Poesias

domingo, 8 de março de 2020

Extinção do Tráfico Negreiro e a Economia Cafeeira

No ano de 1850, o governo de Dom Pedro II extinguiu definitivamente o tráfico de escravos com a Lei Eusébio de Queirós, elaborada pelo Ministro da Justiça.
Esse ato fortaleceu o Império, e fez diminuir as preocupações e pressões internas.
Aos poucos, os imigrantes europeus assalariados, substituiram os escravos no mercado de trabalho, principalmente nas fazendas de café, em expansão.
Foi nesse período que as primeiras mudas de café chegaram ao Brasil, contrabandeadas da Guiana Francesa por Francisco de Melo Palheta, em 1727.
E foi assim, que as primeiras plantações se multiplicaram e, em meados do século XIX, o café ocupava parte das terras de antigas lavouras de cana-de-açúcar e de algodão, além de grande porção do chamado Oeste Paulista.
Essa vigorosa expansão da cafeicultura, foi resultado do crescimento do consumo nos Estados Unidos e na Europa, e da crise que simultaneamente atingiu importantes regiões produtoras, como Haiti, Ceilão (atual Sri Lanka) e Java, na Indonésia.
Com o preço em alta nos mercados consumidores, o novo produto tornou-se muito atraente e havia, no Brasil, terras e escravos subutilizados em outras lavouras, além de solos novos e férteis, como a terra roxa do interior paulista.
Com a interrupção definitiva do tráfico de escravos africanos em 1850, surgiu o primeiro problema: escassez de mão-de-obra.
A solução encontrada foi a vinda de imigrantes estrangeiros.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Revolta Praieira

Durante os anos de 1848 à 1850, ocorreu a Revolta Praeira.
Ela teve início quando setores radicais do Partido Liberal pernambucano, reunidos em torno do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, conhecidos como Praieiros, condenaram a destituíção do governador da província, Antônio Chimorro da Gama.
Ele era o opositor dos Guabirus, o mais poderoso grupo da aristocracia e da burguesia mercantil ligado ao Partido Conservador.
Com inspiração liberal e federalista e liderados por militares e políticos, os Praieiros começaram em Olinda, uma rebelião contra o novo governo provincial.
Com isso, o movimento se espalhou rapidamente por toda Zona da Mata Pernambucana.
Em 1849, os insurretos lançaram o Manifesto ao Mundo e defenderam o voto livre e universal, a liberdade de imprensa, a independência dos poderes constituídos, a extinção do Poder Moderador, o Federalismo, e a nacionalização do comércio de varejo.
Os Praieros, receberam adesão da população urbana pobre e atacaram o Recife com quase 2,5 mil combatentes, mas foram rechaçados.
A rebelião foi derrotada no começo de 1850.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada fonte.

Parlamentarismo

Em 1847, num período de pouca contestação à Monarquia, foi instituído o Parlamentarismo, e o governo passou a ser exercido pelo Ministério com base na maioria parlamentar.
Foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, que, indicado por Dom Pedro II, organizou o Ministério e tornou-se responsável pelo Poder Executivo.
Todavia, o Ministério seria substituído, se o partido perdesse a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados.
Na prática, a decisão era do Imperador, que a qualquer momento podia dissolver a Câmara e convocar novas eleições.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A Bill Aberdeen

No ano de 1845, o Parlamento Britânico, aprovou a Bill Aberdeen, lei que deu a Marinha de Guerra Inglesa o direito de perseguir e aprisionar os navios negreiros, chamados de tumbeiros, em qualquer ponto do Atlântico.
A partir daí, o tráfico tornou-se muito arriscado e pouco lucrativo.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

O Golpe da Maioridade

Em 1840, os regentes não conseguiram solucionar as disputas partidárias, as diferenças econômicas, a dispersão populacional e as desigualdades que ameaçavam a unidade do país.
Assim, tanto o Partido Conservador, no poder com o regente Pedro de Araújo Lima, quanto o Liberal, na oposição, decidiram antecipar a maioridade de Dom Pedro II, com 14 anos.
Com isso, a antecipação da maioridade do Imperador Dom Pedro II, ficou conhecida como Golpe da Maioridade.
Nos primeiros dez anos, o regime monárquico, estabilizou-se.
As derrotas das insurreições ocorridas durante a regência pacificou as províncias e o Governo Central contra o Poder Moderador, deu ao monarca a palavra final, com a restauração do Conselho de Estado.
No ano seguinte, Dom Pedro II foi coroado Imperador do Brasil.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Balaiada

Durante os anos de 1838 à 1841, disputas regionais alimentaram rebeliões populares nas províncias.
Uma delas foi a Balaiada, ocorrida no Maranhão, e em parte do Ceará e do Piauí.
Surgiu quando os liberais, Bem-te-vis do Maranhão, lançaram uma campanha contra o controle das eleições dos Prefeitos, e por parte do Executivo provincial.
Com isso eles queriam reduzir o poder dos grandes proprietários de terras Conservadores, os Cabanos.
A campanha acirrou as disputas locais envolvendo também, as camadas populares.
Foi chamada de Balaiada, porque um de seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, era apelidado Balaio.
No início de 1840 chegou ao Maranhão o novo Presidente e chefe militar da província, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), nomeado pela regência objetivando conter os rebeldes.
Com isso, no ano seguinte, encerrou-se o conflito.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A II Regência

Durante o ano de 1837, sentindo-se incapaz de superar a crise política nacional, o Regente Feijó renunciou.
No ano seguinte, o pernambucano Pedro de Araújo Lima foi eleito para a II Regência Una.
Com isso, as dificuldades e os desentendimentos aumentaram, e a antiga base de apoio do regime, formada pelos Chimangos, dividiu-se entre os Partidos Liberal e Conservador.
Esse período, 1837 à 1840, foi marcado pelo endurecimento e centralização política e pelo afastamento dos Liberais Exaltados (Farroupilhas).

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.