Desta feita, tempos depois, eis que surge Roberta, amiga de longa data de Josie.
A moça já fora colega de trabalho dela e de Lucineide.
Contudo, depois de se casar com Leonardo, optou por deixar de trabalhar, para acompanhar o marido, em suas viagens.
Josie e Lucineide, ao reverem a amiga depois de tanto tempo, perguntaram-lhe as novidades.
Roberta respondeu então, que seu casamento estava passando por uma crise. Confidenciou que fora infiel a Leonardo, e que havia pedido um tempo para o rapaz, a fim de colocar suas idéias no lugar.
Chorando, comentou que Leonardo descobrira a infidelidade.
Josie e Lucineide tentaram então, consolar a amiga.
Sem saber direito o que dizer, pediam para que ela se acalmasse, que tudo se ajeitaria com o tempo.
Roberta contudo, não parava de chorar. Dizia que não sabia o que iria fazer da vida, para onde ir.
Josie então, sugeriu que a moça voltasse a trabalhar na redação da revista. Comentou que conversaria com Medeiros a respeito do assunto.
Roberta agradeceu o cuidado das moças.
Mais tarde, conversando com o chefe, Josie acabou convencendo-o a recontratar a moça.
Argumentou que muito embora Roberta estivesse afastada há quase três anos, era uma boa jornalista. Profissional competente.
Medeiros concordou. Disse que a recontrataria.
Com isto, Roberta começou a trabalhar na revista.
Josie por sua vez, ficou encarregada de informá-la sobre a nova rotina de trabalho.
E assim, Roberta começou fazendo matérias sobre comportamento: como por exemplo: o hábito dos paulistas de tomarem café da manhã em refinadas padarias.
Todavia, continuava entristecida.
Aos poucos porém, Roberta, tentava se desvencilhar do desânimo e retomar sua vida.
Em dado momento, Roberta, procurando desabafar, recordou-se de quando conhecera Leonardo. Do quanto era apaixonada por ele - em que pese seu temperamento pacato.
Nítido contraste com seu jeito festeiro e descolado.
Roberta, gostava do jeito sério do moço.
Certa feita, confidenciou que Leonardo a conquistara com seu intelecto, em que pese não ser um sujeito feio.
A moça comentou que adorava o papo cabeça do rapaz, o qual falava sobre filmes mudos, conversava sobre história, filosofia, arte.
Roberta contou que ele não era fútil como a maioria dos rapazes que conhecera.
Dizia que teve muitos homens, e que gostava do momento da conquista. Confessou que se cansava rápido dos relacionamentos quando estes caiam na rotina.
Ao ouvir tais palavras, Lucineide censurou a amiga. Disse que ela devia ser mais madura.
Roberta comentou que tentou viver com o marido.
Relatou que no momento do casamento, ao entrar na igreja com um deslumbrante vestido branco, estava feliz. Acreditava que seu casamento daria certo. Estava disposta a fazer a união ser duradoura.
Radiosa, foi conduzida por seu pai até o altar, onde Leonardo, em um bonito terno branco com flor na lapela, a esperava.
A moça sorria para os convidados.
Diante do altar, tanto ela quanto o noivo juraram fidelidade recíproca.
Beijaram-se diante dos convidados.
Ao saírem da igreja, receberam uma chuva de pétalas de rosa.
Em seguida, receberam os cumprimentos do convidados.
No salão de festas, o casal dançou uma valsa juntos.
Viajaram para o Rio de Janeiro.
Roberta lembrou-se da lua-de-mel cheia de encantamento, dos lautos cafés-da-manhã com sucos variados, iogurtes, bolos diversos, tortas, pães, brioches, croissantes, frios, frutas.
Leonardo era muito atencioso.
Ocupava-se de agradar a esposa.
Levava a moça para passear pelo Pão de Açúcar – onde o casal andou de bondinho.
Lá, o casal apreciou a linda vista da Praia Vermelha, as belas praias, os bairros cariocas vistos do alto, as ilhas, e a imensidade do mar carioca.
De longe o moço lhe indicava a Praia de Copacabana, famosíssima e muito admirada.
Encantada com a paisagem, Roberta tirou inúmeras fotos.
Também foram tiradas fotos do casal apreciando a vista do local.
Leonardo levou-a também para conhecer o Corcovado, e ver de perto o Cristo Redentor.
De lá, avistaram o Jockey Clube, a Baía de Guanabara, a Ponte Rio Niterói, o mar, o relevo, as paisagens verdejantes, o Maracanã.
Fizeram uma caminhada pelo Bairro Leblon, e seus prédios luxuosos.
Passearam pelo Arpoador.
Almoçaram, e continuaram o trajeto até a Praia de Copacabana, onde se deslumbraram com o imponente prédio do Copacabana Palace.
Empolgado, Leonardo comentou que muitos diziam que o Rio dos anos cinqüentas e sessentas, foi muito mais espetacular que nos tempos atuais, em que pese o seu resistente esplendor.
Roberta concordou. Deveria ser realmente mais belo, ante a inexistência de tantas mazelas quanto hoje.
Em outro dia, passearam pelo Aterro do Flamengo.
Roberta ficou encantada com a beleza do Parque do Flamengo.
O casal passeou de mãos dadas pela Marina da Glória, onde de longe avistaram o Pão de Açúcar.
Noutro momento, conheceram a Cinelândia, seus monumentos, prédios históricos, o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional.
Por diversas vezes Roberta abraçou o marido e beijou-o em público.
No começo do namoro, o rapaz ficava um tanto sem jeito com o jeito despachado de Roberta. Depois porém, percebendo que a moça não mudaria, acabou aceitando seu jeito arrebatado de ser.
Afinal de contas, dizia para si mesmo, que era justamente o fato dela ser o seu oposto, que o havia atraído.
Roberto lembrou-se do jeito estudioso, do então amigo, nos tempos de faculdade.
Conheceram-se quando realizaram um trabalho em grupo.
Começaram uma amizade, e a partir daí, iniciaram o namoro.
Costumavam estudar juntos para as provas.
Roberta passou a dormir no apartamento do namorado.
Dois anos depois de formados, depois de quase três anos de namoro, o casal resolveu casar-se.
A esta altura, Roberta, que havia começado a trabalhar na revista como estagiária, prosseguia com seu trabalho.
Conversando com Lucineide e Josie, Roberta comentava que adorava a profissão de jornalista, por conta das novidades que esta lhe proporcionava. Argumentava que quando fazia as matérias, nenhum trabalho era igual ao outro.
Às vezes contudo, reclamava do namoro com Leonardo, dizendo que a relação estava morna, que tudo estava mal parado, sem graça.
Lucineide respondia que um relacionamento a dois não era um roteiro de filme. Que havia momentos bons e momentos ruins.
Roberta retorquia dizendo que não estava disposta a viver uma eterna mesmice. Comentou que rotina tornava tudo muito árido, muito chato e sem graça. Argumentava que os relacionamentos não tinham que cair na rotina.
Por três vezes a moça brigou com o namorado por conta da rotina.
Dizia a todo o momento que estava cansada daquela mesmice.
Certo dia, Leonardo perguntou-lhe se estava arrependida do namoro.
Ao ouvir isto, a moça caiu em si. Percebendo que estava se excedendo, pediu muitas desculpas ao moço. Disse-lhe que só estava cansada de não ter nenhuma novidade no relacionamento de ambos. Comentou que estava cansada do fato do moço estar sempre ocupado com seus estudos.
Ressaltou que gostava de sair, e que isto era a coisa que menos estavam fazendo ultimamente.
Leonardo, percebendo que estava negligenciando a namorada, prometeu que fariam mais passeios juntos.
E assim, Roberta e Leonardo passaram a jantar fora. De vez em quando iam ao cinema.
O moço aproveitava também, para levar a namorada para conhecer museus e teatros da cidade.
Com isto, Roberta parou de reclamar do namorado.
Tempo depois, quando Lucineide percebeu que a amiga estava mais calma, perguntou-lhe se havia acabado a chateação.
Roberta respondeu que Leonardo estava mais atencioso e menos focado em seus livros.
Lucineide então sorriu. Após, comentou:
- Agora entendo! A moça só queria um pouco de atenção! Estes homens desligados.
Josie achou graça do comentário da amiga.
Com isto depois de casada, Roberta, decidiu se afastar do trabalho.
Roberta comentou então, que os primeiros anos de casada foram especiais.
Contou que embora Leonardo estivesse focado em seu trabalho de correspondente internacional, sempre que surgia uma brecha na apertada agenda do moço, saíam para passear.
Com isto, a moça conheceu diversos lugares fascinantes mundo afora.
Já havia visitado a França. Conhecia Paris, seus monumentos: Arco do Truinfo, Torre Eifel, Champs Elyseés, os famosos cafés, os museus, as construções históricas, os famosos cemitérios. Conhecia a Cotê D’Azur – a Riviera Francesa, o Vale do Loire e seus castelos.
Deslumbrara-se com a Itália, Florença, o Vaticano.
Quanto a Veneza, Roberta respondeu que tinha o seu charme, mas que também tinha seu aspecto de cidade abandonada, com canais mal cheirosos, que não lembravam nem de longe a atmosfera romântica que lhe era característica.
A moça comentou que conhecera a Holanda que também possuí canais e tulipas. Pais de que gostara muito.
Roberta comentou que enquanto Leonardo trabalhava em lugares diversos da Europa e da Ásia, permanecia ao lado do marido. Aproveitava o tempo livre para realizar passeios pelos lugares. Também aproveitava para fazer cursos livres variados.
Quando Lucineide perguntou-lhe se ela não trabalhava, a moça comentou que de vez em quando fazia algumas matérias para algumas revistas de turismo no Brasil.
- Ah, bom! – comentou Lucineide.
Josie censurou a amiga.
Roberta por sua vez, dizendo que não se importa com os comentários maldosos de Lucineide, respondeu que de fato trabalhava pouco.
Relatou que gostava de viver a cada seis meses em uma cidade, ou mesmo em um pais diferente.
Comentou que na Inglaterra, freqüentou os famosos pubs, andava no famoso ônibus de dois andares.
A moça relatou que só não acompanhava o marido, quando ele ia trabalhar em lugares onde havia conflitos armados, ou mesmo guerras.
Surpresa, Lucineide comentou:
- O Leonardo chegou a trabalhar como correspondente de guerra?
Roberta respondeu que ele cobriu conflitos na Ásia e em países vizinhos a Rússia.
Confidenciou que sempre que o marido partia para estas missões, ficava apreensiva.
Relatou que por conta do trabalho perigoso desempenhado pelo moço, chegaram até mesmo a brigarem. A se desentenderem.
Em uma dessas brigas, o casal ficou meses separado.
Roberta contou que mesmo depois da briga, não retornou para o Brasil. Preferiu permanecer na Europa.
Foi neste momento, que conheceu André.
Enquanto viajava, passeando por lugares deslumbrantes da Europa, enquanto apreciava paisagens por trens velozes, deparou-se com o então passageiro.
Enquanto circulava pelos corredores com sua bagagem, a moça esbarrou no moço.
Desculpando-se, acabou por fazer com que ele gentilmente a ajudasse a colocar as malas em sua cabine.
Roberta ficou encantada com o relevo, a neve, a geografia, os Alpes descortinados por paisagens da Itália, Áustria, da Suíça.
Mais tarde, a moça se encaminhou para o vagão restaurante.
Lá encontrou André, que estava em outra mesa.
Roberta ao ver o moço olhando para ela, acenou-lhe.
Nisto, o moço ofereceu-lhe um capuccino.
Um tanto sem jeito, a jovem acabou aceitando o oferecimento.
Com fome, a moça pediu um lanche, o qual devorou.
Quando se levantava para voltar a sua cabine, André seguiu em sua direção e colocou a mão em seu ombro.
Imediatamente ela se virou para ele.
Nisto o moço, dizendo que ainda não havia se apresentado, respondeu que se chamava André.
A seguir, perguntou o nome da moça.
Roberta respondeu-lhe seu nome.
André elogiou-a, dizendo que Roberta era um bonito nome.
Roberta agradeceu o elogio.
Nisto, dizendo que ainda era cedo para se recolher, sugeriu que ficassem conversando.
Roberta tentou argumentar, mas André, perguntando-lhe se havia algum impedimento para que permanecessem no vagão restaurante, fez com ela se lembrasse que estava brigada com o marido.
Ainda assim, decidiu conversar um pouco com o moço.
André comentou então, que os Alpes Suíços eram deslumbrantes.
Fato este, com o qual Roberta concordou.
André respondeu que adorava viajar. Contou que já havia visitado Roma, Napoles, Paris...
Quando o moço começou a citar nomes de cidades por onde havia passado, Roberta respondeu que havia conhecido alguns desses lugares.
Comentou que morou durante algum tempo em Londres, mas depois decidiu mudar de ares.
Relatou que estava disposta a fixar residência em Portugal.
André comentou então, que depois da tournée pela Suíça, Áustria e outros países, iria voltar para a Península Ibérica.
Aproveitando o ensejo, o moço combinou de se encontrarem no país.
Quando o trem parou na estação, André levou a moça de táxi até o hotel onde ficaria hospedada.
Em seguida se dirigiu ao local onde passaria os próximos dias.
Mais tarde, o moço foi até o hotel onde deixara a moça.
Como a mesma houvesse saído, o moço deixou um cartão com o número de seu telefone, na recepção do hotel.
Quando a moça retornou ao hotel, foi informada por um funcionário da recepção que um moço havia passado por ali. Estava a sua procura. Com isto, deixou um cartão com o número de seu telefone.
Hesitante, a moça ficou observando o cartão.
Só resolveu ligar depois de muito pensar.
Com efeito, quando André recebeu a ligação da moça, mal podia acreditar.
Animado, perguntou-lhe se ela havia passeado muito.
Notando que esta era a hora de se aproximar, André sugeriu que saíssem juntos. Propôs que caminhassem pelas ruas da cidade, e mais tarde poderiam jantar em um dos restaurantes típicos.
Com isto, André e Roberta caminharam por ruas calmas, com construções germânicas, os Alpes emoldurando a paisagem. Muito frio, muita neve.
Roberta respondeu que com tanto frio, precisaria providenciar mais casacos. Argumentou que muito embora estivesse se acostumando com o tempo rigoroso da Europa, ainda sentia saudades do calor do Brasil.
Curioso, André perguntou:
- E de onde você é?
Roberta respondeu que morava em São Paulo.
André retrucou dizendo que também viera da cidade de São Paulo.
Animado, comentou que São Paulo era a economia que nunca dorme.
Curioso, perguntou-lhe o que fazia.
Roberta, desconfortável, respondeu que não gostaria de falar sobre sua vida pessoal. Contou que o passeio estava tão agradável que não sentia vontade de falar de si mesma.
Nisto, tentando desviar o foco, perguntou sobre a vida do moço.
André respondeu que era advogado.
Dizendo porém que estava insatisfeito com seu trabalho, comentou que decidiu se afastar um pouco dele. Contou divertido, que havia decidido permanecer por um ano realizando viagens. Sua intenção era conhecer a maior quantidade possível de países.
Roberta comentou que a tarefa devia ser muito divertida.
Mais tarde o casal jantou.
Sem saber o que pedir, já que o cardápio estava todo em alemão, Roberta ficou tentando decifrar o cardápio.
André então, percebendo a dificuldade da moça, sugeriu que ela pedisse o rösti.
Como Roberta não sabia que tipo de prato era, o moço explicou-lhe que se tratava de um prato feito de batatas finas fritas, misturadas com manteiga, podendo-se juntar bacon, cebolas, entre outros ingredientes.
A moça gostou da sugestão do moço.
André por sua vez, pediu uma raclette.
Para isto, perguntou para o garçom se ele entendia francês.
Como o garçom entendesse o que dizia, o moço realizou os pedidos.
Roberta espantou-se. Afinal de contas, como poderia entender o cardápio, e não conseguir se comunicar em alemão?
André respondeu-lhe que ler em alemão não era tão complicado quanto se expressar no idioma.
Roberta achou graça.
Por fim, perguntou o que ele havia pedido.
André respondeu-lhe então, que os suíços produzem um queijo especial para este prato, e que para a raclette, o mesmo é derretido e servido com batatas cozidas e pickles.
Para acompanhar as iguarias, André solicitou um vinho tinto francês.
Com efeito, quando a comida foi servida, o moço ofereceu um pouco da raclette a moça.
Roberta adorou o prato.
Mais tarde, a dupla caminhou pelas ruas tranqüilas da cidade.
Sorrindo, comentaram que o lugar parecia muito tranqüilo, um pedaço do paraíso.
André ofereceu então seu braço para a moça segurar.
Nos dias que se seguiram, André e ela passearam por diversas cidades circundadas pelos Alpes. Viajaram de trem.
Mais tarde Roberta e André seguiram para Portugal.
Roberta decidiu se estabelecer em Lisboa.
Com isto, embora tenha resistido as investidas de André durante a viagem pelos Alpes, em Portugal a situação se afigurou diferente.
Em dado momento, não resistindo ao assédio do moço, capitulou.
Desta forma, o casal iniciou um romance.
André, procurando impressionar a moça, combinou encontrarem-se no apartamento que alugara.
Nisto, providenciou flores para enfeitar o lugar, bem como escolheu belas canções para complementar a atmosfera.
Ansioso, aguardou a moça, observando a movimentação da rua pela janela.
Ao perceber a aproximação de Roberta, André se ajeitou.
Quando a moça apertou sua campainha, o moço recebeu-a com um sorriso.
Nisto, o moço estendeu-lhe o braço, sinalizando para que ela entrasse.
Roberta riu do gesto cerimonioso. Em seguida, adentrou a sala.
Atenta, observou o ambiente enfeitado de flores e música.
Tudo criava uma atmosfera envolvente.
André então convidou-a para sentar.
Ofereceu-lhe vinho.
No que Roberta gentilmente recusou o oferecimento.
André por sua vez, serviu-se de um cálice de vinho.
A seguir, sentou-se ao lado da moça.
Perguntou-lhe como estava.
Roberta respondeu então, que estava bem.
Comentou que estava procurando trabalho, posto que não poderia ficar a viver de brisa.
André, percebendo isto, perguntou:
- Desculpe-me por estar sendo invasivo, mas qual era o seu trabalho?
Roberta respondeu-lhe que era jornalista.
Ao ouvir isto, o jovem comentou que havia um amigo dos tempos de escola, que se tornara jornalista e trabalhava em Portugal.
Desta forma, tencionando ser prestativo, o moço respondeu que poderia sugerir seu nome para o amigo.
Roberta agradeceu a gentileza.
André disse então que contataria o amigo nos próximos dias.
Nisto, tentando descontrair o ambiente, brincou dizendo:
- Agora que os problemas financeiros se acabaram, podemos nos ocupar de coisas mais agradáveis!
Enquanto dizia estas palavras, aproveitava para segurar a mão da moça.
Olhando-a nos olhos, colocou uma das mãos em seu rosto.
A seguir, beijou-a.
Roberta correspondeu a investida, colocando as mãos nos ombros do rapaz.
Nisto, André abraçou a moça.
Sorrindo, ofereceu-lhe novamente uma bebida.
Com isto, a certa altura, a moça bebeu um pouco de vinho.
Conversando, André recomendou-lhe que não se preocupasse mais com a falta de trabalho. Prometeu contatar seu amigo.
Nisto, o moço convidou-a para dançar.
André então, sem esperar que Roberta dissesse alguma coisa, segurou-a pelo braço, e puxou-a para junto de si.
E assim, dançaram. Juntinhos.
Aproveitando a ocasião, o rapaz aproveitava para lhe dizer gracejos.
Roberta ria.
André brincando, perguntou-lhe onde estava que não apareceu antes. Onde estava se escondendo?
O moço então, beijou a moça novamente.
Enquanto se abraçavam e se beijavam, André conduziu Roberta para o quarto.
Delicadamente o moço pousou o corpo da jovem em sua cama.
André então começou a despir-se.
Tirou os sapatos, a camisa, calça.
Em seguida aproximou-se da moça, auxiliando-a a despir de suas roupas.
Dormiram juntos.
Ao fim da longa noite, ao despertar, Roberta levantou-se da cama.
Começou a se vestir.
Vestiu sua blusa, calça, calçou seus sapatos...
André continuava a dormir.
Com isto, ao encontrar um bloco de notas, Roberta escreveu um recado para o moço.
Dobrou-o, deixando o bilhete ao lado da cama, onde o moço dormia.
Discretamente, a jovem retirou-se do quarto.
Roberta fechou a porta do aposento.
Voltou para seu apartamento.
Ao chegar em sua morada, a moça preparou um lanche e começou a folhear um jornal. Começou a circular classificados onde eram ofertadas vagas para trabalhar em escritórios, redações em revistas, etc.
Estava preocupada com a demora em encontrar trabalho.
Com efeito, quando André despertou, ao notar que ela não estava ao seu lado na cama, reparou na existência de um pedaço de papel dobrado.
Diante disto, abriu-o.
Por fora, estava grafado o seu nome.
Leu o conteúdo.
No breve recado, a moça dizia que havia adorado a noite que passaram juntos, mas que a vida não esperava e que ela tinha que cuidar de seu futuro. Desculpando-se pela saída inesperada, prometeu que assim que pudessem, voltariam a se encontrar.
André surpreendeu-se com a atitude da moça.
Não esperava que ela saísse inesperadamente de seu apartamento.
André sentou-se então em uma cadeira.
Tencionou ligar para o apartamento da moça.
Contudo, pensando que Roberta poderia querer ficar algum tempo sozinha, titubeou.
Roberta passou parte da manhã e parte da tarde procurando trabalho.
Porém, para sua decepção não conseguiu encontrar emprego.
Desanimada, voltou para casa.
André por sua vez, contatou o amigo.
Conversando com o mesmo, comentou que havia encontrado uma pessoa muito interessante, e que ela estava precisando de um emprego.
Cassiano, perguntou-lhe sobre a profissão da moça.
André respondeu-lhe que ela era jornalista. Chamava-se Roberta, e era brasileira.
- Brasileira? Que interessante!
O moço respondeu a Cassiano que já fazia algum tempo que a moça estava procurando emprego em Lisboa, mas não vinha obtendo êxito.
Cassiano respondeu que fazia muito tempo que não retornava ao país. Reclamou do fato do amigo ter demorado tanto para retomar contato.
André desculpou-se dizendo que estivera em falta. Argumentou que o trabalho consumia tanto o seu tempo, que nos últimos meses mal tinha tempo para lembrar de si mesmo.
Cassiano rindo, comentou que ele jamais poderia se tornar escravo de seu trabalho. Disse que isto era nefasto e fatal. E a vida, como ficava? Indagou.
André concordou. Comentou que fora por isto mesmo que decidiu se afastar por um ano de seu trabalho, e conhecer a maior quantidade possível de países da Europa.
Cassiano considerou a idéia original e encantadora. Relatou que era uma boa desculpa para se conhecer lugares e pessoas interessantes.
Sorrindo, André concordou.
Com isto, Cassiano combinou com o amigo de agendar uma entrevista com a moça. Disse-lhe que assim que conversasse com ela, poderia pedir para que ela entrasse em contato com ele.
André agradeceu a gentileza do amigo. Relatou que se quando precisasse de alguma coisa poderia contar com ele.
Cassiano respondeu então, que não estava fazendo isto vislumbrando uma vantagem futura.
André retorquiu dizendo que não esperava menos do amigo.
Os rapazes riram.
Mais tarde, André ligou para Roberta.
Convidou-a para jantar.
Desanimada, a moça argumentou que estava cansada.
O moço, percebendo isto, insistiu para que ela jantasse com ele.
Comentou que precisavam conversar. Argumentou que se ela preferisse, poderia providenciar algo para comer. Assim, não teriam que ir a um restaurante.
Insistiu dizendo que dentro de meia-hora passaria em seu prédio para buscá-la.
Roberta concordou.
Nisto, a moça tomou um banho. Colocou um vestido e botas.
Quando o jovem chegou de carro em frente ao apartamento de Roberta, interfonou para seu apartamento, avisando que havia chegado.
Roberta, ao atender o interfone, pediu ao porteiro que deixasse o moço entrar.
André não esperou ser chamado duas vezes. Dirigiu-se ao apartamento da jovem.
Quando Roberta abriu a porta do apartamento, o moço percebeu o ar de preocupação dela.
Aflito, perguntou:
- Mas o que está havendo?
Tensa, Roberta respondeu que não estava com vontade de sair.
André, ao notar que a moça estava toda arrumada, insistiu para que ela lhe dissesse o que estava acontecendo.
A moça, sem jeito, respondeu:
- É que eu fiquei praticamente o dia inteiro procurando trabalho. Gastei sola de sapato e nada de encontrar! Estou ficando preocupada, minhas reservas não vão durar muito!
- Oh Meu Deus! – respondeu o moço, segurando o rosto dela – Eu já não te disse que iria conversar com aquele meu amigo? Pois bem, ele concordou em agendar uma entrevista com você. É só pegar o telefone e agendar.
Roberta perguntou surpresa:
- É mesmo?
- Sim, sua boba. Não precisa se preocupar. Eu tenho certeza que dará certo!
Nisto abraçou a moça.
Insistindo para que Roberta fosse até seu apartamento, André comentou que um jantar delicioso esperava por eles, e que já estava perdendo tempo demais com indecisões.
Ao ver o sorriso de André, a moça concordou.
Com isto, Roberta acompanhou o homem até a portaria do prédio.
André abriu a porta do carro para ela.
Quando a jovem saiu do carro, André novamente abriu a porta do carro para ela.
Segurou sua mão, conduziu-a até seu apartamento.
Chegando lá, perguntou-lhe se queria beber alguma coisa.
Roberta respondeu que preferia jantar.
André, ao perceber que a moça estava com fome, perguntou:
- Está com fome, não é?
Roberta balançou a cabeça afirmativamente.
Brincando, disse:
- Ô dó! Eu prometo que a comida ficará pronta em dez minutos.
Roberta pareceu-lhe impaciente.
André ofereceu-lhe um pouco de torradas com manteiga e orégano.
Recomendou-lhe apenas que não comesse muito, ou perderia a fome no jantar.
Roberta por sua vez, comeu algumas torradas.
Nisto, quando o jantar finalmente foi servido, André colocou no prato da moça, arroz, feijão, carne, salada e legumes.
Para acompanhar, suco de laranja.
Roberta colocou arroz, feijão, carne e legumes em seu garfo.
Levou a comida até a boca. Mastigou-a.
Ansioso, André perguntou:
- Está bom?
Roberta respondeu afirmativamente.
- Deixa eu ver se isto é verdade! – respondeu André sorrindo.
Nisto, provou a comida.
Brincando, comentou:
- Bom? Meu Deus! Você deve estar realmente com fome!
Roberta retrucou dizendo que a comida estava boa mesmo.
- Eu sei! Fui eu que fiz! Estava só brincando.
André pegou um pouco da comida que havia em seu prato, colocou-a no garfo e ofereceu para a moça.
Roberta serviu-se do conteúdo do garfo.
Jantaram.
De sobremesa, André ofereceu mousse de limão, que Roberta comeu elogiando.
Por fim, perguntou ao moço se fora ele quem realmente cozinhara.
No que André retrucou:
- Então você acha que eu mandei alguém preparar o jantar para mim, apenas para ganhar os louros? É óbvio que não! Eu sei cozinhar sim! E modéstia parte, melhor do que muitas mulheres.
Roberta concordou. Sim, ele cozinhava muito bem. Comentou por sua vez, que não sabia fritar nem um ovo.
Nisto, o moço respondeu que se ela se casasse com ele, não passaria apuros.
Roberta, ao ouvir a palavra casamento, expressou desagrado.
Ao notar isto, André perguntou:
- Algum problema?
Roberta desconversou.
Dizendo que apenas não pensava em se casar, desconversou.
André então, respondeu então que estava apenas brincando.
A moça tranqüilizou-se.
Conduzindo-a pela mão, o moço convidou-a para se sentar no sofá.
Recostando a cabeça da mulher em seu ombro, André recomendou-lhe que não se preocupasse com emprego, pois estava certo de que tudo conseguiria o emprego, após a entrevista com Cassiano.
Nisto, o moço passou o telefone do amigo.
Roberta colocou o pedaço de papel dentro de sua bolsa.
André segurou então a moça nos braços.
Cobriu-a de beijos.
Dormiram juntos novamente.
Ao despertar, a moça vestiu-se.
Antes de sair, beijou a fronte do moço.
André, ao sentir o toque dos lábios da jovem, dormindo que estava, sorriu.
Em seguida, despertou.
Ao notar que Roberta estava pronta para sair, segurou-a pelo braço.
Pedindo para que ela ficasse, o moço fez com ela perdesse o equilíbrio, caindo na cama.
André, pressionou-a contra ele.
Roberta, então, dizendo que precisava contatar Cassiano, argumentou que precisava voltar para casa.
O moço respondeu-lhe, que ela poderia utilizar o seu telefone.
A mulher sorriu.
Disse que precisava sair. Tinha compromissos.
André, percebendo que não tinha argumentos para retê-la, disse:
- Tudo bem. Eu me rendo! Mas não pense que você conseguirá se livrar assim tão fácil de mim!
Roberta beijou-o, e dizendo que mais tarde ligaria para ele, saiu do quarto.
André esticou-se na cama.
Espreguiçou-se.
Estava feliz.
Com isto, Roberta, ao chegar em seu apartamento, atirou-se no sofá.
Mais tarde, tomou um banho.
Depois, contatou o amigo de André.
Roberta identificou-se.
Cassiano combinou com a moça, que a entrevista estava marcada para dali a três dias.
Durante estes dias, André se encarregou de distrair a moça.
Saíram para jantar.
Visitaram museus, igrejas, praças, ruas estreitas.
Ao caminharem pela Ponte Vinte e Cinco de Abril, o casal admirou o Tejo.
Passearam pelo Porto.
Apreciaram um concerto no Coliseu dos Recreios.
Assistiram também, uma apresentação de fado acompanhada de guitarra portuguesa.
Conheceram museus.
Ao término de três dias, Roberta estava mais do que ansiosa.
Quando a moça se dirigiu ao endereço onde seria realizada a entrevista de emprego, vestia uma calça social e blaser.
André lhe dera uma carona até a redação onde seu amigo Cassiano trabalhava.
Atencioso, auxiliou a moça a descer do carro, abriu a porta para ela.
Por fim, desejou-lhe sorte.
Roberta agradeceu-lhe pela oportunidade.
André respondeu que não fora nada.
Com isto, a moça adentrou o local.
Estava mais do que ansiosa.
Por esta razão, os quinze minutos em que aguardou na sala de espera, lhe pareceram uma eternidade.
Nervosa, balançava a perna, mexia as mãos.
Quando finalmente Cassiano chamou-a, Roberta estava um pouco mais calma.
Cassiano perguntou-lhe se estava tudo bem.
Roberta respondeu que sim.
Nisto, Cassiano perguntou-lhe de suas experiências profissionais.
A moça explicou então, que era formada em jornalismo. Que começara como estagiária na redação de uma revista. Época em que passou a conhecer o meandro da profissão. Com isto, ao se formar, foi efetivada. Com isto, continuou a trabalhar na redação.
Argumentou que trabalhou durante longo tempo no local. Realizou matérias sobre comportamento.
Até que decidiu se afastar.
Cassiano perguntou o porquê do afastamento.
Roberta ficou tensa.
Nisto, pesando suas palavras, disse-lhe que sentiu necessidade de adquirir novos conhecimentos, para aperfeiçoar o seu trabalho. Sentia necessidade de conhecimento prático de outras realidades. Desta forma, decidiu realizar uma longa viagem. Sentia vontade conhecer o velho continente – a Europa.
Ressaltou que viajou para diversos países, e que realizou alguns trabalhos como free lancer.
Comentou também, que sentia necessidade de aplicar o conhecimento que havia adquirido, em um novo trabalho.
Cassiano ouvia a tudo interessado.
Desta feita, ao término da entrevista, o moço decidiu comunicar sua decisão.
Roberta por sua vez, ficou novamente tensa.
Porém, tentando disfarçar, aproximou as mãos, enquanto tentava demonstrar tranqüilidade.
Cassiano então, após alguns minutos de suspense, disse:
- Está contratada!
Surpresa, a moça agradeceu.
Cassiano cumprimentou-a.
Por fim, a moça saiu da sala.
Mais tarde, ela e André saíram para comemorar o novo emprego.
André parabenizou-a pela conquista.
Foram jantar em um restaurante.
Lá, Roberta comentou então um pouco mais sobre a entrevista. Contou também sobre suas experiências profissionais.
A certa altura, André comentou:
- Até que enfim eu fiquei sabendo um pouco mais sobre você!
Ao ouvir isto, a moça ficou sem jeito.
André, percebendo isto, perguntou-lhe se estava tudo bem.
Roberta, visivelmente incomodada, respondeu que haviam coisas em sua vida que não poderia contar para ninguém. Não naquele momento.
André ficou surpreso.
Roberta disse-lhe então, que entenderia se ele quisesse terminar o relacionamento com ela.
Sorrindo, André argumentou que isto não era motivo suficiente para terminar o namoro.
- Namoro? – perguntou Roberta surpresa.
- Sim! Namoro. – redargüiu o rapaz – Alguma coisa contra?
Roberta respondeu espantada que não.
Nervosa disse-lhe que assim que pudesse, contaria o que a fez querer retomar o seu trabalho.
Argumentou que não o fazia agora porque não queria estragar tão belo momento com preocupações e detalhes desnecessários.
André concordou.
Comentou que o momento era bonito demais para isto.
Beijou as mãos da moça.
Roberta ficou tocada com o gesto.
O casal bebeu vinho do porto.
Ao término do jantar, caminharam pelas ruas de Lisboa.
Visitaram o Palácio de Belém – sede oficial do presidente de Portugal.
No almoço, se deliciaram com uma deliciosa bacalhoada.
Visitaram os Jardins de Lisboa.
Roberta começou a trabalhar na redação da revista.
Começou a fazer matérias sobre comportamento.
Para isto, visitava lugares históricos, turísticos, culturais.
Cassiano fazia questão de elogiar seu trabalho.
A moça estava feliz.
Finalmente havia conquistado sua independência. Podia dormir tranqüila.
Seu relacionamento com André também a fazia feliz.
Neste momento, a única coisa que a incomodava, era o fato de não haver contado ao moço sobre seu estado civil.
Certo dia, quando o moço comentou sobre seu interesse em se casar, Roberta, ficou incomodada.
André, que a abraçava, ficou surpreso quando a moça se esquivou dele.
Perplexo, perguntou o que estava acontecendo.
A moça, percebendo que não poderia esconder por muito mais tempo a verdade, confessou ao moço que não poderia se casar.
- Mas por que não? Por que você não quer se casar? – perguntou um André atônito.
Nervosa, Roberta respondeu:
- Não é questão de não querer. Eu simplesmente não posso me casar com você.
Hesitante, a moça não teve outra alternativa senão confessar:
- Eu já sou casada.
André começou a rir.
Custou a acreditar que nas palavras da moça. Por um momento acreditou que se tratava de uma brincadeira.
Quando Roberta afirmou que não estava brincando, André ficou sem saber como agir.
Ao refletir sobre as palavras da moça, o rapaz ficou decepcionado.
Disse a jovem que ela o enganara.
Roberta ficou arrasada.
Aborrecido, André pediu para que ela fosse embora.
A moça pegou sua bolsa, e partiu.
Triste, ao chegar em sua casa, Roberta deitou-se no sofá de sua sala, onde ficou pensando em tudo o que havia dito.
Preocupada, a moça pediu para a secretaria de Cassiano para que agendasse um horário para conversar com ele.
Enquanto isto, continuou a executar o seu trabalho.
Realizava matérias sobre pontos turísticos de Lisboa. Conversava com pessoas, passeava por museus, pelo porto, pelo Tejo.
Na redação, redigia as reportagens. Ouvia as gravações feitas.
Conversava com o fotografo que a acompanhava, e comentava sobre as fotos realizadas. Perguntava quais comporiam a matéria.
Quando finalmente conseguiu falar com Cassiano, Roberta contou-lhe que omitira uma informação a seu respeito. Mencionou que seu estado civil era casada.
Constrangida, comentou que se ele quisesse rescindir o contrato de trabalho dispensando-a, poderia fazê-lo livremente. Não iria se opor.
Cassiano, pareceu surpreso.
Disse-lhe claramente que não sabia o que pensar.
Roberta entendeu seu situação.
Por esta razão respondeu-lhe que sairia da sala e assim que ele tivesse uma posição, poderia chamá-la para uma nova conversa.
Desculpou-se, retirando-se da sala.
Nisto, embora um pouco desconcentrada, Roberta continuou executando seu trabalho.
No dia seguinte, Cassiano chamou-a para conversar.
Tensa, Roberta escutou tudo o que o homem tinha a dizer.
Cassiano comentou que depois de conversarem, verificou a documentação que apresentara no RH. Notou que na documentação apresentada, constava a informação de que era casada.
Exibiu os papéis.
Curioso o moço perguntou-lhe por que somente agora mencionara o fato?
Roberta respondeu que estava há alguns meses separada de seu marido. Argumentou que desta vez as coisas eram definitivas. Não tinha a intenção de voltar a conviver com Leonardo.
Respondeu que este era o nome do marido.
Curioso, Cassiano perguntou se André sabia do fato e o que ele pensava sobre isto.
Roberta respondeu o moço sabia sim, e que provavelmente por esta razão, não a perdoaria pelo fato.
Cassiano, percebendo o constrangimento e o ar triste de Roberta, comentou:
- Em que situação você se meteu, hein garota?
- Eu sei. – respondeu a jovem.
Cassiano, percebendo o ar de pesar da moça, emendou:
- Não se preocupe! Se eu conheço bem meu amigo, ele vai acabar entendendo. Vai demorar um pouco, mas ele acabará entendendo.
Roberta respondeu então, que não conseguira explicar sua situação, e que André pensava ser seu amante, e não que ela estava separada de seu marido.
Cassiano penalizado, respondeu a moça, que ela não precisava se preocupar com seu emprego. Ressaltou ainda, que conversaria com André, e explicaria sua situação.
O homem pediu apenas para que ela fosse honesta com seu amigo. Perguntou-lhe se ela estava realmente interessada em ter uma relação séria com André.
Roberta respondeu que sim, muito embora não pudesse exigir este tipo de sacrifício do moço.
Comentou que ela ainda não estava separada do marido, e que não sabia como contar a Leonardo sobre sua decisão.
Cassiano, segurando sua mão, prometeu que conversaria com o amigo, mas insistiu para que ela contatasse Leonardo e comunicasse sua decisão de se separar.
Roberta concordou.
Nisto, Cassiano marcou uma conversa com o amigo.
Mais tarde, Cassiano foi até a casa de André.
Ao chegar lá, foi recebido por um rapaz apático, usando um roupão e amuado em um canto.
Cassiano espantou-se ao encontrar o amigo tão desanimado.
Ao ver-lhe entregue ao desânimo, Cassiano perguntou-lhe o que estava acontecendo.
André contou-lhe sobre Roberta, os momentos felizes que viveram juntos. Destacou o fato da moça ser casada.
Irritado, comentou que ela o enganara. Confessou que se sentia um tolo por isto.
Cassiano, relatou-lhe que Roberta lhe contara o fato.
Nisto, o rapaz relatou ao amigo, que a moça estava há meses separada do marido, e que não tinha a intenção de reatar com o tal Leonardo.
- Leonardo? Então este é o nome do marido? – perguntou André.
- Sim este é o nome do sujeito. Roberta comprometeu-se a contatá-lo e comunicar o interesse em se separar.
André resistiu a idéia.
Custava a acreditar que Roberta estava sendo sincera.
Cassiano, percebendo o temor do amigo, comentou que a moça não parecia estar fingindo.
Argumentou que ela estava disposta a enfrentar os fatos.
Confidenciou que ela colocara o emprego à disposição. Confessou-lhe toda a verdade.
Relatou que Roberta fora corajosa lhe contando toda a verdade. Ressalvou que ela não tinha obrigação nenhuma de se expor.
Cassiano confessou que ficou admirado com a atitude da moça. Considerou-a digna.
André, porém, continuava relutante.
Cassiano precisou convidar o rapaz para sair, para fazer com que André saísse de casa.
Roberta por sua vez, tentava contatar Leonardo.
Todavia, em que pese este fato, não vinha obtendo êxito.
Em um dos contatos telefônicos realizados, a secretária informou-lhe que Leonardo se encontrava realizando trabalho de correspondente internacional na Ásia.
Roberta disse-lhe que estava tentando contatá-lo por celular, mas não vinha obtendo êxito. Argumentou se ela não poderia lhe informar um telefone para contato.
A mulher do outro lado da linha, respondeu-lhe que não.
Roberta agradeceu.
Desligou desapontada.
Nisto, enquanto tentava contatar Leonardo, a moça se ocupava de seu trabalho.
André por sua vez, conversava com Cassiano.
Passados alguns dias, o moço passou a sair de casa, passear pela cidade.
Em dado momento, chegou a comentar com o amigo, que pensava em passear por outras cidades do país e depois visitar outros países da Europa e retornar ao Brasil.
Cassiano ao ouvir isto, aconselhou o amigo a pensar.
André respondeu que pensaria.
Caminhando pelas ruas de Lisboa, André encontrou Roberta, que fazia uma matéria em um dos muitos museus da cidade.
Ao ver a moça se aproximando, o rapaz ficou paralisado.
Roberta, entretida com seu trabalho, demorou para notar a presença de André.
O homem ficou observando-a entrevistar alguns visitantes do museu.
Enquanto a moça realizava a matéria, um fotografo escolhia os melhores ângulos para fotografar.
Quando terminou a entrevista, Roberta percebeu que André a observava.
Espantou-se.
Sem saber o que dizer, ficou olhando para o rapaz.
Nisto, André perguntou-lhe se ela continuava trabalhando com Cassiano.
Roberta respondeu que sim.
Irônico, o moço perguntou-lhe do marido.
Roberta ficou perplexa.
- Leonardo o seu nome, não é? – insistiu André.
Ao ouvir a pergunta proferida em tom agressivo, a moça pediu para André se calar.
Como o rapaz insistisse em discutir, a jovem respondeu que estava ali a trabalho e não para conversar.
Assim, virou-lhe as costas e seguida do fotografo, caminhou pelas dependências do museu.
Irritado, André passou a seguir os passos da dupla.
Roberta prosseguiu com seu trabalho.
Conversou com mais alguns visitantes. Entrevistou-os.
Perguntou-lhe se estavam gostando do passeio, quais os trajes mais lhe agradaram.
Foram tiradas fotos de alguns trajes – devidamente autorizadas por um funcionário.
Quando terminaram o trabalho, Roberta e o fotografo saíram das dependências do Museu Nacional do Traje.
Como André se afastara, a mulher pensou que ele havia desistido de segui-los.
Por fim, a jovem se despediu do fotografo. Disse que ficaria mais algum tempo no museu. Observaria com detalhes alguns trajes, e faria a matéria. Respondeu que dali a duas horas, estaria de volta a redação.
Nisto, a moça passou a observar trajes e acessórios pertencentes a família real, bonecas, brinquedos diversos, acessórios da indústria têxtil.
Estava entretida.
Tanto que não percebeu a aproximação de um jovem.
Era André, que lhe perguntou se estava gostando de conhecer um pouco sobre a cultura de um dos povos que formou o Brasil.
Quando Roberta virou-se para observar o moço, André perguntou-lhe se estava gostando de trabalhar com Cassiano.
A moça respondeu que sim. Acrescentou ele era uma pessoa ótima.
André concordou. Emendou dizendo que não merecia ser enganado.
Roberta se enervou.
Dizendo que não enganara ninguém, respondeu que sua relação com Cassiano era estritamente profissional, e que não passava suas tardes caçando homens.
O moço riu.
A jovem se afastou.
André então, percebendo que Roberta se ofendera e que não aceitaria provocações, resolveu ir ao seu encontro.
Enquanto a moça se dirigia a outro ambiente do museu, André resolveu ir ao seu encontro.
Roberta, ao perceber a aproximação, exigiu que ele se afastasse. Argumentou que ele não precisava acreditar em suas palavras, e que se não tinha um bom conceito dela, não deveria nem se aproximar.
André, percebendo que exagerara, pediu-lhe desculpas. Disse que se sentira enciumado com os cuidados que Cassiano vinha lhe dispensando.
Roberta surpreendeu-se com as palavras do moço.
André por sua vez, prosseguiu o relato.
Disse que ficara muito chateado em saber depois de meses de namoro, que a moça era casada. Confessou que se sentiu traído. Por algum tempo, ficou pensando que ela o havia usado como uma distração.
Roberta comentou que não tivera coragem de dizer a verdade, por que temia que ao contar que era casada, ele se afastasse. Ressaltou que era casada apenas no papel e que fazia meses que não via o marido. Argumentou que estava tentando contatá-lo para definir sua situação jurídica.
André, ao ouvir estas palavras, respondeu que Cassiano lhe havia informado sobre os fatos.
Roberta pediu-lhe desculpas.
Dizendo que não tivera a intenção de magoá-lo, comentou que não omitira o fato por maldade, e sim por falta de coragem em falar a verdade.
André a desculpou.
Mencionou que acreditava em sua honestidade.
Nisto, o casal aproximou-se.
Abraçaram-se.
E assim, Roberta e André continuaram a observar o acervo do museu.
Desta feita, ao saírem do local, Roberta, argumentando que precisava retornar a redação, comentou que mais tarde, poderiam conversar à vontade.
André insistiu para que ela fosse com ele a seu apartamento.
Roberta porém, retrucou dizendo que precisava retornar ao trabalho.
Com isto, sugeriu que ele poderia escolher um lugar para jantarem.
André concordou.
E assim, Roberta voltou a redação da revista onde trabalhava.
Passou toda a tarde trabalhando na redação da matéria que realizara durante a manhã.
André por sua vez, voltou feliz ao seu apartamento.
Ficou pensando no que preparar para o jantar com Roberta.
Cuidadoso, providenciou flores para enfeitar toda a casa.
Escolheu CD’s com músicas brasileiras.
Quando Cassiano soube por seu funcionário que Roberta encontrara André, foi conversar com a moça.
Ao ver-lhe, notou que a jovem estava com um ar levemente distraído.
Indiscreto, Cassiano perguntou se estava tudo bem.
Roberta respondeu que sim. Comentou que iria se encontrar com André.
Cassiano desejou-lhe sorte.
Ao término do expediente a moça dirigiu-se ao seu apartamento onde tomou um banho.
Quando saía do chuveiro e se enrolava em uma toalha, escutou seu celular tocar.
Ao atender a ligação, Roberta respondeu que acabara de sair do banho.
André comentou malicioso que achava uma pena não estar em seu apartamento para ajudá-la a se vestir.
Uma pena mesmo. Dizia.
Por fim, comentou que ela se arrumasse o mais depressa possível, pois iria buscá-la.
Roberta respondeu que não havia necessidade de buscá-la. Respondeu que poderia perfeitamente pegar um táxi.
André concordou. Argumentou porém, que pagaria a corrida.
Roberta concordou. Prometeu que no máximo em quarenta minutos estaria em seu apartamento.
Nisto, o casal se despediu.
A moça então, decidiu vestir, uma roupa leve.
Um vestido de alças estampado, com uma sandália de salto.
Enquanto se vestia, chamou um táxi.
E assim, cerca de cinqüenta minutos depois, estava apertando a campainha do apartamento do moço.
Quando André a atendeu, comentou:
- Você prometeu que chegaria em no máximo, quarenta minutos, mas demorou quase uma hora para chegar.
Roberta, pedindo desculpas, respondeu que enfrentou um pouco de trânsito para chegar lá.
André respondeu desconfiado, que imaginava o que a atrasara.
A moça riu.
André convidou-a para sentar. Ofereceu-lhe um guaraná.
Por fim, comentou que havia preparado um jantar para eles.
Em questão de minutos, o moço ofereceu-lhe conchiglione.
Roberta foi servida por André.
Ao saborear a iguaria, comentou que estava delicioso.
André envaidecido, respondeu que recheara o macarrão com catupiry.
Comentou fazendo charme, que tivera trabalho em encontrar o queijo.
Sugeriu uma recompensa.
Roberta beijou-lhe o rosto.
André disse que era pouco.
A jovem beijou-lhe os lábios.
Abraçaram-se.
Sorrindo, André confidenciou que estava aguardando por aquele momento já há algum tempo.
Beijaram-se novamente.
No dia seguinte, André levantou-se da cama.
Velou por alguns minutos pelo sono de Roberta, que dormia em sua cama.
Decidiu preparar um café da manhã para ela.
Em uma bandeja, colocou leite, café, suco de laranja, pão, algumas frutas, frios. Para enfeitar, pegou algumas flores e colocou na bandeja.
Ao retornar ao quarto, percebendo que a moça ainda dormia, o moço pegou uma gérbera e depois de depositar a bandeja em um sofá, começou a acariciar o rosto da jovem com a flor.
Roberta que dormia, despertou languidamente. Espreguiçou-se.
Brincando, André disse-lhe:
- Acorda Bela Adormecida! O café está pronto.
Roberta sentou-se na cama.
André ofereceu-lhe café.
Roberta aceitou o suco de laranja.
André ofereceu-lhe pão, e a moça se serviu de frios.
Enquanto a jovem se servia da refeição, o moço lhe perguntava se a refeição estava boa.
Roberta rindo, respondia que sim.
Como a moça não teria que trabalhar em pleno sábado, André a convidou para um passeio pela cidade.
E assim seguiram-se os dias de idílio do casal.
Nisto, Leonardo, que ficara meses trabalhando como correspondente internacional, resolveu retornar a Europa.
Ao tomar conhecimento de que Roberta o havia procurado, decidiu ir a procura da mulher.
Como sua secretária não soubesse onde ela estava exatamente, ficou ansioso por um retorno.
Roberta contudo, não retornou.
Por fim, ao saber que a moça se encontrava em Lisboa, Leonardo decidiu se dirigir até o local.
Certo dia, passeando pelos jardins e museus da cidade portuguesa, o homem tivera a impressão de ver Roberta.
Razão pela qual resolveu seguir a moça.
Acompanhou-a por jardins e por um museu.
Qual não foi sua surpresa, ao ver a esposa, conversando com um rapaz.
Discreto, resolveu seguir a dupla à distância.
Atento, seguiu a esposa, até o prédio onde André morava.
Porém, como não tinha autorização para entrar no condomínio, teve que encerrar momentaneamente sua busca.
No dia seguinte, no entanto, ficou a aguardar o rapaz sair do prédio.
Leonardo ficou perplexo ao ver que André saíra acompanhado de Roberta.
Indignado, o homem não se conteve.
Ao ver o casal abraçado, Leonardo gritou dizendo que Roberta era muito rápida.
A moça ao ouvir aquela voz conhecida, virou-se para ver quem era o autor da agressiva frase.
Com efeito, ao ver Leonardo diante de si, a jovem ficou pálida.
Roberta não esperava encontrar o moço daquela maneira. Não sabia o que dizer.
Atônita, ouviu o rapaz dizer-lhe uma série de impropérios.
No que foi defendida por André.
André, disse que eles estavam separados há tempos, e que ela tinha o direito de reconstruir sua vida.
Leonardo riu. Como reconstruir a vida se ainda era casada com ele?
André, percebendo que curiosos paravam para ver a cena, sugeriu ao moço, para subir com ele e Roberta para seu apartamento. Argumentou que ali, não era o local apropriado para discutir qualquer situação.
Leonardo respondeu que não estava disposto a trocar mais uma palavra com Roberta, quanto mais ficar no mesmo ambiente que eles.
André insistiu. Disse que eles precisavam conversar.
Leonardo por fim, concordou.
Nisto, o trio subiu para o apartamento de André.
Lá Leonardo respondeu que Roberta não tinha o direito de traí-lo.
Nervoso, André retrucou dizendo que não houve traição, tendo em vista que eles estavam separados.
- Separados apenas por causa de uma briguinha. Não separados juridicamente. Na forma da lei. – retorquiu irritado, Leonardo.
- Ah tá! Então Roberta tenta fazer inúmeras ligações para você, sem obter retorno ... Ah, me esqueci de dizer sobre o tempo em que estão separados ... Sem contar o fato de um não saber o paradeiro do outro. – respondeu André.
- Não é bem assim!
Roberta, percebendo que aquela conversa não chegaria a lugar algum, disse:
- Vocês falam de mim, como se eu não estivesse aqui! E a mim, ninguém vai me dar a palavra?
Leonardo com isto, pediu-lhe explicações sobre o fato dela estar envolvida com André.
Roberta respondeu-lhe então, que estava apaixonada pelo moço.
Ao ouvir isto, Leonardo ficou desapontado. Questionou o fato de em tão pouco tempo a moça estar tão apaixonada por outro homem. Comentou que as coisas aconteciam de forma muito rápida para ela.
Ao ouvir estas palavras, a moça se ofendeu.
Dizendo que as coisas se encaminharam desta forma, ressalvou que ele também contribuíra para a separação. Respondeu que tentou contatá-lo para informar-lhe os fatos, mas não obteve êxito em seu desiderato.
Leonardo, recordando-se dos recados deixados por sua secretária, respondeu decepcionado:
- Então era para isto, que você estava tentando me contatar?
Arrasado, o moço sentou-se no sofá.
Ficou algum tempo olhando para o chão.
Depois ficou a observar o casal.
Roberta estava ao lado de André.
Leonardo disse-lhes amargurado:
- Então é isto? Uma coisa tão bonita, que durou anos, acaba desta forma? E eu que pensei que esta separação não fosse definitiva. Assim como não foram as outras.
Nisto, Leonardo olhou para André.
- Pois bem! Sejam felizes. Só tome cuidado com esta moça. Roberta é espoleta. Da mesma forma que ela me trocou como uma trouxa de roupa suja, ele pode fazer o mesmo com você. Nunca se sabe.
Ao ouvir isto, André avançou contra o moço.
Roberta tentou impedi-lo, mas não conseguiu.
André então, para rebater as palavras do rapaz, disse que ao contrário dele, não a abandonaria como ele o fez.
O moço argumentou que o fracasso de uma relação amorosa, nunca era culpa de apenas uma das partes. Quando o relacionamento fracassava, todos tem uma parcela de culpa.
Leonardo fuzilou-o com os olhos.
Levantou-se e dirigiu-se a porta do apartamento.
Nisto, André, usando de fina ironia, disse:
- Quando nos casarmos, mandaremos o convite para você!
Leonardo voltou-se para o casal e respondeu:
- Isto, se eu concordar com o divórcio!
Ao ouvir isto, André ameaçou pegar o rapaz pelo colarinho, mas Roberta o segurou pela cintura.
Vendo Leonardo se afastando, a moça falou baixinho, que Leonardo não poderia impedir que ela se separasse. Argumentou que o procedimento poderia ser mais demorado, mas que ela conseguiria o divórcio de qualquer forma.
Nisto o casal se abraçou.
O que Roberta não esperava, era que Leonardo passasse a segui-la por todos os lugares por onde passava.
Com isto, o rapaz descobriu o lugar onde a moça trabalhava.
Dias depois, Leonardo fez um escândalo na redação onde Roberta trabalhava, fazendo com que a moça fosse despedida.
Cassiano tentou reverter a demissão, mas diante da situação posta, não lhe restou outra alternativa senão formalizar a dispensa.
Comentou que recebeu ordens superiores para tanto.
Constrangido, argumentou que lamentava fazê-lo, mas que ajudaria a moça a encontrar outro emprego.
Roberta agradeceu o gesto de boa vontade, mas respondeu que ele não precisava se preocupar com isto.
Com isto, a moça dirigiu-se ao RH, onde recebeu as verbas a que tinha direito.
Nisto, a jovem voltou a procurar emprego.
Como não vinha obtendo êxito em seu intento, Roberta começou a se preocupar.
André respondeu-lhe que a ajudaria.
Com isto, como Roberta estava preocupada com a despesas do apartamento onde morava, acabou aceitando rescindir o contrato de aluguel e morar no apartamento alugado de André.
A certa altura, a moça aceitou a proposta do moço de continuar viajando pela Europa.
Tempos depois, Roberta teve que retornar ao Brasil.
André, convidado para executar um trabalho em Portugal, permaneceu no país por mais alguns meses.
Foi então que Roberta resolveu voltar para São Paulo, e socorreu-se das amigas.
Triste, lamentava o fato de haver magoado Leonardo.
Comentou contudo, que não estava mais apaixonada por ele, e que gostava muito de André.
Curiosa, Lucineide perguntou se ela mantinha contato com André.
Roberta respondeu que sim.
Comentou que embora ligasse para ele quase todos os dias, sentia muita falta do rapaz.
Josie perguntou se ela estava realmente disposta a se separar de Leonardo.
Roberta respondeu que sim.
Argumentou que no último encontro que tivera com Leonardo, diante de seu advogado, ouvira impropérios do moço. Disse que o jovem lhe chamara de adúltera, infiel, e até de ordinária.
Constantino, seu advogado, tentou amenizar o clima, mas não conseguiu.
Tudo que era dito em sua defesa, Leonardo respondia com mais agressões.
Percebendo que Leonardo só queria ofendê-la, Roberta retirou-se do recinto.
Agradeceu o empenho do advogado em trabalhar para que o divórcio fosse consensual, mas respondeu que diante do comportamento de Leonardo, nada indicava que este caminho seria o melhor.
Diante disto, Roberta procurou as amigas. Estava precisando de ajuda.
Lucineide comentou que durante todo este tempo, ela raramente manteve contato com as amigas.
Roberta disse que de fato, esteve em falta com as amigas. Pediu desculpas.
Josie aceitou o pedido, mas Lucineide permaneceu reticente.
Roberta, percebendo isto, comentou que o contato era pouco, mas a amizade nunca diminuiu, mesmo com a distância. Tanto que ao se ver em dificuldades foi nela e em Josie que pensou.
Argumentou ainda, que diante de tanta força e tanta amizade, não se enganara com elas.
Com isto, Lucineide a abraçou.
Comentou que como sempre, a moça era muito hábil com as palavras. Levava a todos na conversa.
Josie riu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 18 de março de 2021
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 29
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 28
Quando o casal se apercebeu o do adiantado das horas, Olavo respondeu que talvez não conseguisse encontrar um táxi para voltar ao hotel.
Josie, ao olhar o relógio, percebeu que já passava da meia-noite.
Percebendo que o moço não encontraria um táxi, sugeriu que ele dormisse em sua casa.
Olavo, todo cerimonioso, respondeu que não queria incomodar.
Josie respondeu que ele poderia dormir na sala do apartamento.
Disse que providenciaria travesseiros e cobertores.
A moça então pegou lençóis, travesseiro e cobertores em seu guarda-roupa, e tentou ajeitar o sofá.
Porém, ao perceber que Olavo não ficaria confortável em um espaço tão diminuto, ficou indecisa.
Sugeriu que o moço dormisse no chão.
Josie dirigiu-se então ao quarto.
Retornou com mais duas cobertas.
Olavo por sua vez, respondeu que não havia necessidade de tanto zelo.
Argumentando que poderia dormir em qualquer lugar, disse que ela não precisava ter tanto trabalho.
Mais tarde, o moço deitou-se na cama improvisada.
Josie, perguntou-lhe se estava confortável.
Olavo respondeu que a ‘cama’ estava macia, mas muito quente.
A moça então, percebendo que o calor que fazia São Paulo, constatou que o rapaz não passaria bem com tantos cobertores. Contudo, argumentou que sem aquela providência, ele teria que dormir no chão duro.
Olavo respondeu que não se importava.
Desta maneira, pediu licença a moça, retirando alguns cobertores.
Mais tarde, a moça se recolheu, vindo a se deitar na cama instalada em seu quarto.
O moço por sua vez, não dormira bem.
Com o calor, os cobertores se tornaram muito quentes.
De maneiras que, o rapaz se viu compelido a dormir no sofá, permanecendo boa parte da noite encolhido.
Durante a madrugada, o moço aproveitou para observar a moça.
Segurando a maçaneta da porta, ficou de longe observando a jovem dormindo.
A moça dormia com a luz colorida do abajur acesa.
Olavo olhou-a enternecido.
Mais tarde, foi a vez da moça observar que o rapaz estava dormindo bem.
Josie ao ver o rapaz todo contorcido no sofá, ficou penalizada.
Ao constatar que o rapaz não estava confortável, decidiu acordá-lo.
Ao ser despertado, o moço perguntou se já era hora de despertar.
Josie perguntou-lhe então, se não preferia dormir em seu quarto.
Olavo respondeu que não, que estava bem.
Como a moça não ficara convencida, insistiu para que ele dormisse na cama.
Preocupado, o rapaz perguntou se havia outra cama na residência.
Josie respondeu que não.
- E onde você irá dormir? – perguntou.
A moça respondeu então, que iria se ajeitar no sofá.
Olavo, ao ouvir tais palavras, ficou indignado.
- Como assim? Não tem cabimento uma coisa dessas! Eu não vim aqui para desalojar ninguém!
Josie argumentou que não havia problema.
Olavo protestou.
O casal só chegou um acordo, quando a moça aceitou continuar dormindo na cama junto com ele.
Nisto, Josie tentou demarcar seu espaço.
O moço concordou.
Porém, conforme o sono chegava, o rapaz aproveitava para se aproximar da moça.
Enquanto fingia estar dormindo, aproveitava para tentar se encostar em Josie.
Sonolenta, a jovem mal percebia o contato.
Com isto, Olavo aos poucos se aproximou da moça.
Primeiramente tocando em seus pés, se aproximando lentamente.
Tocou em seus cabelos, sentiu o seu perfume.
Em dado momento o rapaz tocou em seu ombro.
A certa altura, a moça que estava de costas para ele, virou-se.
Olavo tentou acariciar seu rosto, mas se conteve.
Por um momento, teve medo que a jovem se ofendesse com seu gesto, e decidisse se afastar dele.
O moço ficou então contemplando o rosto da jovem.
Josie, que dormia tranqüila, despertou.
Ao vê-lo observando-a, sorriu para ele.
Perguntou-lhe por que não estava dormindo.
Olavo respondeu nervoso, que havia perdido o sono.
Josie, preocupada, perguntou se estava tudo bem.
O homem respondeu que sim.
Ela porém, notou intranqüilidade nos olhos do moço.
Insistiu para que dissesse o que estava acontecendo.
Tenso, o rapaz tentou desconversar, mas Josie pressionou-o.
Olavo sem jeito, pediu para dormir no chão.
A mulher respondeu que não.
- Afinal de contas, não está tudo bem?
Como Olavo permanecesse tenso, abraçou o moço, acariciando suas costas.
O moço começou a sentir arrepios.
Ao notar isto, Olavo pediu para que a jovem o soltasse.
Josie ficou surpresa.
- Mas por que? Ficar perto de mim é tão desagradável assim?
Nisto, a moça soltou o rapaz, que olhou-a envergonhado.
Ao fitá-lo, Josie percebeu o que ele estava tentando dizer.
Ao notar que o que o jovem estava tentando educadamente dizer, ficou nervosa.
Sem saber o que fazer, ficou olhando para ele.
Olavo não sabia onde enfiar a cara.
Estava com vergonha.
Constrangido, disse que em nenhum momento de sua vida, se sentira tão desconfortável.
Nisto, pediu desculpas a moça e insistiu em voltar a pé para o hotel onde estava hospedado.
Josie protestou.
Disse que São Paulo era uma cidade perigosa, e que o hotel onde estava hospedado ficava muito longe dali.
Argumentou que sua presença não era um incomodo para ela.
A moça então, pediu-lhe desculpas.
Disse que não estava sendo hospitaleira como deveria.
Olavo então, num impulso, segurou-a pelo braço e beijou-a.
Josie não se opôs.
Com isto, o rapaz abraçou a moça e continuou a beijar-lhe a boca.
Acariciou suas costas.
Josie colocou as mãos em seu rosto.
A moça vestia uma camisola.
O rapaz usava uma camisa.
A certa altura, Olavo estava a beijar o pescoço e o colo da namorada.
Despidos, o moço ajeitou delicadamente a moça sobre a cama.
Mais tarde, Olavo procurou na cozinha do apartamento da moça, mantimentos para servir como café da manhã para sua namorada.
Desajeitado, preparou café, leite, chá, encontrou torradas, queijo branco, uvas, manteiga.
Procurou uma bandeja onde ajeitou todos os alimentos com todo o cuidado.
Cuidadoso, entrou no quarto da moça com todo o cuidado.
Depositou a bandeja na cama.
Em seguida, aproximou-se da moça. Sussurrando em seu ouvido, disse:
- Acorda, dorminhoca!
Josie, olhou para o rapaz, sonolenta.
Ainda em estado em torpor, respondeu:
- Bom dia!
Nisto Olavo insistiu para que ela não voltasse a dormir.
Apresentou-lhe a bandeja de café da manhã.
Josie então acomodou-se na cama, para o moço pudesse colocar a bandeja a seu lado.
Atencioso, o homem sugeria que ela se servisse de tudo o que estava na bandeja.
A jovem não sabia por onde começar.
Olavo pegou o cacho uvas e começou a colocar as frutas na boca da moça.
O casal tomou o desjejum juntos, com Olavo colocando comida na boca de Josie, e a moça fazendo o mesmo com ele.
Entusiasmado, o moço comentou que ela precisava voltar para o Sul, agora na qualidade de convidada dele.
Vaidoso, Olavo argumentou que havia muito o conhecer do estado, as praias, a Lagoa dos Patos, as Missões. Disse que o Rio Grande era um estado de muitas tradições.
Josie olhava-o com ternura.
A moça, tentando provocá-lo, respondeu que só voltaria ao Sul, se ele se trajasse conforme as mais rigorosas tradições gaúchas.
A mulher queria vê-lo pilchado.
Olavo começou a rir.
Josie indagou o porquê das risadas.
O moço respondeu, que imaginando que seria cobrado para que assim procedesse, trouxe em sua mala, toda a indumentária tradicional gaúcha.
Josie ficou entusiasmada.
Olavo contudo, respondeu que havia uma condição para assim proceder.
- Que condição? – perguntou Josie.
- Simples! Eu só vou me vestir assim no lugar apropriado. – redargüiu o moço.
- Como assim? – insistiu ela.
- Eu só vou me vestir assim, em um ambiente com música gaúcha.
Josie sorriu.
Prometeu que procuraria um restaurante com comida típica, mas que não poderia garantir a música.
Olavo insistiu na música tradicional.
Diante disto, a moça respondeu:
- Está certo! Em uma cidade como São Paulo, acho que não vai ser difícil encontrar um lugar nestas condições.
Olavo sorriu triunfante.
- Então está acertado!
Mais tarde, o moço tomou um banho.
Josie passou a camisa amassada do moço.
Olavo comentou que precisava voltar para o hotel.
Pediu a moça para que não demorasse para encontrar o restaurante.
Nisto, Olavo se despediu da moça.
Disse que mais tarde, telefonaria para ela.
Josie então, passou a procurar um restaurante.
Pesquisou na internet.
Para sua surpresa, não teve trabalho para encontrar um bom lugar.
Desta maneira, ligou para o celular do rapaz. Estava ansiosa para contar a novidade.
Quando Olavo foi informado do fato, foi logo intimado pela moça a se paramentar, pois jantariam no aludido restaurante.
Sorrindo, o rapaz concordou.
A noite, Olavo foi buscar Josie em seu apartamento.
A moça estava impecável em seu vestido verde de manga única.
O homem elogiou a elegância da jovem.
Josie também ficou encantada com a indumentária do moço.
Elogiou-o dizendo que estava muito garboso.
Olavo ficou envaidecido com o elogio.
Com isto, estendeu o braço para a moça.
De táxi, o casal rumou para o restaurante na região do aeroporto.
Olavo, reconhecendo a região, comentou que conhecia o lugar.
Josie sorriu.
Ao chegarem no restaurante, foram conduzidos pelo garçom.
Olavo puxou a cadeira para a moça sentar-se.
O garçom explicou que se tratava de um rodízio.
Ofereceu arroz à carreteiro, que Josie de pronto aceitou.
Olavo também se serviu um pouco do arroz. Mas o que lhe interessava mesmo, era o churrasco.
Ao começarem a ser oferecidas carnes, o moço se serviu de frango, carne bovina, lingüiça.
Até salada o rapaz comeu.
Enquanto se deleitava com a comida, Olavo matava as saudades de sua terra, ouvindo as típicas canções gaúchas.
No restaurante, os cantores usavam bombacha, lenço, chapéu, botas.
Olavo ficou encantado.
Comentou que parecia estar em um evento cultural de seu estado.
A moça sorriu satisfeita.
Com isto, Josie, também comeu um pouco de carne.
Mas nada que se comparasse ao apetite do moço.
Animado, a todo o momento Olavo perguntava se ela não iria comer mais.
Josie respondeu agradecida que não. Disse que estava satisfeita.
Olavo por sua vez, argumentou que ela havia comido pouco.
Chegou até a lhe sugerir uma sobremesa.
Josie recusou, reafirmando que estava satisfeita. Insistiu para que ele não se preocupasse.
Nisto, estendeu sua mão para tocar no rosto do moço.
O jovem, ao perceber o toque da mão de Josie, segurou-a beijando seu dorso.
A moça então, pediu ao moço que parasse de beijar sua mão, posto que todos os observavam.
Olavo chamou-a de boba. Argumentou que ninguém reparava neles.
Josie porém, ficou um pouco constrangida.
Percebendo isto, Olavo disse-lhe que pagaria e conta e saíram do restaurante.
Com isto, mais tarde pegaram um táxi e foram até o apartamento de Josie.
Solicitando que o taxista aguardasse um pouco, Olavo conduziu a moça até a entrada do prédio. Conversando com ela, sugeriu para que fosse com ele para hotel.
Disse-lhe que poderia fazer uma pequena mala, e assim passar a noite com ele.
Josie hesitou.
Olavo por sua vez, insistiu para que ela não o deixasse sozinho.
Dramático, argumentou que não conseguiria dormir depois dos momentos tão especiais que passaram juntos.
Aproximou-se então da moça, e beijou-a.
Constrangida, Josie falou que o taxista o estava aguardando.
Olavo insistiu delicadamente para que ela fizesse uma mala.
Meio sem jeito, ela acabou concordando.
Olavo sorriu.
Enquanto via a moça se afastar disse em voz alta:
- Volte logo!
Nisto, voltou para o táxi onde pediu para o taxista aguardar mais um pouco.
Josie entrou então em seu apartamento.
Abriu a porta do guarda-roupa, escolheu uma camisola, um jogo de roupas limpas para usar no dia seguinte, um sapato confortável, roupas íntimas, creme para o cabelo e um livro.
Depois de vinte minutos, a moça desceu carregando uma pequena mala.
Olavo estava ansioso.
Indiscreto, o taxista perguntou se era começo de namoro.
Olavo respondeu que já estavam namorando à distância há alguns meses.
Com isto, quando Josie abriu o portão de entrada do prédio, o moço saiu do táxi e conduziu-a até o veículo.
Gentilmente, abriu a porta para que ela pudesse entrar.
Segurou sua mala.
A seguir, entrou no veículo.
Por fim, partiram.
Ao chegarem no hotel, Olavo pagou a corrida.
Conduziu a moça até seu quarto.
Ao entrarem no ambiente, Olavo pediu para que ela ficasse à vontade.
Josie sentou-se no sofá.
Um pouco tenso, Olavo perguntou se ela queria beber alguma coisa.
Josie respondeu que não.
Com isto, o moço pegou a mala da jovem e colocou no armário.
Perguntou-lhe se queria dormir.
Josie respondeu então, que gostaria de usar o banheiro.
Olavo mostrou-lhe a porta.
Enquanto a moça se arrumava, o moço ligou para a recepção.
Mais tarde, um funcionário do hotel dirigiu-se até o quarto levando champagne e uma cesta com pétalas de rosas.
Com efeito, quando a jovem saiu do toilet, ficou admirada com a arrumação do quarto.
Havia pétalas de flores espalhadas pela cama, e champagne.
Olavo sugeriu um brinde.
Elogiou a camisola da moça. Disse-lhe que estava linda.
Nisto, ofereceu-lhe um pouco de champagne, servindo-lhe a bebida em uma bonita taça.
A esta altura, Olavo estava de roupão.
Josie achou-o encantador.
Olhando-o admirada, percebeu que nunca havia sido tão bem tratada por alguém.
Ao constatar isto, ficou emocionada.
Lágrimas correram de seus olhos.
Emocionada, bebeu a champagne.
Olavo sugeriu um brinde.
Feliz, disse que deveriam brindar a beleza do momento.
Brindaram.
Nisto, ao perceber que Josie continuava emocionada, aproximou-se e beijou suas lágrimas.
Parecia querer enxugá-las com seus beijos.
Por fim, tomou-a nos braços.
Beijou-lhe os lábios.
Encantador, disse-lhe que naquela noite, seria seu príncipe.
Josie riu.
Ao perceber que a moça estava mais alegre, Olavo respondeu que valera a pena a brincadeira.
Segurou sua mão e beijou-a.
Malicioso, o moço tornou a beijar seus lábios.
Retirou seu roupão.
Conduziu a moça até o leito.
Cobriu a moça de flores.
Passaram a noite juntos.
Feliz, Olavo dormiu com Josie em seus braços.
Ao despertar, percebendo que a moça não estava mais no leito, levantou sobressaltado.
Porém, ao perceber que Josie tomava banho no chuveiro, acalmou-se.
Quando a jovem saiu do banheiro, estava vestida com uma blusa branca e uma calça jeans. Calçava um sapato confortável.
Olavo permaneceu na cama.
Josie então, percebendo a existência de uma cesta com pétalas de rosa, começou a lançá-las sobre o dorso de Olavo.
Beijou seu pescoço.
Disse-lhe sussurrando que gostaria de passear. Perguntou-lhe se gostaria de continuar dormindo.
Olavo então espreguiçou-se.
Mexendo seus olhos, disse que iria se arrumar.
Josie respondeu que assistiria um pouco de televisão.
E assim, enquanto Olavo tomava banho e se perfumava, Josie assistia aos noticiários.
Quando saiu do banheiro, o moço estava usando uma calça jeans e uma camisa pólo.
Sentado na cama, calçou um tênis.
Olavo pediu então, para a moça desligar a televisão.
Saíram juntos do quarto.
Dirigiram-se para o salão.
Lá, deliciaram-se com um lauto café da manhã composto de iogurtes de variados tipos, sucos, leite, café, chás, frutas: como mamão, melão e morango. Croissant’s de frios, brioches, torradas com óleo e orégano, pedaços de bolo de coco, de fubá. Havia também, biscotinhos amanteigados.
Curiosa, Josie pegou um pouco de cada um dos itens e colocou em três pratos. Serviu-se de um iogurte e de suco de laranja.
Olavo ao vê-la com tanto apetite, comentou:
- Benza Deus!
A moça riu.
Enquanto saboreava os alimentos, a jovem oferecia pedaços a Olavo, que os aceitava prontamente.
Por fim, devidamente alimentados, o casal saiu de mãos dadas.
Caminhando pela cidade de São Paulo continuaram a se deslumbrar com a grandeza e a imensidão da capital.
Observaram prédios históricos, construções abandonadas, visitaram museus.
Josie mostrou ao rapaz a região da Luz, sua bela e antiga estação, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, a região do Bom Retiro, e o comércio popular.
Mais tarde, voltaram a região do centro, onde Josie apresentou o rapaz ao Páteo do Colégio, o Solar da Marquesa de Santos, e outros prédios históricos.
Almoçaram juntos em um dos restaurante da região.
Em outro passeio, visitaram o Memorial da América Latina, conheceram o Museu do Imigrante – onde passearam de trem.
Brincando, Josie disse-lhe em São Paulo também havia um passeio de trem antigo.
Olavo estava adorando conhecer uma São Paulo tão atrativa.
Insistindo para que o rapaz permanecesse mais alguns dias na capital, Josie acabou convencendo o rapaz a ficar.
Desta forma, Olavo hospedou-se na casa da moça.
Contatou seus pais. Informou-lhe sobre os progressos na negociação com o fornecedor. Disse que o negócio estava fechado e que já poderiam começar o fornecimento dos vinhos.
Otaviano ficou entusiasmado. Contudo, ao notar a demora do moço na capital, indagou o porquê da demora em retornar.
Olavo respondeu-lhe que não estava mais hospedado no hotel, e que a pedido da namorada, havia decidido permanecer mais alguns dias na capital.
Feliz, comentou que estava adorando conhecer a São Paulo de Josie, tão encantadoramente bela quanto ela.
Otaviano sorriu.
- Meu filho está me saindo um grande galanteador! – comentou o homem.
Vilma também conversou com o filho.
Quando o moço contou-lhe que estava hospedado na casa da moça, a mulher argumentou:
- Mas meu filho! Já está se espalhando?
Nisto, o jovem explicou-lhe que se hospedara em casa de Josie, a pedido da própria.
Vilma ficou espantada. Chegou até a comentar:
- Mas quanto progresso, hein meu rapaz!
Olavo não cabia em si de contente.
Sua mãe percebeu. Desejou-lhe felicidades, mas também recomendou-lhe para que tivesse juízo.
O jovem respondeu que procuraria ter juízo, mas que estando perto de Josie, seria difícil.
Ao ouvir isto, Vilma caiu na risada.
Comentou que ele estava muito saidinho. Disse que havia gostado muito da moça e que deveria ser cuidadoso com ela. Vilma argumentou que ela não parecia ser uma deslumbrada e sim uma moça para um relacionamento duradouro.
Olavo retrucou dizendo:
- Mas eu não estou brincando! Eu a adoro! Josie é muito especial! Eu nunca conheci uma garota igual a ela.
Seu filho proferira estas palavras com tanto sentimento, que Vilma percebeu a sinceridade e o afeto de Olavo.
Nisto, o moço comentou que estava tentando fazer com que cada minuto ao lado dela se tornasse especial.
Mãe e filho despediram-se então.
Vilma por sua vez, comentou com o marido, que o relacionamento do casal estava sério.
Otaviano conversando com a esposa, respondeu que adoraria ver o filho casado e feliz. Disse que era feliz em seu casamento, e que desejava o mesmo para o filho. Argumentou que ele não nascera para viver sozinho.
Durante a semana, Josie comentou exultante que sua matéria estava na nova edição da revista.
Animada, a moça ligou para o apartamento, informando Olavo que a revista já estava nas bancas.
O moço, curioso, tratou logo de procurar uma banca para comprar a revista.
Ao ler a matéria e apreciar as fotos, comentou consigo que Josie era muito cuidadosa e caprichosa.
Mais tarde, ligou para a moça parabenizando-a.
Disse-lhe que a matéria fora muito bem feita.
Josie agradeceu o elogio.
Medeiros – seu chefe – também elogiou a moça. Comentou que seu trabalho estava muito bem feito.
Com isto, Olavo ligou para seus pais, recomendando-lhes que comprassem um exemplar da revista em que havia uma matéria de Josie.
Vilma, respondeu que assim que fosse para a cidade, trataria de comprar uma edição.
Olavo disse o nome da revista, e comentou que a matéria estava na edição daquele mês.
Nisto, assim que conseguiu uma folga, Josie aproveitou para levar seu namorado para passear no Parque Ibirapuera.
Com efeito, o casal passeou pelas margens do lago, caminhou por entre as árvores, visitou o MAM, onde passaram pela marquise, e o Museu Afro Brasil.
O moço se impressionou pelo acervo do Museu Afro.
Impressionou-se com a estrutura do navio negreiro, e o jogo de luzes e de sons quando o visitante se aproximava do barco.
O barco, desconstruído, lembrava um fóssil.
Ao término do passeio aos museus, o rapaz comentou que São Paulo não era a selva de pedra que todos diziam.
Alegou que a cidade era encantadora, e que não era somente uma forte economia impulsionando o país.
Josie ressaltou que o estado é muito desenvolvido, a locomotiva do país, mas o estado e a cidade de São Paulo, não são impessoais a ponto de somente se reduzirem a números.
Outro dia, o casal visitou pela região do Ipiranga, visitaram a Praça do Monumento, admiraram a Casa do Grito, e o Museu Paulista – também conhecido como Museu do Ipiranga.
Caminharam pelo entorno, se deslumbraram com as mansões.
Entristeceram-se com as construções abandonadas.
Em novo passeio pela região da Avenida Paulista, conheceram o MASP.
Passearam pelo Parque Trianon.
Olavo comentou que o Parque era contraste em relação a Avenida tão movimentada.
Por fim, quando se aproximou o momento da partida de Olavo, Josie ficou um tanto desapontada.
Chegou a pedir para ele esperar só mais uma semana.
O jovem porém, dizendo que precisava continuar seu trabalho no Sul, comentou que necessitava dar uma satisfação para seus pais. Argumentou que já fazia quase um mês que viajara. Disse que estava sentindo falta de seu trabalho na vinícola.
Josie entendeu.
O moço então, perguntou-lhe quando entraria de férias.
Josie respondeu que dentro de dois meses, poderia usufruir de suas férias.
Olavo redargüiu que ficaria morrendo de saudade.
Quando finalmente chegou o momento da viagem, Josie visivelmente entristeceu-se.
O moço também estava triste, mas procurava disfarçar. Dizia que os dois meses chegariam depressa e que assim que fosse possível, eles se encontrariam.
E assim, Josie levou Olavo de táxi, até o aeroporto de Congonhas.
Quando a moça se dirigiu ao andar superior e viu o avião decolar, ficou com o coração apertado.
Mais tarde Lucineide foi visitar a amiga.
Josie estava se sentindo um tanto quanto solitária.
Lucineide percebia que a moça estava feliz, mesmo sentindo-se sozinha com a partida do moço.
Com isto, Josie comentou sobre os passeios que fizeram com Olavo.
Os momentos encantadores que passara ao lado do moço.
As amigas passaram a tarde juntas conversando.
Lucineide confidenciou então, que estava feliz com a alegria da amiga, mas que sentira sua falta durante o quase um mês em que ela se dedicou a Olavo.
Josie sorriu para a amiga e desculpou-se.
Comentou que estava em falta com ela.
Lucineide respondeu que não havia problemas pois eram coisas do amor.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 27
Ao vê-la em frente a sua porta, mal pode acreditar.
Josie pediu para entrar.
Nisto, o Olavo, surpreso, assentiu com a cabeça.
Observando-o, a jovem percebeu que o rapaz estava com o semblante triste.
Preocupada, pôs a mão em seu rosto e perguntou se estava tudo bem.
Olavo tristonho, respondeu que sim.
Josie argumentou que embora sua boca dissesse sim, seu semblante dizia que não.
E assim, insistiu em saber se realmente estava tudo bem.
O moço então, percebendo que não conseguiria esconder da moça a razão de sua tristeza, tentou desconversar.
Dizendo que precisam descer para tomarem o café, segurou a moça pelo braço.
Josie, percebendo que o jovem estava desconversando, disse que não estava entendendo o que estava acontecendo.
Feliz, comentou que os dias em que passara para no Sul foram especiais. Relatou que gostou da companhia do moço e que sentia muito ter que ir.
Olavo, aproveitando o diálogo, comentou que ela não precisava partir. Que poderia ficar.
A moça sorriu.
Respondeu que tinha um compromisso com o editor da revista na qual trabalhava. Tinha que escrever a matéria sobre o turismo no Sul.
Olavo então, convidou-a para conhecer as missões.
Josie, segurando as mãos de Olavo, disse que infelizmente não recebera verba para fazer mais uma viagem.
O moço sugeriu que bancaria o passeio.
A jovem ficou sem jeito.
Com toda a delicadeza possível, disse que já havia comprado a passagem de volta, que precisava voltar, mas que suas férias se aproximavam, e em recebendo um convite especial, poderia voltar para o Sul, e conhecer as famosas Missões.
Olavo sorriu.
Ansioso, perguntou quando poderia gozar suas férias.
- Daqui a uns três meses! – respondeu a moça.
Olavo ficou desolado.
- Três meses é muito tempo! Eu já estou com saudade!
Josie segurou novamente o rosto do rapaz.
Dizendo que três meses passavam rápido, comentou que eles poderiam se falar pelo celular, pelo skype.
Olavo argumentou que não era a mesma coisa.
A moça respondeu que infelizmente não podia deixar as pessoas que confiavam nela na mão. Argumentou que não poderia faltar com a palavra. Confidenciou que sentiria muita saudade dos dias no Sul, e que sentiria muita falta dele, mas precisava voltar.
Ao ouvir isto, Olavo sorriu.
Josie pediu um abraço.
Olavo segurou seus ombros, olhou-a nos olhos, disse-lhe que gostava muito dela e que não queria perdê-la de vista.
Josie sorriu.
Aproveitando um momento de distração da moça, beijou-lhe o rosto.
Olhando-a nos olhos, segurou seu rosto, beijando-a novamente.
Ficaram por um longo tempo se olhando.
Nervoso, Olavo começou a gaguejar. Enchendo-se de coragem, o moço disse num rompante:
- Posso me considerar seu namorado?
Josie ficou confusa.
- Não sei. Estamos namorando?
Olavo caiu na gargalhada.
- Somos uma dupla bem atrapalhada.
Josie meio sem jeito, respondeu:
- Acho que sim.
- Que sim o quê? Que somos atrapalhados, ou que somos namorados? Que estamos namorando, ou estamos abilolados?
A moça caiu na risada.
- Bobo! Você é muito palhaço! Agora eu estou confusa... Mas eu acho que podemos considerar que estamos começando a namorar.
Olavo ficou deveras feliz.
- É mesmo? Estamos juntos?
- Sim. – respondeu a moça.
Olavo segurou as mãos de Josie. Beijou-a.
A moça ao ter as mãos livres, comentou aturdida, que aquele gestual usado pelo moço, aquelas cenas amorosas, tudo lhe parecia muito familiar.
Olavo ficou surpreso com o comentário.
- Familiar? Como assim?
- Não sei explicar. Mas é como se eu já tivesse vivido estas cenas antes. Não sei onde, não sei quando. Algo como uma coisa já vista. – respondeu Josie.
- Algo como, já vi este filme. Não é mesmo?
- Sim! – exclamou a moça. – Como um deja vú.
Brincando, o rapaz disse que talvez existisse aí, algo de predestinação. Comentou que eles estavam condenados a eterna felicidade.
Nisto o moço segurou a jovem nos braços.
Beijou-a novamente.
Por fim, a moça sugeriu que fossem tomar o café-da-manhã.
Argumentou que estava morrendo de fome.
Olavo respondeu então, que os desejos de sua princesa, eram uma ordem.
O casal desceu abraçado para tomar o desjejum.
Josie se deliciou com o suco de uva, de laranja.
Olavo tomou café.
Comeram croissant’s, mamão, queijo branco, bolo de coco, pão doce.
Olavo colocou comida na boca da moça.
Josie sorria com os gracejos do rapaz.
Por fim, fizeram um último passeio pela cidade.
Quanto mais se aproximava o momento da despedida, mais Olavo se entristecia.
Josie a todo o momento lhe dizia para não ficar tão triste.
Antes de partir, Olavo pediu o telefone e o endereço da moça.
Afoito, pediu também, seu endereço comercial.
Mais tarde, a moça retornou para São Paulo.
Olavo levou-a de carro até o aeroporto.
Acompanhou-a dentro do prédio até o momento do embarque.
A moça havia adquirido vinhos e malhas.
Ao se despedir, Olavo pediu para que ela lhe mandasse emails no endereço eletrônico que havia deixado.
Josie prometeu-o que o faria.
Nisto o casal se despediu.
O moço beijou a boca de Josie.
Houve quem se encantasse com a cena.
Nisto a moça embarcou no avião, retornando a cidade que não para.
Foi somente durante o vôo que a moça percebeu que sentiria falta daquele moço divertido e animado.
A volta para São Paulo foi triste.
Lucineide, sua amiga, percebeu que Josie estava mais introspectiva.
Tentando disfarçar, a moça respondeu que não. Argumentou que era só impressão.
Nisto, Josie reuniu todas as anotações que fizera e começou a elaborar sua matéria. Escolheu boas fotos. Medeiros gostou muito do trabalho da moça, elogiando a matéria.
Mencionou que o trabalho dela teria destaque na próxima edição da revista.
Mais tarde, ao chegar em casa, a moça releu a carta que Olavo lhe escrevera quando se viram pela primeira vez.
A seguir, ligou seu notebook.
Antes, teve o cuidado de separar as fotos tiradas no passeio com Olavo, e escolher as melhores.
E assim, encaminhou o material ao moço.
Na mensagem, escreveu que ali estavam algumas das melhores fotos tiradas, para que pudesse observá-las com todo o cuidado, para depois lhe informar quais seriam escolhidas. Relatou que aguardava contato.
Para sua surpresa, cerca de duas horas após o envio da mensagem, Olavo ligou-lhe.
Disse por telefone, que as fotos estavam maravilhosas.
Josie por sua vez, agradeceu o elogio. Perguntou-lhe se realmente criaria um site.
Olavo respondeu que sim. Comentou que já havia conversado com seu pai, e que o mesmo já havia concordado.
Nisto, contou que assim que o site ficasse pronto a informaria, para que pudesse acessá-lo.
Olavo disse ainda, que estava morrendo de saudade.
Como quem não quer nada, comentou que provavelmente, dali cerca de três semanas, estaria embarcando em São Paulo.
Josie ficou surpresa com a novidade.
Lucineide, sua amiga de confidências, percebeu a mudança da moça.
Josie estava mais feliz.
Animada, finalmente contou que conheceu uma pessoa muito interessante em sua viagem para o Sul.
Contente, Josie comentou que conheceu os pais do moço, a casa onde morava. Segredou que chegou a dormir no local, sendo muito bem recebida pelo casal Otaviano e Vilma.
Lucineide comentou brincalhona, que aquele relacionamento acabaria em casamento.
- Não exagere! – respondeu Josie.
Nisto, a moça prosseguiu com seu trabalho.
Continuou a realizar matérias sobre comportamento.
Realizou uma matéria sobre carros antigos.
Seu chefe, o senhor Medeiros, era só elogio. A todo o momento comentava sobre o talento e a competência da moça.
Lucineide chegou a comentar com a amiga, que daquele jeito, acabaria por receber uma promoção.
Josie contudo, não ligava para isto. Estava mais interessada em que chegasse o dia de se encontrar com Olavo. Prometeu esperá-lo no aeroporto de Congonhas.
Em conversa telefônica, a moça se prontificou a buscá-lo no aeroporto.
Olavo por sua vez, também estava nas nuvens.
Mal podia esperar para se encontrar com a moça.
Conversando com Josie, Olavo contou que todos adoraram as fotos enviadas, e que assim que chegasse em São Paulo, pagaria a moça.
E assim prosseguiram os trabalhos de vindima, no Sul.
As uvas eram cuidadosamente colhidas.
Em cada parreiral, uma espécie diferente de fruto.
Nisto, as uvas são amassadas, sendo após, colocadas em barris de madeira, onde ficam fermentando.
E assim, são produzidos, sucos, vinhos, entre outras bebidas.
Olavo continuava trabalhando como guia, além de assessorar a família na tarefa de divulgar o vinho.
Cuidadoso, preparou um site primoroso, com informações a respeito da vinícola familiar, os produtos vendidos, o passeio realizado no local. Na página, detalhes das cidades da região.
Otaviano, ao ver o trabalho pronto, cobriu o filho de elogios. Comentou que estava muito bem feito.
Ao ligar novamente a Josie, Olavo comentou que estava viajando para São Paulo, em virtude de uma encomenda de produtos, realizada através do site.
Animado, comentou que precisava primeiramente conhecer o cliente, realizar a tratativa, para assim, comercializar os produtos.
Josie desejou-lhe sorte.
Quando finalmente chegou o momento do reencontro, Josie estava visivelmente ansiosa.
Lucineide, percebendo o nervosismo da amiga, aconselhava a mesma a se acalmar.
A amiga, aconselhou Josie a preparar uma surpresa para o moço.
Josie resolveu então, encomendar alguns vinhos da vinícola do rapaz.
Nisto, conversando com o moço via skype, combinaram o encontro no aeroporto.
Josie iria buscar o rapaz e deixá-lo em um hotel.
Com isto, ao chegar no aeroporto, a moça aguardou com certa ansiedade, a vinda do moço.
Quando Olavo surgiu segurando uma mala, a jovem acenou-lhe.
No reencontro se abraçaram.
Na saída do aeroporto, Olavo disse que seus pais mandaram beijos.
Josie respondeu que eles eram muito gentis.
Recomendou que ao retornar, que dissesse que mandou beijos para eles também.
Ao ouvir isto, o moço retrucou, brincando:
- Mas que coisa! Mal cheguei e você já está querendo que eu volte para lá? Pensei que tivesse sentido minha falta!
Josie respondeu que não estava mandando ninguém embora. Apenas estava mandando lembranças para pessoas queridas.
Olavo riu. Dizendo que estava brincando. Argumentou que ela não precisava ficar brava.
Nisto, se aproximou da moça e a abraçou.
Com isto, ao chegarem no estacionamento, Josie abriu o bagaceiro para que o moço depositasse sua mala.
Ao abrir a porta do carro, Olavo puxou-a pelo braço, e beijou-a.
Carinhoso, disse-lhe que sentira muitas saudades.
Josie respondeu que também sentira saudade.
Josie então entrou no carro.
Olavo fez o mesmo.
E assim, a moça deixou o rapaz no hotel.
Atrevido, após preencher a ficha oferecida pelo atendente, perguntou a moça, se ela gostaria de subir até seu quarto.
Josie respondeu que não.
Olavo disse então, que mais tarde ligaria para ela. Comentou que gostaria de visitar os museus da cidade, teatros, e que mais tarde, tratariam do pagamento pelo trabalho realizado.
Nisto, o moço despediu-se da moça.
Lentamente soltou as mãos de Josie.
Desta forma, mais tarde, o moço ligou para ela.
Disse-lhe que a estava convidando para almoçar.
Sob o pretexto de conhecer muito pouco da cidade, pediu a moça para que indicasse um bom restaurante.
Surpresa com o pedido, Josie respondeu que precisava pensar um pouco.
Nisto, depois de algum tempo, indicou um lugar.
Comentou que costumava freqüentar o lugar de vez em quando, e que a comida era simples, mas deliciosa.
Olavo concordou.
Chegada a hora do almoço, o moço foi buscar Josie na entrada de seu apartamento.
De táxi, o casal foi até o restaurante.
Comeram o couvert, torradas feitas de pão com manteiga, óleo e orégano.
Pediram refrigerantes.
Josie pediu strognoff. Já Olavo pediu um filet.
Saudosos, comentaram as novidades.
Josie comentou que seu trabalho fora elogiado por seu chefe, e que a matéria dentro em breve, seria publicada.
Olavo respondeu que gostaria de saber em que revista seria publicada, pois ele fazia questão de a ler.
Josie disse então, o nome da revista na qual trabalhava.
Nisto, o moço tratou de dizer que precisava saber qual o valor do serviço prestado.
Josie olhou-o sem compreender o que estava dizendo.
Olavo relembrou-lhe do site criado para divulgar os produtos da vinícola.
Josie tencionou recusar o pagamento.
O moço ao perceber isto, retrucou dizendo que serviço prestado, era serviço pago, e que não era justo trabalhar sem nada receber.
Desta forma, Olavo preencheu um cheque para a moça.
Como Josie se recusasse a precificar o serviço, o moço resolveu pagar a moça quantia de dois mil reais.
Como Olavo dissesse que não aceitava devoluções, comentou que gostaria de ver o cheque depositado o quanto antes.
Josie respondeu que depositaria o valor, assim que fosse possível.
Depois do almoço, o casal passeou pela Avenida Paulista, onde entraram na Casa das Rosas e se depararam com uma récita. Foram declamadas poesias de Cruz e Souza, além de poesias de jovens talentos.
Enquanto ouvia as melodiosas palavras, Olavo aproveitou para abraçar a moça.
Dizia em que seu ouvido que as palavras eram entoadas por voluptuosas vozes, não tão voluptuosas quanto as que estava prestes a conhecer.
Josie olhou-o com ar de curiosidade.
Juntos foram juntos ao cinema, onde se depararam com um daqueles filmes com um enredo intrincado, cheio de detalhes para os quais se deve ficar atento, sob pena de não se entender o desfecho da história.
Josie adorou a escolha do filme.
No dia seguinte, o casal caminhou pelo centro da cidade.
Passearam pela Praça da Sé, adentraram a famosa Catedral, visitaram o Mercado Municipal.
Olavo ficou encantado com a beleza do vitral da construção.
O jovem foi apresentado a Rua Líbero Badaró, ao Mosteiro São Bento, ao Vale do Anhangabaú, ao Teatro Municipal.
Visitaram o edifício Altino Arantes – também conhecido como prédio do Banespa. Do alto da construção, o casal se deslumbrou com a paisagem de São Paulo, seus arranha-céus, sua impressionante selva de pedra.
Olavo ficou admirado com a quantidade de prédios existentes na cidade. A visão de 360º (graus) era de tirar o fôlego.
Animado, o rapaz aproveitou para tirar duas fotos.
Impressionado com a paisagem da cidade que nunca para, o moço insistiu para subir mais uma vez, para poder admirar a paisagem com mais calma.
Josie atendeu o pedido do moço.
Após, almoçaram no Shopping Ligth, comeram medalhão com molho de mostarda e batata cozida.
Beberam refrigerante.
Animados, conversaram sobre suas rotinas.
Olavo respondeu que passada a época da colheita das uvas, as uvas passavam pelos processos de produção de vinhos, destilados, e outras bebidas.
Comentou que sua vinícola era especializada nos vinhos varietais*, confeccionados com um tipo específico de uva.
Comentou que sua família estava produzindo vinhos brancos, feito de uvas brancas – conhecido como Blanc de Blancs; e também, Blanc de Noir – que são vinhos brancos feitos de uvas tintas.
Disse que alguns vinhos passavam por um processo de clarificação chamado afinação, onde são aglutinadas partículas em suspensão, as quais ficam sedimentadas.
Comentou que visando a qualidade das uvas, a família havia contratado os serviços de um especialista em amperografia, o qual estudaria a qualidade das uvas, e variedade das cepas, dos parrerais.
Olavo respondeu animado, a família estava interessada em tornar a produção dos produtos vínicos cada vez mais profissionais.
Instigado por Josie, que perguntou sobre como estava indo seu trabalho, Olavo comentou sobre o processo de destilação dos vinhos. Falou sobre os antocianos – fenólicos, os quais são responsáveis pela cor vermelha e púrpura dos vinhos jovens.
Discorreu sobre os aromas dos vinhos: aroma primário – no qual o degustador tem a sensação olfativa de frutas frescas e maduras; aroma secundário – resultante do processo de fermentação; e por fim, o aroma terciário – no qual se tem o bouquet, que nada mais é, que a sensação olfativa que o vinho desenvolve após engarrafado e envelhecido.
O moço falou sobre o processo de decantação, no qual ocorre a passagem do vinho da garrafa para um recipiente chamado decanter. Comentou que este processo é utilizado para separar sedimentos do vinho, ou para aeração.
Visando saciar a curiosidade da moça, resolveu aprofundar um pouco mais as explicações.
Disse que o método Champenoise, é um processo no qual o vinho passa por uma segunda fermentação na própria garrafa, a fim de sejam formadas borbulhas. Argumentou que este é o processo utilizado na região de Champagne.
Comentou que o procedimento utilizado em sua vinícola é o método Charmant, processo no qual são produzidos vinhos espumantes, com a segunda fermentação feita em tanques pressurizados.
Falou sobre leveduras, onde microorganismos produzem enzimas, ocorrendo a fermentação, em que o açúcar é convertido em álcool. No tocante a maceração, argumentou que durante a fermentação, o contato das cascas e sólidos com o vinho, faz com que o álcool aja como solvente para extrair a cor, tanino e aroma das cascas. Salientou que existe ainda um outro processo, denominado maceração carbônica, no qual ocorre a fermentação de uvas tintas inteiras, não prensadas, por meio de uma atmosfera de dióxido de carbono.
Josie ficava encantada. Dizia que aquele era um universo fascinante.
Olavo concordou.
Insistiu para que ela voltasse ao lugar. Ao Sul.
A moça comentou que por enquanto, não seria possível.
Argumentou que tinha muito trabalho a fazer e que precisava primeiramente se desincumbir de suas obrigações. Comentou que estava fazendo muitas matérias.
A noite o casal assistiu a um espetáculo no Teatro Municipal.
Uma bonita apresentação de balé.
Encantado, Olavo respondeu que estava adorando o passeio.
Enquanto durante o dia, o moço se ocupava em conversar com os fornecedores interessados em adquirir os produtos produzidos na vinícola da família, a noite o casal saía para passear.
Certo dia, após uma certa insistência do moço, Josie apresentou o rapaz a Lucineide.
Também levou o moço até a redação onde trabalhava.
Lá, o rapaz conheceu o chefe de Josie, o senhor Medeiros.
O editor, respondeu que a moça era muito competente, e que em breve a matéria especial que fizera sobre o Sul seria publicada.
Olavo sorriu.
Nisto, o casal seguiu de táxi.
O moço pediu para que o motorista seguisse para o hotel.
Ao chegar no local, o moço pagou a corrida e pediu para Josie acompanhá-lo.
Disse que iria visitar um fornecedor.
A moça ficou surpresa.
Com isto, o jovem pediu para que ela acompanhasse até seu quarto.
Embora relutante, depois de um pouco de conversa, a moça acabou concordando em subir.
Ao lá chegar, Olavo pediu para que ela se acomodasse no sofá existente.
Insistiu para que ela ficasse à vontade.
Nisto o moço pegou seu notebook e mostrou a moça.
Mostrou-lhe o site que fora elaborado por ela.
Olavo repetiu que o trabalho da moça, ficara muito bom.
Telefonou para os pais, de seu celular.
Josie conversou com Vilma.
A mãe do moço, segredou com a moça, que nunca vira o filho ter tantos cuidados com alguém. Marota, comentou que estava adorando ver Olavo mais centrado e atencioso com alguém.
Josie sorriu.
Nisto a mulher desejou felicidades e recomendou juízo.
Por fim, Olavo retomou a ligação, sendo então advertido por sua mãe, que Josie era uma moça de fino trato, e que ele deveria ter juízo.
O moço achou graça. Disse que estava seguindo as recomendações à risca.
Por fim, desligou o telefone.
Em seguida, o moço ofereceu algo para beber a Josie, que gentilmente recusou.
Olavo então, disse-lhe que havia lhe chamado até seu quarto, por que gostaria de lhe mostrar como estava instalado.
Comentou que estava disposto a levar a relação a sério, mas que precisava ter certeza de que poderia fazê-lo.
Josie perguntou se não estava tudo claro.
Olavo balançou a cabeça negativamente.
A moça ficou surpresa.
O jovem respondeu que havia muito tempo que ela não o beijava.
Josie começou a rir.
Olavo, respondeu então, que aquilo não era uma brincadeira, e sim algo muito sério.
Brincando, disse que se sentia muito carente.
Josie tocou então em seu rosto, beijou-lhe a face.
Olavo respondeu que queria mais.
Nisto, puxou a moça para perto de si. Beijou-a.
Acariciou suas costas.
Josie, percebendo isto, pediu para descer.
Olavo ficou desapontado.
A moça, nervosa, argumentou dizendo:
- Ainda é cedo para isto. Não nos conhecemos direito.
Olavo disse-lhe que não estava querendo forçar nenhuma situação.
Contudo, sentia vontade de tê-la por perto, e por esta razão, não poderia deixar de insistir.
Josie por sua vez, reiterou seu pedido.
Olavo, um tanto tristonho, atendeu.
Não sem antes dizer que não havia desistido.
Josie, sem jeito, pediu desculpas.
O moço no entanto, estava muito desapontado para perceber o constrangimento da moça.
Mais tarde, o casal foi ao encontro do fornecedor.
O homem, ao ver Olavo acompanhado de Josie, cumprimentou-os.
Animado, chegou a dizer que Olavo não havia dito que era casado.
O moço riu.
Esquecido de sua frustração, respondeu que eles ainda não eram casados.
Sem jeito, o fornecedor pediu desculpas.
Olavo respondeu que não havia problema.
Desta forma, os homens fecharam negócio.
A vinícola da família de Olavo forneceria vinhos para o restaurante do homem.
Olavo então, tratou de providenciar uma garrafa de um bom vinho produzido em sua vinícola para comemorar.
Mais tarde, quando voltou a ficar a sós com a moça, disse que ela lhe trouxera sorte.
Josie sorriu.
Por fim, tentando se desculpar, disse que ficara nervosa.
O moço, procurando tranqüilizá-la, disse que não havia problemas.
Ao perceber que Josie não o estava rejeitando, o rapaz ficou menos aborrecido.
Cavalheiresco, levou a moça de táxi até a porta de seu prédio.
Gentil, pediu para que a jovem esperasse dentro do veículo, para que ele saísse e abrisse a porta para ela.
Conduziu-a até a portaria.
Delicadamente beijou sua mão e desejou-lhe boa noite.
Josie estava nas nuvens.
Olavo também.
No dia seguinte, antes da moça sair para trabalhar, o rapaz foi até a portaria do prédio em que ela morava. Trazia um ramalhete de flores.
Josie, que se preparava para o trabalho, ficou surpresa com o chamado do interfone.
Sem saber direito como agir, pediu para o porteiro deixá-lo entrar.
Curioso, o jovem perguntou o número do apartamento.
Ansioso, adentrou o prédio.
Entrou no elevador.
Estava ansioso.
Quando apertou a campainha do apartamento, seu coração estava disparado.
Ao ver Josie abrindo a porta, Olavo esboçou um sorriso.
A moça o cumprimentou:
Trêmulo, o jovem retribuiu o cumprimento.
Em seguida, mostrou-lhe as flores.
Lindas rosas vermelhas.
- São para você!
Josie elogiou o beleza das flores.
- São lindas!
Nisto, segurou as flores, tratando de providenciar um vaso para colocá-las.
Olavo respondeu que estava ali para pedir desculpas.
Josie não entendeu.
Diante disto, Olavo tentou explicar que nunca fora sua intenção forçar uma situação.
Percebendo que o moço tentava se desculpar, Josie respondeu que ele não tinha que explicar nada.
Assim, ofereceu-lhe café.
Olavo aceitou.
Com isto, o casal ficou a rir dos últimos acontecimentos.
O moço então, respondeu que se sentiu envaidecido quando seu cliente sugeriu que eles eram casados.
Josie redargüiu que ficou sentindo muita vergonha.
Olavo perguntou então, se ela gostaria de se casar com ele.
A moça achou graça.
O rapaz disse que nunca tivera tanta afinidade com alguém.
Josie sorrindo, respondeu que tinha a mesma sensação.
Olavo abraçou a jovem.
Depois do abraço, Josie disse que estava atrasada, e que precisava ir trabalhar.
Olavo respondeu que mais tarde iria buscá-la.
Josie despediu-se com um beijo.
Conduziu o moço até a portaria.
Nisto, Josie foi a pé até seu trabalho.
No horário do almoço, o moço, usando um crachá de visitante, foi buscar a jovem na redação.
Josie, que neste momento conversava com sua amiga Lucineide, ao vê-lo, sorriu.
- Olavo!
Lucineide, percebendo que o moço era o novo interesse da amiga, conversou um pouco com o rapaz.
Depois, pediu licença e se afastou.
Olavo então, segurando uma das mãos da moça, puxou-a para si.
Constrangida, Josie pediu para que o rapaz não a segurasse daquela forma. Sem jeito, argumentou que estava em seu ambiente de trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
Olavo sorriu para a moça.
Disse-lhe para que se apressassem, pois estava morrendo de fome.
Desta forma, segurou a moça pela mão.
O casal almoçou em um restaurante nas proximidades da Avenida Paulista.
Olavo continuou a segurar a mão da moça. Beijou-a.
Josie pediu para que ele parasse.
Argumentou que estava perto de seu trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
O moço respondeu que não fazendo nada de mais, e sorrindo, beijou novamente sua mão.
Nisto, comeram um belo talharim, com molho de tomate com azeitonas pretas.
Ao final do expediente, o jovem apareceu para buscar a moça.
Lucineide comentou brincando, que Olavo estava fazendo marcação homem a homem.
Com isto, despediu-se da amiga.
Olavo e Josie saíram então, para passear pela cidade.
A certa altura, o moço disse que como seu trabalho havia acabado, precisava voltar para o Sul.
Josie ficou desapontada.
- Mas já? O tempo passou tão depressa!
Olavo respondeu-lhe que já fazia mais de duas semanas que se encontrava na cidade.
Josie argumentou que nem havia notado o passar do tempo.
O moço por sua vez, respondeu que dentro de alguns dias precisava retornar para sua cidade, e que gostaria muito que ela o acompanhasse em seu retorno.
Josie respondeu por sua vez, que somente quando entrasse de férias, poderia voltar para lá.
Olavo então ficou triste.
A certa altura, a moça decidiu convidá-lo para jantar.
Josie disse que não era muito boa de forno e fogão, mas que poderia fazer algo para eles comerem.
Olavo ficou esfuziante.
Com isto, lá se foi o casal para o apartamento de Josie.
Meio desajeitada, a moça preparou um risoto, e esquentou um peito de frango.
Olavo comeu a refeição com gosto.
Como acompanhamento, suco de laranja.
O moço, elogiando a comida, disse que a refeição deveria ser acompanhada por um bom suco de uva.
Josie concordou com a observação.
Olavo brincou dizendo que ela poderia se casar.
A jovem achou graça.
Olavo ficou a olhar os CD’s que a moça tinha em casa.
Percebeu que ela gostava de música espanhola, e MPB.
Brincando, comentou se ela não tinha nenhum CD de música gaúcha.
Educado, o moço pediu licença para colocar um CD no aparelho de som que havia na sala do apartamento.
Nisto, enquanto Luis Miguel ficava a cantar “La Barca”, Olavo convidou a moça para dançar.
- Mas eu não sei dançar!
Olavo insistiu:
- Deixa que eu te conduzo!
E assim, o moço ficou a lhe explicar passos de tango.
Josie ouvia com toda a atenção.
Desta forma, a moça arriscou alguns passos.
Nesta brincadeira, o casal permaneceu por longas horas.
Josie se divertia.
Embora desajeitada, gostava de aprender coisas novas.
Olavo parecia feliz.
*Varietal significa, em enologia, o vinho elaborado com único tipo de casta de uva ou praticamento só com uma. Se consideram varietais os vinhos que contém 100% de uma casta, ou de 75% a 85% de uma uva principal (dependendendo de cada país). Varietal – Wikipédia, a enciclopédia livre.
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