitivo! – responderam.
Nisso, começou a exibição do filme.
Encantados com o filme, a turma não perdia uma cena.
Por fim, depois de duas horas, toda a galera saiu da sala.
Em meio à multidão de pessoas que saem da sala de cinema, Cláudia novamente sente-se mal.
Marisa, percebendo o ar abatido de Cláudia, resolve-lhe perguntar se está tudo bem.
-- Está. – respondeu laconicamente Cláudia.
Marisa porém, percebendo o mal estar da amiga, retruca dizendo que ela não está nada bem.
Nesse momento, ela leva Cláudia para um canto.
Quando a moça estava prestes a se sentar, sentiu novamente mal estar e desmaiou.
Marisa e seus amigos ao verem Cláudia desmaiada, ficaram apavorados. Sem saber o que fazer, dois dos rapazes saíram para pedir ajuda.
Aflitos, retornam com dois seguranças. Nesse momento, Cláudia recobrou os sentidos.
Foi quando os rapazes ofereceram ajuda.
Cláudia, sentada no chão, ao ouvir a palavra hospital, gritou:
-- Não!
Marisa ficou perplexa com a reação de Cláudia. Sem compreender a atitude da amiga, questionou Cláudia.
-- Como não?
Cláudia insistiu em dizer:
-- Não. Não quero! Não precisa, eu já estou bem!
Com isso, depois de muito pedir, Marisa e dois amigos levaram Cláudia para casa.
Ao chegar em casa, abatida, a moça logo chamou a atenção de Vera, que quis logo saber o que havia acontecido.
Sem alternativa, Marisa e os dois rapazes acabaram contando o que havia sucedido.
A essa altura, Cláudia, deitada em seu quarto, não imaginava que sua mãe descobrira que ela estava com problemas.
Aturdida, Marisa contou até, do mal estar de Cláudia na escola.
Impactada, Vera, ao tomar conhecimento da gravidade do estado de saúde de Cláudia, resolve telefonar imediatamente para Lourenço. Dizendo ter um assunto muito grave para discutir com ele, pediu para fosse para casa.
Surpreso, Lourenço quis logo saber o que estava acontecendo. Vera contudo, disse que não dava para adiantar nada pelo telefone.
Lourenço ao ouvir isso, ficou aflito. Sem paciência para esperar até o fim do dia para saber o que estava acontecendo, pegou logo o carro e voltou para casa.
Pobre homem!
Ao chegar em casa, recebeu uma bomba.
Vera aflita, relatou-lhe tudo o que vinha acontecendo com Cláudia.
Lourenço então, ao tomar conhecimento do estado de saúde da filha, resolveu conversar com ela.
Ao entrar no quarto da moça, Lourenço percebe seu ar abatido. Disposto a colocar tudo em pratos limpos, ele senta-se ao lado da cama da filha. Dizendo já saber o que está acontecendo, afirma que está na hora de ir a um médico.
Cláudia ao ouvir isso, diz que não precisa.
Lourenço por sua vez, diz que não é bem assim. Argumentando que eles precisam saber o que está acontecendo, insiste em dizer que não adianta ela reclamar.
Sem alternativa, Cláudia no dia seguinte, foi ao médico.
Lourenço, preocupado, tratou logo de marcar uma consulta com um médico de confiança.
Vera concordou.
De tão apreensivo, no dia seguinte, acompanhou a esposa e a filha no consultório médico.
Nisso, ao ser atendida pelo médico, Cláudia teve um duro baque.
Isso por que Doutor Alírio, diante dos exames realizados ali mesmo, lhe informa que ela padecia de uma grave enfermidade.
Ao ouvir o diagnóstico médico, Cláudia relutou em aceitar que estava doente.
Por esta razão, mesmo brigando com os pais, Cláudia recusou-se em submeter-se ao tratamento prescrito pelo médico.
Contudo, ao sentir-se novamente mal, visto que novamente desmaiou, ficando inconsciente por longo tempo, Cláudia finalmente aceitou se submeter ao tratamento.

Tomando medicamentos fortes, começou a sentir as forças fugirem do corpo. Por conta disso, abandonou os estudos.
Seus amigos por conta de sua atitude, se ressentiram. Reclamando da ausência da amiga, só restava a Cláudia inventar desculpas.
Nisso, o tratamento a que vem se dedicando, além de não trazer os resultados esperados, lhe provoca reações colaterais.
Cada vez mais abatida e indisposta, Cláudia começa a reclamar do tratamento. Dizendo que não está adiantando, faz menção de desistir em continuar a medicação.
Vera ao ouvir as reclamações da filha, lhe passa uma severa bronca.
Lourenço ao saber do desânimo da filha, resolve lhe chamar para uma conversa. Dizendo que ela não poderia desistir do tratamento, comenta que sua recuperação dependia apenas de sua persistência.
Cláudia contudo, mesmo depois de aconselhada pelos pais, continuava desanimada. Mas, pensando melhor, vendo sua situação, a moça cai em si, e percebendo que não tem outra escolha, depois de uma noite em claro, na qual muito pranteou, resolve tentar mais um pouco.
No café da manhã, Cláudia informa aos pais, que vai continuar tentando.
Vera e Lourenço, ao ouvirem as palavras da filha, ficam contentes com a notícia. Emocionados abraçam-na e proferem palavras de incentivo. Dizendo que ela não pode desistir, Vera e Lourenço tentam animá-la.
Cláudia então sorri.
Com isso, em nova consulta ao médico, Doutor Alírio, percebendo que a medicação não estava resolvendo o problema de Cláudia, resolve então, alterar o tratamento.
Ao ouvir isso, Cláudia fica desapontada.
Vera, percebendo o desapontamento de Cláudia, ao sair do consultório, tenta consolá-la.
Cláudia por sua vez, ouve a mãe. Percebendo a dedicação de Vera, resolve prosseguir o tratamento.
Mesmo assim, após algumas semanas, a situação de Cláudia continua a mesma.
Não bastasse isso, os efeitos colaterais da medicação a deixam cada vez mais debilitada e abatida. Apática, mal consegue se alimentar direito.
Revoltada, Cláudia enfrenta os pais dizendo que vai abandonar o tratamento.
Vera e Lourenço, ao ouvirem estas palavras, ficam inconformados.
Mesmo assim, a moça, alegando, que o tratamento não estava produzindo resultados, responde que não estava valendo a pena passar por tudo o que estava passando. Triste, Cláudia relembrou seus momentos felizes (suas idas a praia, as baladas, os passeios com os amigos, etc.) e chorando, disse que queria sua vida de volta. Batendo no peito, Cláudia insistia na idéia de que sua vida havia mudado para pior.
Vera aflita, tentou mais uma vez consolar a filha.
Cláudia por sua vez, respondeu de modo agressivo.
Lourenço, ao ver a atitude da filha, censurou-a.
Cláudia porém, não se intimidou. Cada vez mais agressiva, disse que estava cansada de ouvir palavras de consolo que não levavam a nada.
Revoltada, resolveu então, se trancar no quarto.
Vera tencionou ir atrás da filha, mas Lourenço a reteve.
Cada vez mais triste, Cláudia passou a se distanciar de seus pais e de seus amigos.
Com o passar do tempo, seus amigos não visitavam mais. Nem mesmo Marisa, sua grande amiga.
Ademais, evitando os pais, Cláudia passava cada vez mais tempo sozinha.
Cansada de ser alvo da compaixão das pessoas, Cláudia passou a ficar cada vez mais isolada.
Certa vez, pensando em sua vida, reviveu fases de sua doença, sua vida com os amigos, e chegou a conclusão de que precisava dar um jeito em sua vida.
Cansada de se instada por seus pais a reagir, Cláudia resolveu se alimentar. Por conta de sua fraqueza, a mudança se fez notar timidamente.
Astuta, a moça fingiu aceitar os conselhos dos pais. Cada vez mais cordata, causou estranheza em Vera, que ficou desconfiada.
Lourenço contudo, feliz com o aparente clima de harmonia em sua casa, respondeu a Vera que suas desconfianças eram bobas. Afirmava também, que ela estava cismada à toa.
Mesmo assim, Vera continuou insistindo que a atitude de Cláudia era suspeita.
Lourenço ao ouvir isso, criticou a esposa.
Com isso, ao passar de algumas semanas, Cláudia, ganhando a confiança de sua mãe, começou a elaborar um plano. Sequiosa de fugir daquela vida de tristezas, Cláudia fingiu aceitar sua sorte.
Vera, feliz por ver a filha retomar o tratamento, começou a baixar a guarda e, confiante de que a filha melhoraria, deixou de ficar vigiando Cláudia a todo instante.
Cláudia, percebendo isso, começou a pensar em arrumar suas malas.
À noite, depois de seus pais se recolherem, Cláudia começou a arrumar suas malas.
Silenciosamente, começou a retirar roupas do armário. Depois de colocar o maior número delas dentro de suas malas, começou a escolher os sapatos. A seguir, vasculhou as gavetas de seus criados-mudos e de um deles tirou um cartão de crédito. De dentro de um cofre, retirou uma substancial quantia em dinheiro e algumas jóias. Estando vazio, a moça fechou o cofre.
Cautelosa, destrancou a porta do quarto, e, devidamente arrumada, espiou o corredor. Ao ver que tudo estava tranqüilo, resolveu voltar ao seu quarto para buscar suas malas de rodinhas.
Calmamente as levou até a sala. Ao retornar a este ambiente, abriu lentamente a porta.
Saindo da residência, trancou a porta. Passou pelo quintal, viu as flores do jardim, a piscina e alcançou a rua. Apressada, caminhou até um ponto de táxi. De lá foi até o aeroporto. Lá, comprou uma passagem e viajou, ainda de madrugada para outro estado.
Por já contar com dezoito anos, não precisou de autorização para viajar. E por esta razão, abandonou sua casa sem qualquer receio.
No dia seguinte, quando seus pais deram por sua falta, já era tarde demais. Cláudia já estava muito longe.
Mesmo assim, Vera saiu rua afora, em busca da filha. Obviamente em vão.
Lourenço, percebendo que a filha fugira na calada da noite, resolveu ir até a delegacia de polícia. Aflito, ele relatou ao delegado o que sucedeu.
Atencioso, o delegado o informou de que ele precisava esperar vinte e quatro horas para considerar a moça, como desaparecida.
Ao ouvir isso, Lourenço ficou desapontado.
Comentando este fato com Vera, ao chegar em casa, Lourenço conseguiu deixá-la indignada. Isso por que, depois de ligar para vários amigos de Cláudia e passar na casa de alguns deles, os dois perceberam que não era brincadeira.
Mas agora, o que poderiam fazer?
Com isso, Cláudia, estando no Espírito Santo, utilizando-se de documentos falsos, passa a se chamar Valquíria.
Ávida por retomar os estudos que abandonou ao adoecer, Valquíria se matriculou em uma escola pública.
Assim, em questão de dias, a moça voltou a estudar.
Logo que entrou na sala de aula, todos estranharam sua magreza. Não demorou muito para que surgissem piadinhas sobre isso.
-- E aí! Você tá com AIDS?
Cláudia ao ouvir isso se aborreceu.
Oscar e Alice vendo a cena de longe, ficaram irritados com a atitude dos garotos.
Em razão disso, percebendo a expressão de decepção no rosto de Valquíria, vão até ela. Desculpando-se pela atitude dos garotos, Oscar e Alice dizem para ela não ligar para aquilo. Afirmando que eles eram uns infelizes, tentaram logo tirar a má impressão de Valquíria.
Conversando com a moça, acabaram se tornando grandes amigos.
Contudo, a despeito disso, mesmo feliz em poder terminar seus estudos, Valquíria ficava aborrecida com as brincadeiras que faziam a respeito de sua magreza.
Chateada, Cláudia, agora Valquíria, sofria com isso.
Oscar e Alice, percebendo isso, consolavam a amiga.
Não fosse por eles, e ela teria novamente abandonado os estudos. Isso por que, a cada dia que passava, aumenta o número de piadinhas sobre sua aparência.
Mas para sua sorte, Valquíria tinha Alice e Oscar como amigos.
E foi assim quem, com o passar do tempo, Cláudia/Valquíria voltou a ganhar peso e cor. Seus olhos ganharam brilho.
Feliz, Valquíria esqueceu-se de sua doença.
Recobrando o viço, os moleques até pararam de implicar com ela na escola.
Certo dia, passeando com Alice, Valquíria conheceu Vanderli. Caminhando pelo centro de Vitória a moça encontrou o rapaz.
Alice, ao ver o conhecido, logo o chamou.
Foi quando o apresentou a nova amiga, Valquíria.
Simpático, o rapaz começou a falar sobre sua vida. Curioso, perguntou também sobre a vida de Valquíria.
Não demorou muito para que os dois se tornassem amigos.
Simpático, o rapaz passou a recitar poesias para Valquíria.
Como por exemplo, o Canto Sétimo, em suas estrofes 62 e 63, da famosa obra “Os Lusíadas”, de Camões:

“E, se queres, com pactos e alianças
De paz e amizade sacra e nua,
Comércio consentir das abundanças
Das fazendas da terra sua e tua,
Por que cresçam as rendas e abastanças
(Por quem a gente mais trabalha e sua)
De vossos Reinos, será certamente
De ti proveito, e dele glória ingente

E sendo assi que o nó desta amizade
Entre vós firmemente permaneça,
Estará pronto a toda adversidade
Que por guerra a teu Reino se ofereça,
Com gente, armas e naus, de qualidade
Que por irmão te tenha e te conheça;
E da vontade em ti sobre isto posta
Me dês a mi certíssima resposta.”

Valquíria, ao ouvir este poema, aplaudiu entusiasticamente.
Lisongeado, Vanderli agradeceu a deferência.
Nisso, os dois continuaram a se ver e a passearem juntos.
Um dia, Valquíria, depois de se vestir para ir a escola, sentiu um súbito mal estar. Acometida de uma fraqueza inesperada, a moça sentou-se na beira da cama. Surpresa com este novo mal estar, Valquíria tentou se acalmar.
Sentada, permaneceu por alguns minutos.
Após, sentindo-se recuperada, resolveu se levantar.
Quando estava prestes a sair de seu apartamento, Valquíria sentiu-se novamente mal. Contudo desta vez, sentindo também dores, a moça desfaleceu.
Não fosse uma vizinha socorrê-la, e Valquíria teria ficado horas desacordada, sem socorro médico.
Hospitalizada, Valquíria foi submetida a exames. Quando finalmente despertou, a moça ficou surpresa ao se ver entubada tomando soro, e deitada em uma cama de hospital.
Foi quando surguiu Catarina, sua vizinha, que, entrando no quarto, explicou-lhe que ela foi encontrada desacordada, próxima a porta de seu apartamento.
Surpresa, Valquíria retrucou dizendo que não ela não precisava tê-la internado. Argumentando que agora estava bem, insistiu em dizer que a preocupação era desnecessária.
Catarina, ao ouvir as palavras da moça, respondeu que não era bem assim. Afirmando que ela iria ficar mais algum tempo internada, Catarina deixou Valquíria perplexa.
Ao ouvir as palavras da vizinha, Valquíria bem que tentou argumentar, debalde.
Com isso, ficou alguns dias internada.
Mesmo contrariada, Valquíria aguardou sua alta no hospital.
E após algum tempo, foi isso que aconteceu. Desta forma, quando ela recebeu alta, foi logo advertida de que seu estado de saúde era grave.
A moça ao ouvir isso, respondeu que iria se tratar. Abalada com a advertência do médico, ela voltou para casa em companhia da vizinha, Dona Catarina.
Contudo, com o passar de alguns dias, aparentemente curada, Valquíria se esqueceu do aviso e retomou sua vida.
Mas ela não conseguiria esconder por muito tempo sua doença.
Isso por que, Valquíria estava abatida. Como seu abatimento não diminuía, Vanderli, passou a inquiri-la a este respeito.
Valquíria por sua vez, incomodada com as constantes perguntas a respeito do seu estado de saúde, respondia desconversando, que estava tudo bem.
Contudo, inadvertidamente, visitando o apartamento da moça, Vanderli, conversando com Catarina, descobre toda a verdade.
Irritado, o rapaz, ao saber que Valquíria fora internada, exige explicações da moça.
Atônita, Valquíria tenta novamente desconversar, mas pressionada por Vanderli, acaba confessando a verdade.
Perplexo, Vanderli, ao saber de toda a verdade, mal sabe o que dizer. Atordoado, senta-se no sofá do apartamento de Valquíria, e fica a pensar em tudo o que acabou de ouvir.
Refletindo a respeito da delicada situação de sua amiga, Vanderli chega a seguinte conclusão:
-- Você vai fazer o tratamento.
Valquíria, ao ouvir esta frase, retruca:
-- Não! Não vou!
Aflita, a moça se relembra de tudo o que passou na casa de seus pais, e por conta disso, se recusa a voltar a se tratar.
Relutante, resiste a idéia. Teimosa, chega a discutir com seu amigo.
Com isso, Valquíria sofre uma nova recidiva em sua doença. Não só abatida como também enfraquecida, a moça sofre novos desmaios.
Vanderli, que acompanha tudo, cada vez mais preocupado com sua saúde, retoma o assunto.
Nesse momento, Valquíria, extremamente abatida, finalmente concorda com o tratamento. Mesmo sem esperança, a moça se submete ao tratamento do Doutor Loredano.
Triste, Valquíria tem que novamente, abandonar os estudos e se internar no hospital.
Tomando remédios cada vez mais fortes, Valquíria fica cada vez mais debilitada. Sem sentir melhoras, a moça pensa em desistir do tratamento.
Alice, Oscar e Vanderli, ao ouvirem as palavras de desânimo da amiga, a incentivam a prosseguir o tratamento.
Para entretê-la, Vanderli conta para Valquíria a “Lenda do Uirapuru”:
Valquíria já entra no clima.
Incialmente, relatando que foi ao ouvir a música de Heitor Villa Lobos, que conheceu a história de um lendário Pássaro Encantado, Vanderli começa a história:

Venerando adoradores de amuletos, consideravam-no o Rei do amor. Eles cantam à noite, encantando os indígenas sentados em roda nas tabas da floresta, tocando sua flauta nasal.
Antes era o cacique que lhes contava as histórias e os segredos da floresta.
Nisso, os Uirapurus ressentem-se da invasão de sua floresta por um velho de má aparência, que os nativos decidem atacá-lo impiedosamente e o expulsam.
Com isso, prossegue-se a pesquisa, ou melhor, a caça para encontrar o ardiloso Uirapuru e, supostamente, por todos os membros dos animais noturnos, no reino dos insetos: vagalumes, grilos, mochos, sapos encantados, morcegos e animais rastejantes.
Os caçadores desejavam capturar o Pássaro Encantado de canto canoro.
Aí então, eis que uma bela moça surge, encantada também pelo doce canto do Uirapuru. Corajosa, armada de arco e flecha ela atira no Pássaro Encantado, atravessando-lhe o coração e conseqüentemente, o Pássaro Cantante é imediatamente transformado num belo e garboso jovem.
A feliz caçadora que havia cativado completamente o belo jovem, seguida de seus maravilhosos nativos, é abandonada próxima da floresta, quando hesitam ante agudos e desagradáveis sons, provindos de uma distante flauta nasal.
Suspeitando da chegada de um repelente feiticeiro, procurando vendeta contra o impiedoso ato que eles haviam cometido, os nativos ocultam-se na densa floresta.
O ingênuo jovem, corajosamente, enfrenta o repelente feiticeiro que o mata com uma certeira flechada.
As jovens indígenas ternamente transportam seu corpo por uma fonte próxima, lavam seu corpo, e ele é subitamente transformado num belo pássaro, que voa e canta suave canção, diminuindo o silêncio da floresta. 1

Ao final da narrativa, Vanderli percebe o deslumbramento de Valquíria. Constatando isso, Vanderli promete visitá-la todas as tardes para lhe contar histórias.
Valquíria sorri ao ouvir esta novidade.
Nisso o rapaz, percebendo que estava chegando ao fim, o horário de visitas, despede-se da moça.
Isadora – a enfermeira –, entrando no quarto, ajeita os travesseiros de Valquíria. A seguir, coloca sobre o colo da moça uma bandeja com o jantar.
Vanderli, já no corredor do hospital, respira fundo.
Dias depois, voltando ao hospital, Vanderli declama para Valquíria, um famoso soneto de Camões:

“Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la:
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: Mais serviria, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!”

Emocionado, Vanderli abraça Valquíria.
Dizendo que gosta muito dela, pede mais uma vez para ela não desistir.
Nesse instante, entra Isadora, avisando-o que horário de visitas se encerrou.
Vanderli então, se despede da amiga.
Dias depois, durante a madrugada, Vanderli é avisado que Valquíria não está bem.
Assustado, o rapaz vai correndo para o hospital. Lá encontra Alice e Oscar.
Nesse momento, surge o Doutor Loredano, advertindo-os de que o estado de saúde de Valquíria era crítico.
Ao ouvir isso Alice, Oscar e Vanderli se entreolharam preocupados.
Aflito, Vanderli chega a chorar.
Desesperado, lembra-se de todas as aflições ocasionadas pela doença da tão estimada amiga. Recorda-se então, de todas as lágrimas que já vertera por Valquíria.
Nesse momento, ele faz uma promessa.
Alice e Oscar tentaram descobrir sobre o que se tratava a promessa, mas ele não contou.
Preocupado, Vanderli chega a ver Valquíria na UTI.
Todavia, ao final de alguns dias, as coisas melhoram.
Valquíria, recuperada da complicação, começa a dar sinais de que o tratamento está produzindo resultados.
Vanderli, fica feliz com a melhora.
Não bastasse isso, com o passar do tempo, Vanderli tem a alegria de ver a recuperação total de Valquíria.
Nesse ínterim, o rapaz se dirige a uma igreja para pagar sua promessa.
Alguns meses depois, Valquíria já estava completamente recuperada de sua moléstia.
Quando recebe alta, Vanderli resolve buscá-la. Feliz, a leva para passear. É quando lhe propõe namoro.
Surpresa, Valquíria, depois de pensar um pouco, aceita a proposta.
Nisso os dois se beijam.
Alguns minutos depois surgem Alice e Oscar.
Os quatro amigos, conversam animadamente.

Nos dias seguintes Vanderli e Valquíria tornam a se encontrar.
É num desses passeios que Vera e Lourenço vêem Cláudia. Avisados por um conhecido, que a moça estava em Vitória, foi questão de tempo encontrá-la.
Certo dia, Vera, cansada de aguardar o momento certo para abordar a filha, se aproxima dela e de Vanderli.
Aflita, Cláudia/Valquíria tenta evitar o encontro, mas já é tarde.
Abordando Vanderli, Vera diz que é mãe de Cláudia.
Surpreso, Vanderli pergunta:
-- E quem é Cláudia?
Vera, perplexa, responde que a moça que o acompanha é Cláudia.
Ao ouvir isso, Vanderli exige explicações da namorada.
Gaguejando, Cláudia tenta se explicar. Mas Vanderli irado, não a deixa falar.
Desesperada, a moça tenta ir atrás do rapaz, mas sua mãe a retém.
Irritada, Cláudia empurra Vera e diz que ela estragou tudo. Chorando, grita dizendo que não quer vê-la nunca mais.
Vera ao ouvir isso, fica arrasada.
Lourenço ao ver Cláudia correndo, resolve se aproximar da mulher. Preocupado, passa a consolá-la.
Nisso, após alguns dias, finalmente Cláudia e Vanderli se entendem.
Disposto a ouvi-la, Cláudia conta então a Vanderli, toda sua história.
Relata como era sua vida, suas amizades e seu relacionamento com a família. Comenta sobre sua vida social e como tudo era feliz até ficar doente. Depois vieram os males estares, o tratamento, o sofrimento. Cansada de viver com essas limitações, ela resolveu fugir. Pegou seus pertences, seu dinheiro e rumou para o Espírito Santo.
Ao terminar de ouvir o relato, Vanderli ficou perplexo.
Cláudia então, pediu desculpas ao rapaz.
Ele prometeu que iria pensar em tudo isso.
Em alguns dias, os dois depois de se entenderem, voltaram a namorar.
Mais algum tempo e a moça finalmente se acertou com a família.
Isso graças ao espírito conciliador de Lourenço, que conseguiu fazer com que Cláudia e Vera se entendessem.
Não sem antes é claro, uma bela discussão em que Cláudia revelou que fugira porque não agüentava mais sofrer.
Vera, ao ver os olhos marejados de Cláudia, entendeu finalmente a filha.
Foi então que as duas se abraçaram.
Nos meses seguintes, retornando para casa, Cláudia comemorou o Natal e o Reveillon com a família.
Ao lado de Vanderli, Cláudia revelou que depois de tantos percalços, era estranho voltar para aquela casa.
Vanderli respondeu então, que dali para frente tudo seria diferente.
Nisso, o casal é chamado para cear.
Juntos no ano novo, assistem a queima de fogos.
No carnaval, a moça volta para casa. Fantasiada de colombina vai para os salões pular o carnaval com Vanderli, vestido de menestrel.
Durante o baile, a moça reencontra Marisa, que se espanta com sua vitalidade.
Cláudia revela então, que se curou e que está vivendo em outro estado.
Marisa ao ouvir estas palavras, a felicita. Dizendo estar feliz por ela, a abraça.
Após, Cláudia se despede. Vanderli a chamava para dançar.
Feliz por finalmente estar concluindo o segundo grau, a moça revelou para Marisa que conheceu duas pessoas maravilhosas em Vitória – Alice e Oscar –, os quais são hoje, seus grandes amigos. Além disso, foi lá que conheceu Vanderli, seu namorado.
Vanderli, dançando com Cláudia, sussurra no seu ouvido, que ela estava linda.
Cláudia sorri.
Nesse momento o rapaz a pede em casamento.
Cláudia se surpreende.
Vanderli retira de sua fantasia, um pequeno estojo. Ao abri-lo, o moço deixa claro tratar-se de um anel de noivado.
Sem jeito, ainda tomada pela surpresa, Cláudia acaba aceitando o pedido.
Feliz o rapaz a abraça e a gira no ar.
Nisso, o baile prossegue. Ninguém nota a felicidade do casal.
Como trilha sonora da felicidade de Cláudia e Vanderli, um trecho de uma marchinha:

“ Se a lua contasse, tudo o que vê
De mim e de você, muito teria o que contar
Ela diria que viu-nos brigando e
Viu você chorando me pedindo pra voltar...”

Fim.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

DELICADO - CAPÍTULO 34

Ao entrar no toalete, Cláudia tentou encontrar uma saída.
Contudo, não havia janelas.
Chorando, a mulher começou a perder as esperanças.
Neste momento uma senhora se aproximou.
Perguntou-lhe se estava se sentindo bem.
Cláudia tentando segurar o choro, respondeu-lhe que sim.
Neste momento havia poucas pessoas no banheiro. Não havia ninguém além das duas mulheres em frente as pias.
Com efeito, percebendo a expressão de Cláudia, a mulher não se convenceu.
Disse-lhe que ela não parecia bem. Perguntou-lhe se não poderia ajudá-la.
Cláudia olhava para a mulher. Tentava dizer alguma coisa mas não conseguia.
A senhora, percebendo que ela estava bastante nervosa, sugeriu que bebesse uma água. Sugeriu que saíssem dali. Falou que tinha uma garrafinha de água, que poderia oferecê-la.
Cláudia percebendo que não poderia envolver a mulher em seus problemas, comentou que preferia ficar mais um pouco por ali.
A mulher então, lembrou-se que ao entrar no banheiro, havia um homem na entrada. Indiscreta, resolveu perguntar-lhe se estava com medo de se encontrar com aquele homem estranho que estava ali perto.
Ao ouvir isto, Cláudia lançou um olhar de desespero.
A mulher percebeu que havia algo de muito errado.
Comentou que ela estava muito assustada. Preocupada, perguntou-lhe se não gostaria de fazer uma ligação.
Cláudia agradeceu.
Perguntou se poderia fazer a ligação.
A senhora insistiu.
A moça então, ligou para a polícia.
Contou que fora sequestrada por um homem chamado Roberto, e agora estava no banheiro do aeroporto, prestes a sair do país. Relatou que estava indo para a Inglaterra. Mencionou o horário do vôo e o nome da companhia.
O policial perguntou o nome da moça.
Cláudia mencionou seu nome.
Ao constatar que se tratava de um caso de sequestro, o policial informou que seria providenciada uma viatura para o local.
Cláudia agradeceu. Desligou o telefone.
A mulher ao ouvir a conversa, ficou horrorizada.
Cláudia agradeceu-lhe.
Disse-lhe que sua ajuda foi de grande valia, mas recomendou-lhe que se afastasse. Preocupada, prometeu que não diria quem lhe ajudou.
A senhora pegou o celular.
Cláudia, agradeceu novamente.
A mulher afastou-se.
Cláudia disse-lhe novamente obrigada.
Após algum tempo, saiu do toalete.

Roberto estava andando de um lado para outro.
Impaciente, ao vê-la, comentou que estava quase entrando no banheiro.
Cláudia comentou que o banheiro estava cheio, por isto demorou.
Roberto puxou-lhe o braço.
Nervoso, disse que já estava perdendo a paciência com ela.
Com isto, se afastaram do banheiro.
Roberto e Cláudia sentaram-se próximos, na sala de embarque.
Cláudia procurava disfarçar o nervosismo. Pegou uma revista. Começou a folheá-la.
Roberto ficava observando a moça e o entorno.
A certa altura, o homem percebeu uma agitação na entrada da sala de embarque.
Foi quando surgiram dois policiais.
Roberto ficou furioso. Olhou para Cláudia. Pediu para que se levantasse.
Antes que a moça dissesse qualquer coisa, Roberto a empurrou.
Um dos policiais ao ver a cena, pediu para o homem parar.
Roberto pegou a arma que trazia e apontou para a cabeça de Cláudia.
Os policiais então, pediram para o homem entregar a arma.
Os passageiros que estavam na sala de embarque, ficaram apavorados.
Todos tentaram se esconder.
Alguns saíram da sala de embarque.
Roberto exigiu sair da sala de embarque.
Os policiais não tiveram como impedir.
Ao sair da sala de embarque, os policiais avisaram outros policiais, que Roberto havia saído da sala de embarque.
Foi questão de tempo para que o homem fosse encontrado.
Ao sair da sala de embarque, o homem escondeu a arma. Exigiu que a mulher continuasse caminhando.
Disse-lhe que iria se arrepender do que havia feito.
Ao passar por alguns policiais, a moça sinalizou pedindo ajuda.
O policial, ao perceber a situação, resolveu agir.
Aproximou-se de Roberto, e exigiu que soltasse sua arma.
Como o homem tentou resistir, um segundo policial apontou uma arma para ele.
Exigiu que ele soltasse a arma. Afirmou que antes que ele conseguisse puxar o gatilho, seria baleado.
Roberto tentou pegar a arma, mas o policial foi mais rápido.
O policial o imobilizou.
Cláudia correu para longe dali.
A mulher só parou, quando um policial pediu para que parasse de correr.
Ao olhar para trás, viu Roberto ser preso.
O homem saiu do aeroporto algemado.
Cláudia foi levada para uma viatura, sob os olhares dos passageiros.
Foi levada para casa.
Ao chegar em sua residência, Ana e Jacinto ficaram aliviados.
A família havia sido avisada que Cláudia fora encontrada e Roberto foi preso.
Cláudia abraçou os pais.
Lúcio também abraçou a mãe. Assim como Lucindo.
A mulher logo perguntou da filha.
Ana respondeu-lhe que a criança estava bem.
Juliana e Olegário também visitaram a família.

Mais tarde Letícia ligou perguntando por notícias.
A moça foi avisada que Cláudia havia sido novamente sequestrada.
Ao ouvir a notícia, a amiga custou a acreditar.
Por fim, disse:
- Céus! Quando isto irá acabar? Minha amiga não tem mais paz!

O tormento porém, estava com os dias contados.
Isto por que, passadas algumas semanas, o homem foi encontrado morto em sua cela.
Onofre foi avisado, e repassou a informação para a família.
Quando Cláudia foi informada do fato, sentiu aliviada. Pensou que finalmente teria descanso.
Contudo, quando Ana tentou contar-lhe detalhes do passamento de Roberto, Cláudia a interrompeu dizendo que não estava interessada em saber detalhes.
Ana então calou-se.
Com isto, prosseguiram os preparativos para o casamento.

Na data combinada, toda a família seguiu viagem para a casa de Florinda.
Em um carro foram Cláudia, seus pais e Lúcio.
No veículo de Lucindo, foram seus tios e a pequena Clara.
Letícia e Leandro seguiram quase juntos, levando consigo Leonardo e Helena.
Patrícia e seus pais, foram mais tarde.
Lúcio e Cláudia explicaram a Soraia e Túlio como fazer para chegar no local.
Em questão de horas, parentes e amigos dos noivos estavam reunidos na propriedade.
Florinda recebeu-os com um sorriso no rosto.
A mulher ficava feliz quando a casa estava cheia.
Com os anos, a senhora construiu uns chalés.
Cláudia sua família, e a família de Lucindo, ficaram hospedados na casa de Florinda.
A família de Letícia e de Patrícia foram acomodadas nos chalés.
Eram construções de dois andares com dois quartos, dois banheiros, varanda. No andar de baixo, uma sala, lavabo, uma pequena cozinha e área de serviço.
Patrícia ao ver a acomodação, achou tudo muito bonito.
Florinda desejou a todos boas vindas.
Questionou Ana por não visitar mais vezes o sítio. Argumentou que fizera todas aquelas benfeitorias para a família.
Ana desculpou-se.
Disse que de fato estava em dívida com ela. Argumentou que a vida corrida na cidade não permitia tantos encontros.
A esta altura, Florinda já sabia que Cláudia havia reconhecido o filho Lúcio.
Cumprimentou Lucindo e comentou:
- Que bela trapalhada vocês fizeram!
O homem ficou sem graça.
A despeito disto, todos riram.

Lúcio ao ver Patrícia chegando, foi logo ao encontro da namorada.
Ao vê-la, foi logo abraçá-la.
A moça foi apresentada a Florinda, que se encantou com a moça.
Disse-lhe que era muito bonita.
Patrícia agradeceu.
Por fim, a mulher foi apresentada aos pais da jovem.
Florinda paparicou o sobrinho bisneto. Também brincou com o filho de Letícia. Mencionou que as crianças traziam renovação.
Ana convidou Onofre, que declinou do convite.
Disse que já tinha outro casamento para comparecer. Sua filha mais nova iria se casar naquele período.
Ana parabenizou-o. Desejou felicidades ao casal.

Lúcio e Patrícia estavam sempre juntos.
Cláudia comentou diversas vezes o quanto eram unidos.
Por diversas vezes, observou o casal estudando juntos, conversando.
Olhava-os enternecida.
Achava linda a união de ambos.
Lucindo também gostava de ver o filho com Patrícia.

Com efeito, o rapaz mostrou toda a propriedade para Patrícia.
Comentou que de vez em quando, visitava o lugar com sua família.
Patrícia ficou encantada com o lugar.
Disse que ali tudo era muito bem cuidado.
Lúcio concordou.
Argumentou apenas, que era uma pena a família visitar tão pouco o lugar.
Patrícia relatou que se tivesse um lugar lindo daqueles para visitar, procuraria visitá-lo sempre.
Lúcio comentou que em toda sua vida, frequentou o lugar umas cinco ou seis vezes.

Soraia e Túlio ficaram com as famílias de Cláudia, Lucindo e Letícia.
O homem relutou um pouco para aceitar o convite, mas diante da insistência da esposa e da filha, acabou concordando.
Nos dias em que ficou no interior, hospedado no sítio de Florinda e Licínio, o homem conversou bastante com Lucindo, Leandro e Jacinto.

Conforme as visitas foram chegando, a mulher recebeu-os com um lauto café da manhã.
Tinha leite, café, sucos, iogurtes, pães doces, salgados, geléias, frutas.
Os convidados comeram tanto, que o almoço acabou saindo tarde.
Túlio comentou que ia voltar para São Paulo rolando, de tanto que estava comendo.
Todos riram.
Licínio também foi conversar com os convidados.
Contou das reformas que fez, da construção dos chalés.
Mais tarde convidou a todos para um passeio a cavalo.
Muitos agradeceram o convite, mas recusaram educadamente.
Letícia, Leandro, Túlio, Soraia, Juliana e Olegário comentaram que não sabiam andar a cavalo.
Licínio argumentou que não havia segredo.
Por fim, acabou convencendo-os.
E assim, todos andaram a cavalo.
Lúcio ajudou Patrícia.
Embora atrapalhados no início, por fim, ao final de algum tempo, estavam todos conduzindo os animais.
Licínio foi mostrando outras partes da propriedade.
Mostrou plantas, frutas e flores nativas.
Comentou que na propriedade havia uma reserva legal. Explicou que se tratava de uma parte da propriedade que estava destinada à preservação da vegetação original, não podendo ser alterada.
O homem reconheceu que no começo questionou a ideia. Argumentou que em seu sítio havia plantas, flores e frutos suficientes. Em seu entender não havia necessidade de haver uma reserva legal. Contudo, ao perceber que a mata nativa preservava os cursos d'água e os impedia de secarem, constatou que aquela medida se fazia necessária. Comentou que agora que quase não chovia, que havia necessidade de se preservar nascentes e cursos d'água, ou não teriam o que beber. Ressaltou que não só as pessoas sofreriam, como também os animais. Argumentou que em outras épocas de seca, a mata nativa, a reserva legal, cumpriu seu papel de preservar os cursos d'água.
Os visitantes viram diversos cursos d'águas, e até um rio.
Voltaram a casa, e foram recebidos com um café da tarde. Repleto de bolos, pães, geleias, sucos, café e leite.

Para o casamento foram montadas mesas e cadeiras. Flores do próprio sítio, enfeitavam as mesas.
Um altar coberto foi montado.
O coreto também foi decorado, pois serviria de cenário para as fotos.
Cláudia usou um vestido amarelo.
A moça foi conduzida ao altar por seu pai.
Lucindo e os padrinhos chegaram antes.
No altar estavam os tios de Lucindo, padrinhos do noivo.
Letícia e Leandro eram os padrinhos de Cláudia.
A família de Florinda compareceu em peso para o casamento.
O padre que celebrou a cerimônia, contou um pouco da história do casal.
Falou da dificuldade para se acertarem. Brincou com o fato de já terem filhos, mas acrescentou que independente da forma como aquela história caminhara até então, eles tinham o mais importante, que era o amor. Comentou que muita gente se preocupava com um papel, mas se esquecia de viver o mais importante.
Todos aplaudiram.
Os noivos disseram sim.
Trocaram as alianças.
Lúcio e sua namorada levaram as alianças para o casal.
Cláudia ficou feliz ao ver o filho, levando o par de alianças ao lado de Patrícia.
Lucindo também ficou comovido.
Fotógrafos de plantão flagraram todos os momentos do casamento.
Cláudia cumprimentou os convivas.
Recebeu os parabéns.
Uma chuva de pétala de flores foi jogada sobre o casal.
Lucindo e Cláudia dançaram uma valsa.
Alguns convidados fotografaram a cena.
Depois, todos dançaram.
Conversaram, apreciaram os comes e bebes.
Celebraram.
A todo o momento, Cláudia e Lucindo eram fotografados.
Poses e mais poses.
Tiraram fotos no coreto.
Em dado momento, a moça jogou o buquê de flores, para cima.
Flores colhidas no sítio, e montadas por sua tia avó Florinda.
Uma das primas de Cláudia pegou o buquê.

Por último, o casal se distanciou dos convidados.
Cláudia levou o moço para observar o lago onde estavam os patos.
Lucindo perguntou-lhe se não estava gostando da festa.
Cláudia argumentou que a festa estava muito linda.
Relatou que sua mãe e sua tia haviam pensado em tudo, colocando carinho e capricho em todos os detalhes.
Abraçou o moço.
Depois falou que estava muito feliz.
Comentou que demorou para perceber o quanto ele gostava dela.
Disse que com o tempo, aprendeu a gostar dele também. Por fim, disse que o amava.
Lucindo chorou.
Cláudia rindo disse que não era preciso chorar.
Beijou o moço.
Ao término do beijo, disse que tinha uma coisa para dizer, e que ele tinha que ser a primeira pessoa a saber.
Comentou que estava novamente grávida.
Lucindo ficou espantado.
Perguntou-lhe se tinha certeza.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo a abraçou.
Brincou dizendo que Lúcio iria dizer que precisava ensiná-lo a usar métodos contraceptivos.
Cláudia disse que Lúcio era um menino de ouro.
Lucindo concordou.
Acrescentou que ele era bem irônico também.

Mais tarde a notícia foi passada aos familiares.
Todos parabenizaram o casal.

Todos prosseguiram sua rotina.
Cláudia e Lucindo, aproveitavam para ficar mais perto do filho.
Ficavam as tardes ouvindo músicas em vários idiomas ao lado de Lúcio e Patrícia.
Cantavam juntos, desafinavam.
Passaram a morar próximos de Ana e Jacinto, assim como de Juliana e Olegário.
Continuaram a lecionar.
Lúcio foi morar com os pais.
Porém, sempre que podia, visitava os avós.
Passou a trabalhar e estudar.

O filho de Cláudia nasceu.
Lúcio disse que seu nome seria Carlos.

Lúcio e Patrícia passaram no vestibular.
A família toda comemorou.
Clara e Leonardo passaram a frequentar a escolinha.

Letícia engravidou novamente, e teve uma menina de nome Laura.
E a vida, encontros e desencontros se sucederam.
Beijos, abraços.
Lúcio e Patrícia, cursaram juntos a faculdade de letras.
Brigaram, tiveram alguns desentendimentos, mas depois se acertaram.
As flores vermelhas, sempre a sinalizarem um evento feliz ou uma reconciliação.
Simbologia seguida de muitos beijos e abraços.
Certa vez, Lúcio cobriu os olhos da namorada e lhe entregou um buquê de flores.
O moço também já se declarara para a namorada na frente de todos os colegas da faculdade.
Isto depois de uma briga.
Lúcio era ciumento e também alvo de um certo assédio.
Patrícia também era admirada por sua beleza, e invejada também.
O casal se adorava.
Todos achavam linda a relação dos dois.
E conforme os anos passavam, o relacionamento ficava mais forte.

Túlio e Soraia, continuaram casados.
Com o tempo o homem aprendeu a gostar de Lúcio. Percebeu que ele era um garoto esforçado e dedicado. Parou de implicar com ele.

Letícia e Leandro, também foram muito felizes.
Com muito amor, beijos e abraços.
Viviam a namorar e a cuidar dos filhos Leonardo e Laura.
Helena auxiliava nos cuidados.

Olegário e Juliana, assim como Ana e Jacinto, aproveitavam a companhia um do outro, e curtiam os netos.
Sim por que embora não tenham tido filhos, cuidaram de Lucindo como se fosse filho deles.
Então sentiam-se avós de Lúcio, Clara e Carlos.
Para Lucindo e Cláudia, os dois casais eram exemplos de uniões felizes e duradouras.
Cláudia ficava feliz quando via os pais e os tios do marido, abraçados, conversando, unidos, se gostando.

Já Cláudia e Lucindo, sempre eternos namorados.
Mesmo após alguns anos de casados, Lucindo continuava a sentir amor, admiração e desejo pela esposa.
Cláudia certa vez, ao sair do banheiro, esqueceu-se de trancar a porta do seu quarto.
Lucindo, que passava pelo corredor entrou.
A mulher estava se enxugando.
O homem se encantou com o que viu.
Constrangida, a mulher se cobriu com a toalha.
Ao se deparar com a cena, Lucindo começou a rir.
Aborrecida, a mulher indagou:
- Do que está rindo?
Lucindo respondeu:
- De nada. Só estou achando graça. Você acha mesmo que vai conseguir se esconder desse jeito? Não tem nada aí que eu já não tenha visto.
Cláudia ficou constrangida.
Percebendo isto, Lucindo a puxou para perto de si.
Disse para que ela parasse de bobagem. Mencionou que ela era linda.
Beijou-a e sutilmente foi soltando a toalha.
Caminhou pelo quarto trazendo-a junto de si. Trancou a porta.
Ao ver a toalha no caminho, empurrou-a para longe...

Todos foram muitos felizes, e também um pouco infelizes.
Como todo mundo nesta vida.
Vida que segue.

FIM.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

DELICADO - CAPÍTULO 33

Com efeito, depois de algum tempo insistindo com a moça, Lucindo acabou convencendo-a a casar-se com ele.
Lúcio ficou feliz com a novidade.
Cumpre destacar que ele ajudou a mãe a aceitar a proposta de Lucindo.
Isto por que, o garoto conversou com Cláudia.
Ao voltar da universidade, a mulher encontrou o garoto na sala.
Ao vê-lo sozinho, no escuro, Cláudia perguntou-lhe o que fazia ali.
Lúcio respondeu-lhe que estava esperando por ela.
Cláudia perguntou-lhe o que tinha de tão importante para lhe dizer que não poderia esperar o dia seguinte.
Lúcio então contou que gostaria de ver os pais casados, como os pais da maioria dos amigos que tinha. Mencionou que na escola todos estranhavam o fato de terem dois filhos e não estarem casados.
Cláudia respondeu-lhe que iria pensar no assunto. Comentou que já havia prometido uma resposta a Lucindo quando a criança nascesse.
Lúcio disse que se eles estavam juntos, não custava nada se casarem.
Cláudia achou graça, mas não riu.
Prometeu que iria conversar com Lucindo.
Lúcio perguntou-lhe se iria dizer sim.
Cláudia disse que ele saberia a resposta no momento certo.
Ao ouvir isto Lúcio pediu para se lembrar do que havia dito e do quanto iria ser bom ver os dois juntos.
- Mas já estamos juntos! E não vai ser um papel que irá mudar isto. – respondeu Cláudia.
Lúcio argumentou que se um papel não fazia diferença, por que não se casar?
Cláudia riu.
- Isto é muito importante para você, não é mesmo? - perguntou a mulher.
Lúcio respondeu que gostaria de ver os pais casados.
Rindo, comentou que poderia levar as alianças.
Cláudia abraçou o filho.
Comentou que ele não tinha jeito. Beijou-lhe o rosto e prometeu que conversaria com Lucindo.
Dito e feito, assim que pode, a mulher conversou com Lucindo.
O moço como sempre, expôs os seus pontos de vista.
Argumentou que seria bom para Lúcio, e para Clara também. Ressaltou que um papel não mudaria nada do que havia entre eles, mas que formalizaria uma relação que já existia. Acrescentou que seria importante para ele também. Comentou que gostaria de viver a experiência de estar casado.
Cláudia indagou:
- É isto mesmo que você quer? As pessoas, digo os homens, costumam falar tão mal do casamento! Nunca pensei que você fizesse questão de se casar!
Lucindo acrescentou que nem todo mundo pensa da mesma maneira.
Cláudia respondeu:
- Entendo!
Por fim concordou com a ideia.
Disse que já estava cansada de argumentar, de tentar rebater. Mencionou que tinha dois filhos, e que iria tentar, para ver no que dava. Chegou a pedir para Deus ajudar.
Lucindo reclamou.
- Quanto romantismo, hein?
Cláudia riu.
Argumentou que ele também não havia sido muito romântico em seus argumentos.
Lucindo disse-lhe que seu romantismo estava presente em todos aqueles anos que esteve a seu lado, acompanhando tudo, mesmo de longe. Ressaltou que ela sabia o quanto era amada, e que se casar para ele, não seria nenhum sacrifício. Por fim agradeceu.
Cláudia indagou o por quê do agradecimento.
Lucindo disse-lhe que era por tudo.
Abraçou-a e beijou-a.
Lúcio que passava pelo quarto, ao ver a cena, se afastou, pisando no chão, sem fazer barulho.

Feliz com a novidade, Lucindo contou aos tios.
Juliana e Olegário o parabenizaram pela boa nova.
Cláudia contou a novidade aos pais, e Lúcio.
Ao ouvirem a notícia, Ana e Lúcio comentaram quase ao mesmo tempo:
- Até que enfim!
Cláudia ficou perplexa.
Lúcio ressaltou que tinha certeza que um dia ela iria acabar concordando.
Ana confessou que já havia perdido às esperanças. Disse que a filha era teimosa como uma mula.
Cláudia retrucou:
- Vocês vai me parabenizar, ou dar os pêsames? Já estou me sentindo ir para o cadafalso.
Ana ficou horrorizada com as palavras da filha.
Disse que era um casamento, não uma execução.
Nisto abraçou a filha.
Disse-lhe que havia tomado uma sábia decisão.
Jacinto e Lúcio também a cumprimentaram.

Com isto, Ana começou a pensar nos preparativos do casamento.
Pensava na festa, no lugar em que seria realizada a cerimônia. Os comes e bebes, o vestido da noiva. Quem seria convidado, etc.
Jacinto riu.
Disse para Cláudia se preparar.
Nos dias que se seguiram, Ana só falava nisto.
Cláudia dizia que não havia marcado a data ainda.
Ana dizia para se apressarem.

Nas semanas seguintes, Clara foi batizada.
Como padrinhos, os pais de Cláudia.
Ana ficou toda comovida ao ser chamada para ser madrinha da neta.
No dia da cerimônia, lá estavam eles segurando a criança.
Cláudia levou a família para almoçar em um restaurante.
Convidou os tios de Lucindo, além de Letícia e Leandro.
Almoçaram todos juntos em uma mesa. Conversaram.
Letícia deu papinha ao filho e depois almoçou.
Cláudia fez o mesmo com Clara.
Quando chegou a conta, Leandro pediu para pagar suas despesas e a da esposa.
Lucindo se propôs a pagar toda a conta.
Cláudia mencionou que iria pagar a despesa dos pais.
O moço percebendo isto, argumentou que não haveria problema em pagar a conta dele e dos convidados.
Leandro argumentou que não estava certo ele arcar com tudo sozinho.
Ao ouvir isto, Lucindo concordou que Leandro pagasse sua conta e a da esposa.
Quanto a Cláudia o moço se recusou a receber ajuda para pagar a conta.
A moça ao perceber isto, argumentou que ela havia convidado.
Lucindo disse-lhe que Clara também era filha dele, e que o convite também era dele.
Como Cláudia fez menção de argumentar, o homem respondeu-lhe que iria pagar a conta e ponto.
Cláudia iria dizer algo, mas Ana balançou a cabeça negativamente.
Lucindo pagou a conta da família, e Leandro pagou sua conta e a da esposa.
Por fim, despediram-se.
Quando chegou em casa, Cláudia falou a Lucindo que ele não tinha o direito de atropelá-la do jeito que fez.
Lucindo rindo, comentou que não havia feito nada demais.
Cláudia respondeu-lhe que gostaria de ter pago a conta. Afirmou que já havia combinado com os pais que o faria.
Nisto virou as costas para o moço e saiu do quarto.
Lucindo ficou surpreso com a reação de Cláudia.
Mais tarde, conversando com Jacinto, o moço percebeu que não se tratava de um capricho. Cláudia havia combinado com os pais que pagaria a conta. Por esta razão, eles concordaram em almoçar em um restaurante.
A moça queria poupar a mãe de ter que preparar um banquete para receber as pessoas. Para ela era um gesto de atenção e carinho.
Lucindo ao ouvir as palavras de Jacinto, comentou que não havia se atentado para isto. Argumentou que só estava tentando ser cavalheiro.
Jacinto concordou.
Argumentou que neste mundo novo, cheio de novas regras, era complicado ser solícito. Disse ainda, que Lucindo deveria conversar com Cláudia. Argumentou que conversando, as pessoas se entendiam, e que a filha acabaria entendendo que não agiu por mal.
Lucindo disse que iria conversar com Cláudia.
Assim o fez.
Mencionou a conversa que teve com Jacinto.
Desculpou-se. Disse que não tinha ideia do que ela pretendia fazer. Argumentou que se soubesse, não iria atrapalhá-la.
Brincando, chegou a dizer que nas próximas vezes em que saíssem juntos, deixaria ela pagar toda a conta sozinha.
Cláudia riu.
Prometeu que iria pensar no assunto.
Acabaram se entendendo.

Por fim, Cláudia e Lucindo, acabaram se envolvendo nos preparativos do casamento.
Ana ligou para sua tia Florinda.
Falou sobre os netos, comentou que finalmente Cláudia havia se decidido casar.
Ao término da conversa, Ana recebeu um convite de Florinda para realizar a cerimônia de casamento e a festa no sítio.
Ao ouvir a proposta, Ana ficou de pensar no assunto. Ficou de conversar com a filha. Disse que mais tarde retornaria com uma resposta.
Com isto, conversou com Cláudia.
A mulher ao ouvir a proposta de Florinda, concordou.
Apenas perguntou se não iria incomodar.
Ana disse-lhe que a tia Florinda estava ansiosa por uma resposta.
Feliz, assim que pode, retornou a ligação.
Ana contou a Florinda que a proposta foi aceita.
Cláudia por sua vez, conversou com Lucindo que não viu problemas em aceitar o convite.

E assim, começaram os preparativos.
Animada, Ana contou a todos onde seria o casamento.
Convidou amigos, vizinhos, avisou Letícia e o marido, Juliana e Olegário. Contou ao neto.
Quando a filha voltava da universidade aproveitava para acertar algum detalhe da festa.
Cláudia pacientemente, atendia as solicitações da mãe.
Com efeito, ao término da licença maternidade, a moça contratou uma babá para cuidar da criança.
Ana ao saber da intenção de Cláudia, argumentou que poderia perfeitamente cuidar da menina.
Cláudia sorriu.
Argumentou que não precisava deixar de cuidar do bebê. Apenas teria uma pessoa para auxiliá-la nesta tarefa.
Sem alternativas, Ana acabou concordando.
Não sem antes reclamar um pouco.
Reclamou inclusive, com Jacinto que estava sendo preterida.
Ao ouvir isto, o homem caiu na risada.
Ana não gostou.
Jacinto falou:
- A senhora realmente é engraçada! Vive dizendo que está muito atarefada, mas não aceita a ideia de contratar uma empregada para os serviços domésticos.
Ana respondeu-lhe que era capaz de cuidar de tudo sozinha. Mencionou que uma diarista limpava a casa semanalmente. Dizia que já era o suficiente.
Jacinto por sua vez acrescentou:
- Eu sei por que você está brava. Sua filha te deu um nó. Ela fez tudo de uma forma que você não pudesse ser opor.
- Não é nada disto, Jacinto! - respondeu.
O homem então lhe disse que não deixaria de cuidar da criança.
Ana então deixou as reclamações de lado.

Contudo, quando soube que Lucindo pretendia comprar um imóvel para a família, a mulher entrou novamente em polvorosa.
Ana argumentou que eles poderiam perfeitamente continuar vivendo ali.
Lucindo ao ouvir isto, argumentou que já havia incomodado demais. Mencionou que quem casa, quer casa. Disse que era grato pela boa acolhida que tivera. Pelas vezes que lavou suas roupas, cuidou de suas camisas, mesmo sem ter obrigação de fazê-lo. Agradeceu, mas disse que ela trabalhava muito e precisava descansar.
Ana argumentou que gostava de trabalhar e que isto não matava ninguém.
Lucindo concordou, mas mencionou que precisava de um lar para sua família.
Ana insistiu para que continuassem morando na casa.
Jacinto foi obrigado a intervir.
Mencionou que a casa era pequena para tanta gente. Acrescentou que iria sentir falta da filha, mas entendia a necessidade de mudança.
Desta forma, para tristeza de Ana, Lucindo informou que assim que encontrasse uma casa para morar, se mudaria dali.
Com efeito, quando o casal comentou o fato com Juliana e Olegário, o casal argumentou que a casa que possuíam não era muito grande, mas eles poderiam ficar ali enquanto não achassem uma casa para morar.
Lucindo agradeceu, mas argumentou que isto não se fazia necessário.
Com isto, acabou por encontrar uma casa próxima a casa dos pais de Cláudia, e perto da casa dos tios, para morar.
Lucindo adquiriu o imóvel.
Com efeito, juntamente com Cláudia, o moço conseguiu dar uma boa entrada no imóvel.
O restante do valor, porém, seria financiado.

Com efeito, ao ficar noiva de Fabrício, Cláudia emprestou uma certa quantia ao moço.
Ao término do namoro, a mulher resolveu reaver o dinheiro emprestado.
Fabrício havia assinado um documento para receber o empréstimo.
Com isto, foi instado a devolver o dinheiro.
Cláudia enviou-lhe uma notificação, juntamente com o Instrumento de Confissão de Dívida.
Ao moço só restou devolver o dinheiro emprestado.
Cláudia dizia que sem casamento, não havia obrigação.
Usou o dinheiro para a entrada no imóvel.

Com efeito, sempre que podia, a moça saía para correr com o noivo.
Cláudia e Lucindo, adoravam correr no Ibirapuera.
Lucindo costumava dizer que a esposa havia emagrecido bem desde o nascimento da filha.
Ana comentou que a filha não costumava engordar muito em suas gestações.
Com isto, quando Cláudia e Lucindo saíam juntos, Ana ficava a cuidar de Clara.
Dava-lhe banho, colocava fralda, vestia a criança. Preparava sua mamadeira. Brincava com a menina.
Quando chegavam, geralmente a criança estava dormindo.

Com efeito, foi questão de tempo para Lucindo formalizar o noivado.
Olegário e Juliana receberam os pais de Cláudia em casa.
Lucindo comentou que a data de casamento estava marcada.
Juliana abriu uma garrafa de champagne.
Todos brindaram.

Cláudia continuou a levar Clara para passear pelo bairro.
Certo dia, teve a impressão de que alguém a seguia. Assustada, entrou em um comércio e esperou algum tempo. Ficou observando o movimento na rua.
Só saiu do estabelecimento, após se certificar que tudo estava calmo.
A mulher saiu do comércio e voltou para casa.
Lucindo estranhou ao vê-la voltar tão rápido.
Cláudia contou o ocorrido.
O moço por sua vez, prometeu acompanhá-la no próximo passeio.
E assim o fez.
No passeio seguinte, o homem acompanhou a mulher e a criança.
Em nenhum momento percebeu uma aproximação estranha.
Conforme as coisas foram se acalmando, Lucindo deixou de acompanhar a esposa.
Cláudia voltou a passear com a criança pelo bairro desacompanhada.
Às vezes encontrava Letícia, e as duas mulheres conversavam.
Leonardo já estava começando a engatinhar.
Cláudia falava de Clara.
Dizia que a filha era uma criança esperta. Observadora.
Letícia elogiava a criança. Falava que era um bebê bonito.
Quando Cláudia estava na universidade ministrando aulas, era a babá quem levava a criança para passear.
Em um desses passeios, apareceu um homem.
Era Roberto.
Conversou com a babá.
Perguntou-lhe onde ficava uma rua do bairro. Brincou com o bebê.
Sílvia lhe explicou onde ficava a rua.
Roberto agradeceu-lhe. Perguntou-lhe se era a mãe do bebê.
A mulher respondeu que não.
Tentando puxar conversa, o homem perguntou onde poderia encontrar babás. Argumentou que tinha um filho pequeno e estava precisando urgentemente dos serviços de uma babá.
Sílvia disse-lhe que uma amiga precisava de emprego, e que tinha experiência em cuidar de crianças.
Roberto demonstrou interesse.
Sílvia ficou de lhe passar o contato.
O homem perguntou-lhe se estava sempre ali naquele horário.
Sílvia confirmou.
No dia seguinte o homem voltou a falar com a babá.
Sílvia lhe disse que a amiga havia recebido proposta de trabalho de outra pessoa, mas estava disposta a conversar.
Assim, a moça passou o telefone da amiga.
Roberto agradeceu.
Comentou que ela era muito simpática e prestativa.
Sílvia por sua vez, agradeceu o elogio. Ao olhar o relógio porém, comentou que precisava levar Clara para casa.
Roberto pediu para que esperasse um pouco.
Sílvia estranhou.
Disse que estava na hora da criança comer sua papinha.
Levantou-se.
Roberto também se levantou.
Sílvia pediu licença e se afastou.
Roberto se despediu.
Enquanto seguia para casa, a mulher percebeu que alguém a seguia.
Assustada, resolveu entrar em um comércio que havia por perto.
Neste momento, um carro a fechou.
Dois homens saíram do veículo.
Sílvia assustada disse que entregaria todo o dinheiro que tinha, mas pediu para que não lhe fizessem mal.
Rindo, os homens disseram que só queriam a criança.
Sílvia tentou reagir, mas um dos homens apontou uma arma em sua direção.
Levaram a criança.
O veículo saiu depressa do local.
Desesperada, Sílvia entrou em uma loja que havia ali.
Pediu para fazer uma ligação.
Nervosa, a mulher ligou para a casa de Cláudia. Chorando, disse que haviam levado Clara.
Ana não entendeu nada.
Irritada, pediu a empregada que explicasse o que estava acontecendo.
Sílvia explicou.
Ana deixou o telefone cair.
Nervosa, Sílvia ligou para a polícia.
Disse que dois homens levaram um bebê. Explicou que se tratava de uma criança do sexo feminino. Informou o nome do bebê. As características do carro, e dos homens que levaram a criança. Mencionou que não conseguiu ler a placa do veículo.
Após algum tempo, a mulher retornou a casa da família.
Ana a aguardava. Disse que já havia contatado a polícia.
Sílvia lhe disse que fez o mesmo.
Os olhos estavam inchados de tanto chorar.
Nervosa, Sílvia comentou que tentou impedir que levassem a criança, mas não conseguiu. Disse que dois homens armados levaram a menina. Não teve como reagir.
Ana ficou intrigada.
Por que alguém levaria um bebê? Perguntou-se. Apavorada, pensou em sequestro.
Nervosa ligou para Onofre.
Como o homem atendia um cliente, pediu para que ela aguardasse um pouco, que terminando o atendimento, retornaria a ligação.
Nervosa, a mulher pediu-lhe desculpas pelo incomodo. Recomendou-lhe porém, que não demorasse para retornar a ligação, pois precisava muito falar-lhe.

Com efeito, após algum tempo, o homem ligou para a residência de Ana.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo.
A mulher lhe contou o ocorrido com a neta.
O advogado ficou chocado ao saber dos detalhes do ocorrido.
Para ele estava claro que se tratava de um sequestro.
Intrigado, perguntou a Ana se a polícia já havia sido informada do ocorrido.
A mulher respondeu que sim.
Onofre mencionou que iria realizar alguns telefonemas, e que mais tarde voltaria a falar-lhe.
Ana agradeceu.
Com efeito, alguns minutos depois a polícia apareceu.
Ana foi atender.
O policial informou à mulher, que havia sido feita uma varredura pela região. Contudo não foi encontrado nada suspeito.
O policial informou que ninguém notou o veículo descrito por Sílvia.
Ana estava desesperada.
O policial pediu fotos da criança.
Nervosa, Ana pediu a Sílvia para buscar.
Com isto começou a procura pela criança.

Quando Cláudia e Lucindo souberam do ocorrido, ficaram desesperados. Deixaram a universidade e voltaram para casa.
Nervosa Cláudia quase bateu o carro que dirigia.
Lucindo ao ver o incidente à sua frente, parou o carro. Foi até o veículo da mulher.
Ao vê-lo, a mulher parou o veículo. Abaixou o vidro do carro.
Disse que estava tudo bem e que tentaria se acalmar.
Lucindo recomendou-lhe que tivesse cuidado.
Cláudia prometeu que tomaria mais cuidado.
Nisto, seguiram para casa.

Ao lá chegar, Ana abraçou a filha.
Nervosa, tentou explicar o que havia acontecido.
Cláudia perguntou-lhe se havia chamado a polícia.
Ana respondeu-lhe que sim.
Foi questão de tempo para a família receber um telefonema.
Do outro lado da linha um homem pedia para falar com Cláudia.
Ana passou o telefone para a filha.
A mulher atendeu o telefonema.
Do outro lado da linha o homem se identificou.
Era Roberto.
Ao perceber de quem se tratava, Cláudia tentou dizer alguma coisa.
Foi então que o homem lhe orientou a não dizer seu nome, ameaçou Clara.
Cláudia ficou apavorada ao perceber que o homem sabia o nome da filha.
Roberto a instruiu a encontrá-lo em uma rua movimentada. Insistiu para que não chamasse a polícia. Disse que se algo desse errado, sua filha pagaria por isto.
Desesperada a mulher perguntou-lhe o que queria.
Roberto recomendou-lhe que não se exaltasse, ou as pessoas poderiam perceber o que se passava.
Cláudia enxugou as lágrimas.
Roberto lhe passou o endereço.
A mulher memorizou o lugar.
Por fim, Roberto desligou o telefone.
Lucindo lhe perguntou o que o homem queria.
Cláudia tentou desconversar.
Disse que era engano. Mencionou que a pessoa ligou por engano para lá.
Lucindo desconfiou.
Cláudia argumentou que ficou nervosa, por que pensou se tratar do sequestrador. Por isso perguntou o que queria. Disse que a pessoa do outro lado da linha, se assustou e lhe pediu desculpas.
Lucindo contudo, continuava desconfiado. Tentou pressionar a noiva para que contasse o que estava acontecendo.
Cláudia contudo, continuava desconversando.
Percebendo que ela não contaria o que estava se passando, Lucindo decidiu que iria segui-la.
Mais tarde Jacinto e Lúcio souberam do sequestro.
Ficaram muito nervosos.
Lucindo precisou conversar com os dois para acalmá-los.
Para Jacinto, Roberto estava metido no sequestro.
Lucindo disse-lhe que pensava o mesmo.

Com efeito, no dia seguinte, quando Cláudia saiu de casa, o homem a acompanhou à distância.
Ao chegar no local, Lucindo procurou se esconder. Não queria que a mulher percebesse sua presença. Assim que pode, tratou de chamar a polícia.
Cláudia permaneceu no lugar combinado. Aguardava um contato.
A mulher ficou um bom tempo esperando.
Roberto, não apareceu.

Após algum tempo, Lucindo apareceu.
Cláudia assustou-se.
Perguntou o que estava fazendo ali.
O homem respondeu que estava tarde e precisavam voltar para casa.
Cláudia o acompanhou.
Ao chegar em casa a mulher contou que Roberto lhe disse para encontrá-lo naquele local, e que se contasse a alguém, ele iria fazer alguma maldade com Clara.
Ao pensar no que ele poderia fazer com a criança, a mulher começou a chorar.
Lucindo abraçou Cláudia.
A mulher deitou em seu colo. Chorou.
Por fim, Lucindo lhe disse que nada de mal iria acontecer a Clara. Argumentou que a criança era moeda de troca de Roberto, e ele não iria fazer nenhuma besteira.
Mais tarde o advogado ligou para a família.
Onofre pediu desculpas pela demora em retornar a ligação.
Comentou que como era do conhecimento de todos, Roberto havia fugido da prisão. Relatou que a polícia estava rastreando as ligações, e que seria questão de tempo descobrir onde estava a criança.
Percebendo a gravidade da situação, Lucindo e Jacinto chegaram a sugerir que Cláudia passasse a ser acompanhada por um segurança.
A mulher questionou a ideia, mas por fim, acabou concordando.
Assim, durante as aulas, o segurança a aguardava no corredor.
Lucindo sempre que podia, verificava se estava tudo bem.

Contudo, isto não foi suficiente.
Certo dia, Cláudia acabou se afastando do segurança.
Roberto pediu a uma moça que fosse conversar com o segurança.
O homem ao se ver diante da mulher, ficou observando-a.
A moça ficava lhe pedindo informações. Procurava distraí-lo.
A certa altura, o homem lhe disse que estava trabalhando.
Perguntou-lhe se não poderiam se encontrar depois do expediente.
A mulher ficou enrolando o segurança. Disse que não poderia ser, que não podia ser vista ao lado dele.
Quando o homem percebeu, Cláudia havia sumido de seu campo de visão.
Nervoso, pediu licença e foi procurar Cláudia pelo mercado.
Cláudia que estava no supermercado, acabou se distraindo e se distanciou do segurança.
Quando percebeu que estava vulnerável, já era tarde.
Um homem a abordou e obrigou-a a acompanhá-lo.
Cláudia e o homem saíram apressadamente do supermercado.
Alguns funcionários e clientes viram a cena e estranharam a forma brusca como o homem agia.
Quando o segurança vasculhou o supermercado e não viu Cláudia em nenhum lugar, começou a perguntar as pessoas se haviam visto a moça.
Nisto, acabou ouvindo de algumas pessoas que viram um homem segurando uma mulher pelo braço.
Diante disto o homem fez uma ligação.
Quando a família da moça soube do ocorrido, ficou indignada.
Lucindo ficou revoltado.
Argumentou que havia contratado um segurança para evitar que uma situação como aquela acontecesse.
Nisto demitiu o funcionário.
O homem não questionou. Pediu desculpas. Argumentou que havia sido enganado.
Lucindo argumentou que ele havia sido treinado para executar bem sua função, e que não poderia se distrair nem por um minuto.
O homem concordou. Pediu apenas para ajudar a encontrar a mulher. Depois poderia ser dispensado.
Nervoso, Lucindo chegou a insinuar que ele poderia estar combinado com Roberto.
O homem negou.
Jacinto, tentando contornar a situação, argumentou que ele não poderia ficar mais em sua casa, observando a rotina da família. Disse-lhe que se queria ajudar, deveria fazê-lo à distância.
O segurança concordou. Pediu desculpas. Pegou suas coisas.
Lucindo pagou-lhe.
O homem não foi mais visto pela família.

Cláudia por seu turno, foi vendada e levada para um cativeiro.
Ao lá chegar, deparou-se com Roberto.
Cláudia perguntou da filha.
Roberto relatou que ela precisava ter conhecimento de algumas regras antes de ver a filha.
Cláudia ouviu o homem.
Roberto comentou que sabia que ela o havia processado. Argumentou que havia ficado com muita raiva dela. Mencionou que em diversas ocasiões, pensou em se vingar. Contudo, o tempo foi passando e a raiva também.
Roberto revelou que sabia que estava noiva novamente, e que Clara era filha de Lucindo. Argumentou que mesmo diante disto, estava disposto a passar uma borracha e começar do zero.
Cláudia ficou perplexa. Não entendia o que estava a falar.
Roberto revelou que libertaria Clara desde que ela concordasse em seguir com ele.
- O quê? - perguntou Cláudia.
Roberto repetiu. Disse que era procurado pela polícia e que precisava de alguém para garantir sua segurança. Relatou que pretendia sair do Brasil.
Cláudia ficou perplexa.
Roberto retrucou dizendo-lhe que não tinha escolha.
Cláudia atônita, pediu para ver a filha.
O homem concordou.
Argumentou que vendo que a criança estava bem, e talvez isto facilitasse tomar uma decisão.
Roberto liberou-a.
Pediu para um dos homens acompanharem a mulher.
Cláudia foi levada para o local onde Clara estava.
A mulher ao ver filha dormindo, resolveu retirá-la do berço em que estava. Segurou a filha nos braços. Tocou-a.
Por fim, ao perceber que aparentemente tudo estava bem, colocou-a novamente em seu berço.
O homem fechou a porta por trás dela.
Ao se ver novamente encerrada, a mulher observou o ambiente.
Percebeu que havia fraldas, leite, enfim algumas coisas para a criança.
Nervosa, a mulher procurou se ajeitar no quarto. Tentou dormir.
Acordou no meio da noite com o choro da criança.
Preparou-lhe uma mamadeira da forma como podia.
Clara sorveu o conteúdo da mamadeira.
Cláudia embalou a criança.
Nervosa, pedia para que parasse de chorar. Prometia-lhe que voltariam para casa.
Por fim, conseguiu acalmar a criança.
Clara voltou a dormir.
Cláudia ficou velando o sono da filha.
A certa altura escutou alguém abrindo a porta.
Era Roberto.
Ao vê-lo, Cláudia levantou-se.
Aproximou-se do berço.
Roberto ficou parado.
Cláudia então perguntou-lhe o que queria.
Roberto perguntou-lhe se havia pensando no que havia dito.
Cláudia respondeu-lhe que precisava de tempo para pensar.
Ao ouvir isto, o homem lhe disse que ela teria até o dia seguinte para lhe responder.
Nisto saiu do quarto. Trancou a porta.
Cláudia esperou um pouco e voltou a deitar na cama.
Pouco dormiu, porém.
No dia seguinte a moça foi levada para fora do quarto.
Cláudia pediu para verificar se a filha estava bem.
Com isto, aproximou-se do berço. Como a filha dormisse, tranquilizou-se.
Nisto foi ao encontro de Roberto.
O homem ao vê-la, ironizou:
- Ora, como passou a noite em nossas confortáveis instalações? Gostou do serviço de quarto?
Cláudia olhou-o, mas nada respondeu.
Roberto então lhe perguntou qual era sua resposta.
A mulher perguntou-lhe como faria para libertar Clara.
Roberto explicou que marcaria um encontro em um local movimentado com sua mãe.
A mulher ao ouvir o moço fazer menção ao nome da mãe, espantou-se.
Roberto disse-lhe que assim seria melhor.
Alguém em seu nome, entregaria a criança para sua mãe.
Cláudia perguntou como faria para saber que a criança estava em segurança.
Roberto disse-lhe que iria ligar para a casa da família e que ela poderia falar por alguns minutos com seus parentes.
Sem alternativas, percebendo que a filha não poderia continuar ali, Cláudia acabou por concordar com a proposta do homem. Exigiu apenas que Roberto cumprisse com o que havia prometido.
Roberto argumentou que não havia problemas.

Quando Jacinto e Lúcio souberam do sumiço de Cláudia, ficaram revoltados.
Criticaram o trabalho da polícia.
Lúcio disse que Roberto estava conseguindo o que queria. Nervoso, disse que ninguém estava fazendo nada para ajudar sua mãe.
Ana pedia para o neto se acalmar. Argumentou que tudo iria se resolver.
O garoto caiu em prantos.
Dizia que a mãe não merecia passar por isto.
Lucindo nervoso, saiu da sala.
Foi para o quintal, ficou observando as plantas. Pensando.
Jacinto foi conversar com ele.
Lucindo contou-lhe que se sentia um inútil. Argumentou que sentia que Cláudia precisava de sua ajuda, mas não sabia como ajudar. Comentou que sentia culpa por não ter impedido que ela fosse novamente levada.
Jacinto ao ouvir suas palavras, tratou logo dizer-lhe que não tinha culpa de nada. Aliás, ele só ajudou. Comentou que Roberto era um louco e quanto a isto pouco poderia ser feito. Furioso, confessou que só uma bala no meio da testa o faria parar.
Lucindo confessou que tinha vontade de dar-lhe um tiro.
Jacinto ao ouvi-lo, comentou que ele não deveria repetir isto na frente de ninguém. Até por que se acontecesse alguma coisa com o infeliz, poderiam achar que ele era o culpado.
Lucindo concordou.
Disse que fora somente um desabafo.

Com efeito, horas depois, a família recebeu um telefonema.
O sequestrador pediu para falar com Ana.
A mulher prontamente atendeu a ligação.
Roberto disse-lhe o que teria que fazer e onde teria que se dirigir para ver novamente Clara.
O homem recomendou-lhe que não contasse a ninguém o que faria, ou Cláudia sofreria as consequências. Mencionou que Clara seria libertada.
Ana ao ouvir isto, perguntou de Cláudia. Perguntou-lhe quando a filha seria solta.
Roberto desligou o telefone.
Cumpre destacar que a referida ligação foi rastreada.
Ana por sua vez atendeu as recomendações de Roberto.
A polícia acompanhou tudo à distância.
Depois de algum tempo esperando, Ana avistou um garoto segurando Clara.
Ao entregar o bebê, o rapaz foi cercado pela polícia.
Assustado o garoto confessou que ganhou um bom dinheiro para entregar a criança para a mulher que estava sentada. Disse que um homem apontou para Ana, indicando que ela é quem deveria ficar com o bebê.
O rapaz foi levado a delegacia. Lá procurou descrever o homem.
Foi feito um retrato falado do sujeito.

Mais tarde, Roberto levou Cláudia para dar uma volta.
Assustada, a mulher perguntou para onde a estavam levando.
Cláudia teve seus olhos vendados.
Roberto respondeu-lhe que logo ela saberia.
Nisto, o homem levou-a para uma sala.
Antes de entrar, pediu para um segurança ficar na porta. Recomendou-lhe que não deixasse ninguém entrar ou sair.
A seguir, já dentro da sala, fez uma ligação.
Passou o telefone para Cláudia.
Antes porém, recomendou-lhe que não dissesse onde estava ou desse qualquer pista, ou então, a ligação seria cortada. Mencionou que deveria falar o mínimo possível.
Cláudia concordou.
Nisto segurou o telefone.
Sua mãe atendeu ao telefone.
Nervosa, Cláudia identificou-se. Perguntou sobre a filha. Indagou se tudo estava bem.
Ana respondeu-lhe que sim. Clara estava em casa. Havia tomado banho, comido uma papinha e agora estava dormindo.
Cláudia ao ouvir isto, tranquilizou-se. Disse em voz alta:
- Graças a Deus!
Ana então perguntou-lhe se estava bem.
Cláudia segurando as lágrimas, disse que sim. Mencionou que logo o pesadelo teria fim.
Roberto sinalizou para que se despedisse da mãe ou ele mesmo cortaria a ligação.
Cláudia despediu-se da mãe.
- Adeus!
Ana tentou reter a filha.
Argumentou que ainda tinha muito o que conversar.
Em vão.
Cláudia colocou o telefone em cima da mesa. Roberto colocou o telefone no gancho.
- Gostei de ver. Obediente! É assim que tem que ser. Viu só como formamos uma boa dupla?
Nisto abraçou a mulher.
Cláudia pediu para voltar.
Mencionou que estava se sentindo mal.
Roberto concordou.
Nisto a mulher teve os olhos vendados.
Voltaram para o cativeiro.
Cláudia permaneceu trancada no quarto.
Mais tarde, o homem deixou uma roupa e alguns objetos com ela. Disse-lhe para se arrumar, pois iriam sair novamente.
Ao ouvir isto, Cláudia tentou argumentar, mas Roberto disse-lhe para fazer o que estava dizendo e pronto.
À mulher, não restou outra alternativa.
Cláudia então pediu-lhe para usar o banheiro. Argumentou que precisava usar o espelho para se arrumar.
Roberto não se opôs.
Cláudia foi levada até a porta do banheiro.
Entrou, trancou a porta.
Lá, aproveitou para se ajeitar um pouco.
Precisava ganhar tempo.
Olhou para a janela. Percebeu que estava lacrada.
Mesmo assim, se aproximou da janela. Tentou soltar as tábuas de madeira.
Estavam muito bem pregadas.
Aflita tentou pensar em uma forma de escapar.
Tentou novamente soltar as tábuas. Em vão.
Roberto por sua vez, começou a se impacientar.
Comentou que se ela continuasse demorando iria entrar no banheiro.
Cláudia, por fim saiu.
Roberto ficou observando-a.
Por fim, disse que precisavam sair dali.
Pegou a mulher pelo braço e a levou para fora da casa.
Roberto disse-lhe para entrar no carro.
Cláudia entrou no veículo.
Roberto entrou em seguida.
Disse ao motorista para seguir até o local combinado.
O homem começou a dirigir.
Cláudia observou o percurso.
Quando percebeu que estava indo ao aeroporto, ficou desesperada.
Pediu para descer do carro.
Prometeu que não contaria nada para ninguém.
Roberto ignorou-a.
Cláudia tentou abrir a porta do carro.
Roberto riu.
Disse que todas as portas estavam travadas.
A mulher, voltando-se para ele, pediu para descer. Disse que ele teria tempo suficiente para fugir. Prometeu, jurou que não contaria nada para ninguém.
Roberto impaciente, comentou que ela havia prometido que assim que a filha fosse libertada, poderiam sair do país. Mencionou que palavra dada, era palavra empenhada.
Cláudia começou a chorar.
Ao chegarem no aeroporto, Roberto exigiu que Cláudia parasse de chorar. Argumentou que as pessoas poderiam perceber o que estava se passando. Gritando, exigiu que ela parasse de chorar.
Cláudia enxugou as lágrimas.
Roberto saiu do carro.
Depois abriu porta do lado de Cláudia, para que ela saísse.
Roberto segurou-a no braço.
Mostrou-lhe a arma que trazia escondida no casaco. Explicou-lhe que estaria sempre por perto, e que dois homens o acompanhariam.
Cláudia e Roberto entraram no saguão do aeroporto. Os dois homens os acompanharam.
Roberto dirigiu-se ao balcão. Mostrou-lhe as passagens aéreas.
O quarteto foi encaminhado para uma sala de espera.
Em dado momento Cláudia pediu para usar o toalete.
Roberto ficou impaciente.
A mulher insistiu.
Sem alternativa, o homem concordou em levar-lhe até a porta do toalete.
Cláudia entrou no banheiro.
Roberto ficou montando guarda.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

DELICADO - CAPÍTULO 32

Lúcio comentou que estava namorando Patrícia há mais de um ano. Sem jeito, comentou que precisava dar um passo a frente. Mencionou que não era mais criança.
Lucindo ao ouvir isto, concordou. De fato Lúcio não era mais criança. Contudo deveria tomar cuidado para não fazer uma criança.
Ao ouvir isto, o garoto comentou que sabia muito bem o que era método anticoncepcional, e que sabia usar uma camisinha. Ironizou dizendo que eram os pais que não deviam conhecer métodos contraceptivos, já que estavam no segundo filho sem planejamento.
Lucindo caiu na risada.
- Tem razão. - comentou – Não sou exemplo para você. Aliás, eu e sua mãe somos um péssimo exemplo.
Lúcio concordou.
Comentou irônico, que não queria seguir o exemplo dos pais. Mencionou que não era mais criança, mas também era muito novo para ser pai.
Lucindo concordou.
Cláudia por sua vez, ao tomar conhecimento do fato, ficou contrariada. Argumentou que ele era muito novo para isto.
Lucindo lhe disse que não era. Argumentou que os garotos começavam a vida sexual mais cedo que Lúcio.
Por fim, brincou com a namorada dizendo-lhe que estava com medo de ser avó.
Cláudia ficou revoltada.
- Você não tem mesmo jeito!
Lucindo riu.
Por fim, o homem conversou novamente com Lúcio sobre o tema.
Disse-lhe para que não fizesse nada se sentindo pressionado. Comentou que no início era normal se atrapalhar um pouco, mas que com o tempo, acabariam se acertando.
Envergonhado, recomendou-lhe que usasse camisinha. Falou um pouco sobre pílula, mas constrangido, pediu para que falasse com Cláudia para obter maiores explicações.
Lúcio achou graça no constrangimento de Lucindo.
Chegou a lhe dizer que sua inexperiência o deixava nervoso.
Lucindo ao ouvir isto, pediu a Lúcio que o respeitasse.
O garoto disfarçou a vontade de rir.
Ao término da conversa, o homem saiu do quarto do filho.
Lucindo comentou com Cláudia que Lúcio estava muito confiado. Reclamou do garoto tê-lo chamado de inexperiente. Comentou:
- Ora só, daqui a pouco ele vai querer me dar aulas de educação sexual.
Cláudia caiu na risada ao ouvir as palavras do namorado.
Foi o bastante para deixar Lucindo ainda mais aborrecido.
Ao perceber isto, Cláudia beijou o rosto do moço.
Disse-lhe para que não ficasse nervoso, pois Lúcio estava apenas brincando.
Beijou-o novamente.
Irônica, disse que ele tinha sim, uma vasta experiência.
Acariciou seu rosto e lhe disse que com ele, ela teve a maior experiência de sua vida. Descobriu o que era ser amada de forma incondicional.
Beijou os lábios do namorado.
Lucindo segurou-a nos braços.

Lúcio e Patrícia continuaram estudando juntos.
Romântico, o garoto entregou-lhe um bilhete onde declarava o quanto gostava dela, e o quanto estava feliz por estar ao seu lado.
Mais tarde, o rapaz, pediu licença a Patrícia.
Disse que iria resolver algumas coisas na rua, mas que voltaria logo.
Patrícia perguntou-lhe se não seria melhor ir embora e voltar mais tarde.
Lúcio disse-lhe para não se incomodar.
Assim, a garota continuou estudando no quarto do garoto.
Lúcio então, correu até uma floricultura, onde comprou um buquê de flores para a namorada.
Entrou sorrateiramente no quarto, para que a moça não percebesse.
Passou a seu lado e lhe mostrou o buquês de flores vermelhas.
Patrícia ficou encantada com o presente. Agradeceu a gentileza.
Nisto, Lúcio pediu-lhe que guardasse o livro, pois iriam passear.
Patrícia atendeu ao pedido, guardou seu material escolar.
Quando a garoto perguntou-lhe onde iriam, Lúcio recordou-lhe de uma conversa que tiveram há algum tempo atrás.
Patrícia pareceu não entender.
Constrangido, Lúcio a abraçou. Beijou-a.
Disse que precisavam ficar um pouco a sós. Comentou que já estava na hora de terem algo mais sério.
Patrícia indagou:
- Ora, e o que nós temos não é sério?
Lúcio ficou nervoso.
Disse que não era nada disto. Tímido comentou apenas que queria ter mais intimidade com ela.

A primeira vez que a garota ouviu esta conversa, tentou disfarçar, mas ficou visível seu constrangimento.
Lúcio percebendo isto, o garoto lhe pediu desculpas. Beijou-lhe o rosto.
Falou-lhe que não queria que ficasse constrangida.
Patrícia tentando se recompor, disse que não havia ficado constrangida. Argumentou que estavam namorando há algum tempo e que isto mais cedo ou mais tarde, acabaria acontecendo.
Lúcio ao ouvir as palavras da moça, comentou que achava que a hora já havia chegado.
Patrícia não sabia o que responder.
Nervosa, disse que precisava de um tempo para pensar.
Lúcio ao ouvir as palavras da moça, ficou sem jeito.
Pediu-lhe desculpas. Disse que não queria pressioná-la.
Patrícia pôs a mão em seu rosto.
Disse que não se sentia pressionada. Apenas queria um tempo para pensar.
Lúcio concordou.
Nos dias que se seguiram, a moça respondia que estava pensando no assunto.
Impaciente, Lúcio perguntou-lhe algumas vezes se já havia chegado a alguma conclusão.
Continuou a lhe oferecer flores.
Ultimamente, todas vermelhas.

Agora Patrícia estava diante do moço.
Perguntou-lhe para onde ele a levaria.
Lúcio com toda a delicadeza, segurou suas mãos e lhe contou o que estava planejando.
Patrícia espantou-se:
- Hoje?
Lúcio respondeu:
- Sim, hoje. Mas não precisa ser necessariamente hoje se você não quiser. Não quero que se sinta pressionada.
Nervosa a moça o abraçou.
Lúcio a beijou novamente.
Ao término do beijo, o garoto perguntou-lhe se poderia levá-la para um passeio.
Patrícia assentiu com a cabeça.
O garoto disse novamente para que deixasse seu material em casa. Prometeu que lhe entregaria no dia seguinte na entrada da escola.
Nisto, saíram da casa.
Caminharam pela rua de mãos dadas.
O garoto a levou para a casa de Lucindo.
Ao lá chegar, a moça se espantou.
Lúcio respondeu que não havia problema. Explicou que estava com as chaves da casa e que Lucindo e os tios não voltariam tão cedo para casa.
Patrícia ficou constrangida ao saber que outras pessoas sabiam da combinação.
Lúcio disse-lhe então para não se preocupar. Falou que ninguém sabia de nada.
Patrícia não parecia muito convencida, mas procurou disfarçar.
Lúcio abriu a porta.
Pediu para que entrasse.
A moça olhou em volta e entrou.
Lúcio mostrou-lhe a sala, indicou-lhe o corredor.
Ao chegarem ao quarto de Lucindo, o rapaz abriu a porta para a moça.
Pediu para que entrasse.
Patrícia entrou.
Qual não foi sua surpresa ao ver a cama enfeitada com flores.
Percebeu o porquê da demora. Sorriu para ele.
Lúcio entregou-lhe outro buquê de flores.
O outro a moça deixou na casa do moço.
Lúcio fechou a porta.
Patrícia e ele beijaram-se.
O garoto começou a despir a moça.
Deitaram-se.

Mais tarde, Patrícia levantou-se. Estava usando a camiseta de Lúcio.
O garoto estava enrolado no lençol.
Lúcio despetalou algumas flores e jogou no corpo da namorada.
Patrícia sorria.
Tempos depois, a moça foi ao banheiro se vestir.
Lúcio se vestiu no quarto.
Ao sair do banheiro, a moça lhe devolveu a camiseta.
Os dois riram juntos.
Lúcio ofereceu-lhe um lanche.
Patrícia aceitou.
O garoto então separou pão de forma, frios. Procurou algo para beber na geladeira. Encontrou uma garrafa de refrigerante.
Lúcio preparou o lanche.
Disse que Patrícia iria comer o melhor lanche da cidade. Melhor do que os lanches servidos em bares e lanchonetes.
O garoto, pegou queijo, mortadela, presunto, alface, tomate, azeitona.
Patrícia achou curiosa a mistura.
Por fim, o garoto colocou os lanches em pratos e serviu o refrigerante.
Patrícia agradeceu.
Deu uma mordida no lanche. Apreciou o gosto. Tanto que elogiou.
Lúcio gostou do elogio.
- Faço o que posso. - respondeu.
O casal conversou um pouco. Riu. Comeu o lanche, bebeu o refrigerante.
Por fim o moço guardou as coisas. Frios, refrigerante.
Lavou a louça que usou.
Patrícia enxugou.
O garoto guardou a louça.
Brincou dizendo que precisava arrumar o quarto.
Patrícia o ajudou na arrumação.
Lúcio pegou as flores e colocou-as numa cesta.
Retiraram o lençol e trocaram por outro.
Lúcio colocou a roupa de cama para lavar.
Por fim disse:
- Nem um vestígio de que estivemos aqui!
Nisto beijou a namorada no rosto.
Saíram da casa.
Lúcio trancou tudo.
Levou a moça até sua casa.
Beijou-a novamente. Desejou-lhe que dormisse com os anjos.
Patrícia retribuiu com um beijo. Agradeceu.
Entrou em casa.
Virou-se e acenou para Lúcio.
Por fim, o moço voltou para casa.

Lúcio entrou em seu quarto e se deparou com o buquê de flores.
Pegou o vaso encheu de água e colocou as flores dentro.
Colocou o material de Cláudia ao lado de sua mochila.
Em seguida deitou-se em sua cama.
Recordou-se da tarde passada ao lado de Patrícia.
Olhou para o teto. Sorriu.

Quando Olegário e Juliana entraram em casa, perceberam que tudo estava nos seus lugares, exceto a roupa de cama de Lucindo, que havia sido trocada.
Lucindo ao voltar para casa, também percebeu a troca da roupa de cama.
Ao ver o garoto, o homem comentou que ele estava de parabéns. Não fizera bagunça. Deixou tudo no lugar, e ainda trocou a roupa de cama.
Lucindo o parabenizou. Comentou que ele havia se comportado como um perfeito cavalheiro.
Curioso, seu pai perguntou-lhe se tudo havia dado certo.
Lúcio rindo, respondeu-lhe que estava sendo indiscreto.
Lucindo também riu.
Comentou que ele não precisava entrar em detalhes.
Nisto Lúcio disse que parecia que tudo havia corrido bem. Mencionou que se sentia feliz e que Patrícia também parecia estar.
Lucindo abraçou o garoto.
Comentou que o garoto havia crescido e ele nem havia percebido.

Quando Cláudia soube da novidade, perguntou a Lucindo se ele havia tomado todos os cuidados, todas as precauções.
O homem riu.
Cláudia perguntou-lhe o porquê do riso.
Lucindo comentou que ela era muito ciumenta.
Cláudia não gostou do comentário.
Argumentou que estava apenas preocupada com o bem estar de Lúcio. Disse que não queria que ele repetisse sua história.
Lucindo abraçou a namorada.
Comentou que não havia este risco, pois Lúcio era mais responsável que ela e ele juntos.
Cláudia então se apercebeu da situação. Grávida, prestes a ter seu segundo filho.
Começou a rir.
Reconheceu que não estava em condições de recriminar o filho.
Lucindo comentou que seu comportamento era natural. Mencionou que ele era mais responsável que a maioria dos garotos de sua idade.
Cláudia concordou.
Reconheceu o trabalho da mãe. Indagou se seria capaz de criar tão bem a criança que estava gerando, quanto sua mãe havia criado Lúcio.
Lucindo respondeu-lhe que não tinha a menor dúvida de que ela seria uma ótima mãe.
Cláudia estava preocupada.
Dizia que não era tão jovem.
Lucindo argumentava que tudo daria certo.
Abraçava a esposa.
Sempre que podia, a acompanhava nas consultas.
Na universidade, ao saberem da gravidez da moça, todos a parabenizaram.
As alunas ao saberem quem era o pai do bebê, diziam que ela havia tirado a sorte grande.
Cláudia achava graça.
A moça continuou correndo no parque, mesmo depois de confirmada a gravidez.
Certo dia, Lucindo ao vê-la com roupa de ginástica, pronta para correr no parque, censurou-a.
Argumentou que estava grávida, e que não deveria fazer esforço.
No que Cláudia respondia:
- Consultei o médico. O doutor disse que não havia problemas desde que feito com moderação. Ora, Lucindo, estou acostumada a correr. Não será isto que irá me fazer mal.
Lucindo não se convencia.
A mulher então, tentando tranquilizá-lo, mencionou que se sentisse qualquer coisa, pararia na mesma hora.
Nesta época a moça estava com poucos meses de gravidez.
Lucindo tentou convencê-la a não correr, mas não conseguiu.
Só restou acompanhá-la na atividade.
O casal corria juntos. Mesmo antes da gravidez de Cláudia.
Com efeito, mesmo com meses de gravidez, a moça continuou a correr.
Depois, substituiu as corridas por caminhadas.
Lucindo a acompanhava.

Tempos depois, nasceu a criança.
Uma menina de nome Clara.
Lucindo ficou todo coruja ao segurar a menina nos braços.
Comentou que iria cuidar dela com todo o cuidado.
Ana e Jacinto também ficaram encantados com a neta.
A todo o momento diziam que ela era linda.
Lúcio ao ver a criança pela primeira vez, comentou que ela tinha cara de joelho.
Cláudia achou graça.
Lucindo argumentou que Clara era linda, e que nem de longe ela tinha cara de joelho.
Lúcio retrucou dizendo que tem pai que é cego.
Todos caíram na risada.
Letícia e Leandro foram visitar Cláudia e Lucindo. Conheceram a criança.
A moça ficou encantada com a criança.
Comentou que tentaria ter uma menina.
Cláudia sorriu.
Letícia presenteou a amiga com uma roupa de cama para o bebê.
Leandro conversou com Lucindo.
O marido de Letícia deu dicas a Lucindo, sobre como cuidar do bebê.
Lucindo por fim, comentou:
- Como a vida é engraçada, não é mesmo? Eu tenho um filho adolescente, mas não sei nada do que é cuidar de um bebê. Já você, pai de primeira viagem, tem mais experiência do que eu. Chega a ser irônico.
Leandro começou a rir.
Lucindo também.
Ana preparou um almoço.
Letícia e Leandro almoçaram com a família. Assim como Leonardo.
Lucindo pegou a criança no colo. Mas assim que a segurou, o bebê começou a chorar.
Leandro pegou o filho e começou a embalá-lo.
Lucindo ficava admirado com sua habilidade.
Dizia que quando crescesse, queria ser igual a ele.
Todos riram.
Mais tarde, o casal se despediu.

Cláudia e Lucindo, por seu turno, estavam bastante atrapalhados.
Para fazer a criança dormir era uma dificuldade.
Cláudia e Lucindo se revezavam nesta tarefa.
Ana às vezes ajudava o casal.
Embalava a criança. Cantava canções de ninar.
Dizia que cuidar de Clara a fazia lembrar dos tempos em que cuidava da filha, e também do neto.
Lúcio também ajudava a cuidar da criança.

Cláudia levavam a criança para passear pelo bairro.
Era comum ver as mães empurrando o carrinho com seus bebês.
Paravam, conversavam.
Certa vez, Cláudia encontrou Fabrício.
O rapaz espantou-se ao vê-la empurrando um carrinho de bebê.
Cláudia apresentou-lhe seu filho.
Fabrício desconcertado, comentou que estava noivo, e que em breve iria se casar.
A mulher ao ouvir as palavras do moço, parabenizou-o. Desejou-lhe muitas felicidades.
Fabrício também a parabenizou pela criança.

Quando Cláudia comentou que viu Fabrício circulando pelo bairro, deixou Lucindo um tanto enciumado.
O homem perguntou irritado:
- Agora ele vai ficar te rondando?
Cláudia riu. Disse que ele a viu com Clara.
Mencionou que ele sabe que estão juntos e que teve um filho. Comentou que ele estava noivo.
Lucindo ao ouvir estas palavras, acrescentou:
- Assim, espero! Que se case e seja muito feliz. Bem longe daqui.
Cláudia teve que se segurar para não rir.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

DELICADO - CAPÍTULO 31

No dia seguinte, a moça tomou um café.
Cláudia contou a mãe que iria à casa de Lucindo para conversar com ele.
Ana pediu-lhe calma.
Cláudia disse-lhe para não se preocupar.
Nisto, ergueu o caneco que segurava e sorveu seu conteúdo.
Mais tarde, despediu-se da mãe.
Foi ao encontro de Lucindo.

Ao chegar a casa de Olegário e Juliana, o moço se preparava para correr no parque.
Cláudia pediu para conversar com ele.
Olegário levou a moça até o quarto de Lucindo.
Bateu na porta, perguntou se podia entrar.
Lucindo disse que sim.
A moça entrou.
Olegário pediu licença. Afastou-se.
Quando Cláudia entrou, Lucindo perguntou-lhe seco:
- O que você quer?
Cláudia sem graça, comentou que precisavam conversar.
Lucindo retrucou:
- Não temos nada que conversar. Você me disse o que pensava na minha proposta. Está tudo muito claro.
Cláudia argumentou que as coisas não precisavam ficar daquele jeito. Disse que não se sentia preparada para se casar, mas não o estava rejeitando.
Lucindo indagou:
- Ah sim, claro!
Cláudia respondeu:
- Você não está me ajudando nem um pouco! Eu estou tentando me explicar, não quero brigar. Se por algum motivo eu te desapontei, me desculpe. Não foi minha intenção deixá-lo chateado. Eu só achei que devia ser sincera. Eu não queria que você criasse expectativas.
Lucindo aborrecido, resolveu responder:
- Você me joga um balde de água fria. Diz na minha cara que não quer se casar comigo, e que não quis me deixar chateado. Que bom! Quanta consideração! Fico-lhe muito grato.
Cláudia pediu para que ele parasse com as ironias. Novamente pediu-lhe desculpas. Disse que não iria mais incomodá-lo. Falou que gostava muito dele, mas que não ficaria se humilhando, nem implorando para que ele a ouvisse. Relatou que quando quisesse conversar, ela estaria esperando para falar-lhe. Por fim, pediu para que conversasse com Lúcio. Mencionou que o garoto gostava muito dele, e precisava de sua presença.
Nisto pediu licença e saiu do quarto.
A moça saiu do quarto com o semblante triste. Despediu-se de Olegário e Juliana.
O homem ainda insistiu para que ficasse um pouco.
Cláudia disse que estava com pressa.

Olegário esperou a moça sair.
Em seguida bateu na porta do quarto de Lucindo. Entrou para conversar.
Percebeu que o sobrinho estava nervoso. Perguntou-lhe por que não procurou se acertar com a moça. Contou que Cláudia saiu de seu quarto muito triste. Preocupado, perguntou o que estava acontecendo.
Lucindo sentou-se na cama.
Pediu para que o tio puxasse uma cadeira.
O moço abriu o coração. Contou que a moça estava grávida. Mencionou a proposta de casamento. Revelou a recusa.
Olegário ouviu tudo com paciência. Ao perceber que a moça fez a visita para tentar se entender com ele, recomendou-lhe que fosse conversar com ela. Argumentou que não concordava muito este relacionamento tendo em vista as inúmeras vezes que a moça recusou os pedidos de namoro do sobrinho, mas agora as coisas eram diferentes. Cláudia e Lucindo estavam juntos há quase um ano, e a moça estava grávida. Reconheceu que eles tinham uma história juntos.
O homem pediu ao sobrinho que não jogasse tudo o que havia construído fora. Mencionou que um amor de verdade não batia todos os dias na porta das pessoas, e que Cláudia gostava muito dele.
Ao ouvir isto, Lucindo reagiu:
- Gosta tanto, que quando proponho casamento, só falta sair correndo. Gosta muito mesmo.
Olegário olhou-o com reprovação. Disse que as coisas não eram tão simples assim. Mencionou que a história dos dois não começou da maneira certa, e que ela tinha motivos para ficar ressabiada. Recomendou-lhe que tivesse paciência. Reafirmou que ela gostava dele sim, mas talvez estivesse com medo.
Lucindo ficou intrigado.
- Medo? Medo de quê? Eu jamais faria mal a ela.
Olegário argumentou que não era este tipo de medo. Mencionou que ela talvez tivesse medo de que o relacionamento ficasse mais sério, que as coisas mudassem. Olegário comentou que todo o relacionamento longo chegava a um ponto de estagnação. Comentou que nem todos os maridos eram companheiros de suas mulheres.
Lucindo argumentou que jamais agiria desta forma.
Olegário respondeu-lhe que sabia disto. Cláudia não. Mencionou que ele precisava contar a ela, o quanto se sentia feliz em se casar com ela, que não estava casando apenas por que ela estava grávida. Disse que demonstrasse a ela que era este parceiro que provavelmente ela estava esperando. Pediu para que tivesse paciência.
Rindo comentou que ele era muito temperamental.
Lucindo respondeu-lhe que iria pensar no que ele havia lhe dito e depois conversaria com Cláudia.
Nisto despediu-se do tio.
Foi correr no parque.
Correndo colocou seus pensamentos em ordem. Pensou na conversa com Cláudia, nas palavras do tio.
A certa altura da corrida, parou.
Comprou uma garrafa de água.
Bebeu um pouco. Derramou parte da água sobre a cabeça.
Sentou num banco. Ficou durante algum tempo sentado. Olhava o entorno, mas não parecia prestar atenção em nada. Pensava, pensava.
Depois de algum tempo, levantou-se. Voltou para casa.
Ao voltar para casa, resolveu tomar um banho.
Almoçou.
Mais tarde, foi conversar com Cláudia.

Cláudia ao chegar em casa, conversou com Ana.
A mulher perguntou-lhe da conversa com Lucindo.
Cláudia respondeu-lhe que não queria tocar no assunto.
Ana então pediu-lhe para fazer algumas compras. Argumentou que estava muito ocupada e precisava de uns produtos.
Cláudia concordou. Pegou a lista de compras e saiu.
Ao fazer compras no mercado, a moça encontrou Fabrício, que ao vê-la, cumprimentou-a. Perguntou-lhe como estava.
Cláudia respondeu-lhe que estava muito bem.
O homem perguntou-lhe se estava namorando.
A moça respondeu-lhe que não lhe devia satisfações. Comentou que a partir do momento em que ele a dispensou por carta, ela estava livre para fazer o que bem entendesse com sua vida.
Fabrício pediu-lhe desculpas.
Disse que ficara confuso com tudo o que estava acontecendo.
Cláudia disse que entendia seu lado, tanto que evitou ficar com raiva dele pelo término do noivado. Argumentou que eles já estavam separados há algum tempo.
Fabrício disse que ficou feliz ao saber que ela provou sua inocência. Perguntou-lhe do filho.
Cláudia espantou-se.
Fabrício comentou que ficou sabendo que Lúcio havia sido registrado como seu filho. Aborrecido contou que ficou surpreso ao saber que o pai do garoto era um ex-namorado da faculdade. Relatou que ela não havia contado que Lucindo poderia ser o pai do garoto.
Cláudia argumentou que sim, Lucindo era o pai de Lúcio e que ele não tinha o direito de lhe cobrar nada.
Fabrício pediu-lhe novamente desculpas.
A moça respondeu-lhe que ele havia terminado com ela. Que tinha seus motivos, suas razões, e que ela não tinha o direito de questioná-lo. Pediu-lhe também, para que não ficasse cobrando coisas dela. Cláudia por fim, desejou-lhe que encontrasse uma pessoa legal e que não fosse tão complicada. Nisto se despediu.
Fabrício também se despediu, pagou suas compras e saiu do mercado.
Cláudia ao chegar em casa, levou o pacote de compras até a cozinha.
Aborrecida, comentou que não bastasse não ter conseguido conversar com Lucindo, ainda tinha que encontrar quem não queria encontrar.
Ana não entendeu nada.
Ao pedir para a filha se explicar, Cláudia pediu-lhe para que esquecesse o que dissera. Argumentou que não sabia mais o que dizia. Pediu-lhe desculpas. Disse que não queria incomodar.
Voltou para seu quarto.
Mais tarde Ana foi conversar com ela.
Jacinto também.
Queriam saber o que estava acontecendo.
Cláudia contudo, não queria conversar.
Ana insistiu.
A mulher acabou contando que tentou conversar com Lucindo mas ele não quis ouvi-la.
Ana ao ouvir o relato da filha, disse-lhe para que tivesse paciência. Argumentou que nenhum relacionamento era fácil.
Jacinto disse-lhe que eles acabariam se acertando.
Após o almoço, a moça foi caminhar pelo bairro.
Quando Lucindo foi procurá-la, descobriu desapontado que a moça havia saído.
Jacinto ao perceber o desapontamento, pediu para que se sentasse.
Procurou conversar com o rapaz. Disse que em breve a moça estaria em casa.
Conversaram durante bastante tempo.
Quando Cláudia chegou, Jacinto pediu licença e saiu da sala.
Recomendou a ambos que conversassem em paz.
Lucindo ao ver a moça chegar, levantou-se.
Quando Jacinto se afastou, o moço abraçou a namorada.
Pediu-lhe desculpas. Beijou-lhe o rosto.
Disse que não iria mais insistir no assunto. Argumentou que não havia desistido da ideia de se casar, mas reconheceu que estava sendo muito insistente e que isto estava ficando chato. Mencionou que não queria ser o namorado mala.
Beijou-lhe os lábios.
Por fim disse que tudo seria do jeito que queria. Se não queria se casar, não seria ele quem a obrigaria a isto. Disse que não queria que ela se casasse com ele por ter sido pressionada. Argumentou que isto era horrível. Pediu-lhe desculpas. Argumentou que não havia percebido como ela se sentia sendo tão pressionada.
Cláudia ficou comovida.
Disse que não havia descartado a proposta. Apenas não se sentia preparada para fazê-lo naquele momento. Beijando-lhe o rosto, prometeu que pensaria no assunto. Só não queria fazê-lo naquele momento. Pediu para que ele esperasse até a criança nascer para ter uma resposta.
Lucindo se espantou. Perguntou:
- Por que tanto tempo?
Cláudia respondeu-lhe que não queria se casar por causa da criança, e que só assim teria tempo para pensar, sem pressa. Assim teria tempo para se preparar.
Lucindo concordou. Argumentou porém que seus pais talvez não concordassem com isto.
Cláudia respondeu-lhe que sua mãe lhe sugerira esta possibilidade.
Ao ouvir isto, Lucindo comentou:
- Ora, ora. Quantas novidades! Quem diria, sua mãe, sugerindo uma coisa dessas. Surpreendente!
Cláudia concordou.
Assim ficou ajustado.
Jacinto ao saber da novidade, ficou um pouco aborrecido.
Comentou que a história acabava por se repetir.
Lucindo disse-lhe que não. Argumentou que agora as coisas seriam diferentes. Mencionou que agora estaria presente.
E assim foi.

Lucindo se mudou de vez para a casa da moça.
Juliana ao saber disto, perguntou-lhe se não poderia levar Cláudia para lá.
O moço com toda a paciência do mundo, argumentou que ela precisava ficar ao lado de sua família, de seu filho. Mencionou que Ana queria ter a filha por perto.
Juliana ficou triste. Mas entendeu. Mencionou que sabia o que era ser uma mãe coruja, e que Ana devia estar encantada com o neto.
Lucindo deu um beijo no rosto da tia.

Quando Letícia soube da novidade, parabenizou a amiga.
Comentou que seus filhos teriam quase a mesma idade.
Cláudia concordou.

Tempos depois, Letícia teve seu primeiro filho.
Um menino chamado Leonardo.
Helena ficou com a filha no quarto.
Cláudia e Lucindo foram visitar a moça. Conheceram o menino.
Levaram uma lembrancinha para a criança.
Letícia agradeceu.
A moça estava muito feliz.
Cláudia parabenizou-a.
Mais tarde ela e Lucindo batizaram a criança.
Helena organizou um almoço em sua casa para a filha, o marido, o bebê, os padrinhos e convidados.
Todos conversaram animados.
Helena segurou a criança no colo.
Fotos foram tiradas.
Lúcio apareceu rapidamente no almoço, com a namorada Patrícia.
Letícia ficou feliz por finalmente conhecer a moça. Elogiou sua beleza.
Lúcio riu. Disse que tinha muito bom gosto.

A esta altura Lúcio estava concluindo o ensino médio. Estava cursando o terceiro ano.
Estava se preparando para fazer o vestibular.
Patrícia e ele passavam horas estudando.
Lúcio não havia perdido o hábito de escrever-lhe bilhetinhos, cartas e poemas. Também não perdera o hábito de presentear-lhe com flores.
Em seus aniversários e ocasiões especiais, presenteava a namorada com um buquê de flores. Geralmente vermelhas.
Começou a trabalhar.
Tempos antes, o garoto chamou o pai para conversar.
Nervoso, ficou fazendo rodeios, até encontrar coragem para fazer uma pergunta.
Tímido, perguntou-lhe como havia sido a primeira vez em que esteve com uma mulher.
Lucindo ficou surpreso com a pergunta.
Disse que isto já fazia algum tempo. Comentou que foi com uma menina que conheceu quando estava no colégio. Relatou que ela era mais velha que ele. Mencionou que não foi um namoro sério. Saíram apenas algumas vezes.
Um pouco sem graça, comentou que como era de se esperar estava um tanto ansioso. Mencionou que não foi uma maravilha. Relatou porém que nem sempre a primeira vez era esta coisa maravilhosa que todos tentavam passar. Mas que não precisava ser igual para todos. Acrescentou ao ver o olhar de aflição de Lúcio.
Por fim, perguntou-lhe por que queria saber disto.
O garoto ficou gaguejando. Até confessar o que estava se passando.

Luciana Celestino dos Santos
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