Poesias

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

JUBILOSA AURORA

Jubilosa tarde que por ora cai, a entorpecer meus sentidos e entontecer minhas palavras.
Sinto afastar de mim aos poucos, os velhos ais e as antigas mágoas.
Fruto da descoberta de um admirável novo mundo, repleto de maravilhas, não franqueados a todos os passantes.
Quais folhas de plantas soltas premidas pelo vento.
Contar as folhas.
Brincar de dinheiro.
Sonhar com um mundo diferente.
Tantos sonhos infantis.
Brincar de trem, de navio, de Hotel.
Embalos da eternal primavera, aurora de minha vida.
Quantos poemas a desenvolver. Tanta beleza para se criar.
Meu mundo é tudo aquilo que está em mim.
Universo ao meu redor, redução do infinito particular. Meu Universo Particular.

Éden de maravilhas, de um longínquo e perfeito mundo.
Obsequiando novos favores à guisa de novos descobrimentos.
Por longínquo e distante tempo, ouvi a lira planger.
Agora ouço murmúrios. Prenúncios de novidades alvissareiras.
Por demasiado período choraste.
Neste momento se lançando a mais alta aventura.
Novos anos, novas vidas, velhas tristezas.
Mais velhos e mais belos sonhos.
Mundo das idéias luminosas. Mundo de sombras.
Em contraponto, ao mundo das idéias luminosas.
Correr em busca de luz, de cor, de som.
De música suave, de movimento, como som de aeronave a pousar em lindo Campo de Bagatelle.
O sonho da mais bela nave. Aparelho mais pesado que o ar.

Danças airosas, volupeios. Gentileza, delicadeza.
Pinturas, cores, formas, retratos, portraits.
Homenagem a um tempo de repressão e de barbárie. Caos.
Cravos distribuídos aos presos políticos. Delicadeza contra a brutalidade.
Flores em oposição as armas.
O amor versus a violência.
Chega de lutas estéreis, brigas infundadas.
Quero ver a história vivificada, ainda que através de quadros, esculturas, fotografias e painéis, estampados em uma sala de museu.
Quanta beleza pode haver nestas instalações, a tentarem explicar a frialdade de uma época.
Tempo de festivais, e de canções memoráveis.
Gosto muito dos tempos passados. Tempos para serem lembrados.
Em tal momento de vida, lembrar-se do adágio: “Ser fiel a ti mesmo”, como a nada mais fora. Sede leal aos teus ideais. Lute por eles. Faça deles a bandeira de tua vida. Nunca te afastes de teus sonhos.
Abandonar os sonhos, é entregar-se a covardia.
Minha covardia.
Abandonar os sonhos é sentir-se em desventura perdida. Soberana tibieza. Cansaço.
Filaucia da humanidade. Jactância empedernida. Aspereza social.
Senti-me em solitude, sob a escuridade de um tempo sem esperança.
Como um peso do mundo nas costas, assaz parecido com Atlas.
Langor.
Tristeza desmesurada.

Cessados os tempos das tormentas, das intempéries bravias, a avassalar os sentimentos.
Eis que surge o tempo das delícias.
Tertúlia, primavera do descobrimento.
Afastar a lassidão do corpo e abrilhantar a vivência da alma.
Salutares conhecimentos adquiridos.
Trabalho. Ponto. Horário.
Ir e vir. Vir e ir.
A irônica e divina comédia da vida.
A vida de nós todos.
O balançar descadenciado do trem.
Multidão. Aglomeração.
Cidade veloz, musa que nunca dorme.
Cidade voraz, acalente suas ninfas, driades, hamadriadres.
Terra em que se fez ouro negro, agora dá ensejo ao corte e as queimadas de cana.
Personificação da pujança, a qual, irmã de Santo André – marco zero da história paulista – abriu caminho ao espírito bandeirante.
Memorial da integração dos povos. Seus parcos verdes encantam.
Seus velhos prédios a esboroar no esquecimento. Na falta de cuidado, de alento.
Quanta riqueza perdida nestas plagas.
A esperança de que não soçobrem as iniciativas de resguardar tão rico patrimônio histórico.
Construções magníficas, altaneiras. Algumas preservadas.

Museus – belíssimas exposições. Alguns ricos acervos. Memórias.
Músicas. Letras fugidias a brincar com o vernáculo. A divinal Flor do Lácio.
A Chuva na Fazenda evapora na Serra do Luar, eterizando-se no pensamento, como a cor de seu vestido, da Cor do Girassol do seu Cabelo.
A translucidez da Água da Fonte, e a galhardia de Manuel, o audaz.
Assim, como vistes o Menino correndo e o tempo, também sei que uma Canção é menor do que a vida de qualquer pessoa.
O rio de asfalto e gente a nos assolar.
Tantas letras a fazerem de minhas lembranças, viva poesia.
Longe dos retratos em branco e preto, que poesia embalam.
O correr das letras se sucedem.
Bem aventurança. Alegria por ouvir tão belas canções.
Bandeirinhas a tremular na casa de minhas lembranças.

Filmes, novelas, minisséries, desenhos, seriados.
Transmitem imagens, sons, cores e formas.
Sonhos e idéias.
Mente fértil a que a tudo transporta: ora transformando fatos e sonhos em memórias; ora criando histórias, fantasiosas criações cambiantes, só a pouco postas em papéis.
Rutilaram em minha memória por anos a fio.
Idéias volatizadas, etéreas. Corporificadas em matéria tangível.
Como a esperança de uma criança criada sob o império da televisão e fascinada por imagens e histórias memoráveis.
Mocinhos, vilões, heroínas.
Porcina rebuscada, Tieta sofisticada e vaporosa, com seus lenços coloridos. A beleza das praias, da dunas – Mangue Seco.
O coração do agreste a resplender no cantar de Sílvio Caldas.
Uma “Fera Radical” em busca de vingança pela morte dos pais. Atrevida motoqueira.
“Vale Tudo” na luta pela sobrevivência?
Creio que não. Em que pese muitos infelizmente em contrário, ainda nos dias atuais, o fazem.
Nesta pequena grande pátria ‘desimportante’, abrigo e porto de muitos canalhas.
O singelo retorno para o aconchego. Saudades de Asa Branca, de Roque Santeiro, da Viúva Porcina, da empregada “Ninaaaaaaaa...”, Rodésio, Sinhozinho Malta, e tantas outras personagens icônicas.
Todos a espera de um “Salvador da Pátria”.
Outros a fazerem “Caras e Bocas”. A fazerem de conta que o problema não é com eles. Que tal um pouco de pó de pirlim pim pim?
Quem sabe assim, todos os maus políticos desapareçam?
Mendacidade de uma era.
Quem sabe, com o faz-de-conta, não seja possível um mundo melhor?

Bons filmes pátrios atuais, antigos, chanchadas.
Nossa, “Terra é Sempre Terra”.
Cinema mudo – Rodolfo Valentino, Theda Bara, Greta Garbo.
Musicais – Gene Kelly, a bailar na chuva.
Nossos eternos astros a brilhar em uma constelação de estrelas cintilantes.
Entre miríades de sonhos rutilantes.
Sonhos coloridos, em branco e preto, em movimento. Dançados ou cantados.
Podendo serem apenas falados, ou expressados.
Musas da arte. Da então consagrada sétima arte. Criação dos irmãos Lumiere. Portentosa criação a dar vazão a um mundo de sonho e encantamento.
Viagens. Eterno prazer em conhecer um Brasil feito à mão. Este eterno desconhecido.
Auroras saturnais.
Tantos natais, carnavais, festas juninas.
Festas bem organizadas, festejos em meu coração.
Bandeirinhas coloridas enfeitadas de balões. Comes e bebes. Beleza que fita o céu, a contemplar sua beleza, ainda que encerrada entre quatro paredes.
Lindeza de se admirar!

Mar, cenário de deslumbramento para caminhar.
Aguardo o samba sair, para encantamento das cabrochas desta ala brasileira, e o passado se transformar em um roupa que não nos serve. Guardada por Deus e talvez contando vil metal.
Mas o que hoje quero, é cultivar a beleza do dia. Campos de flores a sobrepujarem campos de aço.
Não ter que correr contra o tempo, e sim ao seu favor.
Como uma estranha força a me impelir até uma voz tamanha.
Numa festa de arromba.
E eu nunca mais te deixarei tão só.
Ó aurora jubilosa.
Sonhos encantados mil.

Como a mão que balança o berço, conduz o destino.
Bela frase a qual não recordo a origem.
Dúvida a pairar.
Caminhos a espraiar.

Até Breve.

DICIONÁRIO: 

filáucia substantivo feminino
1. FILOSOFIA
segundo Aristóteles (384-322 a.C.), virtude que consiste em amar a si mesmo na medida certa, sem excesso nem carência, integrando no afeto a busca ideal do Bem e do Belo.
2. amor desmedido de si próprio.

jactância substantivo feminino
1. atitude de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo; vaidade, orgulho, arrogância.
2. pretensão de bravura ou altos méritos e conquistas; atitude de quem conta bravatas; fanfarrice.

tertúlia substantivo feminino
1. agrupamento, reunião de parentes ou amigos.
2. palestra literária.

esboroar verbo transitivo direto e intransitivo e pronominal
reduzir(-se) a pequenos fragmentos, a pó; desfazer(-se), desmoronar(-se), pulverizar(-se).
"o tornado esboroou a torre"

rutilar verbo 1. transitivo direto e intransitivo
fazer brilhar ou brilhar vivamente; fulgurar, resplandecer.
"amanhecer que rutila indícios de um belo dia"
2. transitivo direto
lançar de si; emitir, despedir, chamejar.
"olhar que rutila vivacidade"

mendacidade substantivo feminino
1. qualidade, característica do que é mentiroso ou falso; falsidade, fingimento, hipocrisia.
"a m. de sua compaixão é aviltante"
2. tendência para enganar; deslealdade, perfídia, traição.
"a m. está arraigada em seu temperamento"

miríade substantivo feminino
1. número, grandeza, correspondente a dez mil.
2. POR EXTENSÃO
quantidade indeterminada, porém considerada imensa.
"m. de estrelas"
   
As ninfas são figuras mitológicas que pertencem a categoria de espíritos da natureza. Elas são figuras femininas que estão ligadas a elementos naturais.
Os gregos acreditavam que elas viviam nos lagos, montanhas, campos e bosques sendo elas as responsáveis por levar felicidade e alegria para as pessoas.
Elas também eram a personificação da graça, da fertilidade, da natureza, bem como suas características de fecundidade.
O significado da palavra ninfa (Nimphe) pode ser bem variado, mas entre eles podemos encontrar “noiva” e até mesmo “botão de rosa”.
O que muita gente não sabe é que muitas delas eram aladas. Um exemplo é Hérmia, que era considerada a deusa de todas as ninfas.
 
Antríades: associadas as cavernas;
Oréades: representam as montanhas;
Auloníades: associadas aos pastos;
Napéias: representação dos vales;
Limáquides ou Limónides: associadas aos prados e campinas;
Alseídes: associadas aos arvoredos;
Antusas: ninfas das flores;
Dríades: associadas as árvores, especialmente o carvalho;
Melíades: associadas às árvores do freixo;
Hemadríades: representam as outras árvores.

https://mitologiagrega.net.br/ninfas-da-mitologia-grega/

As hamadríades são ninfas que nascem com as árvores e com as quais partilham o destino, devendo protegê-las.
Na mitologia grega, as dríades (em grego: Δρυάδες, Dryádes, de δρῦς, drýs, "carvalho") eram ninfas associadas aos carvalhos.[1] De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses frequentemente puniam quem destruía tal árvore.

wikipedia.
        
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

JARDIM FLORIDO

Lembrei-me de um lindo manacá-da-serra
Com seus pequenos botões a se desenvolver
Com suas flores a desabrochar
Brancas, a serem lentamente coloridas pelo sol
Que com seus matizes de luz,
A modificam para rosa

Ipês recentemente plantados
A se desenvolverem de espantosa forma
Elevam-se altaneiros, imponentes
Brevemente espero,
A se encherem de flores roxas, e amarelas

Como numa linda canção de raiz
A me fazer companhia
Mas sem rivalizar com a Aurora
Que um prisioneiro não pode contemplar

Flores de cera
A formarem lindas colônias
Com suas pequenas flores
A construir um buquê

Rosas, quantas rosas
Com suas cores,
A mostrarem delicadeza e beleza em seu talhe
Mini rosas, brancas, rosas, vermelhas
A voltearem os ipês

Rosa Menina, rubra flor
Por que não florir?
Como aguardo a descoberta de teu mistério!

A Dama da Noite sobranceira
A encher o rico jardim de perfume
A inebriar as noites de minha praia querida
Com suas pequenas, brancas e perfumadas flores
Aroma de minhas lembranças

Dipladênias amarelas
As hortências, a aguardar o melhor momento da florada
As primaveras
A eternizar a beleza da estação das flores
Frequentemente trazes flores e cores ao jardim
A bela casa amarela

As primaveras, minhas primaveras, com suas belas flores
A preencherem o cenário
A percorrerem o muro da fachada
Embelezam a entrada da casa
Enfeitam a minha vida

Lírios-da-paz a fazerem par com o portão
Lágrimas-de-Cristo, com seus balõezinhos brancos
Pontinhas vermelhas, a embelezarem o lugar

Borboletas a passearem pelo jardim
Trazem em suas asas
Cores diversas, a matizarem de beleza o pequeno jardim
A pousarem nas plantas
Trazes mais alegria ao lugar

Passarinhos a trazerem em seus bicos
Pequenos gravetos, madeirinhas
A voarem em busca de novos caminhos, abrigos
Pouco a pouco a formarem um ninho
Construído aos poucos
Frutos de inúmeros vôos,
Coletas de gravetos,
Pousos nos galhos da dipladênia e do ipê em formação
A pousarem nas árvores e plantas do lugar
Formaram um singelo ninho no alto do hibisco

Hibiscos dobrados em várias cores
Laranja, vermelho e rosa
A guardarem a entrada da casa
A enfeitar o jardim de verde
Fazem par com as azaléias coloridas

As lantanas, com suas pequeninas flores coloridas,
A acompanharem a sombra convidativa
Dos hibiscos

Durante as manhãs, a companhia dos pássaros
A admiração dos passantes
Como é lindo o jardim da minha casa!

Os Beija-flores, com suas cores
Colibris a beijarem os hibiscos
A colherem pólen em pleno vôo
A encantarem nossos olhos
Com um belo espetáculo
A beleza a fazer parelha com o jardim

Gosto de me deitar na rede e ficar a contemplar
A mais bela criação divina
Perceber que apesar dos dissabores
A vida me concedeu muitas boas coisas
Entre elas, o privilégio de admirar tão belo espetáculo
Nas minhas moradas

Em outra paragem
Outra modalidade de Dama da Noite
Além da pequena e perfumada flor
Ainda existe uma flor branca
De dimensões maiores
A desabrochar em uma noite
Vindo a se apagar em poucas horas
Simbolo da inconstância dos dias
O devir
Movimento do mundo
As voltas do mundo
Mudanças da vida
Efêmero espetáculo de esplendor

Gosto das flores
Do encantamento que produzem
Da beleza que traduzem em si
Da esperança que trazem consigo
De como a vida ainda pode ser tão bela!

Como gostaria de ver mais árvores,
Mais plantas e mais flores pelos meus caminhos
Menos cinza, menos feiúra
Menos tristeza, menos rancor

A beleza é simples
Está ao nosso alcance
Basta querer!
Como um jardim florido!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

  

IPÊS


Ipês floridos, roxo e floridos, no caminhos das pedras e dos passos apressados.
Uma elevação em concreto, a desnudar janelas para uma paisagem que acena de verdes e ipê florido.
Em sua visão oposta, os trilhos de uma estação de trem.
Trilhos envelhecidos pelo devassar dos tempos.

Caminhos de mata, musgo, ferrugem.
No balanço dos tempos, os trens passam.
Em seu deslizar tímido sobre os trilhos.

Contemplo a visão do alto do prédio.
Velho e feio, que abrigou os maiores dias do meu trabalho.
Rezo na esperança dos mais belos, lindos dias.
Onde me abrigo no pouso do alento.
Se acaso encontro tanto desalento, é por se fazer pensar em melhores tempos.

Por vezes maciços de beri amarelo me brindam de encantos.
Por ora frutas no chão.
Árvores de lindas flores amarelas.
Que nome terás?
Acácias amarelas encontrei em caminhos da Sé.
Em minha casa, saudades das violetas na janela.

Na volta ao lar, ipês floridos se fazem acenar à distância, no limiar dos tempos.
Tempo de parar e de pensar.
Repensar e se desfazer em esquecimento.

Com isto, um nome dia a se começar.
Novo deslize em superfícies ásperas, duras.
A melhor lugar ocupar.
E ocupando, assumir um lugar no mundo.
Afinal, em que lugar você que estar?

I
Que lugar no mundo ocupar?
Ser alguém?
Acumular-se de riquezas materiais.
Desfrutar o instante do viver.
Quanta contradição!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Intempéries

Desolação,
Desencanto
Triste ocaso das horas
Desinteresse
Intolerância
Os agentes da ignorância
A se perpetuarem mundo afora

Cansaço
Desta vida seca e vazia
Destas pessoas duras,
Empedernidas,
Sem nenhum alento no coração

Sinto pena
Profundo pesar
Pelo fato do mundo
Estar como está

Que pena que todos fechados estão
Para o respeito e a consideração
Que pena!

E pensar que o mundo
Bem melhor poderia ser
Apenas com um simples gesto
Atitude amistosa
Gestos gentis, atitudes delicadas

Quanto perdemos com a má educação
E as más escolhas feitas na vida
É pena!

Todavia, em que pese
Estas coisas brutas
Esta gente sem consideração
Estas coisas que magoam e ferem
Muitos melhores seres existem
A engrandecer este mundo,
Vasto e inóspito
A preenchê-lo de belezas,
Maravilhas e encantamento!

Que grande ventura
Por me descobrir brasileira
E que apesar de tantos defeitos
Brasileiro, ó povo!
É um povo de valor
Que busca transformar suas vidas
E muitos nesta busca,
A vida de outros também modificam

Amo os poetas
Em todos os gêneros
Cantadores dos livros,
Dos textos, das obras literárias,
Muitas imortalizadas
Outras tantas,
Em música transformadas
Quanta beleza
Este mundo mágico nos traz!

Em recente matéria
Porventura descobri
De eminente filósofo
Sua tese de que a música
É a essência e a explicação,
Do mundo

Em outras passagens
Afirmativas descobri
De que a música traz em si a matemática,
Em sua exatidão,
De idéias construídas

Música boa é exata,
Perfeita
Como a se encaixar
Da mais perfeita forma
Em nossas vidas

A muitas vezes,
Germinar em campo estéril
E a estimular boas idéias

Traz cor e vida
A muitas vidas insípidas e sem sentido
Música inspira,
Modifica,
Ilumina e ajuda a iluminar
Estimula a enxergar a vida,
Com novos olhos
Incrível façanha!

Sempre a nos estimular
A viver em um mundo melhor
Pitagórica filosofia,
Que creio eu,
Não ser desprovida de fundamento

A música salva,
As almas em desesperação
Como a literatura,
Ajuda a alimentar o espírito

Em suas delicadas letras
Suave melodia
Ensinamentos, lições de vida,
Conselhos e admoestações
Como que a nos despertar
Para o mundo que nos cerca
A estimular, a criar

As canções,
Companheiras fiéis
Das horas de desalento,
Desânimo,
Da falta de coragem
Da vontade de muito se fazer,
Sem se saber,
Por onde começar
A estimular melhores pensamentos,
Posicionamentos
Quanta companhia nos faz!

A nos transportar
Para melhores paragens
Cenários de rara beleza
Encantamentos mil

Novas realidades a se revelar
Canções a celebrarem realidades
Muitas desconhecidas para mim

A falarem de velhas paineiras,
Em mourões,
Esteio, para se estender as cercas
O ipê amarelo,
A florir, obstaculizando o luar
As quiçaças de um sertão,
Sem condições para se plantar
As saudades de uma terra distante,
Os pássaros a cantar

Entre outras canções a dizer
Que mais devemos confiar em nós,
Do que esperar por vãs promessas
E dureza das realidades,
A perceber que nem todos
Verdadeiros são

O que se há de fazer!
Bons e maus há,
Neste desenfreado mundo,
E cabe a nós distingui-los,
Em uma terra de gente indistinta,
Apagada pela multidão

A massa indiferente,
E amorfa que nos acompanha em nossos passos,
Dando-nos a falsa impressão,
De que não estamos sós
Falsa assertiva,
Quimérica

Mundo cinzento,
Como na canção
Falta de verde,
De flores coloridas,
De plantas
Para alegrar o cenário triste

Talvez daí resida a necessidade
Quase primal, de bucolismo
De poesia,
E de natureza

A indiferença a nos rondar
Socorrei-nos por nos sentirmos tão indiferentes
Nesta vida monótona
Triste melopéia

Daí a necessidade de maiores conhecimentos,
Melhores leituras,
Emotivas canções,
Repertório afetivo
A embalar nossas vidas,
E a nos trazer encantamentos
A semear beleza por áridos campos
A germinar em campo frio
E quem sabe produzir bons frutos

Mas o campo é inóspito,
E difícil a semeadura
Mas ainda assim acredito
Que bons frutos se colherá,
Entre aqueles que dispostos estiverem,
A melhor viver

Que venham,
Pois embora difícil,
A colheita é farta e compensadora!
Bons auspícios,
Mensagens alvissareiras
Boa nova a se aproximar
Muitos sonhos a se realizar!

Novas floradas a acontecerem,
Como na canção
Flores delicadas,
A cobrirem campos de aço
Assim, o quero!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Imagens – Memórias de um Passado Assaz Distante

Memórias de um passado assaz distante
Tão lindo quanto o porte de um cavaleiro andante
Mais paisagens das janelas da alma,
A serpentearem o vale da saudade

A ladeira da memória
As avenidas de contornos magistrais
Lembranças espectrais

Colheita dos melhores frutos,
Dos bonitos pensamentos,
Das mais apreciáveis atitudes

Como as melhores lições aprendidas,
Das emoções aprazíveis

Chuva a escorrer na face
A chuva na rua, na fazenda,
Sem par, junto a Serra do Luar

Lindo efeito imagético de um pavão misterioso
Majestoso, a voar dentre muitos,
Que a nada podem se opor,
Pois não sabem voar

Vivendo em meio as mais lindas criações
Do prodigioso engenho e arte humanos
Nos sábios escritos do poeta lusitano

Passeando em belas histórias recriadas
Pelo poder de realização de grandes criadores
Em uma bela noite para se voar

A ouvir estrelas em cenários de poesia e de filme
Onde o que impera é uma suprema felicidade
Felicidade a não ser contada de forma esquemática
E sim, como realmente o é

Lindos filmes a retratarem a vida
Que a arte imita, ou será a vida a imitar a arte?

Grandes diretores,
Soberbos criadores
A insensados serem,
Outros a detratados serem
Triste pensar que ao se destacar
Alvo de maledicência, certamente será

Eis que a inveja a tudo limita
Pois faz do suposto vencedor,
O grande perdedor na batalha da vida

E assim prosseguindo,
Penso, que assim,
Só se deve gostar de quem gosta de ti

E ouvindo as canções
De meu coração a bater feliz,
A ouvir tão carinhosa canção

E se acaso você chegasse,
E em chateaux encontrasse,
Paz, harmonia, alegria e beleza

Seria capaz de apreciar um céu de azul enfindo,
Cheio de nuvens,
Azul da cor do mar

Saudades do Dirceu e sua inesquecível Marília,
Tão decantada nas aulas de literatura
Linda e trágica história de amor
Traçada as voltas da Inconfidência Mineira

Poéticas aulas a desbravarem a linda flor do Lácio
A recordar de lindas celebrações da vida
Com muita festa, luzes, casa decorada
Nas festas de final de ano

Os mais belos natais,
Adornados por árvore repleta de enfeites
Lindos vestidos de festa
O uso das melhores vestes,
Em um momento único de celebração

Cabelos arrumados, maquiagem feita
Perfumes, fragrâncias
A ouvir natalinas canções,
Preparação, comemoração

Belas luzes a enfeitar os prédios das cidades
Árvore de Natal montada em meio a amplo cenário
Com suas luzes a resplenderem nas distâncias dos caminhos
Luminosidade a margear as ruas, a avenida, e as distâncias

Shoppings e lojas decorados,
Natalinas vilas,
Grandes bolas douradas,
Festões tingidos de verde e brilhos
Ursos, casinhas simpáticas

Como um caminho de velas,
A margearem uma ladeira,
Em inesquecível passeio sulista

Próximo a canyons e bela natureza
Muitos prédios em germânico estilo
Passeios para fora de nosso cotidiano
Para novas e distantes paragens

Belas fotografias a comporem o quadro,
De nossas memórias

Estudos muitos para enfrentar novas provas na vida
Diários transtornos
Aventuras no ir e vir
Nos trens de passagem pela minha vida
Vida minha, e de tantas gentes

Muitos brindes a ela, em uma linda mesa,
Enfeitada por boa comida,
Com lindas taças com champagne,
E belos castiçais de conchas

O tempo a passar, e a chuva a chover
Chove, chuva, chove sem parar
São as eternas águas de março,
A fecharem o verão

Um verão inesquecível e tão igual a tantos outros
Chuvas a alagar avenidas, paços municipais,
E muitos transtornos causar, no regresso ao lar
Tentativa de outras alternativas tomar,
Novas rotas percorrer
Tudo em vão

Sonho de um submarino amarelo
Mambembe,
A singrar as enxurradas e enchentes do caminho
E assim,
Iremos todos passear em um submarino amarelo

A desejar o momento em que chuva passará
Calmaria a invadir os mares e a circundar as paragens
Melhores tempos
A singrar águas mais calmas,
De um tempo mais doce
Com mais luz e mais cor

Pois o verão já é chegado
E o tempo a correr, passa
Independente do que seja feito com ele
Por isto ocupá-lo devemos,
Das melhores coisas da vida

Pois memorar
É trazer a baila, as mais belas celebrações
De uma vida

Nossa vida, nossas viagens internas e externas
Nossas vivências!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

IDEIAS

I
Entre deliberações
A livre escolha
Do azo livre
Liberdade, alvedrio
Arraso

II
Pensamentos por vezes me distraem
Conclusões que se esvaem
Pelos desvãos do pensamento
Decisões inconclusas que em perdem
Na contagem rara do momento

Idéias pouco claras
A navegar em mar de ideias
Lento e sequioso de alento

Por que a resposta não nos chega?
Desalento em cada vão momento
Arremedo de pensamento

Saudade de um tempo das mais belas conclusões
A enfeixar um pensamento
Quanto desidério

Perguntas sem respostas
Angustias sem consolos
E a dúvida a abismar:
Por que assim é o mundo?

Em triste cenário absurdo
Tento me confortar
E pairar por entre abismos
A me admirar dos paroxismos

A lua bela,
Sempre branca e redonda lua,
A me encantar

Em cenários de claridade
Pouca escuridão
Nas madrugadas a ausência de luz
A nos trazer confusão

A de pé esperar pela condução
Que quase sempre chega,
Ou sempre nunca chega

Caos, problemas, confusão
Pessoas em profusão
E a gente a tentar sobreviver em meio ao caos

Triste a solidão das multidões sempre vazias
E eu a ler meus surrados papéis e apostilas
Quem sabe na vã esperança
De fazer de meu tempo,
Algo melhor do que uma desconsolação
E um tédio mortal

A observar sempre as mesmas coisas
Olhares vazios, cenários vazios
Vida vazia de significado
Cenário triste e desolado
Habitáculo de seres de passagem
Em uma triste e penosa viagem

Há! Quantos caminhos por devassar
Cordões e correntes a se arrebentar

Pois a vida não há de ser um oceano,
De emaranhados pensamentos aprisionados
E das ideias puras
Pensamentos puros, acrisolados

Mas e essa tal liberdade
Por onde andará?
E a vida será que algum dia,
Enfim, diferente será?

A podermos deliberarmos livremente
E vivermos conforme o que queremos
Ou seremos sempre autômatos seres?

III
Borboletas rareiam a vagar
Em pleno jardim de maravilhas

E eu a caminhar
Divagando em diletante
Doce e sonora amante das canções
Beletrismo a nos compor os dias
Nas mais belas poesias

IV
Nas setas, nas retas
E nas curvas
Nos intrincados caminhos

Nas confluências e entroncamentos,
Com os mais variegados movimentos gesticulares
Deslindes sem deslizes,
Ou acidentes de percurso

V
Estudantados dias
Em cujos ditosos anos
Conhecimentos formoseiam

A dilapidarem mais,
E novos conhecimentos

Em mundo em ebulição,
Convulsionado em revoluções,
Resoluções, faltas e soluções,
Sem nada resolver

Mas estudantes,
Sempre aplicados a aprender
Em seus passeios da ditosa escola da vida
A novos conhecimentos adquirirem

A acompanhar a transformação das coisas,
Da história e da própria vida,
A conhecerem novos lugares

A visualizarem vivos seres pulsáteis,
Seguindo o sentido das marés,
Ou a deitarem-se nas areias a se deixar levar,
Em suas gelatinosas e coloridas formas

Vibrantes descobertas
De um tempo sem igual

Na escola da vida,
A aplicar os conhecimentos adquiridos em aula

VI
Altares ricamente decorados
A ilustrar santas vidas em seu retábulos

Painéis ricamente adornados,
A enfeitarem os altares das igrejas
Com colunas, imagens e ornamentos

Dedicados artistas a esculpirem obras de vulto
Em altíssimo nível e inestimado valor
Raro esplendor

VII
Frases de efeito
A seguir os passos e os pensamentos
Odores, licores e sabores
Albores de novos tempos

Idas e vindas de ideias insuladas
Isoladas em si mesmas

Sonhos nababescos
Jardins suspensos
Modesta morada

DICIONÁRIO:
paroxismo
1.espasmo agudo ou convulsão.
2. momento de maior intensidade de uma dor ou de um acesso.

Significado de Albores:
Diz-se de início, começo.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Ideias Vagas

Dizem que quem ao feio ama,
Gosto não tem
Pois é desprovido da capacidade de enxergar a beleza,
Nas coisas que a tem, em seu intrínseco ser
Pois a beleza externa,
Vazia é,
Acaso contemplada não seja,
Pelo ser!

Libertas!

Liberdade, ainda que tardia a liberdade
Antes tarde acontecer, do que o nunca ocorrer
Pois a liberdade, a soberana liberdade
Nada mais é,
Que a questão do que se valora
E em ser valorizando a essência do que se é,
Nada se tem a perder,
Neste inesquecível espetáculo
Que é a vida!

A liberdade nada mais é,
Do que eterno voar e revoar das ideias
Libertar-se dos preceitos,
Para tudo o que significa existir,
Sem se importar a quem quer que seja agradar!

Liberdade, sonho dos homens
Mas poucos tem a coragem, do convencional se despir
E assim, deixar de seguir a manada,
Gado contente,
Gentes alienadas, a pouco se importar com os fatos,
E a seguir um roteiro traçado por outrem

Não a isto!
Liberte-se das ideias preconcebidas
E viva melhor

Talvez não consigas a felicidade eterna,
Estampada num comercial de tevê
Mas serás feliz, por seres quem se és,
Sem fingir algo que não se é

Livre de roteiros preestabelecidos,
E voa, voa soberano

Assuma as rédeas da vida
E verás como é melhor, a si felicitar, do que aos demais,
Que em nenhum momento, gratos serão por seus agrados
Melhor a ti ser contente,
Do que vazio ser!

Liberto da escravidão de um viver sem sentido
Sem sentir
Liberdade, a abrir suas imensas asas sobre nós!

Ideias Vagas II

Ideias vagas,
Sem pensamentos a passar
Indiferença
O triste cotidiano a nos matar
Quando será que o tédio assim, irá enfim se afastar?

Creio que nos momentos em que ocupar-nos
Com o melhor aproveitar do tempo
E as ideias, de vagas,
Concretas a se fazer

Ideias vagas
Volatizadas em estéreis pensamentos,
A se transmutarem em ideias firmes, complexas
E as ideias, de vagas, a se tornarem ações

Pensamentos Sem Juízo

Quem a dizer fica,
Que o importante é a beleza interior
Certamente desconhece o valor intrínseco que traz, cercar-se do belo

Pois neste mundo de aparências,
A beleza maravilhas faz
E o belo exterior, cercado de beleza interior,
Muito melhor fica!

E a interior beleza, sem o adorno exterior,
Muito mais padece, para seu valor mostrar
E a beleza, verdadeiro ouro puro,
Sem o correspondente conteúdo,
Verdadeiro valor não dão as gentes!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.