Quando o casal se apercebeu o do adiantado das horas, Olavo respondeu que talvez não conseguisse encontrar um táxi para voltar ao hotel.
Josie, ao olhar o relógio, percebeu que já passava da meia-noite.
Percebendo que o moço não encontraria um táxi, sugeriu que ele dormisse em sua casa.
Olavo, todo cerimonioso, respondeu que não queria incomodar.
Josie respondeu que ele poderia dormir na sala do apartamento.
Disse que providenciaria travesseiros e cobertores.
A moça então pegou lençóis, travesseiro e cobertores em seu guarda-roupa, e tentou ajeitar o sofá.
Porém, ao perceber que Olavo não ficaria confortável em um espaço tão diminuto, ficou indecisa.
Sugeriu que o moço dormisse no chão.
Josie dirigiu-se então ao quarto.
Retornou com mais duas cobertas.
Olavo por sua vez, respondeu que não havia necessidade de tanto zelo.
Argumentando que poderia dormir em qualquer lugar, disse que ela não precisava ter tanto trabalho.
Mais tarde, o moço deitou-se na cama improvisada.
Josie, perguntou-lhe se estava confortável.
Olavo respondeu que a ‘cama’ estava macia, mas muito quente.
A moça então, percebendo que o calor que fazia São Paulo, constatou que o rapaz não passaria bem com tantos cobertores. Contudo, argumentou que sem aquela providência, ele teria que dormir no chão duro.
Olavo respondeu que não se importava.
Desta maneira, pediu licença a moça, retirando alguns cobertores.
Mais tarde, a moça se recolheu, vindo a se deitar na cama instalada em seu quarto.
O moço por sua vez, não dormira bem.
Com o calor, os cobertores se tornaram muito quentes.
De maneiras que, o rapaz se viu compelido a dormir no sofá, permanecendo boa parte da noite encolhido.
Durante a madrugada, o moço aproveitou para observar a moça.
Segurando a maçaneta da porta, ficou de longe observando a jovem dormindo.
A moça dormia com a luz colorida do abajur acesa.
Olavo olhou-a enternecido.
Mais tarde, foi a vez da moça observar que o rapaz estava dormindo bem.
Josie ao ver o rapaz todo contorcido no sofá, ficou penalizada.
Ao constatar que o rapaz não estava confortável, decidiu acordá-lo.
Ao ser despertado, o moço perguntou se já era hora de despertar.
Josie perguntou-lhe então, se não preferia dormir em seu quarto.
Olavo respondeu que não, que estava bem.
Como a moça não ficara convencida, insistiu para que ele dormisse na cama.
Preocupado, o rapaz perguntou se havia outra cama na residência.
Josie respondeu que não.
- E onde você irá dormir? – perguntou.
A moça respondeu então, que iria se ajeitar no sofá.
Olavo, ao ouvir tais palavras, ficou indignado.
- Como assim? Não tem cabimento uma coisa dessas! Eu não vim aqui para desalojar ninguém!
Josie argumentou que não havia problema.
Olavo protestou.
O casal só chegou um acordo, quando a moça aceitou continuar dormindo na cama junto com ele.
Nisto, Josie tentou demarcar seu espaço.
O moço concordou.
Porém, conforme o sono chegava, o rapaz aproveitava para se aproximar da moça.
Enquanto fingia estar dormindo, aproveitava para tentar se encostar em Josie.
Sonolenta, a jovem mal percebia o contato.
Com isto, Olavo aos poucos se aproximou da moça.
Primeiramente tocando em seus pés, se aproximando lentamente.
Tocou em seus cabelos, sentiu o seu perfume.
Em dado momento o rapaz tocou em seu ombro.
A certa altura, a moça que estava de costas para ele, virou-se.
Olavo tentou acariciar seu rosto, mas se conteve.
Por um momento, teve medo que a jovem se ofendesse com seu gesto, e decidisse se afastar dele.
O moço ficou então contemplando o rosto da jovem.
Josie, que dormia tranqüila, despertou.
Ao vê-lo observando-a, sorriu para ele.
Perguntou-lhe por que não estava dormindo.
Olavo respondeu nervoso, que havia perdido o sono.
Josie, preocupada, perguntou se estava tudo bem.
O homem respondeu que sim.
Ela porém, notou intranqüilidade nos olhos do moço.
Insistiu para que dissesse o que estava acontecendo.
Tenso, o rapaz tentou desconversar, mas Josie pressionou-o.
Olavo sem jeito, pediu para dormir no chão.
A mulher respondeu que não.
- Afinal de contas, não está tudo bem?
Como Olavo permanecesse tenso, abraçou o moço, acariciando suas costas.
O moço começou a sentir arrepios.
Ao notar isto, Olavo pediu para que a jovem o soltasse.
Josie ficou surpresa.
- Mas por que? Ficar perto de mim é tão desagradável assim?
Nisto, a moça soltou o rapaz, que olhou-a envergonhado.
Ao fitá-lo, Josie percebeu o que ele estava tentando dizer.
Ao notar que o que o jovem estava tentando educadamente dizer, ficou nervosa.
Sem saber o que fazer, ficou olhando para ele.
Olavo não sabia onde enfiar a cara.
Estava com vergonha.
Constrangido, disse que em nenhum momento de sua vida, se sentira tão desconfortável.
Nisto, pediu desculpas a moça e insistiu em voltar a pé para o hotel onde estava hospedado.
Josie protestou.
Disse que São Paulo era uma cidade perigosa, e que o hotel onde estava hospedado ficava muito longe dali.
Argumentou que sua presença não era um incomodo para ela.
A moça então, pediu-lhe desculpas.
Disse que não estava sendo hospitaleira como deveria.
Olavo então, num impulso, segurou-a pelo braço e beijou-a.
Josie não se opôs.
Com isto, o rapaz abraçou a moça e continuou a beijar-lhe a boca.
Acariciou suas costas.
Josie colocou as mãos em seu rosto.
A moça vestia uma camisola.
O rapaz usava uma camisa.
A certa altura, Olavo estava a beijar o pescoço e o colo da namorada.
Despidos, o moço ajeitou delicadamente a moça sobre a cama.
Mais tarde, Olavo procurou na cozinha do apartamento da moça, mantimentos para servir como café da manhã para sua namorada.
Desajeitado, preparou café, leite, chá, encontrou torradas, queijo branco, uvas, manteiga.
Procurou uma bandeja onde ajeitou todos os alimentos com todo o cuidado.
Cuidadoso, entrou no quarto da moça com todo o cuidado.
Depositou a bandeja na cama.
Em seguida, aproximou-se da moça. Sussurrando em seu ouvido, disse:
- Acorda, dorminhoca!
Josie, olhou para o rapaz, sonolenta.
Ainda em estado em torpor, respondeu:
- Bom dia!
Nisto Olavo insistiu para que ela não voltasse a dormir.
Apresentou-lhe a bandeja de café da manhã.
Josie então acomodou-se na cama, para o moço pudesse colocar a bandeja a seu lado.
Atencioso, o homem sugeria que ela se servisse de tudo o que estava na bandeja.
A jovem não sabia por onde começar.
Olavo pegou o cacho uvas e começou a colocar as frutas na boca da moça.
O casal tomou o desjejum juntos, com Olavo colocando comida na boca de Josie, e a moça fazendo o mesmo com ele.
Entusiasmado, o moço comentou que ela precisava voltar para o Sul, agora na qualidade de convidada dele.
Vaidoso, Olavo argumentou que havia muito o conhecer do estado, as praias, a Lagoa dos Patos, as Missões. Disse que o Rio Grande era um estado de muitas tradições.
Josie olhava-o com ternura.
A moça, tentando provocá-lo, respondeu que só voltaria ao Sul, se ele se trajasse conforme as mais rigorosas tradições gaúchas.
A mulher queria vê-lo pilchado.
Olavo começou a rir.
Josie indagou o porquê das risadas.
O moço respondeu, que imaginando que seria cobrado para que assim procedesse, trouxe em sua mala, toda a indumentária tradicional gaúcha.
Josie ficou entusiasmada.
Olavo contudo, respondeu que havia uma condição para assim proceder.
- Que condição? – perguntou Josie.
- Simples! Eu só vou me vestir assim no lugar apropriado. – redargüiu o moço.
- Como assim? – insistiu ela.
- Eu só vou me vestir assim, em um ambiente com música gaúcha.
Josie sorriu.
Prometeu que procuraria um restaurante com comida típica, mas que não poderia garantir a música.
Olavo insistiu na música tradicional.
Diante disto, a moça respondeu:
- Está certo! Em uma cidade como São Paulo, acho que não vai ser difícil encontrar um lugar nestas condições.
Olavo sorriu triunfante.
- Então está acertado!
Mais tarde, o moço tomou um banho.
Josie passou a camisa amassada do moço.
Olavo comentou que precisava voltar para o hotel.
Pediu a moça para que não demorasse para encontrar o restaurante.
Nisto, Olavo se despediu da moça.
Disse que mais tarde, telefonaria para ela.
Josie então, passou a procurar um restaurante.
Pesquisou na internet.
Para sua surpresa, não teve trabalho para encontrar um bom lugar.
Desta maneira, ligou para o celular do rapaz. Estava ansiosa para contar a novidade.
Quando Olavo foi informado do fato, foi logo intimado pela moça a se paramentar, pois jantariam no aludido restaurante.
Sorrindo, o rapaz concordou.
A noite, Olavo foi buscar Josie em seu apartamento.
A moça estava impecável em seu vestido verde de manga única.
O homem elogiou a elegância da jovem.
Josie também ficou encantada com a indumentária do moço.
Elogiou-o dizendo que estava muito garboso.
Olavo ficou envaidecido com o elogio.
Com isto, estendeu o braço para a moça.
De táxi, o casal rumou para o restaurante na região do aeroporto.
Olavo, reconhecendo a região, comentou que conhecia o lugar.
Josie sorriu.
Ao chegarem no restaurante, foram conduzidos pelo garçom.
Olavo puxou a cadeira para a moça sentar-se.
O garçom explicou que se tratava de um rodízio.
Ofereceu arroz à carreteiro, que Josie de pronto aceitou.
Olavo também se serviu um pouco do arroz. Mas o que lhe interessava mesmo, era o churrasco.
Ao começarem a ser oferecidas carnes, o moço se serviu de frango, carne bovina, lingüiça.
Até salada o rapaz comeu.
Enquanto se deleitava com a comida, Olavo matava as saudades de sua terra, ouvindo as típicas canções gaúchas.
No restaurante, os cantores usavam bombacha, lenço, chapéu, botas.
Olavo ficou encantado.
Comentou que parecia estar em um evento cultural de seu estado.
A moça sorriu satisfeita.
Com isto, Josie, também comeu um pouco de carne.
Mas nada que se comparasse ao apetite do moço.
Animado, a todo o momento Olavo perguntava se ela não iria comer mais.
Josie respondeu agradecida que não. Disse que estava satisfeita.
Olavo por sua vez, argumentou que ela havia comido pouco.
Chegou até a lhe sugerir uma sobremesa.
Josie recusou, reafirmando que estava satisfeita. Insistiu para que ele não se preocupasse.
Nisto, estendeu sua mão para tocar no rosto do moço.
O jovem, ao perceber o toque da mão de Josie, segurou-a beijando seu dorso.
A moça então, pediu ao moço que parasse de beijar sua mão, posto que todos os observavam.
Olavo chamou-a de boba. Argumentou que ninguém reparava neles.
Josie porém, ficou um pouco constrangida.
Percebendo isto, Olavo disse-lhe que pagaria e conta e saíram do restaurante.
Com isto, mais tarde pegaram um táxi e foram até o apartamento de Josie.
Solicitando que o taxista aguardasse um pouco, Olavo conduziu a moça até a entrada do prédio. Conversando com ela, sugeriu para que fosse com ele para hotel.
Disse-lhe que poderia fazer uma pequena mala, e assim passar a noite com ele.
Josie hesitou.
Olavo por sua vez, insistiu para que ela não o deixasse sozinho.
Dramático, argumentou que não conseguiria dormir depois dos momentos tão especiais que passaram juntos.
Aproximou-se então da moça, e beijou-a.
Constrangida, Josie falou que o taxista o estava aguardando.
Olavo insistiu delicadamente para que ela fizesse uma mala.
Meio sem jeito, ela acabou concordando.
Olavo sorriu.
Enquanto via a moça se afastar disse em voz alta:
- Volte logo!
Nisto, voltou para o táxi onde pediu para o taxista aguardar mais um pouco.
Josie entrou então em seu apartamento.
Abriu a porta do guarda-roupa, escolheu uma camisola, um jogo de roupas limpas para usar no dia seguinte, um sapato confortável, roupas íntimas, creme para o cabelo e um livro.
Depois de vinte minutos, a moça desceu carregando uma pequena mala.
Olavo estava ansioso.
Indiscreto, o taxista perguntou se era começo de namoro.
Olavo respondeu que já estavam namorando à distância há alguns meses.
Com isto, quando Josie abriu o portão de entrada do prédio, o moço saiu do táxi e conduziu-a até o veículo.
Gentilmente, abriu a porta para que ela pudesse entrar.
Segurou sua mala.
A seguir, entrou no veículo.
Por fim, partiram.
Ao chegarem no hotel, Olavo pagou a corrida.
Conduziu a moça até seu quarto.
Ao entrarem no ambiente, Olavo pediu para que ela ficasse à vontade.
Josie sentou-se no sofá.
Um pouco tenso, Olavo perguntou se ela queria beber alguma coisa.
Josie respondeu que não.
Com isto, o moço pegou a mala da jovem e colocou no armário.
Perguntou-lhe se queria dormir.
Josie respondeu então, que gostaria de usar o banheiro.
Olavo mostrou-lhe a porta.
Enquanto a moça se arrumava, o moço ligou para a recepção.
Mais tarde, um funcionário do hotel dirigiu-se até o quarto levando champagne e uma cesta com pétalas de rosas.
Com efeito, quando a jovem saiu do toilet, ficou admirada com a arrumação do quarto.
Havia pétalas de flores espalhadas pela cama, e champagne.
Olavo sugeriu um brinde.
Elogiou a camisola da moça. Disse-lhe que estava linda.
Nisto, ofereceu-lhe um pouco de champagne, servindo-lhe a bebida em uma bonita taça.
A esta altura, Olavo estava de roupão.
Josie achou-o encantador.
Olhando-o admirada, percebeu que nunca havia sido tão bem tratada por alguém.
Ao constatar isto, ficou emocionada.
Lágrimas correram de seus olhos.
Emocionada, bebeu a champagne.
Olavo sugeriu um brinde.
Feliz, disse que deveriam brindar a beleza do momento.
Brindaram.
Nisto, ao perceber que Josie continuava emocionada, aproximou-se e beijou suas lágrimas.
Parecia querer enxugá-las com seus beijos.
Por fim, tomou-a nos braços.
Beijou-lhe os lábios.
Encantador, disse-lhe que naquela noite, seria seu príncipe.
Josie riu.
Ao perceber que a moça estava mais alegre, Olavo respondeu que valera a pena a brincadeira.
Segurou sua mão e beijou-a.
Malicioso, o moço tornou a beijar seus lábios.
Retirou seu roupão.
Conduziu a moça até o leito.
Cobriu a moça de flores.
Passaram a noite juntos.
Feliz, Olavo dormiu com Josie em seus braços.
Ao despertar, percebendo que a moça não estava mais no leito, levantou sobressaltado.
Porém, ao perceber que Josie tomava banho no chuveiro, acalmou-se.
Quando a jovem saiu do banheiro, estava vestida com uma blusa branca e uma calça jeans. Calçava um sapato confortável.
Olavo permaneceu na cama.
Josie então, percebendo a existência de uma cesta com pétalas de rosa, começou a lançá-las sobre o dorso de Olavo.
Beijou seu pescoço.
Disse-lhe sussurrando que gostaria de passear. Perguntou-lhe se gostaria de continuar dormindo.
Olavo então espreguiçou-se.
Mexendo seus olhos, disse que iria se arrumar.
Josie respondeu que assistiria um pouco de televisão.
E assim, enquanto Olavo tomava banho e se perfumava, Josie assistia aos noticiários.
Quando saiu do banheiro, o moço estava usando uma calça jeans e uma camisa pólo.
Sentado na cama, calçou um tênis.
Olavo pediu então, para a moça desligar a televisão.
Saíram juntos do quarto.
Dirigiram-se para o salão.
Lá, deliciaram-se com um lauto café da manhã composto de iogurtes de variados tipos, sucos, leite, café, chás, frutas: como mamão, melão e morango. Croissant’s de frios, brioches, torradas com óleo e orégano, pedaços de bolo de coco, de fubá. Havia também, biscotinhos amanteigados.
Curiosa, Josie pegou um pouco de cada um dos itens e colocou em três pratos. Serviu-se de um iogurte e de suco de laranja.
Olavo ao vê-la com tanto apetite, comentou:
- Benza Deus!
A moça riu.
Enquanto saboreava os alimentos, a jovem oferecia pedaços a Olavo, que os aceitava prontamente.
Por fim, devidamente alimentados, o casal saiu de mãos dadas.
Caminhando pela cidade de São Paulo continuaram a se deslumbrar com a grandeza e a imensidão da capital.
Observaram prédios históricos, construções abandonadas, visitaram museus.
Josie mostrou ao rapaz a região da Luz, sua bela e antiga estação, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, a região do Bom Retiro, e o comércio popular.
Mais tarde, voltaram a região do centro, onde Josie apresentou o rapaz ao Páteo do Colégio, o Solar da Marquesa de Santos, e outros prédios históricos.
Almoçaram juntos em um dos restaurante da região.
Em outro passeio, visitaram o Memorial da América Latina, conheceram o Museu do Imigrante – onde passearam de trem.
Brincando, Josie disse-lhe em São Paulo também havia um passeio de trem antigo.
Olavo estava adorando conhecer uma São Paulo tão atrativa.
Insistindo para que o rapaz permanecesse mais alguns dias na capital, Josie acabou convencendo o rapaz a ficar.
Desta forma, Olavo hospedou-se na casa da moça.
Contatou seus pais. Informou-lhe sobre os progressos na negociação com o fornecedor. Disse que o negócio estava fechado e que já poderiam começar o fornecimento dos vinhos.
Otaviano ficou entusiasmado. Contudo, ao notar a demora do moço na capital, indagou o porquê da demora em retornar.
Olavo respondeu-lhe que não estava mais hospedado no hotel, e que a pedido da namorada, havia decidido permanecer mais alguns dias na capital.
Feliz, comentou que estava adorando conhecer a São Paulo de Josie, tão encantadoramente bela quanto ela.
Otaviano sorriu.
- Meu filho está me saindo um grande galanteador! – comentou o homem.
Vilma também conversou com o filho.
Quando o moço contou-lhe que estava hospedado na casa da moça, a mulher argumentou:
- Mas meu filho! Já está se espalhando?
Nisto, o jovem explicou-lhe que se hospedara em casa de Josie, a pedido da própria.
Vilma ficou espantada. Chegou até a comentar:
- Mas quanto progresso, hein meu rapaz!
Olavo não cabia em si de contente.
Sua mãe percebeu. Desejou-lhe felicidades, mas também recomendou-lhe para que tivesse juízo.
O jovem respondeu que procuraria ter juízo, mas que estando perto de Josie, seria difícil.
Ao ouvir isto, Vilma caiu na risada.
Comentou que ele estava muito saidinho. Disse que havia gostado muito da moça e que deveria ser cuidadoso com ela. Vilma argumentou que ela não parecia ser uma deslumbrada e sim uma moça para um relacionamento duradouro.
Olavo retrucou dizendo:
- Mas eu não estou brincando! Eu a adoro! Josie é muito especial! Eu nunca conheci uma garota igual a ela.
Seu filho proferira estas palavras com tanto sentimento, que Vilma percebeu a sinceridade e o afeto de Olavo.
Nisto, o moço comentou que estava tentando fazer com que cada minuto ao lado dela se tornasse especial.
Mãe e filho despediram-se então.
Vilma por sua vez, comentou com o marido, que o relacionamento do casal estava sério.
Otaviano conversando com a esposa, respondeu que adoraria ver o filho casado e feliz. Disse que era feliz em seu casamento, e que desejava o mesmo para o filho. Argumentou que ele não nascera para viver sozinho.
Durante a semana, Josie comentou exultante que sua matéria estava na nova edição da revista.
Animada, a moça ligou para o apartamento, informando Olavo que a revista já estava nas bancas.
O moço, curioso, tratou logo de procurar uma banca para comprar a revista.
Ao ler a matéria e apreciar as fotos, comentou consigo que Josie era muito cuidadosa e caprichosa.
Mais tarde, ligou para a moça parabenizando-a.
Disse-lhe que a matéria fora muito bem feita.
Josie agradeceu o elogio.
Medeiros – seu chefe – também elogiou a moça. Comentou que seu trabalho estava muito bem feito.
Com isto, Olavo ligou para seus pais, recomendando-lhes que comprassem um exemplar da revista em que havia uma matéria de Josie.
Vilma, respondeu que assim que fosse para a cidade, trataria de comprar uma edição.
Olavo disse o nome da revista, e comentou que a matéria estava na edição daquele mês.
Nisto, assim que conseguiu uma folga, Josie aproveitou para levar seu namorado para passear no Parque Ibirapuera.
Com efeito, o casal passeou pelas margens do lago, caminhou por entre as árvores, visitou o MAM, onde passaram pela marquise, e o Museu Afro Brasil.
O moço se impressionou pelo acervo do Museu Afro.
Impressionou-se com a estrutura do navio negreiro, e o jogo de luzes e de sons quando o visitante se aproximava do barco.
O barco, desconstruído, lembrava um fóssil.
Ao término do passeio aos museus, o rapaz comentou que São Paulo não era a selva de pedra que todos diziam.
Alegou que a cidade era encantadora, e que não era somente uma forte economia impulsionando o país.
Josie ressaltou que o estado é muito desenvolvido, a locomotiva do país, mas o estado e a cidade de São Paulo, não são impessoais a ponto de somente se reduzirem a números.
Outro dia, o casal visitou pela região do Ipiranga, visitaram a Praça do Monumento, admiraram a Casa do Grito, e o Museu Paulista – também conhecido como Museu do Ipiranga.
Caminharam pelo entorno, se deslumbraram com as mansões.
Entristeceram-se com as construções abandonadas.
Em novo passeio pela região da Avenida Paulista, conheceram o MASP.
Passearam pelo Parque Trianon.
Olavo comentou que o Parque era contraste em relação a Avenida tão movimentada.
Por fim, quando se aproximou o momento da partida de Olavo, Josie ficou um tanto desapontada.
Chegou a pedir para ele esperar só mais uma semana.
O jovem porém, dizendo que precisava continuar seu trabalho no Sul, comentou que necessitava dar uma satisfação para seus pais. Argumentou que já fazia quase um mês que viajara. Disse que estava sentindo falta de seu trabalho na vinícola.
Josie entendeu.
O moço então, perguntou-lhe quando entraria de férias.
Josie respondeu que dentro de dois meses, poderia usufruir de suas férias.
Olavo redargüiu que ficaria morrendo de saudade.
Quando finalmente chegou o momento da viagem, Josie visivelmente entristeceu-se.
O moço também estava triste, mas procurava disfarçar. Dizia que os dois meses chegariam depressa e que assim que fosse possível, eles se encontrariam.
E assim, Josie levou Olavo de táxi, até o aeroporto de Congonhas.
Quando a moça se dirigiu ao andar superior e viu o avião decolar, ficou com o coração apertado.
Mais tarde Lucineide foi visitar a amiga.
Josie estava se sentindo um tanto quanto solitária.
Lucineide percebia que a moça estava feliz, mesmo sentindo-se sozinha com a partida do moço.
Com isto, Josie comentou sobre os passeios que fizeram com Olavo.
Os momentos encantadores que passara ao lado do moço.
As amigas passaram a tarde juntas conversando.
Lucineide confidenciou então, que estava feliz com a alegria da amiga, mas que sentira sua falta durante o quase um mês em que ela se dedicou a Olavo.
Josie sorriu para a amiga e desculpou-se.
Comentou que estava em falta com ela.
Lucineide respondeu que não havia problemas pois eram coisas do amor.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 18 de março de 2021
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 28
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 27
Ao vê-la em frente a sua porta, mal pode acreditar.
Josie pediu para entrar.
Nisto, o Olavo, surpreso, assentiu com a cabeça.
Observando-o, a jovem percebeu que o rapaz estava com o semblante triste.
Preocupada, pôs a mão em seu rosto e perguntou se estava tudo bem.
Olavo tristonho, respondeu que sim.
Josie argumentou que embora sua boca dissesse sim, seu semblante dizia que não.
E assim, insistiu em saber se realmente estava tudo bem.
O moço então, percebendo que não conseguiria esconder da moça a razão de sua tristeza, tentou desconversar.
Dizendo que precisam descer para tomarem o café, segurou a moça pelo braço.
Josie, percebendo que o jovem estava desconversando, disse que não estava entendendo o que estava acontecendo.
Feliz, comentou que os dias em que passara para no Sul foram especiais. Relatou que gostou da companhia do moço e que sentia muito ter que ir.
Olavo, aproveitando o diálogo, comentou que ela não precisava partir. Que poderia ficar.
A moça sorriu.
Respondeu que tinha um compromisso com o editor da revista na qual trabalhava. Tinha que escrever a matéria sobre o turismo no Sul.
Olavo então, convidou-a para conhecer as missões.
Josie, segurando as mãos de Olavo, disse que infelizmente não recebera verba para fazer mais uma viagem.
O moço sugeriu que bancaria o passeio.
A jovem ficou sem jeito.
Com toda a delicadeza possível, disse que já havia comprado a passagem de volta, que precisava voltar, mas que suas férias se aproximavam, e em recebendo um convite especial, poderia voltar para o Sul, e conhecer as famosas Missões.
Olavo sorriu.
Ansioso, perguntou quando poderia gozar suas férias.
- Daqui a uns três meses! – respondeu a moça.
Olavo ficou desolado.
- Três meses é muito tempo! Eu já estou com saudade!
Josie segurou novamente o rosto do rapaz.
Dizendo que três meses passavam rápido, comentou que eles poderiam se falar pelo celular, pelo skype.
Olavo argumentou que não era a mesma coisa.
A moça respondeu que infelizmente não podia deixar as pessoas que confiavam nela na mão. Argumentou que não poderia faltar com a palavra. Confidenciou que sentiria muita saudade dos dias no Sul, e que sentiria muita falta dele, mas precisava voltar.
Ao ouvir isto, Olavo sorriu.
Josie pediu um abraço.
Olavo segurou seus ombros, olhou-a nos olhos, disse-lhe que gostava muito dela e que não queria perdê-la de vista.
Josie sorriu.
Aproveitando um momento de distração da moça, beijou-lhe o rosto.
Olhando-a nos olhos, segurou seu rosto, beijando-a novamente.
Ficaram por um longo tempo se olhando.
Nervoso, Olavo começou a gaguejar. Enchendo-se de coragem, o moço disse num rompante:
- Posso me considerar seu namorado?
Josie ficou confusa.
- Não sei. Estamos namorando?
Olavo caiu na gargalhada.
- Somos uma dupla bem atrapalhada.
Josie meio sem jeito, respondeu:
- Acho que sim.
- Que sim o quê? Que somos atrapalhados, ou que somos namorados? Que estamos namorando, ou estamos abilolados?
A moça caiu na risada.
- Bobo! Você é muito palhaço! Agora eu estou confusa... Mas eu acho que podemos considerar que estamos começando a namorar.
Olavo ficou deveras feliz.
- É mesmo? Estamos juntos?
- Sim. – respondeu a moça.
Olavo segurou as mãos de Josie. Beijou-a.
A moça ao ter as mãos livres, comentou aturdida, que aquele gestual usado pelo moço, aquelas cenas amorosas, tudo lhe parecia muito familiar.
Olavo ficou surpreso com o comentário.
- Familiar? Como assim?
- Não sei explicar. Mas é como se eu já tivesse vivido estas cenas antes. Não sei onde, não sei quando. Algo como uma coisa já vista. – respondeu Josie.
- Algo como, já vi este filme. Não é mesmo?
- Sim! – exclamou a moça. – Como um deja vú.
Brincando, o rapaz disse que talvez existisse aí, algo de predestinação. Comentou que eles estavam condenados a eterna felicidade.
Nisto o moço segurou a jovem nos braços.
Beijou-a novamente.
Por fim, a moça sugeriu que fossem tomar o café-da-manhã.
Argumentou que estava morrendo de fome.
Olavo respondeu então, que os desejos de sua princesa, eram uma ordem.
O casal desceu abraçado para tomar o desjejum.
Josie se deliciou com o suco de uva, de laranja.
Olavo tomou café.
Comeram croissant’s, mamão, queijo branco, bolo de coco, pão doce.
Olavo colocou comida na boca da moça.
Josie sorria com os gracejos do rapaz.
Por fim, fizeram um último passeio pela cidade.
Quanto mais se aproximava o momento da despedida, mais Olavo se entristecia.
Josie a todo o momento lhe dizia para não ficar tão triste.
Antes de partir, Olavo pediu o telefone e o endereço da moça.
Afoito, pediu também, seu endereço comercial.
Mais tarde, a moça retornou para São Paulo.
Olavo levou-a de carro até o aeroporto.
Acompanhou-a dentro do prédio até o momento do embarque.
A moça havia adquirido vinhos e malhas.
Ao se despedir, Olavo pediu para que ela lhe mandasse emails no endereço eletrônico que havia deixado.
Josie prometeu-o que o faria.
Nisto o casal se despediu.
O moço beijou a boca de Josie.
Houve quem se encantasse com a cena.
Nisto a moça embarcou no avião, retornando a cidade que não para.
Foi somente durante o vôo que a moça percebeu que sentiria falta daquele moço divertido e animado.
A volta para São Paulo foi triste.
Lucineide, sua amiga, percebeu que Josie estava mais introspectiva.
Tentando disfarçar, a moça respondeu que não. Argumentou que era só impressão.
Nisto, Josie reuniu todas as anotações que fizera e começou a elaborar sua matéria. Escolheu boas fotos. Medeiros gostou muito do trabalho da moça, elogiando a matéria.
Mencionou que o trabalho dela teria destaque na próxima edição da revista.
Mais tarde, ao chegar em casa, a moça releu a carta que Olavo lhe escrevera quando se viram pela primeira vez.
A seguir, ligou seu notebook.
Antes, teve o cuidado de separar as fotos tiradas no passeio com Olavo, e escolher as melhores.
E assim, encaminhou o material ao moço.
Na mensagem, escreveu que ali estavam algumas das melhores fotos tiradas, para que pudesse observá-las com todo o cuidado, para depois lhe informar quais seriam escolhidas. Relatou que aguardava contato.
Para sua surpresa, cerca de duas horas após o envio da mensagem, Olavo ligou-lhe.
Disse por telefone, que as fotos estavam maravilhosas.
Josie por sua vez, agradeceu o elogio. Perguntou-lhe se realmente criaria um site.
Olavo respondeu que sim. Comentou que já havia conversado com seu pai, e que o mesmo já havia concordado.
Nisto, contou que assim que o site ficasse pronto a informaria, para que pudesse acessá-lo.
Olavo disse ainda, que estava morrendo de saudade.
Como quem não quer nada, comentou que provavelmente, dali cerca de três semanas, estaria embarcando em São Paulo.
Josie ficou surpresa com a novidade.
Lucineide, sua amiga de confidências, percebeu a mudança da moça.
Josie estava mais feliz.
Animada, finalmente contou que conheceu uma pessoa muito interessante em sua viagem para o Sul.
Contente, Josie comentou que conheceu os pais do moço, a casa onde morava. Segredou que chegou a dormir no local, sendo muito bem recebida pelo casal Otaviano e Vilma.
Lucineide comentou brincalhona, que aquele relacionamento acabaria em casamento.
- Não exagere! – respondeu Josie.
Nisto, a moça prosseguiu com seu trabalho.
Continuou a realizar matérias sobre comportamento.
Realizou uma matéria sobre carros antigos.
Seu chefe, o senhor Medeiros, era só elogio. A todo o momento comentava sobre o talento e a competência da moça.
Lucineide chegou a comentar com a amiga, que daquele jeito, acabaria por receber uma promoção.
Josie contudo, não ligava para isto. Estava mais interessada em que chegasse o dia de se encontrar com Olavo. Prometeu esperá-lo no aeroporto de Congonhas.
Em conversa telefônica, a moça se prontificou a buscá-lo no aeroporto.
Olavo por sua vez, também estava nas nuvens.
Mal podia esperar para se encontrar com a moça.
Conversando com Josie, Olavo contou que todos adoraram as fotos enviadas, e que assim que chegasse em São Paulo, pagaria a moça.
E assim prosseguiram os trabalhos de vindima, no Sul.
As uvas eram cuidadosamente colhidas.
Em cada parreiral, uma espécie diferente de fruto.
Nisto, as uvas são amassadas, sendo após, colocadas em barris de madeira, onde ficam fermentando.
E assim, são produzidos, sucos, vinhos, entre outras bebidas.
Olavo continuava trabalhando como guia, além de assessorar a família na tarefa de divulgar o vinho.
Cuidadoso, preparou um site primoroso, com informações a respeito da vinícola familiar, os produtos vendidos, o passeio realizado no local. Na página, detalhes das cidades da região.
Otaviano, ao ver o trabalho pronto, cobriu o filho de elogios. Comentou que estava muito bem feito.
Ao ligar novamente a Josie, Olavo comentou que estava viajando para São Paulo, em virtude de uma encomenda de produtos, realizada através do site.
Animado, comentou que precisava primeiramente conhecer o cliente, realizar a tratativa, para assim, comercializar os produtos.
Josie desejou-lhe sorte.
Quando finalmente chegou o momento do reencontro, Josie estava visivelmente ansiosa.
Lucineide, percebendo o nervosismo da amiga, aconselhava a mesma a se acalmar.
A amiga, aconselhou Josie a preparar uma surpresa para o moço.
Josie resolveu então, encomendar alguns vinhos da vinícola do rapaz.
Nisto, conversando com o moço via skype, combinaram o encontro no aeroporto.
Josie iria buscar o rapaz e deixá-lo em um hotel.
Com isto, ao chegar no aeroporto, a moça aguardou com certa ansiedade, a vinda do moço.
Quando Olavo surgiu segurando uma mala, a jovem acenou-lhe.
No reencontro se abraçaram.
Na saída do aeroporto, Olavo disse que seus pais mandaram beijos.
Josie respondeu que eles eram muito gentis.
Recomendou que ao retornar, que dissesse que mandou beijos para eles também.
Ao ouvir isto, o moço retrucou, brincando:
- Mas que coisa! Mal cheguei e você já está querendo que eu volte para lá? Pensei que tivesse sentido minha falta!
Josie respondeu que não estava mandando ninguém embora. Apenas estava mandando lembranças para pessoas queridas.
Olavo riu. Dizendo que estava brincando. Argumentou que ela não precisava ficar brava.
Nisto, se aproximou da moça e a abraçou.
Com isto, ao chegarem no estacionamento, Josie abriu o bagaceiro para que o moço depositasse sua mala.
Ao abrir a porta do carro, Olavo puxou-a pelo braço, e beijou-a.
Carinhoso, disse-lhe que sentira muitas saudades.
Josie respondeu que também sentira saudade.
Josie então entrou no carro.
Olavo fez o mesmo.
E assim, a moça deixou o rapaz no hotel.
Atrevido, após preencher a ficha oferecida pelo atendente, perguntou a moça, se ela gostaria de subir até seu quarto.
Josie respondeu que não.
Olavo disse então, que mais tarde ligaria para ela. Comentou que gostaria de visitar os museus da cidade, teatros, e que mais tarde, tratariam do pagamento pelo trabalho realizado.
Nisto, o moço despediu-se da moça.
Lentamente soltou as mãos de Josie.
Desta forma, mais tarde, o moço ligou para ela.
Disse-lhe que a estava convidando para almoçar.
Sob o pretexto de conhecer muito pouco da cidade, pediu a moça para que indicasse um bom restaurante.
Surpresa com o pedido, Josie respondeu que precisava pensar um pouco.
Nisto, depois de algum tempo, indicou um lugar.
Comentou que costumava freqüentar o lugar de vez em quando, e que a comida era simples, mas deliciosa.
Olavo concordou.
Chegada a hora do almoço, o moço foi buscar Josie na entrada de seu apartamento.
De táxi, o casal foi até o restaurante.
Comeram o couvert, torradas feitas de pão com manteiga, óleo e orégano.
Pediram refrigerantes.
Josie pediu strognoff. Já Olavo pediu um filet.
Saudosos, comentaram as novidades.
Josie comentou que seu trabalho fora elogiado por seu chefe, e que a matéria dentro em breve, seria publicada.
Olavo respondeu que gostaria de saber em que revista seria publicada, pois ele fazia questão de a ler.
Josie disse então, o nome da revista na qual trabalhava.
Nisto, o moço tratou de dizer que precisava saber qual o valor do serviço prestado.
Josie olhou-o sem compreender o que estava dizendo.
Olavo relembrou-lhe do site criado para divulgar os produtos da vinícola.
Josie tencionou recusar o pagamento.
O moço ao perceber isto, retrucou dizendo que serviço prestado, era serviço pago, e que não era justo trabalhar sem nada receber.
Desta forma, Olavo preencheu um cheque para a moça.
Como Josie se recusasse a precificar o serviço, o moço resolveu pagar a moça quantia de dois mil reais.
Como Olavo dissesse que não aceitava devoluções, comentou que gostaria de ver o cheque depositado o quanto antes.
Josie respondeu que depositaria o valor, assim que fosse possível.
Depois do almoço, o casal passeou pela Avenida Paulista, onde entraram na Casa das Rosas e se depararam com uma récita. Foram declamadas poesias de Cruz e Souza, além de poesias de jovens talentos.
Enquanto ouvia as melodiosas palavras, Olavo aproveitou para abraçar a moça.
Dizia em que seu ouvido que as palavras eram entoadas por voluptuosas vozes, não tão voluptuosas quanto as que estava prestes a conhecer.
Josie olhou-o com ar de curiosidade.
Juntos foram juntos ao cinema, onde se depararam com um daqueles filmes com um enredo intrincado, cheio de detalhes para os quais se deve ficar atento, sob pena de não se entender o desfecho da história.
Josie adorou a escolha do filme.
No dia seguinte, o casal caminhou pelo centro da cidade.
Passearam pela Praça da Sé, adentraram a famosa Catedral, visitaram o Mercado Municipal.
Olavo ficou encantado com a beleza do vitral da construção.
O jovem foi apresentado a Rua Líbero Badaró, ao Mosteiro São Bento, ao Vale do Anhangabaú, ao Teatro Municipal.
Visitaram o edifício Altino Arantes – também conhecido como prédio do Banespa. Do alto da construção, o casal se deslumbrou com a paisagem de São Paulo, seus arranha-céus, sua impressionante selva de pedra.
Olavo ficou admirado com a quantidade de prédios existentes na cidade. A visão de 360º (graus) era de tirar o fôlego.
Animado, o rapaz aproveitou para tirar duas fotos.
Impressionado com a paisagem da cidade que nunca para, o moço insistiu para subir mais uma vez, para poder admirar a paisagem com mais calma.
Josie atendeu o pedido do moço.
Após, almoçaram no Shopping Ligth, comeram medalhão com molho de mostarda e batata cozida.
Beberam refrigerante.
Animados, conversaram sobre suas rotinas.
Olavo respondeu que passada a época da colheita das uvas, as uvas passavam pelos processos de produção de vinhos, destilados, e outras bebidas.
Comentou que sua vinícola era especializada nos vinhos varietais*, confeccionados com um tipo específico de uva.
Comentou que sua família estava produzindo vinhos brancos, feito de uvas brancas – conhecido como Blanc de Blancs; e também, Blanc de Noir – que são vinhos brancos feitos de uvas tintas.
Disse que alguns vinhos passavam por um processo de clarificação chamado afinação, onde são aglutinadas partículas em suspensão, as quais ficam sedimentadas.
Comentou que visando a qualidade das uvas, a família havia contratado os serviços de um especialista em amperografia, o qual estudaria a qualidade das uvas, e variedade das cepas, dos parrerais.
Olavo respondeu animado, a família estava interessada em tornar a produção dos produtos vínicos cada vez mais profissionais.
Instigado por Josie, que perguntou sobre como estava indo seu trabalho, Olavo comentou sobre o processo de destilação dos vinhos. Falou sobre os antocianos – fenólicos, os quais são responsáveis pela cor vermelha e púrpura dos vinhos jovens.
Discorreu sobre os aromas dos vinhos: aroma primário – no qual o degustador tem a sensação olfativa de frutas frescas e maduras; aroma secundário – resultante do processo de fermentação; e por fim, o aroma terciário – no qual se tem o bouquet, que nada mais é, que a sensação olfativa que o vinho desenvolve após engarrafado e envelhecido.
O moço falou sobre o processo de decantação, no qual ocorre a passagem do vinho da garrafa para um recipiente chamado decanter. Comentou que este processo é utilizado para separar sedimentos do vinho, ou para aeração.
Visando saciar a curiosidade da moça, resolveu aprofundar um pouco mais as explicações.
Disse que o método Champenoise, é um processo no qual o vinho passa por uma segunda fermentação na própria garrafa, a fim de sejam formadas borbulhas. Argumentou que este é o processo utilizado na região de Champagne.
Comentou que o procedimento utilizado em sua vinícola é o método Charmant, processo no qual são produzidos vinhos espumantes, com a segunda fermentação feita em tanques pressurizados.
Falou sobre leveduras, onde microorganismos produzem enzimas, ocorrendo a fermentação, em que o açúcar é convertido em álcool. No tocante a maceração, argumentou que durante a fermentação, o contato das cascas e sólidos com o vinho, faz com que o álcool aja como solvente para extrair a cor, tanino e aroma das cascas. Salientou que existe ainda um outro processo, denominado maceração carbônica, no qual ocorre a fermentação de uvas tintas inteiras, não prensadas, por meio de uma atmosfera de dióxido de carbono.
Josie ficava encantada. Dizia que aquele era um universo fascinante.
Olavo concordou.
Insistiu para que ela voltasse ao lugar. Ao Sul.
A moça comentou que por enquanto, não seria possível.
Argumentou que tinha muito trabalho a fazer e que precisava primeiramente se desincumbir de suas obrigações. Comentou que estava fazendo muitas matérias.
A noite o casal assistiu a um espetáculo no Teatro Municipal.
Uma bonita apresentação de balé.
Encantado, Olavo respondeu que estava adorando o passeio.
Enquanto durante o dia, o moço se ocupava em conversar com os fornecedores interessados em adquirir os produtos produzidos na vinícola da família, a noite o casal saía para passear.
Certo dia, após uma certa insistência do moço, Josie apresentou o rapaz a Lucineide.
Também levou o moço até a redação onde trabalhava.
Lá, o rapaz conheceu o chefe de Josie, o senhor Medeiros.
O editor, respondeu que a moça era muito competente, e que em breve a matéria especial que fizera sobre o Sul seria publicada.
Olavo sorriu.
Nisto, o casal seguiu de táxi.
O moço pediu para que o motorista seguisse para o hotel.
Ao chegar no local, o moço pagou a corrida e pediu para Josie acompanhá-lo.
Disse que iria visitar um fornecedor.
A moça ficou surpresa.
Com isto, o jovem pediu para que ela acompanhasse até seu quarto.
Embora relutante, depois de um pouco de conversa, a moça acabou concordando em subir.
Ao lá chegar, Olavo pediu para que ela se acomodasse no sofá existente.
Insistiu para que ela ficasse à vontade.
Nisto o moço pegou seu notebook e mostrou a moça.
Mostrou-lhe o site que fora elaborado por ela.
Olavo repetiu que o trabalho da moça, ficara muito bom.
Telefonou para os pais, de seu celular.
Josie conversou com Vilma.
A mãe do moço, segredou com a moça, que nunca vira o filho ter tantos cuidados com alguém. Marota, comentou que estava adorando ver Olavo mais centrado e atencioso com alguém.
Josie sorriu.
Nisto a mulher desejou felicidades e recomendou juízo.
Por fim, Olavo retomou a ligação, sendo então advertido por sua mãe, que Josie era uma moça de fino trato, e que ele deveria ter juízo.
O moço achou graça. Disse que estava seguindo as recomendações à risca.
Por fim, desligou o telefone.
Em seguida, o moço ofereceu algo para beber a Josie, que gentilmente recusou.
Olavo então, disse-lhe que havia lhe chamado até seu quarto, por que gostaria de lhe mostrar como estava instalado.
Comentou que estava disposto a levar a relação a sério, mas que precisava ter certeza de que poderia fazê-lo.
Josie perguntou se não estava tudo claro.
Olavo balançou a cabeça negativamente.
A moça ficou surpresa.
O jovem respondeu que havia muito tempo que ela não o beijava.
Josie começou a rir.
Olavo, respondeu então, que aquilo não era uma brincadeira, e sim algo muito sério.
Brincando, disse que se sentia muito carente.
Josie tocou então em seu rosto, beijou-lhe a face.
Olavo respondeu que queria mais.
Nisto, puxou a moça para perto de si. Beijou-a.
Acariciou suas costas.
Josie, percebendo isto, pediu para descer.
Olavo ficou desapontado.
A moça, nervosa, argumentou dizendo:
- Ainda é cedo para isto. Não nos conhecemos direito.
Olavo disse-lhe que não estava querendo forçar nenhuma situação.
Contudo, sentia vontade de tê-la por perto, e por esta razão, não poderia deixar de insistir.
Josie por sua vez, reiterou seu pedido.
Olavo, um tanto tristonho, atendeu.
Não sem antes dizer que não havia desistido.
Josie, sem jeito, pediu desculpas.
O moço no entanto, estava muito desapontado para perceber o constrangimento da moça.
Mais tarde, o casal foi ao encontro do fornecedor.
O homem, ao ver Olavo acompanhado de Josie, cumprimentou-os.
Animado, chegou a dizer que Olavo não havia dito que era casado.
O moço riu.
Esquecido de sua frustração, respondeu que eles ainda não eram casados.
Sem jeito, o fornecedor pediu desculpas.
Olavo respondeu que não havia problema.
Desta forma, os homens fecharam negócio.
A vinícola da família de Olavo forneceria vinhos para o restaurante do homem.
Olavo então, tratou de providenciar uma garrafa de um bom vinho produzido em sua vinícola para comemorar.
Mais tarde, quando voltou a ficar a sós com a moça, disse que ela lhe trouxera sorte.
Josie sorriu.
Por fim, tentando se desculpar, disse que ficara nervosa.
O moço, procurando tranqüilizá-la, disse que não havia problemas.
Ao perceber que Josie não o estava rejeitando, o rapaz ficou menos aborrecido.
Cavalheiresco, levou a moça de táxi até a porta de seu prédio.
Gentil, pediu para que a jovem esperasse dentro do veículo, para que ele saísse e abrisse a porta para ela.
Conduziu-a até a portaria.
Delicadamente beijou sua mão e desejou-lhe boa noite.
Josie estava nas nuvens.
Olavo também.
No dia seguinte, antes da moça sair para trabalhar, o rapaz foi até a portaria do prédio em que ela morava. Trazia um ramalhete de flores.
Josie, que se preparava para o trabalho, ficou surpresa com o chamado do interfone.
Sem saber direito como agir, pediu para o porteiro deixá-lo entrar.
Curioso, o jovem perguntou o número do apartamento.
Ansioso, adentrou o prédio.
Entrou no elevador.
Estava ansioso.
Quando apertou a campainha do apartamento, seu coração estava disparado.
Ao ver Josie abrindo a porta, Olavo esboçou um sorriso.
A moça o cumprimentou:
Trêmulo, o jovem retribuiu o cumprimento.
Em seguida, mostrou-lhe as flores.
Lindas rosas vermelhas.
- São para você!
Josie elogiou o beleza das flores.
- São lindas!
Nisto, segurou as flores, tratando de providenciar um vaso para colocá-las.
Olavo respondeu que estava ali para pedir desculpas.
Josie não entendeu.
Diante disto, Olavo tentou explicar que nunca fora sua intenção forçar uma situação.
Percebendo que o moço tentava se desculpar, Josie respondeu que ele não tinha que explicar nada.
Assim, ofereceu-lhe café.
Olavo aceitou.
Com isto, o casal ficou a rir dos últimos acontecimentos.
O moço então, respondeu que se sentiu envaidecido quando seu cliente sugeriu que eles eram casados.
Josie redargüiu que ficou sentindo muita vergonha.
Olavo perguntou então, se ela gostaria de se casar com ele.
A moça achou graça.
O rapaz disse que nunca tivera tanta afinidade com alguém.
Josie sorrindo, respondeu que tinha a mesma sensação.
Olavo abraçou a jovem.
Depois do abraço, Josie disse que estava atrasada, e que precisava ir trabalhar.
Olavo respondeu que mais tarde iria buscá-la.
Josie despediu-se com um beijo.
Conduziu o moço até a portaria.
Nisto, Josie foi a pé até seu trabalho.
No horário do almoço, o moço, usando um crachá de visitante, foi buscar a jovem na redação.
Josie, que neste momento conversava com sua amiga Lucineide, ao vê-lo, sorriu.
- Olavo!
Lucineide, percebendo que o moço era o novo interesse da amiga, conversou um pouco com o rapaz.
Depois, pediu licença e se afastou.
Olavo então, segurando uma das mãos da moça, puxou-a para si.
Constrangida, Josie pediu para que o rapaz não a segurasse daquela forma. Sem jeito, argumentou que estava em seu ambiente de trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
Olavo sorriu para a moça.
Disse-lhe para que se apressassem, pois estava morrendo de fome.
Desta forma, segurou a moça pela mão.
O casal almoçou em um restaurante nas proximidades da Avenida Paulista.
Olavo continuou a segurar a mão da moça. Beijou-a.
Josie pediu para que ele parasse.
Argumentou que estava perto de seu trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
O moço respondeu que não fazendo nada de mais, e sorrindo, beijou novamente sua mão.
Nisto, comeram um belo talharim, com molho de tomate com azeitonas pretas.
Ao final do expediente, o jovem apareceu para buscar a moça.
Lucineide comentou brincando, que Olavo estava fazendo marcação homem a homem.
Com isto, despediu-se da amiga.
Olavo e Josie saíram então, para passear pela cidade.
A certa altura, o moço disse que como seu trabalho havia acabado, precisava voltar para o Sul.
Josie ficou desapontada.
- Mas já? O tempo passou tão depressa!
Olavo respondeu-lhe que já fazia mais de duas semanas que se encontrava na cidade.
Josie argumentou que nem havia notado o passar do tempo.
O moço por sua vez, respondeu que dentro de alguns dias precisava retornar para sua cidade, e que gostaria muito que ela o acompanhasse em seu retorno.
Josie respondeu por sua vez, que somente quando entrasse de férias, poderia voltar para lá.
Olavo então ficou triste.
A certa altura, a moça decidiu convidá-lo para jantar.
Josie disse que não era muito boa de forno e fogão, mas que poderia fazer algo para eles comerem.
Olavo ficou esfuziante.
Com isto, lá se foi o casal para o apartamento de Josie.
Meio desajeitada, a moça preparou um risoto, e esquentou um peito de frango.
Olavo comeu a refeição com gosto.
Como acompanhamento, suco de laranja.
O moço, elogiando a comida, disse que a refeição deveria ser acompanhada por um bom suco de uva.
Josie concordou com a observação.
Olavo brincou dizendo que ela poderia se casar.
A jovem achou graça.
Olavo ficou a olhar os CD’s que a moça tinha em casa.
Percebeu que ela gostava de música espanhola, e MPB.
Brincando, comentou se ela não tinha nenhum CD de música gaúcha.
Educado, o moço pediu licença para colocar um CD no aparelho de som que havia na sala do apartamento.
Nisto, enquanto Luis Miguel ficava a cantar “La Barca”, Olavo convidou a moça para dançar.
- Mas eu não sei dançar!
Olavo insistiu:
- Deixa que eu te conduzo!
E assim, o moço ficou a lhe explicar passos de tango.
Josie ouvia com toda a atenção.
Desta forma, a moça arriscou alguns passos.
Nesta brincadeira, o casal permaneceu por longas horas.
Josie se divertia.
Embora desajeitada, gostava de aprender coisas novas.
Olavo parecia feliz.
*Varietal significa, em enologia, o vinho elaborado com único tipo de casta de uva ou praticamento só com uma. Se consideram varietais os vinhos que contém 100% de uma casta, ou de 75% a 85% de uma uva principal (dependendendo de cada país). Varietal – Wikipédia, a enciclopédia livre.
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 26
Mais tarde, a mulher ajeitou o quarto de seu filho mais novo para Josie dormir.
A moça por sua vez, tentou argumentar dizendo que poderia pegar um ônibus na rodoviária e seguir para o hotel.
Mas Olavo e Vilma a proibiram de sair da propriedade.
Com isto, a mulher providenciou uma camisola para a moça.
Sem alternativa, Josie acabou concordando em pernoitar na propriedade.
Despediu-se de todos, colocou a camisola, a qual lhe assentou muito bem, e dormiu.
Dormiu um sono tranqüilo.
Olavo, ansioso, ficou rondando o quarto em que a moça dormia.
Olhando em volta, colocou a mão na maçaneta da porta do quarto, sendo surpreendido por Vilma, que o pegou no flagra.
Ao perceber a intenção do filho, passou-lhe uma admoestação:
- Meu filho! Com todo este tamanho e ainda se comportando como se fosse uma criança! Querendo invadir o quarto da moça! Acha isto bonito?
Olavo ficou deveras constrangido.
Vilma percebendo isto, emendou:
- Ora meu filho, não fique assim! A guria não vai fugir. Ela é um pouco arisca, mas já foi possível perceber que ela não lhe é indiferente. Se o fosse não teria voltado aqui. Acalme-te, que o que tiver que ser será. E eu tenho certeza de que vocês serão muito felizes. Eu não tenho dúvida.
Olavo não sabia o que dizer.
Por fim, Vilma disse:
- Vem meu filho, vamos dormir.
Contrariado, Olavo concordou em voltar ao quarto.
Vilma por sua vez, permaneceu durante algum tempo no corredor.
Depois de meia-hora, dirigiu-se ao quarto do filho para verificar se o mesmo estava dormindo.
Ao certificar-se disto, escondeu-se no corredor.
Durante algum ficou espreitando.
Ao perceber que Olavo não tentaria novamente entrar no quarto da moça, dirigiu-se ao quarto onde a mesma dormia.
Entrou vagarosamente, e ficou observando o sono da moça.
Depois de algum tempo, retornou ao seu quarto, e ao lado de seu marido, dormiu.
Mais tarde, Olavo levantou-se.
Vestiu-se, penteou os cabelos. Perfumou-se.
Ansioso, caminhou pelo corredor, quando ouviu barulhos na cozinha.
Era Vilma preparando o café da manhã.
Na mesa foram postas uvas, bule com café, jarras com suco de uva e de laranja, iogurtes de morango e de coco, croissant’s, pães doces, pão caseiro, queijo, morango e chantily.
Otaviano e Olavo ficaram impressionados com o capricho.
Vilma argumentou que para as visitas, era necessário um desjejum mais caprichado.
Otaviano brincou dizendo que assim ficava com ciúme.
Ansioso, Olavo perguntou por Josie.
Vilma comentou que a moça ainda não havia saído do quarto.
Olavo argumentou se não era melhor ver o que estava acontecendo.
Preocupado, chegou a perguntar se ela não poderia estar passando mal.
Ao ouvirem tais palavras, Otaviano e Vilma começaram a rir.
Nervoso, Olavo indagou o porquê das risadas.
Vilma calmamente respondeu:
- Meu querido! Aquiete-se! Daqui a pouco a moça sairá do quarto.
Com efeito, Josie ao despertar, tratou de vestir a roupa com que fora até a vinícola.
Nisto seguiu para a copa.
Ao chegar na copa, a moça encantou-se com a mesa caprichada preparada por Vilma.
Chegou até a exclamar:
- Que lindo!
- Que bom que você gostou! – respondeu Vilma.
Olavo tratou logo de desejar-lhe bom dia.
Em seguida convidou-a para sentar-se a mesa.
Puxou uma das cadeiras indicando que se sentasse.
Josie agradeceu.
Gentil, Olavo serviu os morangos, pães, suco de uva, café.
Josie não conseguiu comer toda a comida que lhe foi oferecida.
Em seguida, Olavo e a moça caminharam pelo caminho de pedras.
Josie não se cansava de admirar da beleza das camélias.
O moço, percebendo o encantamento dela pela flor, resolveu colher uma das flores ofertando-a de presente para ela.
A moça agradeceu o presente.
Olavo comentou que outras propriedades também possuem a flor, em seus caminhos de pedra.
Mais tarde, o casal retornou para Gramado.
Ao verem o carro de Olavo se distanciando pelo caminho, Otaviano comentou que o filho estava perdido.
Vilma emendou dizendo que isto certamente resultaria em casamento.
Otaviano disse ainda, que nunca vira o filho tão interessado em uma mulher.
Vilma comentou que ele ainda não havia encontrado a pessoa certa. Não tivera a sorte dela, que em seu primeiro namoro, encontrou o companheiro da vida inteira.
Otaviano sorriu emocionado para a esposa.
Ao chegarem em Gramado, Olavo deixou a moça em seu hotel. Disse-lhe que ali ela poderia se arrumar à vontade e que mais tarde, sairiam para almoçar.
Nisto, Olavo despediu-se de Josie, com um beijo no rosto.
A moça, ao entrar no quarto, tratou de escolher uma roupa.
Escolheu um vestido de manga comprida, meia-calça preta e uma bota sem salto.
Tratou logo de tomar um belo banho. Lavou a cabeça.
Olavo por sua vez, também banhou-se.
Escolheu uma calça social e camisa.
Ao buscar Josie na recepção do hotel, elogiou a elegância da moça.
Josie usava a fragrância ofertada de presente por Olavo.
O moço também estava perfumado.
Segurando as mãos da moça, Olavo convidou Josie para um passeio pela cidade.
Durante o almoço, a jovem comentou que no dia seguinte, partiria para Porto Alegre.
Ao ouvir isto, Olavo prometeu levá-la de carro para a cidade. Atencioso, perguntou-lhe quando gostaria de partir.
Josie sem jeito, respondeu que não era necessário.
O moço contudo, insistiu.
Dizendo que não aceitaria um não como resposta, comentou que tinha negócios a tratar na cidade, e que assim, estaria unindo o útil ao agradável.
Ao ouvir tais palavras, Josie caiu na risada.
Olavo, galanteador, comentou que dissera isto, por que estava adorando a companhia da moça. Brincalhão, perguntou se ela também não estava gostando da companhia.
Um pouco sem graça, Josie respondeu que sim.
No dia seguinte, de malas prontas, com todos os apontamentos feits sobre os passeios realizados até então, Josie seguiu com Olavo para Porte Alegre.
Na cidade, a jovem se surpreendeu com seus prédios imponentes, a mendicância, a imensidade de pessoas.
Josie comentou com Olavo, a cidade lhe lembrava São Paulo.
Ocorre que, antes de passearem pela cidade, o casal se hospedou em um hotel do lugar.
Mais tarde saíram para caminhar.
Passearem pelo Mercado Municipal.
Lá o homem mostrou-lhe a erva com que era preparado o chimarrão.
Josie achou curioso, o cheiro forte da erva.
Olavo, comentou então, que ao adquirir uma cuia de chimarrão a mesma deve ser curtida, antes que se possa apreciar a bebida. Contou que o hábito de tomar chimarrão faz parte da cultura sulista.
Enquanto caminhavam pelo centro da cidade, Josie avistou alguns homens de bombacha.
A moça se surpreendeu quando viu uma moça usando a vestimenta.
Olavo comentou então, que o traje típico gaúcho, com bombacha, lenço, chapéu, bota, era originariamente masculino, mas que foi feita uma leitura do traje para as mulheres. Argumentou que em sendo bem feita, uma mulher pode ficar muito bem vestida de bombacha.
Curiosa, Josie perguntou ao moço, se ele costumava vestir a famosa indumentária.
Olavo comentou cheio de orgulho, que somente em ocasiões especiais usava a vestimenta. Animado, confidenciou que chegou a fazer parte de um CTG.
- Que interessante! - comentou Josie.
Percebendo o interesse da moça, Olavo perguntou-lhe se ela não gostaria de conhecer um Centro de Tradições Gaúchas.
Josie respondeu que sim.
Nisto, caminhando de mãos dadas, o moço continuou a mostrar-lhe o centro da cidade.
Josie visitou o Centro Cultural Mário Quintana, viu os inúmeros prédios militares instalados na Rua dos Andradas, bem como o Museu Militar. Ao fundo, as construções portuárias.
De carro, ao entrar na cidade, a moça avistou enormes barcos no porto, assim como o Rio Guaíba.
Ainda entrando na localidade, a jovem avistou o Palácio Piratini.
Mais tarde, o casal passeou pela Avenida Borges de Medeiros, atravessou um viaduto, conheceu o Shopping Praia de Belas, o Parque Marinha do Brasil. Também caminharam próximos ao Rio Guaíba, até as proximidades do Estádio Beira-Rio.
No shopping, o casal almoçou.
Durante o passeio, Josie tirou inúmeras fotos, e na praça de alimentação do shopping, resolveu escrever alguns apontamentos sobre o passeio realizado.
Depois de alguns instantes de descanso, Olavo perguntou-lhe se estava gostando do passeio.
Josie respondeu que sim.
Mais tarde, o casal retornou ao hotel onde estavam hospedados.
Olavo, chegou a sugerir se não poderia ir até o quarto da moça para conversar.
Josie achou graça. Respondeu que não. Comentou que precisava descansar.
O moço respondeu que era uma pena.
Nisto cada um seguiu para seu quarto.
No final da tarde, o casal foi apreciar o pôr do sol do Rio Guaíba.
Olavo se sentou nas proximidades do rio. Gentil, sugeriu que Josie sentasse próximo dele.
Foi questão de tempo para que se aconchegasse em seus braços.
O jovem comentou então, que aquele era um cartão postal da cidade, e que eles estavam apreciando um espetáculo sem igual.
Nisto, o casal ficou a apreciar o despedir do sol, contemplando o que era possível de seus tons amarelos, até que a noite tomou conta de tudo. Como era período de lua cheia, o casal conseguiu contemplá-la em toda sua inteireza.
O evento, deixou-os encantados.
Finalmente, quando a noite tomou conta do passeio, o casal decidiu procurar um restaurante.
Resolveram comer um lanche feito em um imenso pão, com muito ovo.
Josie comentou então, que os gaúchos adoram ovo. Brincando disse que eles pareciam portugueses.
Olavo respondeu que havia muitos descendentes de italianos no estado, e que os italianos adoram ovo.
A moça comeu um sanduíche com calabresa.
Olavo comeu um lanche de carne.
Depois da pequena ceia, o casal caminhou de mãos dadas pelas ruas da cidade.
Avistaram algumas das belezas do lugar.
Josie achou uma beleza o Mercado Municipal todo iluminado.
O centro da cidade, sem todas as barracas do comércio ambulante, tinha outro aspecto.
Quando retornaram ao hotel, o casal estava exausto.
Antes de irem para seus respectivos quartos, o casal se abraçou.
Olavo, se deixando levar pelo momento, deu um beijo no rosto de Josie, que ficou encabulada.
O moço se afastou. Desejou-lhe boa noite.
No dia seguinte, o casal continuou a passear pela cidade.
Durante o passeio, o jovem combinou que visitariam um Centro de Tradições Gaúchas.
Nisto, ao saírem juntos para jantarem, o moço se paramentou todo.
Vestiu uma bombacha, camisa, colocou o lenço vermelho, calçou botas, colocou chapéu.
Josie, ao vê-lo todo composto como um típico gaúcho, ficou encantada.
- Que beleza! – exclamou.
O moço retribuiu o elogio com um sorriso.
Segurando-a pela cintura, disse que iria ensiná-la a dançar um vanerão, o fandango, chimarrita e o chamamé.
Tentou ensinar-lhe alguns passos.
Josie tentou argumentar que era péssima dançarina, e que seria muito difícil aprender qualquer ritmo musical.
O casal ficou ensaiando uns passos no corredor.
Cômico era ver os hóspedes passando e olhando espantados pelo casal.
Josie pediu para Olavo parar a valsa.
O moço corrigiu, dizendo que não era valsa e sim um chamamé.
Nisto a jovem segurou o moço pelo braço. Disse-lhe que precisavam ir.
- Sim senhorita! – respondeu o moço, meio atônito.
Com isto, o rapaz apresentou a moça as tradições gaúchas.
Contou sobre a vestimenta das prendas – as moças que são conduzidas pelos cavalheiros. Todas com roupas de época.
Josie ficou encantada com a beleza dos trajes, as danças, as músicas.
Olavo comentou que todos tinham que usar vestimentas adequadas as tradições. Ressalvou que o vestuário seguia regras especificas. Não era qualquer pilcha ou vestido que poderia ser utilizado nas apresentações do CTG (Centro de Tradições Gaúchas).
Curiosa, Josie perguntou o que queria dizer ‘pilcha’.
O rapaz, orgulhoso, respondeu que eram todos os elementos que compunham o traje típico gaúcho.
Para demonstrar mais dos costumes da terra, o moço tomou chimarrão.
Ofereceu a bebida para Josie.
A moça relutou em aceitar, mas Olavo insistiu.
Assim, a jovem experimentou a bebida.
Contudo, a julgar pela careta que fez, parece não ter gostado muito do sabor da bebida.
Olavo perguntou:
- Achou a bebida amarga, não é?
Josie um tanto sem jeito, respondeu que sim.
O moço comentou que geralmente na primeira prova, as pessoas não gostavam da bebida, mas que aos poucos, acabavam se acostumando com o sabor e até gostando da bebida. Animado, falou que talvez gostasse mais do tereré, que nada mais era, que um chimarrão servido gelado.
Nisto, foi servido um arroz a carreteiro, e churrasco gaúcho.
Josie comeu algumas das carnes servidas. De sobremesa, provou uma mousse de maracujá.
Durante o jantar, também foi servido um saboroso vinho gaúcho.
Enquanto as pessoas comiam, as apresentações continuavam.
Por fim, Olavo começou a dançar, trazendo Josie pela mão.
Ao perceber que todos olhavam em sua direção, a moça ficou constrangida.
Dizendo que não sabia dançar, tentou se desvencilhar da situação.
Mas não teve jeito.
Quando Olavo começou a dizer que ela estava decepcionando a todos, acabou deixando Josie sem alternativa.
O moço, percebendo o nervosismo da garota, comentou que a dança não tinha segredo, e começou a ensinar-lhe lentamente os passos da dança.
Argumentando que o cavalheiro é quem conduzia a moça, disse que ela não tinha como o que se preocupar.
Nisto, o casal começou a desenhar passos no salão.
Olavo disse-lhe que iriam explorar o salão. Passos para lá, para cá, volteios. Passos largos, longos.
Aos poucos Josie foi se acostumando com a dança.
Com isto, ao término da singela apresentação, foram aplaudidos.
Nisto foi jogada uma rosa, que Olavo pegou, beijou e ofereceu a Josie.
Alguns comensais, empolgados, começaram a dizer: “Beija, beija ...”.
Josie ficou sem graça.
Olavo, percebendo o constrangimento, segurou as mãos da moça, exibiu a palma de ambas, e abraçou a moça.
Depois, se afastando, segurou o rosto da moça e beijou-lhe.
Todos aplaudiram.
Josie aturdida, ficou surpresa com o gesto.
Sem reação, Olavo segurou-a pela mão, conduzindo-a novamente à mesa.
Por fim, o casal retornou ao hotel.
Com efeito, durante o jantar, muitos dos componentes do CTG foram conversar com o casal.
As moças diziam a Josie que ela era uma mulher de sorte.
Os rapazes diziam que fora uma bela dança, e que Josie era muito bonita.
Alguns comentaram que ele havia escolhido bem a namorada.
Olavo comentou que eles ainda não eram namorados.
Um gaúcho mais exaltado, comentou que ele estava muito devagar. Dizendo que o beijo exibido do salão já era um indício de um namoro, argumentou que a partir daquela noite já poderia se considerar um sujeito comprometido.
Olavo sorriu.
No hotel, antes de se despedir da moça, Olavo segurou sua mão, aproximou-se. Beijou-lhe o rosto.
Disse que precisavam conversar.
Josie porém, alegando sono, comentou que amanhã conversariam com mais tranqüilidade.
Nisto, aproximou-se do rapaz.
Pediu para se abaixar um pouco, para que lhe dissesse algo.
Olavo inclinou-se sobre ela.
Josie segurou-lhe o pescoço, e aproximando-se de seu rosto, beijou-lhe.
O moço ficou estático.
Com isto, a jovem deslizou a mão no rosto do rapaz, e respondeu suavemente que já era hora de dormir. Desejou-lhe boa noite.
Olavo ficou sem palavras.
Por fim, ao vê-la fechando a porta atrás de si, disse tchau.
Em seu quarto, Josie abriu seu caderno de anotações.
Lá estava a camélia que lhe fora dada de presente.
Olavo por sua vez, ao se dirigir ao seu quarto, encostou-se na porta. Tocou seus lábios. Ficou relembrando como num filme, a cena do beijo.
Entusiasmado, o moço demorou para pegar no sono. Ficou por longas horas rolando na cama.
Por fim, adormeceu.
Quando acordou, levantou-se triste.
Josie por sua vez, estava muito feliz. Em que pese o aperto no peito pela aproximação do fim da viagem, a moça estava feliz.
Ao despertar, tratou logo de tomar um banho.
Colocou uma blusa verde de manga comprida, um vestido preto de lã de mangas curtas, bota sem salto.
Pelo corredor, caminhou em direção ao quarto do moço.
Bateu na porta.
Olavo atendeu-a.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 25
Era uma missiva muito simpática do guia, relatando os eventos do dia.
Contava sobre a tradição da colheita das uvas, da cantoria, da alegria e dos festejos.
Olavo confidenciou que realizar aquele trabalho lhe trazia uma grande emoção, e que naquela tarde, as coisas haviam se desenrolado de uma forma muito especial.
Na correspondência prometeu que assim que fosse possível, entraria em contato com ela, e que quando visitasse São Paulo, iria descobrir onde ela morava.
Ao ler este trecho da carta, Josie achou graça. Afinal de contas, numa cidade composta de mais de onze milhões de habitantes, como ele conseguiria encontrá-la?
Por fim, Olavo se despedia com um abraço.
Ao terminar de ler a correspondência, a moça guardou o escrito em sua mala.
Cansada, tratou de trocar de roupa.
Tirou sua bota sem salto, a calça jeans, a blusa e o casaco que havia levado para o passeio e não usou.
Vestiu uma camisola e se deitou.
Exausta por conta do passeio, só foi despertar no dia seguinte.
Ao acordar, tratou de tomar um banho.
Vestiu uma calça jeans e uma blusinha de alça. Bota sem salto. Pegou sua bolsa e desceu para tomar o café-da-manhã do hotel.
Pegou mamão, iogurte de coco, queijo branco, risoles, suco de laranja, bolo de coco, e um croissant.
Estava faminta.
Depois disto, saiu para caminhar pela cidade.
Visitou um parque, e um museu com miniatura de palácios, aeroporto, vários trilhos com trenzinhos circulando, um lago com um castelinho isolado, réplicas de igrejas famosas no Brasil, e de outras construções encontradas mundo afora.
Josie ficou encantada com o lugar, e assim, com o passeio pelas vinícolas, e o passeio de trem, tirou muitas fotos.
A moça ficou deveras encantada com o lugar.
Após sair do lugar, procurou um lugar para almoçar.
Ao encontrar um restaurante de comida por quilo comeu arroz, carne, salada. Tomou suco de laranja, e comeu uma deliciosa sobremesa.
Quando retornou ao hotel, qual não foi sua surpresa ao descobrir que Olavo, havia ligado para ela e aguardava seu retorno.
Surpresa Josie acabou efetuando uma ligação de seu celular para o moço.
Curiosa, a moça perguntou-lhe como havia descoberto onde ela estava hospedada.
No que ele respondeu:
- Simples, minha cara! A cidade tem pouco mais de trinta mil habitantes. Procurei por você em todos os hotéis da cidade. Até encontrar uma Maria Josefa, oriunda de São Paulo, e com sua descrição física. Como fizeste o passeio só, acreditei que havia viajado sozinha. Daí para encontrá-la foi mais fácil.
- De fato! Encontrar uma Maria Josefa não deve ter sido tão difícil! Você é bastante insistente. – comentou ela entre risos.
Nisto Olavo respondeu que só era insistente quando o objeto de seu interesse valia a pena. Comentou então, que estava interessado em encontrá-la a tarde em Gramado.
Surpresa, Josie comentou que não daria tempo dele sair de sua cidade para encontrá-la em Gramado. Argumentou que só chegaria no final da tarde.
Olavo respondeu-lhe então:
- Ledo engano! Eu já estou em Gramado.
Ao ouvir isto, Josie ficou espantada:
- Como assim já está em Gramado?
Olavo explicou-lhe então, que assim que o ônibus em que estava partiu, passou a ligar para todos os hotéis e pousadas existentes na cidade. Disse que ficou a noite inteira ligando para os estabelecimentos, e antes mesmo de localizar o hotel em que estava, pegou seu carro e dirigiu até a cidade. Com isto, hospedou-se em um hotel do lugar, e continuou a procurá-la até encontrá-la.
Nisto, fez-se um silêncio de alguns instantes.
Preocupado, Olavo perguntou se ela ainda o estava ouvindo.
No que Josie respondeu que sim.
- E então? – insistiu o rapaz. – Vamos nos encontrar onde?
Josie pensativa. Até que respondeu:
- Podemos nos encontrar na Rua Coberta, em frente ao Palácio dos Festivais.
- Combinado! – respondeu o jovem. – Nos encontraremos por lá, por volta de meia-hora.
Josie concordou.
Com efeito, no horário combinado, a moça apareceu.
Olavo já a estava aguardando.
Logo que a viu, perguntou-lhe como estava, e se tinha fome.
Josie respondeu-lhe que havia acabado de almoçar.
Com isto, Olavo sugeriu-lhe fazer um passeio pela cidade. Convidou-a para passear pelos museus do lugar.
Josie concordou.
Nisto Olavo estendeu o braço direito, sugerindo que ela seguisse a sua frente.
Animado, Olavo comentou que gostava muito de passear pela cidade de Gramado, mas que fazia muito tempo que não visitava aquelas paragens.
Josie comentou que estava adorando conhecer Gramado, que a cidade era encantadora, assim como Canela.
Olavo perguntou-lhe se já havia visitado Canela.
Josie respondeu que sim.
Caminharam.
No Museu dos Perfumes, Josie descobriu que antigamente se utilizavam ervas com o fito de perfumar ambientes. Queimando-as, as mesmas espalhavam uma fumaça aromática. Do latim “per fumun”, de onde originou-se a palavra perfume.
Lá a moça avistou o perfume usado pela amante de Napoleão Bonaparte, fragrâncias envasadas em delicados e estilosos vidros, como o Eaux de Dali, Laguna, entre outros. Na estante envidraçada e repleta de perfumes, o famoso Chanel nº 5, entre outros frascos. Líquidos preciosos de variadas colorações.
Logo a seguir, uma delicada sala, com balcões e produtos a venda. Colônias, brincos perfumados, cosméticos.
Mais a frente, uma sala, com destiladores, frascos imensos de perfumes famosos, e curiosidades sobre o mundo dos perfumes. Como o poder de sedução dos perfumes utilizados por Cleopatra.
Josie ficou intrigada com o fato do famoso perfume Chanel nº 5 ser extraído de uma parte menos nobre de um animal. O qual conservado em álcool adquire um agradável aroma.
Olavo chegou a lhe dizer que da essência do óleo das rosas, foi que Avicena descobriu a famosa Água de Rosas.
Comentou também que quanto maior a quantidade de matérias-primas necessárias na confecção de um perfume, mais caro ele se torna.
Por isto que certos perfumes, como os feitos de fragrância de flores, por precisarem muitas vezes de toneladas de pétalas para serem produzidos, são tão caros. Disse que os perfumes de matéria-prima sintética são mais acessíveis, no que tange seus preços.
Comentou sobre as notas de saída, de coração e de fundo. Contou que as notas de saída são os primeiros aromas que sentimos ao abrirmos o frasco de perfume, as notas de coração são mais encorpadas e são sentidas quando o perfume entra em contato com a pele. Já as notas de fundo, são as últimas a serem percebidas, e são as que permanecem de forma mais duradoura na pele.
Animado, comentou que a classificação dos perfumes, dependem da concentração de elementos químicos existentes nos mesmos. Perfume seria então, um produto com maior concentração de extrato aromático, com menor quantidade de álcool.
A moça por sua vez, adorou as fragrâncias dos produtos vendidos.
Olavo aproveitou a ocasião para presenteá-la com uma colônia.
Josie tentou recusar, mas o moço, dizendo que a recusa o ofenderia, acabou fazendo-a aceitar o presente.
- Obrigada! – foi o que lhe restou dizer.
Nisto, o casal continuou o passeio.
Olavo segurou a sacola.
Enquanto caminhavam, o moço disse que o sul era um estado muito interessante, e que havia muita coisa a ser vista e documentada.
Josie concordou.
Argumentou que mais tarde precisaria por suas idéias em ordem para escrever uma matéria bem interessante sobre sua viagem.
Em alguns momentos do passeio, a moça pediu ao moço para pararem.
Comentou que precisava fazer algumas fotos.
- Além de jornalista, você fotografa!
Nisto, Olavo perguntou se poderia tirar uma foto dela.
Josie ficou um tanto surpresa com a pergunta.
- Mas por que uma foto minha?
Olavo perguntou que gostaria de ter uma recordação do passeio.
Josie concordou.
Olavo pegou seu celular e tirou uma foto da moça.
Depois, sugeriu que tirassem uma foto juntos.
Nisto o moço posicionou a câmera na direção de ambos e mais uma foto foi tirada.
Com o passar do tempo, Olavo tinha em seu celular várias fotos dele e de Josie juntos.
No final da tarde, o moço deixou a moça na entrada do hotel em que estava hospedada, recomendando-lhe que colocasse uma roupa mais quente, pois em cerca de uma hora, ele voltaria ali para buscá-la.
Sem perguntar se a moça estava com fome, disse que sairiam juntos para jantar.
Josie achou graça. Tentou argumentar que poderia pedir algo para comer no hotel, mas Olavo respondeu que ela estava intimada a jantar com ele.
Desta forma, a moça concordou com o convite. Dizendo que em se tratando de um cavalheiro ele era muito mandão, Josie fez com que Olavo risse.
O moço por sua vez, ao parar de rir, respondeu que não era mandão, apenas sabia o que queria.
E assim despediu-se da moça, cumprimentando-a e dizendo até breve.
Josie adentrou as dependências do hotel.
Achou graça no comportamento de Olavo.
Sozinha no quarto, começou a colocar no papel apontamentos dos passeios realizados. As curiosidades, os detalhes. Cuidadosamente, começou a escrever o esboço de sua matéria.
Detalhista, ficou observando as fotografias tiradas em sua câmera digital.
Precisava escolher quais fotos fariam parte da matéria. Não havia se decidido.
De tão entretida com o trabalho, não percebeu o adiantado da hora.
Nisto, ao notar que faltava meia-hora para as sete horas da noite, tratou de se arrumar. Precisava sair para jantar.
Abriu a janela do quarto para verificar a temperatura exterior.
Surpresa, notou que o ar estava frio.
Razão pela qual colocou um vestido de lã sobre o corpo, vestiu uma meia calça e colocou uma bota de salto.
Por cima do vestido, colocou um casaquinho.
Pensou desta forma, estar bem agasalhada.
Aspergiu um pouco do perfume que Olavo havia lhe comprado.
Quando colocava um par de brincos de contas brancas, recebeu um telefonema de Olavo.
A recepção do hotel, dirigiu a ligação para o ramal de seu quarto.
Josie agradeceu e atendeu o telefonema.
- Alô? – perguntou Olavo. – Está pronta?
Josie respondeu que sim.
- Está certo! Dentro de alguns minutos, vou estar na recepção te esperando. Até daqui a pouco! – respondeu o moço.
Nisto, Josie desligou o telefone.
Terminou de colocar os brincos, colocou o relógio, pegou sua bolsa. Retirou o cartão que acendia as luzes do quarto do terminal. Abriu a porta, e saiu.
Fechou a porta, e seguiu pelo corredor.
Desceu pelo elevador.
Ao se dirigir a portaria do hotel, percebeu que o moço já a aguardava.
Aproximando-se do rapaz, cumprimentou-o com beijos no rosto.
Perguntou se ele havia esperado muito.
- Acabei de chegar. – respondeu.
Nisto, Olavo segurou o braço da moça.
Feliz, comentou que havia percebido que ela estava usando o perfume que ele havia lhe oferecido de presente.
Josie sorriu para ele.
Saíram do hotel.
Olavo abriu a porta do carro para Josie.
Em seguida a moça entrou no veículo e colocou o cinto de segurança.
Olavo por sua vez, entrou do outro lado.
Dirigiu pela cidade.
Comentou que iriam jantar em um restaurante de comida italiana, e que Josie iria experimentar a culinária de seus antepassados.
Olavo disse que a comida italiana tem muito queijo, massa.
Josie ouvia Olavo falar da comida, da macarronada, do talharim, do ravióli, dos molhos.
Animado, o moço comentou que aquela era uma terra abençoada, que produzia as melhores uvas com as quais se podia trabalhar. Comentou que a colheita seria boa, e que por esta razão, certamente os vinhos produzidos seriam muito bons. Disse também que o modo de produção de muitas vinícolas da região era totalmente artesanal, e que os vinhos produzidos nesta safra, sofreriam um processo de maturação, somente sendo postos a venda, futuramente.
Curiosa, Josie perguntou se faziam um estoque de produtos.
- Temos que fazer! A produção de vinhos envolve um processo longo e delicado, se não nos prepararmos para isto, não teríamos o que vender!
Josie comentou por sua vez, que ele devia adorar seu trabalho.
Olavo então disse:
- Eu e minha eterna mania de ficar falando de trabalho. Tem tanta coisa mais interessante para se falar.
No que Josie respondeu:
- Não tem problema! Eu não me importo. Eu também tenho mania de ficar o tempo todo falando de trabalho.
Olavo riu. Argumentou que como passa boa parte de seu tempo se ocupando de cultivo das uvas, do fabrico dos vinhos e de outros produtos seus derivados, acaba concentrando boa parte de suas atenções em seu trabalho. Respondeu porém, que sabia tratar de outros assuntos. Comentou então, que estava adorando rever a cidade, e que não podia ter melhor companhia.
Josie sorriu. Agradeceu a gentileza.
Nisto, Olavo estacionou o carro. Ao ver que Josie retirava o cinto, pediu para que ela esperasse um pouco para sair do carro.
Assim, desceu do veículo parado, dirigiu-se a porta esquerda, e abriu-a para a moça.
Josie agradeceu o gesto, e desceu do carro.
Olavo então, conduziu a moça até a entrada do restaurante, onde foram recepcionados por um funcionário.
Daí, foram conduzidos até uma mesa.
Olavo pediu um vinho tinto suave.
Com o cardápio em mãos, Olavo escolheu um talharim, com cubinhos de filet e molho.
Josie pediu ravióli.
O garçom serviu as taças de ambos.
Olavo sugeriu um brinde a moça, para celebrar o momento.
Brindaram.
Josie comentou durante a conversa que travaram, que dali alguns dias, estaria rumando para Porto Alegre, para conhecer a cidade, seus atrativos e assim, finalizaria seu trabalho.
Olavo perguntou-lhe se ela gostava do que fazia.
Josie respondeu que sim.
Dizendo que desde que se entendia por gente queria ser jornalista, argumentou apenas, que não esperava se tornar uma jornalista de amenidades. Animada, comentou que em seus tempos de criança, e até mesmo na faculdade, imaginava-se trabalhando em um noticioso, em reportagens envolvendo política, assuntos econômicos.
Comentou porém, que quis as circunstâncias, que se tornasse especialista em comportamento, em amenidades.
Disse que antes de trabalhar em uma revista de turismo, escrevia e ainda escreve matérias sobre comportamento.
Curioso, Olavo perguntou que tipo de matéria.
Josie respondeu que fazia matérias pesquisando restaurantes, teatros, eventos culturais. Comentou que a última matéria que havia feito, junto com um fotografo, foi sobre a arte barista. Contou que visitou alguns cafés em São Paulo. Relatou que em alguns se pode ficar a tarde inteira lendo um bom livro. Alguns estavam conjugados com uma livraria.
- Mas você não faz a matéria e fotografa?
- Às vezes, eu também faço a fotografia. Há uns dois anos, eu fiz um curso de fotografia. Como eu sempre me interessei pelo assunto, resolvi me especializar. Com isto, amplio as possibilidades de trabalho.
Interessado no assunto, Olavo sugeriu que a moça visitasse mais uma vez o parreiral – propriedade de sua família – com vistas a realização de fotos no lugar.
Comentou que estava interessado em produzir um site sobre a empresa familiar. Relatou que já fazia alguns anos que pensava nisto, mas acabou deixando a idéia de lado. Argumentou que seu pai não via necessidade nisto, já que a propriedade era bem conhecida e os produtos também, não havendo por que despender dinheiro neste tipo de divulgação.
Olavo comentou então, que os tempos pediam este tipo de investimento, e que estava interessado em realizar fotos para colocá-las em um site. Falou que iria conversar com seu pai, mas que, independente disto, ela poderia fazer as fotos.
Josie indagou:
- Não seria melhor conversar com seu pai antes?
- Não é necessário. Pode fazer as fotos. Você será muito bem paga por elas. Quanto a isto, eu só gostaria de ver antes, algumas fotos que você tirou durante o passeio. É possível, Josie?
A moça concordou.
Nisto, os pratos foram servidos.
Simpático, Olavo disse que seu talharim estava magnífico. Chegou até a perguntar se Josie não gostaria de experimentar.
Educadamente a moça respondeu que não.
Olavo por sua vez, insistiu.
Dizendo que a comida estava deliciosa, argumentou que ela precisava experimentar.
Nisto, pegou um pouco de talharim, enrolou em um garfo e estendeu o alimento na direção do prato de Josie. Enquanto fazia isto, disse o talharim não devia ser cortado, e sim enrolado inteiro.
Sem jeito, a moça experimentou a iguaria.
Olavo perguntou então, se era ou não um belo talharim.
Josie limpou a boca com o guardanapo de tecido. Em seguida, respondeu que sim.
Olavo então, sem pudores, começou a fazer comentários sobre o ravióli que Josie comia. Elogiou o prato, disse que a comida tinha um ótimo aspecto e que parecia ser muito saborosa.
A moça, percebendo que ele queria experimentar a comida, pegou alguns raviólis com seu garfo perguntando se ele queria um pouco.
Fazendo um pouco de charme, o rapaz disse que ela não precisava se incomodar.
Josie respondeu que não havia nenhum problema.
Dito isto, ofereceu a comida para Olavo.
Colocou um pouco da iguaria no prato do moço.
Olavo então não se fez de rogado. Agradeceu e tratou logo de comer os raviólis.
Ao término da refeição, o moço perguntou-lhe se gostaria de uma sobremesa. Josie recusou.
Com isto, Olavo pediu a conta.
O garçom ofereceu um cafezinho que Olavo tratou de aceitar.
Conta paga, Olavo conduziu Josie até seu carro, realizando o mesmo gesto de abrir a porta.
Enquanto dirigia, perguntou a moça, se tinha algum passeio em mente, para fazer no dia seguinte.
Josie respondeu que estava pensando em dar mais uma voltinha pela cidade. Comentou que gostaria de conhecer mais sobre a cultura gaúcha.
Olavo por sua vez, comentou sobre as músicas gaúchas. Mencionou que existem vários tipos de danças e músicas, como vanerão, chamamé, entre outras. Animado, comentou que sempre que pode, procura ouvir músicas de seu estado.
Josie se lamentou dizendo que em São Paulo não existe uma cultura típica como no Sul, ou no Nordeste, regiões que preservam suas tradições. Comentou que como ali estão povos de todos os estados do Brasil e do mundo, a cidade acaba ficando com a cara de todos os lugares, e assim, sem identidade. Contou que admirava quem tinha carinho e cuidado em preservar sua cultura.
Olavo argumentou dizendo que São Paulo era um centro cultural, e que nem todos os lugares conseguem refletir tão bem a cultura de outros povos. Comentou que embora tenha visto lugares feios em São Paulo, a cidade não fica a dever em quase nada a capitais internacionais.
Curiosa, Josie perguntou se Olavo conhecia outros países.
O moço respondeu que conhecia Nova York, Montevidéu e Buenos Aires.
- Que interessante! – respondeu Josie. – Meu sonho é conhecer outros países. Espero um dia poder conhecer a América Latina, a Europa.
Simpático, Olavo respondeu que ela iria conhecer todos estes lugares.
Nisto o rapaz parou em frente ao lago da cidade. Em um mirante ficaram observando as luzes da cidade.
Olavo comentou então, que durante o Natal Luz, é apresentado um bonito espetáculo.
No que Josie disse:
- Não duvido!
Mais tarde, Olavo levou a moça de volta a seu hotel, prometendo um passeio para o dia seguinte.
Josie agradeceu o passeio, no que Olavo respondeu:
- Eu é que tenho que agradecer a linda noite que me proporcionaste! Até amanhã!
Josie entrou no hotel.
Em seguida Olavo rumou para o hotel onde estava hospedado.
Ao chegar na entrada do hotel, deixou a chave do carro na recepção, onde um funcionário do estabelecimento o colocou no estacionamento do lugar. Em seguida o moço pegou a chave do quarto.
Pegou o elevador.
Em seu quarto, deitou-se na cama e ficou por algum tempo pensando no passeio que fizera com Josie.
Nisto, recebeu uma ligação em seu celular. Era seu pai.
Otaviano ligou para o filho, preocupado com sua atitude intempestiva, de abandonar a colheita das uvas, para viajar sem motivo aparente para Gramado. Preocupado, perguntou o que estava acontecendo.
O moço respondeu então, que havia encontrado uma moça muito encantadora na excursão, e que não poderia perdê-la de vista, sob o risco de nunca mais tornar a vê-la. Razão pela qual arrumou apressadamente suas malas e viajou durante a noite para Gramado.
Surpreso, Otaviano comentou que Vilma, havia lhe contado a história, entre perplexidade e incredulidade, e que ele mesmo custou a acreditar no que estava ouvindo. Contou que acreditou se tratar de uma molecagem, como as que ele costumava fazer quando era mais novo.
No que Olavo respondeu que ele não precisava se preocupar. Que estava tudo bem, e que dentro em breve ele voltaria para a vinícola, acompanhado da moça. Contou que a havia convencido a tirar mais fotos dos parreirais e que criaria um site, divulgando o lugar, suas atrações e seus produtos.
Otaviano retrucou dizendo que não havia necessidade disto.
Seu filho respondeu que retornando para casa, conversariam sobre o assunto.
Nisto, Otaviano perguntou se estava tudo bem, e ouvindo uma resposta positiva do filho, tranquilizou-se. Em seguida passou o telefone para Vilma.
A mulher, aflita com a atitude do filho, perguntou se estava tudo bem, e pediu para que voltasse para casa, o quanto antes.
Sorrindo, Olavo disse que não tinha com o que se preocupar. Prometeu que daria notícias.
A seguir, despediu-se da mãe e desligou o telefone.
Sentado que estava na cama, tornou a deitar-se.
Voltou a pensar nas cenas da tarde.
No dia seguinte, o rapaz foi buscar a moça na porta do hotel.
Enquanto dirigia, contou-lhe que iriam visitar uma fábrica especializada na produção de óleos e essências, entre elas, produtos medicinais e a tão famosa rosa mosqueta.
Olavo confidenciou a moça que o óleo da delicada flor era utilizada para problemas de pele, dificuldade de cicatrização, formação de quelóides. Comentou que era bom para eliminar manchas, cuidar das estrias. Rosa da vitória, símbolo dos boêmios.
Josie achou graça. Comentou que ele era um ótimo guia, pois além de conhecer do fabrico de vinhos, entendia também de perfumes e de produtos de beleza.
Olavo por sua vez, respondeu que ela iria se surpreender ainda mais com ele.
Nisto, o casal dirigiu-se a fábrica.
Num bonito estabelecimento, Josie se encantou com o cuidado na produção dos óleos.
Percebendo o interesse da moça nos produtos, Olavo comprou um bonito frasco com essência de rosa mosqueta para ela.
Disse-lhe que era para deixar sua pele ainda mais bonita.
Josie agradeceu.
Observando o frasco, notou o quanto era belo.
Com efeito, o produto foi colocado em uma sacola com o logotipo da loja, e o moço efetuou o pagamento do produto no cartão.
Depois do passeio pela fábrica, caminharam um pouco pela cidade. Conheceram algumas malharias.
Almoçaram por lá e depois retornaram a Gramado.
Enquanto dirigia, Olavo perguntou a Josie se estava gostando do passeio.
A moça respondeu que sim.
No dia seguinte, depois de conversar com Josie, o casal dirigiu-se a vinícola.
Lá a moça foi apresentada a Otaviano e Vilma – os pais de Olavo.
O moço estava entusiasmado com o evento.
Fez questão de acompanhá-la em todos os lugares.
E assim, Josie tirou inúmeras fotos.
A moça impressionou-se quando o moço abriu uma garrafa de espumante com um sabre.
Olavo chegou a oferecer-lhe um pouco de champagne, mas Josie ficou preocupada com os cacos de vidro que poderiam estar na taça oferecida com a bebida.
Visando tranqüilizá-la, Olavo sorveu a bebida, para demonstrar-lhe que não havia cacos de vidros misturados com a bebida. Comentou que a pressão do espumante expelia qualquer caco de vidro que pudesse eventualmente cair no copo.
Josie então apreciou o espumante.
Olavo comentou animado, que aquela bebida estava sendo elaborada para talvez, no próximo ano, ser posta à venda.
Josie argumentou que guardaria o segredo.
Devido a insistência de Olavo, a moça permaneceu na propriedade.
Otaviano e Vilma foram muito simpáticos com Josie. Perguntaram se ela não era a turista que estava na excursão realizada na propriedade a poucos dias atrás.
Josie respondeu um pouco constrangida, que sim.
Nisto Vilma perguntou se eles já se conheciam.
Josie respondeu que só veio a conhecer Olavo, durante o passeio nas vinhas.
Otaviano comentou com gracejos, que a paixão devia ter sido fulminante.
Vilma bateu com o cotovelo no braço do marido.
Otaviano, percebendo então a indiscrição, pediu desculpas.
Dizendo que estava brincando, comentou a meia voz com Vilma, que nunca vira Olavo tão empolgado com uma garota.
Olavo também ficou sem jeito com a brincadeira do pai.
Nisto, conduziu a moça para um canto, dizendo que seu pai era muito brincalhão.
Em tom insinuante, comentou que ela era realmente muito interessante.
Josie riu.
Nisto ficou a contemplar o vinhedo, nos fundos da casa.
A moça estava extasiada com a beleza do lugar.
- Lindo, não? – perguntou o moço, oferecendo a Josie um copo com suco de uva.
Josie, pensando se tratar de vinho, agradeceu o oferecimento, mas recusou a bebida.
Olavo então, percebendo o engano, comentou:
- Isto não é vinho. É suco de uva. Pode ficar tranqüila que bebendo este líquido, não ficarás bêbada. Pode experimentar. É delicado e delicioso.
Josie resolveu então, aceitar a bebida.
Sorveu o suco de uva.
- Gostoso, não?
Josie concordou.
- Uma delícia! Muito bom! Você sente realmente o gosto da uva. Nem tem tanto açúcar e corantes e aromatizantes como os sucos industriais. Excelente! Parabéns, pelo trabalho.
Olavo agradeceu.
Mais tarde, Dona Vilma convidou o casal para almoçar.
Simpática, ofereceu a moça um belo macarrão. Comentou que havia preparado bolinhos de carne para acompanhar o prato e uma carne.
Josie aceitou que a mulher montasse seu prato.
Olavo e Otaviano se serviram.
Otaviano, ofereceu a moça, um vinho.
Dizendo que o produto era produzido em sua propriedade, comentou que ela teria uma boa oportunidade para saborear um ótimo produto.
Josie agradeceu o oferecimento.
Enquanto almoçavam, Otaviano perguntou a moça de onde ela era, se estava gostando do passeio.
Gentil e atenciosa, Josie comentou que morava em São Paulo, que era jornalista, e que sim, estava gostando muito do passeio. Contou que todos estavam sendo muito atenciosos com ela, e que com tanto paparico, já estava se sentindo uma princesa.
Otaviano e Vilma ficaram encantados com a educação da moça.
Mais tarde, Otaviano sugeriu a Olavo que mostrasse a Josie todos os recantos da propriedade.
Com isto, o casal passeou novamente de carroça pelas vinhas.
A moça adorou ficar observando os parreirais.
Encantou-se com as construções de pedra, os muros de pedras encaixadas.
Admirou as camélias que enfeitavam os caminhos por onde passavam, a adega, os tonéis de carvalho onde os vinhos eram envelhecidos.
Olavo contou que nos primórdios do processo de fabricação dos vinhos, as garrafas ficavam submetidas as condições climáticas da serra gaúcha, pois o frio auxiliava no processo de fermentação, fazendo com a levedura ficasse na boca da garrafa, sendo assim, eliminada com mais facilidade.
Comentou que da uva também eram produzidos remédios contra a azia, produtos famosos no mercado farmacêutico. O moço comentou também, que muitos dos vinhos produzidos no Brasil, eram produzidos em vinícolas localizadas na região serrana, principalmente na cidade de Bento Gonçalves.
Josie pediu a Olavo para colher algumas uvas.
Olavo atendeu prontamente o pedido.
E assim, enquanto Josie colhia algumas uvas, o moço comentou que para uma camponesa, era uma ótima jornalista.
Josie retrucou dizendo que ele era muito sem graça.
Olavo riu.
Com efeito, quando a tarde estava caindo, o casal retornou para casa.
Otaviano um tanto animado, comentou que o passeio devia ter sido muito bom. Indiscreto, comentou que nunca vira seu filho tão feliz.
Nisto Vilma ofereceu, um pouco de graspa.
Comentou que era um ótimo para ser tomado antes das refeições.
Olavo, ao perceber que Josie aceitara a bebida, pediu para tomasse cuidado, pois a mesma tinha um alto teor alcoólico.
Otaviano perguntou-lhe se havia tomado algo parecido.
Como Josie não entendeu a pergunta, o homem explicou-lhe que se tratava de uma espécie de cachaça da uva, de sabor muito forte. Comentou que era uma bebida que desce tranquilamente pela garganta, mas que ao chegar no peito, causa um forte impacto.
Olavo caiu na risada com a explicações do pai. Argumentou que de acordo com sua explicação, parecia que a pessoa estava bebendo um acidente de transito engarrafado.
Josie caiu na risada.
Sorveu um gole da graspa.
Preocupado, Olavo disse:
- Devagar! Isto é forte!
Josie então, percebendo o adiantado da hora, desculpou-se com Otaviano e Vilma, mas dizendo que precisava voltar para o hotel, comentou que precisava partir, ou então chegaria muito tarde em Gramado.
Quando Vilma ouviu tais palavras, argumentou:
- De jeito nenhum! Está muito tarde para a guria voltar para Gramado. E você meu filho, precisa ficar aqui.
Josie argumentou que não havia trazido roupa para pernoitar na propriedade.
Vilma retorquiu:
- Não seja por isto! Tenho algumas camisolas que usava quando era solteira, ainda guardadas. Como era magrinha quando mais nova, eu acho que devem servir em você guria. Portanto, nada de desculpas, você vai passar esta noite aqui.
Nisto, Josie olhou para Olavo, como que pedindo ajuda para recusar o convite.
Olavo porém, retornou o olhar como que dizendo que para as determinações de sua mãe, não haviam argumentos.
Nisto a mulher serviu o jantar.
Ciente de que a moça era oriunda de São Paulo, Vilma decidiu preparar um tutu de feijão, como arroz, couve, torresmo, entre outros ingredientes.
Emocionada, a moça adorou o agrado. Comentou que fazia tempos que não comia um prato típico de São Paulo. Disse que os mineiros adaptaram o prato, e criaram o tutu à mineira.
Josie então, bebeu suco de laranja com a refeição.
Agradeceu o cuidado.
Mais tarde, conversou um pouco com os pais de Olavo.
Otaviano comentou que tinha outro filho, mais novo que Olavo, estudando em Curitiba. Orgulhoso, confidenciou que o filho estava estudando enologia.
Nisto Vilma comentou que Olavo também era formado na área. Havia se preparado para aprimorar os negócios da família.
O moço aparteou então, dizendo que quem entendia e muito do assunto, eram seus pais, e que ele apenas tinha curiosidade em conhecer a parte teórica do assunto, que já fazia parte de sua vida, desde que se entendia por gente.
Brincando Vilma dizia que desde gurizinho, ele tomava parte dos negócios da vinícola, e que a propriedade fora adquirida a custa de muito trabalho do pai de Otaviano.
E assim a conversa foi seguindo, até que os pais de Olavo perguntaram se ela gostava de seu trabalho, se era interessante ser jornalista.
Josie comentou então, que era jornalista formada, que trabalhava em uma revista de viagens, que costumava fazer matérias sobre comportamento, e que havia feito um curso de fotografia.
Percebendo a curiosidade do casal, Josie mostrou-lhes algumas fotos tiradas no parreiral.
Nisto, Vilma mencionou que gostou muito das fotos tiradas no parreiral, e que não tinha visto a matéria sobre o passeio, mas que a julgar pelas fotografias, com certeza, ela escreveria uma ótima matéria.
Josie agradeceu o elogio. Desprovida de vaidade, comentou que procurava fazer o melhor possível.
Nesta oportunidade, Otaviano perguntou-lhe se Josie era realmente seu nome, ou apelido.
Sorrindo, a moça comentou que se chamava Maria Josefa, mas que ainda criança, a apelidaram de Josie, por ser mais curto, e segundo ela, menos feio.
Vilma retrucou então, dizendo que era um nome bonito. Pouco comum, forte, mas imponente.
Nome de matriarca, segredou.
Luciana Celestino dos Santos
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