I
Enquanto a ampulheta do tempo gira
Fico eu a imaginar
Será o tempo relativo,
Ou eu que por um instante fiquei a sonhar?
Roda mundo, mundo gira
Gira a roda, roda do tempo
Que gira, gira sem cessar
II
Estando a bailar
No vai e vem das valsas
Vem e vai, vai e vem
Balanço cadenciado
Dançar conforme a música
Movimentar-se
A consciência de seu corpo ter
A deixar os movimentos por acontecer
III
Movimentos cadenciados,
Ritmados, como a lembrar passos de dança
Mas rápidos, frenéticos
Pedalar cada vez mais apressadamente
O vento a impor sua força,
Opondo-se ao corpo fraco que luta para transpô-lo
E a luta por resistir
Fazendo com que se pedale cada vez mais rápido
E assim, fazer o corpo ficar, em constante movimento
IV
Na bela cidade,
Repleta de encantos,
Embora circundada de tantos descuidos
Céu e mar,
Peruíbe a encantar
Com seu amplo e rico cenário
Deslumbramento dos sentidos
Riqueza de sensações
Atividades várias
V
E mais tarde regressar
A rotina retomar
Trabalho e atividades para recomeçar
Atividades físicas para se iniciar
Novo mundo de possibilidades
A pedalada em um banco azul
O sobe e desce do step,
Nas estepes do pensamento
Voo para as geografias do mundo
Relembrando lugares, paragens,
Coisas simples do viver
E a lua com sua beleza delicada, delgada
Estrelas poucas no céu,
No firmamento, a salpicá-lo em brilhos
Pernas indo e vindo
Braços se levantando,
Ávidos por movimento,
Em busca de musculatura
O pêndulo a balançar o corpo
Alongando, exercitando
Movimentando o corpo no espaço
E a lua a nos acompanhar,
Em todos os eventos
A nos ter por velha amiga
Esperança de melhores tempos
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Fragmentário
FLORES MARMÓREAS
Flores que encantam
Bravas plantas,
Flores a desabrochar no jardim da vida,
Depois de germinadas
A crescerem invadindo os espaços,
A espalhar suas folhagens verdes,
Sua delicadeza de pétalas,
Seu verde de flor
A colorir o verde do jardim
A desenvolver-se em suas floradas,
Lindas e exuberantes flores,
Coloridas, cheias de pétalas,
Com seus odores
Algumas com seus perfumes,
A todo o jardim invadir
A despetalar seus pedaços
Fenecendo,
Desfalecendo-se para novamente,
E aos poucos, refazer-se,
E novamente em exuberâncias,
Desabrochar,
Com suas novas e coloridas flores
Lindo jardim,
Visitado por pássaros diversos,
Coloridas borboletas,
Com suas imponentes asas,
Entre outros aéreos seres
Assim é a natureza,
A sempre se renovar
Como os seres,
Sempre tendo uma função neste mundo,
Para que possa se afirmar
E assim são os seres,
As mulheres a sempre serem,
Comparadas as flores
Por sua suposta delicadeza, sutilezas
E por sempre estarem a se renovar
Transfigurando-se,
Transformam a dura realidade,
Em flores delicadas
Assaz coloridas, e diversas,
Em seus formatos de pétalas, e ornatos
E o universo dorido,
A encher-se de belas e delicadas flores fica
O ar perfumado,
A exalar os melhores pensamentos
Dos adoráveis seres,
Pelos homens admirados!
Alentos nas difíceis horas,
A fortalecerem-se em caule,
A crescer vigoroso,
E a se espalhar pelos jardins,
Nos confins de nossas existências
Por vezes, a se encher de espinhos,
Com vistas a melhor se proteger
Delicadeza ladeada a fortaleza
Abrigo da beleza,
Monumento a vida
A despejar-se em vasos de maravilhas
A transmutar o mundo
Fantásticos seres
Inimagináveis criaturas!
As marmóreas flores
Com seus braços, pernas,
Músculos e sentidos,
Seus mil tons de pele,
Seus cabelos, seus jeitos,
Seus modos, seu falar,
Seu calar, seu caminhar, seu cantar,
Seu pulsar
Delicadas mulheres,
Inspiradamente esculpidas,
Admiráveis seres
A envolver os seres, os homens,
A percorrer o mundo em um abraço
Inimitáveis criaturas!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
EFLÚVIOS
De céu, sol, sal e brisa
Nuvens sobre as águas a pairar
Digo de sombras e de nuvens
Remanso onde o sol vem descansar
Abrigo de todas as belezas
Ó mar!
Em outras cercanias
Tardes em crepúsculo
A cair em cores por sobre as cidades
As quais percorro em minhas idas e vindas diárias
Urbanidades nem sempre humanas
Metrôs a percorrerem túneis iluminados,
A passarem por outros carros,
Caminhos curvos
E tudo poder se apreciar,
Por sua pequena janela frontal
Ao destino chegar
A flor da tela refletida na vidraça
Tempos escuros ainda se fazem anunciar
Até o dia aos poucos clarear
Computadores a ocuparem nossos dias
Com suas telas de flores, canções e fotos,
A reproduzirem as mil felicidades
Máquinas que comportam em seus bytes e megabytes,
Grande volume de trabalhos e informações
Mas também em alguns momentos,
Dão alento a imaginação
E assim a trabalhar, a pensar
O tempo passa, as horas passam
Novos momentos surgem
Como passeios em terras de brancas águas
Parque de construções magníficas,
E áreas para exposições de animais
Com galinhas e galos, além de pintainhos
A andarem livres por suas ruas pavimentadas,
A lembrar um singelo bairro,
Pacata cidade do interior!
Ali está o aquário, com suas carpas, piranhas, piavas
Entre vários tipos de bagres com seus bigodes
Sapos a habitarem um tanque
E outros peixes mais
Extensa pista redonda,
Com uma imponente construção ao fundo
Provavelmente utilizada para corridas,
E apresentações de animais
Amplo espaço circular, rodeado de cercas
Perto dali, um coreto, com banda de músicos a tocar
Construções, inúmeras construções circundadas de árvores
Em outro estremo, um mirante circular
Em um dos recantos do parque,
Um espaço estiloso e exclusivo para leituras
Com pequenos quiosques envidraçados,
E enfeitados de dizeres
Em outro,
Pergolados extensos, com tetos e abóbadas circulares
E as plantas a circundarem o local
De longe, um trenzinho colorido a circular,
Para alegria das crianças
Que passeiam pelo lugar
Museu de Mineralogia, e suas gemas, geodos,
Metais e pedras semipreciosas
Crânio, ossadas e fósseis de animais pré-históricos
A recordar-me de semelhante visita,
Ao Museu de Mineralogia de Congonhas do Campo
Na terra das minas gerais
Feira de produtos orgânicos na hora da xepa
Verduras e legumes, além de produtos naturais
Construções em tom amarelo, várias
Normandas
Ao lado do prédio onde fora realizada a feira,
Mesinhas e cadeiras, ao lado de barraca de madeira
Pessoas sentadas a conversar
A certa altura do parque, uma casinha de barro,
Com forno de barro
Tendo bancos do lado de fora,
E um violeiro a tocar,
Canções sertanejas
Pitoresca paisagem,
Inesquecível visão!
Praças passeios, com bancos em madeiras
Parques com brinquedos para as crianças brincarem
Barracas com seus vendedores e quitutes
Exposição de pinturas sobre o parque
Muitos prédios fechados
Antigo restaurante demolido
Tanques de água ao ar livre, com suas lindas carpas
Praça com bancos de madeira rústica, aparente,
Para os idosos sentarem
Também tem salão, para bailes da terceira idade
Sentar-se para comer e oferecer migalhas as galinhas
Farelos de pão
Aves, que avançam avidamente para o alimento
Estão em bando e uma delas, bica meu sapato
Ao término da refeição,
Fim do esperado passeio,
Hora de voltar para casa
Despedida desta que é a
Terra de encantos mil,
Próxima as terras de trabalho
Lindas aves, com suas caudas reluzentes
A rebrilharem em tons a lembrar o verde
Boas e gostosas impressões do lugar
Em que pesem alguns abandonos
Ainda assim, a tratar-se de aprazível lugar
Fico a pensar em como deve ser morar por lá
Atmosfera boa,
Repleta de sensações e impressões felizes
Emanações de satisfação
De desejo satisfeito, atendido
Espírito livre a contemplar,
A simplicidade das coisas singelas
Emanações de paz e contentamento
Eflúvios
Em todos os lugares para onde se olhar
Encantamento possível há
Basta apenas contemplar,
A beleza que reside da simplicidade
E nem sempre se importar,
Com a rudeza que nos cerca
E tampouco por ela, se deixar contaminar
Emanações só o bom e para o belo
Admirar e contemplar a beleza
Feliz ser!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
CÉU IMAGINÁRIO
Imaginário céu dos despedidos desta vida terrena
Passeios paradisíacos a esperar
Eterna contemplação de um céu sem igual?
Creio que não
A vida eterna será muito mais que um eterno contemplar
O nada
As manifestações celestiais
O ir e vir de anjos, arcanjos e demais seres da hierarquia celeste
O toque de harpas
O ócio improdutivo
Veleidades, platitudes
Penso o céu ser muito mais que este céu imaginado
As religiões,
A ensinar uma existência perene em maravilhas
Será o céu mesmo assim?
Como será?
Constam em bíblicos ensinamentos
Que viemos do pó e ao pó retornaremos
Linguagem figurativa, repleta de significados
Volveremos a terra?
A nossa essência primal?
Acesso de helicóptero
Ou então, a conversar com São Pedro
Porteiro Celestial
A guardar as portas do céu
Imaginam ainda, um céu repleto de estrelas
O céu material, visto por quase todos
Dizem que São Pedro, quando zangado
Arrasta as celestes mobílias
Produzindo pavorosos estrondos
Crendices?
Será que aos nos despedirmos
Ó alma minha
Iremos encontrar queridos parentes?
Ou teremos que nos contentar com a eterna distância?
Oh, céus!
Quantas dúvidas!
Eu, por meu turno
Espero um céu diverso,
Não um lugar unicamente de contemplação
Com anjos e arcanjos, a percorrerem os planos superiores
A tocarem harpa
E os recém ingressos
Em eterna e ociosa contemplação
A admirar a beleza da hierarquia celeste
Sinto este céu
Deveras monótono
Creio eu, em um céu de maiores esclarecimentos
Sim passeios por lindos lugares
Exuberante natureza
Ainda mais dadivosa que a natura terrena
Flores e plantas em profusão
Lagos e rios, muito verde
Serenidade
Luz penetrante
Não somente a luz que ilumina ambientes
A luz também do saber
Do conhecimento e do entendimento
A fraternidade entre os povos
Não alcançada na terra
Finalmente encontrada nas esferas celestes
Judeus e muçulmanos no mesmo céu
Demais povos belicosos
A se cumprimentaram amavelmente
Inimigos mortais em outros tempos
A se abraçarem,
Irmanando-se em uma corrente de bons pensamentos.
A ausência de maus entendidos
Palavras mal ditas e incompreensões
Presença diuturna de palavras afáveis, amáveis
Tolerância
Respeito
Consideração
A aplicação prática
Do mais caro preceito
Respeitar ao próximo como a ti mesmo
E não fazer aos outros, o que não gostaríamos que fizessem a nós
Ó mundo terreno,
Tão carente de afeto e respeito
Como precisamos evoluir ainda
Como diz o poeta
Somos ainda diminutos
Pequenas partículas na imensidade do cosmos
Poeiras cósmicas dispersas pelo espaço
Poeira de estrelas
Grãos de areia na imensidade do mundo
Mundo, vasto mundo
Mundo, muito maior que o mundo que nos é dado ver
Somos todos irmãos
Pequenas parcelas de divindade
Pequenas deidades
Quando da criação deste pequeno mundo
Onde insertos estamos
Formas microscópicas de vida
A Terra, disforme planeta
Em ebulição, a abrigar elevadas temperaturas
Com pouca ou nenhuma forma de vida
Neste primeiro momento
A seguir, um gradativo resfriamento
As primeiras manifestações de vida
Resfriamento de magmas formas
Brutas, desenvolvimento do interior do firmamento
Em rico contraste
Formas frágeis, delicadas
A darem azo a criação de gigantescas criaturas
Devir, constante movimento
Mudança
Cataclismas
Crises, para darem ensejo a novas criações
Até que surgiu o homem
Rudimentar
Ser que aos poucos, evoluiu intelectualmente
Tristemente prescindindo do conhecimento espiritual
O alimento do espírito
Quantas tragédias
Brutalidade, violência
Falta de amor ao seu semelhante
Que pena!
O mundo é maravilhoso
A vida é bela
Tudo fora feito para nosso uso
Este poderia ser o nosso céu
Quem sabe um dia não será?
Se aqui estamos para evoluir
Espero os melhores votos
As idéias mais edificantes
No plano da concretude
O bem, materializado no coração de todos os homens
As crianças, as mulheres
Todos merecem amor e serem amados
A criança, causa inicial de grandes realizações
A se tornar esplendoroso adulto
Exercendo suas potencialidades
Nada de idéias de bem, a ser desperdiçadas em campos estéreis,
De vidas desperdiçadas, subaproveitadas
Todos a terem iguais oportunidades
A poderem se realizar enquanto seres humanos
Lindo este mundo
Espero que já esteja próximo
E que tenhamos a ventura de alcançá-lo
Afinal, se é verdade que o ser humano está condenado a eterna felicidade
Por que privá-lo momentaneamente disto?
Todos tem direito a sua parcela no quinhão da felicidade.
Todos tem como missão o mútuo entendimento
A fraternidade é um princípio universal
Elemento de manutenção de todas as coisas
Chega do espírito dominador
A lobrigar conquistas
A conquistar vasto império material
Impor-se a outros povos, outras culturas
Dizimações, eliminações de conhecimentos
Crueldades, atrocidades
O conhecimento não deve ser abrigo de poucos privilegiados
Deve ser compartido, dividido
O conhecimento elimina barreiras
Aproxima as pessoas, os povos
Elide desentendimentos
Apaga intolerâncias, afastas preconceitos
Em respeito ao conceito religioso
Amar-vos uns aos outros, como se fora a nós mesmos
Mas como amar alguém tão diferente a nós?
Tão refratário a aproximações e entendimentos?
Ainda não lobriguei descobrir a resposta
Com efeito, o caminho não importa
Contato que cheguemos ao esperado destino
Tudo é jornada para se chegar
A pretenso e elevado destino
Afinal, nascemos, crescemos, nos desenvolvemos
E depois do longo processo
Temos que nos despedir do mundo
Mundo material que nos serviu de abrigo
Morada temporária
Para com isto habitar um céu
Será um céu etéreo?
Qual sua matéria?
Fluídica?
Ou sem matéria?
Durante a jornada, seremos conduzidos por anjos,
Colaboradores celestiais?
Ou será a jornada, solitária?
Seremos bem amparados, bem acolhidos no seio do Senhor?
Quem nos receberá?
São Pedro, com suas chaves
A exigir a prestação de contas
Na contabilidade de nossos atos
Ou será o céu algo menos solene?
Creio que no céu existe contemplação
Belezas mil
Paz e harmonia
Mas existe também, trabalho
Lida diária, trabalho árduo
No caminho do bem
Imagino um céu repleto de conhecimento
Onde o saber é franqueado a todos
Não existindo barreiras ao entendimento
Feito de forma gradativa
Quem sabe não encontraremos
Grandes personalidades que contribuíram
Em grande forma
Para o desenvolvimento de nosso mundo material?
A ventura de discutir filosofia
Em verdes campos livres
Como nos tempos primeiros da disciplina na Terra
Quem sabe os grandes mestres a nos ensinar
Os preciosos conceitos doutrinários
A essência do que somos
Para onde iremos
Se aquele será nosso final destino
A causa primeira de todas as coisas
Sócrates, a demonstrar
Em toda a humildade de seu ser
Que não devemos ter a pretensão de nos julgarmos
Detentores de todo o conhecimento do mundo
Isto por que, por mais instruídos
Que sejamos, nada alcança a imensidão do universo
As causas primárias que deram origem
Ao cosmos e a todas as coisas que existem
Não devemos ignorar
Que o universo é maior que supomos
Formas diversas de vida
Desconhecidas por nós
Ocioso dizer que nada sabemos
Humildade é reconhecer-se ignorante das coisas do mundo
Platão a desvendar as sombras
De um mundo que nada mais era
Que nada mais é, que a incompleta tradução de um mundo ideal
Cópia imperfeita de um mundo de idéias perfeitas
Mundo de sombras
Fico eu, a imaginar a perfeição deste mundo ideal
Se a Terra, pálida cópia deste mundo
É pródiga em maravilhas
Natureza exuberante
Paisagens belíssimas
Geleiras azuladas,
Desertos imensos, em sua beleza de areia e vento dourados
Mares bravios
Em muitos lugares,
Natureza selvática
Em que pese a degradação do sofrido planeta
Muita beleza ainda resta para ser contemplada
Cuidada e preservada
Como será o mundo das idéias
Tão propalado pelo filósofo?
Mais belo entre os filósofos
E mais linda ainda, era sua filosofia
Linda doutrina endereçada ao esclarecimento
Quem mais, encontrarei em meu caminhar?
Russeau a desvendar
O contrato social, e o mito do bom selvagem
Esclareceu em bom tom
Que o homem não nasce mal
E sim é conduzido isto
Será de fato?
Ninguém nascerá ruim?
Que a essência humana é boa?
Caso o seja, por que tanta maldade no mundo?
Estaremos nós então, a fugirmos
Da nossa essência natural?
Hobbes, pessimista, a dizer que
O homem é deverasmente o lobo do homem
Quem será que tem razão?
O homem será de fato
Ruim em essência, ou não?
Será que caminhamos para uma evolução?
Dizem que trazemos em nós
Desde o início de nossas frágeis existências
O cerne da origem do mundo
Da formação dos seres
Nascemos em meio líquido
Para lembramos da origem dos primeiros seres
A criação terrena
Evoluímos de um simples embrião
Para um complexo ser
Inicialmente frágeis bebês
Transformados em adultos
Adultos que foram crianças
Pequenos
Dependentes
Seres a se transformar
Como o mundo se formou
Tudo cabendo dentro e fora de si
Toda a história do mundo em nossos gens
Toda a história do mundo ao nosso redor
Céu, quantas suposições quanto a sua existência!
Será deverasmente belo?
Como será?
Estudos em profusão
Grandes mestres
Literatos, intelectuais
Como gostaria de ver o céu assim
Um ambiente destinado ao conhecimento
Ao eterno aprender
Aprender os mistérios da vida e da morte corpórea
Um eterno preparar para novas idas e vindas
Bibliotecas,
Conversas
Diletantes a discutir filosofia
Teologia, biologia, literatura, medicina
Nenhum conhecimento obstaculizado
Ver o mundo do conhecimento em maravilhas
Desvelar pouco a pouco
Mistérios até então insondáveis
Fortalezas inexpugnáveis do saber
Protegidas contra a fome do conhecimento
Gostaria de sabê-las as escancaras
Lindo, o universo do conhecimento
A beleza do mundo a se materializar diante de nós
Em verdes campos
Filosóficas discussões
Pessoas abertas ao saber
Descobrindo eterno manancial de prazer
Maravilhas!
Conhecimento a plasmar belezas inimagináveis!
Como sonho com um céu assim
De trabalho, é claro
Mas também de amizades, de venturas
De saber, de cultura
Conhecimento das coisas da terra, e das coisas etéreas
Eternas verdades universais
Aquisição de sapiência e sabedoria
Será este céu, um céu real?
Ou será apenas,
Um céu imaginário?
Um céu a povoar meus pensamentos,
Minha imaginação?
Assim espero que o seja
E não um eterno campo verdejante,
Onde passaremos a eternidade a contemplar
Beleza exuberantes,
Natureza esplendorosa
Mas sem nenhuma utilidade,
Apenas um eterno contemplar
Seria uma pena se assim o fora
Um eterno penar assolaria, a todos que não pudessem penetrar
Este céu, magnífico céu
Condenados eternamente a inclemência
Afinal Deus não é amor?
Assim o creio
Desta feita, todos terão iguais oportunidades de evolução
E aprendizado
Deus é justo, e de outra forma não o faria
Creio num Deus diverso do ensinado pelas religiões
Deus está em nós, quando somos considerados advindos dele
Deus está em todos os lugares
Em cada manifestação da natureza
Em cada gesto humano
Então não distamos de Deus
Em havendo separação,
Esta é apenas momentânea
E o céu pensado, não é um céu imaginário
Assim o creio
Um céu verdadeiro
Cheio de verdade, fraternidade e luz
Amém!
Lobrigar verbo
1. transitivo direto
enxergar com dificuldade na escuridão ou penumbra; ver a custo; entrever.
"lobrigamos o atalho por entre vastos arbustos"
2. transitivo direto
ver por acaso, avistar.
"lobrigou-o caminhando ao longo do rio"
Parabéns ao(a) aniversariante do dia
“Parabéns a você,
Nesta data querida
Muitas felicidades,
Muitos anos de vida
Em suas muitas realizações enfindas!
Felicidades, por que hoje é o seu dia
Parabéns para você”
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Passeio no Parque
Em uma bela e ensolarada tarde domingo
Proposta de passeio no parque
Em meio a companhia de lírios amarelos
E de imensos agapantos azuis
Fotografias a retratarem o cenário emoldurado
De plantas, flores e árvores
Posições contemplativas, meditativas
Sentadas em banco
Em pé ao lado de plantas e árvores
E o sol a tocar a pele
Com toda sua intensidade e calor abrasadores
E a Lua Continua, Sempre Ela
A lua e as estrelas continuam
A compor um cenário de embelezamento
Juntamente com diversos ipês roxos floridos
Que me acompanham em meu caminho
Das andanças diárias
Ora aparecendo crescente
Deitada a dormir em leito lácteo
Por vezes surge,
Em dia claro em todo o seu esplendor
Agora em formato esférico
Com toda a sua beleza e brancura
Estrelas por vezes,
Insistem em mostrar seu brilho e beleza
Em horizontes tão fautos em brilho
Algumas mostram intenso esplendor
Lindas, compõe um bonito cenário
Para encanto dos meus dias fugidios
E a lua a caminhar pela abóbada celeste
A cada dia se mostra em posição mais elevada
Hoje mostrou-se branca, redonda e linda
Por detrás de um belo prédio azul
Em plena claridade dos dias!
Prédio de um azul vívido
Que em tempos de antanho,
Provavelmente servira de fábrica
Tendo em vista a construção lembrar antigo galpão
Memória da cidade de São Paulo,
A ser revisitada
E antigos prédios e construções,
A serem mantidos e utilizados para finalidades outras
Alguns a virar cenário,
De peças de teatro experimental
É a Vida
Enquanto isto, a vida prossegue viajante
Estudos diversos
Sinalizações semafóricas, multas apreensões
Correrias diárias
Viagens diversas
Trolebus, trem e metrôs
A deparar-me com vários ipês floridos
Chaminés de antigas fábricas,
Quase todas pichadas
O que é passível de multa?
Por que a Constituição é a Lei Maior?
Por que o viver é tão difícil?
Por que necessidade temos,
De escolher sempre o caminho mais difícil?
Por que não podemos aprender,
Da maneira mais suave e menos penosa?
Isto é fácil de se comprovar isto,
Verificando-se o trânsito
Onde muitos só pensam em levar vantagem
E só respeitam a sinalização de trânsito,
Quando há o risco de ser multado
Acaso não seria mais fácil se respeitar
A sinalização semafórica, as placas?
Parece que não, pois muitos as violam
Sinto que há um prazer em burlar as leis
E que isto causa mais efeito,
Do que proporciona vantagens efetivas
Mas ninguém parece se importar com isto
O importante é levar alguma vantagem
Por pequena que seja,
E assim, o que poderia ser fácil
Torna-se difícil
Fazer o que, é a vida
Devemos com isto aprender
E lidar com este tipo de situação
Da maneira que for possível
E assim, fico a ouvir minhas músicas,
Em meu fone de ouvido
A ler minhas provas, manuais de direção
De forma a ocupar meu tempo
Aproveitando a viagem diária
E tentando me aborrecer menos
Embora ás vezes isto pareça impossível
Recados
Inscrito em uma geladeira,
Cenário de divertida novela
Em fundo animado e colorido,
Estão os dizeres:
“A arte existe,
Para que a realidade não nos destrua”
Belo pensamento
A nos alertar o quanto precisamos da arte
Em nossos dias
A poesia a permear os belos momentos de nossas vidas
Para não sermos reduzidos
A pequenez cotidiana,
Os prosaicos problemas
A sermos seres medíocres,
Sempre seguindo o rebanho
Agindo sempre da forma como se espera
Pois como dizia o filósofo Descartes:
“Penso, Logo Existo”
E se eu existo,
Insisto em procurar uma melhor forma de viver
Oceano
Oceano, imenso reservatório de água
Repouso da vida marinha
Água repleta de sal
A acolher diversas formas do viver
Lendas e crendices
Siris a fazerem suas tocas a beira mar
Conchas com seus formatos vários
Onde vivem moluscos,
Recém saídos destas
Conchas várias, diversas
A enfeitarem as areias do mar
Mares e vidas, com seus usos e fazeres
Fábrico de canoas,
Com o tronco de apenas uma árvore
Trabalho artesanal,
Cortado com motosserra,
E esculpido com machado
A lembrar antigos dizeres:
Com quantos paus se faz uma canoa?
Como a pesca em suas várias formas
Acender de luzes, para atrair lulas;
Redes de arrasto para pescar camarões
Onde nesta leva outros seres são pescados
Peixe voador, a ser atraído
Com o óleo lançado sobre ás águas,
Por sua claridade
Caminhando
Caminhando em meio a um tapete de verdes folhas
Contemplei uma feia manhã
Tempos cheios de gentes
Dificuldades para se chegar onde se quer
As flores faltas no caminho
As veredas sem a beleza dos mares, das praias e das areias
Caminho apressada para chegar em um lugar estranho
Conhecer novas realidades, adquirir novas práticas
E o mar tão longe, companheiro de calmarias e de alegrias
Gosto de senti-lo chegando de leve, a molhar meus pés
E da mesma maneira se afastando matreiro
Contemplar o desenhar da cidade
Suas luxuosas construções, casas suntuosas, prédios poucos
A exceção de uma imponente construção em forma circular
A feirinha noturna com seus artesanatos, suas delicadas e sortidas bijouterias
O encanto da noite
Em andanças motorizadas,
Um brinde a um céu com algumas estrelas, e uma lua a se formar,
Em seu formato semi circular, ao céu enfeitar
A noite a se impor ao cenário
Mostrando uma torre e sua antena de tevê,
A iluminar a cidade, como a um farol
O Manacá ainda florido, Lantanas viçosas
As borboletas e os pássaros que insistem em visitar o belo jardim
As inflorescências, expectativa de melhores dias
Com a promessa de flores a desabrocharem sobre nossos dias
O sol tímido, a beijar o solo
E aos poucos, a colorir nossas peles, mudando seus tons
Seu reflexo no espelho das águas, a tocar a superfície das águas
O corpo exangue, mas a alma cheia de luz
Momento para se deitar o corpo,
E deixar os pensamentos adormecerem
Isto se os mesmos, não voarem livres pelo mundo
Mundo afora, sem prisões, sem amarras
A noite, o suave perfume da dama da noite
O jardim iluminado, pelo spot de luz
E a vida a desfilar ante meus olhos
Maravilhas para se contemplar
O pé de vento a revolver as folhas depositadas pelo chão
O verde a adentrar as salas, os ambientes
As flores se foram, deixando as árvores expostas, com seus galhos ao luar
Lua agora assuma seus redondos contornos
Redonda, tão alta,
Que mal se pode avistar se não houver um atento olhar,
A descobrir o evento apenas em um relance
E a noite escura, a tudo envolver
As cidades, as casas, os prédios, as fachadas iluminadas
Luzes amarelas e brancas, a rivalizarem com a escuridão da noite
Negro véu a envolver a cidade
A esconder a feiúra dos dias,
O concreto das construções
Em cidades pulsantes, que não param
Sempre fervilhantes de vidas,
A nos contemplarem com seus transtornos diários
E os caminheiros, caminhantes
Enfrentando a fúria dos dias,
Os diários desafios da lida
E as tardes cambiantes, a mostrarem seus mil tons, ao longo das horas
Céu plúmbeo,
Que de acinzentado, se esforça por ser azul,
Com nuvens brancas a percorrê-lo,
A desenhar mil formas no firmamento inconstante
E o céu segue seu turno
As vezes faltos nas vapóreas formas
Céu sisudo e sem alegria
E conforme as horas da tarde se expõe;
O azul se torna amarelo, claro
Ora adquire tons mais escuros,
Azuis intensos, dividindo espaço com tons róseos, violáceos, amarelos, alaranjados
Ás vezes, um sol percorrer as estradas, os caminhos
A se esconder em meio as construções,
E após se mostrar em todo o seu esplendor majestático
A descoberta de novas atrações, novos interesses, novos conhecimentos
Novas canções a nos embalar
Novas formas do viver
Coletividade a conversar, a rir, as pessoas a maldar
Muitos, com as vidas alheias a se ocupar,
Outros entretidos com seus MP3, Ipod’s, MP4, celulares
Seus sons e melodias de bom ou péssimo gosto
Leituras várias, best-sellers, boas obras ou não
Muitos quietos apenas
Diferentes formas do vestir, pessoas limpas, asseadas, outras nem tanto
Educadas, mal educadas, deselegantes,
Bem vestidas ou não,
Usando as cores, as formas e os modismos da hora
Sapatilhas diversas, calças justas nos mais diversos corpos, botas
Calças largas, blusas de moleton, acolchoadas,
Blusinhas com faixas, leggins, tênis, saltos
Corpos preparados ou não para tais ousadias
Gorduras a saltarem em meio a decotes, calças de baixas cinturas...
E a vida segue, sempre segue,
Sempre atulhada de gentes
Quem dera todos tivessem a se ocupar do que fato interessa!
Espero que ao menos a maioria assim o faça
E nossas vidas então, sigam em paz
Pois se não assumem as responsabilidades de nossas vidas,
Por que então se ocupam dela?
Ou será melhor cuidar da minha saúde, já que cuidam tanto assim de minha vida?
Pensando bem, não seria melhor enviar as faturas e as cobranças diárias,
Para quem insiste em da nossa vida tomar conta?
Percebo que cada minuto concedido, possui a beleza das coisas raras
A singeleza do que não se repetirá, e a delicadeza dos momentos sublimes,
E que cada segundo desperdiçado com banalidades como essas,
Faz me perder o bom da vida,
E a suprema felicidade de viver o que existe de melhor no mundo
Pois o mundo apesar das misérias, das humanas mazelas
Tem muito de belo para nos ofertar
Só precisamos de um olhar para contemplar,
E ver além do óbvio, além do banal
Pois viver é enxergar além das aparências, além das superfícies
É adensar os conhecimentos, penetrar a essência das coisas, dos objetos, matéria ou não
É ver além do que nos é diretamente mostrado,
Sem perder o foco da beleza das coisas, a qual reside não apenas na aparência,
Muito embora esta faça parte do conjunto
E assim, se não podemos ser o tempo todo felizes,
Possamos ao menos termos nossos alegres momentos
E a vida segue ante meus olhos, nem sempre atentos
E eu sigo meu caminhar perante a vida
Espetáculo que desfila diariamente ante meus olhos
E eu sigo pelas veredas dos caminhos
E a vida segue, e eu sigo a vida
E os acontecimentos se sucedem, múltiplos ...
Luciana Celestino dos Santos
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